REVISTA DIGITAL INTERATIVA - RECURSO TECNOLÓGICO PARA DIVULGAR OS ROTEIROS TURÍSTICOS OFERTADOS PELAS AGÊNCIAS DE RECEPTIVOS DE BELÉM BELÉM

May 28, 2017 | Autor: André Oliveira | Categoria: Graphic Design, Tourism, Editorial Design, Digital design
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Descrição do Produto

FACULDADE DE ESTUDOS AVANÇADOS DO PARÁ CURSO DE DESIGN GRÁFICO

ANDRÉ LUIZ RENDEIRO DE OLIVEIRA BRENDA MARIANE PIO ALVES FLAVIANE EVANGELISTA PACHECO

REVISTA DIGITAL INTERATIVA RECURSO TECNOLÓGICO PARA DIVULGAR OS ROTEIROS TURÍSTICOS OFERTADOS PELAS AGÊNCIAS DE RECEPTIVOS DE BELÉM

BELÉM 2015

ANDRÉ LUIZ RENDEIRO DE OLIVEIRA BRENDA MARIANE PIO ALVES FLAVIANE EVANGELISTA PACHECO

REVISTA DIGITAL INTERATIVA RECURSO TECNOLÓGICO PARA DIVULGAR OS ROTEIROS TURÍSTICOS OFERTADOS PELAS AGÊNCIAS DE RECEPTIVOS DE BELÉM

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Design Gráfico pela FEAPA (Faculdade de Estudos Avançados do Pará). Orientadora: Profª. Esp. Tereza Jacqueline Rodrigues Alves

BELÉM 2015

ANDRÉ LUIZ RENDEIRO DE OLIVEIRA BRENDA MARIANE PIO ALVES FLAVIANE EVANGELISTA PACHECO

REVISTA DIGITAL INTERATIVA RECURSO TECNOLÓGICO PARA DIVULGAR OS ROTEIROS TURÍSTICOS OFERTADOS PELAS AGÊNCIAS DE RECEPTIVOS DE BELÉM Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Design Gráfico pela FEAPA (Faculdade de Estudos Avançados do Pará).

BANCA EXAMINADORA

1________________________________(Orientador) Profª. Esp. Tereza Jacqueline Rodrigues Alves / FEAPA

2________________________________(Membro) Prof. / FEAPA

3________________________________(Membro) Prof. / FEAPA

Julgado em: ____/____/_______

Conceito: ____________

Dedico este trabalho a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para meu desenvolvimento pessoal e profissional. André Luiz Rendeiro de Oliveira

Dedico este trabalho aos meus pais, Francine e Luiz Carlos, por sempre apoiarem e incentivarem os meus estudos. Brenda Mariane Pio Alves

A Deus, por ter me concedido a oportunidade de chegar até aqui, renovando a coragem para questionar realidades e abraçar as oportunidades de crescimento pessoal e profissional. “Até aqui nos ajudou o Senhor.” I Samuel 7:12. Flaviane Evangelista Pacheco

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pois sem Ele nada seria possível. Aos meus pais Cesar e Maria José pela ajuda nas horas de aperto e aos meus irmãos Fabio e Eduardo pelo companheirismo e amizade. A minha sogra D. Socorro e cunhadas Elaine e Keila, obrigado por suas orações e apoio. Ao meu sogro Zeca Lino (in memoriam) que sempre me incentivava a buscar sempre mais. À todos os professores que contribuíram com meus estudos, em especial Nelson Duarte e Robson Macedo pelos auxílios em relação a este trabalho. Obrigado a todos os profissionais que enriqueceram este trabalho de conclusão de curso. E finalmente a minha orientadora Prof.ª Tereza Jacqueline, que muito contribuiu para o termino deste projeto. Especialmente agradeço as duas mulheres que mudaram a minha vida e são a verdadeira razão de todo esse percurso acadêmico, minha esposa Danielle e minha filha Manuela. Obrigado pelo amor, paciência, incentivo e principalmente pela compreensão dos momentos ausentes.

André Luiz Rendeiro de Oliveira

AGRADECIMENTOS

Com a conclusão deste trabalho, depois de tantas indecisões, confusões e incertezas, preciso agradecer algumas pessoas que me apoiaram e incentivam a seguir em frente e perceber que mesmo com as dificuldades é possível vencer e superar os problemas. Agradeço à minha família por acreditar em mim, ao meu pai Luiz Carlos por apostar nos meus estudos e à minha avó Marlene (in memoriam) por ser quem mais me estimulou e incentivou a entrar na graduação, sendo um sonho dela que eu realizei. Aos meus amigos que me apoiaram e aguentaram, demostrando bom humor e companheirismo. Aos meus colegas de trabalho pela troca de conhecimentos, em especial ao André e a Flaviane, que juntos conseguimos terminar este trabalho. À minha professora e orientadora Tereza Jacqueline, pelas dedicações e orientações para realizarmos este trabalho. À todos os professores que contribuíram com meus estudos, em especial Nelson Duarte e Robson Macedo pelos auxílios em relação a este trabalho. Obrigada a todos os profissionais que enriqueceram este trabalho de conclusão de curso. Agradeço, principalmente à minha mãe Francine, por todo o seu amor, estando ao meu lado em todos os momentos e pela dedicação e ensinamentos que recebi durante todos esses anos. E à Deus e Nossa Senhora de Nazaré, pelas bençãos e proteções.

Brenda Mariane Pio Alves

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A esta Faculdade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram e exiliaram para o alcance deste objetivo. A minha orientadora Professora Tereza Jaqueline, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. Ao Professor e Coordenador do Curso de Design Gráfico Nelson Duarte e ao Professor Robson Macedo que nos apoiaram e contribuíram com seus conhecimentos para a realização deste trabalho. Aos meus pais Márcio Pacheco e Flávia Pacheco aos meus irmãos Márcio Filho e Moane Pacheco, ao meu noivo e amigo Bruno Gama e aos meus tios, tias, primos e primas, em especial aos meus avôs que sei que continuaram orando por mim lá do céu. Muito abrigada Deus por ter permitido que eu nascesse em uma família tão amorosa e temerosa ao teu nome. Agradeço também aos meus amigos e companheiros de trabalho, Aline Monteiro e Thyago Maia pelas oportunidades de aperfeiçoar com a prática meus conhecimentos acadêmicos me inserindo assim no mercado de trabalho e contribuindo para o meu crescimento como profissional. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

Flaviane Evangelista Pacheco

“O principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de fazer novas coisas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram; homens que sejam criativos, inventores e descobridores.” Jean Piaget

RESUMO

Atualmente o trabalho do design gráfico é observado em diversos materiais voltados a comunicação visual, como os livros, jornais, revistas e sites. O design pós-moderno vem para reinventar o cotidiano, acrescentar autenticidade aos artefatos de design, com o objetivo de comunicar e influenciar o consumidor. O objetivo do trabalho é desenvolver um recurso tecnológico para divulgar os roteiros turísticos ofertados pelas agências de turismo receptivo de Belém. A metodologia utilizada foi exploratória, envolvendo os procedimentos técnicos como o levantamento bibliográfico no que tange a conceitos de design gráfico e turismo e entrevistas com representantes de agência de turismo. O uso de recursos de multimídia como uma revista digital, pode auxiliar na ampliação da divulgação dos roteiros turísticos e acesso as informações, tornando-os mais atrativos e adequando-os as tendências tecnológicas e do design editorial, além de oferecer mais dinamismo e flexibilidade, possibilitando uma maior interação entre o usuário-turista com o conteúdo da revista.

Palavras chaves: Design gráfico, Turismo, Revista digital, Design Editorial.

ABSTRACT

Currently, the work of a graphic designer is observed in several materials aimed at visual communications, such as books, newspapers, magazines and sites. The post-modern design comes up to reinvent the daily and add authenticity to the design artifacts, aiming to communicate and influence the consumer. The work’s objective is to develop a technological resource to propagate the turistic scripts offered by inbound tourism agencies of Belém. The used methodology was exploratory, regarding the technical procedures such as bibliographic research with respect to graphic design concepts and tourism and interviews with the tourism agencies representatives. The use of multimedia resources such as a digital magazine, may help on the enlargement of the propagation of touristic routes and access to information, making these more attractive and fitting to technological tendencies and editorial design, in addition to offer more dynamism and flexibility, enabling a larger interaction between the tourist-user and the magazine’s content.

Key words: Graphic design, tourism, digital magazine, Editorial Design.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Imagem Bitmap ........................................................................................ 31 Figura 2 - Imagem Vetorial ....................................................................................... 31 Figura 3 - Novo Kindle Paperwhite Wi-Fi ................................................................. 37 Figura 4 - iPad air 2 .................................................................................................. 39 Figura 5 - Informações mais importantes recolhidas nas entrevistas ..................... 61 Figura 6 - Esquema resumido do Processo Projetual da Revista Veropa ................ 63 Figura 7 - Facebook Valeverde Turismo ................................................................... 64 Figura 8 - Site Valeverde Turismo ............................................................................ 65 Figura 9 - Facebook Rocha Brasil Tur ...................................................................... 65 Figura 10 - Site Rocha Brasil Tur ............................................................................... 66 Figura 11 - Logotipo aplicado ................................................................................... 68 Figura 12 - Variação de pesos da família Fira Sans.................................................. 69 Figura 13 - Títulos usando pesos da Fira Sans para destacar o tema ..................... 69 Figura 14 - Variação de pesos da Coranto 2 Italic ................................................... 70 Figura 15 - Exemplo de título e subtítulo usando a Fira Sans e a Coranto 2 italic no artigo sobre o Theatro da Paz .................................................... 70 Figura 16 - Exemplo de um parágrafo utilizando a Foco .......................................... 71 Figura 17 - Variações de peso da família Foco ........................................................ 71 Figura 18 - Ícones de navegação da revista Veropa ................................................ 72 Figura 19 - Página interna revista Veropa ................................................................ 73

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 2 DA LINGUAGEM VISUAL AO DESIGN GRÁFICO 2.1 O SURGIMENTO DA ESCRITA 2.2 A CONTRIBUIÇÃO DA TÉCNICA DE IMPRESSÃO 2.3 O IMPACTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 2.4 MODERNISMO E A INFLUÊNCIA DA BAUHAUS 3 DESIGN GRÁFICO PÓS-MODERNO 3.1 FUNDAMENTOS DO DESIGN GRÁFICO 3.1.1 Grade 3.1.2 Cor 3.1.3 Tipografia 3.1.4 Imagem 3.1.5 Layout 3.2 A IMPORTÂNCIA DO DESIGNER GRÁFICO 4 DESIGN GRÁFICO DIGITAL E DISPOSITIVOS PARA LEITURA 4.1 E-READERS 4.2 TABLETS 4.2.1 iPad 4.2.2 Android 4.3 PRODUÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS 4.4 O RECURSO DA INTERATIVIDADE 5 DESIGN EDITORIAL 5.1 REVISTA IMPRESSA 5.2 REVISTA DIGITAL INTERATIVA 5.3 PERFIL DO LEITOR MOVENTE E IMERSIVO 5.4 ADOBE DIGITAL PUBLISHING SOLUTION 5.4.1 Criação 5.4.2 Autoração 5.4.3 Produção 5.4.4 Distribuição 5.4.5 Análise 5.5 USABILIDADE E ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 6 TURISMO, HISTÓRICO E DEFINIÇÕES. 6.1 ATRATIVOS TURÍSTICOS 6.2 PRODUTOS TURÍSTICOS 6.3 ROTEIRIZAÇÃO TURÍSTICA

15 17 17 18 20 21 24 26 27 28 29 30 32 32 35 36 37 38 40 40 42 43 44 45 47 49 50 50 50 51 51 51 54 56 57 57

7 METODOLOGIA 59 7.1 QUANTO AOS OBJETIVOS 59 7.2 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS 59 7.3 QUANTO À ABORDAGEM DO PROBLEMA 60 8 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS COM AGENCIAS DE RECEPTIVOS 61 9 PROCESSO PROJETUAL DE DESIGN PARA REVISTA 62 9.1 PROJETO INFORMACIONAL 64 9.2 PROJETO FUNCIONAL 66 9.3 PROJETO ESTRUTURAL  67 9.3.1 Logotipo 67 9.3.2 Tipografia  68 9.3.3 Ícones e marcadores 72 9.3.4 Diagramação 73 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 74 REFERÊNCIAS77 APÊNDICES A - ROTEIROS DE ENTREVISTAS 80 APÊNDICES B - ENTREVISTA VALEVERDE TURISMO 82 APÊNDICES C - ENTREVISTA ROCHA BRASIL TUR 92 APÊNDICES D - REVISTA VEROPA 97 ANEXO A - REVISTA VALEVERDE TURISMO 110 ANEXO B - FOLDER ROCHA BRASIL TUR 111 ANEXO C - REVISTA RECEPTIVO PARÁ 112 ANEXO D - FOLDER VALEVERDE TURISMO 113

15 1 INTRODUÇÃO Este trabalho aborda os princípios do design gráfico como fatores importantes para o desenvolvimento de qualquer projeto elaborado por designers gráficos, nas quais deve realizar um conjunto de atividades metodológicas que estruturam e ordenam elementos visuais em uma peça gráfica, ou seja, trata-se de uma área de conhecimento e práticas profissionais relativas ao ordenamento estético-formal de elementos textuais e não textuais destinadas à reprodução da comunicação visual como livros, jornais, revistas e sites. O design pós-moderno está para além do funcional, ele vem para reinventar o cotidiano, acrescentar autenticidade aos artefatos de design, e explorar a criatividade, com isso novas formas de fazer design vão surgindo tornando a percepção humana menos contemplativa e mais interpretativa e multifuncional. Novas peças de design gráfico vão surgindo, peças que absorvem este novo estilo e que são capazes de proporcionar ao designer o uso diversificado de suas técnicas. A revista é um bom exemplo de comunicação visual contemporânea, a complexidade na qual a informação é distribuída sob o layout, requer do leitor uma maior atenção, estimulando a sua percepção visual. Com essa nova tendência de se fazer design, surge às ferramentas tecnológicas capazes de atender essa nova tendência criativa. Dentre as muitas vertentes que o designer gráfico pode aplicar seus conhecimentos e técnicas de projeto, foi escolhido à atividade turística como área de estudo. Ao analisar os materiais promocionais adotados pelas agências de turismo de Belém para divulgar os seus roteiros turísticos, despertou a inquietação em explorar outros meios promocionais, a fim de instigar a percepção e agradar visualmente os usuários, turistas, que sentem interesse em buscar informações sobre os roteiros turísticos da cidade. Não podemos deixar de ressaltar que o perfil de consumidor dos últimos tempos tem provocado a necessidade da utilização de métodos interativos para enriquecer atrativamente os meios de divulgação e a apresentação de empresas no mercado, tendo também, o bom visual como principal fator no despertar de interesses e desejos. Portanto, se formulou a questão, como o design gráfico pode aperfeiçoar a divulgação dos roteiros turísticos das agências de viagens de Belém, por meio de uma revista digital interativa? O trabalho especificará os recursos que auxiliam na padronização estética e funcional capazes de adequar os materiais de divulgação das agências de turismo

16 receptivo às tendências tecnológicas do design editorial. A metodologia adotada no trabalho se deu por meio de uma pesquisa bibliográfica, levantamento documental e entrevista, que fundamentou a apresentação de uma solução de design para servir de instrumento de divulgação de roteiros turísticos de Belém. O estudo realizado tem por objetivo geral desenvolver um recurso tecnológico para divulgar os roteiros turísticos ofertados pelas agências de turismo receptivo de Belém e como objetivos específicos identificar as agências de receptivo que comercializam os produtos turísticos da cidade de Belém; averiguar os meios de divulgação adotados pelas agências de receptivo para comercialização dos roteiros turísticos; investigar os instrumentos interativos utilizados pelas agências de receptivo de Belém para a divulgação de seus produtos e serviços turísticos e esclarecer as vantagens e desvantagens da revista digital em iPad e impressa. Portanto, este estudo contempla propor mudanças e adequações tecnológicas com o design editorial, capaz de promover melhorias necessárias na divulgação dos atrativos turísticos da cidade Belém, para que os mesmos sejam apresentados de forma mais convidativa e atribuindo credibilidade as informações ali contidas. Este trabalho é importante para a área acadêmica, pois demonstra a existência de outras áreas de conhecimento que o designer gráfico pode atuar, colaborando com seu conhecimento para aprimorar a apresentação de produtos e serviços a um cliente cada vez mais exigente. Ao longo do trabalho foram abordados oito tópicos, são eles: da linguagem visual ao design gráfico; design gráfico pós-moderno; design gráfico digital e dispositivo para leitura; design editorial para revista; turismo, hitóricos e definições; metodologia; resultados das entrevistas com as agências de receptivo e o processo projetual de design para revista.

17 2

DA LINGUAGEM VISUAL AO DESIGN GRÁFICO

O design gráfico surge como um conjunto de atividades metodológicas para estruturar elementos visuais em uma peça gráfica, conforme Villas-Boas (2007, p. 27) “Design gráfico se refere à área de conhecimento e à prática profissional específica relativa ao ordenamento estético-formal de elementos textuais e não textuais que compõem peças gráficas destinadas à reprodução com objetivo expressamente comunicativo”. Atualmente projetos de design gráfico são observados em diversos materiais voltados a comunicação visual, como os livros, jornais, revistas e sites. O termo design gráfico passa a existir a partir do século XX, porém neste período já existia a linguagem visual e os materiais gráficos.

2.1

O SURGIMENTO DA ESCRITA

O homem sempre esteve em busca de comunicar o outro, a princípio através de expressões corporais, depois a emissão de sons, representação visual de símbolos e posteriormente a transcrição da linguagem oral para a escrita através de palavras, criando o alfabeto. Como afirma Frutiger (2007, p. 83) Antes da escrita, existia um tipo de linguagem ou sistema de comunicação desenvolvido em milhões de anos. Supõe-se que parte dele era feita de sons de curta duração, mas certamente esse sistema era mantido por outras formas de expressão, não exclusivamente relacionada à esfera auditiva.

As primeiras formas de linguagens visuais fixas que podem ser observadas atualmente são as pinturas rupestres, que simbolizam o cotidiano e elementos do período da pré-história, demonstrando uma proximidade entre a linguagem gestual e a visual. Para Frutiger (2007, p 84) A expressão das experiências passadas e dos projetos futuros, a manifestação das esperanças e dos temores e, ao mesmo tempo, o desejo de preservar esses novos conhecimentos parecem constituir uma sequência natural, mesmo que tardia, do processo de desenvolvimento.

Estas expressões foram modificadas e transformadas em códigos simbólicos relacionados com a oralidade, o processo de registro visual do pensamento se estabeleceu através dos sons pronunciados e gestos desenhados, resultando em associar os desenhos a ícones que representavam o pensamento e quando visualizados lado

18 a lado e ordenados significavam visualmente a linguagem oral, surgindo o alfabeto, permitindo representar por meio da escrita o registro de ideias da época. A escrita propriamente dita nasceu apenas no momento em que começaram a organizar e “alinhar” os sinais lado a lado ou um sobre o outro, correspondendo à evolução linear dos seus pensamentos. Desse modo, pouco a pouco foram surgindo fileiras de sinais que, graças ao seu uso constante, desenvolveram-se até formar as culturas de escrita contínua. (FRUTIGER, 2007, p. 87)

Em concordância com Frutiger (2007) sobre o princípio da escrita pictórica suméria por volta de 4000 a.C. sendo considerado a primeira forma de escrita, Meggs (2009, p. 21) afirma que: Os mais antigos registros escritos são as tabuletas da cidade de Urik. Aparentemente elas arrolam mercadorias por meio de desenhos de objetos acompanhados por numerais e nomes de pessoas inscritos em colunas bem organizadas. A abundância de argila na Suméria tornava-a o material ideal para guardar registros e um estilete de junco afiado era utilizado para traçar as finas linhas curvas das antigas pictografias. A tabuleta de argila era segurada na mão esquerda e as pictografias eram riscadas na superfície com o estilete de madeira.

As tabuletas eram divididas por colunas, começando do canto superior direito, para a argila endurecer e preservar eram colocadas no sol ou cozidas no forno. Desta maneira a sociedade passou a expressar e transmitir ideias que poderiam ser comprendidas pelo seu povo e por quem tivesse conhecimento dos códigos. A linguagem oral é predominante, tendo em vista que a grande parte dos idiomas são somente orais e não foram transcritos para a linguagem escrita. Entretanto a linguagem escrita e visual, como meio de comunicação, tem a característica de legitimar a oralidade e ser distribuída para quem não teve acesso ao discurso oral, transmitindo a informação para mais pessoas e lugares.

2.2

A CONTRIBUIÇÃO DA TÉCNICA DE IMPRESSÃO

Os suportes utilizados para leitura inicialmente eram de pedra e a madeira, porém não era prático e confortável para locomover e armazenar esses objetos, portanto se buscou utilizar materiais mais adaptáveis, como os pergaminhos e papiros para serem lidos nos monastérios e universidades com intuito de criar e transmitir informações.

19 Segundo Bann (2012), a impressão teve início no século VI, na China, e se deu por meio de blocos de madeiras entalhados, posteriormente utilizaram os caracteres individualizados, feitos a partir de argila endurecida e no século XIII os caracteres passaram a ser metálicos, porém não era adequado utilizá-los para os ideográficos usados na China. Como afirma Meggs (2009, p. 91) Em 1424, havia apenas 122 livros manuscritos na biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra, e o acervo de um abastado nobre cujos livros fossem suas posses mais prezadas e cobiçadas provavelmente totalizava menos de duas dúzias de volumes. O valor de um livro era igual a de uma fazenda ou vinhedo. O crescimento constante de demanda levará os mercadores independentes a desenvolver uma divisão do trabalho como uma linha de montagem, com especialistas treinados em escritas de letras, iniciais decorativas, ornamentação em ouro, revisão e encadernação. Mas mesmo essa produção ágil de livros manuscritos era incapaz de atender à demanda.

Em meados de 1450, o método de impressão é aperfeiçoado por Johannes Gutenberg (1398-1468), este método de impressão utilizava a prensa de Gutenberg, adaptada da prensa utilizada para espremer uvas na fabricação de vinhos. De acordo com Bann (2012, p. 8) “Johannes Gutenberg revolucionou a impressão com a criação de tipos móveis (obtidos a partir de um molde), o que permitia revisar e corrigir o texto antes da impressão” Esta adaptação para o meio impresso possibilitou a reprodução de materiais gráficos de forma mais rápida e com maior quantidade de exemplares, organizando a impressão por tipos móveis umedecidos com tinta e pressionados sobre o papel, os tipos eram organizados manualmente para formarem colunas de textos, dando início a impressão tipográfica. Bann (2012, p. 8) explica o processo tipográfico. Cada caractere era esculpido em um punção de aço, que, percutida contra uma chapa de metal mais macio, como o cobre, produzia a matriz (molde). Sobre essa chapa, vertia-se uma liga de metal fundido de chumbo, estanho e antimônio para criar o tipo móvel. Os tipos móveis eram então montados, linha por linha, para formatar a página; depois da impressão, as páginas eram desmontadas e os tipos podiam ser reutilizados.

Sua invenção contribuiu para a produção em massa de livros impressos, permitindo uma produção mais prática, barata e rápida de materiais para a leitura, dando oportunidade para difundir o conhecimento para a população, sendo fundamental para motivar o desenvolvimento do Renascimento, que é caracterizado principalmente por transformações nas áreas das artes, ciências e filosofia, estabelecendo a transição do feudalismo para o capitalismo.

20 A primeira maior obra produzida por Gutenberg foi a Bíblia de 42 linhas, iniciando a produção aproximadamente em 1450 e terminando em 1455, a Bíblia contava com mais de 1200 páginas e 3 milhões de caracteres, sendo reconhecida e aclamada por sua estética memorável. Desta maneira surge a prensa, marco importante no Renascimento, pois possibilitou transferir conhecimentos a sociedade, e não somente à nobreza e ao clero. A impressão por muito tempo se deu dessa forma e não progrediu consideravelmente, somente depois de aproximadamente 400 anos foi aperfeiçoada, dando lugar a impressões cada vez mais rápidas e práticas, como exemplo de impressões utilizadas ao longo do tempo temos a máquina de linotipo, monotipo, fotocomposição até estabelecer o processo com máquinas offset, utilizadas atualmente para grandes tiragens por usar bobinas de papel ao invés de folhas soltas, produzindo mais cópias, economizando tempo e dinheiro.

2.3

O IMPACTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A indústria gráfica foi se modificando e modernizando com a sociedade, surgindo novos suportes e tintas, passando por diversos métodos de impressão, como rotografia, flexografia e serigrafia, assim surge a necessidade de ter uma atividade encarregada para organizar as informações de um material impresso, com o objetivo de ter uma peça gráfica mais atrativa e harmoniosa para o leitor compreender facilmente. Como reforça Hollis (2000, p. 2) O design gráfico, como profissão, só passou a existir a partir de meados do século XX; até então, os anunciantes e seus agentes utilizavam os serviços oferecidos pelos “artistas comerciais”. Esses especialistas eram “visualizadores” (artistas de layout); tipógrafos que faziam o projeto detalhado da chamada e do texto e davam instruções para a composição; ilustradores de todos os tipos, que produziam qualquer coisa, desde diagramas mecânicos até desenhos de moda; rebocadores; letristas e outros que finalizavam os designs para a reprodução. Muitos artistas comerciais - tais como os designers de pôsteres - reuniam várias dessas habilidades.

Com a Revolução Industrial, onde ocorreu o êxodo rural, muitas pessoas foram para a cidade em busca de trabalho, consequentemente o consumo, o comércio e a competitividade entre vendedores aumentou, o design gráfico teve importante função para incentivar pessoas a consumir certos produtos em relação a outros similares, anunciando suas vantagens nas peças gráficas voltadas para a publicidade e comer-

21 cialização do produto das fábricas e do comércio. Segundo Hollis (2000, p. 3) O design gráfico se sobrepôs ao trabalho das agências e estúdios e hoje em dia abrange não apenas anúncios publicitários mas também o design de revistas e jornais que são publicados. O designer solitário tornou-se parte de uma equipe na indústria das comunicações - o mundo da publicidade, da publicação de revistas e jornais, do marketing e das relações públicas.

Sendo assim, áreas do conhecimento como o design gráfico, a publicidade, o marketing, as técnicas de impressão e os meios de comunicação se desenvolvem juntos com o objetivo de comunicar o maior número de pessoas da forma mais eficaz.

2.4

MODERNISMO E A INFLUÊNCIA DA BAUHAUS

O modernismo estabeleceu uma ligação entre a arte e a indústria, pois estava relacionado com as novas correntes artísticas e a produção industrial, resultando em objetos criativos, funcionais e altamente estéticos. Com o desenvolvimento do movimento, o comércio utiliza de cartazes para divulgar a vida boêmia e seus produtos, esses cartazes eram produzidos por designers gráficos. Tendo em vista uma nova área profissional, o design gráfico precisava ser estudado e ensinado como uma nova área do conhecimento criativo, surge em 12 de abril de 1919 a escola de Das Staatliche Bauhaus (traduzida para Casa estatal da Construção) na cidade de Weimar, na Alemanha. De acordo com Lupton e Miller (2008, p. 8) a escola Das Staatliche Bauhaus “tornou-se o primeiro capítulo da história do design do século XX. É o aspecto mais conhecido, discutido, publicado, imitado, colecionado, exibido e catequizado do design gráfico, industrial e arquitetônico moderno”. A Bauhaus tornou-se a origem mítica do modernismo - um local alternadamente reverenciado e atacado pelas gerações que cresceram à sua sobra. Ela é ao mesmo tempo o pai censurador cujas imposições ansiamos por superar e a criança cujo idealismo utópico nos inunda com uma gostosa nostalgia.” (LUPTON, 2008, p. 6)

O primeiro diretor da Bauhaus foi Walter Gropius (1883-1969), o diretor buscava para a sua escola uma relação entre as belas artes e as artes visuais aplicadas, pois ele acreditava que com essa relação conseguiria ideias brilhantes e inovadoras para solucionar vários setores da indústria.

22 De acordo com Meggs (2009, p 403): Gropius procurava uma nova unidade entre arte e tecnologia e arregimentou uma geração de artistas na luta para resolver problemas de design criados pela industrialização. Esperava-se que o designer com formação artística seria capaz de “insuflar uma alma no produto morto máquina”.

A Bauhaus teve grande influência em áreas como arquitetura, design e tipografia, sendo reconhecida como a escola que estabeleceu o conceito e a didática de design no século XX. Segundo Meggs (2009, p. 403) “Ideias de todos os movimentos artísticos de vanguarda e de design foram exploradas, combinadas e aplicadas a problemas funcionais e à produção mecânica na escola alemã de design Bauhaus”. Essas ideias surgiram com o fim da I Guerra Mundial (1914-1918), onde os artistas sobreviventes que voltaram da guerra estavam insatisfeitos e com o pensamento de que a guerra seria uma ideologia da sociedade burguesa, dando início assim a manifestações e articulações em busca da ruptura com os padrões estético-culturais burguês, surgindo movimentos como o dadaísmo, surrealismo, de stijl e construtivismo que eram visíveis no expressionismo dominante que influenciou a história da Bauhaus. A escola aproximou fundamentos da arquitetura, escultura, pintura e desenho industrial como forma de revolucionar o design moderno em busca de formas e linhas simples. De acordo com Lupton e Miller(2008, p. 6) Pensar o design de forma teoricamente autoconsciente foi uma das maiores contribuições da Bauhaus, e no entanto o foco da escola na visão como âmbito autônomo de expressão ajudou a engrenar a hostilidade relacionada à linguagem verbal que se tornou comum no ensino de design pós-II Guerra.

Como afirmam Lupton e Miller (2008, p. 8) sobre o primeiro curso proposto pela escola, o Curso Básico, proposto por Johannes Itten, como pré-requisito para estudar em qualquer curso na escola. Johannes Itten, que ali lecionou em seus primeiros anos, usava métodos de ensino não convencionais na esperança de fazer com que seus estudantes “desaprendessem” o que sabiam e voltassem a um estado de inocência inicial a partir do qual o verdadeiro aprendizado poderia começar.

A Bauhaus afirmou-se como inovadora no ensino e conceito de design a partir de sua visão e dos novos ideais de aprendizagem propostos pela escola e por seu corpo docente formado por arquitetos, artesões, pintores e artistas com pensamentos diversos e de diferentes nacionalidades.

23 Profissionais famosos da época como Wassily Kandinsky, Paul Klee e Johannes Itten foram professores na escola e passaram seus conhecimentos para diversos alunos que se tornaram ótimos profissionais, sendo um fato marcante na história da arte e do design. Atualmente os conceitos propostos pela Bauhaus ainda são aplicados e encontrados na arquitetura, com o estilo de construção simplista ou no design com o visual limpo e de formas básicas.

24 3

DESIGN GRÁFICO PÓS-MODERNO

O design pós-moderno é marcado pela desconstrução, uma fase onde a quebra de paradigmas e de padrões estéticos são evidentes e toda aquela busca pela boa forma deixou de ser tão importante, uma vez que, a pluralidade e a disposição abstrata das formas, trazem uma nova leitura ao design no final do século XX. Santos (1986, p. 14) aborda que, “enquanto a arte moderna nasceu com estéticas bem claras e manifestas escandalosas, a antiarte pós-moderna não apresenta propostas definidas, nem coerência, nem linha evolutiva”, e Poynor (2010, p. 38) complementa esta linha de pensamento da seguinte forma, “em um clima assim, torna-se cada vez mais difícil de defender a ideia de que há formas certas e erradas de se fazer comunicação visual”. Neste período pós-moderno as tendências, as normas de construção e quaisquer tipos de mentalidade restritiva eram contestadas. Segundo Poynor (2010, p. 38), “desvios e erros, são precondições essenciais para o progresso.”. O design pós-moderno está para além do funcional, ele vem para reinventar o cotidiano, acrescentar autenticidade aos artefatos de design, e a criatividade neste momento é bem explorada, com isso novas formas de fazer design vão surgindo tornando a percepção humana menos contemplativa e mais interpretativa e multifuncional. É neste período que novas peças de design gráfico surgem, peças que absorvem este novo estilo e que são capazes de proporcionar ao designer o uso diversificado de suas técnicas, agora, pós-modernas. A revista é um bom exemplo de comunicação visual contemporânea, a complexidade na qual a informação é distribuída sob o layout, requer do leitor uma maior atenção, estimulando a sua percepção visual. Um novo leitor está surgindo e aquele passo-a-passo existente no período moderno está embaraçando-se na desconstrução e sobreposição das palavras, imagens, gráficos e ícones presentes nas peças pós-modernas. Com essa nova tendência de se fazer design, surge às ferramentas tecnológicas capazes de atender essa nova tendência criativa. O computador, para Pyonor (2010, p. 96) era considerado, “um novo paradigma, uma ‘lousa mágica’ conceitual que inaugurava uma nova era de oportunidades para artistas gráficos.” Os métodos tradicionais do designer modernistas estavam ficando para trás, pois as vantagens que o computador proporciona ao processo de design são bastante significativas.

25 Poynor (2010, p. 96) ainda salienta que o computador: Não é simplesmente mais um lápis, Um lápis deixa marcas físicas e, mesmo que essas marcas sejam apagadas, quase sempre algum traço permanece, enquanto outras formas de marcação – giz de cera, tinta, nanquim, recorte e colagem - deixam impressões ainda mais indeléveis. Por contraste, a função “desfazer”, como a própria observou, permite que algo seja removido instantaneamente, sem deixar qualquer traço.

A facilidade de produção que o computador disponibiliza permite variações e ajustes aos erros, além de provocar variações um tanto inesperadas em um processo de design, ou seja, os erros não são determinantes para o fim de um projeto gráfico, aqui eles podem ser ajustados ou analisados por outras vertentes, podendo até ser aproveitados dentro do projeto. As tecnologias computacionais deram ao designer uma liberdade ainda maior. Poynor (2010, p. 97) ainda ressalta que: Hoje é possível preencher um design com tal quantidade de imagens e detalhes que teria sido impensável em décadas anteriores, quando mecânicas artes-finais eram construídas nas pranchetas camada por camada.

A limitação no projeto era uma característica que assombrava o designer moderno, tudo deveria ser feito pensando em seus mínimos detalhes, um erro, por menor que fosse, poderia ser irretocável. Essa liberdade de expressão, juntamente com avanço nas ferramentas gráficas e a quebra de normas, trouxe à figura do designer a chance de se reinventar enquanto projetista. O design neste momento tem um caráter experimental, novos estilos vão surgindo e com eles novas descobertas culturais, tendências que o movimento pós-moderno despertou no designer. Poynor (2010, p. 96) especula que, “o design é uma fome animalesca por suprimentos ‘frescos’.”. A busca por referências artísticas, culturais e históricas são incessantes, o designer precisa sempre de um presente determinado, cheios de experiências vividas com as quais ele possa nutrir a sua criatividade. Essa mudança sofrida na forma de se fazer design, também refletiu na forma de se consumir os artefatos de design, ou seja, o consumidor pós-moderno consome de forma fragmentada e diversificada, ele é um consumidor que adota tendências de caráter temporal. Como já aborda Santos (1986, p. 90), “a massa pós-moderna, no entanto, é consumista, classe média, flexível nas ideias e nos costumes.”. O consumo pós-moderno é diário e movente, e o designer deve atribuir aos seus projetos que serão expostos ao mercado, uma atratividade, um encantamento capaz de aguçar o desejo pelo consumo.

26 Santos (1986, p.96) salienta que, TV, vitrines, revistas, moda, ruas, na sociedade de consumo, geram um fluxo espetacular cuja função é embelezar e magnificar o dia-a-dia pelas cores e formas envolventes, o tamanho e o movimento de impacto. Tudo fica incrível, fantástico, sensacional. O espectador é o que vê, mas também o que espera por novas imagens atraentes e fragmentárias para consumir. Ele se acha mergulhado na cultura blip — cultura do fragmento informacional, cintilações no vídeo.

3.1

FUNDAMENTOS DO DESIGN GRÁFICO

O design, atribuí elementos visuais básico constituintes de um projeto gráfico e que devem ser adotados pelo profissional de design. Ferlauto (2014, p. 19) designa estes elementos básicos como sendo, “alicerce para o bom desempenho de uma atividade.” Partindo do princípio de que toda linguagem tem as suas características, seus conceitos e fundamentos, a linguagem visual também utiliza a organização visual para solucionar problemas no decorrer do projeto. Ferlauto (2014, p. 19) ainda postula que, “estes fundamentos se estendem para além da técnica e da linguagem”, ou seja, podendo transmitir também informações conceituais de cunho histórico, cultural e técnico que aguçam a percepção por meio dos domínios cognitivos. Porém, existem sim, designers que criam peças gráficas sem utilizar alguns desses fundamentos, confiando em sua sensibilidade estética ou em seu gosto pessoal, no entanto a aplicação desses fundamentos facilitará o entendimento do seu processo de criação e será de grande ajuda em sua capacidade de organização. Em todas as linguagens a utilização de seus elementos básicos não são suficientes para transmitir uma mensagem. A letra é o elemento mais fundamental da linguagem escrita, mas se ela for utilizada isoladamente, não será capaz de ser interpretada, porém um conjunto de letras forma uma palavra que já é suficiente para contextualizar e trazer a luz do entendimento a mensagem que será transmitida. A linguagem visual também tem os seus elementos fundamentais que constituem o alfabeto visual, são eles: ponto, linha e plano. Lupton e Phillips (2008, p.13) afirmam que “O ponto, a linha e o plano compõem os alicerces do design. Partindo desses elementos, os designers criam imagens, ícones, texturas, padrões, diagramas, animações e sistemas tipográficos.

27 O ponto é a menor e mais simples unidade de comunicação visual, quando iniciamos um projeto de design como por exemplo uma marca o ponto pode ser usado para indicar uma posição no espaço ou um ponto de referência, sobre seu aspecto simbólico o ponto pode ser interpretado como um elemento de origem. Uma sucessão de pontos traçados em sequência e aglutinados de uma maneira que é impossível de se identificar individualmente cada elemento teremos o surgimento de outro elemento visual, a linha. A linha pode ser definida como uma memória de deslocamento de um ponto ou um ponto em movimento, e por se originar do ponto entende-se que ela poder ser considerada como um elemento secundário da linguagem visual. O caminho percorrido pela linha forma a margem de um plano. Conceitualmente um plano é construído pelo trajeto contínuo de uma linha em movimento, limitado por sua altura e largura e quando o início e o fim dessa linha encontram-se e dão origem a forma. A forma são representações geométricas, as mais conhecidas são: o quadrado, o círculo e o triângulo, estas formas podem ser usadas para conseguir outras variações através da desconstrução de seus componentes. Cada forma surge de uma maneira diferente, características próprias e comportamentos variados ao serem exploradas.

3.1.1 Grade Contextualizar a Grade, ou grid em inglês, segundo os autores Ambrose e Harris (2012, p.27), é salientar que, “o grid é um meio de dispor e relacionar os elementos de um design a fim de facilitar e auxiliar a tomada de decisões”. Esta base construtiva denominada grade, descrita de uma forma técnica determina o conjunto de linhas verticais e horizontais, que se cruzam em intervalos regulares, ou seja, essas linhas proporcionam ao designer uma estrutura de módulos que auxiliam na disposição e na escolha dimensional dos elementos de design gráfico como, as imagens, textos e formas, proporcionando uma melhor relação na ordenação e distribuição da informação, tornando o processo do layout mais eficiente eliminando as chances de erro, atribuindo ao layout um bom preenchimento com o conteúdo, ajudando inclusive na organização dos espaços em branco, que deixam de ser espaços vazios para ser parte da composição criada pelo designer.

28 Essas relações estão diretamente ligadas à complexidade da grade, quanto mais complexo maior será a liberdade do designer em criar um layout consistente com o máximo aproveitamento de tempo. Ambrose e Harris (2012, p. 27) afirmam que: Grids têm graus variados de complexidade e, portanto, podem oferecer muitas possibilidades de design e ocupação. Conferindo coerência ao design, o grid permite que o designer use seu tempo de maneira eficiente e que se concentre em atingir um projeto bem-sucedido.

A coerência estrutural conferida por meio da grade facilita e gera um aproveitamento temporal eficiente para o designer, logo, o resultado final poderá ser esperado positivamente. Essas relação entre a organização de conteúdo de forma eficaz e o bom aproveitamento do tempo na criação de peças gráficas estão diretamente ligadas a liberdade que uma grade melhor elaborada atribui ao designer, e é interessante ressaltar também que quanto mais criatividade é aplicada na construção de uma grade, menor serão as chances do desenvolvimento de layouts previsíveis, fato que pode ser evitado da mesma forma com a constante busca por referências visuais.

3.1.2 Cor Por estar cercada de significados, a cor é um dos elementos visuais mais poderosos nas mãos do designer gráfico, através dela o designer pode conectar o receptor a experiências e sensações relacionadas ao simbolismo da cor. Lupton e Phillips (2008, p. 71) explicam que “A cor pode exprimir uma atmosfera, descrever uma realidade ou codificar uma informação”. Um dos aspectos simbólicos que devem ser considerados pelo designer na utilização de cores é o fator cultural, entender o contexto para relacionar a cor com a cultura na qual ele está inserido. Cada pessoa pode entender e dar um significado diferente para uma cor, por exemplo para os católicos o verde representa o triunfo da vida sobre a morte, os islâmicos têm o verde como uma cor sagrada e no ocidente simboliza a esperança. No século XVII muitos cientistas já realizavam pesquisas com as cores passando a luz branca por um prisma, acreditava-se nessa época que ele era o responsável por colorir a luz. Isaac Newton (1643-1727) em seus estudos descobriu na verdade o prisma dividia a luz branca nas cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta), baseado em suas pesquisas Newton criou o círculo cromático, formado por cores primárias que ao serem misturadas dão origem a outras cores e

29 uma ferramenta que subsiste até os dias de hoje. Entender o funcionamento do círculo cromático é fundamental para o designer gráfico, a escolha das cores para seu projeto vai deixar de ser aleatória e ao mesmo tempo fornece ao designer infinitas possibilidades para criar combinações cromáticas harmoniosas e agradáveis. Atualmente trabalhamos com dois modelos de cor (RGB e CMYK), o modelo RGB é formado através das cores primárias vermelho (R), verde (G) e azul (B) e a soma dessas cores resulta no branco, neste modelo o preto é considerado ausência de cor e é o modelo utilizado para se trabalhar em suportes onde há a emissão de luz, como monitores e aparelhos de TV. O modelo CMYK que é utilizado nos trabalhos que serão impressos em gráficas, é formado pelas cores primárias ciano (C) magenta (M) e amarelo (Y), a mistura dessas cores tem como resultado a sensação de preto, mas por não se tratar de uma cor pura, foi adicionada a cor preta (K) ao processo.

3.1.3 Tipografia A escolha da fonte de um projeto gráfico não deve ser uma decisão baseada no gosto pessoal do designer, embora não exista uma unanimidade sobre qual é a fonte mais indicada para um determinado trabalho alguns fatores devem ser considerados no momento de decidir qual tipografia será aplicada ao projeto, como por exemplo, se a tipografia está conceitualmente relacionada ao projeto ou se a fonte está em harmonia com todos os outros elementos do projeto gráfico. Ribeiro (2003, p. 45) define a tipografia como sendo “a arte de produzir textos em tipos, isto é, caracteres. Ou ainda a arte de compor e imprimir em tipos”. As formas de projeção tipográficas, sejam elas em tela, papel ou outro meio, exigem do designer a um olhar particular para cada aspecto do projeto gráfico, acrescentando especificidades casuais a escolha da tipografia, considerando sempre os objetivos do projeto, o seu público-alvo e fatores históricos, técnicos e conceituais.

30 Ferlauto (2014, p. 41) diz: Atualmente somos usuários de vários modos de impressão tipográfica e muitas mídias, como a tipografia impressa (de letterpress metálica até variadas impressões via computador) e também convivemos com caracteres em mídias digitais, letras em movimento – no cinema, na tv e na internet-, além das letras na arquitetura e nos muras da cidade.

O lado criativo do designer sempre será colocado a prova, no que diz respeito a utilização das fontes, onde, a estrutura tipográfica escolhida deve obedecer e seguir alinhamentos com relação aos elementos visuais da presentes na peça gráfica. Atualmente há disponível um grande número de fontes que podem ser usadas, adaptadas ou até mesmo criadas e redesenhas por designer, ou seja, percebe-se que os avanços nas ferramentas de design e nos avanços tecnológicos, atribuíram facilidades e acrescentaram incentivos as experimentações no âmbito tipográfico. Ferlauto (2014, p. 41) ressalta ainda, “que definições tipográficas. Embora consistentes e sérias, não valem mais nos dias de hoje, mas continuam sendo usadas para o ensino e para fins de conhecimentos histórico da tipografia.” Embora tenham ocorrido mudanças de conceito e construção das tipografias, este elemento precisa ser aplicado de forma cautelosa, pois a legibilidade é um fato importante a ser considerado na formatação de textos em publicações e experimentos excessivos podem prejudicar o entendimento da mensagem, formatos como livros por exemplo, requerem em sua composição uma tipografia estritamente funcional, a fim de facilitar o processo de leitura, fazendo dele prazeroso e confortável.

3.1.4 Imagem De acordo com Ambrose e Harris (2012, p. 93) as imagens “são eficazes porque comunicam rapidamente uma ideia ou instrução, fornecem informações detalhadas ou transmitem uma sensação que o leitor pode compreender com facilidade.”. As imagens são elementos utilizados no design gráfico para enriquecer o layout, devido ao seu alto poder de significação pode ser utilizada como foco principal para transmitir rapidamente uma mensagem ou pode ser utilizada para para dar fundamentação a uma ideia apresentada no texto.

31 Segundo Samara (2011, p. 24) “As imagens devem oferecer clareza informacional” para que a mensagem possa ser interpretada pelo leitor ela deve haver uma conexão da mensagem com essa imagem. Hoje existem dois formatos principais para as imagens digitais e elas são classificadas de acordo com a sua construção: imagens bitmaps e imagens vetoriais. Imagens Bitmaps (ou rasterizadas) são compostas por um conjunto de pontos, denominados “Pixels”. Estes “pixels” estão dispostos na tela do computador formando uma matriz de pontos que é denominada de “Bitmap” ou “Mapa de Bits”, esse formato tem uma resolução fixa o que em caso de redimensionamento pode ocorrer uma distorção dos pixels resultando em imagens com baixa qualidade.

Figura 1 - Imagem Bitmap Fonte: Graduandos Andre, Brenda e Flaviane

As imagens vetoriais são formadas por cálculos matemáticos, o que permite que a imagem seja ampliada sem perder qualidade. Cada um desses formatos tem suas vantagens e desvantagens, cabendo ao designer entender o funcionamento e especificações de cada imagem para tirar o máximo proveito em seus projetos.

Figura 2 - Imagem Vetorial Fonte: Adobe Illustrator User Guide, 2014

32 3.1.5 Layout Podemos considerar o layout como a organização de elementos de design como textos, cores e imagens e até mesmo os espaços em branco e de que forma eles se relacionam em uma determinada área e como eles podem transmitir uma mensagem de maneira eficiente. Ambrose e Harris (2012) consideram que o layout pode ser um suporte para a criatividade. Com um layout bem construído o designer pode trabalhar para que o projeto tenha um bom fluxo visual e pode trabalhar referências direcionais para levar o olhar do público para o que se quer mostrar. Além da criatividade outro fator que deve ser ponderado é o conteúdo que será trabalhado. Por esse motivo, o designer precisa de informações detalhadas do projeto, para que ele possa trabalhar no layout. De posse dessas informações o designer pode apresentar um rascunho do projeto, para que o cliente tenha um conhecimento prévio que dá uma ideia de como será a aparência final do projeto em questão. Pode ser um desenho simples numa folha ou algo mais evoluído, quando o projeto já está em uma fase mais avançada.

3.2

A IMPORTÂNCIA DO DESIGNER GRÁFICO

Primeiramente é importante saber o que é design gráfico para depois entender a importância do profissional designer gráfico e onde ele se encontra no nosso cotidiano. Para Twemlow (2007, p. 6) “O design gráfico é um tipo de linguagem usada para comunicar. Usamo-la para falar às pessoas sobre coisas que elas querem ou pensam que querem”. O design gráfico serve como instrumento de comunicação para levar informar e orientar pessoas, sendo uma área de atuação dinâmica. De acordo com Newark (2009, p.6) O design gráfico é a mais universal de todas as artes. Está em toda parte, explicando, decorando, identificando - impondo significado ao mundo. Está nas ruas, em tudo o que lemos, sobre os nossos corpos. Interagimos com o design da sinalização de trânsito, da publicidade, das revistas, dos maços de cigarro, dos medicamentos, do logo da nossa camiseta, da etiqueta de instruções de lavagens da nossa jaqueta.

Portanto, o design gráfico não deve ser visto como o risco feito com instrumentos para melhorar a sobrancelha (design de sobrancelha) ou um corte ou coloração utilizada pelo cabeleireiro (hair design) para melhorar a aparência visual dos clientes.

33 Assim como não deve ser relacionado somente com o profissional que faz “arte” em programas de computador como o Photoshop, Illustrator ou Corel Draw, pois existem metodologias para o designer gráfico projetar um produto gráfico, passando por etapas de pesquisa, análise, comparações, esboço, possíveis soluções e planejamento, exigindo estudo, tempo e criatividade para melhor solucionar o problema de projeto do cliente. Villas-Boas (2007, p. 30) explica e define o projeto de um designer gráfico como: Um conjunto de elementos visuais - textuais e/ou não-textuais - reunidos numa determinada área preponderantemente bidimensional e que resulta exatamente da relação entre esses elementos. Num projeto gráfico, os caracteres tipográficos (ou, sendo superficial, as “letras”) são tratados com a mesma importância visual que, por exemplo, um desenho ou uma foto.

O designer gráfico produz peças como cartazes, folhetos, embalagens, revistas, livros e sites com o objetivo de comunicar e influenciar o consumidor. Para Villas-Boas (2007, p. 30) “Design gráfico é a atividade profissional e a conseqüente área de conhecimento cujo objetivo é a elaboração de projetos para reprodução por meios gráficos de peças expressamente comunicativas”. No dia a dia, se percebe vários objetos projetados por designers gráficos, onde este profissional busca a melhor forma de apresentar este objeto para o consumidor, pensando nas funções simbólicas, ergonômicas, estéticas e expressiva para atrair o cliente, concedendo uma melhor interação com o produto. A influência do design está nos relacionamentos e nos ambientes do nosso cotidiano, mesmo de forma, as vezes, pouco perceptível e intrínseca, podendo ser vista nas cores por exemplo, nas garrafas de água mineral onde é usada a cor azul para dar sensação de limpeza e saciação, ou nas padarias que é usado o marrom para conquistar o cliente com a relação da cor com pão quente e fresco. Em concordância com Newark (2009) onde afirma a importância do designer gráfico no cotidiano e como seria o mundo sem este profissional. Imagine se o design gráfico fosse banido, ou simplesmente desaparecesse da noite para o dia. Não haveria palavra escrita, jornais, revistas, internet, descobertas científicas sobre as quais falar, os livros seriam apenas para os ricos, não seriam necessários porta-níqueis, obras literárias, haveriam poucas universidades e a medicina seria das mais simplórias. Tudo seria exaustivamente escrito a mão. Sem o processo e os ingredientes do design - estrutura e organização, palavra e imagem, enfim, diferenciação - , teríamos de receber nossas informações por meio da palavra falada. Entraríamos em uma nova Idade Média, vivendo milhares de anos de ignorância, preconceito, superstição e expectativa de vida muito baixa. (NEWARK, 2009, p. 6)

34 O autor demonstra que o profissional de designer gráfico tem importante valor atualmente, realizando diversas funções, sendo oculta ou evidente, porém o profissional busca sempre alternativas criativas e inovadoras para solucionar os problemas observados no dia a dia, portanto está evidente que o design gráfico esta presente e sempre influenciando e facilitando o cotidiano dos consumidores.

35 4

DESIGN GRÁFICO DIGITAL E DISPOSITIVOS PARA LEITURA

O conceito de design gráfico é modificado ao mesmo tempo em que a sociedade muda, portanto com a introdução de novos meios de comunicação, atualmente o design gráfico começa a ter a preocupação com matéria prima, método de produção ou modo de distribuição do seu produto, passando a ter um pensamento sustentável e ético para tentar solucionar os problemas no setor econômico, ambiental e social de um produto direcionado para a comunicação. Porém o objetivo de uma peça gráfica é transmitir a informação ao maior número possível de pessoas, sendo papel do designer encontrar e escolher a melhor forma de distribuir seu projeto e comunicar este público. Com o avanço do mercado tecnológico, da velocidade da internet e dos novos produtos digitais, o design gráfico teve a necessidade de se adequar ao mundo contemporâneo, onde a multimídia e a interatividade são essenciais para atrair e conquistar o consumidor, adaptando os produtos gráficos a rotina e realidade em que o cliente se encontra. Conforme Bann (2012) o design gráfico teve sua produção voltada por muito tempo para a mídia impressa, posteriormente para televisão e rádio, porém com a introdução da internet e das novas mídias o nicho de trabalho do designer gráfico foi ampliado, se tornando uma atividade múltipla, indo do impresso ao digital. O produto do design gráfico digital é disponibilizado online e as informações podem ser atualizadas constantemente sem precisar passar por novos meios de produção que exigem o uso de tinta, papel e solvente, portanto demonstra ser um processo mais ético para a divulgação de informações atualmente. O mercado tecnológico oferece diversos produtos eletrônicos para satisfazer as necessidades do dia a dia, como smartphones, notebook, e-readers e tablets. As tecnologias ultrapassadas dão espaço para as novas tecnologias, substituindo-as para facilitar tarefas que exigiam muito tempo, disposição, espaço e força para serem executadas, como exemplo temos a substituição da fita VHS pelo DVD e o Blu-Ray segue o mesmo caminho. Para explanar essa revolução tecnológica, temos a introdução de tablets no mercado, que proporciona em um só dispositivo diversas funções, substituindo desde o walkman ao telefone celular, sendo a multifuncionalidade responsável pelo crescente consumo destes aparelhos.

36 Segundo David Bann (2012, p. 23): Há uma exigência cada vez maior do design compatível com múltiplas plataformas - as empresas investem em presenças online que complementem suas identidades visuais baseadas no texto impresso. No entanto, o design para mídia digital deve ir além do para mídia impressa, aproveitando a interatividade da Web, como a capacidade de criar links para outras páginas e sites.

As vendas e o uso destes novos dispositivos estão em expansão, pois atualmente não vem sendo mais utilizado somente para uso doméstico, também está sendo inserido no ramo corporativo e educacional. A introdução do tablet em novos ramos de atividade foi alcançada através das atualizações dos aparelhos e informatização das atividades diárias, possibilitando a diversificação do público e aumentando a faixa etária de seus usuários.

4.1 E-READERS Através da revolução tecnológica, a alta procura por informação rápida e prática, nos transformou culturalmente, pois através de dispositivos digitais que simulam a leitura em folhas de papel podemos ter mais conteúdo disponível somente em um produto. Como pioneiro neste novo mercado temos os e-readers, dispositivo eletrônico que simula a página impressa de um livro, possuindo a função de disponibilizar conteúdo digitalizado em uma plataforma eletrônica para a mão das pessoas, muito utilizado para leitura de livros eletrônicos por possuir uma tela semelhante a do papel. De acordo com David Bann (2012, p. 20) “livros eletrônicos, ou eBooks, são publicados na forma digital como um arquivo que pode ser lido em qualquer PC ou aparelho portátil adequado”. Os e-readers, como o Kindle da Amazon, possui recurso E-Ink (tela eletrônica simulando tinta impressa) e Internet, possibilitando comprar e baixar livros diretamente para o dispositivo, esses recursos tornam o produto mais atraente e acessível para o usuário de livros tradicionais que estão migrando para o meio digital.

37

Figura 3 - Novo Kindle Paperwhite Wi-Fi Fonte: http://www.amazon.com.br/gp/product/B00QJDONQY/ref=famstripe_k, 2015.

4.2 TABLETS O tablet, computador de mão muito utilizado para, por exemplo acessar notícias, trocar emails, acessar as redes sociais, jogar, assistir vídeos, escutar músicas, ler artigos, revistas e livros, popularizado por sua capacidade de interação por toque na tela, proporciona uma nova linguagem para a leitura digital, inserindo vídeos, músicas e animações na leitura de textos. Bann (2012, p 20) destaca que: Os primeiros dispositivos portáteis para livros eletrônicos foram lançados no final dos anos 1990, mas não foram comercialmente bem-sucedidos, uma vez que tendiam a ser muito grandes e pesados, enquanto o texto era difícil de ser lido na tela. Contudo, essa situação mudou depois do lançamento de dispositivos como o Kindle da Amazon, e o iPad, da Apple

Tendo em vista suas variadas funções, o tablet tornou-se um produto essencial para a rotina agitada no período contemporâneo, pois é possível, em um só aparelho, executar várias atividades. Este novo aparelho é fácil de transportar e utilizar, não sendo necessário colocá-lo sobre uma mesa, sentar em uma cadeira e manter a postura semelhante como se utiliza um computador. O tablet tem a intenção de ser mais descontraído, não sendo muito utilizado para produzir conteúdo e sim para consumir. Com o formato de uma prancheta de mão, seu manejo pode ser comparado com a utilização de um livro ou revista, portando para consumir o conteúdo disponível no tablet, o consumidor pode

38 relaxar em uma cama, poltrona ou em qualquer lugar, podendo disponibilizar várias horas do dia consumindo informação de forma confortável e descontraída. O mercado dispõe de vários modelos de tablets, empresas fabricantes como Samsung, Asus, Apple, Motorola, Dell vem fabricando modelos diversificados e atrativos, resultando em uma briga de gigantes para conseguir o reinado desse mercado, porém o tablet da Apple, o iPad, está no topo por possuir sistema operacional próprio e grande variedade de aplicativos e acessórios.

4.2.1 iPad Em 3 de abril de 2010, é lançado no mercado dos tablets o iPad, fabricado pela empresa Apple, na época de lançamento surgiu o questionamento: qual a funcionalidade deste novo aparelho? Este questionamento se deu por a empresa já possuir um smartphone, chamado iPhone, com várias funções, Steve Jobs, líder da Apple na época, tentou conceituar o novo produto na cerimônia de apresentação como “um minicomputador cuja interface parece um iPhone expandido”, portando o iPad inicialmente foi visto como uma versão maior do iPhone. Zappaterra (2014, p 24) afirma Com a chegada do iPad, em 2010, a publicação digital tornou-se uma experiência ainda mais portátil. O iPad trouxe um elemento lúdico para as ferramentas disponíveis. Ele também colocou o editorial no mesmo dispositivo portátil, junto com todas as outras grandes coisas da vida - e-mail, fotos, compras, Internet e leitura.

O novo gadget da Apple foi criticado por não possuir câmera, entrada USB ou GPS, não executar páginas em flash, e realizar somente uma tarefa por vez, mesmo sendo sugerido como um produto portátil, o iPad não poderia ser carregado no bolso causando incomodo e estranheza aos consumidores. Essa mesma estranheza inicial também ocorreu quando a Apple apresentou seu primeiro “minicomputador” em 1989, o Macintosh Portable, atualmente os dois produtos foram aceitos pelo mercado. A demonstração do sucesso do iPad pode ser observada no lançamento do novo iPad, onde o estoque de venda dos aparelhos online foram esgotadas antes de chegar nas lojas, superando a demanda.

39 Como afirma Bann (2012, p 21), o iPad Trata-se de um computador tablet com diversos recursos, comercializado como dispositivos portátil perfeito para acessar mídias de áudio e vídeos, bem como para navegar na Web e jogar. Os livros são lidos usando o aplicativo iBooks, que pode ser baixado da Apple Store, sendo que uma série de grandes editoras de livros e revistas têm compromisso de publicações para o iPad.

Foram apresentados por Tim Cook (presidente-executivo da Apple) em 16 de outubro do ano de 2014, os dois novos tablets da Apple, o iPad Air 2 e o iPad mini 3, os novos modelos possuem acesso a rede 4G, tela retina, leitor de impressão digital, câmeras, variações de cores, sistema operacional iOS 8 e tamanho e espessura menor que os modelos anteriores, sendo um produto discreto e útil para diferentes momentos. Desde o lançamento do primeiro iPad até o modelo atual, já foram comercializados 225 milhões de unidades, se tornando um sonho de consumo para várias pessoas.

Figura 4 - iPad air 2 Fonte: http://www.apple.com/br/ipad-air-2/, 2015

40 4.2.2 Android O Android é um sistema operacional da empresa Google, criado inicialmente para smartphones, sendo um sistema livre, o Android disponibiliza que os desenvolvedores tenham mais liberdade e um melhor custo financeiro. Com a popularização do iPad, buscou-se um sistema operacional semelhante com o iOS da Apple para ser adaptado aos tablets de outras empresas, assim os desenvolvedores do Android criaram a versão do Android Honeycomb, otimizado diretamente para a interface de tablets, atualmente está na versão 3. Por ser um sistema completo e ter várias fabricantes com aparelhos prontos que precisam deste sistema, o Android é o software mais utilizados nas plataformas dos tablets que não são da Apple.

4.3

PRODUÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS

A produção de recursos tecnológicos advém da criação do computador, projetado entre, 1960 a 1961 que a princípio possuía um grande porte. Todavia, este protótipo não tinha como objetivo a interação humana em sua interface. Bonsiepe em sua obra, do material ao digital, apresenta os enormes avanços do desenvolvimento dos meios da computação, plataformas percursoras do design digital. Bonsiepe (2015, p. 12) menciona que, No começo dos anos 1960, não existiam ainda os termos interfaces e interface design, que adquiriram seu significado atual a partir da introdução dos computadores pessoais (personal computers) duas décadas mais tarde, nos anos 1980. Naquele tempo, os computadores de grande porte (mainframe computers) eram desenvolvidos com o objetivo de processar uma enorme quantidade de dados para fins diversos: militares, financeiros (bancos) e administrativos (grandes empresas). Seus usuários eram especialistas, tais como matemáticos físicos e engenheiros.

Com desenvolvimento da tecnologia do computador, uma nova comunicação com o usuário é estabelecida. E a necessidade de adequar-se à está nova tendência, dá origem ao design de interfaces. Esta nova tendência promove a elaboração de elementos que proporcionem uma ligação física ou lógica entre dois sistemas ou partes de um sistema que não poderiam ser conectados diretamente. Bonsiepe (2015, p. 23) ainda afirma que, “a interface é o domínio do acoplamento estrutural entre ferramenta e usuário.”, neste caso, a figura humana. Com este avanço, foi desenvolvido um con-

41 junto de componentes lógicos de um computador, onde, sistemas, processamento de dados, programas, rotina de conjuntos de instruções controlavam o funcionamento de um computador, este componente denomina-se, software. Este método foi criado para atender certa demanda de profissionais, que atuam principalmente nas áreas de computação e design de interfaces. Bonsiepe (2015, p. 21) salienta que, “de acordo com o paradigma dominante, a interface de usuário humano para software é um meio através do qual as pessoas e computador se comunicam.” E ainda pressupõe que, “a interface para usuário humano é o conjuntos de toda a comunicação entre computador e usuário.”. Quanto mais simplificada e objetiva for uma informação transpassada pelo computador, melhor será a captação de aprendizagem e do uso imediato, logo, presume-se que o desempenho do usuário está diretamente ligado a sua percepção visual como um todo. Bonsiepe (2015, p. 23) ainda define a interface como, “a especificação de um sistema computacional, o que inclui os tipos de objetos que o usuário vê no monitor e as convenções básicas para interagir com esses objetos.” O designer de interfaces é o responsável pelo projeto destas propriedades gráficas que são reconhecidas pelo usuário dentro de uma interface, que estimulam a e manipulam a percepção direta do usuário. Dentro destas propriedades gráficas temos os ícones, janelas, menus e teclas, que para Bonsiepe, (2015, p. 23) são “compreendidas como instrumentos metafóricos de uma realidade com a qual o usuário está hoje em dia familiarizado.” Entretanto, estes objetos gráficos não enfatizam uma realidade empírica, e sim uma codificação de comandos e ações dos quais ele já conhece. Podemos exemplificar utilizando o ícone de lixeira que compõe a área de trabalho de um computador, ou seja, para que esse ícone tenha uma função significativa, foi preciso alcançar a memória e o aprendizado do usuário, logo, ele já tinha em mente a função de uma lixeira, nela depositamos tudo aquilo que precisamos descartar ou eliminar permanentemente. Como já acrescentar o autor, “o usuário vive e trabalha em um só mundo, por isso podemos dizer que os elementos visuais sobre o monitor não são a réplica de uma realidade, pois ela abre um espaço para a ação.”. (BONSIEPE, 2015, p. 23). O avanço tecnológico atribui ao designer gráfico o poder de transformação. É por meio do design de interface que ele passa a ser responsável pelo emparelhamento estrutural do usuário com o objeto, assim como, aprimora a sua interação com as ferramentas para alcançar um objetivo de ação por parte do usuário. Bonsiepe (2015, p. 57) ainda salienta que, “ design de interação é a passagem de uma definição de

42 “o quês” na ação do usuário, para uma definição de “como” fazê-lo.”. Portanto, é por meio de projetos esquematicamente produzidos que o designer estimula o manuseio das interfaces.

4.4

O RECURSO DA INTERATIVIDADE

Primeiramente, precisaremos definir o que interatividade. Para Lévy (1997) “o termo ‘interatividade’ em geral ressalta a participação ativa do beneficiário de uma transação de informação”. Ou seja, o adjetivo interativo pode ser utilizado para qualquer coisa ou sistema que permite ao seu usuário algum nível de participação. Brinquedos eletrônicos, videogames e telas táteis que dão retorno quando tocadas são chamados de ambientes interativos. Levy (1997) também destaca que não existe receptor passivo, pois mesmo uma pessoa inerte na frente da TV é capaz de interagir de formas diferentes ao receber aquela informação. Indo mais a fundo, para ocorrer uma interação é preciso transformar o receptor passivo em difusor, o receptor passivo é inserido em um sistema onde realiza troca de informações a partir de um dispositivo de interface, tornando-se receptor difusor Esse mesmo dispositivo é responsável pelo nível de interação realizado, assim sendo, ele atua como mediador na transação, onde o usuário experimenta formas de imersão nas diversas modalidades perceptivas, seja usando o tato, visão ou audição. Quanto mais complexo o sistema interativo, mais completa a experiência e maior a resposta do usuário.

43 5

DESIGN EDITORIAL

O design editorial é a área do design gráfico associada a criação do projeto visual de edições, seja de revistas, livros ou jornais, periódicos ou não. A diagramação dos projetos pretende ordenar, da melhor forma, o vínculo visual entre os textos, imagens e ilustrações que irão fazer parte da edição, com o intuito de ter um projeto visual que agrade e conquiste o leitor, não se limitando somente ao uso da tipografia, mas dependendo vinculando com criatividade de relacionar um conjunto de elementos gráficos. Como afirma Silva (1985, p. 43): Em termos de programação visual, a diagramação é o projeto, a configuração gráfica de uma mensagem colocada em determinado campo (página de livro, revista, jornal, cartaz), que serve de modelo para a sua produção em série. A preocupação do programador visual e, consequentemente, sua tarefa específica, é dar a tais mensagens a devida estrutura visual a fim de que o leitor possa discernir, rápida e confortavelmente, aquilo que para ele representa algum interesse.

Técnicas de diagramação, psicologia das cores, hierarquia visual, harmonia das composições, grid e escolha da tipográfica, oferecem ao designer editorial uma ampla liberdade de criação, sabendo usar essas técnicas, os erros são reduzidos e aumentam as chances de ter um projeto editorial eficaz. Os conceitos que guiam a produção de design editorial são: ritmo, equilíbrio, harmonia, motivo predominante, motivo secundário e motivo de ligação, usando esses conceitos para compor uma peça gráfica Para Silva (1985, p. 31) “A legibilidade de um texto depende das formas das letras, do branco anterior das mesmas, do corpo usado, do comprimento das linhas, do entrelinhamento, do espacejamento e das margens”. Afirmando assim, importância do design editorial para proporcionar uma melhor velocidade de leitura de um material gráfico. Atualmente, o design editorial alcançou novos meios de comunicação, portanto é interessante o profissional que trabalha nesta área ter conhecimento cultural e estético para a criação de materiais editoriais para diversas áreas, como a digital, que o design editorial esta presente nos sites, mídias sociais, e-readers e tablets. Com a introdução desses novos meios de comunicação, a forma de produzir material para o meio digital também evoluiu, antes a produção era somente para o meio impresso, onde era usado basicamente o papel e tinta em vários métodos de produção.

44 Silva (1985, p. 38) ressalta que : Com o aparecimento dos veículos de comunicação massa eletrônicos, revolucionando a comunicação humana através da instantaneidade da informação provocada pelo som e o movimento de imagem, alterou-se radicalmente o comportamento de apresentação visual e editorial na veiculação impressa.

Hoje o design editorial pode ser produzido somente para a tela, não necessitando passar para o meio físico por meio de impressões, necessitando somente de uma tela para ser consumido, portanto, pode produzir e reproduzir as edições somente no meio digital, exigindo conhecimentos e treinamento das ferramentas gráficas pelo designer editorial.

5.1

REVISTA IMPRESSA

A revista surgiu como um meio de comunicação, entre os jornais com noticias recentes e os livros com assuntos aprofundados, tendo como objetivo a relação do leitor com o seu conteúdo segmentado e disponível periodicamente, caracterizando-a como um meio de comunicação portátil, objetivo e íntimo, tornando-se um produto de interessante para o entretenimento do leitor. De acordo com Scalzo (2009) a revista é diferente do jornal ou livro, pois estes contém títulos com temas variados, portanto alcança um público heterogêneo. Essa segmentação ocorre pois na revista encontramos um conteúdo mais direcionado a um determinado público-alvo. Em 1663, na Alemanha, surge a primeira revista com o nome de “Erbauliche Monaths-Unterredungen”, traduzindo para o português seria “Edificantes Discussões Mensais”. Não é de se estranhar que a primeira revista tenha surgido na Alemanha, pois foi lá que em 1439 Johannes Gutenberg inventou a prensa e os tipos móveis, dando início ao processo de impressão. Criada por Johann Rist, teólogo e poeta, a revista “Erbauliche Monaths-Unterredungen” ficou no mercado aproximadamente por 5 anos. A revista trazia discussões de assuntos polêmicos e interessantes para aprofundar a população sobre os temas propostos. Skalzo (2009) afirma que neste tempo as revistas continham textos corridos, semelhante com o formato de um livro, porém era periódica e dissertava sobre um determinado assunto, mantendo sua continuação nas próximas edições, portanto para acompanhar aquele assunto era fundamental comprar as seguintes edições, es-

45 tabelecendo assim sua condição de revista periódica. A revista foi determinante para expandir e difundir os conhecimentos e descobertas naquela época, promovendo a liberdade de pensamento entre pesquisadores e leitores, assim em 1665 foi publicada a primeira revista científica “Le Jornal des Savants” na França. Somente em 1693 temos a primeira revista dedicada para o público feminino, mas feita por homens, nomeada de “The Ladies Mercury” a revista continha conselhos sentimentais. A partir do século XIX os assuntos contidos nas revistas começaram a ser divididos por títulos e abordando temas variados para o interesse geral. Neste mesmo século as revistas chegaram ao Brasil, através da corte portuguesa, porém a primeira revista exclusivamente brasileira foi lançada somente em 1812, em Salvador, nomeada de “As Variedades ou Ensaios de Literatura”, porém imitava os modelos de revistas estrangeiras já conhecidas. A revista abordava textos clássicos, discursos sobre costumes e valores, artigos científico e textos para entretenimento. Além do conteúdo direcionado, a revista é um veículo informativo que pode ser transportado discretamente sem grandes esforços, manuseado em locais pequenos sem dificuldades para passar de páginas e guardado em pequenos espaços, tornando a leitura menos cansativa e mais atrativa. A temporalidade, geralmente semanal, quinzenal, mensal ou anual, do lançamento de uma nova edição da revista busca manter os assuntos atualizados para interessar o leitor e impedir que este tenha a informação através de concorrentes. Com o aprimoramento e barateamento dos processos de impressão, a partir do século XX as revistas foram difundidas no mundo todo e atualmente vem passando do meio físico para o digital.

5.2

REVISTA DIGITAL INTERATIVA

A revista digital interativa é uma evolução da revista impressa, sendo publicada periodicamente e atualmente disponível para a leitura em tablets, aparelho eletrônico em formato de prancheta de mão com diversas funcionalidades.

46 De acordo com Zappaterra (2014, p. 24) As primeiras publicações digitais eram principalmente sites com páginas em PDF que podiam ser movimentadas como se viram as páginas de um jornal ou revista convencional. Porém, os arquivos eram grandes e limitados pelas fontes disponíveis. A editora americana Condé Nast contruiu seu próprio software personalizado interno e produziu a Wired, GQ e Vanity Fair, sem depender de sistemas de software externo.

Hoje as revistas disponíveis para leitura em tablets não são simples transcrições da revista impressa em folhas de papeis para o meio digital, este novo formato permite criar uma nova narrativa para transmitir informação, própria de uma revista interativa. Esta evolução tem como principal característica a introdução de recursos digitais no método tradicional da leitura de revistas físicas, disponibilizando uma leitura mais interativa, com recursos audiovisuais e multimídia, respondendo aos toques do leitor na tela do tablet, originando uma nova linguagem para a leitura de revistas. Essa nova linguagem vem sendo utilizada por empresas e editoras como uma alternativa para o público contemporâneo, sinalizando a convergência do meio impresso e do digital, oferecendo a versão digital de suas publicações para a leitura em tablets, sendo uma alternativa bastante viável por disponibilizar um conteúdo diferenciado, prático e interativo para o novo consumidor. Como aponta Zappaterra (2014, p. 24) “Conforme a tecnologia do design interativo foi sendo melhorada, os aplicativos passaram a agradar aos anunciantes que poderiam, então, adicionar imagens com movimento e conteúdo interativo às propagandas”. Utilizando somente a plataforma do tablet para ser acessada, a revista digital interativa é um crescente produto gráfico para alcançar os novos leitores e disponibilizar mais facilmente a informação. Porém, por ser uma nova mídia, ainda carece de artigos acadêmicos e profissionais especializados na área, dispostos a conhecer um novo e abrangente mercado de trabalho, passando suas diagramações de revistas da máquina de impressão para a tela plana de um tablet, esta nova área de trabalho é conhecida como Digital Publishing, atividade direcionada para designers e desenvolvedores criarem suas publicações para tablets.

47 5.3

PERFIL DO LEITOR MOVENTE E IMERSIVO

No período Revolução Industrial temos o surgimento de um novo cenário, no meio da expansão tecnológica e do crescimento complexo das cidades surge o leitor movente, um leitor que precisa reunir as informações relacionadas ao aumento de consumo impulsionado pela publicidade espalhada na cidade e com o surgimento do jornal impresso. O leitor movente pode ser interpretado como um leitor de signos, cores, volumes e movimentos, um leitor que se tornou ágil para poder acompanhar o imediatismo do que acontecia ao seu redor. Para Santaella (2004 p. 29), É nesse ambiente que surge o nosso segundo tipo de leitor, aquele que nasce com o advento do jornal e das multidões nos centros urbanos habitados de signos. É o leitor que foi se ajustando a novos ritmos da atenção, ritmos que passam com igual velocidade de um estado fixo para um móvel. É o leitor treinado nas distrações fugazes e sensações evanescentes cuja percepção se tornou uma atividade instável, de intensidades desiguais.

O leitor movente é treinado nas distrações momentâneas e sensações passageiras, leitor apressado de linguagens instantâneas e misturadas. O processo mecânico de impressão, aliado ao telégrafo e à linguagem fotográfica, gerou a linguagem híbrida do jornal, testemunha do cotidiano, fadada a durar o tempo exato daquilo que noticia. Com ela nasce o leitor fugaz, novidadeiro, de memória curta, mas ágil. Santaella (2004 p. 19) define o leitor movente como: O leitor do mundo em movimento, dinâmico, mundo híbrido, de misturas sígnicas, um leitor que é filho da revolução industrial e do aparecimento dos grandes centros urbanos: o homem na multidão. Esse leitor, que nasce com a explosão do jornal e com o universo reprodutivo da fotografia e do cinema, atravessa não só a era industrial, mas mantém suas características básicas quando se dá o advento da revolução eletrônica, era do apogeu da televisão.

O leitor movente tem habilidades indiscutíveis, capazes de interpretar diferentes signos que circulam ao seu redor, Santaella (2004) defende que o leitor movente abriu espaço para o leitor da hipermídia, o leitor imersivo, ou seja ele esteve preparando a sensibilidade perceptiva humana para o surgimento do leitor imersivo, que navega “entre nós e conexões alineares pelas arquiteturas líquidas dos espaços virtuais”.

48 A grande característica do leitor imersivo é a interatividade. E nas transformações surgidas com esse tipo de leitura, como a mudança de ritmo, maior agilidade dos movimentos e escolhas. O leitor imersivo tem a sua disposição múltiplas e diferenciadas ferramentas quando comparado com o leitor movente. Para Santaella (2004 p. 33) o leitor imersivo é: Um leitor que navega numa tela, programando leituras num universo de signos evanescentes e eternamente disponíveis, contado que não se perca a rota que leva a eles. Não é mais tampouco um leitor contemplativo que segue as sequências de um texto, virando páginas, manuseando volumes, percorrendo com passos lentos a biblioteca, mas um leitor em estado de prontidão, conectando-se entre nós e nexos, num roteiro multilinear, multisequêncial e labiríntico que ele próprio ajudou a construir com os nós entre palavras, imagens, documentação, músicas, video etc.

Em sua obra, Santaella (2004) retoma as interrogações urgentes e contraditórias as tecnologias digitais. Uma das questões em debate é a capacidade de leitura convencional por parte daqueles que se habituaram a navegar no ciberespaço. Santaella admite vários modos de ler, diversos tipos de leitores e tipos diferenciados de estímulos semióticos. O leitor das linguagens híbridas precisará percorrer a arquitetura hipertextual que suporta linguagem hipermidiática. Assim, com base em três operações fundamentais do raciocínio humano (abdução, indução e dedução), Santaella define os três níveis distintos do perfil cognitivos dos leitores imersivos, sendo eles o “errante”, o “detetive” e o “previdente”. Santaella estabelece a correlação entre categorias propostas pelo pensador alemão Vilém Flusser e os seus conceitos. O que Flusser denominou “sobrevoar apressado” é semelhante ao navegador errante; o “farejar desconfiado” ao navegador detetive; e o “desdobrar cuidadoso” ao internauta previdente. A autora descreve o navegador errante como aquele que age por instinto e abdução, formula hipóteses e cria seus caminhos, navegando de maneira livre e desprendida de rotas, de forma peculiar, turbulenta e desorientada. O internauta detetive, por sua vez, usaria um tipo de lógica, recorreria a experiências e percorreria o caminho que considera mais provável para alcançar o resultado esperado. É disciplinado, e anda por caminhos e ambientes hipermidiáticos que já são navegáveis. Esse navegador aprende com suas experiências, trabalha a partir dos seus avanços, erros e autocorreções, e formula perguntas como “onde estou” e “onde quero chegar”. Adaptando-se, o detetive transforma as dificuldades em aprendizado.

49 Por fim, o previdente é o navegador experiente, que já criou um mapa mental da rede e navega com segurança. Dispõe da memória de longa duração sedimentada pela prática, executa os seus procedimentos de forma quase maquinal. Para ele, navegar é um ato de cumplicidade com o software. O tipo de leitura expressa pela navegação não deve ser associado ao equipamento computacional pois a tecnologia avança rapidamente e propõe suportes cada vez mais diversificados para a interação (como é o caso dos atuais tablets). Dessa forma, Santaella (2004) alerta-nos que o que deve permanecer em meio a todas as mudanças tecnológicas em curso é o conceito de leitor imersivo. Mesmo que as interfaces mudem, a navegação significa movimentar-se física e mentalmente entre signos - fazendo emergir novos tipos de sensibilidades perceptivas e dinâmicas mentais.

5.4

ADOBE DIGITAL PUBLISHING SOLUTION

Atualmente há uma série de soluções para criação, publicação e distribuição de revistas digitais para tablets, dentre as quais podemos citar o Aquafadas, App Studio (plugin do Quark PublishingSystens), PressRun, SeintXtent, ePublisher, entre outros. Para o projeto da revista optaremos pela utilização da plataforma criada pela Adobe (Adobe Digital PublishingSuit - ADPS), pois como a solução tem integração total com o Adobe InDesign (CS6 e CC) que hoje é o principal programa utilizado para a diagramação de publicações impressas e é amplamente utilizado por profissionais e empresas do segmento editorial. Além da compatibilidade com os principais dispositivos da Apple (iPad, iPhone e iPod) e de diversos modelos de tablets de diferentes fabricantes como Motorola Xoom, Galaxy Tab, Google Nexus e Kindle Fire , que utilizam o sistema operacional Android a partir da versão 2.2. A ADPS vem com diversos recursos de interatividade, por exemplo imagens que giram 360°, galeria de imagens, áudios, vídeos entre outros sem a necessidade do diagramador inserir códigos de programação para criar a interatividade da sua revista digital.

50 5.4.1 Criação A diagramação da revista digital interativa é feita no programa Adobe InDesign (CS6 e CC) e não se diferencia em nada da diagramação de uma revista impressa fazendo com que o processo de transição dos diagramadores de revistas impressas para as revistas digitais seja bem tranquilo, basta ter coragem para aprender novas tecnologias.

5.4.2 Autoração Para se produzir a revista digital utilizando o InDesign e o ADPS não é necessário o aprendizado de programação, isso quer dizer que os diagramadores montarão suas revistas digitais no InDesign sem o conhecimento de programação de computador, já que a interatividade é aplicada por meio dos recursos encontrados no Folio Overlay , um plug-in para o InDesign que pode ser baixado gratuitamente do site da Adobe. Uma vez que os elementos estáticos e interativos estejam diagramados, eles devem ser enviados para um servidor web através do painel Folio Builder, contudo o diagramador pode testar os recursos interativos primeiro no computador, depois no tablet ou smartphone, antes da publicação final. Para ver e testar como está ficando a revista digital, o designer usa o Adobe Content Viewer, tanto no computador, no tablet e no smartphone;

5.4.3 Produção A produção da revista digital interativa ocorre nos servidores web da Adobe, por meio do Folio Producer Service, disponível no endereço: https://digitalpublishing. acrobat.com, que é o responsável por inserir os metadados e cria o arquivo final da revista, que passa a ser chamar Folio. Por meio do serviço também é possível disponibilizar a revista para que outras pessoas possam por exemplo fazer a revisão ou aprovar a versão final da revista antes da publicação definitiva da revista digital.

51 5.4.4 Distribuição Há várias formas diferentes de vender o conteúdo da revista digital a mais tradicional é por meio das lojas de aplicativos, que pode ser a venda de uma edição única até um modelo de negócios baseado em assinaturas, denominados de Quiosques ou Banca. Ao se inscreverem no aplicativo por meio da assinatura do iOS, os usuários têm direito a todos os fólios nos quais a Data de Publicação fique entre as datas inicial e final. Eles também têm direito ao fólio publicado mais recentemente quando se inscrevem pela primeira vez. Por exemplo, se um usuário se inscrever para uma assinatura de seis meses em 10 de novembro, a data inicial será 10 de novembro e a data final, 10 de maio. Após a assinatura, o usuário poderá baixar o fólio publicado mais recentemente, bem como qualquer fólio no qual a Data de Publicação esteja entre 10 de novembro e de 10 maio. Se não renovarem a assinatura, os usuários continuarão tendo direito a seis meses de conteúdo. Vale ressaltar que os arquivos da revista digital (Folio) será hospedado nos servidores web da adobe, o aplicativo instalado no dispositivo apenas faz uma leitura dos arquivos publicados nos servidores e disponibiliza o download ao usuário habilitado.

5.4.5 Análise A Adobe disponibiliza aos desenvolvedores uma ferramenta chamada de Analytics Service, para análise do conteúdo publicado, esta ferramenta gera relatórios da quantidade de adições baixadas, quais as matérias mais lidas, quais anúncios geraram mais interesse, quais matérias foram mais compartilhadas ou quantas vezes o aplicativo do quiosque foi baixado.

5.5

USABILIDADE E ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Os termos usabilidade e arquitetura da informação devem ser estudados e descritos de forma conjunta. Ambos estão diretamente ligados aos requisitos de construção, distribuição de informações e a qualidade e eficácia da interatividade entre dispositivo e usuário. O usuário deve sentir-se a vontade ao manusear plataformas e

52 suas necessidades, no que diz respeito a percepção da informação devem ser atendidas de forma eficaz. Como já ressalta Santa Rosa e Moraes (2012, p. 22), “No desenvolvimento de interfaces, deve se priorizar os objetivos dos produtos e a necessidade do usuário”. Como todo projeto de design, métodos e técnicas de projetos também são adotados pela usabilidade e arquitetura da informação para que seja alcançado facilidades com recursos de interatividade. Entretanto, a usabilidade e a arquitetura da informação, por se tratarem de funções, cujo seu principal objetivo e a boa transição de informações, muitas vezes o valor estético do projeto é colocado para segundo plano, o que não deveria acontecer, pois o fator estético é um grande influenciador para a boa percepção do usuário sobre o produto no qual é lhe apresentado. Como já destaca Santa Rosa e Moraes (2012, p. 22), “a usabilidade não é um conjunto de regras castradoras da criação.”. Vale apena ressaltar que o uso da criatividade é uma característica pós-moderna. Ao descrevendo usabilidade, Santa Rosa e Moraes (2012, p.16) consideram que: Usabilidade é a capacidade de um produto ou sistema, em termos funcionais-humanos, de ser usado com facilidade e eficácia por um segmento especifico de usuários, fornecendo-lhes treinamento e suporte especifico, visando à execução de um elenco especificado de tarefas, no contexto de cenários ambientais específicos.

Os autores ainda destacam como conceituador de usabilidade a ISO 9241-11, que corresponde à qualidade de uso, ou seja, corresponde à eficiência e eficácia (satisfação) na qual, um específico usuário, atinge objetivos específicos e determinado ambiente (ISO 1993). A usabilidade assim como a funcionalidade estão presentes nas atribuições de todo e qualquer produto, no entanto a funcionalidade refere-se à capacidade funcional de todo produto, e a sua funcionalidade é constatada por meio de testes específicos. Já a usabilidade, refere-se ao grau de interação que existirá entre o usuário e o produto, a fim de satisfazer suas necessidades. Santa Rosa e Moraes (2012, p.18), ainda ressaltam que, “cabe a nós, designers da interação, criarmos interfaces adequadas em todos os dispositivos, público-alvo, situações de uso e tarefas especificas”. O design de interfaces interativas é uma tendência pós-moderna, capaz de estabelecer ligações entre usuário e dispositivos, tendo como fator relevante atribuir à boa comunicação, o conforto e a satisfação, além de proporcionar novas experiências de consumo ao homem por meio de dispositivos, projetados com métodos e técnicas

53 de design. Já a arquitetura da informação, adotada técnicas e atribuí organização e diminuição da quantidade de informação absorvida pelo usuário ao utilizar os meios transmissores de conteúdo informacional. Santa Rosa e Moraes (2012, p. 23) salientam que, “Deve-se, portanto, criar mecanismos para minimizar sobrecargas cognitivas e aliar os aspectos de design gráfico e de estética à usabilidade”. Muitas vezes distribuir informações por vários meios de comunicação não significa obter uma organização visual da informação, podendo acarretar em acúmulos de informação absorvidas pelo usuário, produzindo assim, o que os autores denominam de, “lixo informacional.” (2012, p.24). Com isso, a arquitetura da informação, atribui suporte a usabilidade e proporciona facilidade na obtenção de informações.

54 6

TURISMO, HISTÓRICO E DEFINIÇÕES.

A curiosidade e necessidade de deslocamento do ser humano é sim um fator de grande importância na busca pela prática do turismo. A origem da palavra turismo vem do vocábulo tour que é de origem francesa e significa “volta”. (BARRETO, 1995). Outra afirmação diz que “a matriz do radical tour é do latim, através do seu substantivo tourns, do verbo tornarem, cujo significado é “giro”, volta, viagem ou movimento de sair e retornar ao local de partida” (ANDRADE, 1992). A busca pelo conhecimento e envolvimento cultural e natural faz com que o homem se desprenda de sua rotina e habitar de origem, e busque por uma nova experiência de vida. É como já salientava Goeldner (2002, p. 18), “os seres humanos são curiosos, por natureza, curiosos em relação ao mundo em que vivem, pois querem criar uma consciência maior a respeito do mundo.” Viajar é uma realização, é prazeroso, sem dúvida é uma necessidade biológica humana, e não restam dúvidas de que, a prática do turismo está presente na formação da cultura humana, atividade que é bem mais antigo de que sua própria definição. Goeldner, ainda postula: Há um milhão de anos a humanidade de desloca de um lugar a outro. Nosso ancestral, o Homo erectus, originou-se no leste e no sul da África. Mas vestígios dessas formas primitivas foram encontrados até na China e em Java (Indonésia). (GOELDNER, 2002, p.18)

O turismo, assim como todos os processos e atividades ligadas ao desenvolvimento humano, também teve seus avanços com o surgimento da tecnologia. Muitas formas de se aprimorar o turismo surgiram aos longos dos anos e gerações. “Na França em torno de 1550, que surge o primeiro guia de estradas pioneiro do mundo, sendo seu autor Charles Estiene.” (MASINA, 2002, p.14), logo, a sinalização dos roteiros e estradas tornou-se mais frequente no auxilio dos viajantes. Ainda na França, como ainda pressupõe Masina ( 2002,p.14). “a partir do século XVIII com o desenvolvimento da malha rodoviária receberá um impulso importante, onde os transportes coletivos passam a ter horários e roteiros determinados”. O autor ainda ressalta que, A França foi o país precursor do turismo interno, mas coube a Inglaterra dar inicio ao turismo externo, pois os ingleses foram os primeiros a descobrir o continente europeu, motivados pela busca de centros terminais e, também, pelo atrativo dos recursos naturais do velho continente.” (MASINA, 2002, p.14).

55 Mas foi com a chegada do século XIX, que o turismo expandiu-se, com o desenvolvimento e aprimoramento mecânico, criação de ferrovias, e transportes marítimos capazes de percorrer grandes distâncias. Masina (2002, p.15) afirma que, “esses fatos, aliados à preocupação com o conhecimento e o progresso, deram um grande impulso à fase inicial da atividade turística, possibilitando o deslocamento de maior número de pessoas com mais conforto e rapidez.”. É neste período também que surgem as primeiras agências de viagens, que Souza (2000, p.16) define como, “realizadora de operações dentro do território nacional.”, tendo Thomas Cook e Georges Pullmann como pioneiros. “Os serviços prestados por esses pioneiros facilitaram em muito os deslocamentos das pessoas, propiciando vivenciar diferentes aspectos da viagem, desde o alojamento e a alimentação até o transporte e a diversão”. (MASINA, 2002, p.15) Em meados do século XX o turismo recebe outra adaptação importantíssima com o surgimento da indústria automobilística e da aeronáutica. “O turismo tomará grandes dimensões.” (MASINA, 2002, p.15), ou seja, é neste momento que a atividade turística expande-se para o turismo de massa. Mas Masina (2002, p.15) ainda ressalta que isto, “só foi possível em decorrência de outras conquistas sociais como, por exemplo, o direito do trabalho a férias remuneradas, juntamente com o desenvolvimento econômico de alguns países.”. Agora, as agências de viagens se aprimoram e se organizam para difundir os produtos turísticos não só no território nacional como também, fora deste. Deixou-se claro que, o turismo trata-se de uma atividade pretérita que sofreu variações ao passar do tempo. Esta atividade possui várias definições, porém, em todas elas a característica do deslocamento de pessoas está presente, Souza (2000, p.141) define turismo como sendo, “o deslocamento de pessoas isoladas ou em grupos de um lugar para outro, por diferentes motivos e interesses, permitindo o intercambio de cultura e união entre os povos.”. A Organização Mundial do Turismo (OMT) define o turismo como sendo: Atividade que realizam as pessoas durante suas estadas em lugares diferentes ao seu entrono habitual por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras. (SANCHO, 2001, p. 38)

56 Tendo, o turista, como o principal o beneficiado de todos esses recursos, que é citado por Souza (2000, p.152) como sendo, “pessoa que pratica a atividade turística, ou seja, que viaja para determinado lugar em busca de lazer e diversão.”. Podemos atribuir ao turismo mais uma definição, “a prática de viagens de recreio, visitas a lugares pitorescos, podendo ser também a exploração econômica de lazer.”. Portanto, a busca pela satisfação e realização pessoal é independente do motivo da viagem, onde Sancho (2001, p.16) postula que, “a prática do turismo pode ser indicativa de um verdadeiro investimento do turista em sua própria pessoa e no seu bem-estar.”. A atividade turística atribui ao ser humano novas experiências e expectativas capazes de motivar sua vida, por meio da aproximação e interação entre culturas, novos conhecimentos políticos, históricos - sociais e naturais.

6.1

ATRATIVOS TURÍSTICOS

Atrativo turístico é o que permite definir a importância e o que estimula o interesse do turista a se deslocar para um polo turístico, ou seja, são todos os lugares, objetos ou acontecimentos de interesse turístico que provocam o deslocamento de indivíduos para conhecê-los. Souza (2000, p.116) define pólo turístico como sendo, “o conjunto de atividades turísticas matrizes que criam efeitos atrativos sobre outros conjuntos definidos nos espaços econômicos e geográficos.”. As qualidades dos atrativos turísticos de uma cidade determinam a escolha e fideliza a estadia do turista na cidade, por se tratar do “componente principal e mais importante do produto turístico, pois determinam a seleção, por parte do turista, do local de destino de uma viagem.” (SOUZA, 2000, p.25). Os atrativos podem ser lugares, eventos e passeios e são divididos por categorias. As categorias estão divididas em: A1- Naturais/ecológicos; A2- histórico-culturais; A3- manifestações e usos tradicionais populares; A4- Realizações técnicas e cientificas contemporâneas; A5- Acontecimentos programados/calendários de congressos e feiras. (SOUZA, 2000, p. 26)

Todos os atrativos têm a sua importância turística e são ordenados conforme a oferta turística existente. Souza (2000, p. 105) caracteriza oferta turística como sendo, “o conjunto de bens e serviços turísticos, atrações, acessos e facilidades, colocados no mercado, à disposição do turista, em conjunto ou individualmente, visando atender às suas necessidades, solicitações ou desejos”. Masina (2002, p. 28) ressalta que,

57 “oferta turística, em si mesma, muitas vezes é confundida com o produto turístico, mas a oferta representa apenas os insumos necessários à elaboração do produto.”. Desfruta de tudo o que há de melhor em uma região é o esperado pelo turista, logo, proporcionar os melhores roteiros, apresentar os atrativos e ofertas de forma mais encantadora são fatores que determinaram o destino a ser escolhido.

6.2

PRODUTOS TURÍSTICOS

Satisfazer a necessidade do turista é função básica de todo produto turístico e quanto mais ele se mostrar diversificado com relação aos outros existentes em outras localidades regionais, maior será o interesse do turista em querer conhecê-los. Produtos turísticos para Masina (2002, p. 50), “é o diferencial entre o que é realmente oferecido, em bens e serviços turísticos, e o que de fato o turista usufrui.”. Já para Souza (2000, p. 118) refere-se ao “amálgama de elementos tangíveis e intangíveis, centralizados numa atividade especifica, e numa determinada direção.”. A qualidade na qual estes produtos são oferecidos ao turista é um dos critérios de total importância e é o que de fato influencia na preferência, “tanto em razão de sua integração com visitas ao atendimento da demanda quanto pelo fato de unir os setores primários, secundários e terciário de produção.” (SOUZA, 2000, p. 118), ou seja, serviços de hospedagem e transporte, juntamente com as facilidades de acesso que o turista na compra e combinações de arranjos e atividades. Outro fator importante é a inovação da divulgação destes produtos. A constante inovação dos produtos e serviços turísticos, principalmente considerando-se que a demanda turística é muito instável e cada vez mais conhecedora e informatizada a respeito do que vai adquirir. (MASINA, 2002, p. 49)

Desta forma, investir em uma melhor apresentação, em melhores estratégias de comercialização destes produtos turísticos é importante. Encantar e satisfazer com êxito a necessidade do turista é de fato esperar o retorno do mesmo ao local.

6.3

ROTEIRIZAÇÃO TURÍSTICA

Os roteiros turísticos refere-se à toda programação turística oferecida ao turista, ou seja, como, quando e onde. Como ele chegará aos seus destinos ou como

58 serão as formas de pagamentos para adquirir este roteiro, quando ele virá ou quando ele retornará, quando ele visitará e desfrutará dos produtos turísticos oferecidos, juntamente com a forma de transporte e onde ele se hospedará entre outros serviços tangíveis ou não que o turista precisa ter acesso para uma boa viagem. Souza (2002, p.130) define roteiro turístico como sendo, “o itinerário escolhido pelo turista”. “Pode ser organizado por Agência (roteiro programado) ou pode ser criado pelo próprio turista (roteiro espontâneo).”. Roteiros espontâneos, “são viagens improvisadas, de acordo com o interesse de cada viajante.” (SOUZA, 2000, p.130). Já roteiros programados são, “viagens organizadas por agências de viagens, onde o turista tem a companhia de um guia com informações gerais sobre os locais visitados.” (SOUZA, 2002, p. 130). O foco da roteirização é a captação de parcerias, sendo elas municipais, regionais, estaduais, nacionais e até mesmo internacionais, com a finalidade de buscar o aumento das oportunidades de negócios nas regiões turísticas. A roteirização auxilia no processo de identificação, elaboração e consolidação de novos roteiros turísticos e também, tem como função pontuar a necessidade de aumento dos investimentos em projetos já existentes, como: melhorias estruturais ou na qualificação dos serviços turísticos oferecidos. Desta forma, o processo de roteirização pode contribuir para o aumento não só do número de turistas que visitam uma região e do seu prazo médio de permanência nos destinos mas também, estimula o crescimento econômico da região em todos os setores nos quais foram terceirizados ou não. Portanto, o ato da realização turística engloba vários fatores e afeta diretamente o seu desenvolvimento sendo ele, econômico, social ou cultural.

59 7 METODOLOGIA A metodologia científica, tem a função de orientar de forma mais precisa todo o processo de elaboração de um trabalho acadêmico, onde, são apresentados os passos, e etapas de pesquisa, sejam elas de estudo, artigos ou uma monografia. Severino (2007, p. 13) por sua vez aborda metodologia como sendo, “diretrizes bem práticas para a conclusão da vida acadêmica”.

7.1

QUANTO AOS OBJETIVOS

Tendo como objetivo de trabalho a busca por referências para averiguar a existência ou não de uma necessidade do mercado turístico regional em aperfeiçoar as formas de divulgação dos roteiros turísticos que são ofertados pelas agências de turismo receptivo de Belém. Pode-se caracterizar esta pesquisa do tipo exploratório. A pesquisa será de caráter exploratório que para Marconi e Lakatos define da seguinte maneira: São investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipótese, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Obtém-se frequentemente descrições tanto quantitativas quanto qualitativas do objeto de estudo, e o investigador deve conceituar as inter-relações entre as propriedades do fenômeno, fato ou ambiente observado.(MARCONI e LAKATOS, 2007, p. 190)

Desta forma se busca ter conhecimento dos roteiros turísticos que estão sendo comercializados pelas agências de turismo e as formas de divulgação para analisar a tecnologia de seus meios de comunicação, no qual o consumidor procura informações na hora de decidir seu destino turístico.

7.2

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

Quanto aos procedimentos para a coleta dos dados foram inicialmente, a pesquisa bibliográfica, através da consulta de livros, que contemplam o design gráfico e o turismo. Posteriormente, a realização da pesquisa de campo em Belém.

60 A utilização de referências bibliográficas que para Severino (2007, p. 122), “é aquela que se realiza a partir de registros disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses”, ou seja, irá fundamentar teoricamente a pesquisa. Gil postula que: A principal vantage da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. (GIL, 2002, p. 45)

Para fins de coleta de dados, a utilização de uma pesquisa documental que para Gil (2002,p.45) se trata, “valer-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectors’ da pesquisa.” e uma pesquisa de campo, por meio da entrevista que para Severino (2007, p. 124), pressupõe que a entrevista, “trata-se, portanto, de uma interação entre pesquisador e pesquisado”. Em relação à pesquisa de campo foram realizadas entrevistas com dois representantes de agências de turismo receptivo de Belém, selecionados a partir da relação das agências de viagem disponibilizada pela Associação Brasileira das Agências de Viagem-ABAV-PA e se verificou a disponibilidade de materiais promocionais pertinentes aos roteiros turísticos de Belém.

7.3

QUANTO À ABORDAGEM DO PROBLEMA

Conforme já exposto no decorrer deste trabalho, o problema é abordado com o objetivo de ter conhecimento de como design gráfico pode aperfeiçoar a divulgação dos roteiros turísticos das agências de viagens de Belém, por meio de uma revista digital interativa. Diante deste exposto o estudo tem uma abordagem qualitativa. Este tipo de metodologia é citado por Gil (2002, p. 20) como sendo, “preocupação, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais”. Por meio deste tipo de abordagem é possível analisar a complexidade do problema de forma que seja alcançado a compreensão de suas particularidades e quais os impactos que ele provoca no ambiente que está inserido.

61 8

RESULTADOS DAS ENTREVISTAS COM AGENCIAS DE RECEPTIVOS

Foi realizada entrevista com agências de receptivos da cidade de Belém, a primeira agência a ser entrevistada foi a Valeverde Turismo, uma empresa atuante no mercado turístico a 28 anos. A entrevistada foi a Gerente de Marketing Aline Monteiro. A segunda entrevista foi feita com a diretora geral da agência de Turismo Rocha Brasil Tur, Sra. Edna Rocha, que também é Presidente da ABAV-PA.

VALEVERDE TURISMO SEGMENTO TURÍSTICO

Turismo de lazer, corporativo e receptivo

LOCAIS MAIS SOLICITADO

Ver-o-peso e Complexo Feliz Lusitânia

PÚBLICO-ALVO classe A à C

DIFERENCIAL

Estrutura própria (lojas, barcos e ônibus) Operadora de viagem

INSTRUMENTOS DE DIVULGAÇÃO

Site, Email, Facebook, Instagram e SMS

ROCHA BRASIL TUR SEGMENTO TURÍSTICO

Turismo receptivo, emissivo e religioso

LOCAIS MAIS SOLICITADO

Ver-o-peso, Estação das Docas, Mangal das Garças e Basílica de Nazaré

PÚBLICO-ALVO

Religiosos e grupo de famílias

DIFERENCIAL

Turismo receptivo religioso

INSTRUMENTOS DE DIVULGAÇÃO

Folder, cartaz, Facebook e Whatsapp

Figura 5 - Informações mais importantes recolhidas nas entrevistas

62 9

PROCESSO PROJETUAL DE DESIGN PARA REVISTA

A base do projeto de design é direcionado pelo modelo de Rozenfeld (2006), que estrutura e orienta o processo de projeto de produtos em níveis de experiência do usuário, que vão do abstrato (estratégia) ao concreto (produto). A esse modelo adicionamos as orientações de Ambrose e Harris (2011), que defendem o design criativo e interativo, por meio do design thinking. Isto é, um processo cíclico e centrado no usuário. Tal processo fundamenta-se na ideia de desenvolver um revista digital interativa para aperfeiçoar as forma de divulgação turistica. Transformar um problema em solução é uma característica do processo projetual de design. Este processo compreende etapas que irão direcionar a construção, detalhando seus principais pontos para que o designer possa pensar na elaboração do projeto conforme a necessidade do usuário final. Segundo os autores Ambrose e Harris (2011, p. 6) Os métodos utilizados pelos designers para gerar e refinar ideias criativas, as principais considerações que ajudam a molda-las e os elementos de feedback e análise que possibilitam às equipes de design aprender a cada novo job e contribuem com os futuros trabalhos.

O designer pode gerar e desenvolver ideias levando em consideração parâmetros contemporâneos e básicos que promovem uma análise detalhada do objetivo, a fim de produzir soluções criativas para atender de forma eficaz as necessidades do cliente. Nosso projeto dispõe de três etapas fundamentais como projeto informacional, projeto funcional e projeto estrutural da revista.

63

PROCESSO PROJETUAL DE DESIGN PARA A REVISTA 1ª ETAPA - PROJETO INFORMACIONAL (PESQUISA) AGÊNCIAS DE TURISMO RECEPTIVO DE BELÉM 1. Valeverde Turismo (Foco em turismo coorporativo, de lazer e religioso) 2. Rocha Brasil Tur (Foco em turismo religioso)

EMPRESAS ENTREVISTADAS

IMPRESSOS

DIGITAIS

1- Folders

1. Websites

2- Revistas 3- Cartazes

2.Mídias Sociais FACEBOOK INSTAGRAM

4- Banners

3. Revistas Digitais (PDF)

MEIOS DE DIVULGAÇÃO ANÁLISADOS

2ª ETAPA - PROJETO FUNCIONAL (ANÁLISE E IMPLEMENTAÇÃO) ANÁLISE DOS MATERIAIS (Problemas)

ATRIBUTOS DO PROJETO (Soluções)

1.Diagramações limitadas;

1.Correção de problemas estéticos e funcionais;

2. Baixa Atratividade visual; 3.Leitura Textual cansativa e mal distribuída; 4.Ausência de produção de recursos audiovisuais.

HOSPEDAGEM

DISTRIBUIÇÃO

Link para download do aplicativo disponibilizado no site do parceiro.

Cadastro para fazer o download da revista.

2.Minimizar custos com impressão e distribuição; 3.Unificação de materias impressos e digitais, com a convergências dessas mídias para um só lugar.

ATUALIZAÇÃO Usuário receberá mensagens de atualizações; Empresa poderá solicitar atualização de conteúdo.

CUSTOS Comercialização de espaços para anúncios e divulgação dos roteiros oferecidos

03 PROJETO ESTRUTURAL (CONCEITO E CONSTRUÇÃO) 1.LOGOTIPO 2.TIPOGRAFIA NOME (CONCEITO)

3.ÍCONES E MARCADORES 4.CORES 5.DIAGRAMAÇÃO

Figura 6 - Esquema resumido do Processo Projetual da Revista Veropa

64 9.1

PROJETO INFORMACIONAL

Esta fase tem por objetivo desenvolver um conjunto de informações de forma completa, por meio das pesquisas documentais e pesquisa de campo com a utilização de entrevista. Esta fase Rozenfeld et al (2006, p. 212) determina como sendo as, “especificações-meta do produto”, ou seja, parâmetros que tem por finalidade orientar a geração de soluções. O produto a ser desenvolvido trata-se de uma revista digital interativa, tendo em vista o aprimoramento da divulgação do turismo receptivo de Belém, favorecendo os turistas que se dispõe a conhecer a cidade por meio dos roteiros turísticos oferecidos por agências de turismo. Primeiramente solicitamos a listagem das agências de turismo receptivo localizadas na cidade com a ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens), dentre as agências que tomamos conhecimento, duas foram escolhidas, Valeverde turismo e Rocha Brasil Tur, para a aplicação da entrevista, com perguntas direcionadas aos procedimentos de divulgação dos roteiros turísticos da cidade. Durante a entrevista reunimos informações relevantes da forma de divulgação e comercialização dos produtos e roteiros turísticos destas agências, indentificando também o seu público alvo e os meios de divulgação por elas utilizados hoje. A empresa Valeverde Turismo, ter por segmento comercial turístico o turismo de lazer e o coorporativo, utilizando meios como website, revistas impressas, instagram e facebook, sendo este o que gera maior feedback e que possui um melhor engajamento com os usuários. Em termos de estrutura, a empresa conta com lojas em pontos estratégicos e veículos fluviais e terrestre próprios, e equipes de vendas e marketing capacitadas que consolidam o nome da empresa dentro do mercado turistico.

Figura 7 - Facebook Valeverde Turismo

65

Figura 8 - Site Valeverde Turismo

A segunda entrevista foi feita com a empresa Rocha Brasil Tur, cujo foco é turismo religioso e começou atuar recentimente no segmento de turismo receptivo. A empresa em termos de divulgação de seus produtos turisticos faz uso de um formato mais tradicional, utilzando-se de folders, cartazes e banners promocionais e a revista Receptivo Pará produzida pela ABAV. Em termos de divulgação digital, possuí facebook, website e grupos no whatssap, considerado o meio com maior capacidade de retorno comercial.

Figura 9 - Facebook Rocha Brasil Tur

66

Figura 10 - site Rocha Brasil Tur

9.2

PROJETO FUNCIONAL

Neste processo são detalhados os conjuntos de funcionalidades que o projeto deve incluir ao encontro das necessidades do usuário, levando em consideração os requisitos, atributos de projeto e a sua implementação, juntamente com a análise feita nos meios de divulgações impressas e digitais disponibilizadas pelas agências durante as pesquisas. Os materiais impressos que as agências nos forneceram, possuem diagramações básicas de projeto, alguns não possuem uma atratividade visual capaz de instigar a percepção do leitor, outros não dispõem de uma distribuição textual confortável, tornando a leitura cansativa e dispersa, além da ausência de investimentos em produção de recursos fotográficos e audiovisuais. A revista digital interativa, a qual propomos, é capaz de corrigir os problemas estéticos e funcionais identificados nos materiais impressos analisados, assim como, minimizar os custos com impressão e distribuição. Ela utiliza recursos capazes de unificar os meios impressos e digitais para proporcionar ao usuário uma nova experiência de consumo. Ao direcionarmos a revista para a divulgação dos atrativos turísticos de Belém, podemos dispertar no turista o desejo de conhecer a região através da convergencia de recursos multimídia para a plataforma interativa da revista, como por exemplo vídeos, galeria de imagens, passeios virtuais ou imagens em 360º.

67 Além disso as barreiras geográficas serão quebradas, hoje o material de divulgação utilizados pelas agências, na maioria dos casos só pode ser distribuído quando o público está presente. Cada parceiro do projeto disponibilizará em sua página de internet um link para o usuário acessar a loja de aplicativos, fazer download da revista para ter acesso as edições. Dentro do aplicativo o usuário fará gratuitamente um cadastro e se tornará assinante da revista, com isso ele será notificado sempre que uma nova edicão estiver disponível para download bem como a existência de atualizações atribuidas a uma edição que ele já possua. Quanto ao modelo de negócios da revista, basea-se na comercialização de espaços para anúncios e divulgação dos roteiros oferecidos pelas agências de turismo.

9.3

PROJETO ESTRUTURAL

Com as informações em mãos, inicia-se a terceira e última etapa projetual, o projeto funcional. Nessa etapa serão definidos o nome e o conceito do projeto, para a partir disso dar ínicio a concepção da identidade visual e o tratamento visual dos elementos gráficos, do texto e dos componentes de navegação que serão utilizados na diagramação.

9.3.1 Logotipo A identidade da revista VEROPA tem total flexibilidade para ser utilizada com as mais variadas combinações de cores, como o laranja, verde, ciano, amarelo e magenta, essas cores sempre serão alternadas na capa da revista em cada edição, mantendo um alto contraste com a imagem que será utilizada na capa. A marca foi criada usando a fonte Random Ink, uma tipografia despojada e com personalidade única que funciona muito bem com a linguagem gráfica da revista. A marca remete à escrita vernacular, tão presente nas placas de venda de açaí ou nas plaquinhas escritas à mão pelos feirantes. A opção de construir uma marca tipográfica se justifica pela variação cromática que será aplicada, pois a utilização de imagens ou símbolos pode comprometer sua visibilidade.

68

Figura 11 - Logotipo aplicado

9.3.2 Tipografia A VEROPA optou por pela utilização de três famílias tipográficas para compor sua identidade. Para os destaques da capa e os títulos teremos uma fonte com pesos variados para criar contrastes e destacar palavras chaves, uma fonte serifada para os subtítulos e destaques secundários e no texto uma tipografia leve, desenvolvida para tornar a leitura em tela mais fácil e leve. Para a capa e títulos a família escolhida foi a Fira Sans, uma fonte sem serifas e com características marcantes e com ampla variação de pesos, que podem ser combinados para dar destaque a algumas sentenças ou palavras. As tipografias sem serifas se caracterizam pelas suas formas geométricas e foram concebidas inicialmente para compor títulos e não o corpo de texto.

69

Figura 12 - Variação de pesos da família Fira Sans

Figura 13 - Exemplo de títulos usando pesos da Fira Sans para destacar o tema

Nos subtítulos a Coranto 2 Italic é uma fonte com serifas e foi a fonte escolhida para destacar ítens secundários na revista, como subtítulos, legendas, e seções. A opção de uma fonte serifada para contrastar com a fonte escolhida para os títulos, pois ambas se complementam e enriquecem a hierarquia da página, já que possuem contraste suficiente.

70

Figura 14 - Variação de pesos da Coranto 2 Italic

Figura 15 - Exemplo de título e subtítulo usando a Fira Sans e a Coranto 2 italic no artigo sobre o Theatro da Paz Fonte: http://vejanoitebusca.abril.com.br/uploads/74706.jpg, 2015

Em textos, a fonte escolhida foi a família Foco que possuí detalhes em seu desenho, funcionando muito bem em tela com tamanho fixado em 16pt . Aparece na revista nos blocos de textos e nas legenda de imagens.

71

Figura 16 - Exemplo de um parágrafo utilizando a Foco

Figura 17 - Variações de peso da família Foco

72 9.3.3 Ícones e marcadores Foi criado um conjunto de ícones para que o conteúdo interativo não seja confundido com o conteúdo estático da revista. Também foi criado uma página com instruções para que o usuário saiba quais os gestos podem ser utilizados e identificar quais são esses ícones de interação.

Figura 18 - Ícones de navegação da revista Veropa

73 9.3.4 Diagramação A revista VEROPA é diagramada com a utilização de uma grade de 2 colunas por proporcionar uma leitura muito agradável na tela do iPad.

Figura 19 - Página interna revista Veropa

74 10

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresentar os roteiros turísticos de Belém com a melhor qualidade possível foi o objetivo deste trabalho, proporcionando ao usuário uma navegabilidade confortável com o desenvolvimento de uma plataforma que explore a interação com os recursos multimídias, tudo isso levando em consideração a familiaridade que o usuário moderno possui da interação com seus tablets e smartphones diariamente. A revista digital interativa utilizou de um recurso focado na usabilidade e na projeção de um material gráfico capaz de explorar as potencialidades da interação touchscreen e que veio somar e até mesmo propor a substituição de alguns materiais de divulgação turística como, folders e revistas impressas, materiais estes que vem perdendo sua funcionalidade em meio a tantas tecnologias já existentes, assim como, servir de complemento para os meios de divulgação mais atuais como as mídias sociais e websites. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre turismo para fornecer noções e parâmetros relacionados ao assunto, servindo de base para realizar entrevistas com as duas agências de receptivos que vendem roteiros turísticos para a cidade de Belém. As entrevistas possibilitaram identificar informações sobre os roteiros turísticos, pontos turísticos mais requisitados, público-alvo e as ferramentas de comunicação utilizadas para comercializar e divulgar os produtos e serviços turísticos oferecidos para a capital paraense. As agências entrevistadas, Valeverde Turismo e Rocha Brasil Tur, disponibilizaram os materiais de divulgação utilizados por elas para a comercialização dos roteiros turísticos, como revistas e folders impressos. Os materiais estudados, a partir de princípios de design, não demonstram ter uma preocupação quanto a estética, usabilidade e distribuição adequada do seu produto, os mesmos possuíam erros básicos de leiturabilidade e diagramação, leitura cansativa ou desinteressante, além do baixo investimento na produção de recursos audiovisuais, uma vez que praticamente todas as fotografias foram retiradas da internet, sendo um projeto com editoração de elementos gráficos estáticos (textos, imagens, ilustrações), apresentando um material desprovido de atrativos e interatividade. Observou-se, nas entrevistas realizadas, que os materiais de divulgação impressos das agências entrevistadas não alcançavam de forma interativa os usuários-turistas, por se tratar de um material de suporte físico, apresentando limitações geográficas de distribuição, confirmando a necessidade de inovar os meios de divulgação.

75 Com a comprovação da deficiência dos meios de divulgação das agências de turismo, este trabalho resultou no desenvolvimento de um recurso tecnológico para ampliar a divulgações dos roteiros turísticos de Belém, a partir do conhecimento da área de design gráfico em convergir o conteúdo impresso para o digital e possibilitar a interação entre o turista e os produtos turísticos de Belém, pois o meio digital chega em qualquer espaço geográfico, atingido um número maior de clientes do que o material impresso. Considerando o desconhecimento do recurso da revista digital interativa pelas agências de turismo entrevistadas, embora as mesmas façam uso de redes sociais, como Facebook e Instagram para interagir com o seu cliente, estes resultados confirmam as hipóteses levantadas no trabalho. Essa abordagem sobre o objeto de estudo foi necessária para relacionar o turismo com o design gráfico, com o objetivo de apresentar maneiras de como o design gráfico pode aperfeiçoar os meios de divulgação dos roteiros turísticos oferecidos pelas agências de receptivo, ficando evidente a inserção do designer gráfico no mercado turístico, apontando suas áreas de atuações e demonstrando a importância deste profissional, para este mercado. Com o processo criativo de design gráfico, desenvolveu-se uma revista digital interativa, utilizando recursos midiáticos, como reprodução de vídeos e sons, animações, galeria de fotos e direcionamento de links, fatores que proporcionaram interatividade a revista, concedendo uma linguagem mais dinâmica e não linear. Criou-se um material mais atrativo para o turista, e não somente a adaptação da revista impressa para o meio digital, modernizando a acessibilidade, pois esse recurso tecnológico pode ser visualizado através do iPad, fornecendo um alto potencial para a divulgação e distribuição de conteúdos. Notou-se nas entrevistas, feitas com os representantes das duas agências, que não tinham conhecimento das funcionalidades que as revista interativas poderiam acrescentar à divulgação de seus roteiros turísticos e que estavam interessados em expandir os meios de divulgação digital de seus roteiros turísticos. Sendo assim, a comunicação turística por meio da revista digital interativa demonstrou ser uma forma eficaz de atingir o cliente final de forma online e atualizada. A revista foi denominada Veropa e que tem em seu significado três vertentes. A primeira aborda o costume regional do paraense em abreviar o nome do Ver-o-Peso, e chamá-lo de “Veropa”. A segunda faz à associação a frase Ver o Pará, ou seja, co-

76 nhecer o Pará e a terceira alcançamos com as entrevistas feitas, pois se identificou que o complexo do Ver-o-Peso é o ponto turístico mais requisitado pelos turistas que visitam a cidade. A primeira edição da revista Veropa teve por conteúdo a capital do Pará, a cidade de Belém, mostrando seus pontos turísticos e os roteiros disponíveis das agências de viagens pesquisadas. Portanto os resultados deste trabalho demonstram a possibilidade de expansão do uso destes recursos multimidiáticos no mercado turístico de Belém, tendo o designer gráfico importância fundamental na aplicabilidade desta nova tendência editorial de revistas digitais interativas, como comprova os resultados da pesquisa, o desconhecimento das agências de turismo receptivo da capital paraense em relação a utilização destes meios para a comercialização dos seus roteiros turísticos, aperfeiçoando desta forma os canais de distribuição dos seus produtos e serviços.

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80 APÊNDICES A - ROTEIROS DE ENTREVISTAS

FEAPA – FACULDADE DE ESTUDOS AVANÇADOS DA AMAZÔNIA ENTREVISTA DE CUNHO ACADÊMICO PERTINENTE AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

• EMPRESA: • ENDEREÇO: • ENTREVISTADO: • CARGO:

1.

Qual o tipo de atividade desenvolvida pela agência?

2.

Qual o tipo de segmento de turismo que a agência atua?

3. Quais os roteiros turísticos direcionados para a cidade de Belém ofertados pela empresa? 4.

Quais os locais mais solicitados pelos turistas que visitam Belém?

5. Qual o perfil do público-alvo da empresa em relação a demanda turística que visita Belém? 6.

Qual o roteiros regional oferecidos pela empresa que apresenta mais procura?

7. Quais são os parceiros na área de hospedagem, alimentação e transporte (terrestre e aéreo) que a empresa possui para efetivar os roteiros turísticos em Belém? 8. Quais os instrumentos de divulgação que a empresa utiliza hoje pra comercializar seus roteiros turísticos? 9. Dentre as ferramentas de divulgação, qual atinge diretamente o cliente e contabiliza mais retorno? 10.

A Empresa produz fotos e vídeos de seus roteiros turísticos regionais?

11.

Os matérias de divulgação da empresa são traduzidos para outros idiomas?

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12.

A Empresa possui guias bilíngues para atender ao turista?

13. Tendo por base a sua experiência de trabalho no ramo turístico. Já teve conhecimento de alguma revista digital interativa? 14. Haveria interesse da empresa em ampliar os meios de instrumentos tecnológicos interativos para chagar até o consumidor? 15. Qual o diferencial da empresa com relação as outras agências de turismo receptivo existentes em Belém? 16.

O que a agencia observa em relação à fidelização de seus clientes?

82 APÊNDICES B - ENTREVISTA VALEVERDE TURISMO

1 - Qual o tipo de atividade desenvolvida pela agência? Temos uma abordagem do turismo importativo e exportativo. O que seria isso? A gente tem os pacotes regionais que são aqueles mais tradicionais que em qualquer cidade oferece. É um passeio, um city tour, no caso aqui nós temos o atrativo fluvial, então é algo que a gente explora, que são os passeios, dentro dos passeios a gente engloba a parte da música e da dança, porque a pessoa, na verdade, quando ela chega em Belém ela vem com esse conceito de ver mato, ela quer ver floresta e ela fica um pouco decepcionada quando ela chega e vê que a gente tem o turismo muito forte, tem as partes das ilhas que temos os passeios, então tem esses pacotes mais básicos, que chamamos de passeios regulares e a gente tem um produto que é voltado para o turista, como se fosse a gente quer viajar para o Rio de Janeiro e compramos uma passagem desde Belém, Belém ate Rio, chegando la eu já tenho os hotéis, os passeios, é um pacote mais completo e a gente oferece também esse pacote que o cliente esta no Rio e São Paulo e quer comprar Belém a partir de lá, então a gente já inclui a passagem aérea, o hotel, os passeios, então por isso que a gente tem essa abordagem mais simples e essa maior. Essa abordagem maior que é o turismo importativo, que a gente traz o turista não só nacional como também o internacional, ele na verdade não contempla só Belém, a gente explora muito também a questão do Marajó e Alter do Chão, que é o que tem maior visibilidade fora, hoje são esses os eixos que a gente explora. Só diferenciando, o turismo importativo é o caso do cliente que vem desde sua residência para o estado, não é nem para a capital.

2 - Qual o tipo de segmento de turismo que a agência atua? Hoje a gente tem o turismo de lazer, o que é que a gente chama de turismo de lazer? É quando queremos viajar com a nossa família ou sozinho, englobando o turismo nacional e o internacional. Com relação ao turismo corporativo, na verdade a gente faz gestão de viagens corporativas, temos uma empresa que fechamos contrato, disponibilizando ferramentas para a empresa, então hoje na verdade o cliente não vai até a agência fazer, na verdade ele já faz uma cotação na própria empresa dele, com uma ferramenta para-

83 metrizada com o acordo que a gente tem com a companhia aérea para aquela empresa. O turismo receptivo, que é o que engloba os passeios locais e passeios regionais. Dentro do receptivo nós vamos destrinchar um pouco porque tem a parte que a gente chama de traslados, por exemplo, vai acontecer um grande evento em Belém, um evento científico, um congresso dos médicos, alguma coisa assim, e a agencia que organiza esta em São Paulo, só que ela contrata terceirizados na cidade onde vai acontecer o evento, hoje em Belém a Valeverde é a empresa que tem o maior leque de serviços voltados para esses eventos. O que acontece é que eles podem fechar todos os ônibus, nós ficamos responsáveis pelo traslado de todos os congressistas, desde o aeroporto até o hotel e do hotel para o local do evento, então na verdade a gente faz uma rota e fornecemos não só a parte de transporte, mas a parte de guia também, se for um evento que exija guias bilingues também temos. Esses serviços a gente terceiriza, o que temos são os ônibus, mas toda a parte da mão de obra é terceirizada, na verdade a gente já tem uma pronta referencia das pessoas que trabalham com a gente desde a chegada dos palestrantes até o último embarque, dentro disso a gente também tem a programação cultural, que geralmente envolve o city tour, o passeio fluvial, se o palestrante tiver mais tempo esticamos até o Marajó e ai vai muito do perfil do evento e isso é só para os congressistas e organizadores e não para todos os participantes. A gente tem a ideia de que o turismo receptivo são só os passeios locais, mas na verdade não, receptivo, o próprio nome diz, é tudo que a gente recebe. E dentro do receptivo tem a parte normal, o turista vem e faz os passeios e tem essa parte de eventos também. Hoje a gente não trabalha mais com a organização de eventos.

3 - Quais os locais mais solicitados pelos turistas que visitam Belém? Quando eles chegam querem o ver-o-peso, é a pronta referência, acho que muito em função da exploração da parte das comidas típicas, eles querem ver o açaí, eles querem ver aquele “furdunço” todo. Ai vem a parte do complexo Feliz Lusitânia, que ele já vem com essa ideia, muitos vem também pelo turismo religioso, a questão do Círio hoje é nossa pronta referência para o turismo e muito pouco a parte do Mangal das Garças, o Museu, o Bosque, inclusive a gente segmenta, a gente tem nos roteiros a parte que envolve um city tour panorâmico, tem uns que fazem a parte mais cultural das igrejas e dos museus e a parte mais botânica, mas hoje, infelizmente,

84 em termos de estrutura a gente esta bem pobre para explorar. Em Icoaraci, eles vêm com referencias muito boas de olaria, mas hoje a gente deixa bem claro, inclusive no nosso material promocional, que icoaraci é um passeio para quem realmente quer ir comprar, é um local de difícil acesso, é um local perigoso, a gente é bem claro mesmo para não criar aquela expectativa maravilhosa e chegar lá e se sentir frustrado.

4 - Qual o perfil do público-alvo da empresa em relação a demanda turística que visita Belém? Hoje, na verdade, em termos de classe econômica, o que acontece hoje é que por a gente ter esse pluralismo nos nossos produtos a gente acaba atingindo da classe AA à classe C, porque hoje com toda esse cenário econômico que estamos vivendo, a gente na verdade acabou orientando nossa visão comercial para as formas de pagamento, e hoje a classe C ela tem um poder econômico muito ativo na questão da parcela, se a parcela couber no bolso eles se organizam e viajam. Falando da crise, as pessoas continuam viajando, então falamos que a crise chegou a classe média, quem tem dinheiro continua viajando, então hoje em função disso, os pacotes internacionais, claro, são voltados para o público AA, mas trabalhamos com o cliente que paga a vista uma viagem que custa R$ 15.000 e com a pessoa que financia de 24 vezes e viaja da mesma forma Então hoje as viagens nacionais têm essa característica mais familiar e viagem de grupo, então eu posso te falar que numa viagem internacional a maioria é das classes A e B e em viagens nacionais mais a classe C, então está meio que misturado, hoje o nosso marketing e nossa comunicação não exclui as classes, na verdade não excluímos ninguém. Claro que se formos fazer um evento VIP, por exemplo, o lançamento do caderno das viagens dos sonhos, nós convidamos clientes que a gente sabe que tem um poder maior de compra, não que um outro cliente nosso não possa comprar, mas realmente quando a gente faz uma ação vai em busca desses clientes e hoje a nossa comunicação é mais face to face (cara a cara), muito pouco aquela que a gente espera a reação do cliente.

5 - Qual o roteiro regional oferecido pela empresa que apresenta mais procura? O roteiro é para o Marajó, só que hoje nós temos uma dificuldade de operar por conta da estrutura local, infelizmente, é a nossa briga hoje, inclusive com o Governo do Estado. A ABAV (associação brasileira de agencias de viagens) organiza um gran-

85 de evento que é a feira da ABAV, nesta feira os estados levam os seus roteiros para vender, e é claro que aqui a gente vende Alter do Chão, Marajó e a capital Belém, muito pela questão do Círio também. Só que hoje não adianta criarmos uma mega expectativa no cliente e ele chegar aqui e infelizmente não ter estrutura adequada, hoje não temos um hotel bom no Marajó, nos recusamos a trabalhar com a Pousada dos Guarás, que é a pousada mais requisitada, é um complexo super bem localizado em um arquipélago maravilhoso, porém completamente sem estrutura e sem investimentos, hoje temos o Casarão, que é um dos melhores hotéis do Marajó, essa semana começou a operação das viagens na lancha, mas não adianta ter uma lancha maravilhosa que te leva ao Marajó em 40 minutos e chegar lá não ter estrutura para receber o cliente. E o cliente que vem a Belém e ao Marajó não é qualquer cliente, é um cliente super viajado e aventureiro e vem com toda uma pronta referência. Os passeios de barco da Valeverde apresentam sazonalidades, como a gente tem um período de interferência climática em Belém, dos meses de junho a novembro os passeios lotam, no Círio esgotou na capacidade máxima, quando chega em dezembro e inicio de ano temos a maré alta, que influência na questão de segurança, temos também a chuva, quem vai passear na chuva? Então sofre um impacto, portanto nosso “boom” é no segundo semestre e no primeiro semestre a gente fecha parcerias com o Peixe Urbano e o Groupon, que traz aquela demanda em massa, independente se eu vendi eu tenho o passeio, então hoje é uma forma que a gente achou pra poder não parar naqueles 4 ou 5 meses que fica empacado.

6 - Quais são os parceiros na área de hospedagem, alimentação e transporte (terrestre e aéreo) que a empresa possui para efetivar os roteiros turísticos em Belém? Hoje, até por nossa política de trabalho, as grandes empresas são nossas parceiras, como a Tam, Gol, TAP. Hotéis também, como não temos um leque absurdo de hotéis, então temos que ser parceiros de todos, desde o 4 estrelas ate o 5 estrelas, temos o Princesa Louçã (antigo Hilton), Crowne e o Atrium como mais luxuosos, da segunda linha temos todos da rede Tulip e o Radisson que é o hotel do grupo Maiorana. Então com todos eles temos parcerias muito fortes. Não temos parcerias com restaurantes, geralmente quando o cliente vem para um evento é o Manjar das Garças, até porque hoje ele é o que tem o melhor cardápio, a qualidade de serviço e os outros normalmente não fazem reservas e nem trabalham com grupos, como exemplo o Remanso do Bosque que é muita dificuldade para fazer parceria, então é o ponto temos um local super bacana mas infelizmente não chega a ser parceiro. Além dos ônibus da transverde, temos outros parceiros para transporte terreste, como a Vantour, Tag e

86 Fantour.

7 - Quais os instrumentos de divulgação que a empresa utiliza hoje pra comercializar seus roteiros turísticos? Os regionais, hoje a gente ta com muito em foco no marketing digital, então basicamente é assim, tem o nosso site, mas hoje no turismo roda uma questão que a gente chama airframes, o que seria isso? Eu tenho todo um pacote estruturado e eu vendo esse meu pacote, como se fosse “ta aqui meu site, põe dentro do teu site com a minha logomarca” ai hoje a gente ta dentro do hotel urbano, todos dentro desses. Decolar.com, dessas grandes que a gente chama de agencias de viagens online, a gente tem parceria com elas. Porque é uma forma de termos visibilidade, é a forma da gente acabar atingindo uma massa, porque vamos supor, hoje dificilmente você vai, se você numa agencia, você já fez uma pesquisa, já sabe o quanto custa em média a passagem aérea, já olhou no decolar.com, e já sabe também a média do hotel, se tem vaga, então hoje o consultor de viagem tem que saber muito mais do que nós, porque nós somos, eu sou cliente também. Porque geralmente eu já chego la, eu já sei onde quero ir, o que eu quero visitar. Os mobiles, a gente ta com a informação nas mãos ali mesmo, o consultor te dá um preço e lá mesmo você consulta, você contesta. Hoje nosso marketing é 90% digital e eu falo em termos de investimento. Hoje estamos no Google, estamos no Facebook, mas a gente ta com uma verba de R$ 5.000 em anúncios dentro Facebook e é algo que podemos segmentar ali é a ferramenta onde tu mais segmenta, segmenta geograficamente, segmenta por idade, por sexo, enfim. Isso é bacana entendeu? Trabalhamos bem pouco com webmail. O Instagram a gente mais complementa porque ele ainda é limitado com a questão de você não pode fazer anúncios patrocinados, agora que ta entrando patrocinado e só com empresas convidadas. Hoje na verdade a gente ta trabalho com as landing pages, que são páginas promocionais e com o Facebook, e assim a gente a se limitou, por quê? A gente já encontrou uma dificuldade interna, a gente gera uma demanda absurda e por ser online o cliente não pode ficar mais de 24 horas sem resposta, senão por lá mesmo já dá o feedback ou “fodeback” na gente né?, e ai a gente precisou se estruturar internamente, criar na verdade um setor que só atendesse tudo que vinha via rede social e muito por sms, apesar da gente ter hoje Whatsapp e tudo mais, a gente tem um retorno absurdo pelo

87 sms, então a gente um sistema que envia, o cliente responde, a gente tem acesso e automaticamente entra em contato.

8 - Dentre as ferramentas de divulgação, qual atinge diretamente o cliente e contabiliza mais retorno? Hoje pra gente o Facebook, o patrocinado.

9 - A Empresa produz fotos e vídeos de seus roteiros turísticos regionais? Pois é, a gente passou por toda uma reestruturação interna que a é questão do e-commerce, então a gente vai começar a gerar demanda agora na questão promocional dos produtos. Lançamos uma revista impressa que tem todos os nossos roteiros importativos, essa revista ta digital (PDF), só que a gente não fez uma campanha pra divulgar, mas qual é o foco dessa revista? São agencias na verdade, já temos parcerias com outras agências, tu tem uma agencia la em são Paulo, teu cliente que vir pra cá, tu vais comprar um pacote nosso e a gente te comissiona, a gente não tem interesse em ficar 100% desse mercado concentrado, na verdade a gente quer realmente gerar volume e esse volume vindo pra gente, isso é um comportamento de agencia de viagem, a gente, no caso a Valeverde, vende produtos de outras agencias, nosso caso, a gente é agência de viagem e operadora. Qual a diferença? A agencia eu pego, tu tens um produto tu és a “agência”, tu vendes um produto muito bacana, tens um roteiro pra Europa, eu compro teu produto, faço todo o atendimento do meu cliente, mas você vai operar o produto, o que é o opera? Ah, tu que vais fechar com a companhia aérea, com hotel e tudo, eu só to vendendo teu produto pronto, eu estou agenciando. A Valeverde é operadora? Sim, ela é, porque ela cria o produto, temos um produto muito forte que é a Disney, a gente faz o bloqueio da passagem aérea, do hotel, a gente compra os passeios e monta. Então tudo que você opera né, monta tudo, você ou é uma operadora de viagem ou é uma agencia de viagem ou você é uma agencia e operadora de viagem, então é assim que funciona. A gente tem, na verdade ano passado a gente parou e fez dos nossos passeios, mergulho dos papagaios, passeio com voadeiras, esses produtos não são Valeverde, de toda aquela gama de passeio regional 3 produtos são só nossos, o resto são todos produtos de terceiros.

88 Os nossos passeios são os Orla ao Entardecer, Orla Matinal e Ilhas e Trilhas. Aqueles mais específicos, como Furos e igarapés, Ilha dos Papagaios e Marajó, porque temos um passeio que é Marajó em um dia, vai de manhã e volta a tarde. A gente tem muito material de receptivo, mas tudo sem edição, a gente nunca fez uso. Temos programas, uns 3 programas feitos, do giro mais, na rede TV, fizeram uns 3 passeios nossos, mas eu tenho arquivado.

10 - Os materiais de divulgação da empresa são traduzidos para outros idiomas? Alguns sim, a revista impressa em português e inglês. Ao longo de 28 anos só dois materiais foram traduzidos. O primeiro foi um folder de passeio regional, mas por exemplo, o nosso site não é. O resto é mímica. A revista tem impressa e digital que esta no ISSU, hoje a gente ta desenvolvendo uma ferramenta interna mas ela ainda não está pronta.

11 - A Empresa possui guias bilíngues para atender ao turista? Hoje é contado os guias bilíngues que a gente tem em Belém, e além de ser contados os guias bilingues, geralmente eles não são credenciados, é aquela pessoa que conhece muito e fala inglês, mas ai vem toda uma regra da ABAV que tem que ser cadastrado no ministério do turismo, então recentemente a uns 2 anos, saiu uma regulamentação de exercer a profissão, ai vamos supor, tem um grande evento em Belém, tu puxas a listagem do ministério do turismo, em Belém nós temos 35 guias cadastrados, ai a gente faz as viagens da Disney e levamos ou pessoas que já viajaram ou fizeram intercâmbio, falam a língua e conhecem o destino, a gente faz treinamento ao longo de um ano e as pessoas levam, ai houve uma mobilização e queriam atrapalhar nosso embarque ano passado, foi uma confusão, ai beleza, a gente queria pegar a mão de obra, mas falam inglês? Não falam, não tem qualificação, a Valeverde tem um banco, uma pronta referência. Antigamente, quando éramos muito forte no turismo rodoviário, e para você levar você tinha que ter todos cadastrados. Agora é quem esta disponível e tem experiência leva.

12 - Tendo por base a sua experiência de trabalho no ramo turístico. Já teve conhecimento de alguma revista digital interativa? Não, inclusive o governo do estado lançou agora um portal, foi lançando duas

89 semanas atrás, mas eu não vi muita novidade. Na verdade, o que eles querem fazer? Vão fazer toda uma divulgação de cartazes com QRcode nos pontos turísticos, essa parte eu achei bem bacana mas o portal em si eu não vi muita novidade, tem muita coisa legal de autoria própria ai por Belém, mas é portável, a única coisa bacana que eu achei é chega lá no Complexo Feliz Lusitânia e vai ter um QRcode, vou por meu celular e vou ter a informação, agora eu não sei quais serão essas informações, porque tem que ser um conteúdo bem legal mesmo.

13 - Haveria interesse da empresa em ampliar os meios de instrumentos tecnológicos interativos para chagar até o consumidor? Com certeza, inclusive hoje a gente ta com um departamento de desenvolvimento muito forte, os meninos estão lá. Em função de tanta tecnologia hoje o turismo é tecnologia, porque a gente utiliza, por exemplo, você ta viajando põe no Google Maps, outro aplicativo pra saber onde fui roubado, enfim, o cliente já vai todo né, o cliente não é 100%, é o cliente tecnológico e ai a nossa ideia na verdade é disponibilizar realmente aplicativos, a gente foi em busca de apoio do governo do Estado, mas só fomos em busca, não encontramos nada. Quando é a gente vai vender no estado fora de Belém, a gente faz um investimento próprio e não é pouco, é muito. Com parceiros, a gente montou essa revista que eu vou mandar, você vão ver que tem anúncios de hotéis, e isso foi muito assim “tem interesse em por?” e claro, a gente buscou restaurantes, jornais, tem a companhia área Map, companhia aérea que faz os trechos de Itaituba, faz assim, esses trechos internos, restaurantes e hotéis que disponibilizaram verbas pra gente, por que assim, essa galera tem total interesse de divulgar o regionalismo mesmo, porque enfim, tu não tens, é tudo fake. Pra ter uma ideia, pedem coisas pra gente “ah vai vir um grupo de jornalista dá pra vocês darem um passeio?” e não é brincadeira.

14 - Qual o diferencial da empresa com relação as outras agências de turismo receptivo existentes em Belém? A gente tem a estrutura própria, por exemplo, hoje a gente tem lojas em pontos estratégicos, que é no aeroporto, na Estação das Docas, a gente tem a estrutura física como ônibus, barcos. A gente é operadora, por a gente ter 28 anos de mercado a gente tem toda uma reputação, por esse crescimento e atuar em vários âmbitos do turismo a gente acaba tendo uma grande parceria, tendo total ciência que é isso que

90 nos mantém, porque hoje a agência que vivia de passagem aérea, ela fechou as portas. Em Belém não há uma concorrência, em Belém somos a maior por ter estrutura própria, nenhuma agencia tem o setor de marketing como o nosso, o setor de desenvolvimento, não tem, basicamente é os vendedores e uma administração, hoje a gente tem esse back office, então essas agencias menores compram os nossos produtos, assim elas se mantêm. Porque quem vivia de passagem aérea, hoje a companhia aérea não paga mais comissão pra agência, porque ela não tem interesse que você vá comprar sua passagem na Valeverde, ela quer que você vá comprar no portal da companhia, então hoje a gente tem um sistema onde eu emito e sai bem claro la que você ta pagando a passagem aérea mais a comissão da agência, o que é a comissão da agência? É justamente se der alguma bronca na tua passagem aérea, se tu for tentar ligar pra companhia aérea tu vais morrer ligando, se tu comprastes numa Valeverde ou qualquer outra agência, que eu acho que esse é o papel da agência, eles vão fazer de tudo pra te realocar e colocar no próximo voo. Então na verdade quando você compra numa agência, você não ta comprando uma passagem aérea, você ta comprando um serviço, então hoje a agência de viagem ela não vende mais produto, e sim serviços. Você ta comprando uma viagem para o Rio de Janeiro, poderia comprar na CVC, que é uma grande marca nacional, por exemplo se você quiser comprar CVC na Valeverde você compra pelo mesmo valor e a CVC paga comissão pra gente. Então não há uma concorrência, a gente não se mata pelo mercado, na verdade, sendo muito restrito o turismo regional, as agências se unem para fortalecer, porque a gente tem total interesse que o Pará e toda essa potência que a gente tem cultural e de paisagem seja reconhecido la fora e exploda essas potências. Inclusive hoje a gente ta participando de muita feira nacional e internacional, recentemente em Lisboa, pra justamente trazer o turista. Então por exemplo, por que hoje a gente tem esse voo Belém-Lisboa? Porque tem público, tem movimento, isso não é aleatório, é super estratégico, então por isso estamos nos mobilizando e vendendo, porque se a gente não tiver demanda o voo acaba e volta dez casas. Então hoje eu penso isso em termo de turismo todos se abraçam forte e vamos pra frente porque a gente quer coisa diferente.

91 15 - O que a agencia observa em relação à fidelização de seus clientes? Estamos a 28 anos no mercado, e isso não é fácil. Hoje somos uma agência de viagem que passa por essa questão da crise cambial, a gente tá se mantendo. Hoje tudo isso é pela fidelização do nosso cliente mesmo, a gente conseguiu superar a internet, vamos dizer assim, a gente conseguiu sobreviver ao boom internet, a gente ta sobrevivendo ao boom da crise cambial, porque moeda é uma coisa que mexe muito com a questão do turismo mesmo, a nossa maior potência de venda era a Disney e hoje esse cenário que se reverteu por conta política, fez com que o turismo regional se reerguesse, o próprio turismo local porque hoje realmente as pessoas estão viajando pouco, estão procurando mais coisas próximas, lazer mais barato. Então hoje a gente fala que nos mantemos pela fidelidade dos clientes. Hoje você pode ter um ótimo produto, mas você precisa ter também serviço e atendimento e isso é uma batalha diária, é isso de se tu fores num restaurante que a comida é ótima, mas for atendida mal pelo garçom tu nunca mais voltas lá. E esse caso de atendimento é difícil, vou dar um exemplo que eu passei, a gente organiza a romaria fluvial e viramos a noite, ai tarde da noite na sexta-feira eu desci do navio e falei “égua vou tomar um banho e vou comer” e sentei na Cairu e ate falei “não vou em restaurante porque estão lotados, vou aqui naquela Cairu que é aquela parte de lanche ai como um hambúrguer, coisa rápida” e ainda falei assim “gente vamos atravessar na praça pra comer um hambúrguer?” ai falaram pra gente ficar na estação, então eu sentei e o garçom já veio assim: “ olha, a senhora pode até escolher, mas vou logo lhe avisar, ta demorando pra caramba”, bom ai tu chega com fome e falei assim “mas o que é ta demorando pra caramba?” ai ele “ah uns 50 minutos” um hambúrguer, eu falei “muito obrigada” levantei e fui la para as mulatas, que já vende aquelas coisas tudo prontas ali. Ou seja, até quando vem essa demanda a gente tem uma dificuldade absurda em Belém em termos de prestação de atendimento, nossa, e a questão até da língua mesmo. A gente vem com o Círio que é mundial, hoje independente de religião a gente vê realmente uma mobilização imensa em função do círio e a gente perde muito, ou seja, a gente tem que melhorar a estrutura, atendimento, pessoal.

92 APÊNDICES C - ENTREVISTA ROCHA BRASIL TUR

1 - Qual o tipo de atividade desenvolvida pela agência? Turismo é o foco maior, porque tem algumas agências que trabalham com eventos, mas nós trabalhamos com o turismo tanto de receptivo, não sei se vocês sabem a diferença, mas existem as agências que trabalham com receptivo e as agencias com emissivo. Emissivo são as pessoas que mandamos para viagens nacionais ou internacionais. E nós trabalhamos com os dois, na verdade, trabalhamos tanto com o emissivo, como com o receptivo. A nossa agência agora que esta começando ter esse enfoque maior com o receptivo, porque éramos muito emissivo, trabalhávamos muito com a Europa e nosso foco também é o turismo religioso.

2 - Qual o tipo de segmento de turismo que a agência atua? No receptivo, emissivo e o nosso foco maior é o turismo religioso. Não sendo só o Círio como foco, nossa demanda é bem grande, nós temos o ano todo, temos visitantes porque a nossa cidade e estado tem muito esse punho religioso, tanto na capital como também no interior do estado nós temos vários tipos de religiosidades que acontecem ano todo. E fora isso, temos a nível nacional e internacional também, fazemos muito excursões para esses lugares.

3 - Quais os roteiros turísticos direcionados para a cidade de Belém ofertados pela empresa? Em Belém a parte cultural, nós temos o city tour cultural, o city tour a nivel de eco-turismo, nós temos também os city tour de esportes e o nosso carro chefe, o turismo religioso. E estamos lançando também o roteiro gastronômico, que é uma coisa que esta crescendo muito e nós estamos fazendo um trabalho ja com a gastronomia. Marajó, Bragança, Rota Belém-Bragança e Santarém a nível de estado.

93 4 - Quais os locais mais solicitados pelos turistas que visitam Belém? Os pontos turísticos normalmente são Estação das Docas, que eles pedem muito, Mangal das Garças, Polo Joalheiro, Icoaraci, Museo e a Basílica é fundamental, todos que vem em Belém pedem pra ir à Basílica. As pessoas já tem conhecimento do Ver-o-Peso e a parte do Complexo Feliz Lusitânia, portanto pedem muito pra ir. Todos tem uma referência do Ver-o-Peso, por ser conhecido mundialmente. Ver-o-Peso e Básilica são os mais procurados, esses pontos ja fazem parte do city tour, faz parte do trabalho desenvolvido para o turismo.

5 - Qual o perfil do público-alvo da empresa em relação a demanda turística que visita Belém? O nosso público-alvo é mais ligado ao turismo religioso, já que é o nosso enfoque maior. Hoje isso ta mudando um pouquinho também pela questão das famílias, hoje as pessoas estão se agregando mais para viajar, então as famílias hoje se reúnem e fazem o pacote para viajar à aquele lugar. Ai o público é mais diversificado porque tem a questão das praias, Salinas, por exemplo, as pessoas gostam de ir e passear, se vem com família e criança normalmente eles pedem praia para conhecer.

6 - Qual o roteiros regional oferecidos pela empresa que apresenta mais procura? Como o foco da nossa agência ainda é o religioso, a nossa procura é muito grande no período do Círio, tanto de pacotes, quando do Círio fluvial que realizamos, então normalmente a gente vende esse serviço durante todo o ano para que as pessoas quando chegam ja esteja tudo prontinho e organizado. Hoje eles pedem a questão da própria natureza, principalmente pessoal do Sul e Sudeste, que não tem muito isso, eles buscam pela Amazônia.

7 - Quais são os parceiros na área de hospedagem, alimentação e transporte (terrestre e aéreo) que a empresa possui para efetivar os roteiros turísticos em Belém? Temos parceiros que ja trabalhamos a vários anos, onde essa parceria só vem para consolidar cada vez mais, ou seja, trabalhar hoje, em grupo e equipe de parceria

94 é bem interessante em relação a anteriormente que você tinha que pegar um e depois outro e enfim, hoje a relação de se trabalhar com pessoas que você possa se sentir mais tranquila e segura em relação ao carro, ao guia que acompanha as pessoas que chegam, em relação ao alojamento no caso o hotel, que pra nós é fundamental para que a pessoa que saia de Belém possa realmente com uma imagem positiva, para que possa voltar novamente. Hotelaria nós trabalhamos praticamente com todos, o hotel Regente, Sagres, Princesa Louçã e a rede Tulip Inn. A parte gastronômica, de restaurantes tem uma infinidade. Trabalhamos com todas as companhias aéreas que estão no mercado, se precisar de um fretamento de avião nós temos, se precisar de um carro, nós temos. Tudo isso é muito diversificado hoje numa agência, você não fica estagnado somente na emissão de passagem, mas qualquer trabalho que você queira que a agência faça, ela tendo uma estrutura vai fazer o trabalho. Alugar um barco, um carro, um avião, o que você quiser a nível disso nós temos que correr e realizar o desejo, com as parcerias que nós temos hoje isso se torna possível e apresentar um trabalho com qualidade para o cliente.

8 - Quais os instrumentos de divulgação que a empresa utiliza hoje pra comercializar seus roteiros turísticos? Folder, redes sociais, hoje trabalhamos muito com todas as redes sociais, cartaz e banner. E também ja tentando fazer o aplicativo.

9 - Dentre as ferramentas de divulgação, qual atinge diretamente o cliente e contabiliza mais retorno? O folder é uma ferramenta que da um retorno bem interessante hoje, mas as ferramentas online hoje é que te dá um retorno maior e bem rápido, principalmente hoje o WhatsApp é uma ferramenta que você joga nos grupos e te da um feedback bem mais rápido e maior. O folder é distribuído na agência e nas feiras nacionais e internacionais, então nessas feiras é distribuído os materiais promocionais para serem vendidos, então no caso a revista e o folder é distribuído para as pessoas se interessarem em conhecer o Pará.

95 10 - A Empresa produz fotos e vídeos de seus roteiros turísticos regionais? Produz, mas pouco, porque estamos desenvolvendo um novo trabalho, inclusive junto com o SEBRAE, no sentido de dar outra visão e olhar sobre a empresa, então a partir disso nós vamos sim fazer esse trabalho de fotos. Fazemos isso já no Facebook, onde publicamos fotos. Vamos entrar no YouTube também para mostrar e profissionalizar essas excursões que a gente ainda não divulgou.

11 - Os matérias de divulgação da empresa são traduzidos para outros idiomas?

Sim, estão no idioma Português e Inglês.

12 - A Empresa possui guias bilíngues para atender ao turista? Atende, prestadores de serviço terceirizados, são guias que a gente contrata quando é necessário e o cliente pede, a gente tem que atender. Os guias são parceiros, cadastrados conosco.

13 - Tendo por base a sua experiência de trabalho no ramo turístico. Já teve conhecimento de alguma revista digital interativa? Já tivemos aqui algumas propostas de revistas online apresentando um material diferenciado.

14 - Haveria interesse da empresa em ampliar os meios de instrumentos tecnológicos interativos para chagar até o consumidor? Sim, com certeza. Não só de atingir esse cliente, mas de fazer um trabalho pós viagem, saber o grau de satisfação dele, como foi a viagem. Isso seria bem importante, o pós venda que chamamos.

96 15 - Qual o diferencial da empresa com relação as outras agências de turismo receptivo existentes em Belém? Eu to a pouco tempo como agência de receptivo, mas eu acho que o diferencial é que as outras agências não tem esse enfoque religioso e a nossa agência esta mais focada no turismo receptivo religioso, o nosso trabalho é inovar no turismo religioso em Belém, criando produtos e novos roteiros relacionados com a religião.

97 APÊNDICES D - REVISTA VEROPA

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110 ANEXO A - REVISTA VALEVERDE TURISMO

111 ANEXO B - FOLDER ROCHA BRASIL TUR

112 ANEXO C - REVISTA RECEPTIVO PARÁ

113 ANEXO D - FOLDER VALEVERDE TURISMO

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