Resenha - Mc Donalds - A dieta do Palhaço

June 24, 2017 | Autor: Lucas Duarte | Categoria: Social Sciences, Food and Nutrition
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Curso de Engenharia de Alimentos

“Super size me – A dieta do palhaço", a influência do Mc Donald’s sobre uma geração de consumidores fast-food

Lucas Simões Duarte

Bagé, Outubro/2014

Lucas Simões Duarte

“Super size me – A dieta do palhaço", a influência do Mc Donald’s sobre uma geração de consumidores fast-food

Resenha referente ao documentário “Super size me – A dieta do palhaço", exibido na disciplina Metodologia da pesquisa, realizada na Universidade Federal do Pampa. Prof. Dr. Paulo Fernando Marques Duarte Filho

Bagé, Outubro/2014

SUMÁRIO

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RESENHA ......................................................................................................... 01 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 03

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RESENHA “Super size me – A dieta do palhaço", a influência do Mc Donald’s sobre uma geração de consumidores fast-food

O documentário “Super size me – A dieta do palhaço” retrata o perfil pouco saúdável da maioria dos frequentadores de lanchonetes de fast food nos EUA em específico da empresa Mc Donald’s. Ao longo da década, essa, que é a principal do setor no mundo, tem sofrido acusações por clientes e intelectuais de que seu programa mercadológico induz ao consumo de lanches em quantidades prejudiciais à saúde (associado ao crescimento da obesidade e problemas crônicos vinculados a esta), especialmente aos mais vulneráveis a esse estímulo, os jovens e as crianças. Os Estados Unidos da América é o país com maior número de pessoas acima do peso admitido como normal, um fator de risco a doenças como diabetes, problemas cardíacos e outros, naturalmente mais propensos em adultos e idosos. Entretanto, nessa mesma faixa, observou-se que nos últimos 20 a 25 anos (anteriores ao lançamento do documentário) aumentou-se consideravelmente a proporção de adolescentes e crianças com problemas derivados do peso. Tal prognóstico reflete o comportamento sedentário e de alimentação rica em calorias e pouco nutritiva da maioria. Em 2003, mais de 60% dos norte americanos não se exercitava frequentemente. Fator que se soma ao acesso fácil e barato às comidas prontas, as fast foods (cerca de 40% da população faz muitas de suas refeições em lanchonetes). Mercado, esse, dominado pela rede Mc Donald’s, que corresponde a 43% do setor no país, e em praticamente todos os países. Dados indicam que o alto consumo destas últimas iniciado antes dos 15 anos está relacionado a uma redução na expectativa de vida de entre 15 anos de vida. É tão alarmante que as previsões médicas indicam que a má-alimentação poderá ser mais mortal do que o cigarro no futuro, ao passo que a epidemia de obesidade é socialmente aceita. Em função disso, advogados, médicos e consumidores responsabilizam esse fenômeno à indústria de alimentos, em especial à rede. Em um caso que ganhou conhecimento público, duas garotas muito acima de seu peso ideal processaram a companhia por afetar o seu comportamento alimentar, ao incitarem o consumo de lanches sem grande risco aparente ao consumo e não alertarem de possíveis malefícios.

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Em contrapartida, a rede se defendeu afirmando que é notório que lanches processados são menos nutritivos e que a saúde é responsabilidade de escolhas individuais de estilos de vida e da falha política governamental de estímulo ao exercício físico. Em função disso, o autor do documentário expôs sua investigação pelas diversas lanchonetes da rede, como também, propôs testar em si mesmo os efeitos à saúde pela ingestão de fast foods, ao restringir sua dieta a lanches do Mc Donald’s por um mês. A avaliação de seu estado de saúde, antes e durante o experimento, foi acompanhada por médicos especializados. Partiu de boas condições de saúde (com IMC ideal, sem disfunções metabólicas e condições físicas boas), mas, após visitas frequentes aos médicos, em duas semanas já apresentava sinais de saúde debilitada, com mal-estar e palpitações, confirmados pelos exames, que indicaram inflamação no fígado pela alta concentração de gordura ingerida e desregulação de várias funções em seu organismo. Alimentando-se em todas as refeições dos produtos mais calóricos da rede e, geralmente, com maiores quantidades de comida, o próprio presenciou como é a vida de um viciado em junk food (comidas altamente calóricas e não nutritivas). Sentindo-se cansaço e, por vezes, sem ânimo e melancólico, acompanhava as adaptações do seu corpo à nova dieta. Quando voltava a comer sentia a sensação de alívio e prazer pelo ato. Especialistas comparam os efeitos viciantes da comida ao de drogas, o corpo estimula o consumo de compostos gordurosos e adocicados, como a cafeína dos refrigerantes e o glutamato de sódio dos hambúrgueres. A própria forma de processamento dos produtos resulta em um alimento “irresistível”, mas mais nocivo ao organismo: os produtos de carne passam por diversos tratamentos como empanagem, adição de conservantes e aromatizantes, e geralmente fritas. O autor foi além e procurou desvendar que elementos além da comida saborosa estão por trás do sucesso da corporação. O consumo crescente de fast food é atribuído a massivos estímulos: Por pouco dinheiro a mais, é possível aumentar a porção de comida, sendo a proporção dos lanches da empresa classificada como júnior a gigante bem maior aos padrões de décadas atrás; Os voltados para o publico infantil são inúmeros, as próprias lanchonetes são centros de “recreação infantil”, oferecendo playgrounds e brindes nos produtos, como brinquedos, muitos reforçados por desenhos animados homônimos emitidos como propaganda. O famoso palhaço da rede é

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reconhecido por grande parte das crianças. Criando, assim, um vínculo prematuro da empresa com seus futuros consumidores, associado a momentos prazerosos e alegres. Há uma forte corrente de oposição contra o abuso pelas indústrias, não só mercadológico, mas também de influência econômica sobre decisões políticas, pressionando políticos que vão contra seus interesses e atuando em Washington através de seus lobistas. Com o apoio do governo, suprimem programas de alimentação saudável em escolas, por exemplo. É, também, visível na maioria das escolas o descaso com a educação alimentar e física por muitos gestores, já que a alimentação saudável é menos rentável e a disciplina de educação física não é obrigatória na grade escolar do jardim ao colegial (exceto em um estado norte americano). Outro setor afetado por esse jogo de influência é o da saúde, devido aos efeitos associados à má-alimentação, os custos médicos dobraram até 2002. Além do favorecimento econômico de indústrias como a farmacêutica, que lucra com pílulas de emagrecimento, por exemplo. O abrangente e influente programa de estímulo ao consumo de produtos de comprovada baixa qualidade nutricional do Mc Donald’s nos EUA, apoiado em políticas favoráveis e maciços investimentos, preocupa os especialistas em saúde e ética, pois vem moldando o comportamento social, permeando-se na cultura americana e no imaginário infantil, para vender mais e mascarar os efeitos danosos de sua política de mercado indiferente à segurança alimentar da população.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SUPER size me – A dieta do palhaço.Net. Produção de J.R. Morley & Heather winters. Escrito e dirigido por Morgan Spurlock & THE CON. Kathbur Pictures, 2004. Estados Unidos: 96 min. Disponível em: . Acesso em 15 out. 2014.

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