Resíduos do humano: experiência e linguagem na literatura italiana das últimas décadas

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Resíduos do humano: experiência e linguagem na literatura italiana das últimas décadas 20 – 24 de junho Florianópolis Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo: O Seminário Internacional “Resíduos do humano: experiência e linguagem na literatura italiana das últimas décadas” traz para o foco da discussão uma reflexão sobre a produção poética e narrativa italiana, da segunda metade do século XX até a contemporaneidade, a partir da dilaceração que envolve tanto o uso do meio expressivo como o sujeito/objeto da enunciação/representação. Em outros termos, busca-se refletir sobre uma literatura que, se de um lado pode apresentar fortes raízes realistas, de outro, é permeada de fraturas, digressões e matizes que colocam em discussão o estatuto da palavra e o estatuto do humanismo. O espaço de diálogo e debate entre os conferencistas será considerado aqui um modo de operar em conjunto, problematizando todas as instâncias envolvidas, nos diferentes campos de conhecimento/atuação. O formato de seminário escolhido para o desenvolvimento dos trabalhos visa promover uma maior interação dos professores convidados com a comunidade acadêmica. Objetivo geral O objetivo geral é promover e estimular o debate e a reflexão tendo como ponto de partida a temática escolhida para o seminário, “Resíduos do humano: experiência e linguagem na literatura italiana das últimas décadas”, e seus desdobramentos. Constitui-se assim mais um importante espaço de trocas sobre a perspectiva teórica e sobre a literatura e

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cultura italiana. A possibilidade de reunir os estudiosos permitirá uma série de trocas intelectuais. A ideia de oferecer dois minicursos concentrados tem como objetivo reunir um maior número de pesquisadores e alunos de pós-graduação e graduação nos pontos selecionados para a discussão. É com esses pressupostos que se espera estimular e fomentar um profícuo diálogo com professores pesquisadores de diferentes instituições e fortalecer a área de literatura italiana no Brasil. Objetivos específicos Discutir os seguintes temas nas mesas e nos minicursos propostos com os professores convidados para o evento internacional: - crise da linguagem na narrativa e na poesia italiana a partir da segunda metade do século XX; - resíduos do eu e do personagem; - rastros e ruínas da história; - tendências antihistoricistas; - tentativas de dizer o indizível; - novas formas do dizível; - perda de uma experiência contável; - vertentes pós-humanistas; - palavras incomunicáveis e palavras do comum. Importância, impactos e resultados A importância do seminário “Resíduos do humano: experiência e linguagem na literatura italiana das últimas décadas” está em reunir especialistas da área de italianística para discurtir sobre os caminhos da literatura nas últimas décadas e sua relação com outras disciplinas, como por exemplo a filosofia, a história e a arte. A proposta temática do evento já pressupõe na sua origem um impacto para o campo da teoria e crítica literária, em particular no campo da italianística, cujo resultado ficará registrado em vídeo (disponível no site do evento - ainda em construção) e nos anais que serão posteriormente publicados em edição bilingue.

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A realização desse seminário de cunho internacional irá incentivar a troca intelectual entre as diferentes instituições brasileiras e entre colegas do exterior. As contribuições e discussões irão certamente repercutir em futuras pesquisas e na formação continuada (graduação e pós-graduação). Um outro aspecto importante é intensificar e legitimar uma rede internacional de pesquisadores que para além do evento continuarão a colaboração académica e intelectual. Outro fator, muito importante, é o amadurecimento e fortalecimento da área de italianística no país. Coordenadora do evento Patricia Peterle Comissão organizadora Patricia Peterle (UFSC) Andrea Santurbano (UFSC) Comissão Científica Meritxell Hernando Marsal (UFSC) Prisca Agustoni (UFJF) Aurora Fornoni Bernardini (USP) Lucia Wataghin (USP) Sergio Medeiros (UFSC) Programação Dia 20.06.16 (segunda-feira) e 23.06.16 (quinta-feira) 9h30 – Prof. Enrico Testa - Minicurso Organizzare il disordine: l’ortopedia della sintassi e le slogature del male È convinzione diffusa che nell’età contemporanea male e disordine siano ormai percepiti come fenomeni ‘senza trauma’, in cui i ruoli della vittima e del carnefice (come già in alcuni racconti di Kafka) non si distinguono più in un’atrofia generale e in un’unica dimensione di irresponsabilità. Un fatto illustrato sia da numerosi film e romanzi che da alcuni studi sull’argomento (Bauman, Mazzarella, Giglioli, Rella). Il Corso intende tornare ‘indietro’ e verificare come alcuni grandi narratori del secondo Novecento e di oggi abbiano cercato di dar segno e testimonianza della dimensione residua dell’umano quando patisce le leggi del male e del disordine ponendo un argine ad essi ed elaborandone, talvolta, una critica. Non con la retorica dei buoni sentimenti ma con i mezzi del linguaggio e della tecnica compositiva. E inventandosi, a tale scopo, diverse strategie rappresentative e, soprattutto, sintattiche. Una rilettura che può forse contribuire al raggiungimento di due obiettivi: interrogarci sul ‘valore estetico’ del male che percorre – in realtà da almeno due secoli ma oggi ancor più evidentemente – le età moderna e post-moderna; e ripensare la questione della sua retorica (ché c’è pure una pesante e stucchevole retorica dell’insensatezza e della gratuità del male) in una prospettiva anche etica che, nei giorni nostri, appare sottoposta a processi aleatori e strumentali. Durante il Corso verranno letti e analizzati brani dalle seguenti opere: La tregua (1963) di Primo Levi; La giornata d’uno

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scrutatore (1963) e Le città invisibili (1972) di Italo Calvino; Morte dell’inquisitore (1964) e Atti relativi alla morte di Raymond Roussel (1971) di Leonardo Sciascia; Casa d’altri (1953) di Silvio D’Arzo; L’angelo nero (1991) e Requiem (ed. it.: 1992) di Antonio Tabucchi; Fata Morgana (2005) di Gianni Celati. 14h30 – Prof. Fabio Pierangeli - Minicurso Raccontare la storia: l’emigrazione, le due guerre mondiali, il dopoguerra fino a metà degli anni Settanta. Il mini corso intende ripercorrere alcune tappe della storia italiana, dalla Prima Guerra Mondiale all’omicidio di Pasolini, attraverso capitoli fondamentali della narrativa del Novecento, riflettendo come la letteratura, con il suo specifico linguaggio, si ponga come testimonianza profonda sulla verità dell’uomo nel contesto storico, con punti di vista anche assai diversi, ma mai banali negli esempi considerati.

Dia 21.06.16 (terça-feira) e 24 (sexta-feira) 9h30 - Minicurso 3 “Poetiche in conflitto: percorsi della poesia italiana del secondo dopoguerra” (Parte I) Prof. Andrea Gialloreto (Univ. “G. d’Annunzio”, Chieti-Pescara) Il breve corso prenderà in considerazione i campioni più rappresentativi della ricerca poetica degli anni tra il 1945 e il 1956 facendo emergere il conflitto delle poetiche concomitanti in un periodo cruciale per il rinnovamento del genere lirico (durante il decennio postbellico si avvicendano e si confrontano le esperienze del postermetismo, della poesia neorealista, del neosperimentalismo e dei Novissimi). Si darà conto del dibattito culturale sulle sorti della poesia esaminando le posizioni dei protagonisti delle diverse tendenze in atto e valutando l’apporto di importanti riviste quali «Officina», «L’esperienza poetica», «Il Verri», “Nuova Corrente”. Si proporrà la lettura di una scelta di testi e interventi sulla poesia di Salvatore Quasimodo, Rocco Scotellaro, Franco Fortini, Elio Filippo Accrocca. Dia 22.06.16 (quarta-feira) 8h30 - 12h00 - Mesa-redonda I “Voci portate da qualcosa”. La solitudine del linguaggio Prof. Enrico Testa (Univ. Genova) Un grido e paesaggi: riletture Profa. Lucia Wataghin (USP) «O perduto perduto perduto discorso»: resistenze e crolli della parola poetica nell’epoca dell’uomo “a una dimensione” (poesie tristi alla poesia di Bodini, Zanzotto, Wilcock, Ripellino) Prof. Andrea Gialloreto (UNICH) La lingua morta della letteratura. Manganelli, Wilcock e dintorni 4

Prof. Andrea Santurbano (UFSC) 14h30 - 17h00 - Mesa-redonda II «Nemico della realtà mai!». Per Pasolini Prof. Fabio Pierangeli (Univ. Roma) La 'traduzione' della parola nella poetica corporizzata di Rina Sara Virgillito Prof. Sergio Romanelli (UFSC) Rovine, scritture in negativo Profa. Patricia Peterle (UFSC)

----- Abstracts ----Andrea Gialloreto - «O perduto perduto perduto discorso»: resistenze e crolli della parola poetica nell’epoca dell’uomo “a una dimensione” (poesie tristi alla poesia di Bodini, Zanzotto, Wilcock, Ripellino) Tra gli anni Sessanta e i Settanta, nella fase economica dominata dal tardo capitalismo e investita dai primi segni di crisi dell’assetto culturale e produttivo (il modello del boom e dell’integrazione di cui gli intellettuali iniziano a cogliere i riflessi sul piano delle coscienze e dei sintomi di alienazione), la poesia rivaleggia con il romanzo nel prospettare scenari apocalittici e di disintegrazione del senso, da un lato concentrandosi sulle proprie residue possibilità di rivelazione, di straniamento e di deformazione in chiave critica del reale, dall’altro sperimentando inedite torsioni per una lingua sliricata o fastosa, portatrice delle contraddizioni e degli azzardi che ogni operazione di ristrutturazione e rinnovamento dei codici espressivi comporta. Gli autori presi in esame, diversamente dai poeti novissimi e da quelli engagés, sentono di muoversi in una condizione postuma della letteratura, spazio di autonomia assoluta entro il quale il linguaggio tenta giochi funambolici, riaggregazioni e contaminazioni, nella consapevolezza di celebrare i cerimoniali di una sfida mortale (collocandosi tra destino del singolo e orizzonte sociale, tra «la parola morte» e la morte della parola). Andrea Santurbano - La lingua morta della letteratura. Manganelli, Wilcock e dintorni Attraverso un reticolato teorico e tematico, che comprende autori quali Landolfi, Delfini, Wilcock, Manganelli e Blanchot, si vogliono ripensare spazi letterari in cui le parole s’imbattono nella loro insignificanza, perdendosi in farfugliamenti, vaniloqui e silenzi, oppure facendosi straniere e incomprensibili. Sospesi un passo “al di là”, sulla soglia di una narrazione che non è più relazione di fatti, bensì centro di forza in cui il linguaggio ha sempre la possibilità di un nuovo inizio, questi stessi luoghi traccerebbero piuttosto la possibilità per la letteratura di differirsi in un movimento continuo contiguo all’(in)esperienza di morte.

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Enrico Testa - “Voci portate da qualcosa”. La solitudine del linguaggio Una rapida esposizione critica del pensiero novecentesco sui limiti del linguaggio attraverso esempi tratti dall’opera di pensatori (Blanchot, Foucault, Steiner), poeti (Sereni, Caproni, Celan) e narratori recenti (Tabucchi, Celati). Una serie di ‘campioni’ che verrà però posta in dialettico rapporto con posizioni diverse quali sono rappresentate da alcuni poeti (ad esempio Luzi) e da filosofi come Levinas. Fabio Pierangeli - «Nemico della realtà mai!». Per Pasolini I Il dono e la condanna di una interrogazione abissale accompagnano l’opera e la vita di Pier Paolo Pasolini, interrotta in modo orrendo a soli cinquantatré anni. Ha divorato la vita con maggior avidità: rientra nella logica dei fatti morire ancor «giovane», aveva scritto di se stesso. A quarant’anni di distanza dalla tragica morte, l’eco della domanda va ben oltre la fine (l’immagine conclusiva di Teorema), più attuale del desiderio narcisistico, dello scandalo, dell’atteggiamento polemico che pur la muovono, costituendone elementi necessari. L’urlo che deforma i lineamenti nel parossismo e nella intensità, come il corpo caduto da cavallo e trascinato sulla strada polverosa e sulla pietre si contrappone, figurale contrappasso, al vuoto volgare intravisto nei giovani dalla metà degli anni Sessanta in poi. Nel linguaggio e nel corpo. Pasolini ha scontato con l’atroce morte la presunta ignavia dei ragazzi, la «paurosa» assenza di desiderio, di creatività, di inizialità, che ha nell’appiattimento del linguaggio (un balbettio informe e uniforme) uno dei risultati più dissacranti, orrendi e inaccettabili per il poeta. Il problema linguistico e quello antropologico sono dunque inseparabili nell’idea di genocidio che il poeta ha disegnato nei suoi ultimi anni di vita. Paradossalmente nella età dell’edoné, del piacere, del consumismo che ha sostituito l’età della pietà (la società millenaria pre-industriale) non si hanno desideri se non quelli omologati e «borghesi», imposti uniformemente dalla società. Il sottoscritto poteva essere uno di quegli adolescenti della prima metà degli anni Settanta investiti dalle furiose, disperate, invettive dello scrittore corsaro e luterano che intravedeva un passaggio storico avvenire in quegli anni:«È stata la televisione che ha, praticamente, (essa non è che un mezzo) concluso l’età della pietà, e iniziato l’era dell’edonè». Aveva ragione Pasolini, da un punto di vista intellettuale, artistico, linguistico a “prendersela con i giovani”, quelli che negli anni successivi hanno costruito l’Italia? L’intervento cercherà una risposta a queste interrogazioni, accennando brevemente all’opera di Eraldo Affinati, scrittore nato a Roma nel 1956, appartenente dunque, pienamente, a quella generazione così ostinatamente e duramente criticata da Pasolini eppure capace di un impegno letterario e umano di rilievo assoluto. Lucia Wataghin - Un grido e paesaggi: riletture Si propone in questo intervento una breve rilettura dell´ungarettiano Un grido e paesaggi, di cui abbiamo curato l´edizione bilingue in Brasile. Di particolare interesse in Brasile, per i suoi riferimenti al soggiorno del poeta in questo paese, il libro si presenta come sostanzialmente diverso rispetto alla linea centrale, grave e elevata, della poesia di Ungaretti, dal Sentimento del Tempo alla Terra Promessa. In questo intervento si cercherà 6

di mettere in luce il peso avuto dai rapporti con le avanguardie brasiliane nella composizione della raccolta. Patricia Peterle - Rovine e scritture in negativo Le rovine sono, come l’arte, un invito per sentire e percepire il tempo. Tempo questo che ormai non si regge più su una linea ordinata, dominata da Chronos. Il tempo delle macerie è una confluenza di tempi – quelli già stati e quelli che non ci sono più; e basta uno sguardo, un incontro, dovuto sempre ad una esposizione e ad una disposizione, per far scattare una tensione reciproca, una spartizione. Spartizione di silenzi e voci. Aperture che lasciano trasparire spicchi di tempi, di linguaggi, fitti nodi, tensioni di composizioni e montaggi che ci toccano; ed è proprio questo toccare – questo ascoltare – che fa risuonare qualcosa. In tal senso, il linguaggio è lo spazio per eccellenza dell’esporsi; e, se si pensa alla letteratura, essa è uno spazio d’intesa, di presenze, di un confrontarsi, del perdersi e del ritrovarsi (ma non come prima), infine, della nascita e della morte. Quello che interessa è anche il gioco dell’intrecciarsi, di scambiarsi perfino i ruoli, chissà se nel tentativo di recuperare un’identità già persa e difficile ormai da afferrare o di attestare questa stessa perdita e, di conseguenza, il vuoto lasciato. Rovine quindi di un “io”, la cui unica possibilità è solo quella di pensarsi insieme agli altri; rovine pure di un linguaggio, che solo disarticolandosi, sgretolandosi è capace di “parlare”. A partire da queste considerazioni, si cercherà di proporre una lettura attraverso sentieri poetici che possono caratterizzarsi come scritture in negativo, verso un’esteriorità inappropriabile. Sergio Romanelli - La ‘traduzione’ della parola nella poetica corporizzata di Rina Sara Virgillito La ‘traduzione’ della parola nella poetica corporizzata di Rina Sara Virgillito È davvero un percorso di scintille, come afferma Bulgheroni (2002), quello tracciato nella poesia italiana della seconda metà del ventesimo secolo da Rina Sara Virgillito, poetessa milanese, ma di origini siciliane. In questo intervento traccerò alcune tappe di questo percorso artistico peculiare seguendo la parola corporizzata di Virgillito e soprattutto la sua incarnazione più alta nella raccolta del 1991, Incarnazioni del fuoco, appunto. Il tema del vulcano, della forza allo stesso tempo creativa e distruttiva della parola, vero residuo della percezione frammentaria del reale del poeta, sarà il leitmotiv di questo viaggio che ci condurrà fino al centro della tana di Efesto

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