Resenha do livro ?A sociologia das Relações Internacionais?, de Guillaume Devin. Mundorama, v. 5, p. 1-3, 2011.

June 7, 2017 | Autor: Leonardo Bandarra | Categoria: International Relations Theory
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Resenha do livro “A sociologia das Relações Internacionais”, de Guillaume Devin, por Leonardo Carvalho Bandarra – Revista Mundorama









 

SOBRE MUNDORAMA PAÍSES & REGIÕES

NORMAS DE COLABORAÇÃO ECONOMIA & POLÍTICA

BIBLIOTECA

EVENTOS

CONTATO PESQUISAR …

DESTAQUES

 



Fulbright seleciona candidatos para Cátedra de Estudos Brasileiros na Emory

Resenha do livro “A sociologia das Relações Internacionais”, de Guillaume Devin, por Leonardo Carvalho Bandarra

University Fulbright oferece nolsa

 24/03/2011

 Política Internacional,

Segurança e Defesa

1

para pesquisa sobre Democracia e









Desenvolvime nto Humano “Elections as circus”: os EUA e as raízes domésticas e http://www.mundorama.net/2011/03/24/resenha­do­livro­a­sociologia­das­relacoes­internacionais­de­guillaume­devin­por­leonardo­carvalho­bandarra/

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globais de uma era de radicalismos, por Bruno Hendler As Eleições Primárias nos EUA: Rumo a Novembro, por Cristina

Editado em língua portuguesa, pela primeira

Pecequilo

vez, no ano de 2009 o livro “Sociologia das

Lançamento

de

do Anuario de la Integración Regional de América Latina y el Caribe – 2015 A reforma na Suprema Corte em um contexto de eleições nos EUA, por Reynaldo Fonseca & Gabriel

Relações Internacionais” (tradução do original 2002

internationales”),

“Sociologie

des

relations

escrito

pelo

professor

Guillaume Devin, do Institut d’Etudes Politiques de Paris, chega ao Brasil em um período de intensa expansão da atividade acadêmica no campo de estudo das relações internacionais e de maior interesse por parte da opinião pública na agenda internacional. Quando, em todas as regiões do país, se observa uma extraordinária

ampliação

do

número

de

cursos existentes nessa área, tanto em relação a programas de graduação, quanto de pósgraduação. Em um período tão distinto tornam-se cada vez mais necessários, e requisitados, manuais que, além de introduzir teorias desse campo de estudos, sejam

Campos

capazes de problematizar a maneira como se

Southeast Asia

como se analisa a conjuntura internacional

between United States and China: capitalist archipelago or locus of interstate capitalist competition?, por Bruno Hendler Boutros Boutros-Ghali

produz esse conhecimento, a metodologia, e contemporânea – é exatamente isso o que propõe Devin em sua pequena obra. Buscando uma abordagem sociológica do Estudo das Relações Internacionais, o autor busca enfatizar a importância da “pesquisa sobre

os

fatores

determinantes

e

as

regularidades que influenciam a conduta dos atores no cenário internacional” (Devin, página 11). A partir dessa visão, Devin procura, ainda, enfatizar

a

importância

instrumental

do

estudo do direito internacional público para que um pleno entendimento do ambiente

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and the

internacional seja obtido.

question about UN

Apoiando seus argumentos em renomados

Secretary

teóricos da tradição dos estudos das relações

General

internacionais, Devin procura analisar como

relevance, por

esse campo de estudos vem sendo conduzido

Ana C. Mauad

fazendo, inclusive, críticas a grandes ícones da

iRel-UnB promove Mesa Redonda “A Guerra Civil na Síria”

escola realista, como Hans Morgenthau e Raymund Aron, no que toca à teoria segundo a qual as relações entre os países se organizam sob a forma de um sistema. Outra fonte de pesquisa recorrente na obra é o periódico francês “Le Monde”, amplamente

Diálogos

usado, principalmente, nas exemplificações do

Indiretos:

conteúdo apresentado, o que o torna mais

Argentina e

próxima da realidade vivida pelo leitor.

Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama Uma Visão Comparada das Relações Brasil-China: O Plano Decenal (2012) e o Plano de Ação Conjunta (2015), por Cristina Pecequilo & Emerson

O livro se divide em duas partes. A primeira parte (denominada “variáveis e desafios”) inicia-se com um breve histórico da escola realista, explicitando as semelhanças entre os autores e a ênfase dada ao estudo das relações inter-estatais. O Realismo é, à priori, apresentado como reducionista e generalista, no que toca ao foco dado à distribuição de poder entre os Estados como principal ponto a ser considerado em uma análise. Essa questão metodológica, que torna as estruturas estatais internas

praticamente

irrelevantes,

será

característica dessa escola e tornará as suas análises

menos

precisas.

Devin

também

destaca a inabalável crença na democracia como precursora e necessária à paz, noção evidente em Henry Kissinger e base para o pensamento americano.

Junqueira

A forma de análise dos atores no cenário

Rússia no

internacional, entretanto, tornar-se-á mais

Oriente Médio – a paz cada vez mais difícil, por Virgílio Arraes Em busca da

complexa a partir de três fatores, que a modificarão por completo. Primeiramente a Guerra do Vietnã, que revelou a fragilidade do Estado, ou seja, por mais poderoso que esse seja, ainda é suscetível a derrotas. O segundo fator

seria

os

estudos

acadêmicos,

que

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chave de Jano:

estendem a visão de ator para além do Estado,

cenários

e em terceiro lugar o surgimento na pauta de

prospectivos e

novos fenômenos que desmistificam a noção

conflitos

de

armados

hermeticamente fechadas. O conjunto desses

futuros, por

fatores originará uma dilatação do leque de

Giovanni

temas disponíveis à analise desse campo de

Okado

estudo,

FUNAG lança “O recrudescime nto do nacionalismo catalão”

Estado

como

“unidades

impossibilitando

a

políticas”

redução

dele

apenas à questão da guerra ou da paz entre os Estados. Além disso, observa-se o aumento na quantidade de atores com capacidade de influir diretamente nas relações entre países. Para ilustrar esse novo fato, Devin se usa do caso da moratória do México, de 1982, e do caso das crises internacionais, nos quais não

Relevância

apenas Estados, mas diversos outros atores

política ou

fazem-se

avanços

Organizações

epistemológic

empresas

os? Um sinal

ocuparão, com exclusividade, um capítulo no

de otimismo

livro) entre outras.

presentes,

tal

como

ONGs,

Internacionais,

multinacionais

(que

bancos, inclusive

para o campo da Segurança,

Outra questão problemática é a denominada

por Marcelo

potência, termo que Devin relativiza e coloca

M. Valença

como múltiplo, apresentando uma série de

FUNAG lança o livro “Convenção do Tabaco da OMS”

definições, desde a de Susan Strange até a dos clássicos

geopolíticos

desapercebidamente,

em

(ingressando, uma

grande

polêmica no que se refere à participação do autor alemão Karl Haushofer no regime nazista). Devin confronta vividamente a noção

Bernie

segundo a qual, de forma sintética, o principal

Sanders: um

objetivo de todos os atores, não importando

“socialista

qual seja, é a sobrevivência, e é ela que

democrático”

permeia todas as suas ações e representa o

nas eleições

seu maior desafio. Para ele essa teoria é

dos EUA, por

demasiadamente simplista.

Herbert Caçador

Na segunda parte do livro (denominada

Varnhagen –

diplomacia

e

relevância

para

Uma fundação do Brasil, por José Flávio Sombra



“instrumentos e técnicas”) o autor explora a a

coloca a

como

manutenção

de da

suma boa

coexistência entre os Estados, ressaltando sempre o papel do direito como mecanismo

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Saraiva Os impactos do pensamento estratégico de Francisco Adolfo de Varnhagen, por Paulo Roberto de Almeida

de pressão. Explorando a convenção de Viena de 1961, ele delineia as funções das missões diplomáticas, observação

ou e

seja,

representação,

negociação.

Ainda

nesse

contexto, Devin faz um interessante exame das regras de protocolo e de sua importância para a prática diplomática e das prerrogativas e limites do diplomata residente em terras estrangeiras, como a imunidade e a regra de não interferência (limitação dos contatos do diplomata segundo os objetivos oficiais da missão).

O Bicentenário

Explorando de forma particular o caso francês,

de Varnhagen,

Devin oferece um panorama da diplomacia

por Sérgio

realizada

Moreira Lima

governamentais (destacando as diferenças de

a

partir

das

estruturas

como são conduzidas a política externa pela França e pelos EUA) e ainda das estruturas não-governamentais. Nessa seção do livro a questão da segurança nacional e internacional encontra lugar de destaque. Outro ator de extrema importância, que não poderia ser esquecido em uma analise mais detalhada dos agentes que influenciam no cenário em questão e cuja importância se faz presente tanto na esfera estatal como na não-estatal, é a opinião pública. Na questão da diplomacia, ainda, o autor dispensa uma atenção especial ao estudo da propaganda (como instrumento de soft power) e das práticas subversivas, como os serviços especiais

(apresentando

suas

principais

funções, ou seja, proteção de segredos contra o inimigo, desinformá-lo e conduzir ações subversivas). A chamada “arma econômica”, que se dá via aplicação de sanções, por exemplo, é, também, intensamente explorada. A obra de Devin representa, de forma sintética e clara, uma nova forma de visualizar, e mesmo de pesquisar, esse campo recente das ciências sociais. Em seu livro o autor expõe, http://www.mundorama.net/2011/03/24/resenha­do­livro­a­sociologia­das­relacoes­internacionais­de­guillaume­devin­por­leonardo­carvalho­bandarra/

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objetivamente, seu ponto de vista, atingido empiricamente mediante intensa leitura e pesquisa,

acerca

recorrentes

ao

de

temas

analista

e

das

teorias relações

internacionais. Não há a proposta de dissertar intensa e paulatinamente sobre as teorias e teóricos da disciplina, nem sobre situações ou eventos específicos, mas de usá-los como base para uma nova forma de se estudar e observar as diversas relações no ambiente internacional.

Busca-se

definir

um

olhar

sociológico.

DEVIN,

Guillaume.

Relações

Sociologia

Internacionais.

das

Salvador:

EDUFBA, EDUFAL, 178 pp. ISBN 978-85232-0538-3 Leonardo

Carvalho

Bandarra

é

graduando em Relações Internacionais pela

Universidade

de

Brasília

([email protected])

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1 COMENTÁRIO EM RESENHA DO LIVRO “A SOCIOLOGIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS”, DE GUILLAUME DEVIN, POR LEONARDO CARVALHO BANDARRA

Rodrigo 25/03/2011 EM 9:30 PM

Muito bom! Parabéns FAÇA LOGIN PARA RESPONDER

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