08/03/2016
Resenha do livro “A sociologia das Relações Internacionais”, de Guillaume Devin, por Leonardo Carvalho Bandarra – Revista Mundorama
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Resenha do livro “A sociologia das Relações Internacionais”, de Guillaume Devin, por Leonardo Carvalho Bandarra
University Fulbright oferece nolsa
24/03/2011
Política Internacional,
Segurança e Defesa
1
para pesquisa sobre Democracia e
Desenvolvime nto Humano “Elections as circus”: os EUA e as raízes domésticas e http://www.mundorama.net/2011/03/24/resenhadolivroasociologiadasrelacoesinternacionaisdeguillaumedevinporleonardocarvalhobandarra/
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globais de uma era de radicalismos, por Bruno Hendler As Eleições Primárias nos EUA: Rumo a Novembro, por Cristina
Editado em língua portuguesa, pela primeira
Pecequilo
vez, no ano de 2009 o livro “Sociologia das
Lançamento
de
do Anuario de la Integración Regional de América Latina y el Caribe – 2015 A reforma na Suprema Corte em um contexto de eleições nos EUA, por Reynaldo Fonseca & Gabriel
Relações Internacionais” (tradução do original 2002
internationales”),
“Sociologie
des
relations
escrito
pelo
professor
Guillaume Devin, do Institut d’Etudes Politiques de Paris, chega ao Brasil em um período de intensa expansão da atividade acadêmica no campo de estudo das relações internacionais e de maior interesse por parte da opinião pública na agenda internacional. Quando, em todas as regiões do país, se observa uma extraordinária
ampliação
do
número
de
cursos existentes nessa área, tanto em relação a programas de graduação, quanto de pósgraduação. Em um período tão distinto tornam-se cada vez mais necessários, e requisitados, manuais que, além de introduzir teorias desse campo de estudos, sejam
Campos
capazes de problematizar a maneira como se
Southeast Asia
como se analisa a conjuntura internacional
between United States and China: capitalist archipelago or locus of interstate capitalist competition?, por Bruno Hendler Boutros Boutros-Ghali
produz esse conhecimento, a metodologia, e contemporânea – é exatamente isso o que propõe Devin em sua pequena obra. Buscando uma abordagem sociológica do Estudo das Relações Internacionais, o autor busca enfatizar a importância da “pesquisa sobre
os
fatores
determinantes
e
as
regularidades que influenciam a conduta dos atores no cenário internacional” (Devin, página 11). A partir dessa visão, Devin procura, ainda, enfatizar
a
importância
instrumental
do
estudo do direito internacional público para que um pleno entendimento do ambiente
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and the
internacional seja obtido.
question about UN
Apoiando seus argumentos em renomados
Secretary
teóricos da tradição dos estudos das relações
General
internacionais, Devin procura analisar como
relevance, por
esse campo de estudos vem sendo conduzido
Ana C. Mauad
fazendo, inclusive, críticas a grandes ícones da
iRel-UnB promove Mesa Redonda “A Guerra Civil na Síria”
escola realista, como Hans Morgenthau e Raymund Aron, no que toca à teoria segundo a qual as relações entre os países se organizam sob a forma de um sistema. Outra fonte de pesquisa recorrente na obra é o periódico francês “Le Monde”, amplamente
Diálogos
usado, principalmente, nas exemplificações do
Indiretos:
conteúdo apresentado, o que o torna mais
Argentina e
próxima da realidade vivida pelo leitor.
Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama Uma Visão Comparada das Relações Brasil-China: O Plano Decenal (2012) e o Plano de Ação Conjunta (2015), por Cristina Pecequilo & Emerson
O livro se divide em duas partes. A primeira parte (denominada “variáveis e desafios”) inicia-se com um breve histórico da escola realista, explicitando as semelhanças entre os autores e a ênfase dada ao estudo das relações inter-estatais. O Realismo é, à priori, apresentado como reducionista e generalista, no que toca ao foco dado à distribuição de poder entre os Estados como principal ponto a ser considerado em uma análise. Essa questão metodológica, que torna as estruturas estatais internas
praticamente
irrelevantes,
será
característica dessa escola e tornará as suas análises
menos
precisas.
Devin
também
destaca a inabalável crença na democracia como precursora e necessária à paz, noção evidente em Henry Kissinger e base para o pensamento americano.
Junqueira
A forma de análise dos atores no cenário
Rússia no
internacional, entretanto, tornar-se-á mais
Oriente Médio – a paz cada vez mais difícil, por Virgílio Arraes Em busca da
complexa a partir de três fatores, que a modificarão por completo. Primeiramente a Guerra do Vietnã, que revelou a fragilidade do Estado, ou seja, por mais poderoso que esse seja, ainda é suscetível a derrotas. O segundo fator
seria
os
estudos
acadêmicos,
que
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chave de Jano:
estendem a visão de ator para além do Estado,
cenários
e em terceiro lugar o surgimento na pauta de
prospectivos e
novos fenômenos que desmistificam a noção
conflitos
de
armados
hermeticamente fechadas. O conjunto desses
futuros, por
fatores originará uma dilatação do leque de
Giovanni
temas disponíveis à analise desse campo de
Okado
estudo,
FUNAG lança “O recrudescime nto do nacionalismo catalão”
Estado
como
“unidades
impossibilitando
a
políticas”
redução
dele
apenas à questão da guerra ou da paz entre os Estados. Além disso, observa-se o aumento na quantidade de atores com capacidade de influir diretamente nas relações entre países. Para ilustrar esse novo fato, Devin se usa do caso da moratória do México, de 1982, e do caso das crises internacionais, nos quais não
Relevância
apenas Estados, mas diversos outros atores
política ou
fazem-se
avanços
Organizações
epistemológic
empresas
os? Um sinal
ocuparão, com exclusividade, um capítulo no
de otimismo
livro) entre outras.
presentes,
tal
como
ONGs,
Internacionais,
multinacionais
(que
bancos, inclusive
para o campo da Segurança,
Outra questão problemática é a denominada
por Marcelo
potência, termo que Devin relativiza e coloca
M. Valença
como múltiplo, apresentando uma série de
FUNAG lança o livro “Convenção do Tabaco da OMS”
definições, desde a de Susan Strange até a dos clássicos
geopolíticos
desapercebidamente,
em
(ingressando, uma
grande
polêmica no que se refere à participação do autor alemão Karl Haushofer no regime nazista). Devin confronta vividamente a noção
Bernie
segundo a qual, de forma sintética, o principal
Sanders: um
objetivo de todos os atores, não importando
“socialista
qual seja, é a sobrevivência, e é ela que
democrático”
permeia todas as suas ações e representa o
nas eleições
seu maior desafio. Para ele essa teoria é
dos EUA, por
demasiadamente simplista.
Herbert Caçador
Na segunda parte do livro (denominada
Varnhagen –
diplomacia
e
relevância
para
Uma fundação do Brasil, por José Flávio Sombra
“instrumentos e técnicas”) o autor explora a a
coloca a
como
manutenção
de da
suma boa
coexistência entre os Estados, ressaltando sempre o papel do direito como mecanismo
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Saraiva Os impactos do pensamento estratégico de Francisco Adolfo de Varnhagen, por Paulo Roberto de Almeida
de pressão. Explorando a convenção de Viena de 1961, ele delineia as funções das missões diplomáticas, observação
ou e
seja,
representação,
negociação.
Ainda
nesse
contexto, Devin faz um interessante exame das regras de protocolo e de sua importância para a prática diplomática e das prerrogativas e limites do diplomata residente em terras estrangeiras, como a imunidade e a regra de não interferência (limitação dos contatos do diplomata segundo os objetivos oficiais da missão).
O Bicentenário
Explorando de forma particular o caso francês,
de Varnhagen,
Devin oferece um panorama da diplomacia
por Sérgio
realizada
Moreira Lima
governamentais (destacando as diferenças de
a
partir
das
estruturas
como são conduzidas a política externa pela França e pelos EUA) e ainda das estruturas não-governamentais. Nessa seção do livro a questão da segurança nacional e internacional encontra lugar de destaque. Outro ator de extrema importância, que não poderia ser esquecido em uma analise mais detalhada dos agentes que influenciam no cenário em questão e cuja importância se faz presente tanto na esfera estatal como na não-estatal, é a opinião pública. Na questão da diplomacia, ainda, o autor dispensa uma atenção especial ao estudo da propaganda (como instrumento de soft power) e das práticas subversivas, como os serviços especiais
(apresentando
suas
principais
funções, ou seja, proteção de segredos contra o inimigo, desinformá-lo e conduzir ações subversivas). A chamada “arma econômica”, que se dá via aplicação de sanções, por exemplo, é, também, intensamente explorada. A obra de Devin representa, de forma sintética e clara, uma nova forma de visualizar, e mesmo de pesquisar, esse campo recente das ciências sociais. Em seu livro o autor expõe, http://www.mundorama.net/2011/03/24/resenhadolivroasociologiadasrelacoesinternacionaisdeguillaumedevinporleonardocarvalhobandarra/
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objetivamente, seu ponto de vista, atingido empiricamente mediante intensa leitura e pesquisa,
acerca
recorrentes
ao
de
temas
analista
e
das
teorias relações
internacionais. Não há a proposta de dissertar intensa e paulatinamente sobre as teorias e teóricos da disciplina, nem sobre situações ou eventos específicos, mas de usá-los como base para uma nova forma de se estudar e observar as diversas relações no ambiente internacional.
Busca-se
definir
um
olhar
sociológico.
DEVIN,
Guillaume.
Relações
Sociologia
Internacionais.
das
Salvador:
EDUFBA, EDUFAL, 178 pp. ISBN 978-85232-0538-3 Leonardo
Carvalho
Bandarra
é
graduando em Relações Internacionais pela
Universidade
de
Brasília
(
[email protected])
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1 COMENTÁRIO EM RESENHA DO LIVRO “A SOCIOLOGIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS”, DE GUILLAUME DEVIN, POR LEONARDO CARVALHO BANDARRA
Rodrigo 25/03/2011 EM 9:30 PM
Muito bom! Parabéns FAÇA LOGIN PARA RESPONDER
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