Resenha de A Consciência e a Vida- Bergson
Descrição do Produto
La conscience et la vie Henri Bergson, PUF, 2011, Paris A conferência “A consciência e a vida” foi realizada por Bergson em 29 de maio de 1911, na universidade Birmingham, também foi chamada de “conferência Huxley”, ardente defensor do darwinismo. Constituise numa das primeiras conferências na Inglaterra de Bergson. Na apresentação do artigo “A consciência e a vida”, Bergson traz a legitimidade da discussão do sentido da vida, a produção de pensamento e sobre o método filosófico adotado “linhas de fatos” (direções de probabilidades e sua articulação). Neste artigo, Bergson adota uma linha de raciocínio sobre os mecanismos de produção de pensamento e de conhecimento bem como a sua visão crítica sobre essas produções. Bergson acredita que não pode ser através do conhecimento matemático ou analítico das ciências duras que poderemos encontrar os caminhos para os grandes problemas. Entretanto, nas diversas regiões da experiência, que podemos perceber diversos fatos e mostrar uma direção. No conjunto dessas experiências vividas que levam a uma acumulação de probabilidades, isto é, pela convergência dessas experiências, suas correções, adições e retoques; a ciência se constitui em colaboração. Neste sentido, a consciência para Bergson é, de modo geral, uma força espiritual, mas que a todo momento se recusa a definir; Bergson apresenta algumas características. Toda consciência é antecipação do futuro (BERGSON, 5, 2011), o sujeito se ocupa sobretudo com aquilo que vai ser, isto é, um mecanismo de atenção e de segurança sobre a vida. Entretanto, a consciência, de acordo com Bergson, é antes de tudo sedimentação sobre a experiência que se constitui memória. Portanto, toda consciência é uma acumulação da experiência passada sobre o presente com vias de um sentido futuro, uma antecipação; um relato a produzir sobre sua vida. A consciência retém o passado e antecipa o futuro; precisamente; a consciência trabalha no desenvolvimento de escolhas, para escolher é necessário rememorar as consequências e as desvantagens. Assim, a imagem é substrato de nossa consciência a nos permitir religar nossa
condição de organismos vivos que desenvolvem estratégias futuras sobre si. Imagem como sedimentação de nossas experiências e metáforas para escolhas futuras. E quando nos confrontamos com as crises interiores de hesitação entre duas ou mais escolhas, assim nossa consciência funciona com variações de intensidade a partir da soma das escolhas, ou melhor de criações que são apresentadas em nossa direção. De acordo com Bergson, o ser vivo escolhe ou tende a escolher, seu papel é de criar, existe uma zona de indeterminação na natureza, e, é neste espaço que reside os organismos vivos, isto é, de criar a partir de um evento imprevisível e livre. E para criar é necessário se preparar no presente através do uso daquilo que ele já foi ou viveu. Essa memória e essa antecipação são, como já vimos, a própria consciência [...] a consciência é coextensiva à vida (BERGSON, 13, 2011). Assim, um pensamento em si necessita de uma continuidade, que implica inúmeros elementos, isto é, para que o pensamento tornese distintivo é necessário que ganhe corpo, assim, o pensamento implica a necessidade de palavras, papel ou outra materialidade que possa se interpenetrar. Desse modo, a matéria torna possível o esforço, que se constitui uma das formas de intensificação do ser. A matéria, de acordo com Bergson, constituise como obstáculo, instrumento e estímulo para o desenvolvimento da vida. Assim, de acordo com Bergson, a matéria produz uma organização do pensamento ao permitir que virtualidades de todo gênero possam ganhar corpo, tornase um elemento de liberdade da consciência. Entretanto, a matéria conserva em si uma espécie de automatismo, capaz de dormir em sua própria inconsciência, e que possui suas próprias regras e mecanismos. A consciência opera em dois movimentos complementares, de um lado, por uma ação explosiva que conduz a direção escolhida; de outro lado, um trabalho de contração que pega este instante único num número incalculável de pequenos eventos que a matéria resume nossa imensa história como espécie. Segundo Bergson, a matéria distinta, separada, resulta em individualidades e finalmente em personalidades, com tendência ao elan da vida. De outro lado, a matéria provoca e torna possível o esforço. O pensamento não é apenas pensamento, obra de arte não apenas concebida, o poema não apenas sonhado, é a realização material do poema em palavras, a concepção artística em
quadros ou estátuas que exigem esforço. O esforço é duro, mas acima de tudo precioso, pois assim alçamos sobre nossa própria condição. (BERGSON, 22, 2011). O prazer é um artifício imaginado pela natureza para obter do ser vivo a conservação da vida, mas a alegria sempre celebra que a vida ganha terreno, uma espécie de vitória, como diz Bergson com um acento triunfal. De acordo com Bergson, o triunfo da vida é a criação. Destacamos que Bergson compreende o sentido da vida sendo a alegria da criação, força espiritual capaz de ampliar a compreensão de si sobre o real. Esse elementos da força criadora serão bem construídos na obra A Evolução Criadora (1907).
Lihat lebih banyak...
Comentários