Review of \"Palavra e Utopia\" (Manoel de Oliveira)

June 14, 2017 | Autor: Pedro Treno | Categoria: Cinema, Cinema Studies, Portuguese Cinema, Manoel de Oliveira
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18 | a cabra | 20 de novembro de 2013 | Quarta-feira

ARTES FILA K



Durante três anos, servindo-se de câmaras emprestadas, Miguel Gonçalves Mendes andou à volta do mundo de Mário Cesariny, no que era um exercício para a Escola de Cinema – quem escrevera aquilo e porque é que escrevera e para quem. Com a pressa, Mário pôs-se De nu, cadáver de cigarro na mão, veMiguel Gonçalves Mendes terano e suado, condenado e sobrevivente, numa performance quase Em Exibição escusada, com a energia de quem 19 de Novembro correu a marinha toda aos vinte Casa das Caldeiras anos. Miguel dividiu-o em três actos e deu-lhe um final de plano rasante, como quem lhe concede um desejo. Mário riu-se e ordenou-o cavaleiro na Cinemateca Portuguesa, na ante-estreia de Autografia, dois anos antes de morrer. CRÍTICA DE RITA LEONOR BARQUEIRO No fim do fim da cidade habita-

Autografia



Murchos estamos nós SESSÕES DO CARVÃO



As Sessões do Carvão deste mês propõe-nos um périplo de documentários que vão da América Latina ao coração de África. Destaque para The Power of Community: How Cuba Survived The Peak Oil Crisis. Um título longo para um documentário de média duração lançado em 2006 que nos faz recuar ao início dos anos 90 onde tudo começou. De produção independente, reflectindo-se no errático discorrer de uma imagética que não deixa de ser rica, apanágio de muitos documentários do género. O tema abor-

dado é de uma pertinência cada vez maior numa era em que a relação esquizofrénica da humanidade com o ouro negro atinge o seu climax. Quando muitos tentam perceber como viver sem petróleo, Cuba dá o exemplo. Um país forçado a servir de tubo de ensaio para essa aterradora experiência social, cultural e económica mostra que há vida além do petróleo e que a realidade e o mito convivem entre as verdejantes montanhas cubanas. Com sólidas bases históricas e factuais, é um documentário interessante com laivos de assombramento, pecando apenas por uma edição quase psicadélica não aproveitando totalmente as muitas recolhas da vida cubana durante este período de transição.

Da mesma maneira que em “‘Non’ ou A Vã Glória de Mandar”, realizado em 1990 (uma década antes), o filme começa com um longo plano em contra-picado, oscilando entre árvores e o céu enquanto fundo. A história de Portugal é aqui de novo o mote, desta feita com a figura de António Vieira, padre e missionário no Brasil colonial do século XVII. Outro plano que tem como génese a natureza, e que é sistematicamente repetido, mostra as ondas do mar filmadas dentro de uma embarcação enquanto se ouvem os sermões em voz-off, como se estes fossem pertença do oceano que separa o país da sua colónia. Porém, este naturalismo consequente não passa para o resto

da narrativa, que compila uma biografia da personagem em questão, dividindo-se em três fases da sua vida: juventude, idade intermédia e velhice. Sendo esta a premissa, o realizador apressa-se numa historiografia exaustiva, com pouco fôlego para poder valorizar a “palavra” e (muito menos) a “utopia” que rodeiam a obra de António Vieira. Estamos longe do jogo de experiências feito entre o sagrado e o profano (presente, por exemplo, em “Acto da Primavera” e “Benilde ou a Virgem Mãe”), ficando Oliveira pela análise passiva e um tanto académica da figura complexa que escolheu abordar. Não se retire a importância mas também não se sobrevalorize.

O poder da comunidade: como Cuba sobreviveu ao pico do petróleo ” De Faith Morgan Em Exibição 27 de Novembro Casa das Caldeiras

O ouro negro sem ouro CRÍTICA DE SAMUEL FERREIRA

CINEMA À SEGUNDA



Palavra e Utopia ” De Manoel de Oliveira Em Exibição 25 de Novembro TAGV

Palavra sem utopia AGENDA

CRÍTICA DE PEDRO TRENO SESSÕES DO CARVÃO

da, o irmão mais novo, um morto de olhos abertos, grato pela atenção, divaga a falar para o boneco sobre o amor, o pai, a ditadura, o purrealismo, a sua incapacidade de escrever versos em casa e a sua preferência pela pintura; isto só serve para foder, amar e morrer. E vai de novo à janela, farto de um povo menino, que já não tem pessoas, num lugar com o tecto demasiado baixo para ser país. A condição solene e ilusória do filme-documentário é desmantelada pelo seu amadorismo, sem nunca ser estrangulado ou transformado em museu (ao contrário de José e Pilar). À falta de metal fundente, Autografia é a receita de sempre com um ingrediente mágico. E no final, deixam-no ir para casa sozinho.

FILA K

CINEMA À SEGUNDA - TAGV

20 de novembro

2 de dezembro

16 de Dezembro

26 de Novembro

3 de Dezembro

Koyaanisqatsi (1982)

A vida de adèle: Capítulo 1

The Grand Master

10 on Ten (2004)

A Palavra (1955)

Godfrey Reggio

Abdellatif Kechiche

De Wong Kar Wai

Abbas Kiarostam

Carl Theodor Dreyer

20 de novembro

9 de dezembro

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Powaqqats (1988)

A vida de adèle: Capítulo 2

Luz de Inverno

Godfrey Reggio

Abdellatif Kechiche

Igmar bergman

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