Resenha do Livro Vida Digital de Nicholas Negroponte

May 22, 2017 | Autor: Carlos Orellana | Categoria: Comunicacion Social, Nicholas Negroponte, Teoria da Informação
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Descrição do Produto

Vida Digital
Nicholas Negroponte






O autor, Nicholas Negroponte, um dos fundadores do MediaLab no MIT
(Massachussets Institut of Technology) apresenta uma variedade de
conceitos e considerações teóricas que tentam avaliar o salto que a vida
vai tomar com a inserção do mundo digital em nosso cotidiano. Investiga com
habilidade tanto prática como teórica as implicações dos meios digitais,
acentuadamente a Internet, na economia, no comportamento humano e nas
comunicações.
A obra ao ser impressa no início dos anos de 1990 pôde ser de grande
ajuda àqueles dispostos a conhecerem as conseqüências da superação dos
meios analógicos de informação. À medida que as novas ferramentas de
informação vão substituindo as anteriores em qualidade, mostra-nos que a
'superestrada' da informação dos bits tornou-se uma ida sem volta.
No primeiro capítulo entramos em contato com s definição de bits, ao
mesmo tempo em que se faz uma comparação com os átomos, e a confusão entre
os dois. O bit, segundo Negroponte, é o menor elemento do DNA da
informação. É um estado, que por razões práticas, considerou-se 1 ou 0.
Através desta fileira de números tornou-se viável a transformação de
diferentes tipos de informação (áudio e vídeo) em uns e zeros.
A digitalização oferece-nos inúmeras vantagens tais como: a
possibilidade de correção, a velocidade de transmissão da informação, bem
como a construção de uma via de mão dupla entre emissor e receptor. O que
não ocorria com a mesma freqüência no modelo analógico.
Negroponte apura também as condições pelas quais estas 'superestrada'
atravessa, isto é, as relações de largura de banda, as vantagens e
desvantagens entre o tradicional fio de cobre e a fibra ótica, e as
implicações econômicas dos mesmos meios.
O frustrado desenvolvimento e adoção da TV de alta definição analógica
também são discutidos, revela-se a incapacidade de alguns empresários da
área de antever o futuro. O Japão que investiu pesado nesta nova tecnologia
perdeu, pois não acreditava que outro meio poderia substituí-la.
Um conceito interessante na obra é o de multimídia que se constitui um
sistema no qual, os usuários dos meios digitais podem ter uma determinada
experiência através de ferramentas sofisticadas de recriação da realidade.
A convergência e o diferenciado tratamento das informações de áudio e vídeo
entre outras informações são essenciais para se compreender o conceito de
multimidialidade. Os CDs multimídia são os primeiros instrumentos pela qual
a experiência real pode ser substituída em profundidade e em freqüência por
uma outra recriada digitalmente.
Um conceito pouco explorado pelo autor refere-se à hipertextualidade,
e encontra-se fortemente ligado à experiência de multimidialidade. A
hipertextualidade pode ser aceita como uma trama de fios pelos quais uma
história pode ser compreendida, uma série de laços que o texto apresenta ao
leitor para que o mesmo opte pela qual achar a mais conveniente.
No segundo capítulo dedicado à interface, destaca-se a problemática da
interface, ou seja, meio pelo qual temos contato com o mundo digital. O
autor reconhece a dificuldade do desenvolvimento da interface nos estudos
dos meios digitais, que muitas vezes foi relegada a um segundo plano.
A interface, segundo Negroponte, pode-se entendida derivada do
conceito de interatividade. É a aparência que os softwares assumem, o que
pode facilitar ou prejudicar enormemente as condições de uso de tal
softwares ou também de um hardware.
Umas das soluções propostas por Negroponte são a da redundância e de
apresentar-se como seres humanos. Em relação à redundância toma-se como
idéia a sugestão do uso de vários canais (áudio, vídeo,etc.) pelo qual a
informação é transportada, o que facilita a nossa compreensão humana.
Quanto à proximidade da aparência humana convencionou-se o tratamento do
canal de interação entre homem e máquina à maneira do diálogo interpessoal.

No desenrolar do livro o pesquisador apresenta uma série de soluções
no recente mundo digital, desde problemas na construção de imagens digitais
a interação de homem-máquina (ex.: reconhecimento de voz) e também através
da percepção visual. Nota-se muitas vezes um tom publicitário de nas
palavras de Negroponte ao defender e usar como exemplo as pesquisas do
centro a qual pertence.
No último capítulo, temos uma panorâmica da dimensão do mundo digital
na era da 'pós-informação', a remoção das barreiras geográficas é
destacada pelo autor, o que contribui fortemente para a globalização. A
necessidade do espaço geográfico limitado para o trabalho ainda resiste em
alguns países, mas não impede o avanço da globalização.
A assincronicidade também é um triunfo dos meios de informação
digital. Ao nos permitir que possamos entrar em contato com a informação
sem que estejamos presentes temporalmente durante as relações de
comunicação. O e-mail é um exemplo bastante notório deste fenômeno.
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