Resenha Filme Tempo de Despertar e outros trabalhos.

September 25, 2017 | Autor: Pedro Poeta | Categoria: Consumer Behavior
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Faculdade Pitágoras



Pedro Henrique Campina





ENSAIO SOBRE A DOPAMINA:
Uma ligação entre a obra "Tempo de Despertar" e outros trabalhos.









Poços de Caldas
2014


Pedro Henrique Campina








ENSAIO SOBRE A DOPAMINA:
Uma ligação entre a obra "Tempo de Despertar" e outros trabalhos.
Ensaio apresentado como parte da 1ª avaliação parcial da disciplina Matrizes
Do Pensamento em Psicologia-
Behaviorismo; Prof. Francine Coura, Curso Psicologia, 3º semestre de 2014 - Manhã. Faculdade Pitágoras, campus Poços de Caldas-MG.






Poços de Caldas
2014

SUMÁRIO




INTRODUÇÃO _________________________________________________ 4

UM SPOILER SOBRE "TEMPO DE DESPERTAR" ____________________4

DR. SAYER ENCONTRA-SE COM A "ALEGORIA" DE PLATÃO _______ 5

OS D'S: DETERMINISMO E DOPAMINA__________________________ 6

CONCLUSÃO _________________________________________________ 7

REFERÊNCIAS __________________________________________________ 8









INTRODUÇÃO

O presente ensaio tem como objetivo identificar as relações do filme apresentado em questão com os conceitos em geral da neurociência, determinismo e outras obras a fim de mostrar o quanto os filmes acertam e o quanto erram quando tratado do tema "psique". De forma sucinta, serão abrangidas algumas definições, e algumas questões serão respondidas para que haja uma compreensão sobre o assunto e evite o paradigma que reduz a prática e o uso da neurociência em filmes.


UM SPOILER SOBRE "TEMPO DE DESPERTAR"

Tempo de despertar (Awakenings, 1973), uma obra original de Oliver Sacks. Retratada num filme de drama estadunidense (1990), onde conta a história de Malcolm Sayer (Robin Williams), que ao conseguir emprego num hospital psiquiátrico não mede esforços para mudar o quadro clínico de seus pacientes, estes, com diversos casos de paralisia. Sayer ainda se compromete com Leonard Lowe (Robert De Niro), protagonista do enredo. O filme se passa sobre estes esforços, até que uma nova droga, até então recém-criada, a L-DOPA dá a oportunidade de mobilidade aos pacientes com Parkinson. Pacientes então começam a andar e operar seus movimentos quase que normalmente, ao decorrer da trama a droga vai perdendo força e regredindo os avanços, até o ponto em que não tem mais efeitos, efeitos que são demonstrado num pano de fundo voltado aos protagonistas.






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DR. SAYER ENCONTRA-SE COM A "ALEGORIA" DE PLATÃO

Platão descreve em sua "Alegoria", ou como mais conhecido, "Mito da Caverna", um diálogo de Sócrates e Glauco sobre o conhecimento e a ignorância. No contexto, pode se interpretar relacionando ao momento em que Dr. Sayer (Robin Williams) tenta falar com seus colegas de profissão, cujo todos o ignoram. Nesta doxografia, Platão (385-380 a.C)¹ explica:
[...] No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza. Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, este correrá sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomarão por louco e inventor de mentiras.
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Notemos aí, relacionando às cenas do filme, como Dr. Sayer é ignorado ao tentar mudar o cenário em que encontra os pacientes. Esta realidade que por sinal, acontece todo momento em nosso cotidiano. Uma ideia nova incomoda os padrões já habituados com determinado ambiente. E incomoda a ponto que torna o idealizador objeto de descaso e falácia. O que fica de lição – cujo já era previsível, visto que é de filme estadunidense que estamos falando – é a continuidade no trabalho que Dr. Sayer dá mesmo sem auxilio interno de colegas de profissão.





¹ Platão, livro VII da "República", obra escrita entre 385-380 a.C.
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OS D'S: DETERMINISMO E DOPAMINA

Será mesmo possível prever ou determinar tal comportamento, ou todo ele é de questão arbitrária? Parece que os behavioristas estão cobertos de razão quando defendem a ideia de que o comportamento pode ser analisado a previsões, uma prova disso quem nos dá são os neurologistas e neuropsicólogos. O que acontece com o comportamento sob efeitos de algumas drogas no organismo? P.ex., se numa cobaia injetarmos um grau mais alto do hormônio Cortisol, ela se irritará de forma imediata, ou se injetarmos mais Grelina, ela sentirá fome, mesmo sendo alimentada imediatamente. No caso de Leonard (Robert De Niro), o que aconteceu com ele e seus colegas não foi diferente, uma vez que injetada tal dosagem de Dopamina alguma coisa aconteceria, neste caso, os efeitos foram tanto físicos como comportamentais. A mais conhecida LEVODOPA como é mostrada no filme, L-DOPA², foi apresentada de forma fictícia e minimizada, passando longe daquela que seria uma droga com fins de auxiliar pacientes parkisonianos, porém, no livro de Oliver Sacks é demonstrada com mais proximidade do real.
Levodopa, ou L-dopa é uma droga que advém de Dopamina, esta que é estudada desde tempos de Hipócrates. Dopamina como se sabe, está relacionada não só na área de motricidade, mas também com o prazer, tal como, pressão sanguínea, atenção, memória, sono, humor; ou seja, é o neurotransmissor de extrema importância, ou até mesmo, o mais importante de todos, este que tem um espaço só pra ela no nosso cérebro, a ATV (Área Tegmentar Ventral), chamada de área de recompensa, fazendo função com hormônio GABA e Glutamina. Como dito, a dopamina – agora em questão- a L-DOPA não só alterou de forma a permitir que os pacientes de Mal de Parkinson voltassem a se mover naturalmente, mas também teve efeito diretamente no comportamento. Não se sabe se é de interesse do filme demonstrar isso, provavelmente não, pois só Leonard teve uma alteração trágica. O que acontece é que ao injetar uma droga em teste do nível da Dopamina, as alterações estariam sujeitas a alterações hormonais também. Todos deveriam ter mudado seus comportamentos respondentes, pois todos estavam sob efeito da mesma droga, com doses diferentes, mas com a mesma droga. O correto seria então, deixar franco as alterações de comportamento, estas que seriam diversificadas. L-dopa teria possíveis efeitos a serem observados como ansiedade, desorientação, e efeitos de atenção e memória.


² L-DOPA (L -3,4-di-hidroxifenilalanina), consagrou George Cotzias com o prêmio Lasker, e posteriormente em uma revisão, consagrou Arvid Carlsson com o Nobel de 2000. 6
CONCLUSÃO

Fica claro que é de extrema importância se ater aos estudos apresentados em filmes que se dizem fiéis às obras, e enquanto estes, fiéis a fatos reais; uma vez que todos estão passíveis a erros propositais a fim de, talvez, vender e persuadir o telespectador sobre veracidade da obra e enaltecimento de determinado autor, temos então neste ensaio, uma isegoria, esta que nos permite não só discordar e concordar com algo, mas principalmente, debater sobre todos os assuntos propostos em análise.

















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REFERÊNCIAS


CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo-SP. Editora Ática, 2003.

TEMPO DE DESPERTAR, Direção: Penny Marshall. Produção: Walter F. Parkes, Lawrence Lasker. Elenco: Robert De Niro, Robin Williams, Julie Kayner, John Heard, Penelope Ann Miller e outros. Roteiro: Steven Zaillian. Música: Randy Newman. E.U.A: Columbia Pictures, 1990. 1 DVD (121 min.), widescreen, color. Produzido por Columbia Pictures. Baseado na novela "Awekenings" de Oliver Sacks.

WEBMD, Medical Reference from Healthwise. Parkinson's Disease Health Center. 2013.
Disponível em: < http://www.webmd.com/parkinsons-disease/levodopa-medications-for-parkinsons-disease >. Acesso em: 03, abr, 2014.















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