Resenha - MALPHURS, Aubrey. Strategic Planning. Buenos Aires: Peniel, 2006.

June 1, 2017 | Autor: Gustavo E | Categoria: Missiology
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  SEMINÁRIO ADVENTISTA LATINO-AMERICANO DE TEOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSO EM MISSIOLOGIA ELABORAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS MISSIOLÓGICOS PROFESSOR: RICK McEDWARD, D.I.S. Relatório de Leitura II Gustavo Emanoel Pacheco Portes1 MALPHURS, Aubrey. Strategic Planning. Buenos Aires: Peniel, 2006. Disponível em: < http://formarseadistancia.eu/biblioteca/planeamiento_estrategico.pdf > [versão em espanhol]. Acesso em Julho/ 2014.

Sumario expositivo A obra foi lida em todos os seus capítulos (344p.), sendo que aspectos mais relevantes considerados pelo leitor foram observados de forma mais detida e reflexiva. Aspectos secundários foram lidos de maneira dinâmica; da mesma forma que os documentos encontrados no apêndice.

Comentário Crítico Planejamento estratégico constitui uma das áreas fundamentais da Missiologia, justamente neste sentido, a obra de Aubrey Malphurs, Strategic Planning, pode ser considerada um ótimo exemplo positivo para este campo. Malphurs orquestrou de forma lógica e sistemática aspectos considerados importantes em um planejamento estratégico. A estrutura sistêmica e bem organizada produzem fluência e sentido na leitura. De forma geral a obra é dividida em 3 partes; a primeira indica os                                                                                                                 1

Acadêmico da Pós-Graduação Latu [email protected] .Julho de 2014.

Senso

em

Missiologia

pelo

UNASP-EC.

E-mail:

preparativos necessários para o planejamento estratégico aliado a um pequeno briefing do que realmente é o planejamento; a segunda parte introduz o processo de planejamento propriamente dito e a terceira parte aborda a implantação e avaliação dos projetos desenvolvidos durante o planejamento. Ao fim, uma extensa lista de apêndices materializam grande parte das informações apresentadas no corpo do livro, apresentando entrevistas, testes e avaliações utilizadas no processo. Inicialmente, o autor apresenta a base para a necessidade de um planejamento: a realidade da curva sigmóide, a curva de maturação ou existência de qualquer empreendimento, inclusive uma Igreja. Na curva, as etapas nascimento, crescimento, estagnação, declínio e morte, indicam os níveis de urgência em que uma Igreja se encontra em sua necessidade de planejar estrategicamente e continuar crescendo. Algumas medidas comuns, como indica, costumam ser geralmente reativas, o que impede a execução de mudanças sólidas e planejadas a longo prazo e conseqüentemente não minimizam os efeitos do declínio e morte de uma instituição, segundo a curva sigmóide. De acordo com Malphurs, é fundamental que a Igreja que opte por um planejamento estratégico siga metodicamente os passos apresentados (ou similares), pois disto depende em grande medida o bom andamento e os bons alcances das estratégias traçadas. Os elementos constituintes do planejamento são: os fundamentos bíblicos (tanto do planejamento como das primeiras atividades na Igreja que o esta realizando (e.g. reavivamento espiritual e vida pautada por princípios bíblicos); seguidos de elaboração de valores, visão, missão, projetos (metas), implementação e avaliação. Inicialmente, Malphurs indica a necessidade de se criar um Comitê Diretivo, formado por líderes capazes que trabalhem em equipe sob a orientação de um líder gestor. Estes serão os mentores do planejamento. Esta equipe, sob a coordenação do consultor (membro externo que estará conduzindo o desenvolvimento do planejamento estratégico) irá elencar os valores fundamentais através de atividades lúdicas e dinâmicas; os quais devem refletir atributos desejáveis e importantes para aquela igreja. Em seguida, uma declaração de visão é elaborada em conjunto: uma frase breve e objetiva que indique o que a comunidade de fé deverá ser ou futuro. O passo seguinte consiste na declaração de missão, a qual deve ser bíblica e refletir a Grande Comissão (Mt 28: 18-20), que indicará o caminho a seguir e o que realizar para que a visão se concretize. Finalmente, os lideres elaborarão a estratégia necessária para que este futuro seja alcançado, segundo os valores expostos e de acordo com a declaração de missão. Aspecto fundamental durante o desenvolvimento da estratégia são as análises interna e externa, pela equipe estrategista. A análise interna consiste em uma avaliação do ministério:

atividades, dedicação, resultados (de acordo com critérios mensuráveis pré-estabelecidos pela equipe ou normativas da igreja) que tem sido evidentes até então. A análise externa, consiste em um reconhecimento através de instrumento de pesquisa (1) demográfica e (2) psicográfica da comunidade em que a Igreja está inserida. Ao fim, ambos resultados são comparados, com o fim de indicar a relevância e eficácia da igreja em seu entorno. De igual forma, a análise externa revela o perfil dos indivíduos da comunidade em suas variadas características e necessidades, assim como a interna revela o perfil da Igreja (se focada para o interior (como uma Igreja de eventos) ou para o exterior (missionária)). Com base nestes resultados, procura-se delimitar qual a melhor área em que a igreja deve estar inserida; qual será seu grupo social alvo e quais os ajustes necessários para a que igreja possa efetivamente cumprir sua missão, de acordo com os valores pré-estabelecidos em alcançar este grupo. Um orçamento planejado e coleta de fundos são requeridos. Aspecto importante indicado – implicitamente – por Malphurs é a necessidade de total coerência, harmonia e inter-relacionamento entre todos os elementos do planejamento (missão, valores, visão e estratégia) para o ótimo andamento e sólida execução. Posteriormente, Malphurs indica que para a aplicação das estratégias desenvolvidas, deve-se considerar previamente quais possíveis barreiras impediriam a aplicação e procurar minimizálas. A aplicação deve seguir critérios de prioridades através de metas estabelecidas, respeitando prazos e sendo rigorosamente acompanhadas. Extremamente imprescindível é, ao fim, a avaliação sistemática da implementação e dos processos nela incluídos. A avaliação, como indica, permite identificar desvios, maximizar oportunidades e evitar que o processo de implementação tome rumos indesejáveis. Além dos capítulos abrangentes, a obra dispõe de exemplos e modelos práticos de avaliações e processos na lista de apêndices que podem ser utilizados durante o planejamento, conferindo ainda maior aplicabilidade ao conteúdo do livro. Strategic Planning constitui ferramenta útil e relevante para o missiólogo devido a sua versatilidade, detalhamento e compreensão clara dos passos do planejamento. Alguns aspectos, porém, limitam os conceitos à organizações que detenham sistemas organizacionais abertos, sobretudo congregacionalistas. Igrejas como estas possuem ampla autonomia não apenas para contratar novos lideres e empreender mudanças estruturais, como redefinir [ou construir] (até mesmo de forma drástica) sua declaração de missão e valores. Uma alternativa a este modelo, indicado por Malphurs é o plantio de novas igrejas, de forma que desde seu nascimento sejam orientadas para os fins propostos pela visão, valores e declaração de missão.

Um segundo aspecto delimitador do livro em relação aos modelos organizacionais das variadas denominações citadas é a amplitude e foco das declarações de missão. Igrejas tradicionais provavelmente derivarão suas declarações de fontes superiores como uma declaração de missão organizacional ou semelhante. Em contraste, a ênfase logo no início do livro de que o planejamento estratégico apresentado não pauta-se pelo passado ou presente, mas sobretudo pela busca (e construção) de um futuro desejável enfatiza a importância do aspecto visionário e empreendedor desta modalidade. Certamente um critério favorável ao sucesso da implementação. Por fim, os princípios indicados e a ordem lógica e coerente de um sólido planejamento estratégico constituem forte recomendação desta obra à missiólogos e plantadores de Igreja.

Conclusão Sem um sólido planejamento estratégico poucas Igrejas podem resistir às mudanças sociais e culturais que afetam sua vida no modelo da curva sigmóide. Entretanto, um planejamento que não pauta-se por princípios e fundamentação bíblica será pouco eficaz e coerente com a missão de referência (Grande Comissão) dada por Cristo. No contexto das Três Mensagens Angélicas de Apocalipse (14:6-12), é fundamental valer-se desta importante ferramenta missiológica para o cumprimento da missão do remanescente. Neste sentido, Strategic Planning é uma ótima referencia para balizar projetos de crescimento,

contextualização

e

plantio

de

igrejas;

especialmente

no

momento

contemporâneo, onde as transformações urbanas e globais requerem o uso criterioso e sábio, à luz das Escrituras e sob o contexto da mensagem do remanescente (Ap 14: 6-12), de todas as ferramentas de que o missiólogo dispõe, sobretudo o planejamento estratégico.  

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