Roteiro do Museu Convento dos Lóios (coord. R. Centeno; A.J. Oliveira)

August 7, 2017 | Autor: Rui Centeno | Categoria: Archaeology, Ethnography, Arqueologia, Etnografía
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Descrição do Produto

Santa Maria da Feira | 2008

Ficha Técnica Título | Roteiro do Museu Convento dos Lóios Coordenação | Rui M. S. Centeno e Ana José Oliveira

É a concretização de uma antiga aspiração feirense. Concluída a primeira fase do projecto de recuperação e adaptação

Textos | Ana José Oliveira [A.J.O.], Ana Celina Marques [A.C.M.] Cristina

do Convento dos Lóios a museu municipal, este belíssimo exemplar da arquitectura religiosa, datado do século XVI-XVII,

Félix [C.F.], Maria José Santos [M.J.S], Pedro Vilas Boas Tavares [P.T], Ricar-

reabre ao público com novas áreas e equipamentos, ajustados às novas exigências de um moderno espaço museológico,

do Teixeira [R.T.]; Rui M. S. Centeno [R.C.]

mantendo, no entanto, a traça original de um secular edifício que já desempenhou funções de casa religiosa, teatro,

Design Gráfico | Miguel Teixeira

cadeia e tribunal.

Fotografias | João Guerreiro

Desde alguns anos, a Autarquia fomentou a investigação científica e a partir de 1992, com a perspectiva de se aplicar uma

Coordenação Editorial | Etnos Lda., Museu Convento dos Lóios

nova política museológica para o Concelho, intensificou esse investimento com a promoção de escavações arqueológicas e

Editor | Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 2008

de estudos ligados à História Local e Regional. A comunidade local teve também um papel importante no aumento de arte-

Tipografia | Rainho & Neves, Lda.

factos museológicos, com um significativo número de beneméritos, doadores e mecenas, que em muito contribuíram para

ISBN |

o enriquecimento do vasto acervo actualmente existente no museu.

Depósito Legal |

Neste âmbito, permito-me destacar o espólio doado pelo Mestre António Joaquim, ilustre artista feirense, que iniciou esta

Tiragem | 1000 Exemplares

prática ao doar uma assinalável colecção de obras da sua autoria, que se encontram patentes na Sala António Joaquim.

Os textos não assinados são da responsabilidade dos coordenadores deste Roteiro

Assumindo-se como um espaço dedicado à história do concelho e da região, o Museu Convento dos Lóios tem como missão a salvaguarda, valorização e divulgação de testemunhos e memórias do passado, legados como herança histórica e cultural para as futuras gerações.

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Ao realizarmos uma visita ao passado de memórias, a exposição permanente vai proporcionar uma viagem às origens do povoamento, à Terra de Santa Maria e ao seu Castelo, assinada por objectos do quotidiano, da vida de trabalho do Homem, da sua religiosidade, porque o Homem é também um ser espiritual, e na Terra de Santa Maria a Festa das Fogaceiras é o ícone dessa espiritualidade ancestral, que a partir de um determinado momento da História, é associada ao Município. Também o Município está aqui representado através dos símbolos que o identificam e algumas das competências próprias de uma Câmara Municipal que, ao longo dos séculos, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento económico, social e cultural do seu território administrativo.

Preservar as memórias requalificando o presente

O museu é um espaço de educação por excelência e, neste sentido, as novas valências do edifício vão proporcionar a realização de uma série de actividades culturais e sociais através da promoção de exposições temporárias, oficinas temáticas, conferências, seminários e

O Programa Operacional da Cultura (POC) recebeu, em 2001, a candidatura da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira

concertos, ajustando a sua programação aos diversos públicos, de forma a cumprir a missão pedagógica e cultural que lhe é inerente.

com vista à criação de condições ideias para a salvaguarda, conservação e exposição dos bens museológicos sob a gestão do

Como pólo central da Rede Municipal de Museus de Santa Maria da Feira, o Museu Convento dos Lóios terá um papel fundamental na

Museu do Convento dos Lóios, o que implicou profundas obras de recuperação naquele imóvel de interesse patrimonial.

promoção de novos espaços museológicos, já consignados na missão e objectivos da Rede, e da qual o Museu do Papel Terras de Santa Maria também faz parte.

Candidato à Acção 1 – Obras de Construção, Recuperação ou Valorização dos Museus, da Medida 1.2 – Modernização e Dina-

Situado no centro histórico da cidade, a poucos metros do Castelo da Feira e numa zona de lazer privilegiada, o Museu Convento

mização dos Museus Nacionais, este projecto permitiu que o Museu ficasse equipado com infra-estruturas que permitiram

dos Lóios reúne agora condições de excelência para acolher os diversos públicos e associar-se aos grandes momentos culturais pro-

a requalificação e valorização dos espaços, de forma a garantir todas as suas funções museológicas. Objectivos esses que

movidos pelo município.

cumprem na integra o que sempre foi exigido aos nossos beneficiários em termos de condições específicas de acesso. Aliás, no decorrer do período de programação do POC (2000-2006), foram apoiados diversos projectos que visaram preferencial-

Alfredo de Oliveira Henriques

mente a recuperação, construção ou ampliação de edifícios, tendo em vista a melhoria das condições de conservação e

Presidente da Câmara Municipal

exposição do património cultural e/ou a criação ou requalificação dos espaços de utilização pública dos museus, tais como extensões educativas, lojas, cafetarias, restaurantes, centros de informação, documentação e divulgação ao público, assim como os espaços envolventes.

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Introdução Dado tratar-se de um Museu instalado num edifício de relevância patrimonial, este projecto foi considerado relevante e

A reabertura ao público do Museu Municipal, agora denominado Museu Convento dos Lóios marca o final de um longo percurso condu-

prioritário tanto pelo POC, como pelo Instituto Português de Museus e pela própria autarquia, tendo sido assumido como

zido pela Câmara Municipal que, atenta à riqueza e à importância do património arqueológico, histórico, e cultural da Terra de Santa

uma obra essencial e urgente, dado o estado de precariedade do imóvel.

Maria, decidiu avançar para a requalificação de uma instituição que tivesse as condições necessárias para a recolha, preservação, estudo e musealização das diversas colecções que foram constituídas a partir da criação do Museu em 1938, fruto do labor de ilustres

A actividade do Museu no imóvel do Convento foi, até à intervenção, desenvolvida segundo os constrangimentos decorrentes

feirenses, sem deixar de mencionar o seu primeiro director Dr. Henrique Vaz Ferreira, de acções específicas apoiadas pela própria

do espaço existente e do seu estado progressivo de degradação, o que obrigou a cessar as acções expositivas em 2000. Não

autarquia, como foi o caso das campanhas de escavações arqueológicas nos Castro de Fiães e de Romariz, e de ofertas de muitos

obstante, o Museu sempre desenvolveu continuamente actividades de investigação e documentação relacionada com o seu

particulares, onde assume especial relevância a generosa doação do Pintor António Joaquim.

acervo e com o património arqueológico do concelho, de conservação, bem como acções educativas promovidas por meio de visitas guiadas aos sítios de interesse patrimonial e de apresentações nas escolas da região.

Uma etapa importante para a concretização deste projecto foi a deliberação da Câmara que criou a “Comissão Instaladora do Museu Municipal”, em Outubro de 1991, presidida pelo Presidente da Câmara, Alfredo de Oliveira Henriques, e que integrou diversas figuras

Esta valorização, aliada à programação arqueológica já existente, culmina agora com a abertura de um novo Museu do

da cultura feirense e alguns docentes universitários que vinham desenvolvendo projectos de investigação no concelho. A constituição

Convento dos Lóios à fruição pública, um exemplo de como é possível preservar as memórias do passado, renovando e

desta Comissão pôs em marcha um processo que, certamente, registou um novo incremento à constituição de colecções através de

requalificando no presente.

exposições temporárias e ao levantamento do património etnográfico concelhio.

Helena Pinheiro de Azevedo

No virar para o séc. XXI, com a criação da Rede Municipal de Museus de Santa Maria da Feira, o Museu, como pólo central da Rede,

Gestora do Programa Operacional da Cultura

adquire um novo impulso, passando a constituir um espaço de conteúdo municipal e até regional, criando-se também as condições necessárias para se proceder ao projecto de remodelação e adaptação do antigo edíficio conventual às novas funções museísticas, elaborando-se o programa museológico e o projecto de arquitectura que possibilitaram a preparação de uma candidatura a apoios financeiros comunitários, importantes para a materialização projecto.

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História do Edifício O Convento dos Lóios, edifício carregado de história, sofreu, ao longo dos séculos, múltiplas e, por vezes, profundas transforma-

CONVENTO DOS LÓIOS DE SANTA MARIA DA FEIRA*

ções devido às diversas utilizações e que condicionou naturalmente o projecto arquitectónico na sua adaptação às novas funções, conseguindo-se, porém, soluções que viabilizaram tal transformação. Alguns dos serviços, essenciais ao cumprimento de sua missão

No alto de um afirmativo escadório barroco, a igreja matriz de S. Nicolau, adossada ao antigo claustro e edificações claustrais dos

e objectivos, serão instalados em áreas a construir numa segunda fase já projectada.

cónegos lóios, constitui o primeiro e solene patamar ascencional da «colina sagrada» da cidade de Santa Maria da Feira, cujas «Terras»

O visitante do Museu poderá apreciar e conhecer um pouco da arquitectura e da história do antigo Convento dos Lóios, sendo

multissecularmente encabeça.

aconselhável uma visita à Igreja do Espírito Santo adossada ao edifício conventual. A exposição permanente, objecto deste Roteiro,

O espesso manto arbóreo da cerca conventual liga aí, como estrada verde, rendidos olhares de viandante lançados às muralhas do renoma-

desenvolve-se nos dois pisos do edifício, iniciando-se no piso térreo, com uma significativa mostra da obra do consagrado pintor

díssimo castelo que, pura e simplesmente, ajudou a parturejar a nacionalidade portuguesa.

feirense, António Joaquim. Seguindo para a exposição do piso 1, percebe-se, com base sobretudo nos materiais provenientes dos

Quase intuitivamente, esses olhares com facilidade corroborarão velhas associações motrizes, geradoras da identidade da Terra: primitivas e

castros de Fiães, de Romariz e do Castelo da Feira, a importância que este território teve na Antiguidade e na Idade Média; a

importantes vias de comunicação inter-regional, o castelo, a feira à sua ilharga e a vila nascente...

religiosidade popular é também destacada, em particular, com a abordagem à secular festa das fogaceiras e ao seu patrono S. Se-

Próximo à modernidade, vem a titulação condal dos donatários e o seu desejo de secundar monarcas e corte na protecção a uma nova ordem

bastião que continua a trazer, todos os anos, milhares de visitantes a Santa Maria da Feira; a sala dos ofícios é reservada a algumas

reformadora do estado eclesiástico, os Cónegos Seculares de S. João Evangelista, instituto nem mais nem menos do que «refundado» pela

das actividades tradicionais, hoje quase totalmente desaparecidas, como a confecção manual de sapatos, a olaria, a tanoaria, a

própria rainha D. Isabel, mulher de D. Afonso V.

transformação artesanal da cortiça, a preparação do linho e a tecelagem das liteiras e o fabrico manual de papel. A última sala é

Assim foram atraídos os lóios à vila, e por isso lá estão as suas velhas edificações conventuais, sacralizando a umbrosa colina referida,

reservada aos símbolos do Município e a uma das inúmeras competências que as câmaras municipais tiveram ao longo dos séculos:

sobranceira ao Cáster.

a aferição de pesos e medidas.

Segundo O Céu aberto na Terra, a crónica impressa da congregação, a primeira pedra da nova igreja conventual foi lançada em 1560 e, passa-

Pretende-se que esta unidade museológica, para além da natural vocação para preservar, estudar, valorizar e divulgar o acervo

dos seis anos, já os Cónegos de S. João Evangelista alegadamente contariam, ao lado desta igreja, com uma casa «capaz de ser habitada».

patrimonial à sua guarda, memória da sua comunidade, em que terão também grande relevância as acções do serviço de extensão

A «colegiada» começara todavia antes. Arrancara da vontade do Conde D. Manuel Pereira (que teve dois filhos professos nesta congregação)

cultural e educativa e a captação de novos públicos, se transforme num pólo cultural da região que, pela qualidade das suas acti-

e da do seu primogénito, o Conde D. Diogo Forjaz Pereira, casado com D. Ana de Meneses, que foi quem, na prática, chegou a ver executado

vidades e iniciativas, contribuirá para uma maior dinamização e qualificação de toda uma região que não se confina, seguramente, * Estas breves notas pressupõem e remetem para fontes, bibliografia e informações coligidas no volume do autor

aos limites do Concelho de Santa Maria da Feira.

Os Lóios em Terras de Santa Maria - Do Convento da Feira à realidade nacional da congregação, Santa Maria da

[R.C.] e [A.J.O.]

Feira, Câmara Municipal, 2008, 228 pp.

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o comum desejo fundacional.

padres trataram então da sua adaptação provisória a capela-mor do novo templo, acoplando-lhe outrossim um cruzeiro e

Em resposta a um requerimento condal de 1549, dirigido ao capítulo geral dos «cónegos azuis», pedindo uma casa desta

uma nave, igualmente provisórias.

congregação na Vila da Feira, da qual os Condes da Feira ficariam a ser «padroeiros», obtiveram estes deferimento da

O Santíssimo Sacramento foi solenemente transportado para esta nova igreja a 27 de Dezembro de 1566, mas o contrato

congregação, desde que garantida previamente a sustentabilidade económica da fundação, por dotação de suficientes

para a construção da capela-mor, a erguer definitivamente, apenas foi celebrado em 1580 com o «mestre de pedraria»

rendas eclesiásticas.

Jerónimo Luís. A demolição da «obra velha» dessa capela só teve lugar em 1618. As obras aí começadas nesse ano, apenas

Conseguira o Conde D. Diogo persuadir o dominicano Frei Pedro Soares (O.P.), então prior da igreja paroquial de S. Nicolau,

estariam concluídas em 1632, e em 1639 ainda prosseguiam as obras do cruzeiro novo.

sita na zona alta do sector antigo da vila, no lugar onde hoje se ergue a igreja da Misericórdia, a renunciar nas mãos do nún-

Nesta última data já estava feita a formosa sacristia que hoje conhecemos, e o convento contava dois dormitórios com

cio apostólico à dita igreja, com sua anexa de S. Mamede de Travanca, em favor da Congregação de S. João Evangelista.

nove celas e uma «casa da prata», livraria e cartório. Também já então, desde 1628, a água da fonte do castelo cantava no

De imediato, a 3 de Julho de 1550, fundado nos poderes que tinha de «legado a latere», o núncio João Ricci de Montepo-

belíssimo chafariz do claustro. Mas só em 1693 começariam as obras da actual nave da igreja.

liziano levantou «em colegiada» esta igreja e concedeu-lhe «todas as graças e privilégios» de que gozavam as outras casas

Crónica insuficiência de verbas, resultantes das rendas conventuais e das doações condais e particulares, impuseram

da congregação, de «jure vel consuetudine», e que os seus padres pudessem tomar logo posse das duas igrejas, curando-

a necessidade de em 1680 a Câmara da Feira pedir ao príncipe regente D. Pedro o lançamento da «finta» de um real

as sem dependência alguma do ordinário. Bulas papais de 1553 e 1554 fizeram o processo culminar em efectiva posse. Só

em cada quartilho de vinho que na vila e seu termo se vendesse, e cujo produto reverteria para custear as obras

em 1561, pelo mesmo meio de renúncia do respectivo pároco e bula papal, os Lóios lograriam, após algum litígio,

«do corpo da igreja».

entrar na posse dos rendimentos de uma outra igreja, a de S. Cristovão de Nogueira da Regedoura, unida também

Esta imposição fiscal regional sobre o consumo revelou-se decisiva. Exceptuadas algumas obras de adaptação do século XX,

perpetuamente à congregação.

os resultados finais de que hoje fruímos, mais precisamente a plena conclusão da obra das escadas, entradas da igreja,

Era efectivamente junto à velha paroquial de S. Nicolau que os Lóios, antecipando dificuldades futuras e prevendo menos

portaria conventual e parte da torre sul do ante-coro são já dos anos quarenta de setecentos: foram também alcançados

despesas, gostariam de ter fundado a sua nova casa. Prevaleceu todavia a vontade do Conde D. Diogo e, o convento veio a

mediante nova e sucessiva série de provisões, obtidas de D. João V, renovando o «real da igreja».

construir-se no sítio onde hoje o vemos, à ilharga do castelo.

Em 1697, o corpo do convento, em vez dos referidos dois «dormitórios» com nove celas, tinha passado para três, com cator-

Primeiramente, cuidaram os cónegos lóios de garantir um contrato com os fregueses, assentindo na mudança do assento

ze celas feitas e mais cinco inacabadas, situados a poente, nascente e sul, em torno de um claustro quadrado, «obrado ao

da paroquial. Feita a compra ou escambo de algumas casas e terras junto à antiga ermida do Espírito Santo, D. Diogo e os

moderno», de «pedraria fina», com dezasseis arcos e, sobre eles, dezasseis janelas de sacada. A portaria conventual ficava

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ao sul da porta principal da igreja.

compromissos de sacristia e da vida comunitária.

Eis como o escrivão do tombo do convento descrevia os objectos e espaços da comunidade azul da Feira, em 1705:

Aquando da exclaustração continuava a ser uma dezena o número dos lóios residentes na casa da Feira. Conhecem-se-lhes

«À parte do sul do mesmo clausto está a caza de profundis que he quadrada e azulejada athe o meyo das paredes, com seu

nomes e circunstâncias.

forro apaynelado, com seu lavatorio, por cima do qual esta hum nicho de pedra lavrada, aonde está a imagem de Santo

Com a iníqua privação da sua casa e dos seus bens, «incorporados nos próprios da Fazenda Nacional», bem como do tipo de

Antonio, defronte do qual está a porta por onde se entra pera o refeitorio, que he huma caza grande, com quatro friestas

vida que tinham escolhido, em consequência do célebre decreto de 30 de Maio de 1834, subscrito por D. Pedro, Duque de

grandes, com suas grades e vidrassas, defronte das quais está o pulpito, aonde se lê à meza, e tem duas cantareiras de pe-

Bragança, e por Joaquim António de Aguiar, terminava com eles e com os seus pares das outras congregações todo um vasto

dra lavrada ao entrar do dito refeitorio, ficando a porta que vay pera a menistra pera a parte direita; fica da mesma parte

mundo de coerências civilizacionais. Para trás ficava um longo passado de relativa tranquilidade e paz, e de dinamismo

o dito clausto; fica huma porta no fim do lanço delle, por onde se entra pera a serca, e caza da procuração, e cozinha, e

pastoral e regular.

estrevarias, e no lanço do dito clausto que está da parte do norte fica huma esquadra de pedra, metida pellas paredes, por

Com a extinção do convento da Feira desapareciam as esmeradas festas, pregações, solenidades corais e litúrgicas que

onde se sobe pera os dormitorios, os quais sam em quadra e ficam da parte do sul da igreja, fazendo face pera a parte do

notabilizavam os «azuis», obliteravam-se fundações, capelas e compromissos de sufrágio, previstos «enquanto o mundo

poente, vestindo a mesma obra do fronte espicio e indo pello sul voltando pello nascente, a fechar na capella mor, que tem

durasse», e desapareciam ainda as lições públicas do mestre de latim (desde a época pombalina «mestre régio») que os

catorze sellas, excepto as que estão por acabar que são sinco; fica pera a parte do poente, por fim do dormitorio que fica

padres continuavam a garantir no convento «a toda a pessoa do concelho, de qualquer qualidade que fosse, que o quisesse

da parte do sul, huma jenela rasgada com suas grades de ferro, com seu parapeito, a qual cay sobre a alameda e rocio da

aprender», na fidelidade a compromissos assumidos com a câmara em 1680.

villa e pera o chafariz que serve de dar vista aos dormitorios, com outra jenella pera a parte do sul, junto à mesma, que

Como «egressos», esperava-os uma vida de incertezas e de privações, uma vez que a maior parte deles ficaria arredado,

cay sobre as hortas, com outra jenella no fim do dito dormitorio, que cay pera a parte do sul, hindo pera nascente com a

por discriminação ideológica, da possibilidade prática de vir a receber a pensão anual para sua sustentação, prevista na lei,

mesma vista pera as hortas».

bem como de ter êxito na sua «habilitação» a quaisquer benefícios ou empregos públicos.

De residência, em finais de quinhentos, de apenas dois religiosos, passou-se em 1623 a quatro, e em 1629 a seis, No tempo

Em boa verdade, a deliberada «liquidação do passado» congreganista começara, reconhecidamente, bastante antes, sobre-

do seu reitorado (1636-1638), Jorge de S. Paulo regularizou e aperfeiçoou a vida coral e litúrgica comunitária, e essa meia

tudo durante o vintismo, e o convento do Espírito Santo da Feira é disso bom testemunho. Não apenas por leis restritivas

dúzia de cónegos passou a garantir a reza colegial do ofício divino, nas suas horas diurnas e nocturnas. Em 1657 a casa tinha

gerais que o terão necessariamente afectado. Não apenas pelo evidente afundamento dos rendimentos desta casa conven-

já capacidade para sustentar doze cónegos, embora os dez efectivamente residentes fossem suficientes para satisfazer os

tual na época vintista, como noutro lugar temos ocasião de fazer notar. Mas também pela directa intromissão das crises

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político-militares no seio da vida claustral.

Passados dois anos, o destino do edifício conventual estava definido. A Revolução de Setembro terá ajudado: uma portaria

Assim (é um mero exemplo), na reorganização militar posterior às «invasões francesas», em 1811 foi criado o Batalhão de

de 13 de Setembro de 1836, da repartição dos negócios da fazenda, registada em reunião camarária de 5 de Outubro desse

Caçadores n.º 11, a instalar permanentemente na sede do concelho feirense. Pois enquanto decorriam obras para o efeito,

ano, declarava: «he sua Magestade servida ordenar seja posto à disposição da Camara e Provedor do Concelho desta Villa o

sob a égide da autarquia, no decurso de 1815 o batalhão foi-se aquartelar nas instalações conventuais, enquanto esperava

Convento Extincto dos Padres Loios, para ali se estabelecerem as Administrações Judiciais e Administrativas deste Concelho».

por instalações próprias...

Todavia, apesar do teor desta portaria, as obras de adaptação da maior parte do edifício conventual a tribunal ocorreram

Também as avaliações das propriedades conventuais durante a «regeneração» vintista não auguravam nada de bom aos

tardiamente, com início em 3 de Dezembro de 1876. O tribunal e a administração do concelho começaram a funcionar no

religiosos. Em 1823 o edifício do convento foi avaliado em 7.024$400, a cerca em 794$000, a igreja (mobiliário da sacristia,

convento no 1.º de Janeiro de 1878, no pavimento superior ao claustro. A 31 de Julho do ano anterior tinha sido inaugurada

paramentos, castiçais e jarras) em 782$390, talheres de prata e «bens do comum» (mobiliário dos quartos, mesas, pipas,

uma estação telefónica no rés do chão do lado sul da entrada para o claustro.

relógios, etc.) em 393$950. Tudo perfazia um modesto total, mas sobretudo eloquente sinal dos tempos vindouros...

Desde 1836 que se ia arrastando igualmente a execução de um cemitério de acordo com as novas leis, para cujo efeito a

Todavia, na Feira, o “ajuste de contas” com o velho Portugal passou a precipitar-se posteriormente a 24 de Agosto de 1833,

câmara pedira ao governo licença para o fazer em terreno da cerca. Nesse ano, completamente cheias as sepulturas do

quando o tenente coronel do Regimento de Milícias de Aveiro fez aclamar na Casa da Câmara a Rainha.

adro da igreja, e sendo impraticável o enterro no claustro, por razões legais e de saúde, a câmara autorizara o pároco a

Nesse dia passou a haver novos vereadores, novo governador da força armada e novo juiz de fora da vila e seu termo.

benzer o terreno da parte nascente da sacristia, «junto às grades da mesma». Como o pároco, que residia nas instalações

Este magistrado, apesar da sua interinidade, fez nomeações para os «ofícios do publico», alegando terem sido deixadas

do convento e fazia o seu quintal nesse terreno, se sentiu esbulhado, iniciara-se um contencioso entre o prelado diocesano

«abandonadas» tais funções. Nesse dia, também os lóios da Feira não confiaram na magnanimidade libertadora das tropas

e a autarquia que apenas terminou em 1878.

constitucionais e se ausentaram do convento, circunstância que não deixaria de os penalizar.

A 17 de Junho de 1878 tem lugar uma outra inauguração, emblemática dos novos tempos, pela reutilização sócio-cultural

No caso do convento da Feira, felizmente, novas utilizações de interesse e serviço público o esperavam, sob égide da câ-

do espaço conventual: nesse dia foi inaugurado o teatro D. Fernando II, cuja sala e palco ocupavam o antigo refeitório dos

mara, que desde a primeira hora manifestou claro interesse pelo edifício, percebendo as virtualidades do uso futuro de

cónegos e toda a ala do sul, ao «rés do claustro», onde posteriormente viriam a ser a conservatória do registo civil, separada

instalações, bens e meios disponíveis.

pela nova entrada da secretaria notarial.

A 18 de Junho de 1834, a autarquia começou por arrematar «os trastes» do «convento abandonado», com eles adornando

Mais tarde viria a popularização do animatógrafo, e o teatro passaria a cinema até 1938, data em que foi desmanchado, em

instalações das casas de aposentadoria da câmara e concelho.

favor de novas obras de ampliação do tribunal.

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Por outro lado, as instalações da cadeia, ocupando desde 1907 o primeiro andar do ângulo nascente do claustro, apenas daqui sairiam em 1944. Consagrando vozes esclarecidas de ilustres feirenses, apontando, havia muito tempo, mais altos desígnios culturais para este nobre edifício, o projecto museológico em curso da autarquia de Santa Maria da Feira honra hoje, finalmente, a memória histórica e o legado cultural do Convento dos Lóios. Erigido em núcleo central da Rede Municipal de Museus de Santa Maria da Feira, o Museu Convento dos Lóios, para além da sua oferta e valências patrimoniais próprias, é apresentado nesse projecto como capaz de proporcionar condições de apoio científico, técnico e logístico aos diversos pólos museológicos desta estrutura organizacional, outrossim cumprindo funções específicas nas áreas de formação, conservação e divulgação. Com respeito pelo passado, o que hoje está em curso neste espaço de eleição é uma segura e promissora edificação do futuro. [P.T.]

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António Joaquim O Mestre António Joaquim, nascido em Travanca no dia 1 de Junho de 1925, é sem dúvida o mais consagrado e conhecido pintor feirense com uma já longa carreira e uma prolífera produção artística. A notoriedade da sua obra é atestada pela sua representação em inúmeras colecções públicas e privadas, nacionais e estrangeiras.

Apesar deste pintor autodidacta ter manifestado uma tendência e um gosto particular pelo desenho, desde muito cedo, esta sua veia artística só se consumará bastantes anos depois, altura em que inicia uma carreira que se revelou plena de criatividade, paixão, energia e entusiasmo, qualidades e capacidades que, muitos anos passados, António Joaquim ainda mantém com a mesma vivacidade, bem patentes em toda a sua obra.

A pintura de António Joaquim utiliza as mais variadas técnicas — óleo, acrílico, aguarela e pastel — a que o artista recorre para pintar, com simplicidade e grande talento, paisagens (citadinas e rurais), retratos, nus e naturezas mortas de grande qualidade técnica e rigor.

Sendo hoje reconhecido como um grande paisagista e retratista português, o Mestre António Joaquim gosta do contacto directo com as paisagens — “a escola do ar livre é importante”— porque para ele, tal como para os pintores impressionistas, a luz é um elemento fundamental para captar o ambiente, a atmosfera, a complexidade de um instante da realidade perceptível e sensível, estado de alma que é traduzido por António Joaquim nas cores que sabiamente combina.

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1 | Auto-Retrato Óleo s/ platex s/d 55x46cm ML2005.20.001

2 | Auto-Retrato Óleo s/ tela 1975 100x84cm ML2005.20.002

3 | Retrato do meu irmão Ângelo Pastel s/ platex 1990 55x46cm ML2005.20.003

4 | Espicheiros Técnica mista s/ platex 1982 50x65cm ML2005.20.004

5 | Campos da Murtosa Aguarela 1991 64x102cm ML2005.20.005

6 | Nu em Descanso Óleo s/ tela 1983 73x118cm ML2005.20.006

7 | Retrato do Pintor Espanhol, Ortiz Alfau Óleo s/ tela 1992 81x65cm ML2005.20.007

8 | Vista a partir do Boulevard S. Michel – Paris Óleo s/ tela 1982 61x46cm ML2005.20.008

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António Joaquim 20

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9 | Panorâmica vista de S. Bento da Vitória - Porto Óleo s/ tela 1983 60x81cm ML2005.20.009

10 | Tema de um retrato do Prof. António Quadros Ferreira Acrílico s/ platex 1991 84x70cm

13 | Tricot Técnica mista s/ platex 1983 65x50cm ML2005.20.013

14 | Panorâmica vista do meu atelier Óleo s/ tela 1990 60x160cm

ML2005.20.010

ML2005.20.016

11 | Natureza morta

15 | Amarante

Óleo s/ tela 1977 50x65cm ML2005.20.011

12 | Nocturno visto do meu atelier II Óleo s/ tela 1992 92x65cm ML2005.20.012

Aguarela 1988 75x56cm ML2005.20.017

16 | Algoso - Trás-os-Montes Óleo s/ tela 1982 73x54cm ML2005.20.028

15

16

António Joaquim 22

23

17 | Retrato de Jaime Ferreira, jornalista e pintor Óleo s/ tela 1987 61x50cm ML2005.20.029

18 | Campos Floridos, Alentejo Aguarela 1985 52x76cm ML2005.20.030

19 | Nu deitado de costas Aguarela 1994 36x55cm ML2005.20.031

21 | Outono em Santa Maria da Feira Aguarela 1994 62x82cm ML2005.20.033

22 | Nostalgia (Sedan, França) Óleo s/ tela 1996 65x92cm ML2005.20.034

23 | Albufeira, Algarve Óleo s/ tela 1993 50x65cm ML2005.20.035

20 | S. Pedro de Muel Aguarela 1985 52x76cm ML2005.20.032 20

21

António Joaquim 24

25

24 | Panorâmica de Santa Maria da Feira Óleo s/ tela 1995 85x150cm ML2005.20.036

25 | Castelo de Santa Maria da Feira Óleo s/ tela 1995 100x81cm ML2005.20.037

26 | Castelo de Santa Maria da Feira Óleo s/ tela 1995 54x73cm ML2005.20.038

27 | Mancha – Porto Aguarela 1994 36x46cm ML2005.20.039

28 | Ribeira do Porto e Serra do Pilar Aguarela 1991 56x76cm ML2005.20.040

29 | Manhã vista do meu atelier Aguarela 1991 56x76cm ML2005.20.041

25

24

António Joaquim 26

27

Arqueologia O inventário dos sítios e achados ocorridos na área do concelho de Santa Maria da Feira, pela sua diacronia, documenta uma ocupação do território desde tempos pré-históricos, particularmente do Megalitismo, com registo de diversos monumentos e artefactos que, por norma, resultaram de descobertas casuais. Na verdade, exceptuando os sítios arqueológicos de referência do concelho —Castelo da Feira, Castro de Romariz e Castro de Fiães— a generalidade das estações e achados inventariados surgem como descobertas fortuitas, não tendo sido objecto de qualquer investigação mais aprofundada, limitando-se o registo dos achados a pequenas notícias. Daí que, apesar do número considerável e da diversidade dos achados conhecidos, o nosso conhecimento da ocupação humana do território apresenta ainda muitas lacunas que serão gradualmente superadas com o aprofundamento e alargamento dos trabalhos de investigação arqueológica, mas torna já bem perceptível a importância que esta região teve durante a época proto-histórica, com uma intensificação do povoamento em relação às épocas anteriores, e a dominação romana, em particular, desde os alvores do Império. As quatro dezenas de entradas registadas no Mapa Arqueológico do Concelho, onde encontramos sítios e achados de grande relevância, como é o caso das três estações arqueológicas já referenciadas ou da estátua-estela antropomórfica de S. João de Ver (n.º 12), dos conjuntos monetários de Fiães (n.º 7), do tesouro de denários republicanos de Romariz (n. 25) ou dos achados do megalitismo de Espargo (n.º 28-33), mesmo fornecendo ainda uma panorâmica muito incompleta e, por isso, insuficiente da arqueologia da região, permite, por outro lado, a realização de um primeiro balanço do trabalho desenvolvido, ao longo de várias décadas, por várias gerações de estudiosos que, seguramente, contribuirá para orientar e perspectivar a investigação a desenvolver no futuro na Terra de Santa Maria.

29

Mapa Arqueológico do Concelho 1 | Mons Sagitella, Ceitela, Moselos Castelo Séc. IX – X BARROCA, M. 2004, n.º 29, p. 198-199.

2 | Mamoa, Lugar de Quintã, Moselos Situado a 240 m de altitude a oeste da estrada que liga a EN1 (Picoto) à freguesia de Moselos, através de um caminho de 200m, Talegre do Coteiro, que parte da Igreja, este monumento megalítico, além de violado, foi destruído por luras de animais e encontra-se coberto de pinheiros. O sector sul do tumulus encontra-se ainda mais destruído. Apesar do seu mau estado de conservação, a mamoa é perfeitamente reconhecível. Aparentemente não evidencia qualquer esteio in situ. Sousa alude a algumas lendas a propósito do local e refere o aparecimento de “um machado de picolis”, provavelmente oriundo deste monumento megalítico existente no topo da elevação. Dimensões: N/S – 26m; W/E – 27m; Altura – 2; Diâm. da cratera de violação – 3m SOUSA, A. 1960, p. 28.

3 | Coteiro do Murado / Talegre, Moselos Esta estação arqueológica localiza-se numa ampla elevação, com o topo aplanado de contorno sub-rectangular, sem relação directa com qualquer linha de água importante, mas com larga visibilidade para todos os sectores. Uma primeira linha defensiva, constituída por muralha/fosso, rodeia o monte a cotas elevadas, estrutura de que ainda se detectam linhas defensivas, quer petrificadas, quer sob a forma de valas. Não foi localizado qualquer espólio de superfície. PEREIRA, F. A. 1907; SOUSA, A. 1942, p. 206-211 e 1960, p. 27-28; SILVA, A.C.F. 1986, nº 828, p. 104; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 54, n.º 17.

4 |Casinhas, Coteiro do Murado/ Talegre, Moselos Estação arqueológica castreja (?) SOUSA, A. 1942; SILVA, A.C.F. 1986, p. 104, n.º 827.

Arqueologia 30

31

5 | Castro de Fiães, Monte Redondo, Fiães

10 | Mons Souto Redondo, Souto Redondo, S. João De Ver

(ver no apartado 3 a descrição desta estação arqueológica)

Castelo Séc. IX – X

6 | Machado de Alvado, Fiães

BARROCA, M. 2004, n.º 28, p. 198-199.

Machado de liga metálica (bronze) com gume e asa dupla. Encontrado em 1883 na área do Castro de Fiães.

11 | Troço da Estrada Real Lisboa – Porto, Lugar de Airas, S. João de Ver

Comp.: 156mm; Peso: 1050gr

Antiga estrada real pavimentada por blocos calcários de dimensões variadas, irregulares, com uma largura média de cerca de 4.5m e

Séc. VIII a.C.

800m de comprimento.

SAVORY, H.N. 1951, p. 368; PINTO, R. 1929, p. 422; ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1971, p. 153-154, Est. I: 3.

Este traçado poderá corresponder ao da via Olisipo-Bracara que mais a Norte passaria junto de Lancóbriga, povoação que vem sendo identificada com o Castro de Fiães. Segundo Mantas, a estação viária do Castro de Fiães localizar-se-ia muito possivelmente no exterior do

7 | Tesouros Monetários do Castro de Fiães, Fiães

perímetro amuralhado da povoação, talvez no lugar de Passais, a poete do Monte de Santa Maria.

(ver no apartado 3 a notícia destes achados)

CASTRO, M.E. 1987, p. 47-52, fig. I.; MANTAS, V.G. 1996, p.640-45

8 | Ara Votiva, Fiães

12 | Estátua-Menir, S. João de Ver

Ara votiva em granito dedicada a Júpiter (cf. descrição da peça na alínea sobre a Epigrafia).

Estátua antropomórfica em granito (cf. infra, descrição da peça).

9 | Lápide Funerária, Fiães

13 | Esteio Além Rio, Além Rio

Achado casual em 1958 na área do Castro de Fiães.

Esteio, do período neo-calcolítico, com marcas de decoração denticulada na parte lateral direita. Provavelmente terá sido aproveitado

BOVTIVS // ABINES (filius) A(nnorum) C // H(ic) S(itus) E(st)

para suporte de um portão ou vedação, a julgar pela cavidade que apresenta, e por se localizar na entrada de uma propriedade.

Boutius, filho de Abinus, de 100 anos, está aqui sepultado.

Fonte documental: Endovélico – CNS 22809. Trabalho de prospecção efectuado em 2004/05 no âmbito do EIA – Rede Ferroviária de Alta

Cronologia: séc. II

Velocidade (RAVE) Eixo Lisboa – Porto: Lote A Aveiro / Vila Nova de Gaia, realizado pelas arqueólogas Sílvia Renata Sequeira Vilhena Roberto

ALMEIDA, C.A.F. 1959; ALMEIDA, C.A.F.-SANTOS, E. 1971, p. 157-8, Est. III: 4; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 119, n.º 16.

e Andrea Patrícia Faria Pereira.

Arqueologia 32

33

14 | Monte Crasto (?), Louredo

18 | Pegadinhas da Laje, Pigeiros

Elevação inserida num conjunto orográfico a 10Km a Este da Estrada Nacional n.º 1 no paralelo de Lourosa. Não são visíveis estruturas de pa-

Penedo com gravuras rupestres, com cerca de 5 m de comprimento (sentido N-S) e 2m de largura (sentido O-E). A altura aproximada é de

redes ou muralhas. É notória a irregularidade de assentamento de terras de superfície, as quais se dispõem de forma irregular, mas sempre

0.40m. As gravuras preenchem a totalidade do penedo.

de contornos arredondados, altas em zonas de hipotéticas paredes de habitação afundadas nas zonas interiores, curiosamente só cobertas

Endovélico: CNS 25512. Trabalho de prospecção efectuado em 2006 no âmbito do EIA – Parque empresarial em Pigeiros – Santa Maria da

com fetos. Poderá acreditar-se na existência de uma povoação castreja não só pela indicação fornecida pelo topónimo Monte Crasto, como

Feira, realizado pelo arqueólogo Gabriel Rocha Pereira.

também pelo aspecto ondulado do terreno no topo do monte, parecendo denunciar a referida existência de estruturas enterradas. 19 | Pegadinhas 2 da Laje, Pigeiros 15 | Monte da Mó, Vale

Conjunto de gravuras rupestres, com cerca de 12 fossetes de tamanhos diversificados que rondam os 0.4cm e os 0.10cm de diâmetro, nove

SANTOS, M. Fe. 1940; SILVA, A.C.F. 1986, p. 104, n.º 830.

das quais formam um círculo. Situado a poucos metros a NE do primeiro conjunto. Endovélico: CNS 26855. Trabalho de prospecção efectuado em 2006 no âmbito do EIA – Parque empresarial em Pigeiros – Santa Maria da

16 | Mamoa da Quinta da Laje, Pigeiros

Feira, realizado pelo arqueólogo Gabriel Rocha Pereira.

Monumento funerário megalítico situado junto da EN1, nas proximidades de Pigeiros, constituída por tumulus, destinado, a cobrir, na origem, toda a estrutura pétrea subjacente. Não obstante, e ao contrário do que sucede normalmente neste tipo de sítio, a mamoa apresenta-

20 | Lápide Funerária, Pigeiros

se destituída de estruturas funerárias, sobretudo no que se refere à câmara sepulcral assim como a outros componentes relacionados com

Lápide funerária em granito fragmentada em duas partes. Epitáfio de Avtivs, filho de Sabinvs

diferentes rituais, monumentalizados juntamente com a mamoa. Tem uma altura aproximada de 1,5m e no sentido O-E um comprimento

Encontrado no muro do adro paroquial da Igreja de Pigeiros.

de 15,70m, no sentido N-S atinge um comprimento de 16m. A cratera de violação tem uma forma semicircular com um diâmetro

D(iis) M(anibus) S(acrum) // AVTIVS // SABINI F(ilius) // [… …] // S(it) T(ibi) T(erra) L(evis)

de cerca de 6m.

Consagração aos deuses Manes. Avtivs, filho de Sabinus [aqui está sepultado?]. Que a terra te seja leve.

AZEVEDO, P.A 1896: 67-68. PINTO, A.F. 1938: 161-178. JORGE, S.O. 1990.

MOREIRA 1968: 12, il. Este autor que noticiou o achado interpreta os dois fragmentos como duas inscrições (a lápide está partida transversalmente entre a 2.ª e a 3.ª linha), o que a leitura da epígrafe e as fotografias que apresenta facilmente corrigem (SILVA, AM.S.P.

17 | Mamoela de Vinhó, Pigeiros

1994, p. 119, nº 17).

Monumento funerário megalítico envolvido por pinhal, delimitado por eucaliptos e muros que correm paralelos ao antigo itinerário Ovar – Carvoeiro e situado numa elevação, a 2 km da EM 108, o que lhe confere um acentuado destaque no seio da paisagem, sobre a qual detém

21 | Necrópole, Pigeiros

uma boa visibilidade. O tumulus, com cerca de 20m de diâmetro, apresenta uma pequena depressão central, possivelmente resultante de

Necrópole Medieval Cristã.

uma pequena violação ocorrida em tempo indeterminado.

Endovélico: CNS 6437. Trabalho de prospecção efectuado em 2006 no âmbito do EIA –Parque Empresarial de Pigeiros, realizado pelo arque-

JORGE, S.O. 1990.

ólogo Gabriel Rocha Pereira.

Arqueologia 34

35

22 | Mamoa (?), Romariz

tidas entre 270 e 367/75, parece indiciar que, durante o período tardorromano, as terras mais baixas que circundavam o antigo castro,

Monumento funerário megalítico situado a 370m de altitude no plateau que se estende a Norte do Monte dos Mouros, através da entrada

abandonado pelo final do século I, permaneciam ocupadas.

por Arrifana, a 4Km da EN1, pela estrada alcatroada junto a Duas Igrejas ou pelos acessos ao Castro de Romariz.

CENTENO, R.M.S. 1976-77.

SOUSA, A. 1974. 26 | Ara Votiva, Choupelo, Duas Igrejas, Romariz 23 | Castro de Romariz, Romariz

Ara votiva em granito, mutilada, dedicada por Flavvs, filho de Flavinvs (cf. descrição da peça na alínea Epigrafia).

(ver no apartado 2 a descrição desta estação arqueológica) 27 | Choupelo, Duas Igrejas, Romariz Referências ao aparecimento de cerâmica romana de construção, pondera, mós manuais e pedras trabalhadas que poderão atestar a exis24 | Cipo com Epígrafe, Romariz

tência de uma povoação romana no lugar de Choupelo.

(ver descrição da peça no apartado sobre a Epigrafia)

SÁ 1941, p. 203; GONÇALVES, A.N. 1981, p. 75; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 97, nº 18.

25 | Tesouros Monetários do Castro de Romariz, Romariz

28 | Mamoa (?), Lugar de Caniço, Espargo

O primeiro tesouro do Castro de Romariz foi encontrado, em 1843, segundo Pinho Leal, por um lavrador que «andando a roçar mato no

Os quatro artefactos provenientes de Espargo, encontrados pelo Sr. Mário Tavares da Silva numa terraplanagem realizada naquela fregue-

Monte Crasto, deu a enxada uma pancada oca e sonora. Admirado o homem, examina e quasi à flor da terra achou enterrada uma espécie

sia, no lugar de Caniço, por volta de 1988, segundo informações complementares pouco precisas apareceram no meio de grandes pedras,

de ânfora de prata (da capacidade de quartilho e meio) contendo uma argola de ouro do peso de duas décimas, uma espécie de crescente

o que poderá querer dizer que a remoção de terras destruiu um ou mais monumentos megalíticos.

de prata de umas 5 ou 6 onças e 102 medalhas de prata de vários imperadores romanos». Na Torre do Tombo deu entrada um lote de 72 mo-

GUIMARÃES, G. 1994, p. 13.

edas, ignorando-se o destino que teve a outra parte do tesouro, sendo também de considerar que possa ter havido um mau entendimento por Pinho Leal da informação que recolheu sobre o achado, percebendo “setenta e duas moedas“ por “cento e duas”. O lote de moedas,

29 | Machado, Lugar de Caniço, Espargo

inventariado por Aureliano Basto é constituído por 71 denarii republicanos e por 1 denarius ibérico (da casa da moeda peninsular de SeKo-

(ver descrição da peça na parte seguinte)

biriKes), foi então publicado no Diário do Governo, permitindo que, em 1976, fosse realizado um novo estudo deste conjunto monetário, composto por moedas emitidas entre 157-156 a.C. e 74 a.C. e que terá sido ocultado na fase final das guerras sertorianas.

30 | Machado, Lugar de Caniço, Espargo

Um segundo tesouro foi encontrado por volta de 1930 nas matas contíguas ao Castro de Romariz pelo pai do Padre Albano Paiva Alferes,

(ver descrição da peça na parte seguinte)

proprietário dos terrenos circundantes da estação arqueológica. Este conjunto monetário, composto por 32 peças de bronze romanas emi-

Arqueologia 36

37

31 | Goiva, Lugar de Caniço, Espargo

BANDE VE // LVGO TOIR // AECO L(vcivs) LAT // RIVS BLAES // VS V(otvm) L(ibens) A(nimo) S(olvit)

(ver descrição da peça na parte seguinte)

A Banda Velugus Toiraecus, Lucius Latrius Blaesus cumpriu o voto de boa mente. À esquerda da porta principal da torre de menagem do Castelo de Santa Maria da Feira.

32 | Enchó, Lugar de Caniço, Espargo

Encarnação 1971 e 1975; Garcia 1991, p. 228; Silva, A.M.S.P. 1994, p. 118, n.º 13.

(ver descrição da peça na parte seguinte) 36 | Epígrafe Medieval, Feira 33 | Castelo da Feira, Feira

Inscrição datada de 1385 gravada em silhar publicada no Diário de Notícias e transcrita por José Leite de Vasconcelos nas páginas de O

(ver descrição no apartado sobre o Castelo)

Archeologo Português. A notícia publicada no Diário de Notícias, a 9 de Agosto de 1905, localizava o letreiro em causa “sobre a Porta dos Campos ou da Traição” e foi salva do esquecimento por José Leite de Vasconcelos, que a transcreveu em O Archeologo Português desse

34 | Ara Votiva, Feira

mesmo ano. Conforme se revela no relato do jornal de Lisboa, no dia 06 de Agosto de 1905 os Drs. Gonçalves Coelho e Vaz Ferreira teriam

Ara votiva em granito dedicada a TVERAEVS

descoberto três inscrições no Castelo da Feira, duas modernas, do século XVI, e uma inscrição medieval, do século XIV. No que respeita a

Encontrada em 1912, junto da muralha Este do Castelo da Feira

esta última, o Diário de Notícias escrevia:

Dimensões: Alt. 430mm X Larg. 330mm

“Sobre a porta chamada dos campos ou da traição também descobriram os mesmos senhores a data de 1385, em pedra que se afigura mais

DEO // TVERAEO // VOLENTI // ARCIVS // EPEICI (filius) B // RACARVS // S(acrvm) F(ecit)

antiga do que a cantaria adjacente. Deve ser a data da tomada do castello pelos do Porto, quando se alastrava pelo país a consequência

Ao benévolo deus Tueraeus consagrou este monumento Arcio, filho de Epeico, Brácaro de nação.

da heróica batalha de Aljubarrota (VASCONCELLOS, J.L. 1905, p. 397-398).

Na torre de menagem do Castelo de Santa Maria da Feira.

Em 10 de Setembro de 1372 D. Fernando doara a Terra de Santa Maria a D. João Afonso Teles de Meneses, Conde de Barcelos (cf. FREIRE,

Vasconcellos, J.L. 1913 (RL, 3), p. 612-613; Távora 1917; AE 1954, 96b; Mattos 1947, n.º 49, p. 60; AE 1954, 96b; Blázquez 1962, p. 216 e

A.B. 1921, vol. I, p. 109). Este, como se sabe, tomou partido por Castela, e, seguindo o seu gesto, também o castelo de St.ª Maria tomaria

1975a, p. 177; HAE 992; ILER 943; Encarnação 1971 e 1973, p. 204-205 e 1975, p. 291-292 e 1976, n.º 3; Silva A.C.F. 1986, Est. XII, p. 281,

voz por Castela (cfr. Crón. D. João I, Parte I, p. 117), sendo seu Alcaide D. Martim Correia (Idem, Parte I, p. 303). Seria em 1385 conquistado

n. 226, p. 295, n. 425; Alarcão 1988, 1, p. 93; Garcia 1991, n.º 20, p. 288; Silva A.M.S.P. 1994, n.º 14, p. 118; Guerra A. 1998, 1, p. 345;

pelos partidários do Mestre, e a Terra de Santa Maria foi entregue a D. Álvaro Pereira pelo novo Monarca por carta de 8 de Abril de 1385

Olivares 2002, p. 45, 153.

(cfr. FREIRE A.B. 1921, vol. I, p. 310). A associação da data 1385, pretensamente mencionada na inscrição, com eventos relacionados com a Crise Dinástica, nomeadamente com a tomada do castelo da Terra de Santa Maria por partidários do Mestre de Avis, e a sua posterior

35 | Ara Votiva, Feira

entrega pelo monarca a D. Álvaro Pereira (primo do Condestável), foi ensaiada por diversos autores mas não sabemos se com mais algum

Ara votiva em granito dedicada a Bandva Velvgus Toiraecus

fundamento que o da simples coincidência cronológica” (BARROCA M.J. 2000: 1916).

Encontrada em 1917 no recheio do cubelo do Castelo a SW

Paradeiro desconhecido.

Dimensões: Alt. 350mm x Larg. 340 m

VASCONCELOS, J. L. 1905, p. 397-398; BARROCA, M.J. 2000, N.º 1915-16, n.º 671.

Arqueologia 38

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Achados Arquelógicos Diversos 37 | Mamoa (?), Arrifana

1 | Machado

Situado no lugar de Mamoinha, a 295m de altitude e a 500m a Leste da E.N.I. – Arrifana, este pequeno monte de 30 por 15m dividido ao

Machado de anfibolito de cor cinzento e contorno sub-trapezoidal, talão lar-

meio pela abertura de um caminho parece exteriormente uma mamoa. Segundo Arlindo de Sousa a Capela de Santo Estêvão teria sido

go; gume convexo; bisel simétrico. Polido no gume e no talão.

construída no local de uma antiga mamoa. Trata-se de uma capela, de pequena dimensão, circular, com tecto cónico encimado por uma

Dimensões: 103mm x 72mm x 23mm

pinha de pedra, com uma inscrição onde se lê 1367, e que segundo a tradição oral foi construída pelos Mouros e destruída em 1916, sendo

Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.

posteriormente restaurada em 1917. Haveria também uma mina que ligava a capela ao castelo de Santa Maria da Feira.

Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 13-14, n.º 1.

O topónimo e a informação fornecida por Arlindo de Sousa relacionam-se decerto com o seu aspecto exterior. A norte situa-se uma nascente

ML. ESP 88 1

do Uíma e a sul fica a nascente de vários subafluentes da Ribeira de Pintor. 2 | Machado

SOUSA, A. 1974.

Machado anfibolito de cor cinzento e contorno lanceolado, irregular no topo; 38 | Árula Votiva, Arrifana

gume convexo; bisel simétrico e de secção transversal sub-rectangular. Po-

Árula votiva em granito dedicada a Júpiter

lido no gume.

I(ovi) O(ptimo) V(ictori?) C(onservatori?) P(restabili?) // VOTV(m) EX M//ENTE CON // CEPTVM // VALERIA // MARCELLA // S(olvit) L(ibens) T(itvlvm?) V(otvm)

Dimensões: 115mm x 52mm x 20mm

A Iovis, Óptimo, Vitorioso (?), Conservador (?), Excelente (?). Valeria Marcella, por decisão própria. De sua vontade cumpriu o voto com esta inscrição.

Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.

VASCONCELLOS, J.L. 1913, p. 506-7; GARCIA 1991, p. 395; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 117-118, n.º 12.

Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 14-15, n.º 3. ML. ESP 88 3

39 | Mamoa (?), Lugar de Gaiate, Milheirós de Poiares Informação de David Perestrelo, agricultor da região, que, baseado no topónimo Mámoa e Ribeira da Mámoa, sugere a existência de uma

3 | Goiva

mamoa no lugar de Gaiate, desconhecendo-se contudo a sua localização exacta.

Goiva de anfibolito de cor cinza com contorno lanceolado, irregular no topo; gume convexo; bisel simétrico e de secção transversal sub-rectangular. Poli-

40 | Aqueduto, Milheirós de Poiares

do no gume e no talão.

Aqueduto pretensamente romano(?), localizado na área habitacional rural, ainda em funcionamento, face à estrada. A estrutura original

Dimensões: 136mm x 32mm x 22 mm

resume-se aos 7 pilares de apoio à conduta.

Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.

Endovélico CNS 16469. Trabalho de prospecção efectuado em 2005 no âmbito do EIA –IC2 – Vila Nova de Gaia / Oliveira de Azeméis, reali-

Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 14, n.º 2.

zado pela arqueóloga Margarida da Silva Monteiro.

ML. ESP 88 2

[R.C.] e [C.F.]

Arqueologia 40

41

4 | Enchó

7 | Escultura antropomorfa

Enchó de anfibolito de cor cinzenta de secção sub-rectangular; gume

Figura fálica, muito tosca, em que a cabeça, correspondendo à glande do falo, tem

convexo e bisel simétrico. Polido no gume.

apenas representados os olhos, muitos juntos, o nariz exageradamente alongado e

Dimensões: 185mm x 63mm x 34mm

as orelhas em forma de meia-lua, distinguindo-se do resto do corpo, tronco-cónico,

Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.

por uma acentuada depressão com cerca de 50/60mm de altura.

Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 15, n.º 4.

Entre outras utilizações, a peça poderá ter servido como prisão de gado embutida

ML. ESP 88 4

numa parede. Material: granito

5 | Machado

Dimensões: Alt. máx.: 380mm; Larg. máx.: 220mm; Alt.: da cabeça: 136mm; Larg. da

Machado de talão e azelha dupla com as faces simétricas e gume direi-

cabeça: 178mm; Distância entre olhos (centro): 30mm; Longitude do nariz: 60mm

to. Secção mediana sextavada. Conserva as rebarbas de fundição .

Procedência: Castro de Romariz

Material: bronze

ML.ROM 80 II A1 (01). 7

Dimensões: 223 x 45 x 48mm Cronologia: Bronze Final III (c. 900-700 a.C.)

8 | Estátua-estela antropomorfa

Procedência: lugar indeterminado do concelho.

Estátua antropomórfica em granito. A cabeça encontra-se perfeitamente delimitada do resto do corpo, unidos por um largo mas distinto pescoço. Na

ML.IND 1

cabeça, estão representados os olhos, o nariz e a boca. No início do tronco, dois alargamentos laterais marcam os ombros e sugerem, ao mesmo tempo os braços, apesar de não estarem representados. Depois do tronco estreito, segue-se a base, mais larga. No anverso encontra-se gravado um motivo

6 | Machado

representando um colar triangular, no qual estão pendurados três pendentes, também triangulares. No reverso encontra-se um motivo interpretado

Machado de talão e azelha dupla com as faces simétricas e gume

como símbolo de autoridade, onde se segurariam as armas. Na face lateral esquerda, encontra-se uma espada de folha larga com cabo gravada.

de perfil curvo. Secção mediana sextavada. Conserva as rebar-

Dimensões: 1730mm x 414mm x 270mm

5

bas de fundição.

Procedência: Noticiada em 1983, foi descoberta em meados dos anos 60 no decurso das obras de construção do restaurante Tigre, na freguesia

Material: bronze

de S. João de Ver, ao Km 281, 750 da EN1. Segundo informações recolhidas em 1981 na Cooperativa Agrícola da Feira, a peça foi entretanto

Dimensões: 221 x 52 x 49mm

recolhida, após o seu achado, nas instalações do então Grémio da Lavoura da Vila da Feira, donde transitou para uma casa privada e daí para

Cronologia: Bronze Final III (c. 900-700 a.C.)

as mãos de um arquitecto do Porto. 6

Procedência: lugar indeterminado do concelho. ML.IND 2

Bibl.: LOPES, A.B. et alii 1994, p. 150, n. 10; JORGE-JORGE 1983 e 1990; JORGE 1995; SANCHES 1995; SOUSA, O. 1996, p. 21, n.º 4, p. 22-24, Est. XXXXXXI, LX-LXII.

Arqueologia 42

43

Castro de Romariz O Castro de Romariz localiza-se numa elevação com ampla dominância visual, o Monte Crasto, possuindo uma vasta plataforma com cerca

século III a.C., atendendo a que, para os períodos mais antigos, os dados recolhidos nas escavações de 1980 e anos seguintes, indiciam

de 1,6 hectares, com cotas entre os 360 e os 375m. A área edificada ocupava essencialmente este plateau superior, fortificado por uma

que as estruturas habitacionais seriam construídas em materiais perecíveis. Na transição da República para o Império, provavelmente

imponente muralha, com cerca de 5 metros de largura em alguns locais, que protegia especialmente o lado Poente, o mais permeável em

durante o reinado de Augusto, assiste-se a uma clara romanização do povoado, que apesar de tudo não afectou a sua “organização ur-

termos defensivos; o sistema defensivo era reforçado por uma segunda linha muralhas, complementada a Oeste/Sudoeste por importante

banística”, com a definição e pavimentação de alguns arruamentos —detectando-se mesmo um pequeno passeio junto da grande casa,

fosso com cerca de 500 m de comprimento, protegendo do sector do povoado de mais fácil acesso. A zona escavada, de cerca de 2500

escavada entre 1980-91, conhecida por domus— a alteração das habitações, visível na sua regularização, na construção de novas divisões

m2, é constituída por uma série casas castrejas em granito com os diferentes espaços organizados em torno de um pátio, delimitadas por

à “moda” romana (espaços ortogonalizados e com paredes rebocadas e pintadas), na generalização do uso de tegula e imbrex na sua

arruamentos irregulares, geralmente mal definidos, e/ou por paredes-meias.

cobertura e na adopção de elementos caracteristicamente romanos, como é o caso da excepcional mesa de granito colocada no átrio da

O achado de um tesouro de denários republicanos em 1843 levou a Câmara Municipal da época a promover escavações no castro que re-

domus ou da inscrição P. MACRI, que identifica o proprietário da casa vizinha, também remodelada, gravada numa laje do pavimento do

velaram estruturas e espólio diverso. Entre 1940-46, com o apoio do município, foram realizadas novas escavações pelo pároco local, P.e

átrio, junto à entrada para divisão principal.

Manuel Fernandes dos Santos, sob a orientação de Alberto Souto, então director do Museu de Aveiro, que puseram a descoberto uma parte

Entre as estruturas habitacionais do castro, destaca~se pela sua singularidade e dimensão a domus anteriormente referida. Ocupando uma

considerável das estruturas actualmente visíveis. Também com o patrocínio da Câmara Municipal, os trabalhos arqueológicos no povoado

área de cerca de 385 m2, em que 228 m2 constituem a área bruta coberta, esta casa foi edificada pelos finais do século II ou inícios do I

foram retomados em 1980, dirigidos por Armando Coelho e Rui Centeno, docentes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

a.C., sendo composta por três compartimentos em granito, um rectangular com cantos arredondados e dois circulares, somando cerca de

As escavações arqueológicas realizadas revelaram que a ocupação do sítio remontará à última fase do Bronze Final (c. 900-700 a.C.), ates-

42 m2, admitindo-se também a existência de outras eventuais áreas cobertas, talvez construídas integralmente em materiais perecíveis,

tando também que as primeiras importações poderão ter chegado ao povoado pelo século VII a.C. Um conjunto de gravuras rupestres com-

que desapareceram com a grande reformulação efectuada provavelmente na transição da República para o Império. É nesta ocasião que

postas por covinhas e linhas mais ou menos irregulares com diversas orientações, de significado e interpretação problemática, detectadas

a casa é profundamente transformada, com a construção de novos espaços e a remodelação dos existentes, convergindo para um pátio

em alguns dos penedos localizados na parte mais alta do castro, apesar das dificuldades conhecidas para a cronologia destas manifestações,

lajeado; esta reformulação revela particularidades arquitectónicas próprias da técnica e gosto romanos, ao nível das técnicas construtivas,

poderão ser contemporâneas da fase mais antiga do povoado.

com a utilização de blocos esquadriados, sobretudo nos cunhais, e esquinas bem marcadas já pelo interior, o revestimento das paredes,

Por volta do século V a.C., segundo alguns autores, a deslocação dos Túrdulos Velhos, oriundos do Sul da Península Ibérica, para esta região

interna e externamente, com reboco pintado e, exceptuando os dois edifícios circulares, a adopção de coberturas com tegula e imbrex nos

na margem esquerda do Douro, documentada nas fontes clássicas e pelas duas tésseras encontradas no Castro da Senhora da Saúde (Vila

restantes aposentos; os limites da casa, totalmente fechada por um muro e pelas paredes de alguns dos compartimentos, eram definidos

Nova de Gaia) em 1983, terá provocado alterações na organização do território, proporcionado uma continuidade (e talvez uma intensifi-

por arruamentos, a N, E e S, e pela muralha, a poente, separada da domus por um estreito caminho de circulação.

cação) de relações com as regiões meridionais da Península que terão também afectado o Castro de Romariz.

O acesso ao interior da habitação era realizado por uma entrada principal, a N, claramente demarcada por grossos umbrais graníticos,

Para a fase mais antiga da ocupação do povoado são ainda poucos os dados revelados pelos trabalhos arqueológicos, uma vez que incidiram

conduzindo directamente ao pátio que teria algumas das funções do átrio da casa romana, como se depreende do achado in situ , no ali-

fundamentalmente na fase final castro que termina pelos finais do século I. Em algumas das estruturas descobertas nas escavações de

nhamento da entrada, de uma mesa com colunelo ao gosto romano que deverá interpretar-se como um cartibulum; localizada a nascente,

1843 e de 1940-46 é bem visível a existência de sobreposições de construções, evidenciando uma reformulação significativa do castro na

uma outra entrada definida por dois toscos pedregulhos servindo como umbrais, pertencente talvez ao período inicial desta unidade ha-

transição dos séculos II/I a.C., talvez em resultado da construção de uma imponente muralha superior, detectada em 1980. As construções

bitacional, teria uma função secundária.

que então foram aterradas, corresponderão à etapa inicial da petrificação das habitações no castro que terá ocorrido talvez pelos finais do

Sobre a organização da casa e a função dos diferentes espaços muito pouco sabemos. Os dados recolhidos durante os trabalhos de escava-

Arqueologia 44

45

ção parecem apontar que os compartimentos I e II serviram, respectivamente, de cozinha e para a realização trabalhos diversos e eventual

MAQUETAS

recolha de alguns instrumentos; o edifício circular III mostrava vestígios de bancos internos, parecendo configurar um espaço de reuniões familiares, talvez na fase mais antiga, servindo agora como quarto para dormir, juntamente com os compartimentos VII e XIII; os aposentos

1 | Castro de Romariz (esc. 1/100)

XI e XII seriam os espaços destinados fundamentalmente à recepção visitas e a zona de estar principal; a área XV, pode ter servido para guardar animais bastando para o efeito ter duas vedações amovíveis de madeira.

2 | Domus, 1980-91 (esc. 1/40)

Entre os materiais recolhidos, diferentes espécies de cerâmicas, vidros, metais, moedas, destaca-se um importante conjunto de cerâmica indígena, fenícia, ibero-púnica, grega e romana e o tesouro de denários republicanos e jóias, ocultado no final das guerras sertorianas. AZEVEDO, P.A. 1896, p. 62-64, 177-192, 305-318; SANTOS, M. F. 1940; SOUSA, A. 1942 e 1954; CENTENO, R.M.S. 1976-77; CENTENO, R.M.S.

CERÂMICAS DO BRONZE FINAL (c. 900-700 a.C.)

– SILVA, A.C.F. 1982; SILVA, A.C.F. 1986; SILVA, A.M.S.P. 1994: p.54-5, nº 18 e p. 96, nº 7. 3 | Pote

[R.C.]

Fragmento de bordo. Bordo arqueado e revirado para fora. Pasta homogénea e compacta de cor cinzentoazulada com grãos de pequeno e médio calibre de quartzo e feldspato e mica fina. Superfícies alisadas de cor castanho-alaranjada com palhetas muito finas de mica. Feito à mão e boa cozedura. Diâm.: 150mm ML.ROM 81 II (07).

4 | Pote Fragmento de colo/pança. Pasta homogénea e compacta de cor cinzento-azulada com grãos de pequeno e médio calibre de quartzo e feldspato e mica fina. Superfícies alisadas de cor castanho-alaranjada com palhetas muito finas de mica. Feito à mão e boa cozedura. ML.ROM 81 II (07).

Arqueologia 46

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5 | Pote

10 | Ânfora de tradição grega (?)

Fragmento de colo. Pasta homogénea e compacta de cor cinzento-azulada com grãos de pequeno e médio calibre de quartzo e feldspato

Fragmento de bordo em aba revirado para o exterior sobre colo alto inflectindo

e mica fina. Superfícies alisadas de cor castanho-alaranjada com palhetas muito finas de mica. Feito à mão e boa cozedura.

na parte superior da pança horizontalizada. Pasta homogénea alaranjada com

ML.ROM 81 II (07).

núcleos acinzentados, porosa e friável, relativamente depurada com grãos dispersos de areia e mica fina; superfícies alisadas com engobo micáceo com pintura

CERÂMICAS GREGAS E FENÍCIAS/PÚNICAS (sécs. VIII-V a.C.)

cinzento quase negro. Decoração incisa composta por duas linhas verticais. Feito à roda e boa cozedura.

6 | Ânfora “SOS” ática (?)

Diâm.: 299mm

Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com pequenos grãos de quartzo, evoluindo, do exterior para o interior, do casta-

Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 169, Est. LXXIX, 1.

nho-rosado para o bege. Superfície externa com um espesso verniz variando entre o negro e o castanho. Feito à roda e boa cozedura.

ML.ROM 81 II (07).

ML.ROM 91 XIV C7 (04).

10

11 | Kylix (?) ático 7 | Ânfora “SOS” ática (?)

Fragmento de parede. Pasta fina e muito depurada de cor castanho-alaran-

Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com minúsculas palhetas de mica, de cor castanho-rosado. Superfície externa

jada. Superfícies cobertas de espesso verniz brilhante de cor negro. Feito à

com um espesso verniz variando entre o negro e o castanho.

roda e boa cozedura.

IML.ROM 81 II (06)

ML.ROM 80 II (05).

8 | Ânfora “SOS” ática (?)

12 | Ânfora de tradição oriental

Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com pequenos grãos de quartzo, evoluindo, do exterior para o interior, entre o

Fragmento de bordo espessado externamente côncavo com lábio vincado lançado

castanho-alaranjado e o rosado. Superfície externa com um espesso verniz negro. Feito à roda e boa cozedura.

para o exterior sobre a parte superior da pança. Pasta homogénea alaranjada, poro-

ML. ROM 81 II (06).

11

sa, friável e depurada; superfícies pintadas a negro. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 142mm

9 | Ânfora “SOS”ática (?)

Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 171, Est. LXXIX, 3.

Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com pequenos grãos de quartzo, evoluindo, do exterior para o interior, entre o

ML.ROM 81 II (06).

castanho-alaranjado e rosado. Superfície externa com um espesso verniz negro. Feito à roda e boa cozedura. ML.ROM 81 II (06).

Arqueologia 48

49

13 | Ânfora de tradição oriental Fragmento de bordo em anel espessado sobre a pança horizontalizada. Pasta homogénea de cor bege-rosado, porosa, friável e depurada; superfície externa do bordo e pança com espesso engobo alaranjado vivo. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 139mm Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 172, Est. LXXIX, 4. ML.ROM 81 II (06). 12

14 | Ânfora de tradição oriental Fragmento de bordo espessado externamente côncavo com lábio vincado lançado para o exterior sobre a parte superior da pança. Pasta homogénea alaranjada, porosa, friável e depurada; vestígios de pintura negra nas superfícies. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 200mm ML. ROM 82 II (06).

15 | Ânfora proto-ibérica (?) Fragmento de bordo espessado em toro com estrangulamento anguloso na ligação externa com a pança. Pasta homogénea alaranjada, porosa, friável e depurada; vestígios de pintura a negro na superfície externa. Feito à roda e boa cozedura. 14

Diâm.: 151mm Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 173, Est. LXXIX, 5. ML.ROM 81 II (06).

16 | Ânfora ibero-púnica Fragmento de bordo espessado externamente côncavo e internamente boleado lançado para o interior. Pasta homogénea alaranjada, porosa e friável e relativamente depurada com raros grãos de areia dispersos e pouca areia fina; superfícies deterioradas com vestígios de 15

pintura cinzenta. Feito à roda e cozedura boa. Diâm.: 230mm Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 170, Est. LXXIX, 2. ML.ROM 81 II (05).

Arqueologia 50

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17 | Vaso de cerâmica cinzenta orientalizante

CONTAS DE VIDRO (de importação)

Fragmento de fundo côncavo e parte inferior da pança. Pasta bege-alaranjada, porosa, friável e depurada; superfícies alisadas com engobo cinzento-escuro com minúsculas palhetas de mica. Feito à roda e boa cozedura.

21 | Conta de colar globular

Diâm.: 54mm

Conta de pasta vítrea de cor não uniforme, variando entre o azul e

Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 164, n.º 185, Est. LXXX, 8.

o azul-turquesa (Methuen 20C/E8/4), decorada com duas fiadas de

ML.ROM 81 II (05).

“olhos” com centro azul, envolvidos por círculos irregulares de cor castanha translúcida (Methuen 5E5) e branca, dispostos alternada-

18 | Vaso ovóide de cerâmica cinzenta orientalizante

mente (Guido, p. 48, classe 2).

Fragmento de bordo; parte superior da pança separada do bordo, em aba revirado, por nervura no colo. Pasta homogénea cinzenta clara

Diâm.: 30,9mm; Alt.: 29,2mm

algo depurada, porosa e friável, com minúsculas palhetas de mica; superfícies alisadas, sendo a interna bege-alaranjado e a externa com

ML.ROM 03 Casa 5 (03).

engobo cinzento. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 101mm

22 | Conta de colar

Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 163, n.º 182, Est. LXXXX, 5.

Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).

ML.ROM 81 II (06).

Diâm.: 10,9mm; Alt.: 7,1mm ML.ROM 80 II A1 (07). 19 | Fusaiola

19

Fragmento de fusaiola com forma bulbosa. Pasta homogénea com pequenos grãos de quartzo e calcite, de cor

23 | Conta de colar

negra; superfície alisada, de cor variando entre o alaranjado e o castanho-escuro.

Conta de pasta vítrea com tonalidades variadas de cor azul violeta

Diâm.: 34mm

(Methuen 19C/D8).

ML.ROM 81 II (07).

Diâm.: 8,2mm; Alt.: 6mm ML.ROM 80 II A1 (06).

20 | Fusaiola Forma bulbosa achatada. Pasta homogénea com pequenos grão de quartzo, calcite e poucas palhetas de mica, de cor alaranjada com

24 | Conta de colar

algumas manchas variando entre o bege e o negro.

Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).

Diâm.: 38,2mm

Diâm. 15,3mm; Alt.: 8mm

Bibl.: Silva, A.C.F. 1986: Est. LXXXI, 50.

ML.ROM 81 II (06).

ML.ROM 81 II (06).

Arqueologia 52

53

21>30

25 | Conta de colar

30 | Conta de colar

Conta de pasta vítrea de cor azul quase negro (Methuen 20F4).

Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).

Diâm.: 13,8mm; Alt.: 8,1mm

Diâm.: 9,2mm; Alt.: 5,2mm

ML.ROM 82 II (05)

ML.ROM 91 XIV E6 (02).

26 | Conta de colar LOUÇA DE MESA E COZINHA

Conta de pasta vítrea de cor azul escuro (Methuen 21F7). Diâm.: 14,5mm; Alt.: 8,9mm ML.ROM 82 II (04A).

Cerâmica micácea de fabrico manual

27 | Conta de colar

31 | Assadeira

Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).

Fragmentos de bordo, parede e fundo de assadeira com forma quadrangular/rectangular, armada com pegas (duas?) resultantes do revira-

Diâm.: 12,4mm; Alt.: 6mm

mento da parede para o exterior. Bordo espessado com parede direita e fundo plano. Pasta com cerne castanho-acinzentado e superfícies

ML.ROM 03 SondA A1 (06).

castanho-alaranjadas, homogénea e compacta, com alguma areia e mica fina; superfícies alisadas com engobo micáceo castanho-acinzentado. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feito à mão e boa cozedura.

28 | Conta de colar

Alt. máx.: 63mm

Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).

ML.ROM 81 II (05).

Diâm.: 8,5mm; Alt.: 4,9mm ML.ROM 91 XIV D7 (02).

29 | Conta de colar Conta de pasta vítrea de cor azul escuro (Methuen 21F7). Diâm.: 11,4mm; Alt.: 7,1mm ML.ROM 91 XIV E6 (02). 31

Arqueologia 54

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32 | Taça Paredes direitas levemente inclinadas para o interior com bordo alargado em aba horizontal. Pasta homogénea castanha com cerne negro, areia e pouca mica; superfícies bem alisadas, quase brunidas, com engobo acastanhado. Feito à mão e cozedura razoável. Diâm. bordo: 172mm Alt. máx.: 40mm

35

Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 141, n.º 21, Est. LI, 7. ML.ROM 81 II (06).

33 | Taça com duas asas decoradas Fragmentos de bordo colo e pança com asa completa e parte da outra asa. Perfil em S, bordo lançado para o exterior e duas asas de fita ligando o bordo à parte superior da pança. Pasta micacea de cor castanho-acinzentada, homogénea e algo depurada; superfícies alisadas. Asas decoradas com duas duplas caneluras verticais enquadrando uma série encadeada de SS estampilhados. Feito à mão Diam.: c. 125mm 37

ML.ROM 81 II (05).

34 | Potinho Perfil em S, bordo lançado para o exterior com diâmetro inferior ao da pança. Pasta acastanhada, pouco depurada, com moscovite, feldspato e quartzo; superfície externa, polida, de cor castanho-escura, sendo a interna alisada, castanho-acinzentada. Superfície externa polida e a interna alisada. Feita à mão e boa cozedura. Diâm. bordo: 74mm Alt.: c. 92mm ML.ROM 91 XIV D7 (04).

38

Arqueologia 56

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35 | Pote

Diâm.: 260mm

Fragmento de bordo, colo e pança. Perfil em S, com paredes côncavas e bordo ligeiramente lançado para o exterior. Pasta grosseira, mi-

Alt. máx.: 56mm

cácea e com areia, cor de tijolo-acastanhada; superfícies, pouco alisadas com trapo, com engobo micáceo castanho-escuro; vestígios de

ML.ROM 81 II (05).

fumigação na superfície externa. Feito à mão e cozedura boa. Diâm.: 130mm

39 | Talha

Alt. máx.: 65mm

Fragmento de bordo lançado para o exterior, aplanado internamente, com lábio boleado e colo espessado junto ao arranque do bordo.

ML.ROM 81 II (05).

Pasta micácea e homogénea de cor castanho-acinzentada, com areia; superfícies alisadas com engobo micáceo castanho-acinzentado, interiormente mais escuro. Feito à mão e cozedura razoável.

36 | Pote

Diâm.: 385mm

Fragmento de bordo e pança. Perfil em S com bordo esvasado e arqueado revirado para fora. Pasta homogénea, alaranjada com cerne

ML.ROM 03 A A2 (07).

negro, com areia e mica; superfícies alisadas com engobo micáceo alaranjado. Feito à mão e cozedura razoável. Diam.: 120mm

40 | Talha

Alt. máx.: 40mm

Colo alto de paredes inclinadas para o interior e bordo com aplanamento na superfície interna,

ML.ROM 81 II (06).

de lábio boleado lançado obliquamente para o exterior. Pasta homogénea castanha escura com areia e mica; superfície externa e parte interior do bordo alisadas com engobo da cor da pasta

37 | Panela

espatulado obliquamente no colo exterior. Decoração de uma banda de incisões em espinha

Fragmento de colo e bordo internamente côncavo e paredes arqueadas. Pasta grosseira, homogénea e micácea, com muita areia, de cor

entre caneluras na transição entre colo/pança. Feito à mão e cozedura boa.

castanho-atijolada; superfície externa e parte interior do colo alisadas com engobo acastanhado. Feita à mão e cozedura boa.

Diâm. bordo: 300mm

Diâm. bordo: 265mm

Bibl.: SILVA A.C.F. 1986: p. 157, n.º 134 (Cer.134), Est. LIX, 3.

Alt. máx.: 82mm

ML.ROM 81 III (05).

Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 152, n.º 94, Est. XLIX, 1. ML.ROM 81 II (06). Cerâmica micácea feita à roda 38 | Panela Fragmento de bordo alargado em aba oblíqua e arranque de colo. Pasta homogénea castanho-escura, com areia e mica fina,; superfícies

41 | Taça com duas asas

com engobo negro, na parte externa alisada com trapo e quase brunida no interior. Feito à mão e cozedura boa.

Perfil em S, bordo lançado para o exterior com diâmetro da boca menor que o da pança, duas

Arqueologia 58

59

41

asas em fita ligando o bordo à parte superior da pança. Pasta micácea com quartzo e feldspato de calibre muito fino, de cor cinzento escuro; superfície externa alisada, decorada com uma fiada de círculos concêntricos estampados, limitada nas partes superior e inferior por uma linha horizontal incisa e por uma incisão vertical junto às asas. Feita à roda e cozedura boa. Diâm. bordo: 120mm Alt.: c. 127mm ML.ROM 81 IV (04).

42 | Pote Fragmentos de colo e bordo lançado para o exterior, aplanado internamente e com lábio boleado. Pasta variando entre o castanho-alaranjado e o negro, homogénea e compacta, com areia e mica; superfícies castanho-acinzentadas, sendo a interna bem alisada. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feito à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 230mm ML.ROM40/46.

43 | Pote Bojo ovóide, bordo lançado para o exterior. Pasta homogénea com cor variando entre castanho-alaranjado e o castanho-escuro, areia e

43

muita mica,; superfícies alisadas horizontalmente com trapo. Feito à roda e cozedura boa. Diâm. bordo: 312mm Alt.: c. 278mm Cronologia: finais do séc. I a.C.- séc. I ML.ROM 03 A’9 (02).

44 | Pote com marca do oleiro AVI(tvs) Fragmentos de colo e pança. Pasta micácea de cor castanho-acinzentada; superfícies com engobo micáceo da mesma cor da pasta, alisadas com espatulado horizontal. Decorado com uma banda, limitada por duas caneluras, constituída por duas séries estampilhadas com uma 44

Arqueologia 60

61

cartela rectangular com a inscrição AVI, formando uma espinha à esquerda. Vestígios de fumigado na superfície externa. Feito à roda.

49 | Fragmento de pança

Dimensões: 127mm X 114mm

Decoração incisa: banda, entre duas caneluras, cons-

ML.ROM 03 XX A6/A7 (03).

tituída por série de linhas incisas oblíquas à esquerda ML.ROM 81 IV (05).

45 | Talha Fragmento com arranque de colo e bordo lançado para o exterior, aplanado internamente e com lábio boleado. Pasta homogénea e com-

50 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão

pacta, cinzento-acastanhada com areia e mica fina; superfícies alisadas com engobo castanho-alaranjado. Feito à roda e cozedura boa.

Decoração incisa: sobre a parte superior da pança,

Diâm.: 390mm

constituída duas bandas, separadas, de linhas incisas

Procedência: Castro de Romariz.

oblíquas, entre duas linhas horizontais.

ML.ROM 91 D7 (06).

ML.ROM 80 VI (05).

52

47

51 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão Cerâmica micácea: motivos decorativos

Decoração incisa: na linha de separação do colo/pança, constituída banda, limitada por linhas horizontais, espinha incisa à direita. ML.ROM 80 II A1 (05).

46 | Fragmento de bordo de talha Decoração incisa: na parede externa na transição bordo/colo, constituída por uma série de orifícios espaçados, alinhados horizontalmente.

52 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão

ML.ROM 91 D7 (04).

Decoração aplicada e incisa: na linha de separação do colo/pança, constituída fita aplicada com espinha incisa à esquerda. ML.ROM 83 (05).

47 | Fragmento pança. Feito à mão Decoração incisa: faixa limitada por duas linhas horizontais, com métopas alternadas de toscos semicírculos concêntricos e de V inverti-

53 | Fragmento de pança. Feito à roda

dos

Decoração aplicada e incisa: na linha de separação do colo/pança, constituída cordão aplicado com espinha incisa à direita.

ML.ROM 91 XV D6/E6 (05).

ML.ROM 81 III (04).

48 | Fragmento de colo/pança. Feito à mão

54 | Fragmento de pança. Feito à mão

Decoração incisa: constituída por uma série de sulcos verticais, limitada por duas linhas horizontais incisas.

Decoração incisa: faixa com pelo menos três séries de linhas incisas oblíquas, esquerda, direita, esquerda, separadas por caneluras hori-

ML.ROM 81 IV (04).

zontais, constituindo uma dupla espinha. ML.ROM 80 VI (05).

Arqueologia 62

63

55 | Fragmento de pança. Feito à roda

61 | Fragmento de pança. Feito à mão

Decoração incisa: banda, limitada por duas linhas horizontais, com reticulado.

Decoração incisa: banda, com um ligeiro relevo. de triângulos imbricados, constituídos por linha oblíquas incisas.

ML.ROM 91 B6 (04).

ML.ROM 80 III (05).

56 | Fragmento de pança. Feito à roda

62 | Fragmento de pança. Feito à mão 59

Decoração incisa: banda reticulada.

Decoração incisa: banda entre caneluras com triângulos imbricados, constituídos por linha oblíquas incisas.

ML.ROM 91 VI B6 (03).

ML.ROM 80 VI (04).

57 | Fragmento de colo e pança. Feito à roda

63 | Fragmento de pança. Feito à mão

Decoração incisa: no ressalto colo/pança, estreita banda com reticulado.

Decoração incisa: banda, limitada por duas linhas incisas, com triângulos imbricados, estando os da parte inferior preenchidos por incisões

ML.ROM 91 XI F3/F4 (02).

em ziguezague. ML.ROM 91 VI B6 (06).

58 | Fragmento de pança. Feito à mão Decoração incisa: banda entre caneluras com triângulos imbricados lisos.

63

ML.ROM 91 XIV D7 (04).

64 | Fragmento de pança. Feito à roda Decoração incisa: banda limitada por linha horizontal na parte superior e duas na inferior, constituída por duas séries opostas de triângulos, preenchidos por pequenos traços oblíquos, que desenham um ziguezague.

59 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão

ML.ROM 91 VI B6 (04).

Decoração incisa: na transição cola/pança, banda entre caneluras com triângulos imbricados, estando os da parte inferior preenchidos por linhas oblíquas para a direita.

65 | Fragmento de pança. Feito à roda

ML.ROM 81 IV (04).

Decoração incisa: faixa limitada por linhas horizontais, constituída por duas séries de triângulos imbricados, em que os da parte superior de cada uma estão preenchidos com pontilhado.

60 | Fragmento de pança. Feito à mão

ML.ROM 91 XIV D7 (04).

Decoração incisa: banda entre caneluras com triângulos imbricados, estando os da parte inferior preenchidos por linhas oblíquas para a esquerda. ML.ROM 80 VI (04).

Arqueologia 64

65

66 | Fragmento de pança. Feito à mão

71 | Fragmento de colo e pança. Feito à roda

Decoração estampada: faixa com duas séries horizontais de círculos concêntricos.

Decoração incisa+estampada: faixa, entre o colo e a pança por linha horizontal incisa, com uma série de duplos círculos concêntricos,

ML.ROM 81 IV (03).

onde, na parte inferior e separados por linha horizontal incisa, encostam as bases de triângulos formados por duplos círculos concêntricos da mesma matriz.

67 | Fragmento de colo/pança. Feito à mão

ML.ROM 91 XIV C7 (04).

Decoração estampada: faixa, definida entre o colo e a pança por ligeiro ressalto, com três séries horizontais de duplos círculos concêntricos. 72 | Fragmentos de pança (possivelmente do mesmo vaso). Feito à mão

ML.ROM 80 VI (04).

Decoração incisa+estampada: faixa de triângulos imbricados, definidos por linhas incisas, preenchidos por duplos círculos concêntricos e 68 | Fragmento de pança. Feito à mão

com cada vértice rematado por um duplo círculo concêntrico.

Decoração incisa+estampada: faixa, limitada por duas linhas horizontais incisas, com três séries de duplos círculos concêntricos, de menor

ML.ROM 80 VI (04) (2 ex) e ML.ROM 91 IV B6 (04).

dimensão os da série superior, também separadas por linha horizontal incisa. 73 | Fragmento de pança. Feito à mão

ML.ROM 81 III (03).

Decoração estampada: faixa com três séries horizontais de triplos círculos concêntricos. 69 | Fragmento de pança. Feito à mão

ML.ROM 81 II (04).

Decoração incisa+estampada: faixa, limitada na parte superior por linha horizontal incisa, com uma série de duplos círculos concêntricos, onde, na parte inferior, encostam as bases de triângulos formados por duplos círculos concêntricos da mesma matriz.

74 | Fragmento de pança. Feito à mão

ML.ROM 81 II (04).

Decoração incisa+estampada: faixa, limitada por duas linhas horizontais incisas, com três séries horizontais de triplos círculos concêntricos. ML.ROM 90 XI E2 (04).

70 | Fragmento de pança. Feito à mão Decoração incisa+estampada: faixa, limitada na parte superior por linha horizontal incisa quase imperceptível, com duas séries de duplos círculos concêntricos, onde, na parte inferior, encostam as bases de triângulos formados por duplos círculos concêntricos

75 | Fragmento de pança. Feito à mão

da mesma matriz.

Decoração incisa+estampada: faixa limitada por duas linhas horizontais incisas com uma dupla série estampada de motivo em

ML.ROM 91 XIV D7 (02).

forma de “ferradura”. ML.ROM 82 D (Mur. esgoto).

Arqueologia 66

67

76 | Fragmentos de pança. Feito à mão

81 | Fragmento de pança. Feito à mão

Decoração incisa+estampada: sobre a parte superior da pança, constituída por espinha horizontal incisa, seguida por duas séries de círculos

Decoração estampada: constituída por uma dupla série estampilhada de triângulos opostos

mais uma série horizontais de duplos círculos ligeiramente descentrados.

preenchidos por um reticulado.

ML.ROM 81II (06).

ML.ROM 80 II A1 (05).

77 | Fragmentos de colo e pança. Feito à roda

82 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão

Decoração incisa+estampada: sobre a parte superior da pança, faixa, limitada por duas caneluras, com uma série de linhas oblíquas entre

Decoração incisa+estampada: sobre a parte superior da pança, constituída por uma série de

duas séries horizontais de duplos círculos concêntricos; na parte inferior uma série de unhadas oblíquas.

unhadas oblíquas, enquadrada por duas caneluras, seguida por uma dupla série estampilhada

ML.ROM 03 A3 (01).

de triângulos opostos preenchidos por cinco nervuras oblíquas. ML.ROM 91 B6 (04).

78 | Fragmento de pança. Feito à mão Decoração incisa+estampada: faixa limitada por duas linhas horizontais incisas com uma dupla série estampihada de triângulos opostos,

83 | Fragmento de pança. Feito à mão

preenchidos por quatro nervuras oblíquas.

Decoração incisa+estampada: constituída por uma série horizontal de duplos círculos concên-

ML.ROM 80 III (04).

tricos separada por canelura de uma dupla série estampilhada de triângulos opostos preenchidos por seis nervuras oblíquas, rematada também por canelura.

79 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão

ML.ROM 81 IV (04).

Decoração incisa+estampada: faixa, na parte superior da pança, limitada por duas linhas horizontais incisas com duas duplas séries estampilhadas de triângulos opostos, preenchidos por três nervuras verticais.

84 | Fragmentos de pança. Feito à mão

ML.ROM 81 IV (04).

Decoração incisa e estampada: constituída por duas séries estampilhadas de escudetes com seis besantes, entre duas linhas horizontais incisas

80 | Fragmento de pança. Feito à mão

ML.ROM 81 II (06).

85

Decoração estampada: constituída por uma dupla série estampilhada de triângulos opostos preenchidos por seis pequenos botões. 85 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão

ML.ROM 81 II (04A).

Decoração incisa e estampada: sobre a parte superior da pança, constituída por uma série

Arqueologia 68

69

horizontal de escudetes com cinco besantes, entre duas caneluras, seguida por triângulos formados por dez escudetes da mesma matriz,

Diâm. pança: 140mm

alternados por triângulos formados por dez círculos com ponto ligeiramente descentrado, rematada por uma nova série horizontal de es-

Diâm. fundo: 134mm

cudetes também da mesma matriz.

ML.ROM40/46.

Inv.: ML.ROM 80 VI (04). 89 | Potinho 86 | Fragmento de pança. Feito à mão

Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta

Decoração incisa e estampada: faixa limitada por caneluras, constituída por duas séries de SS encadeados, separadas por uma tripla canelura.

fina e compacta cinzento-clara; superfícies alisadas cinzento-escuras, apresentando a externa uma decoração polida de bandas verticais

ML.ROM 81II (06).

no colo. Feito à roda. Diâm.: 98mm

87 | Fragmento de pança. Feito à mão

ML.ROM40/46.

Decoração incisa e estampada: faixa limitada por linhas horizontais, constituída por duas séries de SS encadeados e seguida por outra de duplos círculos concêntricos.

90 | Púcaro

ML.ROM 80 VI A5 (05).

Perfil em S, bordo lançado para o exterior e asa de rolo. Pasta fina e homogénea, de cor variando entre o cinzento-escuro e o cinzentoacastanhado; superfície externa bem alisada com decoração polida de bandas verticais no colo, limitadas por canelura no arranque do bojo, decorado com uma faixa brunida em reticulado; parte inferior do bojo brunida com seixo; superfície interna alisada. Feita à roda.

Cerâmica cinzenta fina polida (finais séc. I a.C.- séc. I)

Diâm. bordo: 82mm Alt.: 114mm

88 | Prato

MLROM 94 A’2 (03).

Com paredes rectas, ligeiramente arqueadas, com carena; fundo plano e pé baixo rectangular. Pasta homogénea, fina e depurada, de cor cinzento claro. Superfícies bem alisadas com engobo cinzento escuro, de brilho metálico. Parede decorada com canelura. Feito à roda e

91 | Púcaro (?)

boa cozedura.

Fragmento com paredes convergentes esvasadas no bordo espessado, rematado externamente por superfície plana e oblíqua com lábio

Este prato será uma imitação de peças em sigillata itálica (Conspectus, forma 20)

vincado. Pasta fina e compacta cinzento-clara; superfícies cinzento-escuras, alisadas e com polimento externo. Feito à roda.

Diâm. bordo: 142mm

Diâm.: 140mm

Alt.: 25, 7mm

ML.ROM40/46.

Arqueologia 70

71

92 | Asa púcaro

96 | Pote

Asa de rolo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta;

Bojo ovóide, colo alto, arqueado e esvasado. Pasta de cor cinzenta clara, fina e compacta, com elementos não plásticos de baixo calibre;

superfície alisada acinzentada.

superfície externa bem alisada de cor cinzento-escuro, com decoração polida de bandas verticais no colo, separado por uma canelura da

Comp.: 75mm

pança, decorada por uma faixa de triângulos imbricados desenhados com linhas brunidas, rematada na parte inferior por ondeado igual-

ML.ROM40/46.

mente brunido; superfície interna alisada de cor cinzenta-escura. Feita à roda. Diâm.: 154mm

93 | Asa púcaro

Alt.: c. 232mm

Asa de fita larga, incompleta. Pasta cinzento-clara,

ML.ROM 90 D5 (03).

fina e compacta; superfície alisada cinzento-escura. Comp.: 67mm

97 | Pote

ML.ROM40/46.

Bojo ovóide, colo alto, arqueado e esvasado. Pasta fina e 90

94 | Púcaro

compacta, com coloração variando entre o cinzento-escuro e o bege nas superfícies interna e externa; superfície exter-

96

Bordo com pequeno lábio para o interior e arranque

na bem alisada com decoração polida de bandas verticais no

superior de asa de fita. Pasta cinzento-clara, fina e

colo, de linha quebrada e canelura e de faixa de triângulos

compacta; superfície alisada cinzento-escura. Deco-

imbricados desenhados com linhas brunidas, na parte superior 88

ração incompleta, formada possivelmente por três

do bojo, rematada na parte inferior por ondeado igualmente

linhas verticais incisas. Feito à roda.

brunido; superfície interna alisada. Feita à roda.

Diâm.: 166mm

Diâm.: 220mm

ML.ROM40/46.

Alt.: 314mm ML.ROM 03 Banq (03).

95 | Jarro Bordo espessado com lábio boleado e arranque superior de asa de duplo rolo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfície alisada

98 | Pote

cinzento-escura. Feito à roda.

Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior,

Comp. máx.: 58mm

colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o

97

ML.ROM40/46.

Arqueologia 72

73

ombro. Pasta fina e compacta cinzento-clara; superfícies alisadas com uma coloração ligeiramente mais escura. Decoração composta por

102 | Pote

estrias verticais brunidas. Feito à roda.

Fragmento de pança. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies cinzento-escuras alisadas. Decorado com dois cordões lisos nos

Diâm.: 150mm

ombros e faixa espinha brunidas. Feito à roda.

ML.ROM40/46.

Dimensões: 64mm X 73mm ML.ROM40/46.

99 | Pote Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta

103 | Púcaro (?)

fina e compacta cinzento-clara; superfícies alisadas com uma coloração ligeiramente mais escura, apresentando a externa uma decoração

Fragmento de colo e bojo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies cinzento-escuras alisadas. Decorado com um cordão liso

polida de bandas verticais no colo. Feito à roda.

que marca o arranque do bojo e por duas faixas, separadas por outro cordão liso, apresentando a primeira estrias vesticais brunidas e, a

Diâm. : 156mm

segunda, triângulos imbricados desenhados por linhas brunidas; decoração inexistente na parte do fragmento coincidente com a passagem

ML.ROM40/46.

de uma asa. Feito à roda. Dimensões: 73mm X 52mm

100 | Pote

ML.ROM40/46.

Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta fina e compacta cinzento-clara; superfícies cinzento-escuras, alisadas e com ligeiro polimento externo. Decorado com canelura horizontal no

104 | Púcaro

arranque do ombro. Feito à roda.

Fragmentos de pança com vestígios de arranque inferior de asa. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies alisadas, sendo a externa

Diâm.: 170mm

cinzento-escura e a interna da tonalidade da pasta. Bojo decorado com faixa de triângulos imbricados desenhados por linhas brunidas,

ML.ROM40/46.

enquadrada por dois cordões lisos, e seguida por ondeado igualmente brunido. Feito à roda. Dimensões: 70mm X 78mm; 80mm X 69/3mm

101 | Pote

ML.ROM40/46.

Fragmento de colo e bojo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies cinzento-escuras alisadas e com polimento externo. Decorado com dois cordões lisos nos ombros e uma faixa brunida em reticulado no bojo. Feito à roda. Dimensões: 84mm X 68mm ML.ROM40/46.

Arqueologia 74

75

Terra sigillata sudgálica La Graufesenque

105 | Prato, tipo Drag. 18/31 Fragmento de bordo com lábio saliente de perfil quadrado, marcado por ressalto externo, sem canelura interna; parede vertical, pouco curva, com carena bem marcada; fundo plano, mais elevado ao centro, separado da parede por um ressalto interno; pé alto, triangular, 115

com carena externa, incompleto. Pasta fina, vítrea, levemente ondulada e com muitos vacúolos; engobo de boa qualidade, com brilho metálico e craquelé, mal conservado. 105

Diâm. bordo: 162mm; Alt.: 45mm Cronologia: Período flávio.

107

ML.ROM40/46.

106 | Prato, tipo Drag. 18/31 Fragmento de bordo com lábio redondo, saliente, sem canelura nem ressalto interno. Parede curva, fundo plano. Tem um ressalto interno a separar a parede do fundo. Pasta fina, lisa, com muitos vacúolos, com cor pouco homogénea; engobo tem brilho metálico, com craquelé, boa espessura, mas está mal conservado. Diâm.: 185mm Cronologia: Período flávio.

108 | Taça, tipo Drag. 27

ML.ROM40/46.

Fragmentos de bordo com lábio saliente, de perfil redondo, marcado por forte canelura interna e ressalto externo; panças muito curvas, fundo com canelura larga circular interna a marcar o pé; pé alto, triangular e esvasado, com muitas estrias na parte interna. Pasta fina,

107 | Taça, tipo Drag. 24/25

ligeiramente porosa e levemente ondulada, com vacúolos alongados e fractura vítrea; engobo de boa qualidade, mas deteriorado.

Fragmento de bordo roletado, muito alto, com lábio marcado por caneluras interna e externa; o roletado é largo, regular, fundo e oblíquo

Marca do oleiro Silvanus: SILVANI, em cartuxo rectangular com 17mm x 4mm; letras finas, todas do mesmo tamanho; cartuxo mais

da esquerda para a direita; arranque de pança, com vestígios de roda. Pasta típica das sudgálicas, fina, escura, com poucos elementos não

fundo à direita.

plásticos; engobo mal conservado, de espessura razoável e brilho metálico.

Grafito: CIL, no fundo externo do pé, talvez a abreviatura do antropónimo Cilius.

Diâm.: 110mm

Diâm.: 125mm; Alt.: 54mm

Cronologia: Tibério/Nero.

Cronologia: Cáudio/Vespasiano.

ML.ROM40/46.

ML.ROM 82 D1/E1 IX (02).

Arqueologia 76

77

109 | Taça, tipo Drag. 27

Cronologia: Nero/Vespasiano.

Fragmento de bordo, com lábio apenas marcado por ligeiro ressalto interno; a parte superior da pança é curta, pouco curva e aberta e a

ML.ROM40/46.

parte inferior é mais alta e curva. Pasta de textura fina, ondulada, com muitos vacúolos e alguns elementos não plásticos, calcite; o engobo 111

é de espessura média, com boa aderência.

112 | Tigela, tipo Drag. 29

Diâm.: 84mm

Fragmentos da parte inferior da pança e arranque de fundo. Pasta de textura média,

Cronologia: Nero/Vespasiano.

ondulada, com alguns vacúolos e elementos não plásticos, calcíticos, finos; engobo de

ML.ROM40/46.

cor vermelho claro, de má qualidade, brilhante. Decoração constituída por banda de três círculos concêntricos (o maior é dentado e os outros são lisos), alternando com fo-

110 | Tigela, tipo Drag. 35

lhas com quatro pequenas pérolas na base (Garabito, p. 500, tab. 16, n.º 28); na parte

Fragmento de bordo com aba decorada, curva em cima e plana na sobeira (secção hemisférica), pança alta e curva. Decorado com

inferior, um friso de óvalos muito estilizados.

folhas de água de barbotina, muito relevadas, bem executadas e largas. Pasta finíssima, tipicamente sudgálica; engobo de boa qua-

ML.ROM 03 XVIII A7 (02); ML.ROM 03 XVIII A7 (03).

112

lidade, mal conservado. Diâm.: 80mm

113 | Tigela, tipo Drag. 29

Cronologia: Nero/Vespasiano.

Fragmentos de pança e arranque de fundo, talvez de um mesmo vaso com duas bandas

ML.ROM 90D5(02).

decoradas. Pasta de textura média, de cor rosa alaranjado, com alguns vacúolos e elementos não plásticos, finos; engobo de cor vermelho claro, brilhante, de má qualidade. Da decoração da banda superior, metopada, apenas se identifica o motivo que

Terra sigillata hispânica

separa as métopas (Mezquiriz , est. 113, n.º 2240= Garabito, p. 556, tab. 59, n.º 18);

Tritium Magallum

da banda inferior, metopada (?), é visível uma ave (cisne?), voltada à esquerda, sobre

113

globo (?) e vestígios de um motivo (separador de métopas?), uma linha bifoleácea com 111 | Tigela, tipo Drag. 29

vértice para baixo.

Fragmento de bordo alto, quase vertical, com ligeiro esvasamento do lábio redondo, marcado por canelura fina externa, apresentando

ML.ROM 03 XVIII A7 (02); ML.ROM 03 XVIII A7 (03).

internamente dois ressaltos fortes; o arranque de pança decorada e marcado por dois ressaltos. A pasta parece hispânica, de boa qualidade; 114

tem muitos elementos não plásticos e é ondulada; o engobo é de boa aderência e espesso. A decoração é pouco nítida, sendo provavelmen-

114 | Tigela, tipo Drag. 29 ou 37

te metopada com bifoleáceas verticais com o vértice para baixo.

Fragmento da parte inferior de pança decorada. Pasta de textura média, ondulada,

Diâm.: 180mm

com alguns vacúolos e muitos elementos não plásticos, calcíticos, finos; engobo de cor

Arqueologia 78

79

vermelho claro, de má qualidade, brilhante. Decoração metopada (?) com figura de animal (lebre ou cão) em movimento para a esquerda,

Diâm. do pé: 36mm

sendo visíveis as patas finas e a cauda, cena enquadrada por duas linhas bifoleáceas, uma, horizontal/oblíqua, com vértice à direita, que

Cronologia: Nero/Vespasiano(?)

se encontra com bifoleáceas mais pequenas, verticais, com vértice para baixo.

ML.ROM40/46.

Cronologia: Nero/Flávios. 118 | Taça, tipo Drag. 27

ML.ROM90D5(01).

Fragmento de bordo, com lábio apenas marcado por ligeira ranhura externa; a parte superior da pança é curta, pouco curva e aberta; parte 115 | Prato, tipo Drag. 15/17

inferior é mais alta e curva. Pasta de textura média, irregular, ondulada e branda, com muitos vacúolos, alguns elementos não plásticos

Fragmentos de bordo, com parede muito fina, oblíqua e alta, de fundo e de pé; a carena é marcada por duas fundas caneluras e a moldura

amarelados; o engobo é de espessura média, com boa aderência. Notam-se os traços da roda no interior do bordo.

interna é levemente achatada; pé triangular com carena externa e moldura côncava sob o fundo. Pasta de textura média fina com alguns

Diâm.:128mm

elementos não plásticos; o engobo é brilhante, bem aplicado e de boa espessura.

Cronologia: Nero/Vespasiano.

Diâm. bordo: 238mm; Alt.: 53mm

ML.ROM40/46.

Cronologia: Nero/Vespasiano. 119 | Tigela, tipo Drag. 35

ML.ROM 03 XXI A’8 / A’9 (02).

Fragmento de pança com arranque de aba marcado por uma ténue canelura interna; a pança é pouco alta, quase achatada. Pasta fina, 116 | Prato, tipo Drag. 15/17

de boa qualidade, ondulada e muito branda, com alguns elementos não plásticos grandes, calcíticos, de cor de tijolo vivo; o engobo é de

Fragmento de bordo de parede oblíqua, com a parede, muito fina e alta, e o lábio saliente, marcado por ressalto externo; uma funda ca-

espessura média, muito brilhante, razoavelmente conservado, notando-se os vestígios da roda.

nelura externa marca a carena, onde arranca o fundo com a moldura interna levemente achatada. Pasta de textura média fina com alguns

Diâm.: 127mm

elementos não plásticos; o engobo é brilhante, bem aplicado e de boa espessura.

Cronologia: Período flávio.

Diâm.: 157mm

ML.ROM40/46.

Cronologia: Nero/Vespasiano. ML.ROM40/46. Cerâmica de “paredes finas” 117 | Taça, tipo Drag. 24/25 ou Drag. 27 Fragmento da parte inferior da pança, fundo com ligeira canelura interna central, pé muito baixo e esvasado; moldura hispânica em for-

120 | Vaso ovóide (Mayet, forma 45)

ma de cone invertido. Pasta de textura fina/média regular, com poucos elementos não plásticos e alguns vacúolos alongados e circulares;

Fragmento de bordo e pança de paredes finas. Pasta de cor bege-clara, textura fina e pouco homogénea; superfície interna e externa com

engobo de espessura média.

engobo alaranjado claro mate, decorado com guilhoché em duas faixas enquadradas por ranhuras e separadas por uma faixa lisa.

Arqueologia 80

81

Diâm.: 80 mm

123 | Prato

Cronologia: 2ª metade do séc. I.

Fragmento de bordo com aba larga descaída decorada a guilhoché. Pasta creme clara, homogénea e muito depurada, revestida por um

Depósito: ML.ROM 03 XVIII A7 (03).

engobo laranja-acastanhado, ligeiramente metalizado. Feita à roda. Imitação da forma Hispânica 4. Diam.: 320mm Cronologia: 2ª metade do séc. I.

Cerâmica “bracarense”

120

ML.ROM40/46.

121 | Tigela Fragmento de bordo/colo. Pasta muito depurada e fina, homogénea de cor creme;

Cerâmica de imitação de “paredes finas”

superfícies interna e externa alisadas e com um engobo de cor laranja-acastanhado. Feita à roda. Imitação da forma Drag. 29.

124 | Copo (?) (imitação de Mayet, forma 43)

Diâm.: 134mm

Fragmentos de pança com carena. Pasta homogénea depurada com alguns grânulos de calcite, rosada; superfície externa com uma aguada

Cronologia: 2ª metade do séc. I.

bege-rosado, decorada com duas séries de mamilos de maior e menor dimensão, enquadradas por linhas pintadas a ocre. Feito à roda.

Depósito: ML.ROM40/46.

Esp.: 6/8mm Cronologia: 2ª metade do séc. I

121

122 | Tigela

ML.ROM 91 E6 (02).

Fragmento de bordo e copa, ambos convexos mas desiguais. Pasta castanho-alaranjada, muito fina e bastante depurada, com minúsculos grãos de quartzo e feldspato. Superfícies alisadas com engobo, internamente, creme e, externamente, castanho-

Cerâmica de engobo branco

alaranjado, ligeiramente metalizado. Feita à roda. Imitação da forma Drag. 27.

122

Diâm.: 78mm

125 | Púcaro

Cronologia: 2ª metade do séc. I.

Fragmento de bordo/pança com arranque de asa de secção em D. Pasta homogénea, com calcite e grãos de mica muito fina, de cor laranja-

Depósito: ML.ROM40/46.

acastanhada; engobo branco e espesso. Diâm.: 140 mm Cronologia: 2ª metade do séc. I. ML.ROM40/46.

Arqueologia 82

83

Cerâmicas pintadas

triângulos internamente preenchidos por linhas paralelas formando um reticulado, enquadrada por linhas horizontais; superfície interna alisada. Feito à roda.

126 | Vaso

Esp.: 6mm

Fragmento de pança. Pasta micácea com quartzo, feldspato e nódulos de argila, de cor acastanhada, alisada interna e externamente, com

Cronologia: séc. I

decoração pintada em bandas verticais de cor negra. Feito à roda.

ML.ROM 03 A7 XVIII (02).

Esp.: 6mm Cronologia: séc. I a.C.

130 | Bilha (?)

ML.ROM 81 II A (04).

Fragmentos de pança. Pasta homogénea depurada com alguns grãos de quartzo e feldspato, variando entre o bege-rosado e o negro, resultante

127 | Púcaro (?)

de uma cozedura não homogénea da peça; superfície externa com uma

Fragmento de bordo/colo. Pasta muito fina, depurada e homogénea, rosada clara, superfície externa polida, com uma aguada de cor

aguada alaranjada, com decoração pintada de cor ocre, com duas faixas

castanho-amarelada com decoração geométrica, pintada a vermelho-acastanhado, constituída por uma faixa junto à parte superior do

horizontais e bandas verticais na parte superior; face interna alisada com

bordo/colo e triângulo reticulado; superfície interna bem alisada também com aguada. Feita à roda.

cor variando entre o bege e o cinza. Feito à roda.

Diâm.: 120 mm

Esp.: 8,3mm

Cronologia: séc. I

Cronologia: séc. I

ML.ROM40/46.

ML.ROM 80 A1 (02). 130

128 | Vaso Dois fragmentos de pança. Pasta muito depurada e fina, de cor variando entre o castanho muito pálido e o cinzento-rosado, com as super-

Cerâmica comum romana

fícies interna e externa alisadas e com decoração geométrica, pintada a vermelho-acastanhado. Feita à roda. Esp.: 4mm

131 | Prato

Cronologia: séc. I

Prato de parede oblíqua quase recta e bordo ligeiramente arqueado e revirado para fora; fundo plano. Pasta homogénea e compacta, com

ML.ROM40/46.

alguma areia, de cor variando entre o castanho-claro e cinzento quase negro; superfícies alisadas. Feito à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 196mm

129 | Vaso

Alt.: 22,4mm

Fragmentos de pança e arranque de colo separado por duas caneluras. Pasta fina e depurada de cor vermelho alaranjada; superfície

Cronologia: séc. I

externa com uma aguada vermelho-alaranjada clara, com decoração geométrica pintada, de cor ocre, constituída por uma faixa de

ML.ROM 03 Banq (03).

Arqueologia 84

85

132 | Púcaro Perfil em S, bordo lançado para o exterior com asa de fita ligando o bordo à parte superior da pança. Pasta depurada, com alguma areia e pouca mica, alaranjada, interna e externamente, e com vestígios de fumigação; superfície externa alisada, decorada com duas caneluras horizontais e paralelas na parte superior da pança acima do arranque inferior da asa; superfície interna alisada. Feita à roda. Diâm. bordo: 125mm Alt.: c. 158mm 133a

Cronologia: séc. I ML.ROM 91 XIV E6 (02).

133 | Assadeira Bordo bilobulado para aplicação de testo e paredes arqueadas, armadas de duas pegas. Pasta homogénea, com alguma areia, com cerne cinzento-escuro; superfícies alisadas com coloração variando entre o cinzento-escuro e o castanho claro, sendo a externa decorada com 132

linha quebrada enquadrada na parte inferior por uma canelura. Feita à roda. Diâm. bordo: 150mm Alt.: c. 70mm Cronologia: séc. I 133

ML.ROM40/46.

133a | Testo Discóide com pega em forma de botão. Pasta homogénea e arenosa de cor bege; superfícies alisadas. Diâm. 150mm (?) Cronologia: séc. I ML.ROM40/46. 131

Arqueologia 86

87

134 | Assadeira Fragmento de bordo bilobulado para aplicação de testo bordo e parede arqueada voltada para o interior, armada de pega. Pasta grosseira, homogénea e compacta de cor castanho-alaranjado com areia; superfícies alisadas, de cor castanho-alaranjado mais escuro. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feita à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 145mm Cronologia: séc. I ML.ROM40/46.

135 | Assadeira Fragmento de bordo arredondado no interior e lançado obliquamente para o exterior, fazendo aresta com a superfície, com parede arqueada e armada de pequena pega. Pasta homogénea com alguma areia, apresentando o cerne uma coloração cinza quase negro e as superfícies acastanhadas; superfície externa rugosa, mas internamente bem alisada. Vestígios de fumigação. Feita à roda e boa cozedura. Diâm.: 135mm Cronologia: séc. I castanho-escuro e o cinzento. Feita à roda.

ML.ROM40/46.

Diâm. bordo: 122mm 136 | Frigideira

Alt.: c. 130mm

Fragmento de bordo de lábio plano e horizontal voltado para o interior, com parede arqueada. Pasta homogénea, com alguma areia, de cor

Cronologia: séc. I

castanha acinzentada; superfície externa rugosa, mas internamente bem alisada, ambas com aguada castanho clara. Vestígios de fumiga-

ML.ROM 03 XVIII A6/A7 (02).

138

ção na superfície interna. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 190mm

138 | Pote

Cronologia: séc. I

Bojo ovóide, colo curto e bordo arqueado e esvasado. Pasta homogénea e compacta, com alguma areia e pouca mica, e uma coloração

ML.ROM40/46.

entre o castanho e o cinzento escuro; superfícies alisadas. Feito à roda e cozedura boa. Diâm. bordo: 154mm

137 | Pote

Alt.: c. 120mm

Pote com pança ovóide, bordo lançado para o exterior com diâmetro inferior ao da pança e fundo em bolacha. Pasta acastanhada, homo-

Cronologia: séc. I

génea e arenosa, com pouco mica; superfície externa acastanhada com vestígios de fumigação; superfície interna com coloração entre o

ML.ROM 03 XXI A’9 (03).

Arqueologia 88

89

139 | Pote

141 | Jarro

Perfil em S, bordo lançado para o exterior com diâmetro inferior ao da pança. Pasta acastanhada, homogénea e arenosa, com pouca mica

Fragmento de bordo envasado e colo com arranque de asa. Pasta homogénea, muito depurada, com finos grãos de quartzo, feldspato e

e alguns grãos de calcite; superfícies interna e externa alisadas. Feita à roda.

pouca mica; superfícies interna e externa alisadas, de cor bege-acastanhado com aguada castanho-alaranjada. Decorado com uma linha

Diâm. bordo: 160mm

ondulada incisa e canelura na parte superior do bordo. Arranque de asa com apoio, junto ao bordo, para o polegar. Feito à roda.

Alt.: c. 168mm

Diam.: 106mm

Cronologia: séc. I

Cronologia: séc. I.

ML ROM 81 I (02).

ML.ROM40/46.

140 | Pote

142 | Testo

Fragmento de bordo arqueado, revirado para fora, e colo. Pasta homogénea e compacta com cerne rosado; superfícies, alisadas, de cor

Em forma de calote, muito baixa. Pasta homogénea, com grãos de quartzo, calcite e alguma mica, de cor bege; superfícies alisadas. Visível,

bege com um engobo bege amarelado. Feito à roda e boa cozedura.

na superfície externa, uma linha incisa de motivo decorativo.

Diâm. bordo: 244mm

Diâm.: 110mm

Cronologia: séc. I

Cronologia: séc. I

ML.ROM 81 I (01).

ML.ROM 91 D7/E7 (03).

143 | Testo Em forma de calote. Pasta homogénea e arenosa com cerne acastanhado; superfícies, alisadas, de cor castanho-alaranjada. Decorado externamente com canelura incisa. Diâm.: 185mm Cronologia: séc. I ML.ROM 91 D7/E7 (03).

144 | Testo 139

137

Em forma de calote. Pasta homogénea, arenosa e com alguma calcite, de cor bege; superfícies alisadas. Vestígios de fumigação. Feito à roda.

34

Arqueologia 90

91

Diâm.: 220mm

148 | Ânfora do tipo Haltern 70

Cronologia: séc. I

Fragmento de colo e asa de secção elíptica com canelura longitudinal. Pasta homogénea e arenosa de cor beje-rosada; superfícies alisadas

ML.ROM 90 D5 (03).

de cor bege. Diâm. máx.: 122mm ML.ROM40/46

Ânforas romanas 149 | Ânfora do tipo Haltern 70 145 | Ânfora do tipo Haltern 70

Fragmento de asa de secção elíptica com canelura longitudinal. Pasta homogénea arenosa de cor bege-rosada; superfícies alisadas de cor

Fragmento de bordo e parte do colo; Bordo esvasado, em forma de banda saliente em relação ao colo, ligeiramente inclinado para o ex-

bege.

terior e com secção de perfil sub rectangular. Pasta homogénea, de cor bege-acastanhada; superfícies alisadas de cor bege. Feito à roda

Comp.: 112mm; Larg.: 43mm; Esp.: 11mm

e boa cozedura.

ML. ROM 91 E6/D6 (03).

Diâm.: 156 mm 150 | Ânfora do tipo Haltern 70

ML.ROM40/46.

Fragmento de fundo cónico, internamente em forma de calote. Pasta homogénea e arenosa de cor bege-rosada; superfícies alisadas de cor 146 | Ânfora do tipo Haltern 70

bege claro. Feito à roda e boa cozedura.

Fragmento de bordo e parte do colo com arranque de asa; Bordo esvasado, em forma de banda saliente em relação ao colo, ligeiramente

Diâm. ext.: 91mm

inclinado para o exterior e com secção de perfil sub rectangular. Pasta homogénea, de cor bege-acastanhada; superfícies alisadas de cor

ML.ROM40/46.

bege. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 148mm

151 | Ânfora do tipo Dressel 14 (Lusitana)

ML.ROM40/46.

Fragmento de fundo cónico. Pasta homogénea, porosa, de cor alaranjada; superfícies alisadas de cor acastanhada, apresentando internamente manchas quase negras.

147 | Ânfora do tipo Haltern 70

Diâm.: 59mm

Fragmento de bordo e parte do colo; Bordo esvasado e espessado com perfil interno ligeiramente côncavo. Pasta homogénea e arenosa de

ML.ROM40/46.

cor bege-amarelada; superfícies alisadas de cor castanho-amarelada. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 171mm ML.ROM ROM40/46.

Arqueologia 92

93

RECIPIENTES DE VIDRO

157 | Garrafa cilíndrica Fragmento de bordo e arranque de colo de cor verde transparente (Isings 51A ou 51B).

152 | Taça gomada

Diâm. bordo: 88mm; Esp.: 6,1 mm

Fragmento de bordo, polido a torno, e pança de cor verde gelo, decorado externamente com gomos verticais (Isings 3).

ML.ROM 90 F5 (02).

Diâm. bordo: 120mm; Esp. mínima: 3mm 158 | Garrafa cilíndrica

ML.ROM 91 D6 (02).

Fragmento de colo e ombro de vidro transparente (Isings 51A ou 51B). 153 | Taça gomada

Diâm. gargalo: 24mm; Esp. máxima: 2,7 mm

Fragmento de pança/base verde gelo, decorado externamente com gomos verticais e com duas ranhuras concêntricas no interior (Isings 3a).

ML.ROM 90 (Rec. Sup.).

Diâm. máx.: 135mm; Esp.: 2,3mm ML.ROM 91 E6 (02)

154 | Taça gomada

FÍBULAS

Fragmento de pança de cor azul-escuro, decorado externamente com gomos verticais (Isings 3). Esp.: 3,1

159 | Fíbula de bronze, tipo Ponte 23 (Santa Luzia)

ML.ROM 90 F4 (02).

Arco de secção hexagonal, vestígios de eixo de ferro para a mola bilateral; pé truncado pela dobra e não tem mola nem fusilhão. Comp.: 57mm; Alt.: 33mm

155 | Taça

Cronologia: Sécs. IV/III a.C.

Fragmento de taça de cor verde água, com bordo, polido a torno, decorado com canelura e duas estrias e parede com canelura

Bibl.: SILVA, A.C.F 1986, p. 219, n.º 390 (M. Fib. 44), Est. CIV, 4.

(Isings 29).

ML.ROM 81 IV A5 (04).

Diâm. bordo: 84 mm; Esp.: 1,5mm 160 | Fragmento de aro, de secção circular, de fíbula anular

ML.ROM 91 E7 (01/02).

Aro aberto, sob a forma de um ómega. 156 | Taça

Cronologia: século I

Fragmento de bordo de taça de vidro castanho com decoração aplicada de meandros de cor branca (Isings 43).

ML. ROM 91 E6 (02).

Diâm. bordo: 96mm; Esp.: 3mm ML.ROM 80 A1 (01).

Arqueologia 94

95

PATELAS EM ARGILA (para jogo ou para transformação em fusaiolas)

FUSAIOLAS

Fabricadas a partir da reutilização de fragmentos de vasos

Xisto

161 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea

167 | Forma discóide

Diâm.: 30,5mm; Peso: 9,9g

Diâm.: 38mm

ML.ROM 81 II (05).

ML.ROM 91 XV D6 (03).

162 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea

168 | Fusaiola inacabada de forma discóide. Apresenta marca para abertura de orifício que não foi realizado

Diâm.: 63mm; Peso: 11,2g

Diâm.: 26,9mm

ML.ROM 80 III (04A).

ML.ROM 91 XIV D7 (02).

161

162

163

163 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea Diâm.: 51,7mm; Peso: 32,9g 164

Argila

ML.ROM 91 C7 (04). 169 | Forma cónica com base côncava. Pasta castanho-alaranjada, com areia

165

164 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea

Diâm.: 26,5mm

Diâm.: 26,6mm; Peso: 7,1g

Bibl.: Silva, A.C.F. 1986, Est. LXXXI, 13.

ML.ROM 82 I C1/D1 (03).

ML.ROM 82 II (07).

165 | Patela circular. Pasta de cor castanha com pouca mica

170 | Forma tronco cónica. Pasta de cor acastanhada, com areia

Diâm.: 38mm; Peso: 19,7g

Diâm.: 27,52mm

ML.ROM 82 X C5 (02).

Diâm. Orifício: 4,2mm Bibl.: Silva, A.C.F. 1986, Est. LXXXI, 11.

166

166 | Patela circular. Pasta de cor alaranjada com minúsculas palhetas de mica

ML.ROM 81 II (05).

Diâm.: 61,3mm; Peso: 43g ML.ROM 91 XV D6 (02).

Arqueologia 96

97

171 | Forma bicónica com a face superior truncada. Pasta castanha, micácea. Decoração incisa de quatro linhas radiais, na face superior

Fabricadas a partir da reutilização de fragmentos de recipientes

Diâm.: 28,65mm 177 | Forma discóide, inacabada. Pasta cor de laranja, micácea. Apresenta marca para

ML.ROM 90 XII D5 (01).

abertura de orifício que não foi realizado 172 | Forma cilíndrica. Pasta castanho-avermelhada, micácea. Decoração incisa de oito linhas radiais, na face superior

Diâm.: 29,4mm

Diâm. 29,6mm

ML.ROM 81 II (05).

Bibl.: Silva, A.C.F 1986, Est. LXXXI, 10.

178

178 | Forma discóide. Pasta negra com superfície acastanhada, micácea

ML.R0M 81 III (04A).

Diâm.: 29,2mm 173 | Forma hemisférica com base côncava. Pasta laranja-acastanhada, micácea

ML.ROM 81 IV (04).

Diâm.: 30,7mm

179

179 | Forma discóide. Pasta castanha, micácea

ML.ROM 91 B6 (03).

Diâm.: 30,9mm 174 | Forma bulbosa. Pasta castanho-alaranjada, micácea

ML.ROM 81 IV (03).

Diâm.: 29,4mm

180

180 | Forma discóide. Pasta com cerne acinzentado e as superfícies alaranjadas (reutilização

ML.ROM 81 II (04A).

de fragmento de vaso de tradição púnica) 175 | Forma bulbosa. Pasta vermelho-acastanhada, micácea

Diâm.: 24,9mm

Diâm.: 30,3mm

Bibl.: Silva, A.C.F (Est. LXXXI, A1-1).

ML.ROM 82 X C4 (02).

ML.ROM 81 II (05).

176 | Forma bulbosa com ressalto na parte superior e concavidade junto do orifício. Pasta castanho-avermelhada e superfície acastanhada

181 | Forma discóide. Pasta de ânfora romana com cerne castanho claro e superfí-

escura, por vezes, quase negra, micácea.

cies alaranjadas

Diâm.: 41,9mm

Diâm.: 41,7mm

ML.ROM 91 XIV E6 (02).

ML.ROM 03 XIX A’8/9 (04).

181

Arqueologia 98

99

PESOS DE TEAR

182 | Forma subcilíndrica; com um orifício de suspensão central de 8mm. Pasta e superfície de cor alaranjada. Cozedura boa Alt.: 135mm; Peso: 390g ML.ROM40/46.

183 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; são parcialmente visíveis os dois orifícios de suspensão. Pasta e superfície de cor alaranjada. Cozedura boa Alt. máx.: 42mm; Peso: 290g ML.ROM 91 XIV C7/D7 (02). 185

184 | Forma em pirâmide truncada; é parcialmente visível um dos dois orifícios de suspensão. Pasta de cor bege, apresentando a superfície algumas manchas mais escuras. Cozedura boa

182

Alt. máx.: 45mm; Peso: 410g ML.ROM 03 XX A’7.

185 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; com dois orifícios de suspensão de 5mm. Pasta e superfície castanho-escura com manchas mais claras. Cozedura boa Alt. máx.: 68mm; Peso: 210g ML.ROM91 XIV X7 (01).

186 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; com dois orifícios de suspensão de 7mm. Pasta de cor bege e superfície com manchas castanhas escuras. Cozedura boa 186

187

Alt. máx.: 81mm; Peso: 215g ML.ROM 90 XI F4 (02).

Arqueologia 100

101

187 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; com dois orifícios de suspensão de 5mm. Pasta e superfície de cor alaranjada.

Comp.: 42mm; Larg.: 12mm

Cozedura boa

Cronologia: séc. I.

Alt. máx.: 60mm; Peso: 210g

ML. ROM40/46.

ML.ROM 91 XV D6 (02). 192 | Chocalho 188 | Fragmento da parte inferior de peso de forma paralelepipédica. Pasta castanho-escura com a superfície alaranjada. Cozedura

Campânula incompleta de campainha de bronze com suporte partido; sem badalo

boa

Alt.: 43mm

Alt. máx.: 69mm; Peso: 350g

ML.ROM40/46.

ML.ROM 90 VII D3 (02). 193 | Prego-cavilha em ferro com cabeça em T, secção quadrada; incompleto 189 | Fragmento da parte inferior de peso de forma paralelepipédica. Pasta e superfície de cor rosa-alaranjada. Cozedura boa

Comp.: 129mm

Alt. máx.: 90mm; Peso: 300g

Cronologia: Séc. I

ML.ROM 90 D4 (02).

ML.ROM 82 VII (02).

190 | Fragmento da parte inferior de peso de forma paralelepipédica; Pasta acastanhada, apresentando a superfície manchas mais

194 | Prego em ferro com cabeça cónica achatada e secção rectangular; incompleto

escuras. Cozedura boa

Comp.: 89mm

Alt. máx.: 67mm; Peso: 265gr

Cronologia: séc. I

ML. ROM 91 XV D6/E6 (02).

ML.ROM 03 XX A’6 / A’7 (02).

195 | Projéctil (?) em barro OBJECTOS DIVERSOS

Esferóide. Pasta homogénea e compacta com grãos quartzo e feldespato de grande calibre; superfície toscamente regularizada. Diâm. máximo: 59mm

191 | Pé de caçarola

Peso: 150g

Pé de cobre para aplicação por soldadura no fundo externo de caçarola; com a face externa em arco de círculo e a face interna cortada

Cronologia: sécs. VI/V a.C.

em dois crescentes.

ML.ROM 80 A1 (06).

Arqueologia 102

103

198 | Asse de Augusto, NO da Hispânia, 26-25 a.C.(?) Anv.) Cabeça de Augusto à esquerda, entre palma e caduceu alado; em volta, IMP AVG DIVI F Rev.) Caetra (escudo redondo com umbo central) Metal: cobre Peso: 7,82g Bibl.: RPC I, 3 ML.ROM 94 OpRest 196

199 | Denário de Tibério, Lugdunum (Lyons), 31-37 196 | Espada afalcatada

Anv.) Cabeça laureada de Tibério à direita; em volta, TI CAESAR DIVI

Lâmina em ferro, de secção triangular.

AVG F AVGVSTVS

Comp. Max.: 260mm; Larg. máx.: 38mm

Rev.) Figura feminina (Lívia?) sentada à direita numa cadeira sobre

Cronologia: finais séc. I a.C.-inícios séc. I

uma linha, segurando um longo ceptro vertical na mão direita e um

ML.ROM 91 XV E6 (06).

ramo na esquerda; em volta, PONTIF – MAXIM Metal: prata Peso: 2,05g

MOEDAS

Anverso < 197 > Reverso

Bibl.: RIC I, 30 ML.ROM 80 A3 (02).

197 | Denário de M. Júnio Bruto, Roma, 54 a.C. Anv.) Cabeça de Libertas à direita; atrás, LIBERTAS

200 | Sestércio de Nero Cláudio Druso (sob Cláudio I), Roma, 41-50(?)

Rev.) Brutus andando para a direita, entre dois lictores, precedidos por um oficial civil; no exergo, BRVTVS

Anv.) Cabeça descoberta de Druso à esquerda; em volta, NERO CLAVDIVS DRVSVS GERMANICVS IMP

Metal: prata

Rev.) Cláudio I, togado e segurando um ramo, sentado à esquerda na cadeira curul, rodeada por uma miscelânea de armamento; em volta,

Peso: 1,36g

TI CLAVDIVS CAESAR AVG P M TR P IMP

Bibl.: RRC 433/1

Metal: latão

ML.ROM 80 A3 (02).

Peso: 18,67g Bibl.: RIC I, 93 ML.ROM 80 A4 (02).

Arqueologia 104

105

201 | CARTIBULUM (mesa localizada normalmente no átrio da casa onde, se colocavam alguns vasos e alimentos)

Mesa rectangular, em granito local amarelado, com pedestal em coluna; o tampo rectangular apresenta uma decoração moldurada em cornija, na frente e lateralmente, composta por uma garganta directa achatada, entre uma faixa e um listelo; a coluna tem um capitel toscano com ábaco quadrangular e equino em forma de toro, concordando por um escapo com a parte superior do fuste tronco-cónico e liso que, por sua vez, se liga por um escapo à base, constituída por um toro e um plinto quadrangular. Dimensões: tampo, 1010mm X 600mm X 150mm; coluna 710mm (alt.), 290mm (cima), 340mm (base). Cronologia: época de Augusto (27 a.C.-14). ML.ROM 81 C2 (01/02).

201

Arqueologia 106

107

Castro de Fiães Implantado num morro de pequena extensão com 189 metros de altura, relativamente destacado na paisagem com uma boa visibilidade

râmicas que pela sua decoração e fabrico pertencerão ao Bronze Final. O espólio ceramológico castrejo é pouco significativo, assinalando-

dos sectores oriental e setentrional, próximo da Capela da Nossa Senhora da Conceição. Uma boa da parte do Monte Redondo foi ao longo

se contudo a presença de vasos de asa interior e em orelha.

dos tempos ocupada por diversas construções que vêm contribuindo gravemente para a gradual destruição desta estação arqueológica

O povoado revelou estruturas e materiais que comprovam ter-se tratado de uma importante localidade no período romano, sobretudo em

que, considerando a importância deste povoado revelada pelos riquíssimos achados arqueológicos aqui efectuados e a sua proximidade da

época tardia, tendo as escavações posto a descoberto paredes ortogonais de diversos edifícios habitacionais. Entre os achados destacam-

via Olisipo-Bracara, vem sendo identificada por alguns investigadores como a Langóbriga ou Lancóbriga do Itinerário de Antonino, onde se

se também duas inscrições, uma votiva, dedicada a Júpiter, e outra funerária, mais de um milhar de moedas, principalmente do séc. IV,

refere que se situava a 18 milhas de Talábriga e 13 milhas de Cale.

entre tesouros e achados avulsos, diversas cerâmicas romanas (comum, pintada, cinzenta fina, sigillatas itálicas, sudgálicas e hispânicas,

O Castro de Fiães foi objecto de várias campanhas de escavações no século passado, tendo o Prof. Mendes Corrêa contribuído para a sua

sigillatas claras (sobretudo da variedade D), vidros e alguns objectos metálicos, como fíbulas, armelas de sítula e um cabo de pátera. Em-

divulgação no meio científico da época com a publicação, em 1925, de um artigo a propósito das escavações efectuadas em 1924 pelo

bora a ocupação em período romano esteja suficientemente

Padre Abel Alves Pinho que permitiu a recolha de abundantes materiais arqueológicos que deram entrada no Museu de Antropologia “Dr.

atestada desde o início do época imperial, Carlos Alberto Fer-

Mendes Corrêa” da Universidade do Porto em 1938. A importância científica deste sítio arqueológico vai despertar o interesse de dois ilus-

reira de Almeida e Eugénio dos Santos realçam a excepcional

tres feirenses, professores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o saudoso Prof. Carlos Alberto Ferreira de Almeida e o Prof.

importância do castro a partir de meados do século III, ates-

Eugénio Francisco dos Santos que empreendem entre 1971 e 1974, com o apoio da Faculdade de Letras e o alto patrocínio da município

tada pela quantidade e variedade de materiais tardios.

feirense, uma série de campanhas de escavações arqueológicas que permitiram aclarar um pouco mais a história do povoado. Os trabalhos

Apesar das percentagens desequilibradas de vestígios roma-

arqueológicos revelaram um conjunto de estruturas habitacionais tardorromanas da fase final de ocupação do castro e um valioso conjunto

nos e pré-romanos, pode-se afirmar que o castro foi ocupa-

de materiais arqueológicos. Entre os materiais exumados sobressai o tesouro de jóias baixo-imperiais de ouro, composto por 3 de anéis e

do desde a fase inicial da cultura castreja, possivelmente

de um colar de contas (Fig.1) que foi ocultado sob a soleira da porta de uma casa, os dois tesouros de 103 e 45 moedas romanas, aparecidos

desde o Bronze Final, até a períodos tardirromanos e mesmo

em 1973 e 1974, respectivamente, datáveis de meados do século V, um significafivo conjunto de cerâmica sigillata clara C e D e outros

alti-medievais.

materiais de produção local ou regional e importados. Uma parte importante destes materiais arqueológicos que estavam depositados na

CORREA, M. 1925, p. 88-97; PINTO, R.S. 1929, p. 421; SÁ, M.F.

então Sala de Arqueologia, sita no Palacete Burmester da Faculdade de Letras do Porto, foi irremediavelmete perdido na sequência da ocu-

1938-39 e 1940; TEIXEIRA, C. 1938; SÁ, M.F. 1938-39 e 1940;

pação descontrolada destas instalações no período imediato à Revolução de Abril de 1974. Os materiais do Castro de Fiães que integram a

SOUSA, A. 1942 e 1954; SOUTO, A. 1942; FREIRE, O. 1965 e

exposição permanente do Museu Covento dos Lóios, representam uma pequena parte, não sendo sequer a mais significativa, que foi possível

1967-68; ALMEIDA, C.A.F.-SANTOS, E. 1971 e 1972; CENTENO,

recuperar do espólio arqueológico das escavações dos anos setenta.

R.M.S. 1976, p. 138-143; KALB, Ph 1980, p. 113-120; SILVA,

Em 1980 foram retomados os trabalhos arqueológicos no castro com a realização de uma pequena campanha dirigida por Armando Coelho

A.C.F. 1986, p. 104, nº 829; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 54, nº 16;

e Rui Centeno, docentes da Faculdade de Letras do Porto, que permitiu a detecção da muralha superior do povoado.

p. 95, nº 16; CENTENO, R.M.S. 2008.

A ocupação do castro que remontará ao Bronze Final, revelou-se particularmente importante na época romana, em especial durante o

[R.C.]

Baixo-império (sécs.- IV-V d.C.). De épocas anteriores registaram-se alguns objectos como um machado de bronze de alvado e algumas ce-

Fig. 1 | Tesouro de jóias baixo-imperiais de ouro

Arqueologia 108

109

CERÂMICAS DO BRONZE FINAL (c. 900-700 a.C.)

à mão e boa cozedura. Diâm.: 260mm

1 | Vaso

ML. FIA 71.

Fragmento de pança. Pasta de cor castanha avermelhada micácea com alguma areia e calcite; superfícies castanho-escuras, alisadas. Decorado com uma banda largos sulcos oblíquos entre

Cerâmica micácea feita à roda

caneluras horizontais. Feito à mão. 1

Dimensões: 54,5 x 59,2 X 10,9mm

4 | Vaso de asa interior

Bibl.: ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1971: p. 154, Est. I, 5.

Fragmento de bordo com lábio plano quase horizontal alarga-

ML.FIA 71.

do internamente e com paredes ligeiramente arqueadas. Pasta

4

cinzenta micácea, com alguma areia; superfícies alisadas com trapo, com uma tonalidade à da pasta. Um orifício de 5mm foi LOUÇA DE MESA E COZINHA

efectuado posteriormente no vaso para a sua suspensão. Feito à roda e boa cozedura.

Cerâmica micácea de fabrico manual

Diâm.: c. 390mm

6

ML. FIA 74 Quad. Últ. 2 | Recipiente (talvez do tipo alguidar)

2

Fragmento de fundo raso e plano, com arranque de paredes rectas e oblíquas. Pasta de cor

5 | Potinho

acinzentada homogénea e compacta com alguma areia e muita mica; superfície interna alisada

Fragmento de bordo e pança. Bojo globular, bordo amendoado revirado para fora. Pasta de cor cinzento-escura com manchas beges e

com engobo negro e a externa com tonalidades entre o avermelhado e o cinza. É visível no

alguma areia; superfícies alisadas a cor acastanhada. Feito à roda e cozedura razoável.

fundo um orifício com 9mm e vestígios de um outro similar, feitos após a cozedura, indiciando

Diâm.: 110mm

a utilização do recipiente como uma esécie de coador. Feito à mão e boa cozedura

ML. FIA 80 B4 (01).

Diâm.: 280mm 6 | Pote

ML. FIA 74 Quad. Últ.

Ombros arredondados, bordo revirado para fora e amendoado. Pasta de cor castanho-atijolado com muita areia e alguma mica; superfícies

3

3 | Pote

alisadas de cor castanho-escuro. Aderências de negro devido à utilização. Feito à roda e boa cozedura.

Fragmento de bordo e pança. Bordo amendoado, revirado para fora e arqueado. Pasta micácea

Diâm. : 120mm

de cor avermelhada com alguns grãos de areia; superfícies alisadas a cor castanha escura. Feito

ML.FIA.

Arqueologia 110

111

7 | Pote

pacta de cor cinzenta clara; superfície externa alisada a cinzento-escura, sendo a in-

Bojo provavelmente ovóide a julgar pela inclinação dos ombros, bordo revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta micácea de cor

terna da cor da pasta. Um grafito incompleto gravado no colo com a as letras RVI( F ou

alaranjada e com alguns grãos de areia; superfície externa alisada com trapo; a interna também foi alisada e tem uma cor rosada. Feito

T ?) poderá indicar o nome do proprietário do mesmo. Feito à roda e boa cozedura.

roda e boa cozedura.

Dimensões: 27 x 38mm

Diâm.: 220mm

ML. FIA 74 B (02).

FIA 71. 11 | Pote

8

8 | Talha

Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estri-

Fragmento de bordo revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta micácea grosseira de cor cinzenta com areia; superfícies alisadas

bado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta fina e compacta cinzento-clara;

de cor alaranjada. Feito à roda e boa cozedura.

superfícies alisadas com uma coloração ligeiramente mais escura, apresentando a

Diâm.: 320mm

externa uma decoração polida de bandas verticais no colo, limitadas inferiormente

ML. FIA 71.

por uma canelura; no arranque do ombro é visível parte dos decoração, constituída por uma canelura horizontal, seguida por uma linha quebrada, brunidas. Feito à roda

9 | Talha

e boa cozedura.

Fragmento de bordo revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta grosseira de cor negra; superfícies micáceas e rugosas, sendo

Diâm. bordo: 150mm

a externa acinzentada e a interna alaranjada.

ML. FIA 72 XV (01).

9

Feito à roda e cozedura razoável. Diâm.: c. 450mm Terra sigillata itálica

ML. FIA 80 B4 (01).

12 | Copa, tipo Goudineau 40A

11

Cerâmica cinzenta fina polida (finais séc. I

Fragmento de bordo idêntico ao que pode ser atribuído à produção aretina. Pasta de

a.C.- séc. I)

textura fina de cor rosada; engobo de espessura média de cor de tijolo vivo. 7

Dimensões: 20 x 29mm

10 | Potinho (?)

Bibl.: ALMEIDA, C.A.F. 1972: p. 160, Est. IV, 2.

Fragmento de colo e pança. Pasta fina e com-

ML. FIA 71 A II (04).

Arqueologia 112

113

Terra sigillata sudgálica

da, com verniz espesso e brilhante mas muito degradado. As duas zonas decoradas estão limitadas por molduras ladeadas por dupla linha

La Graufesenque

de perlas. A forma e temática decorativas são, porém, tipicamente hispânicas pelas métopas, pelas linhas onduladas, pela espécie de pontas de seta foliformes e, em estilo de transição, pelos círculos que apresenta na zona inferior.

13 | Taça, tipo Drag. 27

Dimensões: 71 x 50mm

Fragmento da parte inferior da pança e fundo com ligeira canelura interna central, pé baixo e esvasado. Pasta de textura média regular

ML. FIA 71 A II (04).

de cor vermelha alaranjada. Engobo de espessura média de cor castanho alaranjado. Marca de oleiro: OF A . PRI

16 | Tijela, tipo Drag. 29

Diâm. do pé: 34mm

Fragmento de fundo e arranque de pança. Pasta de textura média rosada; engobo de espessura razoável de cor de tijolo vivo. Grafito na

ML. FIA 80 B3 (01).

superfície externa da fundo: FRO. Diâm. pé: 50mm ML. FIA 80 A3 (04).

Terra sigillata hispânica Tritium Magallum

17 | Prato, tipo Drag. 15/17 14

Fragmento de fundo e arranque de pança. Pasta de textura média de cor vermelha alaran-

14 | Tijela, tipo Drag. 29

jada. Engobo de espessura razoável de cor de tijolo vivo. Grafito na superfície externa da

Fragmento de arranque de pança decorada, marcada por dois ressaltos.

fundo: [...] EBOI.

A pasta, de cor rosada, de boa qualidade. O engobo é de boa aderência

Diâm. pé: 52,3mm

e espesso, de cor de tijolo vivo. A decoração é pouco nítida, parecendo

ML. FIA.

16

representado um javali Dimensões: 21 x 26mm Bibl.: ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1972: p. 161, Est. IV, 6.

Terra sigillata hispânica tardia (séc. IV-início do V)

ML. FIA 71 A II (04).

Tritium Magallum 15

15 | Tijela, tipo Drag. 29 Fragmento de parede. Pasta com alguma calcite de cor castanha alaranja-

17

18 | Tijela, tipo Mezquiriz 37b Fragmento de parede. Pasta de textura média de cor alaranjada. Engobo de espessura razo-

Arqueologia 114

115

ável de cor castanha alaranjada. Motivo decorativo composto por círculos concêntricos preenchidos por rectângulos radiais. Dimensões: 35,3mm x 43mm Cronologia: Séc. IV-V ML. FIA 71 I (02).

Sigillata clara africana

19 | Prato, (Hayes, forma 59 B) Fragmento de fundo de prato estampado. O tema central é composto por motivos geométricos e naturalistas, cinco quadrados preenchidos com cinco duplos círculos, alternando com trevos. Pasta de textura média de cor alaranjada. Diâm.: 450 mm Alt.: 40mm Cronologia: c. 320-420 ML. FIA 71 III C (02).

20 | Prato, (Hayes, forma 61 A) Fragmento de fundo de prato. Do pequeno círculo central saem radialmente, seis palmetas, de tipo oval, com dupla nervura central. Entre as suas pontas há rosetas do estilo A II de Hayes. Datável da 2.ª metade do séc. IV. Pasta de textura média regular de cor vermelha alaranjada. Dimensões: 23 x 77mm Cronologia: 2ª metade do Séc. IV 19

Bibl.: ALMEIDA – SANTOS 1971, p. 197, Est. V, 1. ML. FIA 71 A II (04).

Arqueologia 116

117

21 | Prato

25 | Púcaro

Fragmentos de fundo de prato estampado. Pasta de cor alaranjada. O motivo decorativo não é perceptível no seu conjunto, mas ainda se

Fundo raso, bojo ovóide de paredes finas, colo revirado para fora e

mantém visível a orla envolvente do tema central composta por círculos concêntricos incisos.

muito esvasado. Asa de fita grossa decorada com canelura vertical.

Dimensões: 135 x 106mm

Pasta homogénea e compacta de cor bege; superfícies alisadas com

ML. FIA 73 III (05).

aguada de tonalidades ligeiramente mais escuras que a pasta. Feito à roda e boa cozedura.

22 | Prato

Diâm. bordo: 98mm

Fragmento de fundo de prato estampado. Pasta de cor alaranjada. O motivo decorativo não é perceptível no seu conjunto, mas ainda se

Diâm. pé: 46mm

mantém visível do lado externo da orla envolvente do tema central composta por palmetas e círculos concêntricos.

ML. FIA 74 Quad. Últ.

Dimensões: 37 x 30mm 26 | Tigela

ML. FIA 73 VI (05).

Perfil hemisférico; bordo em ligeiramente descaída. Pasta fina e de23 | Prato

purada de cor rosada; superfícies alisadas com aguada alaranjada.

Fragmento de fundo de prato estampado. Pasta de cor castanha alaranjada. Engobo de espessura razoável de cor castanha alaranjada. O

Feito à roda e boa cozedura.

motivo decorativo não é perceptível no seu conjunto, mas ainda se mantém visível o círculo do tema central delimitado por palmetas.

Diâm.: 260mm

Dimensões: 36 x 55mm

ML. FIA 74 B (02).

25

ML. FIA 73 III (04). 27 | Prato Covo Fragmentos de prato covo com fundo raso, paredes oblíquas apruCerâmica comum romana

madas na parte superior, com bordo amendoado. Pasta de cor castanho-clara, compacta e homogénea; superfícies alisadas e com

24 | Copo

aguada alaranjada, apresentando a externa uma canelura junto do

Fragmento de bordo. Paredes rectas decoradas com caneluras verticais que formam uma espécie de sulcos. Pasta de cor alaranjada com

bordo. Feito à roda e boa cozedura.

muita areia e alguma mica. Superfícies alisadas a cor castanha escura. Feito à roda e boa cozedura.

Diâm. bordo: 230mm

Diâm.: c. 90mm

Alt.: 32,5mm

ML. FIA 71.

ML. FIA 74 B Quad. Últ. (02).

Arqueologia 118

119

27

28 | Assadeira

31 | Pote

Paredes arqueadas ovóides com bordo amendoado ligeiramente voltado para fora. Pasta de cor castanha acinzentada com alguma areia e

Fragmento de bordo e de pança. Bojo ovóide, bordo revirado para fora e ligeira-

mica; superfícies alisadas com aguada alaranjada. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feito à roda e boa cozedura.

mente arqueado. Pasta fina, homogénea e compacta, de cor alaranjada – acin-

Diâm. bordo: 220mm

zentada. Superfícies alisadas, a interna a castanho atijolado e a externa a cor de

ML.FIA.

laranja. Decorado com meandros incisos. Diâm. bordo: 212mm

29 | Panela

ML. FIA 73 III (05).

Perfil em S, pança bojuda e larga, colo estrangulado e bordo espessado e boleado com superfície plana e vertical no exterior e oblíqua no interior. Pasta homogénea castanho-clara com grãos de areia e mica fina; superfícies alisadas, sendo a externa a castanho-escuro. Vestígios

32 | Talha

de fumigação na superfície externa.

Fragmento de bordo e pança. Bojo ovóide e bordo espessado, revirado para fora.

Diâm. bordo: 190mm

Pasta grosseira de cor alaranjada com manchas acinzentadas devido à cozedura

ML. FIA 73 V (04).

fraca e alguns grãos de areia. Superfícies alisadas na mesma tonalidade da pas-

31

ta. Feito à roda e boa cozedura. 30 | Panela

Diâm. bordo: 300mm

Pança ovóide, armada com duas pegas em arco, e bordo espessado e plano, ligeiramente saído para fora e para o interior. Pasta de cor

ML. FIA 72 III (04).

32

bege com muita areia e alguma mica; superfícies alisadas, tendo externa recebido uma aguada alaranjada até à parte superior do bordo; a externa também foi alisada a cor castanho alaranjado. Vestígios de fumigação na superfície externa.

33 | Testo

Diâm.: 260mm

Discóide com pega em forma de botão. Pasta homogénea castanho-clara com areia e pouca mica. Vestígios de aguada alaranjada aplicada

ML. FIA 71.

nas superfícies. Boa cozedura. Alt.: 43mm ML. FIA AD II (02). 29

34 | Testo

28

Em forma de calote, muito baixa, pega em forma de botão levemente estrangulado e com a parte superior côncava. Pasta homogénea e 30

Arqueologia 120

121

Cerâmicas pintadas

compacta de cor cinzenta-escura com alguma areia e mica; superfícies alisadas de cor castanha alaranjada. Boa cozedura. Alt.: 9mm

38 | Bilha

ML. FIA 80.

Fragmento de gargalo com arranques de asas. Pasta homogénea e compacta de cor alaranjada; superfícies alisadas na mesma tonalidade da pasta. Ornamentação composta por bandas verticais a ocre e branco.

35 | Talha

35

Fragmento de bordo espessado e revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta

Diâm.: 52mm ML. FIA 71 AD I (03).

grosseira com grãos de quartzo e pontos brancos de calcite, de cor alaranjada; superfícies alisadas em cor alaranjada mais clara do que a pasta. Decorado inter-

39 | Bilha (?)

namente com duas linhas ondeadas separadas por canelura horizontal. Feito à roda

Fragmento de pança. Pasta homogénea e compacta de cor alaranjada com alguma areia; superfícies alisadas a cor alaranjada mais escura.

e boa cozedura.

Decorado com espiral pintada a cor branca. Feito à roda e boa cozedura.

Diâm.: c. 400mm

Dimensões: 15 x 11mm

ML. FIA 74 B (02).

ML. FIA AD I (04). 36

36 | Talha

40 | Fragmento de pança

Fragmento de bordo revirado para fora e rectangular, decorado externamente com três caneluras horizontais. Pasta grosseira de cor alaranjada com calcite, alguns vestígios de areia; superfícies alisados na mesma tonalidade da pasta. Feito à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 336mm

Pasta fina e depurada de cor castanha; superfícies alisadas na mesma tonalidade da pasta. Superfície externa pintada de vermelho-acastanhado e decorada com meandros sobrepostos a caneluras horizontais em relevo. Feito à roda e boa cozedura. Dimensões: 34 x 36 mm ML. FIA 80.

ML. FIA 80 A4 (02). 41 | Asa 37 | Almofariz

De secção circular decorada com quatro caneluras verticais. Vestígios de pintura de cor vermelho-escuro. Pasta homogénea e compacta de

Fragmentos de pança com paredes espessas, ligeiramente arqueadas. Pasta de coloração alaranjada com muita areia; superfície externa alisada na mesma tonalidade da pasta, sendo a interna revestida por vidrado de chumbo de cor esverdeada.

cor rosada com alguma areia. Boa cozedura. Dimensões: 34 x 38mm ML. FIA 74 B II (01).

Esp.: 24mm ML. FIA 72 Q VX (01). 37

Arqueologia 122

123

RECIPIENTES DE VIDRO

46 | Conta de colar Conta em pasta vítrea de cor azul escuro (Methuen 21F7).

42 | Tampa

Diâm.: 11mm

Fragmento de tampa em forma de cúpula, de cor verde, decorada com meandros brancos (Isings 66a).

ML. FIA 80 A3 (04).

Diâm.: 29mm; Esp.: 3mm 47 | Conta de colar

ML.FIA A. III (04).

Fragmento de conta em pasta vítrea de cor preta decorada com canelura em relevo. 43 | Copo

ML. FIA 73 III (05).

Fragmento de fundo de cor verde azeitona (Isings 111). Diâm. fundo: 35mm; Esp.: 2mm ANÉIS

ML.FIA.

43

44 | Jarra

48 | Anel

Fragmento de fundo de cor verde escura (Isings 88a).

Pequeno anel (para recém-nascido), em ouro, constituído por um aro de secção laminar, alargando na parte anterior que apresenta gravada

Diâm. fundo: 54mm; Esp.: 5mm

a inscrição V.T.F.; leitura: V(tere) T(e) F(elix); tradução: “Usa com felicidade” ou, de uma forma mais livre, “Usa-o e sê feliz”, fórmula

ML.FIA.

identificada em ambientes paleocristãos. Diâm.: c. 12mm; Esp. máx.: 0,4mm

44

45 | Jarra

Peso: 0,96g

Fragmento de gargalo de cor verde água translúcido (Isings 124a).

Cronologia: finais do séc. IV- início do V

Diâm.: 62,5mm; Esp.: 3mm

ML. FIA 80 B4 (02)

ML. FIA 73 II (04). 49 | Anel Aro de anel de bronze, de secção rectangular. OBJECTOS DE ADORNO

45

Diâm. orig.: c. 24mm; Esp.: 3mm 48

Peso: 6,32g Contas de vidro

ML. FIA Q X (04).

Arqueologia 124

125

PATELAS EM ARGILA (para jogo ou para transformação em fusaiolas)

55 | Patela circular Pasta cinzento-clara, superfícies cinzento-escuras, alisadas.

50 | Patela circular

Diâm.: 29mm

Pasta de cor alaranjada.

ML. FIA AD III (03). 50

Diâm: 31mm.

54

56 | Patela circular

ML. FIA AD IV (02).

Pasta alaranjada com superfície alisada. 51 | Patela

Diâm.: 32mm

Patela circular. Pasta de cor avermelhada.

ML. FIA 80 AB 3 (04).

Diâm.: 33mm 51

ML. FIA AD III (03).

57 | Fragmento de patela circular 55

Pasta castanho-escura e superfícies alisadas a cor negra. 52 | Patela circular

Diâm.: 50mm

Pasta de cor avermelhada.

ML.FIA.

Diâm.: 33mm ML. FIA AD III (03). 52

FUSAIOLAS (fabricadas a partir da reutilização de fragmentos de recipientes) 56

53 | Patela circular 58 | Forma discóide

Pasta de cor avermelhada. Diâm.: 28mm

Pasta de cor alaranjada com cerne cinzento muito escuro.

ML. FIA AD III (03).

Diâm.: 40mm ML. FIA 71 AD I (04).

54 | Patela circular 53

Pasta de cor avermelhada.

59 | Forma discóide

Diâm.: 34mm

Pasta cinzento-clara.

ML. FIA AD III (03).

Diâm.: 46mm

57

ML. FIA 80 AB-3 (04).

Arqueologia 126

127

PESOS DE TEAR

jada com algumas manchas beges esverdeadas. No topo superior marca grafitada X. Boa cozedura. Alt.: 124mm; Peso: 575g

Xisto

ML. FIA 80 A9 (04/05).

60 | Forma oblonga

64 | Forma paralelepipédica

Tem um orifício de suspensão central de 9mm.

Com dois orifícios de suspensão de 6mm. Pasta e superfície de cor bege. No topo superior marca AE. Boa cozedura.

Alt.: 64mm

Alt.: 113mm

ML. FIA Sector C – II.

ML. FIA 73 VII (04).

65 | Fragmento de forma em pirâmide truncada Argila

Com dois orifícios de suspensão de 8mm. Pasta bege-alaranjada e superfície alaranjada com manchas negras. Boa cozedura. Alt.: 80mm; Peso: 360g

61 | Forma sub-cilíndrica

ML. FIA AD III (03).

Base plana; com orifício de suspensão central de 7mm. Pasta e superfície de cor alaranjada. Boa cozedura. Alt.: 102mm; Peso: 325g ML. FIA A II (03).

62 | Forma sub-cilíndrica Com orifício de suspensão central de 8mm. Pasta e superfície de cor alaranjada. Boa cozedura. Alt.: 115mm; Peso: 300g ML. FIA 73 VIII (04).

63 | Forma paralelepipédica Com orifício de suspensão central de 7mm. Pasta alaranjada com superfície alaran-

60

62

63

64

Arqueologia 128

129

66

Placa (peso ?) de tecelagem

Mendes Corrêa” que a julgar pelas informações fornecidas por Mendes Corrêa, pertenceriam maioritariamente a um tesouro monetário possivelmente de meados do século V.

66 | Forma paralelepipédica

Os tesouros aparecidos em 1973 e 1974, compostos por 103 e 45 moedas baixo-imperiais, respectivamente, estariam escondidos junto

Com quatro orifícios de suspensão de 4mm. Pasta acastanhada clara e superfície cinzento- escura com manchas beges. Boa cozedura.

da cobertura ou na parte superior das paredes de duas habitações, segundo análise do processo deposicional, tendo as moedas sido

Alt.: 60mm; Larg.: 61mm; Peso: 150g

encontradas dispersas nos pavimentos. Certamente o violento incêndio que atingiu, pelo menos, esta parte do povoado posta a desco-

ML. FIA 73 VII (04).

berto pelas escavações de 1971-74, terá provocado a destruição da cobertura das habitações e a ruína parcial da paredes, arrastando consigo os contentores dos dois pequenos conjunto monetários e fazendo com que as moedas se dispersassem nos respectivos pisos.

OBJECTOS DIVERSOS

O tesouro de 1973 com 103 moedas de bronze, inclui um antoniniano póstumo de Cláudio II, cunhado cerca de 270 e cento e duas peças do século IV, emitidas entre o final do reinado de Constantino I (330-37) e os últimos anos do reinado de Teodósio I (393-95). A singularidade

67 | Algaraviz

deste conjunto monetário reside na forte presença, situação pouco frequente em tesouros com uma cronologia similar, de moedas de gran-

Tubo para condução do ar do fole para a forja, levemente cónico, terminando a extremidade mais larga numa espécie de argola horizontal

de módulo (65 ex.) pertencentes às séries Reparatio Reipub e Gloria Romanorum que representam mais de 60% do total do tesouro.

(fracturada). Pasta homogénea e compacta de cor bege; superfícies alisadas com aguada alaranjada. Diâm.: 36mm; Comp.: 130mm; Esp.: 8mm

O tesouro de 1974 era composto por 45 moedas, exclusivamente do século IV, emitidas também entre o final dos reinados de Constantino I

ML.FIA 74.

e de Teodósio I. Apesar das moedas deste conjunto se inserirem em balizas cronológicas similares às do descoberto em 1973, este segundo tesouro apresenta uma estrutura bem diferente, com a ausência de numerário do século III e a presença de apenas uma moeda de grande

68 | Prisão de Gado

módulo pertencente à série Gloria Romanorum, composição bem mais condizente com a estrutura “normal” dos tesouros contemporâneos

Fragmento de peça em granito de secção sub-rectangular com perfuração circular central, junto da extremidade.

registados no ocidente peninsular.

Compr.:150mm; Larg.: 132mm; Esp.: 68mm ML. FIA.

Sendo as moedas mais recentes, identificadas nos dois conjuntos monetários, datadas de 393-95, pode-se admitir que entre as moedas ilegíveis, sobretudo as de pequeno módulo, existam peças com uma cronologia posterior, mesmo da primeira metade do século V, apesar do numerário deste período ser pouco frequente nestes tesouros tardios. No entanto, o contexto arqueológico em que apareceram os tesouros

MOEDAS

aponta para uma cronologia idêntica do seu ocultamento que se situará nos meados do século V, podendo a sua não recuperação estar relacionada com um eventual ataque suevo ao povoado, situado junto à via Olisipo-Bracara, por ocasião das razias de 465-68 que terão

69 | Tesouros monetários de 1973 e 1974

vitimado Conímbriga, entre outras povoações.

Nas escavações arqueológicas de 1924 apareceram pelo menos 804 moedas romanas de bronze, guardadas no Museu de Antropologia “Dr.

ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1971 e 1973; CENTENO, R.M.S. 1976; CENTENO, R.M.S. 2008.

Arqueologia 130

131

Epigrafia 1 | Ara votiva Ara votiva dedicada a Júpiter, em granito, de secção quadrangular com base e cornija molduradas, sendo esta rematada por foculus entre dois toros. Na base apresenta um soco circular para fixação da peça no seu local original. Leitura: IOVI//O(ptimo) M(aximo)//P(osvit) L(aetvs) L(ibens) Tradução: A Júpiter Óptimo Máximo. Colocou [este monumento] de boa vontade e com alegria. Material: granito Dimensões: Alt. máx.: 830mm; Larg. máx.: 405mm; Esp. máx.: 390mm Fuste: 315mm x 260mm x 265mm Cornija: 250mm x 405mm x 390mm Base: 190mm x 390mm X 380mm Soco circular na base: diâm., 220mm, alt., 50mm Campo Epigráfico: 200mm x 195mm Dimensões das letras: l. 1: 60mm; l. 2: 60mm; l. 3: 50/55mm Espaço entre linhas: 15/20mm Cronologia: séc. I Procedência: Castro de Fiães. Bibl.: ALMEIDA – SANTOS 1971, p. 159-160, Est. III, 5; GARCIA 1991, p. 395. SILVA, A.M.S.P. 1994, pp. 118-119, n.º 15. ML. FIA

2 | Ara votiva Parte superior de ara com fuste e cornija simples, desbastada no lado esquerdo, com a parte inferior do campo epigráfico e a base mutiladas. Leitura: FLAVVS//FLAVINI//F(ilius) • V(otum) • P(osuit) • I(...) •//[...] 1

Tradução: Flavus, filho de Flavinus, cumpriu o seu voto a I(...) ...

Arqueologia 132

133

Material: granito

3 | Cipo

Dimensões:

Leitura: TV TALIS ERIS//VIS QVALIS HABERI

Alt. máx.: 500mm; Larg. máx.: 285mm; Esp. máx.:

Tradução: Tu serás tal qual queres ser tido (Sê tal qual desejas ser considerado).

280mm

Material: granito

Fuste: 400mm x 245mm x 260mm

Dimensões:

Cornija: 100mm x 285mm x 280mm

Alt. máx.: 1210 mm; Larg./Esp. máx. (em cima): 350/160mm; Larg./Esp. máx. (na base): 590/490mm

Campo Epigráfico: 360mm x 200mm

Campo Epigráfico: 990 x 220mm

Dimensões das letras: l. 1: 70/80 mm; l. 2: 62/90 mm;

Dimensões das letras: l. 1: 80/90 mm; l. 2: 100/80 mm

l. 3: 70/75 mm

Espaço entre linhas: 25/50 mm

Espaço entre linhas: 20/40 mm

Cronologia: século XVII

Cronologia: período flávio

Procedência: Casa do Robelho, Romariz. Uma padieira, proveniente desta casa, com a inscrição bíblica POST TENEBRAS SPERO LVCEM (De-

Procedência: Encontrada em 1958 no altar-mor da

pois das trevas espero a luz) (Liber Job 17, 12), encontra-se actualmente na “casa nova do Castelhano”.

antiga igreja de Duas Igrejas, no lugar do Choupelo,

Bibl.: SANTOS 1940, p. 349; SILVA, A.C.F. – VARELA GOMES, M. 1992, p. 88 e 218, fig. 11; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 120, n.º 19; GUERRA, A.

por ocasião da demolição, sendo substituída por um

1998, p. 158, nº E. 87.

novo templo, benzido a 24 de Setembro de 1960. S.

ML.ROM 07.

Silvestre de Duas Igrejas foi uma pequena freguesia da Feira -tinha apenas 32 fogos em 1757- anexada à freguesia de Romariz em 1835. Bibl.: SÁ 1968, pp. 104-6; GONÇALVES 1981, p. 75; GARCIA 1991, p. 513; SILVA, A.M.S.P. 1994, pp. 119-20, n.º 18. ML.ROM 08.

2

Arqueologia 134

135

Castelo e os Pereiras CASTELO DE SANTA MARIA DA FEIRA. OS RECENTES CONTRIBUTOS DA ARQUEOLOGIA* Reconhecido pela sua inconfundível silhueta, o Castelo de Santa Maria da Feira representa um conjunto patrimonial notável que, desde 1910, se encontra classificado como Monumento Nacional. Não sendo intuito deste texto a apresentação da história do castelo, não deixaremos de destacar certos eventos que consideramos mais relevantes para a compreensão da fisionomia do Monumento e que ajudam também a contextualizar os resultados dos trabalhos arqueológicos recentemente realizados. De facto, embora a sua origem remonte a uma fase da Reconquista anterior à formação da nacionalidade, a estrutura arquitectónica que actualmente apresenta é o produto de um longo processo evolutivo, marcado por sucessivas transformações e adaptações: primeiro como fortificação com carácter essencialmente militar; depois, também como residência senhorial dos Condes da Feira e finalmente já como Monumento e símbolo representativo da história e do património nacionais (Fig 1). A primitiva fortaleza, datada dos sécs. X-XI, presidiu à designada Civitas ou Terra de Santa Maria, localizada na fronteira entre Cristãos e Muçulmanos. O seu papel terá sido decisivo tanto nas acções militares que culminaram na tomada de Coimbra, em 1064, como na revolta contra D. Teresa e no apoio da causa independentista de D. Afonso Henriques. Notavelmente, conservam-se ainda significativos elementos da fase mais antiga do castelo, exibindo um característico aparelho pré-românico que integra grandes silhares almofadados. Teria a forma de um pequeno fortim de planta quadrangular com torreões nos ângulos, correspondendo sensivelmente ao espaço da actual “torre de menagem”. A porta principal teria originalmente uma configuração em arco ultrapassado, de clara inspiração islâmica, como se percebe pela forma das suas aduelas. Mas o que prevalece na actual estrutura da fortificação resulta, em grande medida, das transformações introduzidas pelos Pereira - senhores da Terra de Santa Maria desde 1385 - a quem o mesmo foi entregue, em 1448, com a incumbência expressa de o reparar. A antiga alcáçova adquiriu a partir de então a feição de residência apalaçada que actualmente exibe. Foi também renovado e reforçado o sistema defensivo da construção, acrescentando-se a Barbacã que protege a porta principal do recinto; a Cerca Avançada com acesso por ampla galeria fortificada; os Traveses de defesa interna da

* Os trabalhos arqueológicos, promovidos pela Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira, foram realizados pela Arqueologia e Património, com coordenação de Ricardo Teixeira e Vitor Fonseca, sendo a direcção de campo de Jorge Fonseca.

137

progressivo abandono e ruína do castelo, processo só invertido a partir das iniciativas da Comissão de Vigilância, constituída em 1909 com o objectivo de zelar pela guarda, reparação e restauro do Monumento, reforçadas pelas grandes intervenções da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, ocorridas entre 1935 e 1940. Desta forma, também as obras realizadas ao longo da primeira metade do século XX – que incluiram a demolição do Celeiro, em 1908, e a remoção do Paço dos Condes, entre 1929 e 1937 – se tornaram marcantes e responsáveis pela imagem actual do Monumento. Os trabalhos arqueológicos Motivada pelo recente programa de recuperação e valorização do Castelo, promovido pela Comissão de Vigilância, a investigação arqueológica decorreu em duas fases principais, realizadas previamente (2002-2003) e durante a execução da obra (2005-2006). Foi assim progressivamente executado um conjunto de sondagens arqueológicas de avaliação prévia das zonas de previsível afectação do projecto, seguindo-se o registo de determinados elementos do conjunto edificado – a cisterna e um sector da torre-alcáçova – e a execução de sondagens e escavações arqueológicas complementares, motivadas por necessidades e achados ocorridos já durante a fase de acompanhamento arqueológico da empreitada. Assim, embora direccionados prioritariamente para a avaliação prévia e para a compatibilização das soluções do Projecto com a salvaguarda científica e patrimonial do Monumento, os trabalhos arqueológicos vieram proporcionar informações Fig. 1 | Castelo de Santa Maria da Feira. Perspectiva aérea

relevantes sobre o Castelo e a ocupação humana do local em épocas mais recuadas. A escavação realizada no interior da torre-alcáçova possibilitou o estudo aprofundado da Cisterna medieval e do respectivo

Praça de Armas; a Casamata que se prolonga em rampa para o exterior da muralha, permitindo o tiro ao nível do solo. A

sistema de adução de água, tendo também revelado uma conduta de cerâmica que conduzia a água para a fonte seiscentista

originalidade deste variado conjunto de soluções defensivas, que associa diferentes tipos de ameias, de seteiras cruzetadas,

situada na Praça de Armas. Neste espaço reconheceram-se vestígios relacionados com várias fases de ocupação, incluindo

troneiras e bombardeiras, ilustra a fase de transição do uso de armas de arremesso – como o arco e a besta - para as armas

restos dos desaparecidos edifícios do Celeiro e do Paço dos Condes. Centenas de peças, entre cerâmicas, aneis, contas de

de fogo – como o trom e a bombarda – conferindo-lhe um carácter singular entre a arquitectura militar portuguesa da fase

colar, moedas, selos alfândegários e peças de jogo, ilustram o quotidiano de quem habitou o castelo, do período medieval

de transição do sistema neurobalístico para o pirobalístico.

à Época Moderna. Mas as principais novidades residiram na descoberta de um fosso envolvente do castelo, abandonado e

Nos sécs. XVI e XVII, as transformações estenderam-se à Praça de Armas, com a construção do Paço dos Condes, do Celeiro e da

entulhado a partir do século XV, e na identificação de vestígios de época castreja e romana, ocupando uma área mais ex-

Fonte coroada pelo brasão dos Pereira, e ainda ao exterior da cerca onde se acrescentou, em 1656, o conjunto da capelania.

tensa que o recinto fortificado medieval.

A perda das funções residencial e militar, associadas a um incêndio que em 1722 consumiu o Paço dos Condes, ditaram o

O Fosso que reforçava o sistema defensivo do castelo, dificultando o acesso à base do perímetro muralhado, foi detectado

Castelo e os Pereiras 138

139

no flanco Norte do recinto fortificado, próximo da designada Torre do Poço. Neste sector apresenta-se como uma “vala” es-

cobertura abobadada (altura interna média de 2,46 m), formada por silhares graníticos exibindo na face interna as carac-

cavada no afloramento rochoso, de perfil em U, com mais de 2 metros de profundidade e uma largura de cerca de 7 metros.

terísticas siglas identificadoras dos canteiros medievais.

Embora fosse relativamente frequente nas fortificações medievais – como inúmeras referencias documentais deixam enten-

O estudo realizado contribuiu também para uma melhor compreensão do sistema de adução de água associado a este reser-

der – são raros os exemplos visíveis ou conservados deste tipo de estrutura defensiva nos castelos portugueses. O interesse

vatório que era abastecido exclusivamente pelas águas pluviais captadas no eirado de cobertura da torre/alcáçova. A partir

da descoberta motivou a execução de trabalhos complementares de prospecção geofísica numa área adjacente, permitindo

daqui, eram conduzidas até ao piso inferior por meio de uma tubagem em granito inserida no interior da espessa parede

apontar um possível traçado que carece agora de confirmação arqueológica mais detalhada. Estes dados permitem perspec-

do castelo, sendo daí encaminhadas para o interior da cisterna por uma conduta rematada em forma de bica. Embora não

tivar a realização de novos trabalhos de escavação arqueológica com o objectivo de aprofundar o conhecimento e promover

constituísse a única fonte de abastecimento de água ao castelo, a cisterna proporcionava uma reserva de água suficiente-

a valorização do fosso, proporcionando a leitura de um troço suficientemente expressivo a integrar num desejável programa

mente importante para prover as necessidades quotidianas e, em caso de cerco, prolongar a autonomia e capacidade de

de arranjo dos espaços exteriores envolventes do Castelo de Santa Maria da Feira.

resistência da guarnição militar responsável pela defesa da fortificação.

À singularidade desta descoberta associou-se um importante conjunto de peças datadas sobretudo dos séculos XIV a XVI,

Outro conjunto importante de observações proporcionadas pelos trabalhos arqueológicos relaciona-se com a descoberta de

recuperadas nos sedimentos acumulados no interior do fosso, que deve ter sido desactivado a partir do século XV. Entre

vestígios de ocupação humana do local atribuíveis ao período Castrejo e Romano.

elas merecem destaque um importante conjunto de moedas, fivelas e “passadores em T” relacionados com a indumentária

Eram já eram conhecidas duas “aras” votivas romanas dedicadas a uma divindade indígena e, no decurso dos trabalhos

da época e peças de armamento medieval, incluindo pontas de seta, pontas de virote, projécteis de funda e munições de

de acompanhamento arqueológico, foi descoberto o fragmento de uma terceira que se encontrava reutilizada como

armas de fogo.

material de construção numa das paredes da torre-alcáçova. Mas a principal novidade residiu na identificação de níveis

Constituindo o produto de sucessivas transformações ocorridas ao longo de mais de um milénio, a complexa estrutura arqui-

arqueológicos deste período, reconhecidos em várias das sondagens, indiciando que os materiais epigráficos reutilizados

tectónica do Castelo impõe uma análise cuidada e a realização de estudos detalhados no domínio da arqueologia da arqui-

na construção do castelo são peças oriundas de uma ocupação do próprio local.

tectura, com o objectivo de identificar as diversas fases construtivas e assim compreender detalhadamente a sua evolução.

Os materiais pré-romanos provêm, até ao momento, de níveis arqueológicos detectados exclusivamente no topo do

Neste domínio, os trabalhos arqueológicos realizados proporcionaram algumas observações relevantes, particularmente

morro, no interior do recinto fortificado medieval, mas a ocupação romana não se circunscreve a esta área, tendo sido

através do registo de alguns sectores dos paramentos da torre-alcáçova que levaram à identificação de fases construtivas

descobertas construções situadas extra-muros, na base da encosta NE, devendo prolongar-se para uma plataforma adja-

pertencentes aos séculos X-XI e XV e do estudo aprofundado da Cisterna.

cente. Uma vez que se tratou de observações circunscritas às sondagens realizadas, importa futuramente caracterizar

Localizada no interior da “torre-alcáçova”, a cisterna do Castelo da Feira – que agora se pode admirar a partir do piso in-

de forma mais aprofundada a extensão, natureza e diacronia desta ocupação e relacioná-la com os dados do povoamento

ferior da construção – foi objecto de trabalhos arqueológicos prévios que incluiram o registo tridimensional e planimétrico

castrejo e romano da região.

pormenorizado, bem como o levantamento das siglas de pedreiro presentes em cerca de um terço dos 226 silhares de que é

Entre as peças castrejas recuperadas pelos trabalhos arqueológicos salientam-se as cerâmicas, com predomínio dos carac-

composta. Construída no interior de uma cavidade aberta no afloramento rochoso, de modo a ficar com a abertura superior

terísticos vasos de perfil em S, decorados com faixas incisas de círculos concêntricos, os largos vasos de asa interior para suspensão

ao nível do solo, a cisterna apresenta-se como um reservatório de planta rectangular (dimensões internas: 4,47 m x 2,26) e

ao lume, cossoiros decorados – pesos circulares pertencentes à parte inferior dos fusos de fiação – , sendo a peça mais notável uma

Castelo e os Pereiras 140

141

arrecada em ouro, em forma de lúnula e apêndice triangular em cacho (Fig. 2), atribuível ao século IV-III antes de Cristo.

CERÂMICA CASTREJA/ROMANA

Do período romano, assinala-se a presença de peças em cerâmica comum, cerâmicas finas importadas -“terra sigillata”além de ânforas relacionadas com o comércio e consumo de vinho e uma moeda do imperador Constantino (séc. IV).

1 | Cossoiro

O conjunto de todos estes resultados confirma o valor patrimonial do castelo e do espaço envolvente como área arqueo-

De perfil trapezoidal. Pasta castanha avermelhada, depurada, com desengordu-

lógica que deve ser protegida e valorizada, e que constitui também uma reserva científica capaz de proporcionar dados

rantes finos de mica e quartzo

relevantes para o conhecimento e percepção da história de um local que a partir dos finais da alta Idade Média emergiu

Época Romana e Castreja

como pólo militar e administrativo da Terra de Santa Maria.

Cerâmica; Alt máx. 1,9 cm. Diâm. 3 cm

[R.T.]

Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 11. U.E. 1143

2

2 | Pote Dois fragmentos de pote com decoração em dupla banda de círculos concêntricos no interior de duas linhas incisas. Pasta com desengordurantes finos de mica e quartzo, de tonalidade acastanhada no cerne. Face interna mais escura, com alisamento. Superfície externa alisada, de coloração rosada Época Romana e Castreja Cerâmica Castelo de Santa Maria da Feira. Praça de Armas. Sond. Arq. 24. U.E. 2414

3 | Pote Bordo com paredes pouco espessas e perfil em S. Pasta com desengordurantes finos de mica e quartzo e coloração acastanhada no cerne. Superfícies mais escuras com brunido na face interna Época Romana e Castreja Cerâmica Castelo de Santa Maria da Feira. Praça de Armas. Sond. Arq. 24. U.E. 2413 Fig. 2 | Arrecada em ouro. Sécs. IV-III a.C.

Castelo e os Pereiras 142

143

4 | Peso de tear

exterior alisada, com três leves sulcos paralelos no bojo. Apresenta vestígios de fuligem

Com forma trapezoidal. Apresenta dois orifícios para sustentação na secção mais estreita. Pasta de coloração alaranjada, pouco depurada,

Época Medieval

com inclusões de “grogue” e desengordurantes de quartzo, de médio e grande calibre

Cerâmica

Época Romana e Castreja

Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 07. U.E. 714

Cerâmica; Alt. 9,4 cm. Larg. 5,4/6,8 cm. Esp. 3,9 cm Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 37. U.E. 3714

8 | Prato em “Louça Malegueira” Fragmento de prato com ônfalo, sem decoração, de paredes grossas, vidrado branco irregular e pouco espesso Época Moderna

CERÂMICA MEDIEVAL

Cerâmica vidrada Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 504

5 | Alguidar Fragmento de fundo em disco com decoração digitada, com arranque da parede do alguidar. Pasta de tonalidade acinzentada no cerne, com

9 | Prato em “Louça Brioso

desengordurantes finos e médios de quartzo e mica. Superfícies de coloração acastanhada e com alisamento

Fragmento de prato com decoração em linhas concêntri-

Séculos XII-XIII

cas em azul, espiraliformes em vinoso entre linhas e espi-

Cerâmica

ral a azul no fundo, ao centro

Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 07. U.E. 714

Século XVIII Cerâmica vidrada

6 | Alguidar

Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Interior. Sector 09.

Fragmento de fundo em disco com decoração digitada, com arranque da parede do alguidar. Pasta grosseira de tonalidade acinzentada e

U.E. 901

rosada, com desengordurantes finos e médios de quartzo e mica e superfícies rugosas Séculos XII-XIII

10 | Tigela

Cerâmica

Cerâmica vermelha de tipo “Aveiro-Ovar”. Tigela com engobo

Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 07. U.E. 712

vermelho nas superfícies interna e externa e bordo marcado com uma incisão linear

7 | Pote

Época Moderna

Bordo de pote com arranque do bojo, sem vestígios de asa. Pasta de coloração acastanhada, com inclusões de mica e quartzos. Superfície

9

Castelo e os Pereiras 144

145

1367-1383 Bolhão; Peso 0,725 g. Eixo 9 Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 01. U.E. 404

13 | Dinheiro de D. Dinis Anv: Cruz equilateral cantonada por dois crescentes e duas rosetas. Leg. D ‘ REX[...] TVGL Rev: Quinas a cortar a legenda. 1279-1325 Bolhão; Peso 0,8 g. Eixo 12 10

Castelo de Santa Maria da Feira. Praça de Armas. Sond. Arq. 25. U.E. 2506

Cerâmica

14 | Real Preto de D. João I

Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Interior. Sector 10. U.E. 1007

ANVERSO: Epiciclóide de oito arcos. REVERSO: Quinas cantonadas por quatro castelos

11 | Púcaro

1385-1433

Cerâmica vermelha de tipo Aveiro-Ovar. Fragmento de púcaro pequeno de paredes finas, com arranque de asa a partir do bordo. Superfície

Cobre; Peso 1,574 g

externa alisada, com engobo vermelho e decoração brunida reticulada no bojo e linear no bordo

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03. U.E. 605

Época Moderna Cerâmica Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 504

15 | Ceitil de D. Afonso V ANVERSO: Castelo com muralha alta, com sete colunas interiores e sem ameias. Cinco ameias em cada torre. Mar com três ondas soltas.

MOEDAS

Leg. ALFQ CEPT DE DOMI REVERSO: Escudo do 3º tipo com cruzes soltas. Leg. [REX] POR[T]UGALIE ED

12 | Dinheiro de D. Fernando

1438-1481

ANVERSO: Cruz equilateral cantonada por dois crescentes e duas rosetas. Leg. [...]TVGALI[...]

Cobre; Peso 2,317 g. Eixo 12

REVERSO: Quinas a cortar a legenda. Leg. [...]GA-RB-II[...]

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 505

Castelo e os Pereiras 146

147

Anverso < 15 > Reverso

16 | Ceitil de D. Afonso V

19 | Ceitil de D. Manuel I

ANVERSO: Castelo com torres formadas por elementos quadrados. Torre central com 4 ameias. Muralha curva. Letra monetária P à direita

ANVERSO: Castelo com muralha bipartida e aberta. Mar de ondas soltas. Leg. [...] ANV [...]

das torres. Mar de ondas soltas. Leg. [...] .PORTGL: [...]

REVERSO: Escudo do 4º tipo rodeado por aneletes. Leg. [...] VEL [...]

REVERSO: Escudo do 4º tipo sobre cruz de Aviz. Leg. [...] OR.DEUS [...]

1495 – 1521

1438-1481

Cobre; Peso 1,653 g. Eixo 1

Cobre; Peso 2,366 g. Eixo 5

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 50

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03. U.E. 602

17 | Meio Real Branco de D. João II

ARMAMENTO

21

ANVERSO: Y coroado. Letra P à esquerda e letra O à direita. Leg. + [IH]NS*DEI*GRA*REX REVERSO: Quinas. Leg. +AD[IVTOR]IVM[:NOS:]

20 | Ponta de seta

1481-1495

Época Medieval/Moderna

Bolhão; Peso 0,8 g. Eixo 1

Ferro; Comp. 4 cm. Ponta 1,3x0,9 cm. Alvado 0,7 cm diâmetro interior

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03. U.E. 602

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 505 22

18 | Ceitil de D. João II

21 | Ponta de virote

ANVERSO: Castelo com muralha recta e completa, com ameias. Mar

Ponta de virote para tiro de besta composta por alvado longo de encabamento de secção circular e com cabeça triangular maciça

de ondas contínuas. Leg. + IOANES:II:REIS:PORTVOA

Época Medieval/Moderna

REVERSO: Escudo do 4º tipo rodeado por aneletes. Leg. +IOANES:

Ferro; Comp. 4,7 cm. Ponta 2,1x1,2 cm. Alvado 0,5 cm diâmetro interior

[...]VGAL

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 505

1481-1495 Cobre; Peso 1,688. Eixo 11

22 | Ponta de virote

Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03.

Ponta de virote para tiro de besta composta por alvado longo de encabamento de secção circular e com cabeça triangular maciça

U.E. 602

Anverso < 18 > Reverso

Época Medieval/Moderna Ferro; Comp. 5,4 cm. Ponta 1,7x1,2 cm. Alvado 0,6 cm diâmetro interior Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior

Castelo e os Pereiras 148

149

23 | Adaga de mão esquerda Arma de origem peninsular. Utilizada como arma de apoio, permitindo aparar os golpes do adversário. Séc. XVI Ferro forjado; 45,5X23cm Castelo de Santa Maria da Feira ML2003.01.002

24 | Manopla em malha metálica Utilizada na mão direita, por cima da luva de couro, durante a luta corpo a corpo. Eram peças isoladas, apresentando na zona do pulso uma corrente terminada em gancho. Séc. XVI Ferro; 27X22cm Proveniência desconhecida ML2003.01.001

24

23

Castelo e os Pereiras 150

151

O Culto Religioso O sentimento religioso emerge da consciência de que o Homem é um ser imperfeito que busca a redenção através da concepção particular do sagrado e da virtude. O divino feminino foi sempre a imagem sagrada associada à natureza, sinónimo de fertilidade, sabedoria, harmonia e beleza. Com o prosperar do Cristianismo, surge Maria, Mãe de Deus e dos homens, revelada como Imaculada Conceição, concebida em pureza por Sua Mãe Ana e sem mancha do pecado original. É a Maria que o povo se dirige para implorar as suas graças e bênçãos. Maria é também invocada como testemunho de protecção de uma terra de fronteira – a civitas sanctae mariae – que foi garante da defesa da margem sul do rio Douro no tempo da Reconquista. Depois das campanhas de Fernando, o Magno, na segunda metade do séc. XI, a região é transformada numa unidade territorial mais pequena, a terra, também de Santa Maria, gerida militarmente pelo castelo da Feira. O povo cristão procura e acredita em Maria e nos Santos para se aproximar de Deus. Invoca e faz promessas de votos e sacrifícios para se salvar dos infortúnios da vida. É neste ambiente cristão e de quotidianos fustigados por fomes, pestes e guerra que o povo da Terra de Santa Maria e os seus patronos pedem protecção e bênção a S. Sebastião, prometendo o voto de partilha do pão doce – a fogaça – com esperança na redenção dos pecados e na salvação eterna. Cumprindo o voto, durante séculos, o povo santamariano celebra a festa de S. Sebastião a 20 de Janeiro, espelhando a sua veneração e expressando assim, a grata memória da dignidade encontrada na árvore da vida que é Cristo. A Festa das Fogaceiras é pois, a manifestação festiva religiosa mais emblemática do concelho de Santa Maria da Feira, símbolo de união e marco da identidade cultural e religiosa do município. |A.J.O.|

153

1 | Santas Mães Escultura em madeira, rica em policromia com ouro pintado e estufado, adquirindo o efeito de relevo pelas marcas de punção ao nível dos motivos Séc. XVII/XVIII Madeira; 69X42cm Antiga capela de Santo António – Praça da República ML2003.07.001

2 | S. Sebastião Escola de Guido Reni Escola italiana do séc. XVIII Óleo s/ tela; 152X100cm ML2006.20.001

3 | Cristo crucificado A imagem veste cendal branco, apresentando chagas abertas nas mãos, peito, joelhos e pés Séc. XVI-XVII Madeira; 70X45cm C. C. R. Orfeão da Feira ML2004.07.013

4 | Cristo crucificado

3

Escultura devocional 1

Séc. XVIII

O Culto Religioso 154

155

Madeira; 77X33,8cm

8 | Bandeira(s)

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

Utilizada(s) aos pares em cada fogaça, transportada à cabeça pe-

ML2008.07.001

las fogaceiras Séc. XX

5 | Cristo crucificado

Papel crepe; 31,5X20,8cm

Escultura devocional

ML2008.31.001 e 002

Séc. XVIII Madeira; 65,5X31cm

9 | Base para fogaça

C. C. R. Orfeão da Feira

Utilizada como suporte da fogaça, transportada à cabeça pelas

ML2004.07.014

fogaceiras Séc. XX

6 | Castelo (miniatura)

Papel/madeira; 21,7cm

Ornado com bandeiras e levado à cabeça por um grupo de três

ML2008.09.004

meninas que, ao longo do percurso, se vão revezando Séc. XVIII-XIX

10 | Rodilha

Madeira policromada; 81X58cm

Utilizada por baixo da base da fogaça, transportada à cabeça

ML2006.17.001

pelas fogaceiras Séc. XX

7 | Tabuleiro

Fio de lã/trapo; A 3,3cm; D 8,8cm

Transportado à cabeça por uma fogaceira no cortejo e na pro-

ML2008.09.002

cissão, levando velas de cera atadas com uma fita branca e outra vermelha Madeira; 78X46cm Séc. XX 4

ML2008.09.007

5

O Culto Religioso 156

157

FABRICO DA FOGAÇA A fogaça, pão doce tradicionalmente cozido no rescaldo do forno, merece um cuidado especial naquelas destinadas à festa de 20 de Janeiro. A fogaça prometida, como símbolo de devoção, de formato único que reproduz as torres do Castelo da Feira, tem a primazia de ser a oferta votiva das gentes da Terra de Santa Maria a S. Sebastião, santo protector da fome, das pestes e da guerra. |A.J.O.|

11 | Balança de Roberval Utilizada para verificar e comparar massas 1ª metade do séc. XX Ferro/latão; 19X35,5cm Manuel Soares Resende, S. Miguel de Souto ML2004.12.034a_c

12 | Peso de 2 kg Objecto utilizado como medida nas pesagens feitas em certos tipos de balanças 1984 Bronze; A 9,7cm; D 6,6cm Manuel Soares Resende, S. Miguel de Souto 11

ML2004.12.035

13 | Peso de 1 kg Objecto utilizado como medida nas pesagens feitas em certos tipos de balanças 1984 Bronze; A 7,9cm; D 5,3cm Manuel Soares Resende, S. Miguel de Souto ML2004.12.036

O Culto Religioso 158

159

14 | Masseira

17 | Tabuleiro

Madeira/metal/cerdas; 22,3X7cm

Utilizada para preparar a massa da fogaça, misturando-se todos

Utilizado para levedar e transportar as fogaças

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

os ingredientes com a mão

Séc. XX

ML2008.06.016

Séc. XX

Madeira; 139X57,5cm

Madeira; 46X76cm

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

21 | Espanador

Laura Borges Silva, Romariz

ML2007.06.006

Utilizado para varrer a farinha da pá do forno e da mesa de

ML2004.06.007

trabalho 18 | Tigela/Malga

Séc. XX

15 | Pá de desinfarinhar

Utilizada para colocar os ovos

Matéria orgânica; 30X8,5cm

Utilizada para misturar os ingredientes no início da preparação

Séc. XX

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

da massa

Faiança; A 10,2cm; D 18cm

ML2008.06.005

Séc. XX

Alzira Maria Azevedo, S. Miguel de Souto

Madeira; 51,6X16cm

ML2003.03.026

22 | Bacia

Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares

Utilizada junto à porta do forno, contendo farinha para polvi19 | Batedor

lhar a pá do forno

Utilizado para bater os ovos

Séc. XX

16 | Raspadeira

Séc. XX

Ferro; 8,5X20cm

Utilizada para rapar a massa de fogaça das paredes interiores

Metal/madeira; 22X8cm

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

da masseira

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

ML2007.06.009

Séc. XX

ML2008.06.008

ML2004.06.006

23 | Pá de forno

Madeira/ferro; 25X19,8cm Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2007.06.007 17

20 | Pincel

Utilizada para colocar e retirar as fogaças do forno

Utilizado para pincelar o ovo batido nas fogaças

Séc. XX

Séc. XX

Madeira; 114,8X16cm

O Culto Religioso 160

161

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2007.06.005

24 | Tesoura Utilizada para cortar o cimo da fogaça em quatro, de modo a formar as torres do castelo da Feira Séc. XX Metal; 15,9X5,5cm Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2007.06.006

25 | Cinta(s) Utilizada(s) para amarrar a fogaça durante a cozedura Séc. XX

23

Linho; 98,3X9,7cm; 87X8,3cm Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2008.21.001 e 002 14 | 15

O Culto Religioso 162

163

Ofícios Tradicionais A diminuição da população ligada às actividades agrícolas, que ocorreu praticamente em todo o país nas décadas de cinquenta e de sessenta do século passado, conduziu a um desaparecimento acelerado de costumes, práticas, tradições, isto é, de um modo de vida secular de uma sociedade agrária que permaneceu praticamente inalterado até então. O concelho de Santa Maria da Feira não fugiu a esta tendência, verificando-se também um acentuado decréscimo da população no sector primário, passando de cerca de 75% da população activa em 1890, para 15,8% nos anos sessenta do séc. XX. Neste núcleo da exposição pretende-se mostrar a transformação do mundo rural feirense e os primeiros passos da industrialização no concelho com as consequentes alterações sociais e económicas que provocou na região. Algumas actividades e tecnologias tradicionais são aqui apresentadas porque tiveram grande importância e representatividade no concelho como o sapateiro, o jugueiro, o tanoeiro e o oleiro.

O início da industrialização está representado na segunda parte deste núcleo expositivo por duas actividades transformadoras de grande importância e tradição no concelho, remontando ao século XVIII: a transformação da cortiça e o fabrico de papel, continuando a primeira a contribuir, actualmente e de forma decisiva, para o desenvolvimento económico da região.

165

Sapateiro Pêro Silva, oriundo da Feira, é um dos sapateiros mais antigos do concelho, aparecendo referenciado, em 1299, como testemunha na venda

3 | Fogão de petróleo

de propriedades em Travanca, termo da Feira.

Utilizado para aquecer materiais, ferramentas e confeccionar

A presença deste ofício na vila da Feira é o testemunho da vitalidade económica da região, sugerindo a existência de um centro

a goma

populacional activo e dinâmico, que teria atingido um considerável nível de desenvolvimento, que até permitia a muitos o consumo

1ª metade do séc. XX

de artigos deste tipo.

Cobre/ferro; A 20cm; D 16,5cm

Durante séculos, o número de mestres sapateiros e tamanqueiros restringia-se ao consumo e procura local. De acordo com os livros de

Francisco Santos Cruz, Sanfins

registo das cartas dos ofícios e suas desistências, entre 1783 e 1801, a Câmara Municipal da Feira passou 1816 cartas de exame, distribuídas

ML2004.06.037a_h

entre sapateiros e tamanqueiros de vinte e três freguesias. Nessa altura, são as freguesias de Argoncilhe e Milheirós de Poiares que apresentam um maior número de sapateiros e aprendizes, seguidas de Canedo, Sanguedo, S. Jorge e Pigeiros com dois e as freguesias de Fiães,

4 | Colher

Feira, Souto, Louredo, Romariz, Lobão, Mozelos, Fornos, Vila Maior, Escapães e Sanfins com apenas um sapateiro.

Utilizada para mexer a goma Séc. XX

2

Madeira; 18,1x5cm

No inquérito industrial da década de sessenta do séc. XIX, surgem novas áreas geográficas de implantação: Arrifana (4), Riomeão ou Nogueira da Regedoura (1), mas a maior concentração deste ofício continua a ser em freguesias como a Feira (8), Argoncilhe (4), Mozelos

1 | Mesa de sapateiro

Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

(4) e Lobão (3).

Utilizada como apoio do trabalho do sapateiro

ML2004.26.005

Séc. XX No séc. XX, os artesãos sapateiros de Arrifana, Escapães, retomando Milheirós de Poiares e Souto continuam a trabalhar na sua oficina,

Madeira; 64X79,5cm

5 | Tigela/Malga

mas as novas fábricas de calçado do concelho são os seus principais clientes. Costumavam mandar a obra ao patrão – calçado pronto –, ao

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Utilizada para conter goma de sapateiro

sábado, cabendo a tarefa à esposa ou aos filhos mais novos. Se para lá transportam o calçado confeccionado, no regresso trazem o material

ML2003.26.046

Séc. XIX-XX Faiança; A 7cm; D 12cm

para trabalhar na semana seguinte. O artista só se desloca à fábrica a pedido do patrão ou para pedir trabalho. |A.C.M.|

2 | Banco de sapateiro

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Utilizado pelo sapateiro para se sentar quando executava o seu

ML2003.03.007

trabalho Séc. XX

6 | Pau

Madeira; 36,6X34cm

Utilizado para espalhar a cola

António Ferreira de Sá, Santa Maria da Feira

Séc. XX

ML2004.26.014a_b

Madeira/cola; 9,9X2,8cm

Ofícios | Sapateiro 166

167

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

Séc. XX

ML2003.26.019

Contraplacado de madeira/liga de cobre; 14X41,5cm Elísio Marques Cardoso, Fiães

7 | Íman

9

ML2003.26.045a_d

Utilizado para apanhar as pontas (pregos) Séc. XX

11 | Molde

Magnete natural; A 1,7cm; D 5,9cm

Utilizado como modelo para o corte no couro

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Séc. XX

ML2003.26.093

Cartão Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

14

8 | Gasómetro

ML2003.26.100 a 106

Utilizado para Iluminar a oficina 1ª metade do séc. XX

12 | Corte (par)

Metal; A 18cm; D 9,8cm

Parte superior do sapato já confeccionado no corte e costura

Alzira Mª Azevedo, S. Miguel de Souto

2003

ML2005.32.001a_c

Pele de vaca/linha; 8X31,5cm Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

9 | Caderno(s)

ML2003.26.081a_b

Utilizado(s) para desenhar os modelos de calçado Papel

13 | Forma de bota de senhora (par) nº 38

Séc. XX

Utilizada para a montagem de uma bota

Desenhos de Joaquim de Oliveira Couto

Séc. XX

ML2005.08.011; 012 e 014

Madeira/ferro; 11,8X26cm Luís António Sequeira Pereira, Santa Maria da Feira

10 | Pantógrafo

ML2003.26.021a_b

Utilizado para copiar modelos de maior ou menor escala 10

Ofícios | Sapateiro 168

169

16

17 | Sovela

19 | Manipula (par)

Utilizada para furar o bordo exterior e a sola para depois se-

Utilizada para proteger as mãos quando cosiam o sapato

rem cosidos

Séc. XX

Séc. XX

Couro; 30,5X6,5cm

Aço/madeira; A 16,5cm; D 2,2cm (cabo)

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

ML2007.26.004a_b

ML2003.26.011

14 | Forma de sapato de senhora (par) nº 34

20 | Cerda(s)

Utilizada para a montagem de um sapato Séc. XX Madeira/ferro; 10X23,5cm Luís António Sequeira Pereira, Santa Maria da Feira ML2003.26.023a_b

18 | Sovela (agulha)

Utilizada(s) para coser o calçado

Utilizada para cozer a sola ao sapato, puxando o fio com as

Séc. XX

mãos, formando os pontos do cosido. Coser o solado

Pêlo de porco

Séc. XX

Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

Aço/madeira; A 15,1cm; D 2,1cm (cabo)

ML2005.26.003; ML2008.26.001

24

Ferro; 21,5X9,8cm

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

15 | Afiador/Assentador

Elísio Marques Cardoso, Fiães 21 | Martelo

ML2003.26.012

Utilizado para afiar a faca de sapateiro

ML2003.26.031

Utilizado para pregar e bater o corte na forma, apurando o

Séc. XX Madeira/lixa; 42,3X5cm Elísio Marques Cardoso, Fiães

17

ML2003.26.026

16 | Faca de sapateiro Utilizada para cortar a obra

18

Séc. XX Lâmina/madeira/fita; 16,1X3,1cm Elísio Marques Cardoso, Fiães ML2003.26.028

verdadeiro formato do sapato

23 | Turquês

Séc. XX

Utilizada para pregar o corte à forma e retirar os pregos

Aço/madeira; 28,8x13cm

Séc. XX

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Aço; 20x5cm

ML2007.26.005

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto ML2007.26.006

22 | Malha de ferro Utilizada como base para bater a sola com o martelo, apurando

24 | Alicate

o formato pretendido

Utilizado para extrair pregos

Séc. XX

Séc. XX

Ofícios | Sapateiro 170

171

Ferro; 14X4,9cm

28 | Alicate de pressão

31 | Grosa

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Utilizado para fazer pressão no talão para colar melhor. Serve

Utilizada para desbastar ou talhar os saltos

ML2003.26.038

também para arrancar pregos

Séc. XX

Séc. XX

Ferro; 20,4X3,2cm

25 | Vazador

Ferro; 16,4X5,4cm

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

Utilizado para furar o couro (vazar o corte)

Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira

ML2003.26.007

Séc. XX

ML2003.26.050

34

32 | Ferro de saltos

Ferro; 22X10,2cm Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira

29 | Lima

Utilizado para brunir os saltos

ML2003.26.065

Utilizada para perfilar e polir a sola e os saltos

Séc. XX

Séc. XX

Ferro; 7,5x6cm

26 | Agrafador de ilhós

Ferro; 23,3x2,5cm

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizado para agrafar as ilhós aos orifícios por onde passam

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

ML2007.26.003

os atacadores

ML2007.26.002

35 | Ferro de vinco boleado Utilizado para brunir ou polir o calçado, depois de quei-

Séc. XX

33 | Ferro de saltos

mada a cera

Ferro; 16,7X6,2cm

30 | Vidro

Utilizado para brunir ou polir saltos

Séc. XX

Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira

Utilizado para raspar. Terminado o serviço em grosso era a vez

Séc. XX

Ferro/madeira; 18X3,2cm

ML2003.26.068

de pôr de vidro, a primeira preparação para o acabamento da

Ferro/madeira; 17,8X6,2cm

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

sola e do salto

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

ML2004.26.010

27 | Cortadeira

Séc. XX

ML2003.26.008

Utilizada para arrancar e cortar pregos

Vidro

Séc. XX

ML2005.26.002

36 | Roleta de saltos

Aço; 16,1X3,9cm Manuel Dias de Sousa, Sanfins 29

ML2003.26.014

34 | Ferro de patas

Utilizado para brunir ou polir o calçado, depois de quei-

Utilizado para brunir ou polir saltos

mada a cera

Séc. XX

Séc. XX

Ferro/madeira; 15X3,6cm

Ferro/madeira; 16X2,6cm

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

ML2003.26.041

ML2004.26.011

Ofícios | Sapateiro 172

173

37 | Costa de pau

41 | Gancho de tirar formas

Utilizada para vincar a vira do sapato. Também usada para dar

Utilizada para retirar a forma do interior do sapato

lustro aos saltos

Séc. XX

Séc. XX

Ferro; 31,4X17,5cm

Madeira; 2,1X18cm

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira

ML2003.26.034

ML2003.26.064 42 | Forma de ferro/Pé de moleque 38 | Seixo

Utilizada dentro do sapato para dar forma e a curvatura dese-

Utilizado para bater e polir a sola

jada, sendo depois aberta com o martelo na sola

Rocha sedimentar; 2,6X8cm

1ª metade do séc. XX

Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

Ferro; 18,3X19cm

ML2003.26.084

Zeferino Pinho de Oliveira, Sanfins ML2003.26.003

40

39 | Pano Depois do solado brunido, utilizava-se o pano para dar lustro Séc. XX Tecido ML2005.26.001

40 | Sapato de homem (par) Peça já trabalhada na forma 2003 Couro/fio/madeira; 30,5X11cm Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira 42

ML2003.26.113a_b

Ofícios | Sapateiro 174

175

45 | Escova

49 | Cera de linhar

Couro de boi; 27,7x10,5cm

Utilizada para escovar o sapato de camurça

Utilizada para encerar a linha, de modo a correr melhor o

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

Séc. XX

fio de coser

ML2003.26.107a_b

Madeira/cerdas sintéticas; 10,2x3,5cm

Séc. XX

Lucinda Borges Silva, Romariz

Cera; 6x4cm

52 | Gamela/masseira

ML2006.26.001

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizada com água onde se mergulha a sola já cortada, de

ML2007.33.004

modo a tornar-se flexível para ser depois trabalhada

46 | Escova 43

Séc. XX

Utilizada para puxar o lustro

50 | Cera de brunir

Madeira, 19,5X67cm

Séc. XX

Utilizada para brunir ao calçado

Zarina Pereira Dias, Sanguedo

Madeira/cerda; 16,7x2,9cm

Séc. XX

ML2004.06.001

Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

Cera; 2x4cm

ML2003.26.077

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

53 | Tacão (par)

ML2003.33.031

Salto para sapato de homem

43 | Punção ou marca (9) Utilizada para marcar na sola, o número do sapato, do artista

47 | Escova

ou da oficina

Utilizada para aplicar graxa e puxar o lustro

51 | Sola (par)

Aglomerado de madeira; 1,6x8,8cm

Séc. XX

Séc. XX

Utilizada na base do sapato

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

Metal

Madeira/cerda; 6x19,1cm

Séc. XX

ML2003.26.108a_b

Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

ML 2003.26.085/1_9

ML2003.26.015

44 | Lata(s) de graxa

48 | Lacre

Utilizada(s) para guardar a graxa que servia para brunir o sapato

Utilizada para dar lustro ao calçado

Séc. XX

Séc. XX

Metal

Cera; 7,3x6cm

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

ML2003.33.022; ML2005.33.001 e 002; ML2005.33.007 e 008

ML2007.33.005

Séc. XX

49 44

Ofícios | Sapateiro 176

177

54 | Vira com rêgo

Séc. XX

Séc. XX

65 | Novelo de fio de sapateiro

Utilizada para palmilhar à volta do sapato

Pele de vaca

Ferro

Utilizado para coser o sapato

Séc. XX

ML2005.33.014

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

Séc. XX

ML2003.33.016

Filamento de matéria têxtil

Couro; 120cm José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

58 | Couro

ML2003.26.109

Utilizado para fazer calçado

62 | Semilha/pregos

Séc. XX

Utilizados e aplicados na sola do calçado

55 | Lixa

Couro de boi

Séc. XX

66 | Ilhó

Utilizada para lixar o solado e colar no afiador para afiar

ML2005.33.015

Ferro

Utilizado para debruar os furos por onde passa o atacador, fita

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

ou cordão

ML2003.33.017

Séc. XX

as ferramentas

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira ML2003.33.011

Séc. XX

59 | Papel

Tecido/areia

Utilizado com o pó de jaspe entre o corte e a forma, facilitando

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

a saída da forma de dentro do sapato

63 | Anilina

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

ML2005.33.011

Séc. XX

Utilizada com água para fazer a tinta que era depois aplicada

ML2003.26.110

Papel

com um pincel na sola e no salto do sapato

ML2005.33.016

1995

56 | Pó de jaspe Utilizado com papel, entre o corte e a forma, facilitando a saí-

Liga de cobre

Composto orgânico azotado; 10,7 gr.

da da forma de dentro do sapato

60 | Pontas de pregar

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

Séc. XX

Utilizadas para pregar (ajustar) o corte à forma

ML2003.33.018

Rocha siliciosa formada essencialmente por quartzo criptocris-

Séc. XX

talino

Ferro

64 | Pincel

Elísio Marques Cardoso, Fiães

José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira

Utilizado para espalhar a tinta no sapato

ML2003.33.010

ML2003.33.015

Séc. XX Madeira/pêlo/metal; A 25cm; D 1,9cm (cabo)

57 | Pele

61 | Pontas de saltos

Elísio Marques Cardoso, Fiães

Utilizada para fazer calçado

De tamanho médio, eram utilizadas para pregar saltos

ML2003.26.027

Ofícios | Sapateiro 178

179

Jugueiro Na Idade Média, o jugueiro era o peão que trabalhava as terras do senhor, pagando a jugada em trigo, milho, vinho ou linho, de acordo com

1 | Serra

o número de juntas de bois usadas para lavrar as terras.

Utilizada para serrar madeira 1ª metade do séc. XX

Ao longo dos séculos, o jugueiro passou a ser também o artesão que fabricava os jugos e as cangas para os bois, instrumentos de atrelagem

Ferro/madeira; 7,3X123cm

que uniam os animais ao carro ou ao arado e, dependendo do trabalho a executar, socorria-se ao sistema jugular em que o animal puxava

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

através da cabeça ou ao cornal em que a força era exercida através do pescoço.

ML2004.29.077

Segundo Armando Matos, o Concelho da Feira apresentava uma tipologia muito característica de jugos e de cangas designados tipo Vila da

2 | Enxó(s)

Feira. Depois de lavrados, os tabuões eram decorados e pintados com cores muito vivas: branco de alvaiade, o vermelhão fino, o amarelo de

Utilizada(s) para desbastar a madeira

Itália, o azul de primeira e o verde salsa que, depois de misturados com óleo de linhaça e secantes, apresentavam a policromia desejada.

1ª metade do séc. XX Ferro; 15,5X11,5cm; 43,5X24,5cm; 15,7X6cm

Os jugos, feitos de madeira de freixo e lodo, tecnicamente mais desenvolvidos, em forma de trapézio, uniam os animais aos carros pelo

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

cabeçalho ou tamoeiro e eram presos por correias. A canga, mais comprida, em forma de castelo trapezoidal com dois meios crescentes nas

ML2004.29.076 e 078; ML2007.29.008

4

laterais e rematados com as crinas ou tufos de cavalo, marcava a riqueza dos seus donos: quanto mais decorada, maior seria a ostentação

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto 3 | Formão

do seu proprietário.

ML2004.29.073

Utilizado(s) para cortar e desbastar a madeira O jugueiro ou feitor, artífice que fabrica os jugos e cangas, já não existe no concelho. O último jugueiro, Manuel Francisco da Silva, da

1ª metade do séc. XX

5 | Compasso de bicos

freguesia de S. Miguel de Souto, aprendeu o ofício com seu pai. A sua oficina ocupava uma dependência anexa à casa, à face da rua. Eram

Ferro/madeira; 18,8X2,5cm; 16,7X1,2cm

Utilizado para marcar a decoração na tábua de madeira

as tintas salpicadas na parede e o jugo pendurado à porta que marcavam de imediato a presença da sua oficina.

Serafim Correia de Almeida,

1ª metade do séc. XX

|A.J.O.|

S. Miguel de Souto

Metal; 24,5X2,4cm

ML2004.29.072 e ML2007.29.005

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto ML2007.29.009

4 | Graminho Utilizado para traçar linhas paralelas sobre a madeira

6 | Ponteiro de marcar

1ª metade do séc. XX

Utilizado para executar trabalhos em talha

Ferro/madeira; 19,3x17,8cm

1ª metade do séc. XX

Ofícios | Jugueiro 180

181

Ferro/madeira; 12,5X2,2cm

14 | Alicate

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizado para arrancar pregos

ML2004.29.074

1ª metade do séc. XX

10

Metal; 18,9X5,3cm 7 | Martelo(s)

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizado(s) para auxiliar a cravar e a golpear no trabalho da talha

ML2007.29.010

1ª metade do séc. XX Ferro/madeira; 16,7x8,8cm; 18x12cm

9 | Goiva(s)

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizada(s) para executar trabalhos em talha

ML2004.29.070 e ML2007.29.001

1ª metade do séc. XX

1ª metade do séc. XX

Ferro/madeira

Ferro/madeira; 33X3,5cm

8 | Goiva

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizada para executar trabalhos em talha

ML2004.29.062 a 069

ML2007.29.006

15 | Chave de parafusos Utilizada para apertar e/ou desapertar parafusos

12

1ª metade do séc. XX Ferro

10 | Goiva

12 | Verruma(s)

16 | Espátula

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Utilizada para executar trabalhos em talha

Utilizada(s) para perfurar a madeira

Utilizada para empastar as tintas

ML2004.29.061

1ª metade do séc. XX

1ª metade do séc. XX

1ª metade do séc. XX

Ferro/madeira; 12 x 3,5cm

Ferro/madeira

Ferro/madeira; 19,5X1,9cm

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

ML2007.29.002

ML2004.29.057 a 060

ML2004.29.071

11 | Punção

13 | Broca

17 | Crina

Utilizada para marcar na madeira

Utilizada para perfurar a madeira

Utilizada na parte superior das cangas e jugos como decoração

1ª metade do séc. XX

Séc. XX

Crina de cavalo; C 32,5cm; C 34cm

Ferro; 13x3,6cm

Ferro; 10X1,9cm

Séc. XX

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto

ML2004.29.075

ML2007.29.003

ML2007.33.001 e 002

9

Ofícios | Jugueiro 182

183

18 | Canga variante da Feira

Madeira/couro/ferro; 75X42cm

Utilizado na atrelagem dos animais ao carro de bois

José Teixeira, Nogueira da Regedoura

1ª metade do séc. XX

ML2004.09.002

Madeira/couro/crina de cavalo; 79X131cm Augusto Correia da Silva, S. Miguel de Souto

21 | Canga variante da Feira

ML2006.09.001

Utilizada na atrelagem dos animais ao carro de bois 1940

19 | Jugo de tábua variante da Feira

Madeira/couro/ferro; 46,5x130cm

Utilizado na atrelagem dos animais ao carro de bois com siste-

C. C. R. Orfeão da Feira

ma de tracção cornal e jugular

ML2004.09.014

1ª metade do séc. XX Madeira/couro/corda/ferro; 44X110cm

22 | Canga variante da Feira

C. C. R. Orfeão da Feira

Utilizada na atrelagem dos animais ao carro de bois

ML2004.09.015

1ª metade do séc. XX Madeira; 114X31cm

19

20 | Canga variante da Feira

Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares

Utilizada na atrelagem dos animais ao carro de bois

ML2004.09.022

Séc. XIX-XX

18

Ofícios | Jugueiro 184

185

Tanoeiro Os vinhos sofrem um aumento substancial na sua exportação, no início do séc. XVIII, na sequência da assinatura do tratado de Methuen com

1 | Falso esquadro

Ferro/madeira; 64x7cm

Inglaterra. Na região duriense, os vinhos eram então, armazenados em pipas ou barris de madeira de carvalho, transportados em carros de

Utilizado para traçar as linhas perpendiculares das aduelas

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

bois até às margens do rio Douro e arrumados à espera que os barcos os levassem até aos seus destinos.

1ª metade do séc. XX

ML2007.30.022

Madeira; 22,8X9,5cm O trabalho nos armazéns e tanoarias de Gaia e do Porto começava a absorver grande parte da mão-de-obra disponível, mesmo de regiões

C. C. R. Orfeão da Feira

5 | Esquadro

circunvizinhas. Do Concelho da Feira vão-se deslocando grupos de trabalhadores que fazem os caminhos entre campos e pinhais pela ma-

ML2004.29.011

Utilizado para traçar linhas na madeira

drugada até aos armazéns e tanoarias daquelas paragens. Também o concelho vai aderindo a este fenómeno, transformando-se ele próprio,

Séc. XX

num reduto de trabalhadores especializados e de novas oficinas de tanoaria que, em meados do séc. XVIII, se multiplicam no interior norte

2 | Suta

Ferro/aço; 36X13,4cm

do concelho, zona de fronteira com aqueles concelhos, e uma outra mancha, mais pequena, perto do litoral.

Utilizada para marcar e verificar os ângulos, indicando a incli-

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

nação a dar ao chanfrete das aduelas

ML2007.30.026

Entretanto, em meados do séc. XIX é inaugurada a linha do caminho-de-ferro que atravessa o concelho, colocando-o mais próximo dos

Séc. XX

pontos de interesse vitivinícola e económico. Este facto teria provocado uma deslocalização e um ligeiro aumento no número de oficinas

Madeira/ferro; 3X23,3cm

6 | Raspilha direita

nas freguesias do litoral, em Esmoriz com 41 tanoarias e Cortegaça com 18, que na altura pertenciam ao concelho da Feira, e outras em

Alcides Vieira da Silva, Sanfins

Utilizada para raspar as aduelas pela parte de fora

São Paio de Oleiros e Paços de Brandão que viram a oportunidade de maior rentabilização no escoamento dos produtos para aqueles centros

ML2004.29.004

1ª metade do séc. XX

económicos.

Madeira/ferro; 52X15cm 3 | Plaina

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

No séc. XX, as guerras mundiais e a guerra colonial portuguesa dão origem a surtos de exportação de vinho, embora intercaladas com fases

Utilizada para aplainar tábuas

ML2007.30.023

de crise e falta de trabalho, vão gerar maior laboração nas tanoarias. O transporte do vinho noutro tipo de vasilhame e a independência das

Séc. XX

colónias portuguesas, provocam nas últimas décadas do séc. XX, o colapso desta arte profundamente ligada à produção, à armazenamento

Madeira/ferro; 20,5X5,8cm

7 | Raspilha

e comércio de vinhos, um dos mais antigos e conceituados produtos de exportação portuguesa.

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Utilizada para raspar as aduelas por fora, depois de aparelhada

|A.C.M. e A.J.O.|

ML2007.30.010

a madeira Séc. XX

4

4 | Plaina tipo garlopa

Madeira/ferro; 9,8X43cm

Utilizada para aplainar tábuas

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

Séc. XX

ML2004.30.003

Ofícios | Tanoeiro 186

187

11 | Arco(s) de bastição

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Utilizado(s) para ajustar as aduelas apertando-as, dando panca-

ML2007.30.037

das com a marreta de bastir

10

1ª metade do séc. XX

15 | Guarda-fogo ou fogacho

8 | Volta

Ferro

Utilizado para queimar a lenha quando o pipo é submetido ao

Utilizada para raspar as aduelas por dentro, depois de as apa-

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

calor do fogo

relhar

ML2007.30.040 a 047

Séc. XX

1ª metade do séc. XX

Ferro; D 45,5cm; A 31cm

Madeira/ferro; 14,3X41cm

12 | Maço/Malho

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Manuel Alves de Sousa, Nogueira da Regedoura

Utilizado para percutir sem deixar marcas na madeira

ML2007.30.032

ML2003.30.005

1ª metade do séc. XX Ferro/madeira; 27,5x24,5cm

16 | Macaco

9 | Palha tábua ou de junco

Manuel Alves dos Santos, Riomeão

Utilizado para vergar o barril ou apertar as aduelas com a ajuda

Utilizada para preencher os espaços entre as aduelas para ga-

ML2006.30.002

de uma fogueira feita no interior do barril

rantir a vedação

1ª metade do séc. XX

2005

13 | Chaço

Madeira/ferro/corda; 29x100cm

Planta herbácea; 70X20cm

Utilizado para apertar os arcos, batendo-lhe com o maço

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

1ª metade do séc. XX

ML2004.30.001

ML2007.33.008

Ferro; 9,8x6,5cm

10 | Marreta

C. C. R. Orfeão da Feira

17 | Pedra de giz

ML2007.30.001

Utilizado para marcar as imperfeições na altura de vergar as

Utilizada para percutir sem deixar marcas na madeira

aduelas

Séc. XX

14 | Chaço de rabo

Séc. XX

Madeira; 53x15,8cm

Utilizado para apertar os arcos, batendo-lhe com o maço

Carbonato de cálcio; 8x5,5cm

José Teixeira, Nogueira da Regedoura

1ª metade do séc. XX

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

ML2003.30.003

Madeira/ferro; 44X12,5cm

ML2007.33.011 15

Ofícios | Tanoeiro 188

189

18 | Javradeira(s)

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

Utilizada(s) para abrir o roço ou javre, onde entram as peças

ML2004.30.004

dos fundos 1ª metade do séc. XX

22 | Banco de cortar fundos

Madeira/aço; 30x26cm; 50x29,5cm

Utilizado para segurar o fundo para ser trabalhado com mais

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

facilidade

ML2007.30.005 e 006

Séc. XX Madeira/ferro; 138,5X72,5cm

19 | Banco de encavilhar fundos

Manuel Alves dos Santos, Riomeão

Utilizado como suporte para pregar os fundos

ML2007.30.002

Séc. XX

16

Madeira; 84,3x38cm

23 | Serra comum

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Utilizada para rodear o fundo dos pipos

ML2008.30.003

1ª metade do séc. XX Madeira/aço; 72,5X41cm

20 | Cavilha

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Utilizada para encavilhar/pregar os fundos

ML2007.30.021

Séc. XX Ferro; C 2,7cm Joaquim de Jesus, Argoncilhe ML2007.33.012

21 | Compasso de bicos Utilizado para traçar a linha correspondente ao diâmetro do fundo do pipo Séc. XX Ferro; 11,9X2,5cm

22

Ofícios | Tanoeiro 190

191

24 | Fundo de pipo

30 | Bigorna

34 | Cravo(s)

Utilizado nas extremidades do pipo para os fechar

Utilizada para apoio quando se cravam os arcos dos pipos

Utilizado(s) para cravar os arcos dos pipos

Séc. XX

1ª metade do séc. XX

Séc. XX

Madeira; D 66cm

Ferro; 48,5x29,5cm

Ferro; C 1,8cm; D 1,6cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

ML2007.06.004

ML2007.30.060

ML2007.30.012 a 017

25 | Alheta

31 | Talhadeira

35 | Moço

Utilizada para cortar ferro

Utilizada para segurar os arcos

Séc. XX

1ª metade do séc. XX

Ferro; 14X5,7cm

Madeira; 13 X6cm

Utilizada para puxar o fundo do pipo

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Séc. XX

ML2008.30.001

29

Ferro; 23,5X5,2cm Joaquim de Jesus, Argoncilhe

28 | Faca de empalhar

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

ML2007.30.036

Utilizada para abrir os juntos, metendo palha entre eles, de

ML2007.30.028

ML2007.30.033

modo a vedar e limpar a massa que sai do javre ao ser compri26 | Pau

mido o fundo

32 | Repuxo/Cravador

36 | Enxó

Utilizado para preparar a massa

1ª metade do séc. XX

Utilizado para cravar e arredondar a cabeça dos cravos

Utilizada para arrunhar o casco dos pipos

Séc. XX

Ferro; 17,4X2,8cm

Séc. XX

1ª metade do séc. XX

Madeira; 25,4X2,7cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Ferro; 8,5X5cm

Madeira/ferro; 26x17,3cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

ML2007.30.039

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Manuel Alves dos Santos, Riomeão

ML2007.30.009

ML2003.30.002

ML2008.30.002 29 | Baixete 27 | Tigela

Suporte para arrunhar (aparar) à mão os pipos

33 | Punção

Utilizada para conter a massa (preparado com farinha de cen-

1ª metade do Séc. XX

Utilizada para marcar

teio e água)

Madeira; 89X35cm

Séc. XX

Séc. XX

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Ferro; 11,5X5cm

Plástico; A 6cm; D 12,5cm

ML2007.30.029

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

36

ML2007.30.027

Ofícios | Tanoeiro 192

193

37 | Enxó

43 | Parafina

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

Utilizado para arrunhar o casco dos pipos

Utilizada para untar os barris, pipos, tonéis

ML2004.30.007

Séc. XX

2005

Madeira/ferro; 18,5x12,8cm

Hidrocarbonetos; 30,5X26cm

47 | Raspador(es)

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Utilizado(s) no trabalho das raspagens e aperfeiçoamento dos

ML2007.33.007

fundos e de toda a obra

Alcides Vieira da Rocha, Sanfins 40

ML2003.30.006

Séc. XX 38 | Grosa

44 | Panela de três pernas

Ferro/madeira; 15X9,3cm; 13,3x5cm

Utilizada para desbastar a madeira

Utilizada para aquecer a parafina

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Séc. XX

Séc. XX

ML2007.30.018 e 019

41

Madeira/ferro; C 34cm; D 3cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Ferro; A 45cm; D 29cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

ML2007.30.006

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

48 | Barril ovalado

ML2004.30.005

Utilizado para conter, conservar e transportar vinho

ML2007.30.030 41 | Broca

1ª metade do séc. XX

39 | Lima

Utilizada para se aplicar no berbequim

45 | Coco

Ferro/madeira; 34,5X30cm

Utilizada para limar e alisar as superfícies

Séc. XX

Utilizado para transportar a parafina quente para o funil

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

1ª metade do séc. XX

Ferro; 12X3,3cm

1ª metade do séc. XX

ML2007.06.001

Madeira/ferro; 33,7X2,7cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

Ferro; A 74cm; D 17cm

Joaquim de Jesus, Argoncilhe

ML2007.30.007

João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto

49 | Pipo

ML2004.30.006

Utilizado para conter vinho

ML2007.30.038 42 | Trado/Verruma

Séc. XX

40 | Berbequim

Utilizado para perfurar a madeira

46 | Funil

Ferro/madeira; D 40cm

Utilizado para abrir os batoques e fazer o furo no tampo do

1ª metade do séc. XX

Utilizado para vazar a parafina para dentro do pipo, de modo

ML2008.06.001

tonel para fixar a torneira

Madeira/ferro; 64x28,8cm

a parafiná-lo

Séc. XX

C. C. R. Orfeão da Feira

1ª metade do séc. XX

Madeira/ferro; 44X20cm

ML2004.29.012

Madeira/ferro; A 73cm; D 24cm 49

Ofícios | Tanoeiro 194

195

Oleiro A utensilagem cerâmica encontrada em sítios arqueológicos como o Castro de Romariz e o de Fiães, são testemunhos de uma indústria

2 | Raspador

Madeira; 18,5X53,5cm

cerâmica de produção local significativa. Ao longo da Idade Média surgem no território, topónimos directamente relacionados com esta

Utilizado para raspar a massa de argila da bancada de trabalho

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

indústria: é o caso de Oleiros, revelando uma presença significativa da profissão; Lamas como local de recolha de matéria-prima; Fornos

Séc. XX

ML2007.03.099

e Fornos de Guisande associados às formas de cozedura. Estes topónimos são já referidos no foral da Feira de 1514, como povoações de

Ferro/madeira; 21,5x17,4cm

alguma importância e com relativa concentração demográfica, inseridas num vasto território administrativo que se designava por Terra de

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

6 | Suporte(s)

Santa Maria.

ML2007.03.080

Utilizado(s) como base da massa de argila para conformação da peça feita à mão

Em meados do séc. XIX, registam-se cinco olarias na freguesia da Feira e em S. Paio de Oleiros, a presença de duas fábricas de tijolos e

3 | Cana(s)

Séc. XX

telhas que cozem a sua produção em fornos industrializados. De qualquer modo, os inquéritos industriais revelam uma produção de cerca

Utilizada(s) para auxiliar na modelagem da massa de argila e

Madeira; D 43cm; D 26cm; D 23cm; D 19,8cm

de dez mil dúzias de peças de louça semelhante às de Aveiro, que era seca ao sol e depois cozida em fornos improvisados numa cova aberta

na decoração

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

no solo.

Séc. XX

ML2007.03.081 a 084

Bambu Requerendo estudos mais aprofundados para o séc. XX, são registadas olarias em Argoncilhe e S. João de Ver, associadas a novas famílias

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

7 | Fio de corte

de oleiros, sem tradição significativa aparente, talvez por influência de casamentos com famílias de regiões do norte do país. Este facto

ML2007.03.046 a 053 e 088 a 093

Utilizado para cortar a peça pela base quando está na roda,

acontece numa ou noutra olaria de S. João de Ver, onde se adoptam decorações e formas diferentes das existentes.

separando-a da restante argila 4 | Torno mecânico

Séc. XX

Poucas são as oficinas que ainda hoje trabalham. A mecanização do fabrico e a produção feita de acordo com as exigências do mercado dei-

Roda de conformação de peças cerâmicas com adição de

Fio de pesca/madeira

xaram de ser fabricadas peças características do quotidiano rural: os cântaros, as bilhas ou os alguidares utilizados na matança do porco.

motor eléctrico

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

|A.C.M. e A.J.O.|

Séc. XX

ML2007.03.001

Madeira/ferro; 95,5X113cm 1 | Gamela

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

8 | Tigela/Malga

Utilizada no transporte da argila e de peças de pequenas dimensões

ML2007.03.098

Utilizada para o consumo de líquidos e sólidos

Séc. XX

1ª metade do séc. XX

Madeira; 58x35cm José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

1

ML2007.03.097

5 | Giga

Argila; A 7,7cm; D 18cm

Utilizada no transporte da massa de argila e de pequenas peças

Manuel Dias de Sousa, Sanfins

Séc. XX

ML2003.03.001

Ofícios | Oleiro 196

197

10

11 | Vaso de parede

14 | Tigela(s) para cera

Pendurado na parede, continha plantas para decoração

Utilizada(s) em contexto doméstico e ritual, servia para iluminar

1ª metade do séc. XX

1ª metade do séc. XX

Argila/ferro; 12,5X15,7cm

Argila; A 8cm; D 21,5cm; A 4,2cm; D 12,4cm

Fernando Sousa, S. João de Ver

Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver

ML2000.03.036

ML2000.03.012 e 013

12 | Vaso de parede

15 | Tigela para cera

Pendurado na parede, continha plantas para decoração

Utilizada em contexto doméstico e ritual, servia para iluminar

1ª metade do séc. XX

Séc. XX

Argila; 25,5X18,2cm

Argila; A 3cm; D 8cm

Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver

José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira

ML2002.03.008

ML2007.03.061

17

17 | Bebedouro de aves Utilizado para conter água para aves domésticas

9 | Tigela/Malga

13 | Prato para vaso

16 | Comedouro

1ª metade do séc. XX

Utilizada para conter líquidos e/ou sólidos

Utilizado para colocar debaixo de um vaso para conter a água

Utilizado para conter rações para animais domésticos

Argila; 12,6X10,4cm

Séc. XIX-XX

da rega

1ª metade do séc. XX

Rosa Guimarães, S. João de Ver

Argila; A 8,5cm; D 13,5cm

1ª metade do séc. XX

Argila; A 8,4cm; D 16cm

ML 2000.03.043

Rogério Portela de Almeida, Santa Maria da Feira

Argila; A 3,9cm; D 16,9cm

Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver

ML2007.03.100

Fernando Sousa, S. João de Ver

ML2000.03.011

18 | Bolo(s)

ML2000.03.039

Utilizado(s) para fazer peso nas redes de pesca, facilitando o

10 | Vaso(s)

seu afundamento

Utilizado(s) como mostruário da oficina

1ª metade do séc. XX

Séc. XX

Argila; 1,3X4,8cm; 1,2X6,1cm

Argila

Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver

José Guimarães Ferreira, S. João de Ver

ML2002.03.014 e 018

14 16

ML2007.03.066 a 078

Ofícios | Oleiro 198

199

19 | Bilha/Barril

Manuel Santos Pereira Lino, S. João de Ver

28 | Alguidar

Utilizado para transportar e servir água ou vinho.

ML2004.03.018

Utilizado para uso doméstico na confecção de rojões e no ser-

Séc. XX

viço de mesa

Argila; A 31cm; D 2,9cm (gargalo)

23 | Cântaro

1ª metade do séc. XX

Joaquim Dias Resende, Mozelos

Utilizado para transportar e servir líquidos em casa, nas feiras

Argila; A 14cm; D 29,5cm

ML2000.03.042

e no trabalho

Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto

Séc. XX

ML2004.03.038

20 | Pote

Argila; A 38cm; D 16cm

Utilizado na pesca do polvo

Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver

29 | Prateira

31

Séc. XX

ML2005.03.003

Utilizada para ir ao forno para cozer o pão-de-ló

Argila; A 23cm; D 13,5cm

Séc. XX

Manuel Santos Pereira Lino, S. João de Ver

24 | Cântaro

26 | Cântaro

Argila; A 10,5cm; D 44cm

ML2004.03.001

Utilizado para transportar e servir líquidos, curar azeitonas e

Utilizado para transportar e servir líquidos, curar azeitonas e

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

fazer manteiga

fazer manteiga

ML2007.03.102

21 | Cântaro

1ª metade do séc. XX

1ª metade do séc. XX

Utilizado para transportar e servir líquidos em casa, nas feiras

Argila; A 20cm; D 11,5cm

Argila; A 45cm; D 54cm

30 | Tigela

e no trabalho

Emília Ferreira de Andrade, Santa Maria da Feira

C. C. R. Orfeão da Feira

Utilizada no centro da prateira, com a boca virada para baixo,

Séc. XX

ML2004.03.043

ML2001.03.009

fazendo o buraco do pão-de-ló

Argila; A 37cm; D 30cm

Séc. XX

Maria Emília Silva Sousa, S. João de Ver

25 | Cântaro

27 | Alguidar

Argila; A 9cm; D 11,3cm

ML2000.03.002

Utilizado para transportar e servir líquidos, curar azeitonas e

Utilizado na matança do porco para aparar o sangue, conter

Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira

fazer manteiga

carne em calda para os enchidos, transportar e lavar o fato

ML2007.03.101

22 | Cântaro

Séc. XX

Séc. XX

Utilizado para transportar e servir líquidos em casa, nas feiras

Argila; A 39cm; D 23,5cm

Argila; A 21cm; D 50cm

31 | Chocolateira/Cafeteira

e no trabalho

Joaquim Dias Resende, Mozelos

Maria Emília Silva Sousa, S. João de Ver

Utilizada para preparar e servir o chocolate líquido quente,

Séc. XX

ML2000.03.041

ML2000.03.001

café e/ou leite

Argila; A 27,5cm; D 7,5cm

Ofícios | Oleiro 200

201

Séc. XIX-XX

35 | Panela

Argila A 12,8cm; D 5cm

Utilizada na cozedura de alimentos

Maria de Lurdes Alves da Silva, S. Miguel de Souto

Séc. XIX-XX

ML2004.03.030

Argila; A 28cm; D 13,3cm A Funerária Santos da Feira, Ldª

32 | Púcaro asado

ML2003.03.003

Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco Séc. XIX-XX

36 | Púcaro

Argila; A 25,5cm; D 14,1cm (boca)

Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco

Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto

Séc. XX

ML2005.03.013

Argila; A 24,5cm; D 14,5cm C. C. R. Orfeão da Feira

33 | Panela asada

ML2001.03.003

Utilizada na cozedura de alimentos

37

1ª metade do séc. XX

37 | Púcaro asado

Argila; A 18cm; D 12,5cm (boca)

Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco

Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto

Séc. XIX-XX

ML2005.03.015

Argila; A 25,5cm; D 14,1cm (boca) Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto

34 | Púcaro asado

36

ML2004.03.040

Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco

28

Séc. XIX

38 | Assadeira

Argila; A 26,5cm; D 16cm

Utilizada para cozinhar alimentos no forno

Abraão de Oliveira Ribeiro, Riomeão

Séc. XX

ML2002.03.015

Argila; 7,8X32cm C. C. R. Orfeão da Feira ML2001.03.007

Ofícios | Oleiro 202

203

Tecelagem O Concelho da Feira, com grande tradição na arte da tecelagem, apresenta características de uma manufactura caseira, sendo também um trabalho exclusivamente feminino e de subsistência, continuando a trabalhar nos campos ou noutras actividades. Nos inquéritos industriais do séc. XVIII e XIX, há uma grande percentagem de tecedeiras com números muito expressivos em freguesias rurais do interior/norte do concelho: Louredo (17), Sanguedo (19) ou mais a sul, na freguesia de Souto com 18 tecedeiras.

Durante o séc. XIX, é realizada a mecanização dos teares, mas no concelho, esta realidade ainda não é evidente, verificando-se no entanto,

3

um surto desta pequena indústria feminina pelo aumento substancial do número de tecedeiras que, nos 167 teares espalhados pelo concelho, fabricam tecidos de linho e de estopa que depois são vendidos em feiras do concelho e arredores.

Madeira/ferro; 70X285cm

No entanto, a tecelagem no Concelho da Feira não se cingia apenas ao fabrico de panos de linho. Nos mesmos teares tecia-se a seriguilha e o burel para consumo das próprias famílias. Em freguesias como S. Paio de Oleiros ou Paços de Brandão eram também confeccionados

1 | Linhaça

C. C. R. Orfeão da Feira

colchas, liteiras e passadeiras feitas com urdidura de linho e com trapos grosseiros de várias cores que as mulheres iam comprar às fábricas

Semente do linho

ML2004.27.006

de papel do concelho. Segundo a estatística industrial de 1867, fabricavam-se cerca de 2000 liteiras de trapo de cor que também eram

Séc. XX

vendidas em feiras da região.

C. C. R. Orfeão da Feira

4 | Malho

ML2005.33.017

Utilizado para malhar o linho na eira, ficando mais macio e limpo 1ª metade do séc. XX

Durante o séc. XX, os teares continuam a laborar na confecção de liteiras e passadeiras, cuja matéria-prima continuava a abundar em fábricas de papel que entretanto se multiplicaram em algumas zonas do concelho. Na década de setenta, esta actividade tinha desaparecido

2 | Saco

Madeira/couro; C 151cm; D 3,9cm

quase por completo.

Utilizado para conter as sementes do linho

C. C. R. Orfeão da Feira

1ª metade do séc. XX

ML2003.25.038

Conta a lenda que, por ocasião da construção do Convento dos Lóios, as mouras do castelo também ajudaram a carregar as pedras para a

Estopa; 32X27cm

sua construção e ao mesmo tempo, iam fiando o linho com a roca que traziam à cintura.

C. C. R. Orfeão da Feira

5 | Maço

|A.J.O.|

ML2007.21.001

Utilizado para maçar o linho depois de seco ao ar 1ª metade do séc. XX

3 | Ripo

Madeira; 105X7,5cm

Utilizado para separar a baganha do caule

Lucinda Borges Silva, Romariz

Séc. XIX

ML2005.27.018

Ofícios | Tecelagem 204

205

6 | Espadela

das fibras

Utilizada para bater o linho em estriga, libertando os fragmen-

Séc. XIX-XX

tos da parte lenhosa dos tomentos

Madeira/ferro; 40,5X11cm

Séc. XIX

Lucinda Borges Silva, Romariz

Madeira; 46,2X18,5cm

ML2005.27.001

C. C. R. Orfeão da Feira

9

10 | Carda

ML2004.27.001

Utilizada na última fase do processo de limpeza e separação 7 | Espadela

das fibras

Utilizada para bater o linho em estriga, libertando os fragmen-

Séc. XX

tos da parte lenhosa dos tomentos

Madeira/cardo; 28X17,5cm

Séc. XIX

Lucinda Borges Silva, Romariz

Madeira; 38,8X10,8cm

ML2005.27.009

C. C. R. Orfeão da Feira ML2004.27.002

8 | Cortiço p/ espadelar Utilizado como suporte para espadelar a estriga Séc. XX Cortiça; 59,6X32cm 7

12

C. C. R. Orfeão da Feira ML2004.27.003

9 | Sedeiro 6

Utilizado na última fase do processo de limpeza e separação

8

Ofícios | Tecelagem 206

207

11 | Estriga de estopa

15 | Roca

Fibras para elaboração do tecido em estopa

Utilizada na preparação manual do fio de linho

Séc. XX

Séc. XX

Estopa; 12 gr

Madeira/cortiça/cana; 76X7cm

Lucinda Borges Silva, Romariz

Tomás Caridade Vieira, Ponte de Lima

ML2005.33.032

ML2008.27.001

12 | Balança de braços iguais

16 | Fiadeira/Roda de fiar

Utilizada na pesagem do linho ou da estopa por fiar

Utilizada para preparar o fio de linho

Séc. XIX-XX

Séc. XIX

Ferro; 43X52cm

Madeira; 93X37cm

Maria de Lurdes Alves da Silva, S. Miguel de Souto

Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares

ML200612.033

ML2005.27.016

13 | Estriga de linho

17 | Sarilho

Adelina Fernandes de Amorim, Nogueira da Regedoura

Fibras para elaboração do tecido em linho

De rotação e eixo vertical, é utilizado para fazer as meadas

ML2004.06.045a_b

Séc. XX

Séc. XIX-XX

Linho; 18,7 gr

Madeira; 74X58cm

19 | Dobadoura

Lucinda Borges Silva, Romariz

C. C. R. Orfeão da Feira

Utilizada para fazer das meadas os novelos para a obra

ML2005.33.031

ML2004.27.007a_b

1ª metade do séc. XX

19

Madeira; 105X67cm 14 | Fuso

18 | Panela

C. C. R. Orfeão da Feira

Utilizado para enrolar o fio de linho já formado

Utilizada para cozer as meadas com água e cinza clara de modo

ML2004.27.008a_b

Séc. XIX

a branqueá-las

Madeira/liga de cobre; C 23,5cm; D 1,8cm

16

Alcides Vieira da Rocha, Sanfins

Séc. XX

20 | Urdidor/Maquieiro

Ferro; A 106cm; D 42cm

Caixa onde se colocam os novelos que vão entrar na espadilha

ML2004.27.011

Ofícios | Tecelagem 208

209

23 | Liço

de pano compridas

Utilizado no tear, por onde passam os fios da teia que, acciona-

Séc. XIX-XX

dos por pedais, se levantam e se baixam, resultando um movi-

Madeira/ferro

mento alternado, fazendo-se passar a lançadeira

C. C. R. Orfeão da Feira

1ª metade do séc. XX

ML2008.27.005

Madeira/algodão; 102x32cm e dispor-se na urdideira

21

1ª metade do séc. XX

Lucinda Borges Silva, Romariz

27 | Caneleiro

ML2005.27.007

Utilizado para encher as canelas

Madeira; 80X54,5cm

1ª metade do séc. XX

Lucinda Borges Silva, Romariz

24 | Novelo(s) de algodão

Ferro; 48,5x15cm

ML2005.27.005

Colocado(s) nas casas do maquieiro. O fio entra na espadilha

Lucinda Borges Silva, Romariz

para ser lançado longitudinalmente na urdideira

ML2005.27.013

21 | Espadilha/Palmeta

Séc. XX

Utilizada na preparação da teia na urdideira. Os fios passam

Algodão

28 | Lançadeira

pelos orifícios, separando-os em duas séries, carregando assim

Lucinda Borges Silva, Romariz

Utilizada para conter a canela com o fio que forma o tecido a cada

o tear

ML2005.33.019 a 021

passagem na cala da urdidura

1ª metade do séc. XX

29

1ª metade do séc. XX

Madeira; 39,2X4,5cm

25 | Novelo de linho

Madeira/ferro; 26x7cm

Lucinda Borges Silva, Romariz

Colocado numa das casas do maquieiro. O fio entra na espadilha

Lucinda Borges Silva, Romariz

ML2005.27.019

para ser lançado longitudinalmente na urdideira

ML2005.27.002

Séc. XX 22 | Urdideira

Linho

29 | Forma de fazer liços

Utilizada para urdir (dispor) a teia

Lucinda Borges Silva, Romariz

Utilizada como bitola, de modo a se fazerem as voltas dos liços

1ª metade do séc. XX

ML2005.33.030

Séc. XIX-XX

Madeira; 184X166cm

27

Madeira; 120x19cm

Lucinda Borges Silva, Romariz

26 | Tear de pedal

Lucinda Borges Silva, Romariz

ML2006.27.001

Pedais horizontais com dispositivos, permite o fabrico de peças

ML2005.27.006

Ofícios | Tecelagem 210

211

Indústria das Rolhas de Cortiça Pelo terceiro quartel do séc. XVIII surge em Santa Maria de Lamas, concelho da Feira, um primeiro núcleo de três unidades para uma

rabanear era construída em madeira e ligeiramente inclinada, onde se colocava a prancha de cortiça para ser cortada em traços; a faca

produção industrial de rolhas de cortiça, actividade que, cerca de um século mais tarde, contará já com sete fábricas de transformação.

de rabanear, com lâmina em forma de meia-lua, era equipada com um registo que servia para marcar a largura do traço e, consequente-

Esta indústria, que utilizava mão-de-obra essencialmente feminina, empregava, por volta de 1865 (Informações 1867: 319), trinta e quatro

mente, determinava o comprimento da rolha que se pretendia fabricar.

mulheres e dezoito homens, oriundos de Santa Maria de Lamas e de S. João de Ver, a que se deve associar uma outra actividade ligada ao sector —a dos mercadores da cortiça por grosso— localizada em algumas freguesias como Argoncilhe, Fiães, Pigeiros e Romariz. O aumento

De seguida os traços passavam para a fase de quadrar, ou seja, eram transformados em paralelepípedos, operação efectuada pelo quadra-

da produção e exportação de vinhos, nomeadamente dos oriundos do Douro vinhateiro, aliado à relativa proximidade geográfica do conce-

dor munido do seu burro, uma espécie de faca afiada com um cabo de madeira. A matéria-prima era toda aproveitada, utilizando-se os

lho à região duriense (freguesia de Canedo, a mais setentrional do concelho, tem como limite Norte o rio Douro), proporcionou, ao longo

diversos quadrados para o fabrico de rolhas de várias dimensões. O quadrador chegava a ter à sua volta cerca de doze a quinze caixas de

dos anos, um incremento substancial sustentado por esta actividade transformadora.

paralelepípedos com calibres diferentes. Por norma, a produção de dois quadradores alimentava o trabalhado de um garlopista, na fase seguinte do fabrico da rolha.

Durante o séc. XX, a indústria foi-se modernizando e adaptando às novas exigências do mercado, com a apresentação de novos produtos e soluções de valorização da cortiça manufacturada, mantendo, no entanto, como principal produto a rolha de cortiça, e alargou-se a fregue-

Pelo final do séc. XIX, a última fase deste processo passou a ser executada com uma máquina —a garlopa— inventada por volta de 1820,

sias como Lourosa, Mozelos e Paços de Brandão. A partir da década de oitenta, a concentração deste tipo de unidades fabris no concelho,

que veio substituir o trabalho manual executado essencialmente por mulheres que, habituadas desde muito novas a fazer rolhas à mão,

permitiu suplantar a produção dos habituais pólos industriais nacionais do sector, nomeadamente, o do distrito de Setúbal, transformando

utilizando uma faca e um apoio de madeira, transformavam, com grande mestria, os paralelepípedos em rolhas cilíndricas ou cónicas. Para

o Concelho de Santa Maria da Feira no maior exportador mundial de cortiça.

fabricar uma rolha na garlopa, o paralelepípedo era passado duas vezes consecutivas na máquina: na primeira, eram retiradas as arestas mais salientes e, na segunda passagem, eram aparadas as restantes arestas, em toda a periferia, de modo a produzir um cilindro perfeito,

O fabrico da rolha

isto é, uma rolha.

A cortiça, enquanto matéria-prima, inicia o seu ciclo com o descortiçamento, processo ancestral de extracção da casca dos sobreiros que se realiza habitualmente, entre os meses de Junho e Agosto. As pranchas de cortiça retiradas e empilhadas nos montados, permanecem ao

A produção diária de um garlopista podia atingir cerca de 30 grosas de rolhas, correspondendo a uma saca diária. O grosso desta produção

ar livre, expostas ao sol e à chuva, durante um período não inferior a seis meses, por forma a permitir a sua maturação e estabilização.

era vendido à porta das fábricas e a negociantes da cidade do Porto que, por sua vez, as vendiam para Lisboa, para as ilhas e para outras

Transportadas para as fábricas, estas pranchas são imersas, durante perto de uma hora, num recipiente com água limpa e a ferver para

partes do pais, chegando mesmo a fazer a sua exportação para o Brasil.

a fazer a desinfecção, melhorar a sua estrutura interna, aumentar a sua a espessura, tornando-as macias e elásticas. Após a cozedura, a

|A.J.O.|

cortiça fica em repouso cerca de três semanas, o que permitirá o aplanamento das pranchas e a obtenção da consistência necessária para a sua transformação.

Até ao final do séc. XIX e inícios do séc. XX, imperou o processo tradicional de fabrico de rolhas essencialmente manual.1 Depois de cozida a cortiça num recipiente de cobre —caldeira— e de um período de repouso, o rabaneador, com a sua força braçal, cortava as pranchas em

1

tiras —traços— de forma perpendicular às fendas da cortiça e com uma largura ligeiramente superior ao comprimento da rolha; a banca de

na Cincork – Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça, Santa Maria de Lamas.

A descrição do processo manual de fabrico das rolhas foi-nos gentilmente cedida por Manuel Gonçalves, Formador

Ofícios | Cortiça 212

213

1 | Banca de rabanear Utilizada para cortar traços (rabanadas) com uma largura ligeiramente superior ao da rolha a produzir Séc. XX Ferro/madeira; 85X39cm ML2008.06.017

2 | Faca de rabanear Utilizada para cortar as rabanadas Séc. XX Madeira/ferro; C 38,5cm; L 4cm Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas ML2008.06.009

3 | Banca de quadrar Utilizada para fazer os quadrados manualmente, com a faca de quadrar ou burro Séc. XX Madeira; 86,1x76,8cm ML2008.06.018

4 | Burro (faca para quadrar) Faca com registo utilizada para cortar quadros (quadrados) 5

para fabricar as rolhas Séc. XX Madeira/ferro ML2008.06.024

Ofícios | Cortiça 214

215

5 | Garlopa

Séc. XX

Utilizada para modelar os quadrados de modo a ser produzida

Madeira; 34,5X25cm

a rolha

Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas

1ª metade do séc. XX

ML2008.06.011

Ferro/madeira, 140X50cm 8 | Rodo

ML2008.06.013

Utilizado na banca para mexer e puxar as rolhas no acto da 6 | Banca de escolha

selecção

Utilizada para se fazer a selecção as rolhas acabadas, sendo

Séc. XX

eliminadas as rolhas com defeito

Madeira; 48,5X12cm

Séc. XX

Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas

Madeira; 101,5X90cm

ML2008.06.012

Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas 9 | Alcofa

ML2008.06.010

Utilizada para colocar os vários calibres das rolhas 7 | Banco da escolheira

Séc. XX

Utilizado pela operária para se sentar em frente da banca quan-

Esparto; 62X32cm

do faz a escolha das rolhas

Cincork, Santa Maria de Lamas ML2008.09.016

6

Ofícios | Cortiça 216

217

Indústria do Papel INDÚSTRIA DO PAPEL NO CONCELHO DE SANTA MARIA DA FEIRA: UMA ARTE COM 300 ANOS DE HISTÓRIA

de escrita, almaço e florete. Estes últimos, personalizados com Marca de Água com referência ao nome do fabricante ou da fábrica produtora -, atingiram uma

A partir do início do século XVIII, a indústria do papel, beneficiando de condicionalismos geográficos e económico-sociais favoráveis,

excelente qualidade, tendo sido premiados em diferentes exposições industriais,

implantou-se dum modo decisivo e duradoiro no concelho da Feira, transformando o quotidiano das gentes rurais, e passando a constituir

de âmbito nacional e europeu, na segunda metade do século XIX.

um vector determinante na economia da região.

Ao longo do século XX, a indústria do papel permaneceu no quotidiano das gen-

Ao longo dos séculos XVIII e XIX, esta indústria difundiu-se rapidamente por todo o concelho e pela maioria dos concelhos vizinhos que

tes do concelho de Santa Maria da Feira, tendo actualmente uma importância

integravam a antiga Terra de Santa Maria, com destaque para os actuais concelhos de Castelo de Paiva, Oliveira de Azeméis, Arouca, Vila

relevante nas freguesias de S. Paio de Oleiros e Paços de Brandão, herdeiras de

Nova de Gaia, Ovar, Espinho e Albergaria-a-Velha.

uma cultura estruturada ao longo de sucessivas gerações de fabricantes e de

No concelho de Santa Maria da Feira, esta indústria teve início em 1708, na Real Fábrica de Papel Nossa Senhora da Lapa, em S. Paio de

operários do papel, desde há trezentos anos.

Oleiros. Conhecida na região como Fábrica do Engenho Velho, fora fundada pelo genovês José Maria Ottone, de sociedade com Vicente

OUDINOT, J. R. R. de Q. 1862; PEREIRA, P. J. T. – SILVA, V. P. 2002; RODRIGUES, M.

Pedro Pedrossen, membro de uma família capitalista da cidade do Porto. Aquando da sua fundação, recebeu alvará real concedido por D.

F. 1988; RODRIGUES, M. F. - MENDES, J. M. A. 1999; SANTOS, M. J. Ferreira dos

João V, constituindo um exemplo de longevidade industrial e um alfobre na reprodução de mão-de-obra conhecedora da arte papeleira,

1997; SANTOS, M. J. Ferreira dos 2008.

numa alternativa à precariedade de trabalho e de salários, dum contexto económico marcado pela ruralidade. É neste contexto que os grandes proprietários e membros de famílias da nobreza local, a partir de finais do século XVIII, aceitam este novo desafio de investimento. Refira-se, como exemplo, a fundação da Real Fábrica de Papel de Paços de Brandão (cedo designada como Engenho Novo, por oposição ao Engenho Velho da Lapa), fundada em 1795, pelo Padre José Pinto de Almeida, da Casa da Portela. Em 1797, em resposta a uma petição apresentada pelo fundador, seriam concedidos pela rainha D. Maria I, isenções e privilégios reais, a esta primeira fábrica de papel de Paços de Brandão. Deste primeiro surto da indústria do papel no concelho, são de referir ainda - não só pela dimensão económica que atingiram mas também pela inovação e qualidade do seu fabrico - a Fábrica da Cardenha, em S. Paio de Oleiros, as fábricas da família Azevedo Aguiar Brandão, em Paços de Brandão, e ainda nesta freguesia, as Fábricas da Azenha. De realçar que, numa atitude de notável inovação industrial, nos primeiros anos da década de 1860, na Fábrica da Cardenha, Joaquim de Sá Couto produzira papel a partir de diferentes palhas e madeiras, numa tentativa de encontrar uma nova matéria-prima, alternativa aos trapos de algodão e linho. E graças à qualidade dos papéis da Azenha, Manuel Pinto de Almeida, em finais da década de 1850, ganhara a concessão de fabrico exclusivo de papel selado para o Tesouro Público, concessão que mantinha ainda em 1862. Em meados do século XIX, espalhadas pelas diferentes freguesias do concelho de Santa Maria da Feira, dezenas de unidades papeleiras produziam papéis de diferentes qualidades, desde o papel mortalha para cigarros aos papéis de embalagem, com destaque para os papéis

Ofícios | Papel 218

219

Ano da Fundação Fundadores

Freguesia

1708

José Maria Otonne e Vicente Pedro Pedrossen

S.Paio de Oleiros

Real Fábrica de Nossa Senhora da Lapa/Engenho Velho

1795

Padre José Pinto de Almeida

Paços de Brandão

Real Fábrica de Papel de Paços de Brandão/



Designação/Lugar

1 | Tina com base

4 | Forma e quadro

Utilizada para fazer a mistura da pasta de papel

Utilizada no fabrico manual para formar a folha de papel

Séc. XX

Séc. XX



Engenho Novo/Pólo do Museu do Papel

Madeira/ferro; A 75,7cm; D 101,2cm

Madeira/fio de cobre; 34,5x25,7cm

1813

Dr. Manuel José Athaíde Magro

S.Paio de Oleiros

Fábrica de Joaquim de Sá Couto/Fábrica da Cardenha

1815

Francisco Alves da Cruz

S.Paio de Oleiros

Fábrica do Pego/Papeleira Portuguesa

Museu do Papel, Paços de Brandão

Museu do Papel, Paços de Brandão

1820

José de Sá Couto

S.Paio de Oleiros

Fábrica do Candal/Candal de Cima

ML2008.conj.001

ML2008.06.023a_b

1820

Francisco da Paula Cabral

S.Paio de Oleiros

Fábrica do Zabumba

1820

José Pinto

Riomeão

Fábrica de Mourão

1822

Lourença Pinto e Joaquim de Carvalho

Paços de Brandão

Engenho da Lourença/Fábrica de Custódio Pais/

2 | Rodo

5 | Banqueta

Utilizado na tina para homogeneizar a pasta de papel dilu-

Utilizada como suporte para desenformar a folha de papel en-



Museu do Papel

1824

Jerónimo José Pinto

Geão

Fábrica da Lage

ída em água

tre baetas assim como mesa de apoio às botadeiras na zona do

1825

Francisco José de Azevedo Aguiar Brandão

Paços de Brandão

Fábrica dos Azevedos/Fábrica de Cima/

Séc. XX

Espande (zona de secagem do papel)

Madeira; 120cm; 34,1x14cm (pá do rodo)

1916



Museu do Papel

1827

Engenho de Joaquim de Carvalho/Fábrica de Custódio

Joaquim de Carvalho

Paços de Brandão



Pais/Museu do Papel

Museu do Papel, Paços de Brandão

Madeira; 73,2x69,9x49,9cm

1828

Manuel Rodrigues de Barros

Nogueira da Regedoura

Fábrica da Tapada do Moinho

1836

Francisco Pinto Henrique de Menezes

Paramos

Fábrica do Morgado de Paramos/Fábrica do Castelo

ML2008.06.022

Museu do Papel, Paços de Brandão

1843

José Pinto da Conceição Avellar

Fiães

Fábrica de Gualtar

1844

Manuel Pinto de Almeida

Paços de Brandão

Fábrica da Azenha/Fábrica de Cima

3 | Moço

1844

Bernardo José Pereira

Canedo

Fábrica da Ervideira

1846

João José de Azevedo Aguiar Brandão

Paços de Brandão

Fábrica da Azenha/Fábrica de Baixo

Utilizado como apoio, colocado sobre a tina, onde se pousava a

1848

Manuel dos Santos Ramalho

S.Paio de Oleiros

Fábrica da Aldeia

1848

José Moreira Pinto

Silvalde (actual concelho de Espinho)

Ponte Redonda

Séc. XX

1849

Manuel Gomes da Silva

S.Paio de Oleiros

Fábrica de Papel da Aldeia

1849

J. Vieira de Castro e A. J. Pereira da Rocha

Paços de Brandão

Fábrica de Fonte Infesta

Madeira; 41,9x26,9x112,9cm

1849

Lourenço Alves da Silva

S. Jorge

Fábrica do Engenho

1850

José Luiz Dias

Canedo

Fábrica da Vargem

1868(?)

Francisco José de Azevedo Aguiar Brandão

Paços de Brandão

Fábrica dos Azevedos/Fábrica de Baixo/



Museu do Papel

1875(?)

José do Custódio

Paços de Brandão

Fábrica de José do Custódio/ Luís de Oliveira Santos

1898

Manuel Francisco da Costa

S.Paio de Oleiros

Fábrica de Manuel Francisco da Costa

ML2008.06.019

forma para escoar a água

Museu do Papel, Paços de Brandão ML2008.06.021

[M.J.S.]

Ofícios | Papel 220

221

Símbolos do Município Ao longo da Idade Média, o poder real teve um papel fundamental no processo de municipalização do território, intervindo e regulando, através do levantamento de cadastros dos seus direitos e propriedades, conseguindo matéria suficiente para se compilarem as ordenações que visavam salvaguardar a autonomia dos concelhos mesmo nas terras senhoriais.

A criação do Condado da Feira, no reinado de D. Afonso V, levou a que a dinâmica concelhia se processasse simultaneamente entre o domínio de um conde e o da câmara municipal. Um testemunho físico desta coexistência é o capitel do antigo pelourinho da Feira, datado do principio do séc. XVI, onde são reproduzidas de um lado as armas portuguesas e do outro o brasão dos Pereira ladeados por duas esferas armilares.

A atribuição dos novos forais coube a D. Manuel I que conseguiu uniformizar o modelo de nova municipalidade. O que os forais novos herdaram dos antigos foi apenas a descrição dos direitos e encargos de cada concelho à coroa ou aos senhores donatários. Também a Terra de Santa Maria e a Vila da Feira receberam um novo foral em 1514, reforçando assim a sua importância no contexto de municipalidade local.

Segundo F. Ribeiro da Silva, a Câmara da Feira no séc. XVII, era constituída por dois juízes, três vereadores e o procurador do concelho que defendiam os direitos e liberdades do concelho e os interesses dos seus vassalos. À Assembleia Municipal cabia-lhe o direito de aprovar acórdãos que regulavam a vida municipal diária. Este poder municipal era simbolicamente representado em cerimónias religiosas e oficias pelas varas do poder ou os paus da vereação.

A câmara municipal detinha uma série de competências relacionadas com a administração, jurisdição e regulação da vida económica local. A disparidade de pesos e medidas que vigoravam de uns concelhos para outros e as dificuldades encontradas já depois da revolução liberal para os uniformizar, a sua vigilância, o abastecimento em géneros, a fixação dos preços de bens de consumo diário, a garantia da qualidade e reserva de cereal, a reparação e execução de estradas, pontes, fontes ou chafarizes e a supervisão em questões da saúde, limpeza e higiene pública, eram promulgadas através de posturas municipais que exprimiam exactamente essa intervenção reguladora. |A.J.O.|

223

VILA DA FEIRA

PESOS E MEDIDAS

1 | Capitel de Pelourinho

A metrologia vai constituir durante séculos um serviço municipal de grande relevância na defesa dos consumidores. É o poder real que nor-

Escultura

maliza e detém a jurisdição, tentando uniformizar os pesos e as medidas da vida económica das regiões que, por tradição, vão mantendo

Séc. XVI

as suas unidades de medidas anteriores.

Granito; 36X28cm ML2004.07.009

Nas Cortes de Elvas, em 1361, tentou-se pela primeira vez, com algum rigor, uniformizar o sistema metrológico português. Esta questão não foi fácil e foi travada pelos poderes e privilégios dos concelhos. A política mercantilista de D. João II acentuou a obrigatoriedade do

2 | Cópia do Foral dado por D. Manuel I à Vila da Feira e Terra

uso de instrumentos que medissem equitativamente os produtos em todos os concelhos do reino, tendo sido adoptado o peso-padrão – o

de Santa Maria

marco de Colónia –, utilizado na Europa.

10 de Fevereiro de 1514 A2

Em 1499, as Ordenações Manuelinas vão pôr em prática essas normas com a execução de medidas-padrão em bronze para sólidos, criando outras para líquidos e outras para comprimento, devendo todas serem equivalentes às da cidade de Lisboa. Os únicos a terem sucesso

3 | Vara(s) do poder

foram os pesos-padrão de bronze que D. Manuel I mandou fabricar e distribuir por todos os concelhos. Em 1575, D. Sebastião publica a Lei

Utilizada(s) em cerimónias públicas pelo presidente, vereado-

de Almeirim que estabelece um sistema de medidas para os produtos secos e outro para os líquidos, tentando-se adoptar a mesma política

res e procurador da Câmara

e distribuição dos pesos-padrão de D. Manuel I.

1ª metade do séc. XVIII Madeira policromada; A 179cm

Em 1813, a Comissão Central de Pesos e Medidas dá preferência ao sistema decimal francês adoptando a mesma nomenclatura das antigas

ML2006.31.001 a 007

medidas portuguesas. A partir de 13 de Dezembro de 1852, D. Maria II implementa o Sistema Métrico Decimal, dando a Portugal cerca de dez anos para pôr em prática o novo processo. O sucesso deste sistema baseou-se na simplificação das medidas, das suas nomenclaturas e

1

4 | Reposteiro

na representação de volumes, superfícies, comprimentos, capacidades e massas.

Utilizado na sala de sessões da Câmara Municipal e em 1908, na

|A.C.M e A.J.O.|

sala do trono aquando da visita de D. Manuel II, à Vila da Feira Reprodução bordada por Maria José Soares Vila Nova Tecido/fio; 223X127cm ML2007.21.002

Símbolos do Município 224

225

PESOS E MEDIDAS PADRÃO

10 | Pedra

14 | Jogo de medidas padrão de pesos com cepo – classe M2

Não está identificada a técnica de utilização, sendo um dos ins-

Utilizado para aferir massas

6 | Pilha de pesos padrão

trumentos de pesar mais antigos

Séc. XX

Utilizado(s) para aferir e comparar massas

Granito/ferro; 17X 15cm; (½ arroba 7500 gr)

Madeira/latão; 5000 gr; 2000 gr; 1000gr; 500gr; 200gr; 100gr;

1690

ML2008.12.004

50gr

Bronze; A 28,3cm; D 29cm

ML2003.12.067/1_/8 11 | Balança de precisão com vitrina/braços iguais de sus-

ML2006.12.005/1_/3

pensão superior

15 | Metro padrão de extensão

7 | Pilha de pesos de Nuremberg

Utilizada para aferir e verificar pesos mínimos

Utilizado na aferição dos metros padrão do Serviço de Metrologia

Utilizado(s) para aferir e comparar massas

Séc. XX

Séc. XIX-XX

Séc. XVIII

Madeira/latão/vidro; 37,4X37cm

Madeira/latão; 6X106,4cm

Bronze/chumbo; 4,40X2cm; 100gr

ML2003.12.077a_h

ML2003.12.070

12 | Jogo de medidas padrão de capacidade paralelipipédicas

16 | Metro articulado/Medida padrão de extensão

8 | Quarta de arrátel

Utilizado na aferição de medidas para secos

Utilizado na aferição dos metros de madeira

Utilizado para aferir e comparar massas

Séc. XIX-XX

1945

Séc. XV-XVI

Madeira/latão; 10l; 5l; 2l; 1l; ½ l; ¼ l; 2dl; 1/8l; 1dl; ½ dl

Madeira/latão; 1,9X101,6cm

Bronze; A 5,20cm; D 2,50cm

ML2003.12.074/1_/10

ML2003.12.069

13 | Jogo de medidas padrão de capacidade cilíndrica

17 | Mestra de aferição

9 | Oitava de arrátel

Utilizado na aferição de medidas para líquidos

Utilizada para aferir medidas cilíndricas e paralelipipédicas de

Utilizado para aferir e comparar massas

1910

secos e líquidos

Séc. XV-XVI

Antimónio/bronze/estanho; 10l; 5l; 2l; 1l; 5 dl; ¼ l; 2dl; 1 dl;

1952

Bronze/chumbo; A 4,20cm; D 2,1cm

1/8 l; 5 cl; 2cl; 1cl

Madeira/latão; 1,8X53cm

ML2008.12.007

ML2003.12.078/1_/12

ML2003.12.073

ML2008.12.005/1_/7

ML2008.12.006

6

Símbolos do Município 226

227

18 | Mala de aferidor

21 | Rasoura(s)

Utilizada em serviço externo para aferir massas de dez

Utilizada(s) para aferir e rasar o conteúdo das medidas de vo-

quilogramas

lumes de secos

1911

Séc. XIX-XX

Madeira/aço/latão; 8,9X81,5cm

Madeira/latão; 5,1X52,9cm; 4,6X40,2cm; 4X19,8cm; 3,5X13,5cm

ML2003.12.086a_p

ML2003.12.823 a 826

19 | Rasoura cilíndrica

22 | Jogo de cepo e barra

Aferir e alisar as medidas de capacidade paralelipipédicas

Utilizado para derreter o chumbo para aferir pesos ou massas

para secos.

Séc. XIX-XX

Séc. XIX-XX

Ferro/chumbo; 3X11,2cm

Madeira; C 42,5 cm; D 3,4cm

ML2003.12.076/1_/2

ML2003.12.003 23 | Caixa das punções e discos de alicate 20 | Rasoura(s)

Utilizada para guardar as punções e os discos de alicate de aferição

Utilizada(s) para aferir e rasar medidas de líquidos

Séc. XIX-XX

Séc. XIX-XX

Madeira; 10,5X47,8cm

Vidro; 10l; 5l; 1l; 5 dl; ¼ l; ½ l; 5 dl; 2 dl; 2 cl; 1 cl

ML2003.12.096

ML2003.12.075/1_/10

11

12

13

Símbolos do Município 228

229

24 | Punções (129)

28 | Punção de calcar

32 | Balança de precisão/braços iguais de suspensão superior

Amadeu Lopes dos Santos, Santa Maria da Feira

Utilizada(s) para marcar nas medidas aferidas a letra designada

Utilizada para calcar o chumbo nos pesos

Utilizada para verificar os pesos em venda ambulante

ML2003.12.838 a 840

anualmente pelo Governo

Séc. XIX-XX

1784

1861

Ferro; C 6,1cm; D 1,2cm

Ferro; 52X65cm

36 | Medida(s) para secos

Ferro; A ±10,1cm

ML2003.12.833

Alzira Maria Azevedo, S. Miguel de Souto

Utilizada(s) para medir cereais

ML2003.12.821

1ª metade do séc. XX

ML2003.12.097 a 226 29 | Punção de calcar

Madeira; alqueire, ½ alqueire; celamim; ½ celamim; maquia

25 | Punções (489)

Utilizada para calcar o chumbo nos pesos

33 | Peso/quilo

Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares

Utilizada(s) para marcar nas medidas aferidas a letra designada

Séc. XIX-XX

Utilizado para pesar vários produtos em casa de lavoura

ML2004.12.018 a 022

anualmente pelo Governo

Ferro; C 13,8cm; D 3cm

Séc. XIX-XX

1861

ML2003.12.837

Ferro; D 7,5cm

Ferro; A ±10,2cm

Lucinda Borges Silva, Romariz 30 | Punção de arrombar

ML2003.12.330 a 819

ML2008.12.002

Utilizada para retirar o chumbo ou as argolas de ferro dos pesos 26 | Discos de alicate (101)

Séc. XIX-XX

34 | Peso/arrátel

Utilizado(s) para marcar a letra ou o número nas medidas desig-

Ferro; C 5,1cm; D 2,1cm

Utilizado para pesar vários produtos em casa de lavoura

nados anualmente pelo Governo

ML2003.12.829

Séc. (?)

1861

Granito; 10,5X8,5cm; (arrátel 495gr)

Ferro; D ±1,2cm

31 | Jogo de copos aferidos

Lucinda Borges Silva, Romariz

ML2003.12.227 a 328

Utilizado para verificar líquidos

ML2008.12.003 18

1888 27 | Punção de calcar

Vidro; 1l; ½ l; 4 dl; 3 dl; ¼ l; 1/8 l; 1 dl; ½ dl; 2 cl; 1 cl

35 | Pesos hexagonais

Utilizada para calcar o chumbo nos pesos

Manuel dos Santos Brandão, S. Miguel de Souto

Utilizado(s) para pesar produtos na venda ambulante e em

Séc. XIX-XX

ML 2004.12.043/1_/10

casas comerciais

Ferro; C 13,6cm; D 2,2cm

Séc. XX

ML2003.12.832

Ferro; 1kg; ½ kg; ¼ kg

Símbolos do Município 230

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Introdução

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SUMARAH A. - REDJEKI A.

Exposição Permanente

17



António Joaquim

19

Arqueologia

29



Mapa Arqueológico do Concelho



31

Achados Arqueológicos Diversos

41

Castro de Romariz

44

Castro de Fiães

108

Epigrafia



133

Castelo e os Pereiras

137

O Culto Religioso

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Oficíos Tradicionais

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TÁVORA, F.T.

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Sapateiro

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Jugueiro

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Tanoeiro



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1999: Um século de indústria no Norte. 1834-1933. O Génio dos Engenhos. Catálogo da exposição das comemo- rações dos 150 da AIP. Porto.

Oleiro



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Tecelagem

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1937: Terras da Feira. Notícias e memórias da freguesia de Arrifana de Santa Maria. Coimbra.

Indústria das Rolhas de Cortiça

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1905: Miscellânea. 2. Castelo da Feira. Importante descobrimento, O Archeologo Português, 10, p. 397-98. 1913: Religiões da Lusitânia. Lisboa. 1933-88: Etnografia Portuguesa. 10 vols., Lisboa. 1954: Tanoaria e vasilhame. (A Terra e o Homem, 28), Lisboa

Indústria do Papel

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Símbolos do Município

223

Bibliografia Geral



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239



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