[Resumo completo] Reflexões acerca do conflito israelo-palestino à luz do pensamento filosófico-político de Hannah Arendt. Jornada Acadêmica Integrada. UFSM. 2015

Através deste trabalho objetiva-se compreender a importância do pensamento filosófico-político de Hannah Arendt e, mais especificamente, os desdobramentos das ideias da pensadora à compreensão de fenômenos da Política Internacional Contemporânea. Na pesquisa, tem-se por estudo de caso o conflito israelo-palestino e como as ideias de Arendt – expressas em obras como Eichman em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal (1999), A Condição Humana (2007), As origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo (1989) e A dignidade da política: ensaios e conferências (1993) – podem ser utilizadas à compreensão de processos históricos que culminaram no que Edward Said denominaria em A questão da Palestina (2012) como uma nova forma de Imperialismo – conceito também estudado pela filósofa alemã. Sendo assim, através de uma metodologia indutiva, que parte das ideias e conceitos particulares das obras de Arendt, alicerçada em uma técnica de procedimento descritiva, defende-se a hipótese de que as análises filosóficas da autora, expressas em conceitos como " banalidade do mal " (apresentado na obra Eichman em Jerusalém), podem ser utilizadas como instrumentos teórico-conceituais que permitam entender fenômenos sociais, políticos e históricos que, para além de explicações deterministas, fatalistas ou inerentes a determinado período histórico (no caso no período entre guerras ou no posterior), fundamentam-se como construções históricas que repercutiram no ontem (no caso, no entendimento acerca da ascensão de partidos nazifascistas na Europa e na gênese das políticas perpetradas por eles) e no hoje, através da compreensão do que está por trás dos sentimentos que alimentam o conflito israelo-palestino. Haja vista o fortalecimento de nacionalismos que reverberam em políticas de genocídio e massacres para como o povo palestino, perpetuadas pelo Estado de Israel,  e as quais, de algum modo, remetem às políticas de genocídio características do Período de Holocausto (SAID, 2012) em que se visava o extermínio de um povo por parte de outro. Assim, problematiza-se quais são as causas dessas políticas e, principalmente, qual sua gênese. Como resultados parciais da pesquisa, com base nas palavras de Vicente, no estudo Hannah Arendt: antissemitismo, imperialismo e totalitarismo (2014), percebe-se que a cristalização de fenômenos estudados por Arendt não são fatos isolados, mas permanecem atuais no curso da história e da ação humana. Deste modo, é perceptível a importância e o impacto social da obra arendtiana, visto o reflexo de seu pensamento ao tentar explicar questões que abarcam essencialmente a relação conceitual entre poder e política, tanto no passado quanto no presente.