Resenha - Reificação e utopia na cultura de massa inc.

JAMESON, F. Reificação e utopia na cultura de massa. In: Jamerson, F. As
marcas do
visível. Rio de Janeiro: Graal, 1995. p. 9-35.Louro.

Jurandir Lima dos Santos[1]




No artigo Reificação e utopia na cultura de massa, Jameson faz uma
analise das manifestações reificadas da sociedade cada vez mais capitalista
em sua etapa multinacional. Para o autor, essa ideia multinacional traz
indivíduos que primeiramente se relacionam com o universo das imagens que,
segundo ele, é o universo cultural e consequentemente, só apos esse contato
venha a estar com o produto. Esse relacionamento do sujeito com essas
imagens predem-nos a uma espécie de teia de consumo no qual, ao aceitar os
argumentos de Debord, o autor concorda com o mesmo ao dizer que a imagem se
tornou uma forma de mercadoria. Segundo Debord (1997) citado por Frederico
(2010 p,179), "a imagem reproduz a forma-mercadoria altamente
desenvolvida", e com o desenvolvimento e a expansão dos meios de
comunicação à imagem assume um "sentido muito especial no universo
midiático". Sobre isso Jameson diz:


(...) o novo carro da moda é essencialmente uma imagem que
outras pessoas devem ter de nós e consumimos menos a coisa
em si, mas sua ideia abstrata, aberta a todos os
investimentos libidinais engenhosamente reunidos para nós
pela propaganda. (JAMESON, 1995, p.4)


A imagem, nesse sentido, é utilizada ainda de acordo com Deborg como
uma forma de mercadoria adquirindo cada vez mais importância frente aos
meios de comunicação. No entanto, para Jameson, esse conceito "introduz a
possibilidade de diferenciação estrutural e histórica no seio daquela que
foi concebida" abreviando o caminho para a retificação não favorecendo a
reflexão individual.
Fugindo das analise negativas, o autor vai nos indicar ao comparar
filmes como Tubarão, de Steven Spielberg (1975), e as duas partes de O
poderoso chefão, de Francis Ford Coppola (1972 e 1974), o que chama de
potencial "utópico" e "transcendente" dessa própria cultura uma vez que,
mesmo sendo produtos da massa, consegue transcender o tempo e a noção de
espaço trazendo junto a isso, uma sensação de utopia. Ora, se os filmes
são, muitas vezes, um retrato da sociedade, então refletir sobre eles
significa uma compreensão de visões de mundo. Nesse sentido é sábio
concordar com o autor quando o mesmo diz que essas obras da cultura de
massa não podem ser ideológicas sem serem implícita ou explicitamente
utópicas. Outras observações de Jameson são apresentadas ao longo do seu
trabalho como, por exemplo, o da "materialização" na arte contemporânea. Ao
trazer Adorno e suas análises marxistas, o autor nos diz que "a
materialização ou a reificação constituem um traço estrutural-chave tanto
no modernismo quanto da cultura de massa" uma vez que a cultura de massa já
esta administrada ao passo que a reificação adentra na estrutura da obra
de arte.
Para Jameson, toda a obra de arte seja ela da cultura de massa ou da
alta cultura contem " o nosso imaginário mais profundo sobre a natureza da
vida social, tanto no modo como a vivemos agora como naquele [...] que
deveria ser" nesse sentido, não se pode subestimar o poder da indústria em
transformar as ideias mais criticas em mercadoria. Numa sociedade onde a
presença da imagem passa a ter um valor cada vez mais relevante a própria
transformação da mercadoria em imagem como aponta o autor "[...] a forma
ultima da reificação mercantil na sociedade de consumo contemporânea é
precisamente a própria imagem".
























REFERENCIA



BAUDRILLARD, Jean. A Sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Elfos Ed.;
Lisboa: Edições 70, 1995.
FREDERICO, Celso. Debord: do espetáculo ao simulacro. Matrizes, São Paulo,
ano 4, n. 1, pp. 179-191, jul./dez, 2010.
JAMESON, F. Reificação e utopia na cultura de massa. In:___, F. As marcas
do
visível. Rio de Janeiro: Graal, 1995. p. 9-35.Louro.
JESUS, Altair Reis, A imagem como mercadoria e a juventude no universo
midiático do consumo. In: O Olho da Historia, ano 12, nº 9, Dezembro, 2006







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[1] Graduando do nono do Curso de Letras com Habilitação em Língua
Inglesa, pela UNEB - 1 Universidade do Estado da Bahia, Campus-II,
Alagoinhas-BA.