Resumo do artigo “Sociologia da Educação: campo de conhecimento e novas temáticas” de Maria da Glória Gohn.

June 19, 2017 | Autor: P. da Silva Pereira | Categoria: Sociology of Education, Sociologia, Sociologia da Educação, Educação
Share Embed


Descrição do Produto

Universidade Estadual do Maranhão
Centro de Estudos Superiores de Imperatriz
Departamento de História e Geografia


PEDRO DA SILVA PEREIRA




Resumo do artigo "Sociologia da Educação: campo de conhecimento e novas temáticas" de Maria da Glória Gohn.




















Imperatriz – Maranhão
2015
No artigo de Maria da Glória Gohn, sob o título de "Sociologia da Educação: campo de conhecimento e novas temáticas", a autora buscou abordar a sociologia da educação e seus fundamentos teóricos. Passando desde os clássicos da sociologia até os mais contemporâneos. Gohn compreende o desenvolvimento da sociologia da educação no Brasil a partir das influências de destacados autores e de como eles contribuem para a formulação de novas abordagens a respeito da instituição escolar, dos sujeitos sociais e o mundo que o cerca. Realizarei o resumo deste artigo a partir dos tópicos especificados pela própria autora.

Aportes sobre a sociologia da educação: clássicos e contemporâneos
A autora inicia este tópico registrando o caráter histórico da formação da Sociologia, enquanto ciência, citando Rosseau, Fourrier, R. Owen, G H. Hegel, D. Ricardo, K. Marx, Augusto Comte, entre outros. Mas é por volta de 1870, na França, que a sociologia volta-se para a educação, visando estudar o papel das instituições tradicional escolar e sua função na sociedade. Maria Gohn avança traçando sobre a história da sociologia identificando que no século XX sociólogos estavam em estágio de reformulação do pensamento sociológico clássico, a exemplo de Karl Mannheim que prosseguiu com as abordagens de Max Weber, sintetizando que a educação deveria está preocupada com a formação de cidadãos e democráticos. "Mannheim via uma dupla função na escola: contribuir para a manutenção da ordem, mas também para alterar esta ordem, formando agentes de desenvolvimento social, via planejamento racional. (cf. MANNHEIM; STEWART, 1972) (p.04).
Após a Primeira Guerra Mundial, sociólogos visavam no estudo do papel da educação mais a respeito da vida dos indivíduos. Gohn, parte para os sociólogos marxista, tendo em vista que Marx compreendia a educação no campo das relações sociais e sob a perspectiva da luta de classes. Mas é com Gramisc que o marxismo tem sua fundamentação mais peculiar no que tange a educação. "A escola defendida por Gramsci deve contribuir para uma formação unitária, abrangendo a educação tradicional com forte conteúdo teórico, literário, filosófico e científico, porém voltada para o trabalho prático". Para a autora, Gramisc compreende que a educação não deveria servir de mecanismo para a desigualdade social. Enquanto uns são contemplados com uma educação teórica e abstrata servindo, assim, de garantia de privilégios, e para outros, os trabalhadores, tem sua educação utilitarista e mecanicista, apenas para lhe servir de parâmetro para uma vida regrada à exploração de seu trabalho. Dando continuidade ao artigo, Maria Gohn, referencia dois franceses na década de 70 que detiveram sua perspectiva critica com relação ao sistema escolar, seguindo a linha marxista, são eles Roger Establet e Christian Baudelot. "A escola é vista, por eles, como reprodutora das desigualdades da sociedade de classes" (p.05). Ainda na perspectiva marxista, quem tem o destaque na atualidade é István Mészaros. Em que "ele considera a educação uma dimensão do ser social, e não uma etapa específica na vida dos indivíduos" (p.06). Mészaros propõe que a educação esteja livre da alienação e da perpetuação da exploração do capital.
Permanecendo no século XX, a Escola de Frankfurt dá a sua contribuição para a compreensão da temática "educação e sociedade". Os autores mais destacados desta linha de estudos são Theodor Adorno, M. Horkheimer, H. Marcuse, Juergen Habermas e Alex Honneth, eles abordam os controles sociais e a dominação, e vislumbram na cultura a alternativa da superação destes. Inclui-se a influência do teórico Pierre Bourdie nas análises do sistema educacional na década de 70. "Ele retoma os aspectos tratados por Weber, relativos aos bens culturais, relacionando-os à teoria do poder e formas de dominação, assim como na formação do capital cultural na vida dos indivíduos" (p.10). A autora não deixa de inserir, também, Michel Foucault, em sua abordagem. Destacando a inovação de Foucault para com a "questão do poder como rede de relações de força, que se difunde em todos os espaços da sociedade, que ele lançará interpretações sociológicas importantes na investigação dos processos disciplinares dos sistemas escolares" (p.09).
Ao chegar à contemporaneidade, as referências de autores são Francois Dubet, Alain Touraine e Edgar Morin, para a autora. Em um perspectiva mais contemporânea, estes autores contribuem para o estudo das relações de solidariedade e conflitualidade no âmbito escolar. Buscam compreenderem as relações de poder e desigualdade na formação dos indivíduos. "Nos últimos anos tem se dedicado ao estudo sobre o que seria uma escola justa, que trabalhe questões da igualdade e da justiça escolar" (p.11).

Novos temas na sociologia da educação: perspectivas atuais no ensino e na pesquisa
Maria Gohn, avança neste tópico a respeito das novas abordagens da sociologia da educação e que atualmente são campos para pesquisa e ensino. Diferenciando, que nas primeiras abordagens a educação ficava bastante fossilizada no professor e aluno. Em que esta tradição denotava os estudos baseados na ordem e autoridade, o professor era, meramente, transmissor de informações. Rompendo com isso, novos temas surgiram como campo de pesquisa, a exemplo das políticas públicas educacionais, gestão democrática, cultura escolar, inclusão, violência nas escolas, etc. "Mas a grande inovação é dada pela perspectiva de como as novas temáticas são tratadas sob enfoques de gênero, diversidade cultural, classe, etnicidade, religião, nacionalidade, justiça social, subjetividade, segregação social, inclusão e exclusão social e, fundamentalmente, o tema da cidadania" (p.13). Foi-se questionando a formação utilitarista mercadológica. O tema cidadania, no que se refere às políticas públicas e ação afirmativa, teve um grande reconhecimento e tornou-se um eixo para se pensar em um ambiente escolar diversificado e democrático.
Sujeitos sociais, como os jovens, tiveram grandes destaques, sobretudo, os que são excluídos socioeconomicamente. "Antonio Carlos da Costa (2002) sistematizou, num quadro panorâmico instigante, as imagens que a sociedade tem criado como representação sobre os jovens. Estes jovens, como participantes de coletivos organizados em movimentos sociais, podem ser estudados sob vários papéis sociais, tais como enquanto estudantes, ou produtores de arte, nas galeras, nos blogs e redes sociais etc" (p.15).

A sociologia da educação no Brasil
Neste tópico, a autora inicia com uma questão: "Como tem sido tratada e qual o escopo temático da sociologia da educação no Brasil?". Fazendo um retrato histórico para isto, Maria Gohn, situa que é a partir de Fernando de Azevedo, com o Manifesto dos pioneiros da educação, que a sociologia é colocada à baila da reflexão do pensamento social brasileiro. E foi com Azevedo que a disciplina Sociologia da Educação é introduzida no currículo escolar do estado de São Paulo. Na linha marxista tivemos Caio Prado Jr., Antonio Cândido e Roberto Schwartz contribuindo para a compreensão da temática do papel da educação na sociedade brasileira. Mas, destaca a autora, foi Florestan Fernandes quem elaborou o mais completo trabalho no campo da sociologia da educação, com a obra "Educação e Sociedade no Brasil", lançada em 1966.
São introduzidos novos temas de abordagem e estudos da sociologia da educação no Brasil. Entretanto, frisa Gohn, há um trato pouco específico relativo à análise do ensino superior. "Mudanças recentes nas políticas educacionais, assim como a criação de programas e projetos específicos, têm alterado a composição social dos estudantes do ensino superior, com a inclusão de afrodescendentes, índios, sem-terra etc" (p.18). A inclusão desta camada social tem alterado o modo como é organizado as estruturas curriculares dos cursos das universidades, incluindo novos cursos, acentua Gohn. São modificações que atenuam as identidades culturais e a cultura política dos brasileiros.
Portanto, temáticas fundamentais da sociedade devem ser levados para a sala de aula, para ser debatido e refletido pelos jovens estudantes, assuntos como o racismo, as drogas, sexualidade, a prática do bullying, intolerância, direitos, preconceitos, entre outros, para que se ampliem as perspectivas da sociologia da educação. Para tal, a autora indica um manifesto para a urgência de "formar novos e bons profissionais para esta área é uma urgência. Há também que se redesenhar a distribuição das cargas horárias na grade curricular para que o ensino da Sociologia não seja mascarado, ou venha a ser substituído por outros conteúdos afins" (p.19).

Observações finais
Maria da Glória Gohn finaliza traçando seu objetivo com o artigo que, prioritariamente, possa servir aos profissionais da educação, atuantes ou em formação, para terem uma visão geral da temática "sociedade e educação", incitando a estes que construam novas agendas de futuras pesquisas.

Referência bibliográfica:
GOHN, M. G. Educação & Linguagem, v. 15, n. 26., pp. 95-117. 2012.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.