Resenha_CARDOSO, Ciro Flamarion. De Armana aos Ramsés

June 22, 2017 | Autor: S. Semíramis Sutil | Categoria: Ancient History
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Fichamento acadêmica Séfora Semíramis Sutil Moreira1 CARDOSO, Ciro Flamarion. De Amarna aos Ramsés

1. A reforma Armaniana Aton é o demiurgo criador, deu forma a si mesmo, criou toda a terra, deu forma a tudo que nela está – é o pai e mãe de tudo que criou. Sendo o criador, Aton é também o “senhor” de tudo criado. O ato de criação divina se renova a cada dia como a aparição do sol nascente. O rei, Akhenaton, filho de Aton, tem renovados os seus sentimentos e sabedoria no ato de adoração ao pai, seu criador. 1.1.

Religião

Na virada do séc. XVI para o XV a.C. há a adoção de um novo deus dinástico. As tentativas de maior sucesso, de parte dos reis, no sentido de promover sua própria divindade e diluir a estatura de Amon, seu templo Karnak e seus sacerdotes multiplicaram iniciativas em paralelo ao seu culto. Assim, Amenhotep II teve gestos em favor de Aton e promoveu seu próprio culto em vida. Na dinastia seguinte, Ramsés II, além de instalar e dotar culto a si mesmo, tendeu a honrar em conjunto os três grandes deuses dinásticos tradicionais – Amon, Ra-Harakhty e Ptah, como ele próprio como quarto deus que fosse uma espécie de síntese dos outros três. A grande originalidade da religião de Amarna aparece em determinadas ausências. Ausência de qualquer forma de pensamento mítico, da dor, do sofrimento, das dificuldades, de toda e qualquer preocupação ética, ausência da religião funerária tradicional e da possibilidade de um diálogo pessoal direto das pessoas comuns com os deuses. Os templos de Amarna foram dedicados a uma nova tríade divina inventada – o deus Amon, sua esposa Mut e seu filho Khonsu. Não havendo estátuas nos templos

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Graduando em licenciatura/ bacharelado em História pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - 2014

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estes não possuíam teto, o Sol neles penetrava para receber as oferendas (flores e guirlandas com alguma proeminência). 2. Reformas de Amarna Acreditam alguns que o impacto maior da reforma, do ângulo social, tenha sido econômica e administrativa, embora não haja indícios disso. É possível que os templos tradicionais tenham sido fechados e suas terras e riquezas transferidas aos dois deuses que restaram: Aton e o faraó seu filho. Isto pode ter ocorrido em decorrência ao aumento populacional da cidade de Akhetaton. 3. A restauração da ortodoxia e o advento da Era Raméssida A derrota da reforma de Akhenaton se deu sem nenhuma resistência de Tutuankhomon, que era ainda uma criança (Sob tutela do Chefe dos carros de guerra, Ay, um antigo funcionário que seria próximo ao Faraó. Uma grande epidemia assolou o Egito, o que pode explicar a fácil transição através da qual passou a ortodoxia. O general Horemheb, ao torna-se rei, casou-se com um das filhas de Ay, eles vinculavam-se à XVIIIª Dinastia. O reinado dele foi claramente de transição no quadro da monarquia egípcia: apresentou traços típicos da XVIIIª Dinastia, mas prenuncia a Dinastia seguinte. Sua tumba inaugurou tendências seguidas na Era Raméssida, residiu em Mênfis, em vez de Tebas (um padrão que a Dinastia seguinte prolongou). Como Horemheb não teve filhos adotou como herdeiro um plebeu, Ramsés, e sua esposa também plebéia eles formaram a XIXª Dinastia (Em conjunto com a XXª Dinastia integra a Era Raméssida). Com Ramsés I a XIXª Dinastia apresenta pontos comuns com as demais, como a busca do prestígio monárquico por meio de atividades militares, ereção de monumentos gigantescos, divinização do soberano e culto ao rei vivo. Entretanto, nota-se diferenças com a forte afirmação dos laços familiares entre as relações de pais e filhos; busca de causas históricas por meio da associação do culto ao monarca atual; vontade de romper com a herança amarniana e restaurar em certos domínios. Na Era Raméssida o Baixo Egito alcançou o Alto Egito em termos de população. Os reis reméssidas deixaram desenvolver-se na cidade e em sua região de influência um tipo de administração sacerdotal, com decisões importantes sendo tomadas por um oráculo de Amon. Tenderam a abandonar a administração de terras, dentre as já

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desenvolvidas para a agricultura e a pecuária, enquanto se ocupavam da política exterior e do fomento urbano e rural da parte setentrional do Egito. Do ponto de vista religioso, tem-se a retomada da ortodoxia com a afirmação da primazia do deus Amon-Ra de Tebas; divinização e culto do Faraó vivo; as tubas deixaram de ser decoradas com cenas da vida cotidiana e deram lugar a imagens de deuses; multiplicaram-se as construções de templos a Amon-Ra e a outros deuses (RaHarakhty, Ptan e Seth). Ramisés I contruiu a grande sala Hipóstila do templo de Amon em Karnak. Ramsés I foi sucedido por seu filho Saty, após pouco menos de dois anos de reinado. Seu filho deu início da uma nova era ao assumir o título de “Repetidor de nascimentos”. Sety tinha a intenção de se igualar ao maior construtor da XVIIIª Dinastia, Amenhotep III. Assim dando prosseguimento da à obra de seu pai – assim como numerosas obras em Tebas ocidental. Iniciou as obras de sua tuba no Vale dos Reis (considerada a mais magnificamente decorada), sete capelas no templo dos deuses (sendo uma ao seu próprio culto), dentre outras. Coube a seu filho, seu sucessor, Ramsés II concluir suas obras, este novo monarca suplantou em muito seu pai e todos os faraós anteriores na glorificação e deificação de si mesmo. Não Somente multiplicou suas estátuas de culto como usou uma simbologia que o equiparava aos grandes deuses. Seu nome de trono era User-Maat-Ra, uma menção a deusa Maat.

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