Ródtchenko e o fotojornalismo russo: sua herança para o fotojornalismo brasileiro

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INTRODUÇÃO Esta pesquisa; Ródtchenko e o fotojornalismo russo: sua herança para o fotojornalismo brasileiro, enfatiza o trabalho do artista russo Aleksandr Ródtchenko e o trabalho foto jornalístico brasileiro, comparando-as de forma a buscar semelhanças estéticas no trabalho fotográfico brasileiro de maneira a acentuar importância do trabalho de Ródtchenko, como um dos principais difusores e defensor do movimento construtivista e da natureza da fotografia. É também parte dos objetivos gerais e específicos desta pesquisa, apontar os elementos que compõem o trabalho do artista, de forma a destacar o trabalho e principalmente sua liderança na vanguarda russa. A importância desta pesquisa para o meio da comunicação é buscar as influências na vanguarda russa para o campo do fotojornalismo informacional de hoje, onde agencias fotográficas grandes e influentes jornais do país, atuam de maneira a não apenas trazer a informação de forma sucinta e clara, mas carregar imagens capazes de influenciar o pensamento e a realidade da sociedade. Para isso foi realizada uma pesquisa durante o mês de julho do ano de 2011, foram analisados durante seus 31 dias, os jornais; O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, devido ao grande número de imagens coletadas, foi feito um sorteio, escolhendo as imagens de maior relevância. Podemos encontrar também nos capítulos que se encontram nesta pesquisa, as origens e significações a cerca da fotografia, a relação brasileira com a fotografia e principalmente, a história e influência de uma das grandes cabeças da vanguarda russa, o artista aqui estudado, Aleksandr Ródtchenko. No primeiro capítulo, há um apanhado sobre o surgimento e origem da fotografia, juntamente com a natureza da fotografia e desempenhada como fotojornalística. No segundo capítulo encontramos uma breve biografia do artista estudado, juntamente com a vanguarda que maior lhe define, o Construtivismo Russo, e sua relação com a fotografia.

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O terceiro capítulo é destinado a investigação da relação do Brasil como participante da criação da fotografia e o papel que a mesma teve em sua estréia nos periódicos nacionais, juntamente com um breve histórico dos jornais escolhidos para pesquisa. O quarto e último capítulo, um dos principais desta pesquisa, apresenta comparações feitas entre o trabalho de Ródtchenko e as fotografias coletadas durante o mês de pesquisa, e de forma a concluir entro com as considerações finais, feitas a partir do estudo e das comparações feitas entre os dois trabalhos, buscando reafirmar o importante papel de Ródtchenko dentro do fotojornalismo, como um dos principais responsáveis pela a plasticidade estética das fotografias de hoje.

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1. Fotografia a. Surgimento A fotografia surgiu dentro de uma combinação de três grandes elementos; do procedimento conhecido como camera obscura, da técnica da perspectiva artificialis e dos procedimentos químicos para a fixação da imagem em superfície, a junção destas resultou em uma das mais importante e forte instrumento da comunicação, a fotografia. Sua autoria foi dada a L. Daguerre no ano de 1838, hoje sabemos que a autoria da fotografia é múltipla, ou seja, vários outros “cientistas” da época também desenvolveram processos que resultaram na fixação da imagem, através da luz. Em 1840, Edgar Allan Poe saudou a chegada da fotografia como um marco da modernidade. “Um invento representativo do potencial mágico dos anos modernos; o mais extraordinário triunfo da ciência”. Afinal, se a ciência era o símbolo maior dessa era, a fotografia não ficava atrás. O primeiro anuncio do daguerreotipo – técnica fotográfica criada por L. Daguerre – deuse em agosto de 1838, em sessão das academias de Belas Artes e de Ciências em Paris. Ainda em dezembro do mesmo ano, o francês Hercules Florence, radicado em São Paulo, publicava o resultado de suas experiências com o aparelho. (SCHWARTZ, 2011: 7)

Outras importantes figuras também foram responsáveis pela invenção da fotografia, na França destacamos L. Daguerre, que juntamente com Nicéphore Nièpce, trocaram cartas e ensaios a respeito de suas pesquisas em torno da fotografia. Na Inglaterra William Talbot e Frederick Herschel, filho do astrônomo descobridor do planeta Urano. Sabe-se também que a invenção da fotografia também aconteceu no Brasil, de maneira isolada, o também francês instalado na região hoje conhecida como Campinas, interior de São Paulo, Hercules Florence, que ao tentar imprimir através da luz, se aproximou das experiências feitas por Daguerre e Talbot. A fotografia foi resultado da combinação de diversas experiências na tentativa de fixar imagens em superfície, varias foram as substancias e os meios utilizados para que a fotografia torna-se tal como é hoje. Foi se utilizado diversas maneiras de fixar a imagem, como a chapa de vidro que possibilitava obter cópias com qualidade comparáveis ao daguerreótipo, porem tal métodos dificultava fixar a emulsão em um suporte que não fosse poroso. Outra maneira encontrada para fixar foi 11

a conhecida como chapa úmida e chapa seca, que eram preparadas e expostas, um processo mais barato, sua matéria prima o colódio de fácil obtenção, tinha melhores formas de transmissão da luz, o que tornou a captação mais rápida, levando apenas alguns segundos. Mesmo muito mais barata e rápida, todo o processo de preparar, expor e revelar era feito na hora, tal processo necessitava um preparo e conhecimento a respeito, o fotografo necessitava carregar consigo todo seu equipamento para preparar as chapas. Ambos os processos, revolucionaram a maneira de capturar a imagem, demandavam tempo e eram não eram de fácil acesso a um fotografo amador, que quisesse se aventurar pelo mundo da fotografia. Somente em 1871, que o médico inglês, Richard Maddoxx experimentou utilizar o nitrato de prata em uma superfície gelatinosa de secagem rápida. O nitrato de prata já tinha sido utilizado por Herschel e por Florence durante suas experiências com a fotografia. O processo, que muito mais barato, tornou a fotografia instantânea, pois a gelatina não apenas conseguia conservar a emulsão fotográfica como também aumentava a sensibilidade do nitrato de prata. Coube ao também inglês, apaixonado pela atividade, mas cansado do lento e trabalhoso procedimento da fotografia desenvolveu uma maneira muito mais rápida e simples de fotografar, George Eastman, desenvolveu uma forma de unir a rapidez que o processo de Maddoxx proporcionava com a troca das superfícies fotográficas, criando assim o primeiro filme em rolo fotográfico. Posteriormente criou uma pequena câmera fotográfica, pois deslumbrado pela capacidade de unir varias chapas em um único rolo fotográfico, a câmera ficou conhecida como KODAK e, foi e é uma das mais responsáveis pela popularização da fotografia como a conhecemos hoje. Muito se passou e os métodos utilizados para se fotografar ainda são os mesmo, obviamente muito se mudou, câmeras mais rápidas e mais leves surgiram no mercado e o custo das mesmas também são outros. Mas é válido lembrar que o papel que a fotografia desempenhou na época foi de extrema importância para o meio da comunicação. É notável que o artista aqui estudado se beneficiou e muito da evolução da fotografia, pois com métodos mais baratos e simples de se fotografar, a popularização da fotografia; foi 12

possível se fotografar muito mais, o fotografo amador ou não, desfrutou de tamanha facilidade para a experimentação no campo da fotografia, o que mais adiante resultou no fotojornalismo. Para o fotojornalismo, a conquista do movimento revelou-se de importância vital,uma vez que permitiu “congelar” a ação, impressioná-la numa imagem quase em tempo real, capturar o imprevisto, chegar ao instantâneo e, com ele, acenar com a idéia de verdade[...] (SOUSA, 2004: 29)

Veremos mais adiante, o papel significativo que a fotografia desempenha, sua natureza, sua forma de ver e principalmente a maneira como o público a encara.

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b. Significações A fotografia como foi visto, surgiu em 1838, nas mãos de Daguerre, na França, mas muito se discutiu sobre sua natureza, vista como uma maleficência aos olhos dos pintores da época, pois estes temiam que seu emprego fosse roubado por este novo advento, fruto da ciência e não da habilidade e critica do ser humano. O diálogo aqui não diz respeito à natureza artística da fotografia, mas sim, ao significado incrustado que a fotografia transmite e da qual é responsável por uma grande mudança na sociedade. A fotografia mudou a maneira de ver e de pensar as coisas, proporcionou novas luzes sobre a interação da tecnologia, da ideologia e dos fenômenos sociais; apareceu como preciso auxiliar do novo espirito cientifico, num século assinalado, ainda, por inovações como o telégrafo, o telefone e a eletricidade. (FAVARO, 2009: 22)

A imagem fotográfica, como um meio expressivo complexo, portado de múltiplas possibilidades informativas, capazes de produzir conhecimento, fundadas sobre códigos sociais consagrados. A fotografia é signo, ícone e índice. A fotografia como ícone, tem fundamento qualitativo na sua relação com o referente; o índice, quando existe uma relação com o existente em sua relação com o referente; e símbolo quando há uma convenção entre esses fenômenos. Esta semelhança entre imagem e objeto, confere se como um caráter testemunhal, dadas a partir, da fotografia, por seu realismo visual. A fotografia como ícone representa o real, em uma das mais reais formas de representar o mundo. Como índice, a fotografia é vista desta forma por ser um signo do qual possui uma relação com a realidade, por ter sido provocada por ela, possuindo uma conexão física. [...] historicamente a concepção do pensamento quanto ao fotográfico esteve estruturado em relação a sua indicialidade. Essa crença de que a fotografia somente reflete o real pressupõe no máximo entendê-la como signo icônico e ou indicial. (FAVARO, 2009: 29)

Partindo para o ponto de vista do que é a fotografia como fotojornalismo, veremos mais adiante como podemos caracterizar e principalmente encarar o papel da fotografia como fotojornalismo, ou seja, as imagens fotográficas que fazem parte de uma informação legível, com objetivo de informar. 14

Segundo Kossoy, com a fotografia, temos acesso ao mundo virtual da realidade, pois no instante que fotografamos, a imagem ali reproduzida passa a ser uma segunda realidade, para ele a aparência é a base da evidencia fotográfica, onde não é possível questionar a fidelidade e concretude da imagem ali representada. O objeto pode achar-se registrado tal como se apresentava em sua concretude; personagens podem aparecer sorridentes, introspectivos, cenários podem ser distorcidos, detalhes omitidos, tratarem-se de pura encenação. A evidência não pode deixar de ser questionada. (KOSSOY, 2007, 43)

E para Claudio Kubrusly, em O que é fotografia, ele desmistifica essa relação que a fotografia tem com o real, onde em sua origem, mantinha esta relação. O que mais os impressionava era o fato de ser possível obter uma imagem “sem auxilio da mão do homem” – como se dizia então. Parecia mágico – quase bruxaria – que uma maquina pudesse produzir imagens tão perfeitas de qualquer coisa que colocasse diante dela. Chegavam a afirmar maravilhados, que um pintor devia considerar a fotografia de uma paisagem como a própria cena ao vivo, tal a fidelidade da reprodução. (KUBRUSLY, 2009: 8)

Assim, a fotografia é o retrato da realidade, mas ela mesma não é real como ressaltou Kossoy, e principalmente este papel é desempenhado pelo fotojornalismo, que tentaremos desmistificar no próximo capitulo.

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c. Fotojornalismo Como já vimos, a fotografia é o resultado da combinação de três grandes elementos que resultaram no processo que conhecemos hoje, e também esta a cerca de diversos significados sobre sua natureza. Para muitos autores, a fotografia possui um testemunho documental, e esta foi uma das principais responsáveis pela transformação de como vemos o mundo hoje. Serviu de instrumento para mostrar ao mundo os horrores da guerra, e principalmente foi o olhar dentro das grandes fábricas nos Estados Unidos, onde crianças eram exploradas. É muito claro que a fotografia, ou propriamente o fotojornalismo não é apenas uma máquina de dizer verdades, como visto anteriormente a fotografia tem acesso a segunda realidade, ou seja o mundo virtual da realidade, não é possível questionar a concretude das imagens ali representada. Como apontou Armando Favaro, em Fotojornalismo durante o regime militar: imagens de Evandro Teixeira, de 2009; temos de pensar na fotografia como uma construção, de interpretações e significados de modo a resultar em uma imagem técnica aberta a interferências durante seu processo de construção. Toda fotografia é um testemunho segundo um filtro cultural, ao mesmo tempo que é uma criação a partir de um visível fotográfico. Toda fotografia representa o testemunho de uma criação. Por outro lado, ela representará sempre a criação de um testemunho. (KOSSOY, 2007: 50)

Kossoy também aponta a natureza do fotojornalismo que já nasce com uma preocupação de passar algo através de suas imagens; e principalmente da importância da pessoa por detrás da lente da câmera fotográfica, o fotografo. Este mesmo tipo de apontamento é feito por Favaro e outros autores. A imagem fotojornalistica como representação nos permite pesquisar as implicações presentes no seu processo de criação (escolhas do fotojornalista ao optar por determinada lente, ângulo, velocidade, diafragma, etc) e no ato de fotografar, ou seja, as motivações, sentimentos e intenções que fazem o fotografo apertar o disparador de sua câmera. (FAVARO, 2009: 78)

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Bonitzer em O ato fotográfico de Philippe Dubois aponta o olhar do fotografo como determinante, e principalmente como a influência dos mais diversos elementos conflitantes com a cena, a produção final não deixa de ser uma verdade. E é verdade que “a grande angular trabalha aqui em beneficio do humanismo choramingão: isola o personagem, a vitima, em sua solidão e dor...”[Bergala] No entanto, nessa foto, algo resta, resiste a analise, indefectivelmente. É que ao lado, acima das palavras “humanismo choramingão”, existe mesmo assim o fato de que o vietnamita esta chorando: apesar da encenação, do enquadramento, da enunciação fotográfica e jornalística(lixo de jornalista!), há o enunciado das lagrimas(...). Indefectivelmente, o enunciado mudo da foto volta, enigmático; o acontecimento obscuro dessa dor captada por uma objetiva; mercantil, a singularidade das lagrimas voltam sem ruído e se propor a meditação. Então um outro texto põe-se a brotar da mesma imagem(...) (BONITZER apud DUBOIS, 1994: 47)

O mesmo apresenta Kossoy, em Os tempos da fotografia: O efêmero e o perpetuo, o que para ele a fotografia é vista como um processo de criação do olhar do fotografo, mas após este momento registrado, a imagem ali retratada é apenas memória, virou passado. O vinculo com o real sustenta o status indicial da fotografia. No entanto, a imagem fotográfica resulta do processo de criação do fotografo: é sempre construída; e também plena de códigos. Não podemos perder de vista que os indícios que a imagem fotográfica apresenta relativamente ao tema, foram gravados por um sistema de representação visual. Se por um instante, durante a gravação da imagem, houve uma conexão com o fato real, no instante seguinte, e para sempre, o que se tem é o assunto representado; o fato se dilui no instante em que é registrado: o fato é efêmero, sua memória, contudo, permanece – pela fotografia. (KOSSOY, 2008: 42)

Lembramos principalmente que o fotojornalismo mesmo sendo provinda de manipulações e mesmo assim consegue transmitir a informação de forma clara e verdadeira, o fotojornalismo busca dentro do imaginário humano referências que venham influenciar na construção destas imagens, como aponta Favaro em Ensaios sobre a fotografia de Susan Sontag: As imagens não respondem simplesmente as demandas sociais, elas a transformam, “determinada coisa de que ouvimos falar mas que nos suscita duvidas, parece-nos comprovada quando delas vemos uma fotografia. Uma das variantes da utilidade da camera fotográfica esta em que seu registro denuncia. (FAVARO, 2009: 69)

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Assim é o fotojornalismo, o retrato da realidade, carregado com significações e principalmente o olhar do fotografo, dotadas de enorme poder comunicacional, capazes de mobilizar e transformar realidades.

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2. Aleksandr Ródtchenko a. Biografia As informações biográficas a seguir foram extraídas do catalogo fotográfico Aleksandr Ródtchenko: Revolução na Fotografia pelo Instituto Moreira Sales e do Caderno2: Domingo do Jornal o Estado de S. Paulo, edição 14 de agosto de 2011. Casado com Varvara Stiepânova, Aleksandr Ródtchenko nasceu em novembro de 1891, em São Peterburgo; filho de uma lavadeira e de um funcionário do Clube Russo de Niévski. Tinha pretensões de tornar-se técnico dentário, mas em 1914 Ródtchenko ingressa na Escola de Arte de Kazan como aluno ouvinte, e entre os professores estão Radímov e Skorniakóv. Em 1915 começa uma serie de estudos feitos com régua e compasso, estudos estes que mais tarde se desdobrarão na influencia do construtivismo em seus trabalhos como designer. Conhece outros precursores do movimento construtivista, como Vladímir Maiakóvski e David Burliuk em um sarau na Assembléia da Nobreza em Karan. Aleksandr Ródtchenko foi sem duvida um dos maiores precursores e principalmente defensor fiel do construtivismo russo, sua amizade com Maiakóvski, de grande importância é somente o inicio de um extenso trabalho conjunto dentro do movimento. Pintor, escultor, designer e fotografo russo Aleksandr Ródtchenko (1891-1956) sempre foi um homem inquieto. Pioneiro do construtivismo russo, ele não apenas retratava a realidade, mas a interpretava. (O Estado de S. Paulo, 2011: 1)

Trabalhou para revistas importantes da época, utilizando-se de sua produção fotográfica e seu talento para designer, Ródtchenko também atuou como pintor, escultor e escritor, suas reflexões artísticas foram de tamanha importância para a historia da fotografia na Rússia como para o mundo. [...]em toda a historia da fotografia russa da primeira metade do século XX, Aleksandr Ródtchenko é a única pessoa que, graças a seus artigos e diários publicados, deixou registros especiais, reflexões artístico de uma fotografo-pensador que testemunhou cataclismos históricos que geraram em seu interior um conflito trágico entre premissas conscientes e o impulso criador inconsciente.(IMS, 2010: 7)

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Ródtchenko faleceu em 1956, em Moscou na Rússia. Mesmo após sua morte, o legado deixado por ele influenciou um bom numero de praticantes, era visto como um professor e assim tentavam imitar suas composições e expandir ao máximo os limites da fotografia como arte. Ródtchenko também foi um dos principais responsáveis da transformação da foto documental em arte, alem de eternizar retratos de seus conhecidos, tornando se assim um dos importantes fotógrafos da contemporaneidade. Tentou ser honesto na fotografia de reportagem, evitando em geral, a encenação. Viu o rico potencial criativo do meio fotográfico, percebendo como a luz penetra objetos transparentes, como a câmera e suas lentes determinam a forma e, ao fazer um fotograma, como as sombras se dispõem. Enfatizou intencionalmente a perspectiva e a profundidade, ao escolher um ângulo determinado, e desenvolveu o principio de fotografar a partir de pontos altos e baixos , que na Rússia se tornaram conhecidos como “ângulos de Ródtchenko” (IMS, 2010: 204)

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b. Ródtchenko e a fotografia Dentro da fotografia o construtivismo russo esta presente no trabalho fotográfico de Aleksandr Ródtchenko, que foi um dos grandes difusores deste movimento. Para Ródtchenko, a fotografia é um instrumento que ajudaria a mudar a percepção das pessoas, na maneira como encaravam a fotografia, mas também o papel que cabia ao fotografo; dessa forma com seus incansáveis estudos, Ródtchenko buscou retratar e documentar a atual vida política e social de seu país. Como um arroubo de fantasia ou um sonho, estamos descobrindo as maravilhas da fotografia na media em que elas revelam uma realidade espantosa. (IMS, 2010: 10)

Utilizou-se de composições com ângulos agudos, encurtamentos extremos e perspectivas que fugiam do habitual, buscando sempre esta renovação da maneira de como encaramos a fotografia, criou uma nova e revolucionaria linguagem fotográfica. Para ele, a fotografia é uma arte, dotada de significações e diversificada possibilidades estéticas que ultrapassam diversas outras formas de artes como a pintura e a gravura. Mas também para Ródtchenko, o papel do “olhar por trás da câmera” é notável; Os mestres da fotografia, como todo artista, revelam seus gostos, estilos e jeitos pessoais. (IMS, 2010: 204 )

Estas novas formas de manipular o olhar e o significado que a fotografia pode passar, também foi muito bem explorada com fotomontagens, que segundo o próprio artista foi o que o levou para a fotografia. A fotomontagem me levou a fotografia. (RÓDTCHENKO apud IMS, 1935)

Segundo Ródtchenko; ...a fotografia tem linguagem visual própria. Sustentou a opinião de que ela não deve reproduzir a textura e o esquema compositivo da pintura, nem imitar gêneros canônicos como o retrato, a paisagem ou a natureza-morta. A fotoarte de Ródtchenko surgiu como resultado da ousada combinação de vários gêneros, da composição dinâmica, da clareza de contorno óptico, da abordagem documental verdadeira e da capacidade de capturar instantaneamente as sensações do homem moderno. (IMS, 2010: 204)

Ou seja significava a possibilidade de criar arte que fosse realmente contemporânea. 21

A proposta do uso de fotomontagem nos trabalhos feitos por Ródtchenko, veio de Maiakóvski, que teve a idéia após voltar de uma viagem a Berlim. Tinha em mente, a ilustração de um dos seus poemas, Pro eto. Muitos artistas se tornaram adeptos desta nova técnica de comunicação, em meados dos anos 20. O grande motivo da popularização da fotomontagem era que, por ser muito moderna para a época também tinha forte apego documental, e um grande potencial para a propaganda. Quando trabalhou para a revista Novi LEF durante os anos de 1927-1928, sua maior preocupação era com a fotografia. Fez diversas experimentações e ensaios a respeito, pois principalmente podia praticar sua crença sobre a natureza da fotografia. A LEF, como vanguarda da cultura comunista, tem que mostrar como e o que se deve fotografar. Qualquer grupo amador de fotografia sabe o que fotografar, mas como fotografar pouca gente sabe. (IMS, 2010: 207)

Dentro do campo da fotografia documental, Ródtchenko é uma figura-chave, conhecido pelos retratos de sua mãe e de Maiakóvski; Ródtchenko inovava na busca pelas bases geométricas nas fotografias, o encurtamento óptico e pontos de vista angulares, suas composições muito lembravam a pintura abstrata. Também foi uma importante figura, dentro do intitulado grupo Associação Pan- Russa de Trabalhadores de Novos Campos Artístico, conhecida como outubro. O grupo era formado pelos pioneiros do design, arquitetura, teatro e cinema da época; e foi dentro deste grupo em que Ródtchenko sofreu duramente sua visão da fotografia construtivista, fora acusado de formalismo. Os trabalhos de Ródtchenko influenciaram o surgimento de todo um novo movimento de fotografia experimental, à semelhança de sua pintura experimental e da arte gráfica dos anos 1910. Seus trabalhos dos anos 1920 marcaram um estilo especial na fotoarte, encorajando a formação da “fotografia de esquerda”, do fotoconstrutivismo. (IMS,2010: 209) (...) Experimentos artísticos ousados frequentemente encontravam oposição hostil. As imagens vívidas, energéticas e inovadoras do grupo Outubro foram, naqueles anos, severamente criticadas pela imprensa oficial como daninhas, burguesas e formalistas. (IMS, 2010: 209)

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Mesmo sendo severamente acusado de formalismo e ter deixado o grupo, Ródtchenko sempre buscou conduzir sua arte apenas para um rumo, buscava sim, renovar os temas de suas buscas. Ele sempre buscou deixar objetivo o conteúdo de suas fotografias, nunca deixa-las totalmente abstratas, a ponto de não reconhecermos seu conteúdo. Na fotografia não objetiva encontramos uma objetividade inesperada na representação do mundo real. Daí resulta que todo ponto de vista novo não apenas expande nossa percepção espacial do mundo, ele nos ensina a ver de modos diversos, a captar a complexidade do universo ao redor. Novos temas e novas abordagens são indivisíveis para Ródtchenko. É por isso que toda sua energia como artista foi usada, via fotografia e design, para criar novos modos de ver. (IMS, 2010: 210)

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c. Construtivismo Russo O construtivismo russo foi um movimento artístico que se iniciou por volta de 1919, tinha forte apelo estético e revolucionário, voltada principalmente para a política, oriunda de revoltas contra o governo regente. Com grande influência na arquitetura e na arte ocidental, o construtivismo aparece como uma decorrência de movimentos como o futurismo italiano e o cubismo francês, assim adquirindo características que fogem de qualquer ligação com o natural, se utilizando de elementos geométricos, cores primárias e fotomontagens. O termo construtivista foi introduzido por Kazimir Malevich, um pintor abstrato russo em uma tentativa de descrever o trabalho de Aleksandr Ródtchenko em 1917, o termo um tanto vago na época, ganhou conotações políticas locais por Vladimir Tatlin. Para os construtivistas, a ação artística é uma ação governamental e se desenvolve principalmente na planificação urbanista, no projeto arquitetônico, no desenho industrial. (ARGAN, 2006: 329)

Para os grandes incentivadores do movimento: russo, a arte esta a serviço da população, ideal cunhado não apenas por seus incentivadores, mas por grande parte de artistas russos da época, possuíam um ideal populista devido ao atual momento vivido na Rússia e no mundo. Como artistas, tanto como Ródtchenko, o teórico marxista do Construtivismo, como EL LISSITZKY, o artista gráfico para quem a teoria da forma é teoria da comunicação visual, dão grande importância ao rigorismo formal suprematista; no plano da ação cultural-politica, porem querem demostrar que, num sistema onde a indústria não esta vinculada a superestrutura capitalista, não pode substituir nenhuma contradição entre operação estética e a tecnologia industrial. As técnicas industriais não só abriram possibilidades ilimitadas a inventividade dos artistas, como também constituíram o aparato funcional por meio do qual o impulso criativo da arte entrará no circulo da vida social e, reciprocamente, a sociedade estimulará a criatividade da produção. Assim a arte industrial será a nova e verdadeira arte popular: não mais será a tímida expressão de uma classe culturalmente inferior, e sim o sinal da vitalidade interna de uma sociedade que se forma e se transforma numa condição de liberdade democrática.(ARGAN, 2006: 329)

Dentro do campo artístico o construtivismo manifestou seu apego ao populismo e tudo àquilo que se relacionava ao cotidiano industrial e político, que caracterizava a situação momentânea da nação, através de traços verticais e horizontais, o uso incansável de cores 24

primárias e o uso de figuras geométricas, trazendo certa proximidade com o cubismo, o futurismo e outros movimentos ligados ao Construtivismo Russo. Segundo Albera, em Eisenstein e o construtivismo, o autor aponta o construtivismo russo como vanguarda, e esta de formação e ideais mutáveis, chegando ate mesmo a compará-la com o futurismo italiano. Estas ligadas por comparações de âmbito sociais e culturais, principalmente políticas.

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3. Fotografia no Brasil a. Histórico e o Fotojornalismo no Brasil A fotografia no Brasil começou quase que juntamente a criação da fotografia no mundo, advinda de experiências do francês Hercules Florence, de acordo as informações contidas em seus manuscritos com fins de relatar seus ensaios a cerca principalmente da fotografia e da fixação das imagens na camera obscura, em 1833. Em varias de suas experiências na tentativa de fixar a imagem na camera obscura, Florence percebeu que mesmo conseguindo fixar as imagens, lhe faltava ainda um agente que fixasse permanentemente as imagens, que ao entrarem em contato com a luz, escureciam.

Fig1: Hercules Florence (1839) Fonte: http://andanhos.blogspot.com/2010/08/fotografia-tambem-surgiu-no-brasil.html

Florence tinha outros objetivos, ao tentar fotografar utilizando-se da luz, gostaria de imprimir, através da fotografia. Como no país, as técnicas de impressão e propriamente a ausência de oficinas tipográficas capazes de imprimir e publicar livros e manuscritos foi uma das grandes responsáveis para que Florence inicia-se suas experiências com a fotografia nos anos de 1833. Ressaltamos também que o primeiro jornal impresso surgiu no Brasil apenas em 1808 e este editado em Londres, e um pouco mais tarde surgiria o primeiro jornal brasileiro, “A Gazeta do Rio de Janeiro”, jornal oficial da corte portuguesa. 26

Mesmo que jornais impressos já existissem no país, o sistema para impressão era precário e caro, assim Florence sempre dependeu de precárias condições de trabalho. É de se notar, finalmente, que suas primeiras experiências com a camera obscura foram na realidade, o ponto de partida para outras investigações. Pelos diários, percebe-se claramente que seu interesse se dirigiu de pronto ao problema que mais lhe preocupava: a impressão. A dificuldade de imprimir textos e desenhos – numa região onde não havia oficinas tipográficas – se constituía num problema que, de fato afligia o inventor, havendo este mergulhado, desde 1830, na pesquisa e aperfeiçoamento da Poligrafia. Ao vislumbrar, entretanto, a possibilidade de se imprimir pela luz do sol, Florence dedicou-se profundamente a essa nova descoberta. As condições sócio-econômicas e culturais e culturais do país levaram-no, em suas investigações com a fotografia, para um caminho diferente daquele percorrido pelos inventores na Europa. Embora Florence se mostrasse fascinado com a ideia de obter imagens pela camera obscura, a impressão pela luz solar foi de fato a sua grande meta.” (KOSSOY, 1980: 66)

Independente do objetivo de Florence em obter técnicas simples e acessíveis de impressão utilizando se da luz, seus manuscritos relatando suas experiências com a fixação de imagens pela camera obscura culminaram na invenção independente da fotografia no Brasil. Como já foi dito, o primeiro jornal do país, apareceu em 1808, oriundo de Londres. É interessante lembrar que, primeiramente o jornal no Brasil, veio tardio, outros países como o México já possuíam gráficas para a impressão deste 1535 e segundo que a imprensa no Brasil surgiu sobre uma forte censura, os impressos precisavam passar por três instâncias de verificação. No Brasil a 1ª fotografia a ser publicada em um periódico diário surgiu em 1904 de autoria anônima, a fotografia acompanhava a notícia sobre a revolta popular contra a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, o episódio ficou conhecido como Revolta da Vacina. A cobertura foi feita pelo jornal “Jornal do Commercio”. Após esta publicação, houveram grandes mudanças quanto a maneira que a fotografia era usada na imprensa nacional, ela deixou de ser vista como uma mera caricatura para começar a ser encarada como um forte meio de comunicação e expressão, a Revista da Semana foi uma das grandes responsáveis por esta mudança, sendo o primeiro periódico ilustrado com fotografias no Brasil. 27

Assim nascia o fotojornalismo no Brasil, um novo padrão de representação, uma forma de associação de texto e imagem. Mesmo destacando a Revolta da Vacina como a grande responsável pela inclusão de imagens, propriamente a fotografia como um forte meio comunicacional na imprensa. Flavio de Barros em 1897 retratou um dos maiores episódios dramático da vida brasileira, a Guerra de Canudos. A guerra de Canudos foi o confronto entre o exercito brasileiro com a comunidade de Belo Monte, que estas lideradas por Antonio Conselheiro, que pregava uma salvação milagrosa. A comunidade de Belo Monte foi brutalmente atacada, devido a suspeitas dos latifundiários da região que pressionaram o governo para que atitudes fossem tomadas a respeito.

Fig2: Igreja de Santo Antônio – Flavio de Barros (1897) Fonte: Canudos/Belo Monte : imagens contando historia. 2004.

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As 68 fotografias feitas por Flavio de Barros em 1897, foram determinantes para a construção da memória do conflito de Canudos, pois além de ser o único registro conhecido do episodio, suas imagens transmitiam a relação com a qual os colonos da região mantinham com Antonio Conselheiro, o líder religioso da comunidade. Com as reformas de grandes jornais no Brasil, em 1943, fotógrafos como Monzan, Schneider, Flavio Damm, Evandro Teixeira entre tantos outros, transformaram o fotojornalismo num discurso elaborado de enorme poder evocativo que disseminaram ideologias através de seus registros. Parte destes discursos instaurados com o fotografia contemporâneo no Brasil, veio com a publicação da fotografia do então presidente Jânio Quadros por Erno Schneider, em 1962; Jânio aparece de costas e pés trocados, o registro não apenas marcou o difícil momento político que o Brasil passava como também imortalizou a ambigüidade que Jânio Quadros tinha, não apenas como figura pública. Com esta fotografia, Erno Schneider, ganhou o Prêmio Esso de Fotografia, o segundo a ser atribuído à categoria e o primeiro concedido a um jornal diário. O Prêmio Esso de Fotografia foi criado em 1960, inspirado no Pulitzer Prizes do qual também premiava reportagens, este criado em 1955. Assim, estabeleceu-se vários discursos com relação a fotografia que buscavam principalmente um discurso elaborado que detivessem um valor disseminador de opinião, onde principalmente com o trabalho de Schneider, foi possível que este tipo de discurso pudesse ser adotado por outros fotógrafos. Além de Manzon e Erno Schneider, outros fotógrafos contribuíram para a consolidação do fotojornalismo do Brasil contemporâneo, tais como: José Medeiros, Flavio Damm, Luiz Pinto, Eugenio Silva, Indalécio Wanderley, Alberto Jacob, Evandro Teixeira, entre outros que definiram uma geração e influenciaram significativamente o fotojornalismo brasileiro com fotografias incutidas de um registro discursivo elaborado, provocadoras, dotadas de enorme poder evocativo, viabilizadoras de reflexões e disseminadoras de ideologias. Instrumentos que agregam atributos persuasivos poderosos que foram extensamente explorados. São, em sua maioria, imagens que despertam um sentido que ultrapassa aquilo que esta diretamente representado nelas. (FAVARO, 2009: 67)

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Fig3: Qual o rumo? – Erno Schneider(1962) Fonte: http://afotohistoricanobrasil.blogspot.com/2010/09/foto-sintese.html

Segundo Armando Favaro, a imagem é de qualquer forma de construção da assimilação da realidade e principalmente o fotojornalismo tem essa função de mobilizar e transformar essas realidades. A imagem, como representação cultural, seja ela na sua carga simbólica, epistêmica ou estética, é de qualquer forma uma construção de conhecimento da realidade. O fotojornalismo é um tipo de imagem que tem como função maior mobilizar consciências e transformar essas realidades e, em seus melhores registros, oferece à difusão publica as provas necessárias para que o corpo social corrija tudo aquilo que lhe inconforma. (FAVARO, 2009: 57)

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Desse modo, discutiremos no próximo capítulo, a importância das inovações de Ródtchenko no campo da fotografia; introduzimos também as comparações feitas entre os trabalhos fotográficos escolhidos para esta investigação. Enfatizaremos estes trabalhos embasando se principalmente dos autores escolhidos para esta pesquisa; assim melhor salientar, o discurso que proponho; realçar as diretrizes estéticas do artista aqui estudado para assim poder traçar e destacar tais semelhanças estéticas entre tais trabalhos.

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4. Aleksandr Ródtchenko e a fotografia no Brasil hoje a. Comparações Como forma de concluir este Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação e Multimeios, o objetivo deste trabalho, é a comparação, do trabalho realizado por Aleksandr Ródtchenko no campo da fotografia, com o trabalho realizado pelas grandes agencias fotográficas de noticias do Brasil. Um dos objetivos desta investigação é enfatizar a linguagem dentro da fotografia construtivista desenvolvida pelo artista. Para tanto o campo escolhido para este estudo, foram os jornais Folha de S. Paulo com a agência Folhapress e O Estado de S. Paulo, com a Agencia Estado, nos 31 dias do mês de julho do ano de 2011. Ambas possuem fotógrafos renomados, de intensa participação no mercado fotojornalistico e de presença ativa no cenário nacional e internacional. A agência de noticias do jornal Folha de S. Paulo responsável pela produção e veiculação de fotografias e peças gráficas para o respectivo jornal possui fotógrafos como: Alan Marques, Alex Almeida, André Porto, Antônio Gaudério, Benonias Cardoso, Bruno Miranda, Caio Guatelli, Christian Rizzi, Eduardo Knapp, Fernanda Preto, Fernando Donasci, Fredy Vieira, Jarbas Oliveira, João Wainer, Joel Silva, Jonas Oliveira, Jorge Araújo, Lalo de Almeida, Leonardo Wen, Lula Marques, Marcos Bergamasco, Marcos Vicentti, Marlene Bergamo, Mastrângelo Reino, Moacyr Lopes Junior, Odair Leal, Ricardo Nogueira, Rubens Cavallari, Tuca Vieira. Por sua vez, a agência de noticias do jornal O Estado de S. Paulo responsável pela produção e veiculação de fotografias e outros matérias pertinentes aos setores do Grupo Estado, atuante desde 1970, o corpo de fotógrafos pertencente a agência é formado por: Leonardo Soares, Wilton Júnior, Marcos de Paula, Fábio Motta, Otávio Magalhães, Tasso Marcelo, Paulo Vitor, Natália Russo, Ivan Dias, Nilton Fukuda, Paulo Liebert, Grazi Alcova, JF Diorio, André Dusek, Sebastião Moreira, Epitacio Pessoa, Márcio Fernandes, Cezaro de Luca, José Patrício, Felipe Rau, Alex Silva, Jonne Roriz, Hélvio Romero, Sérgio Neves, Ricardo Chavez, Wilson Pedrosa entre muitos mais que colaboram para a agencia. 32

O período escolhido para análise desse trabalho fotográfico foi os 31 dias do mês de julho deste mesmo ano, e posteriormente, devido ao alto número de fotografias coletadas, foram escolhidas fotografias que mais se aproximassem do trabalho de Ródtchenko. Abordamos aqui também umas das principais vertentes que Ródtchenko inovou dentro da fotografia; sendo um dos principais objetivos desta pesquisa, evidenciar o trabalho fotográfico do artista escolhido e apontar a influência deste, na produção fotojornalistica, buscando semelhanças estéticas de suas fotografias e a aplicação da fotografia construtivista. 

a fotomontagem; segundo ele, a fotomontagem foi uma das responsáveis de sua ida para a fotografia, Em todo trabalho eu texto um novo experimento, sem o adicional do trabalho antigo, e me proponho tarefas diferentes. Se você olhasse para tudo o que fiz, o todo formaria um trabalho vasto e inteiramente novo. (RÓDTCHENKO apud IMS, 1935)

como também já visto, a fotomontagem foi uma técnica bastante utilizada pelos artistas nos anos 20, devido a seu forte potencial para a propaganda e apego documental. Foram feitos cartazes políticos e comerciais, capas de revistas sociais e políticas, que escolheram trocar as ilustrações pela fotografia e conseqüentemente pela fotomontagem, devido a sua modernidade e com grande apego para a área da comunicação. Contudo, Ródtchenko não estava satisfeito com a simples fotomontagem “chapada”. Fazia experimentos com a criação de ilusão de espaço tridimensional, com fotos colocadas umas atrás das outras, e fotografava o conjunto como se fosse uma natureza-morta, chamando-a de “fotoanimação”. Não é preciso usar um numero exagerado de fotografias em uma fotomontagem: o efeito desejado pode ser obtido na combinação de imagens e inscrições, imagens e formas geométricas. (IMS, 2010: 206)

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Fig4: Evelson de Freitas/AE

Fig5: Divulgação/Folha de S. Paulo

Esta claro que aquela fotomontagem realizada por Ródtchenko entre os anos de 1935, onde pode ousar ao máximo as experimentações com a fotomontagem é muito diferente da que observamos hoje. Suas fotomontagens tinha outro âmbito dentro da realidade em que estava inserido, não somente lembrando que as técnicas utilizadas na época, não são as mesmas usadas hoje na produção de fotomontagens para jornais. Outro ponto também interessante ressaltar é o termo fotomontagem, hoje o que conhecemos como fotomontagem é imensamente diferente daquele que pudemos observar no trabalho de Ródtchenko; como grandes mudanças tecnológicas na fotografia, a mudança do analógico para o digital, que possibilitou uma imensa transformação não apenas na quantidade de fotografias produzidas, mas também numa maior possibilidade de alterações posteriores a produção. Sousa faz apontamentos sobre a manipulação digital e a fotomontagem realizada hoje, e a maior possibilidade significativa que pode se apresentar para o leitor de maneira positiva e os pontos negativos que estas transformações podem se manifestar. É por essa razão que uma imagem digital pode ser totalmente sintetizada computacionalmente, ser resultante de uma digitalização de outra imagem, ver a sua perspectiva alterada através de

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mudanças da zona de sombras, ser pintada eletronicamente ou ser ate sujeita a uma mistura de processos, possuindo ainda assim coerência interna, um processo que poderíamos denominar de bricollage electrônico. (SOUSA, 2004: 214) A manipulação computacional é diferente devido à virtual indetectabilidade de procedimentos como a trucagem. Como os computadores, abrem-se as portas à possibilidade de mentir(fotograficamente falando) de maneiras inimagináveis no passado.(SOUSA, 2004: 215)

Assim, não podemos realizar uma comparação estética da fotomontagem de hoje e a fotomontagem de Ródtchenko, pois notando a imensa discrepância entre elas, o que é possível apontar é a relação que ambas se manifestam.

Fig6: Crise - Ródtchenko(1923) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

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Fig7: Desenho de capa para o livro Pro eto [Sobre isto], de Vladímir Maiakóvski - Ródtchenko(1923) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

Como pudemos observar na fotografia feita por Evelson de Freitas pela Agência Estado (Figura 4), a fotomontagem foi realizada através de atributos dentro da câmera fotográfica, e já na (Figura 5), um detalhe da fotomontagem na capa do jornal Folha de S. Paulo, feita com duas importantes matérias para o caderno de cultura do jornal e do suplemento que o acompanha, fora realizado com intenções de forma a mesclar o fato de ambos os ilustrados possuírem olhos azuis, o que as fotomontagens de Ródtchenko buscavam também trazer olhares e interpretações diferentes ao olhar do público. A fotomontagem de hoje não é diferente, mas busca principalmente um valor estético que chame a atenção do público, não apenas em âmbitos informacionais mas também e comerciais.

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retratos; muitos de seu trabalho fotográfico dentro do campo “retratos” foi oriunda da sua participação na revista LEF, como visto anteriormente, esta revista foi de grande importância para Ródtchenko que a utilizou como principal fonte para manifestar sua fé sobre a fotografia; mas também foi dentro dela que Ródtchenko fotografou boa parte das fotografias de gênero retrato, suas fotografias eram caracterizadas por um dinamismo expressivo, muitas eram apenas retratos documentais, outras mais psicológicas ou experimentais. A LEF foi uma associação incomum de pessoas nas artes, moldada não por laços organizacionais, mas principalmente por visões compartilhadas sobre a arte, que são reconhecidas, modificadas e refinadas nas conversas. (IMS, 2010: 30)

Segundo ele próprio, suas sessões fotográficas eram curtas, tinham pouco em comum com aquelas de um estúdio tradicional e exigiam um trabalho sério por parte do fotografo e também do modelo; para ele, não estava fotografando indivíduos imersos em pensamentos profundos, que são ate hoje capazes de atrair nossa atenção.

Fig8: Eduardo Anizelli/ Folhapress

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Fig9: Retrato da mãe - Aleksandr Ródtchenko (1924) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

Na Figura 2 do fotografo Eduardo Anizelli, feita para a reportagem especial no jornal Folha de S. Paulo, do dia 3 de julho de 2011. A escolha desta, ao ser comparada com a fotografia de Aleksandr Ródtchenko em Retrato da mãe de 1924, foi pertinente, pois mesmo que o enquadramento escolhido pelo fotografo Eduardo Anizelli seja outro, as duas imagens se assemelham quanto a regra dos terços. No Retrato da mãe (1924), quase metade do espaço do enquadramento é tomado por um lenço preto com pintas, um terço do plano restante é ocupado por uma mão com óculos dobrados, e o restante traz um rosto enrugado e carregado.(IMS, 2010: 207)

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Fig10: Paula Giolito/ Folhapress

Ródtchenko também foi um dos principais responsáveis da transformação da foto documental em arte, como já foi visto nos capítulos anteriores. Seu trabalho com retratos começou principalmente quando adquiriu sua primeira câmera fotográfica em 1924, e os retratos eram em torno principalmente de seus companheiros de trabalho, os editores da revista LEF e seus conhecidos, certa vez em 1928, Ródtchenko disse em uma de suas publicações. Não minta! Fotografe e seja fotografado! Cristalize o homem não pelo retrato “sintético”, mas de vários instantâneos feitos em momentos e condições diferentes. Preze tudo o que é real e contemporâneo. E seremos seres humanos reais, não de brincadeira. (RÓDTCHENKO apud IMS, 1928)

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Fig11: O escritor Serguei Tretiakóv - Aleksandr Ródtchenko (1928) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles



o encurtamento perspectivo; o encurtamento perspectivo, é uma das principais inovações no campo da fotografia desenvolvida por Ródtchenko. Seus enquadramentos consistiam de cima para baixo e de baixo para cima, bem como a composição em diagonal, segundo ele, tais pontos de vistas são os pontos de maior interesse para a fotografia, e mais atentamente, ele, Ródtchenko não se nomeia como o criador deste tipo de enquadramento, mas sim um disseminador convicto. Os pontos mais interessantes hoje são os “de cima para baixo” e os “de baixo para cima”, e devemos trabalhá-los. Quem os inventou – não sei. Eu gostaria de afirmar esses pontos de vista, expandi-los e acostumar as pessoas a eles. (RÓDTCHENKO apud IMS, 1928)

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Segundo, novos assuntos devem ser abordados inesperadamente, apresentando uma fotografia completa mais fragmentada, pois somente propor as imagens desta maneira que é possível representar o assunto por total. Vou resumir: para acostumar as pessoas a ver a partir de novos pontos de vista, é essencial tirar fotos de objetos familiares, cotidianos, a partir de perspectivas e de posições completamente inesperadas. Novos assuntos tem que ser fotografados de vários pontos, de modo a representar o assunto completamente. (RÓDTCHENKO apud IMS, 1928)

Não somente sendo uma das principais estéticas fotográficas disseminadas por Ródtchenko, o encurtamento perspectivo sempre buscou se basear na geometria, assim muito se aproxima a estética da pintura abstrata.

Fig12: Caio Pimenta/SPturis

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Fig13:Clayton de Souza/AE

Fig14: Edifício da Mosselprom - Aleksandr Ródtchenko (1926) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

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Fig15: Degraus - Aleksandr Ródtchenko (1929) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

Como apontado, a fotografia de encurtamento perspectivo é muito próxima da pintura abstrata, mas também dentro da fotografia de Ródtchenko e na fotografia de hoje, teve maior manifestação na arquitetura, com fotografias de prédios, escadarias, pontes.

Fig16: Guarda na Torre Chúkhov – Aleksandr Ródtchenko (1929) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

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Podemos observar nas imagens escolhidas para obtermos melhor entendimento do encurtamento perspectivo de Ródtchenko, a fotografia feita por Caio Pimenta para a divulgação do caderno de turismo da cidade de São Paulo (Figura 12); a composição feita utilizando se de alguns preceitos do construtivismo russo, que buscava evidenciar principalmente a arquitetura, na Figura 12, o fotografo claramente escolheu compor em diagonal, realçando a estrutura do prédio. Na fotografia de Clayton de Sousa, da Agencia Estado (Figura 13), uma fotografia de uma escadaria vista de cima para baixo, a escadaria em questão, em caracol, sua estrutura somente poderia ser enfatizada utilizando se de uma fotografia com tal composição, de cima para baixo. 

fotoreportagem; Dentro do campo da fotorreportagem, Ródtchenko realizou diversas fotografias sobre o mundo dos esportes e do circo, cobria grandes eventos no teatro e principalmente no circo, seu favorito. Para Ródtchenko não havia sentido em procurar imitadores, ou ate mesmo imitar terceiros. a cultura como um todo não pode seguir adiante sem levar em consideração as realizações do passado. Para um observador, todos os inovadores se assemelham, pois procuram em direções semelhantes. (IMS, 2010: 208)

Outro parâmetro que é interessante destacar é além de fotografias com parâmetros estéticos próximos entre as fotografias de Ródtchenko e as fotografias brasileiras; mas destacar também os princípios estéticos do Construtivismo Russo, que foi sem dúvida, outro paradigma explorado por nosso artista. Utilizando como base os preceitos do Construtivismo Russo, uma serie de fotografias que, após a análise comparativa; conseguimos concluir que tais priores também são bases de influências estéticas para o nosso trabalho fotográfico. Na fotografia, a fotorreportagem é encarada como algo inferior. Mas, graças à competição entre jornais e revistas, e ao trabalho real e necessário que deveria ser fotografado a qualquer custo, sob qualquer luz e de qualquer ângulo, essa coisa inferior e aplicada promoveu uma revolução na fotografia. (RÓDTCHENKO apud IMS, 1928)

Eu gostaria de fazer fotos que nunca fiz antes, de modo que tivessem vida e realidade, que fossem

ao

mesmo

tempo

simples

(RÓDTCHENKO apud IMS, 1934)

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e

complicado,

surpreendentes

e

espantosas.

Fig17: Paula Giolito/ Folhapress

Fig18: Filipe Araújo/AE

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Fig19: Allesandro Shinoda/ Folhapress

Ródtchenko procurou trazer em suas fotografia a cultura local, a cultura daquela época, para que pudesse se passar adiante os ideais da época, assim reforçamos o diálogo de que Ródtchenko foi e é, um dos mais importantes fotógrafos influentes no fotojornalismo. 46

Seu trabalho acerca do tema circo, esportes, e também ao retratar os grandes eventos na Rússia, seu trabalho sempre buscou enfatizar elementos culturais e perspectivas que inovassem e pudessem ser levadas adiante de forma que outros pudessem dissemina-las. Para tanto foi possível observar tais semelhanças na composição dos dois trabalhos, principalmente na fotografia de Allesandro Shinoda (Figura 19), em um evento de esporte, a composição do fotografo da Folhapress muito se assemelha com as composições de Ródtchenko na coleção de mergulhos e saltos que realizou nos anos de 1936.

Fig20: detalhe SSSR na Stróike [URSS em construção], n.12 - Aleksandr Ródtchenko (1933) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

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Fig21: Desfile esportivo, moças com lenços - Aleksandr Ródtchenko (1935) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

Fig22: Mergulho - Aleksandr Ródtchenko (1935) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

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Fig23: Corrida de cavalos - Aleksandr Ródtchenko (1935) Fonte: Revolução na Fotografia – Instituto Moreira Salles

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b. Considerações Finais Como vimos, o trabalho fotográfico de Aleksandr Ródtchenko foi de suprema importância para o fotojornalismo durante os anos de 1925, em que trabalhou com maior afinco no campo da fotografia. Pudemos notar que mesmo depois de tanto se passar, da tecnologia para se fotografar evoluir para técnicas cada vez mais sofisticadas e precisas, facilitando cada vez mais para aquele que se aventura a fotografar. A maneira de se fotografar não mudou, a forma de olhar através de uma janela e disparar o obturador continua a mesma, e foi possível observar e comprovar através da análise e comparação entre o extenso trabalho realizado pelas agências de notícias com o trabalho de Ródtchenko, que este olhar sobre a fotografia ainda é o mesmo. E que principalmente a estética encontrada no trabalho de Ródtchenko ainda serve como uma das principais fontes de influência mesmo que independentemente de estudos profundos dos fotógrafos de hoje sobre o fotografo russo. Em Como confiar em fotografias, por Peter Burke, se reforça o papel da memória artística como referência para o autor naquilo que vai a vir a ser fotografado, dessa forma, reforçando o papel de Ródtchenko, Amadores e profissionais que não arranjam as cenas que fotografam também podem ser influenciados – consciente ou inconscientemente por suas lembranças de outras fotografias ou mesmo de quadros, seja na escolha de temas ou de ângulos. (BURKE, 2001: 1)

É muito claro, que a postura com a qual Ródtchenko tinha perante a fotografia era muito diferente da que temos hoje. Hoje temos bons conhecimentos sobre a natureza que acerca a fotografia e principalmente o papel que esta desempenha para o fotojornalismo. Ródtchenko tinha o intuito de inovar a sociedade com fotografias e imagens que reafirmassem principalmente a ideologia do Construtivismo Russo, com ideais populistas objetivando a arte ao alcance da sociedade, através de sua estética em favor da União Soviética que estava em ascensão. Outro aspecto a ser lembrado, é a evolução dos métodos técnicos pelo quais a fotografia passou hoje analógico e hoje quase puramente digital, quanto a produção de fotografias em grande escala, uma grande responsável pelas mudanças no fotojornalismo aqui estudadas. 50

O papel que aqui vislumbramos sobre Aleksandr Ródtchenko, demostra sua importância como precursor de tal movimento, sendo um dos principais inovadores da fotografia moderna, ou melhor, do fotojornalismo. Vemos, assim, que as questões ligadas a geração e manipulação digital de imagens são das mais relevantes para o fotojornalismo atual, especialmente no campo deontológico, ate porque a tecnologia da imagem digital esta tendo cada vez maior utilização e é provável que venha a suplantar a fotografia tradicional, o que, provavelmente, afetará a nossa percepção do mundo, os processos de geração de sentidos e a construção social da realidade. (SOUSA, 2004: 216)

Dessa forma, Sousa reafirma o papel inigualável que as novas tecnologias no campo da fotografia proporcionam e inovar cada vez mais a percepção que temos acerca de sua natureza. A fotografia é um dos media que se podem caracterizar como possuindo uma certa “universalidade” de linguagem, independente das práticas e leituras fotográficas culturalmente mais localizadas que se possam fazer de uma foto[...] (SOUSA, 2004:230)

A fotografia é um dos principais meios de comunicação, e pudemos observar nas comparações realizadas que o trabalho fotográfico de Ródtchenko foi e é uma das principais influências para o fotojornalismo contemporâneo, nesta pesquisa, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. E a fotografia como um principal elemento de testemunho histórico, como já visto por Kossoy, em obras Os tempos das Fotografia e Fotografia e História. Toda fotografia é um testemunho segundo um filtro cultural, ao mesmo tempo que é uma criação a partir de um visível fotográfico. Toda fotografia representa o testemunho de uma criação. Por outro lado, ela representará sempre a criação de um testemunho. (KOSSOY, 2007: 50)

Assim, a fotografia de Ródtchenko, serviu como forma de testemunhar a Rússia da época, as fotografias aqui coletadas nos devidos jornais escolhidos, possuem os mesmos objetivos, o de informar e também registrar o tempo e espaço no qual a sociedade esta inserida.

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