[Resumo provisório da tese de doutorado - defesa nov/2017] espelhos negros Mutações do desejo e da crítica na comunicação

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espelhos negros Mutações do desejo e da crítica na comunicação Francisco Beltrame TRENTO RESUMO O cerceamento dos seres humanos por múltiplas formas de mídia, seja através dos objetos midiáticos materiais (nossos espelhos negros), ou dos estímulos e enunciados incorporais que deles derivam, ou que neles se cristalizam momentaneamente, têm sido discutidos no campo audiovisual (cinema e televisão), nas artes cênicas, performance e literatura. A antologia televisiva Black Mirror (Channel Four, 2011-2014; Netflix, 2016-), um dos guias ficcionais de nossas análises - é um dos conjuntos de narrativas que, extremando essa possibilidade, esses ecossistemas midiáticos trazem à tona novos agenciamentos e modulam de distintas formas a produção de desejos nos indivíduos. Um de nossos objetivos é observar e cartografar tais novas modulações e afetos. Dentre eles, detectamos a produção de um desejo de controle, um modo de ser ou conjunto de ideias de que temos o controle das situações através dos mesmos dispositivos midiáticos que nos envolvem, em especial para o humano neurotípico fruto da máquina antropotécnica, estudada por Fabian Ludueña. Partindo disso, nesta tese, procuramos enfocar a comunicação como agenciamento ou encontro (occursus). Através da narrativa de Black Mirror, buscamos produzir e identificar uma cartografia de bons e maus encontros, não mediante uma moral mas sim à própria ética spinozista, composições e decomposições, bem como a geração de desejos através das afecções. Além do desejo de controle, emergente como outro personagem da cruzada antropocêntrica e antropotécnica, outros tipos de desejos são maquinados nas subjetividades acopladas aos media onipresentes e suas inserções no capitalismo contemporâneo, como o desejo de emulação ou o desejo de imitação. A difícil tarefa é pensar foras a esses tipos de agenciamentos midiáticos, foras a partir das próprias ferramentas midiáticas maquínicas ou enunciativas, visando a produção de bons encontros, ou pensar novas possibilidades de construção de mundos e possíveis. A nós nos parece que defronte à exaustão os gestos disruptores e aparentemente contingentes resistem ao controle e à normatização. É através deles que buscamos advogar a favor de uma crítica imanente das mídias, que visa não se adequar às bolhas e políticas identitárias discursivizadas nas mídias, visando a vigilância e o julgamento moral sem observar sua causalidade a partir de uma avaliação ética, proposta de Spinoza e Catherine Malabou. Para pensar a comunicação como agenciamento ou encontro, bem como as particulares dos desejos que se agenciam nessas redes, nos aliamos à filosofia de Baruch Spinoza, Gilles Deleuze, e algumas leituras contemporâneas que com elas se relacionam, como as feitas por Brian Massumi. Para discutir a problemática que emerge disso tudo e pensar uma crítica midiática imanente que não retroalimente o ideário de controle, Brian Massumi e Erin Manning, com suas versões dos conceitos de crítica imanente e research-creation, nos auxiliam nessa questão. PALAVRAS-CHAVE: desejo, acontecimento, Spinoza, ética

Black

Mirror,

agenciamento,

crítica

imanente,

Projeto de pesquisa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

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