Roteiro do Museu Convento dos Lóios (coord. R. Centeno; A.J. Oliveira)
Descrição do Produto
Santa Maria da Feira | 2008
Ficha Técnica Título | Roteiro do Museu Convento dos Lóios Coordenação | Rui M. S. Centeno e Ana José Oliveira
É a concretização de uma antiga aspiração feirense. Concluída a primeira fase do projecto de recuperação e adaptação
Textos | Ana José Oliveira [A.J.O.], Ana Celina Marques [A.C.M.] Cristina
do Convento dos Lóios a museu municipal, este belíssimo exemplar da arquitectura religiosa, datado do século XVI-XVII,
Félix [C.F.], Maria José Santos [M.J.S], Pedro Vilas Boas Tavares [P.T], Ricar-
reabre ao público com novas áreas e equipamentos, ajustados às novas exigências de um moderno espaço museológico,
do Teixeira [R.T.]; Rui M. S. Centeno [R.C.]
mantendo, no entanto, a traça original de um secular edifício que já desempenhou funções de casa religiosa, teatro,
Design Gráfico | Miguel Teixeira
cadeia e tribunal.
Fotografias | João Guerreiro
Desde alguns anos, a Autarquia fomentou a investigação científica e a partir de 1992, com a perspectiva de se aplicar uma
Coordenação Editorial | Etnos Lda., Museu Convento dos Lóios
nova política museológica para o Concelho, intensificou esse investimento com a promoção de escavações arqueológicas e
Editor | Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 2008
de estudos ligados à História Local e Regional. A comunidade local teve também um papel importante no aumento de arte-
Tipografia | Rainho & Neves, Lda.
factos museológicos, com um significativo número de beneméritos, doadores e mecenas, que em muito contribuíram para
ISBN |
o enriquecimento do vasto acervo actualmente existente no museu.
Depósito Legal |
Neste âmbito, permito-me destacar o espólio doado pelo Mestre António Joaquim, ilustre artista feirense, que iniciou esta
Tiragem | 1000 Exemplares
prática ao doar uma assinalável colecção de obras da sua autoria, que se encontram patentes na Sala António Joaquim.
Os textos não assinados são da responsabilidade dos coordenadores deste Roteiro
Assumindo-se como um espaço dedicado à história do concelho e da região, o Museu Convento dos Lóios tem como missão a salvaguarda, valorização e divulgação de testemunhos e memórias do passado, legados como herança histórica e cultural para as futuras gerações.
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Ao realizarmos uma visita ao passado de memórias, a exposição permanente vai proporcionar uma viagem às origens do povoamento, à Terra de Santa Maria e ao seu Castelo, assinada por objectos do quotidiano, da vida de trabalho do Homem, da sua religiosidade, porque o Homem é também um ser espiritual, e na Terra de Santa Maria a Festa das Fogaceiras é o ícone dessa espiritualidade ancestral, que a partir de um determinado momento da História, é associada ao Município. Também o Município está aqui representado através dos símbolos que o identificam e algumas das competências próprias de uma Câmara Municipal que, ao longo dos séculos, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento económico, social e cultural do seu território administrativo.
Preservar as memórias requalificando o presente
O museu é um espaço de educação por excelência e, neste sentido, as novas valências do edifício vão proporcionar a realização de uma série de actividades culturais e sociais através da promoção de exposições temporárias, oficinas temáticas, conferências, seminários e
O Programa Operacional da Cultura (POC) recebeu, em 2001, a candidatura da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
concertos, ajustando a sua programação aos diversos públicos, de forma a cumprir a missão pedagógica e cultural que lhe é inerente.
com vista à criação de condições ideias para a salvaguarda, conservação e exposição dos bens museológicos sob a gestão do
Como pólo central da Rede Municipal de Museus de Santa Maria da Feira, o Museu Convento dos Lóios terá um papel fundamental na
Museu do Convento dos Lóios, o que implicou profundas obras de recuperação naquele imóvel de interesse patrimonial.
promoção de novos espaços museológicos, já consignados na missão e objectivos da Rede, e da qual o Museu do Papel Terras de Santa Maria também faz parte.
Candidato à Acção 1 – Obras de Construção, Recuperação ou Valorização dos Museus, da Medida 1.2 – Modernização e Dina-
Situado no centro histórico da cidade, a poucos metros do Castelo da Feira e numa zona de lazer privilegiada, o Museu Convento
mização dos Museus Nacionais, este projecto permitiu que o Museu ficasse equipado com infra-estruturas que permitiram
dos Lóios reúne agora condições de excelência para acolher os diversos públicos e associar-se aos grandes momentos culturais pro-
a requalificação e valorização dos espaços, de forma a garantir todas as suas funções museológicas. Objectivos esses que
movidos pelo município.
cumprem na integra o que sempre foi exigido aos nossos beneficiários em termos de condições específicas de acesso. Aliás, no decorrer do período de programação do POC (2000-2006), foram apoiados diversos projectos que visaram preferencial-
Alfredo de Oliveira Henriques
mente a recuperação, construção ou ampliação de edifícios, tendo em vista a melhoria das condições de conservação e
Presidente da Câmara Municipal
exposição do património cultural e/ou a criação ou requalificação dos espaços de utilização pública dos museus, tais como extensões educativas, lojas, cafetarias, restaurantes, centros de informação, documentação e divulgação ao público, assim como os espaços envolventes.
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Introdução Dado tratar-se de um Museu instalado num edifício de relevância patrimonial, este projecto foi considerado relevante e
A reabertura ao público do Museu Municipal, agora denominado Museu Convento dos Lóios marca o final de um longo percurso condu-
prioritário tanto pelo POC, como pelo Instituto Português de Museus e pela própria autarquia, tendo sido assumido como
zido pela Câmara Municipal que, atenta à riqueza e à importância do património arqueológico, histórico, e cultural da Terra de Santa
uma obra essencial e urgente, dado o estado de precariedade do imóvel.
Maria, decidiu avançar para a requalificação de uma instituição que tivesse as condições necessárias para a recolha, preservação, estudo e musealização das diversas colecções que foram constituídas a partir da criação do Museu em 1938, fruto do labor de ilustres
A actividade do Museu no imóvel do Convento foi, até à intervenção, desenvolvida segundo os constrangimentos decorrentes
feirenses, sem deixar de mencionar o seu primeiro director Dr. Henrique Vaz Ferreira, de acções específicas apoiadas pela própria
do espaço existente e do seu estado progressivo de degradação, o que obrigou a cessar as acções expositivas em 2000. Não
autarquia, como foi o caso das campanhas de escavações arqueológicas nos Castro de Fiães e de Romariz, e de ofertas de muitos
obstante, o Museu sempre desenvolveu continuamente actividades de investigação e documentação relacionada com o seu
particulares, onde assume especial relevância a generosa doação do Pintor António Joaquim.
acervo e com o património arqueológico do concelho, de conservação, bem como acções educativas promovidas por meio de visitas guiadas aos sítios de interesse patrimonial e de apresentações nas escolas da região.
Uma etapa importante para a concretização deste projecto foi a deliberação da Câmara que criou a “Comissão Instaladora do Museu Municipal”, em Outubro de 1991, presidida pelo Presidente da Câmara, Alfredo de Oliveira Henriques, e que integrou diversas figuras
Esta valorização, aliada à programação arqueológica já existente, culmina agora com a abertura de um novo Museu do
da cultura feirense e alguns docentes universitários que vinham desenvolvendo projectos de investigação no concelho. A constituição
Convento dos Lóios à fruição pública, um exemplo de como é possível preservar as memórias do passado, renovando e
desta Comissão pôs em marcha um processo que, certamente, registou um novo incremento à constituição de colecções através de
requalificando no presente.
exposições temporárias e ao levantamento do património etnográfico concelhio.
Helena Pinheiro de Azevedo
No virar para o séc. XXI, com a criação da Rede Municipal de Museus de Santa Maria da Feira, o Museu, como pólo central da Rede,
Gestora do Programa Operacional da Cultura
adquire um novo impulso, passando a constituir um espaço de conteúdo municipal e até regional, criando-se também as condições necessárias para se proceder ao projecto de remodelação e adaptação do antigo edíficio conventual às novas funções museísticas, elaborando-se o programa museológico e o projecto de arquitectura que possibilitaram a preparação de uma candidatura a apoios financeiros comunitários, importantes para a materialização projecto.
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História do Edifício O Convento dos Lóios, edifício carregado de história, sofreu, ao longo dos séculos, múltiplas e, por vezes, profundas transforma-
CONVENTO DOS LÓIOS DE SANTA MARIA DA FEIRA*
ções devido às diversas utilizações e que condicionou naturalmente o projecto arquitectónico na sua adaptação às novas funções, conseguindo-se, porém, soluções que viabilizaram tal transformação. Alguns dos serviços, essenciais ao cumprimento de sua missão
No alto de um afirmativo escadório barroco, a igreja matriz de S. Nicolau, adossada ao antigo claustro e edificações claustrais dos
e objectivos, serão instalados em áreas a construir numa segunda fase já projectada.
cónegos lóios, constitui o primeiro e solene patamar ascencional da «colina sagrada» da cidade de Santa Maria da Feira, cujas «Terras»
O visitante do Museu poderá apreciar e conhecer um pouco da arquitectura e da história do antigo Convento dos Lóios, sendo
multissecularmente encabeça.
aconselhável uma visita à Igreja do Espírito Santo adossada ao edifício conventual. A exposição permanente, objecto deste Roteiro,
O espesso manto arbóreo da cerca conventual liga aí, como estrada verde, rendidos olhares de viandante lançados às muralhas do renoma-
desenvolve-se nos dois pisos do edifício, iniciando-se no piso térreo, com uma significativa mostra da obra do consagrado pintor
díssimo castelo que, pura e simplesmente, ajudou a parturejar a nacionalidade portuguesa.
feirense, António Joaquim. Seguindo para a exposição do piso 1, percebe-se, com base sobretudo nos materiais provenientes dos
Quase intuitivamente, esses olhares com facilidade corroborarão velhas associações motrizes, geradoras da identidade da Terra: primitivas e
castros de Fiães, de Romariz e do Castelo da Feira, a importância que este território teve na Antiguidade e na Idade Média; a
importantes vias de comunicação inter-regional, o castelo, a feira à sua ilharga e a vila nascente...
religiosidade popular é também destacada, em particular, com a abordagem à secular festa das fogaceiras e ao seu patrono S. Se-
Próximo à modernidade, vem a titulação condal dos donatários e o seu desejo de secundar monarcas e corte na protecção a uma nova ordem
bastião que continua a trazer, todos os anos, milhares de visitantes a Santa Maria da Feira; a sala dos ofícios é reservada a algumas
reformadora do estado eclesiástico, os Cónegos Seculares de S. João Evangelista, instituto nem mais nem menos do que «refundado» pela
das actividades tradicionais, hoje quase totalmente desaparecidas, como a confecção manual de sapatos, a olaria, a tanoaria, a
própria rainha D. Isabel, mulher de D. Afonso V.
transformação artesanal da cortiça, a preparação do linho e a tecelagem das liteiras e o fabrico manual de papel. A última sala é
Assim foram atraídos os lóios à vila, e por isso lá estão as suas velhas edificações conventuais, sacralizando a umbrosa colina referida,
reservada aos símbolos do Município e a uma das inúmeras competências que as câmaras municipais tiveram ao longo dos séculos:
sobranceira ao Cáster.
a aferição de pesos e medidas.
Segundo O Céu aberto na Terra, a crónica impressa da congregação, a primeira pedra da nova igreja conventual foi lançada em 1560 e, passa-
Pretende-se que esta unidade museológica, para além da natural vocação para preservar, estudar, valorizar e divulgar o acervo
dos seis anos, já os Cónegos de S. João Evangelista alegadamente contariam, ao lado desta igreja, com uma casa «capaz de ser habitada».
patrimonial à sua guarda, memória da sua comunidade, em que terão também grande relevância as acções do serviço de extensão
A «colegiada» começara todavia antes. Arrancara da vontade do Conde D. Manuel Pereira (que teve dois filhos professos nesta congregação)
cultural e educativa e a captação de novos públicos, se transforme num pólo cultural da região que, pela qualidade das suas acti-
e da do seu primogénito, o Conde D. Diogo Forjaz Pereira, casado com D. Ana de Meneses, que foi quem, na prática, chegou a ver executado
vidades e iniciativas, contribuirá para uma maior dinamização e qualificação de toda uma região que não se confina, seguramente, * Estas breves notas pressupõem e remetem para fontes, bibliografia e informações coligidas no volume do autor
aos limites do Concelho de Santa Maria da Feira.
Os Lóios em Terras de Santa Maria - Do Convento da Feira à realidade nacional da congregação, Santa Maria da
[R.C.] e [A.J.O.]
Feira, Câmara Municipal, 2008, 228 pp.
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o comum desejo fundacional.
padres trataram então da sua adaptação provisória a capela-mor do novo templo, acoplando-lhe outrossim um cruzeiro e
Em resposta a um requerimento condal de 1549, dirigido ao capítulo geral dos «cónegos azuis», pedindo uma casa desta
uma nave, igualmente provisórias.
congregação na Vila da Feira, da qual os Condes da Feira ficariam a ser «padroeiros», obtiveram estes deferimento da
O Santíssimo Sacramento foi solenemente transportado para esta nova igreja a 27 de Dezembro de 1566, mas o contrato
congregação, desde que garantida previamente a sustentabilidade económica da fundação, por dotação de suficientes
para a construção da capela-mor, a erguer definitivamente, apenas foi celebrado em 1580 com o «mestre de pedraria»
rendas eclesiásticas.
Jerónimo Luís. A demolição da «obra velha» dessa capela só teve lugar em 1618. As obras aí começadas nesse ano, apenas
Conseguira o Conde D. Diogo persuadir o dominicano Frei Pedro Soares (O.P.), então prior da igreja paroquial de S. Nicolau,
estariam concluídas em 1632, e em 1639 ainda prosseguiam as obras do cruzeiro novo.
sita na zona alta do sector antigo da vila, no lugar onde hoje se ergue a igreja da Misericórdia, a renunciar nas mãos do nún-
Nesta última data já estava feita a formosa sacristia que hoje conhecemos, e o convento contava dois dormitórios com
cio apostólico à dita igreja, com sua anexa de S. Mamede de Travanca, em favor da Congregação de S. João Evangelista.
nove celas e uma «casa da prata», livraria e cartório. Também já então, desde 1628, a água da fonte do castelo cantava no
De imediato, a 3 de Julho de 1550, fundado nos poderes que tinha de «legado a latere», o núncio João Ricci de Montepo-
belíssimo chafariz do claustro. Mas só em 1693 começariam as obras da actual nave da igreja.
liziano levantou «em colegiada» esta igreja e concedeu-lhe «todas as graças e privilégios» de que gozavam as outras casas
Crónica insuficiência de verbas, resultantes das rendas conventuais e das doações condais e particulares, impuseram
da congregação, de «jure vel consuetudine», e que os seus padres pudessem tomar logo posse das duas igrejas, curando-
a necessidade de em 1680 a Câmara da Feira pedir ao príncipe regente D. Pedro o lançamento da «finta» de um real
as sem dependência alguma do ordinário. Bulas papais de 1553 e 1554 fizeram o processo culminar em efectiva posse. Só
em cada quartilho de vinho que na vila e seu termo se vendesse, e cujo produto reverteria para custear as obras
em 1561, pelo mesmo meio de renúncia do respectivo pároco e bula papal, os Lóios lograriam, após algum litígio,
«do corpo da igreja».
entrar na posse dos rendimentos de uma outra igreja, a de S. Cristovão de Nogueira da Regedoura, unida também
Esta imposição fiscal regional sobre o consumo revelou-se decisiva. Exceptuadas algumas obras de adaptação do século XX,
perpetuamente à congregação.
os resultados finais de que hoje fruímos, mais precisamente a plena conclusão da obra das escadas, entradas da igreja,
Era efectivamente junto à velha paroquial de S. Nicolau que os Lóios, antecipando dificuldades futuras e prevendo menos
portaria conventual e parte da torre sul do ante-coro são já dos anos quarenta de setecentos: foram também alcançados
despesas, gostariam de ter fundado a sua nova casa. Prevaleceu todavia a vontade do Conde D. Diogo e, o convento veio a
mediante nova e sucessiva série de provisões, obtidas de D. João V, renovando o «real da igreja».
construir-se no sítio onde hoje o vemos, à ilharga do castelo.
Em 1697, o corpo do convento, em vez dos referidos dois «dormitórios» com nove celas, tinha passado para três, com cator-
Primeiramente, cuidaram os cónegos lóios de garantir um contrato com os fregueses, assentindo na mudança do assento
ze celas feitas e mais cinco inacabadas, situados a poente, nascente e sul, em torno de um claustro quadrado, «obrado ao
da paroquial. Feita a compra ou escambo de algumas casas e terras junto à antiga ermida do Espírito Santo, D. Diogo e os
moderno», de «pedraria fina», com dezasseis arcos e, sobre eles, dezasseis janelas de sacada. A portaria conventual ficava
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ao sul da porta principal da igreja.
compromissos de sacristia e da vida comunitária.
Eis como o escrivão do tombo do convento descrevia os objectos e espaços da comunidade azul da Feira, em 1705:
Aquando da exclaustração continuava a ser uma dezena o número dos lóios residentes na casa da Feira. Conhecem-se-lhes
«À parte do sul do mesmo clausto está a caza de profundis que he quadrada e azulejada athe o meyo das paredes, com seu
nomes e circunstâncias.
forro apaynelado, com seu lavatorio, por cima do qual esta hum nicho de pedra lavrada, aonde está a imagem de Santo
Com a iníqua privação da sua casa e dos seus bens, «incorporados nos próprios da Fazenda Nacional», bem como do tipo de
Antonio, defronte do qual está a porta por onde se entra pera o refeitorio, que he huma caza grande, com quatro friestas
vida que tinham escolhido, em consequência do célebre decreto de 30 de Maio de 1834, subscrito por D. Pedro, Duque de
grandes, com suas grades e vidrassas, defronte das quais está o pulpito, aonde se lê à meza, e tem duas cantareiras de pe-
Bragança, e por Joaquim António de Aguiar, terminava com eles e com os seus pares das outras congregações todo um vasto
dra lavrada ao entrar do dito refeitorio, ficando a porta que vay pera a menistra pera a parte direita; fica da mesma parte
mundo de coerências civilizacionais. Para trás ficava um longo passado de relativa tranquilidade e paz, e de dinamismo
o dito clausto; fica huma porta no fim do lanço delle, por onde se entra pera a serca, e caza da procuração, e cozinha, e
pastoral e regular.
estrevarias, e no lanço do dito clausto que está da parte do norte fica huma esquadra de pedra, metida pellas paredes, por
Com a extinção do convento da Feira desapareciam as esmeradas festas, pregações, solenidades corais e litúrgicas que
onde se sobe pera os dormitorios, os quais sam em quadra e ficam da parte do sul da igreja, fazendo face pera a parte do
notabilizavam os «azuis», obliteravam-se fundações, capelas e compromissos de sufrágio, previstos «enquanto o mundo
poente, vestindo a mesma obra do fronte espicio e indo pello sul voltando pello nascente, a fechar na capella mor, que tem
durasse», e desapareciam ainda as lições públicas do mestre de latim (desde a época pombalina «mestre régio») que os
catorze sellas, excepto as que estão por acabar que são sinco; fica pera a parte do poente, por fim do dormitorio que fica
padres continuavam a garantir no convento «a toda a pessoa do concelho, de qualquer qualidade que fosse, que o quisesse
da parte do sul, huma jenela rasgada com suas grades de ferro, com seu parapeito, a qual cay sobre a alameda e rocio da
aprender», na fidelidade a compromissos assumidos com a câmara em 1680.
villa e pera o chafariz que serve de dar vista aos dormitorios, com outra jenella pera a parte do sul, junto à mesma, que
Como «egressos», esperava-os uma vida de incertezas e de privações, uma vez que a maior parte deles ficaria arredado,
cay sobre as hortas, com outra jenella no fim do dito dormitorio, que cay pera a parte do sul, hindo pera nascente com a
por discriminação ideológica, da possibilidade prática de vir a receber a pensão anual para sua sustentação, prevista na lei,
mesma vista pera as hortas».
bem como de ter êxito na sua «habilitação» a quaisquer benefícios ou empregos públicos.
De residência, em finais de quinhentos, de apenas dois religiosos, passou-se em 1623 a quatro, e em 1629 a seis, No tempo
Em boa verdade, a deliberada «liquidação do passado» congreganista começara, reconhecidamente, bastante antes, sobre-
do seu reitorado (1636-1638), Jorge de S. Paulo regularizou e aperfeiçoou a vida coral e litúrgica comunitária, e essa meia
tudo durante o vintismo, e o convento do Espírito Santo da Feira é disso bom testemunho. Não apenas por leis restritivas
dúzia de cónegos passou a garantir a reza colegial do ofício divino, nas suas horas diurnas e nocturnas. Em 1657 a casa tinha
gerais que o terão necessariamente afectado. Não apenas pelo evidente afundamento dos rendimentos desta casa conven-
já capacidade para sustentar doze cónegos, embora os dez efectivamente residentes fossem suficientes para satisfazer os
tual na época vintista, como noutro lugar temos ocasião de fazer notar. Mas também pela directa intromissão das crises
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político-militares no seio da vida claustral.
Passados dois anos, o destino do edifício conventual estava definido. A Revolução de Setembro terá ajudado: uma portaria
Assim (é um mero exemplo), na reorganização militar posterior às «invasões francesas», em 1811 foi criado o Batalhão de
de 13 de Setembro de 1836, da repartição dos negócios da fazenda, registada em reunião camarária de 5 de Outubro desse
Caçadores n.º 11, a instalar permanentemente na sede do concelho feirense. Pois enquanto decorriam obras para o efeito,
ano, declarava: «he sua Magestade servida ordenar seja posto à disposição da Camara e Provedor do Concelho desta Villa o
sob a égide da autarquia, no decurso de 1815 o batalhão foi-se aquartelar nas instalações conventuais, enquanto esperava
Convento Extincto dos Padres Loios, para ali se estabelecerem as Administrações Judiciais e Administrativas deste Concelho».
por instalações próprias...
Todavia, apesar do teor desta portaria, as obras de adaptação da maior parte do edifício conventual a tribunal ocorreram
Também as avaliações das propriedades conventuais durante a «regeneração» vintista não auguravam nada de bom aos
tardiamente, com início em 3 de Dezembro de 1876. O tribunal e a administração do concelho começaram a funcionar no
religiosos. Em 1823 o edifício do convento foi avaliado em 7.024$400, a cerca em 794$000, a igreja (mobiliário da sacristia,
convento no 1.º de Janeiro de 1878, no pavimento superior ao claustro. A 31 de Julho do ano anterior tinha sido inaugurada
paramentos, castiçais e jarras) em 782$390, talheres de prata e «bens do comum» (mobiliário dos quartos, mesas, pipas,
uma estação telefónica no rés do chão do lado sul da entrada para o claustro.
relógios, etc.) em 393$950. Tudo perfazia um modesto total, mas sobretudo eloquente sinal dos tempos vindouros...
Desde 1836 que se ia arrastando igualmente a execução de um cemitério de acordo com as novas leis, para cujo efeito a
Todavia, na Feira, o “ajuste de contas” com o velho Portugal passou a precipitar-se posteriormente a 24 de Agosto de 1833,
câmara pedira ao governo licença para o fazer em terreno da cerca. Nesse ano, completamente cheias as sepulturas do
quando o tenente coronel do Regimento de Milícias de Aveiro fez aclamar na Casa da Câmara a Rainha.
adro da igreja, e sendo impraticável o enterro no claustro, por razões legais e de saúde, a câmara autorizara o pároco a
Nesse dia passou a haver novos vereadores, novo governador da força armada e novo juiz de fora da vila e seu termo.
benzer o terreno da parte nascente da sacristia, «junto às grades da mesma». Como o pároco, que residia nas instalações
Este magistrado, apesar da sua interinidade, fez nomeações para os «ofícios do publico», alegando terem sido deixadas
do convento e fazia o seu quintal nesse terreno, se sentiu esbulhado, iniciara-se um contencioso entre o prelado diocesano
«abandonadas» tais funções. Nesse dia, também os lóios da Feira não confiaram na magnanimidade libertadora das tropas
e a autarquia que apenas terminou em 1878.
constitucionais e se ausentaram do convento, circunstância que não deixaria de os penalizar.
A 17 de Junho de 1878 tem lugar uma outra inauguração, emblemática dos novos tempos, pela reutilização sócio-cultural
No caso do convento da Feira, felizmente, novas utilizações de interesse e serviço público o esperavam, sob égide da câ-
do espaço conventual: nesse dia foi inaugurado o teatro D. Fernando II, cuja sala e palco ocupavam o antigo refeitório dos
mara, que desde a primeira hora manifestou claro interesse pelo edifício, percebendo as virtualidades do uso futuro de
cónegos e toda a ala do sul, ao «rés do claustro», onde posteriormente viriam a ser a conservatória do registo civil, separada
instalações, bens e meios disponíveis.
pela nova entrada da secretaria notarial.
A 18 de Junho de 1834, a autarquia começou por arrematar «os trastes» do «convento abandonado», com eles adornando
Mais tarde viria a popularização do animatógrafo, e o teatro passaria a cinema até 1938, data em que foi desmanchado, em
instalações das casas de aposentadoria da câmara e concelho.
favor de novas obras de ampliação do tribunal.
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Por outro lado, as instalações da cadeia, ocupando desde 1907 o primeiro andar do ângulo nascente do claustro, apenas daqui sairiam em 1944. Consagrando vozes esclarecidas de ilustres feirenses, apontando, havia muito tempo, mais altos desígnios culturais para este nobre edifício, o projecto museológico em curso da autarquia de Santa Maria da Feira honra hoje, finalmente, a memória histórica e o legado cultural do Convento dos Lóios. Erigido em núcleo central da Rede Municipal de Museus de Santa Maria da Feira, o Museu Convento dos Lóios, para além da sua oferta e valências patrimoniais próprias, é apresentado nesse projecto como capaz de proporcionar condições de apoio científico, técnico e logístico aos diversos pólos museológicos desta estrutura organizacional, outrossim cumprindo funções específicas nas áreas de formação, conservação e divulgação. Com respeito pelo passado, o que hoje está em curso neste espaço de eleição é uma segura e promissora edificação do futuro. [P.T.]
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António Joaquim O Mestre António Joaquim, nascido em Travanca no dia 1 de Junho de 1925, é sem dúvida o mais consagrado e conhecido pintor feirense com uma já longa carreira e uma prolífera produção artística. A notoriedade da sua obra é atestada pela sua representação em inúmeras colecções públicas e privadas, nacionais e estrangeiras.
Apesar deste pintor autodidacta ter manifestado uma tendência e um gosto particular pelo desenho, desde muito cedo, esta sua veia artística só se consumará bastantes anos depois, altura em que inicia uma carreira que se revelou plena de criatividade, paixão, energia e entusiasmo, qualidades e capacidades que, muitos anos passados, António Joaquim ainda mantém com a mesma vivacidade, bem patentes em toda a sua obra.
A pintura de António Joaquim utiliza as mais variadas técnicas — óleo, acrílico, aguarela e pastel — a que o artista recorre para pintar, com simplicidade e grande talento, paisagens (citadinas e rurais), retratos, nus e naturezas mortas de grande qualidade técnica e rigor.
Sendo hoje reconhecido como um grande paisagista e retratista português, o Mestre António Joaquim gosta do contacto directo com as paisagens — “a escola do ar livre é importante”— porque para ele, tal como para os pintores impressionistas, a luz é um elemento fundamental para captar o ambiente, a atmosfera, a complexidade de um instante da realidade perceptível e sensível, estado de alma que é traduzido por António Joaquim nas cores que sabiamente combina.
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1 | Auto-Retrato Óleo s/ platex s/d 55x46cm ML2005.20.001
2 | Auto-Retrato Óleo s/ tela 1975 100x84cm ML2005.20.002
3 | Retrato do meu irmão Ângelo Pastel s/ platex 1990 55x46cm ML2005.20.003
4 | Espicheiros Técnica mista s/ platex 1982 50x65cm ML2005.20.004
5 | Campos da Murtosa Aguarela 1991 64x102cm ML2005.20.005
6 | Nu em Descanso Óleo s/ tela 1983 73x118cm ML2005.20.006
7 | Retrato do Pintor Espanhol, Ortiz Alfau Óleo s/ tela 1992 81x65cm ML2005.20.007
8 | Vista a partir do Boulevard S. Michel – Paris Óleo s/ tela 1982 61x46cm ML2005.20.008
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António Joaquim 20
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9 | Panorâmica vista de S. Bento da Vitória - Porto Óleo s/ tela 1983 60x81cm ML2005.20.009
10 | Tema de um retrato do Prof. António Quadros Ferreira Acrílico s/ platex 1991 84x70cm
13 | Tricot Técnica mista s/ platex 1983 65x50cm ML2005.20.013
14 | Panorâmica vista do meu atelier Óleo s/ tela 1990 60x160cm
ML2005.20.010
ML2005.20.016
11 | Natureza morta
15 | Amarante
Óleo s/ tela 1977 50x65cm ML2005.20.011
12 | Nocturno visto do meu atelier II Óleo s/ tela 1992 92x65cm ML2005.20.012
Aguarela 1988 75x56cm ML2005.20.017
16 | Algoso - Trás-os-Montes Óleo s/ tela 1982 73x54cm ML2005.20.028
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António Joaquim 22
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17 | Retrato de Jaime Ferreira, jornalista e pintor Óleo s/ tela 1987 61x50cm ML2005.20.029
18 | Campos Floridos, Alentejo Aguarela 1985 52x76cm ML2005.20.030
19 | Nu deitado de costas Aguarela 1994 36x55cm ML2005.20.031
21 | Outono em Santa Maria da Feira Aguarela 1994 62x82cm ML2005.20.033
22 | Nostalgia (Sedan, França) Óleo s/ tela 1996 65x92cm ML2005.20.034
23 | Albufeira, Algarve Óleo s/ tela 1993 50x65cm ML2005.20.035
20 | S. Pedro de Muel Aguarela 1985 52x76cm ML2005.20.032 20
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António Joaquim 24
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24 | Panorâmica de Santa Maria da Feira Óleo s/ tela 1995 85x150cm ML2005.20.036
25 | Castelo de Santa Maria da Feira Óleo s/ tela 1995 100x81cm ML2005.20.037
26 | Castelo de Santa Maria da Feira Óleo s/ tela 1995 54x73cm ML2005.20.038
27 | Mancha – Porto Aguarela 1994 36x46cm ML2005.20.039
28 | Ribeira do Porto e Serra do Pilar Aguarela 1991 56x76cm ML2005.20.040
29 | Manhã vista do meu atelier Aguarela 1991 56x76cm ML2005.20.041
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António Joaquim 26
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Arqueologia O inventário dos sítios e achados ocorridos na área do concelho de Santa Maria da Feira, pela sua diacronia, documenta uma ocupação do território desde tempos pré-históricos, particularmente do Megalitismo, com registo de diversos monumentos e artefactos que, por norma, resultaram de descobertas casuais. Na verdade, exceptuando os sítios arqueológicos de referência do concelho —Castelo da Feira, Castro de Romariz e Castro de Fiães— a generalidade das estações e achados inventariados surgem como descobertas fortuitas, não tendo sido objecto de qualquer investigação mais aprofundada, limitando-se o registo dos achados a pequenas notícias. Daí que, apesar do número considerável e da diversidade dos achados conhecidos, o nosso conhecimento da ocupação humana do território apresenta ainda muitas lacunas que serão gradualmente superadas com o aprofundamento e alargamento dos trabalhos de investigação arqueológica, mas torna já bem perceptível a importância que esta região teve durante a época proto-histórica, com uma intensificação do povoamento em relação às épocas anteriores, e a dominação romana, em particular, desde os alvores do Império. As quatro dezenas de entradas registadas no Mapa Arqueológico do Concelho, onde encontramos sítios e achados de grande relevância, como é o caso das três estações arqueológicas já referenciadas ou da estátua-estela antropomórfica de S. João de Ver (n.º 12), dos conjuntos monetários de Fiães (n.º 7), do tesouro de denários republicanos de Romariz (n. 25) ou dos achados do megalitismo de Espargo (n.º 28-33), mesmo fornecendo ainda uma panorâmica muito incompleta e, por isso, insuficiente da arqueologia da região, permite, por outro lado, a realização de um primeiro balanço do trabalho desenvolvido, ao longo de várias décadas, por várias gerações de estudiosos que, seguramente, contribuirá para orientar e perspectivar a investigação a desenvolver no futuro na Terra de Santa Maria.
29
Mapa Arqueológico do Concelho 1 | Mons Sagitella, Ceitela, Moselos Castelo Séc. IX – X BARROCA, M. 2004, n.º 29, p. 198-199.
2 | Mamoa, Lugar de Quintã, Moselos Situado a 240 m de altitude a oeste da estrada que liga a EN1 (Picoto) à freguesia de Moselos, através de um caminho de 200m, Talegre do Coteiro, que parte da Igreja, este monumento megalítico, além de violado, foi destruído por luras de animais e encontra-se coberto de pinheiros. O sector sul do tumulus encontra-se ainda mais destruído. Apesar do seu mau estado de conservação, a mamoa é perfeitamente reconhecível. Aparentemente não evidencia qualquer esteio in situ. Sousa alude a algumas lendas a propósito do local e refere o aparecimento de “um machado de picolis”, provavelmente oriundo deste monumento megalítico existente no topo da elevação. Dimensões: N/S – 26m; W/E – 27m; Altura – 2; Diâm. da cratera de violação – 3m SOUSA, A. 1960, p. 28.
3 | Coteiro do Murado / Talegre, Moselos Esta estação arqueológica localiza-se numa ampla elevação, com o topo aplanado de contorno sub-rectangular, sem relação directa com qualquer linha de água importante, mas com larga visibilidade para todos os sectores. Uma primeira linha defensiva, constituída por muralha/fosso, rodeia o monte a cotas elevadas, estrutura de que ainda se detectam linhas defensivas, quer petrificadas, quer sob a forma de valas. Não foi localizado qualquer espólio de superfície. PEREIRA, F. A. 1907; SOUSA, A. 1942, p. 206-211 e 1960, p. 27-28; SILVA, A.C.F. 1986, nº 828, p. 104; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 54, n.º 17.
4 |Casinhas, Coteiro do Murado/ Talegre, Moselos Estação arqueológica castreja (?) SOUSA, A. 1942; SILVA, A.C.F. 1986, p. 104, n.º 827.
Arqueologia 30
31
5 | Castro de Fiães, Monte Redondo, Fiães
10 | Mons Souto Redondo, Souto Redondo, S. João De Ver
(ver no apartado 3 a descrição desta estação arqueológica)
Castelo Séc. IX – X
6 | Machado de Alvado, Fiães
BARROCA, M. 2004, n.º 28, p. 198-199.
Machado de liga metálica (bronze) com gume e asa dupla. Encontrado em 1883 na área do Castro de Fiães.
11 | Troço da Estrada Real Lisboa – Porto, Lugar de Airas, S. João de Ver
Comp.: 156mm; Peso: 1050gr
Antiga estrada real pavimentada por blocos calcários de dimensões variadas, irregulares, com uma largura média de cerca de 4.5m e
Séc. VIII a.C.
800m de comprimento.
SAVORY, H.N. 1951, p. 368; PINTO, R. 1929, p. 422; ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1971, p. 153-154, Est. I: 3.
Este traçado poderá corresponder ao da via Olisipo-Bracara que mais a Norte passaria junto de Lancóbriga, povoação que vem sendo identificada com o Castro de Fiães. Segundo Mantas, a estação viária do Castro de Fiães localizar-se-ia muito possivelmente no exterior do
7 | Tesouros Monetários do Castro de Fiães, Fiães
perímetro amuralhado da povoação, talvez no lugar de Passais, a poete do Monte de Santa Maria.
(ver no apartado 3 a notícia destes achados)
CASTRO, M.E. 1987, p. 47-52, fig. I.; MANTAS, V.G. 1996, p.640-45
8 | Ara Votiva, Fiães
12 | Estátua-Menir, S. João de Ver
Ara votiva em granito dedicada a Júpiter (cf. descrição da peça na alínea sobre a Epigrafia).
Estátua antropomórfica em granito (cf. infra, descrição da peça).
9 | Lápide Funerária, Fiães
13 | Esteio Além Rio, Além Rio
Achado casual em 1958 na área do Castro de Fiães.
Esteio, do período neo-calcolítico, com marcas de decoração denticulada na parte lateral direita. Provavelmente terá sido aproveitado
BOVTIVS // ABINES (filius) A(nnorum) C // H(ic) S(itus) E(st)
para suporte de um portão ou vedação, a julgar pela cavidade que apresenta, e por se localizar na entrada de uma propriedade.
Boutius, filho de Abinus, de 100 anos, está aqui sepultado.
Fonte documental: Endovélico – CNS 22809. Trabalho de prospecção efectuado em 2004/05 no âmbito do EIA – Rede Ferroviária de Alta
Cronologia: séc. II
Velocidade (RAVE) Eixo Lisboa – Porto: Lote A Aveiro / Vila Nova de Gaia, realizado pelas arqueólogas Sílvia Renata Sequeira Vilhena Roberto
ALMEIDA, C.A.F. 1959; ALMEIDA, C.A.F.-SANTOS, E. 1971, p. 157-8, Est. III: 4; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 119, n.º 16.
e Andrea Patrícia Faria Pereira.
Arqueologia 32
33
14 | Monte Crasto (?), Louredo
18 | Pegadinhas da Laje, Pigeiros
Elevação inserida num conjunto orográfico a 10Km a Este da Estrada Nacional n.º 1 no paralelo de Lourosa. Não são visíveis estruturas de pa-
Penedo com gravuras rupestres, com cerca de 5 m de comprimento (sentido N-S) e 2m de largura (sentido O-E). A altura aproximada é de
redes ou muralhas. É notória a irregularidade de assentamento de terras de superfície, as quais se dispõem de forma irregular, mas sempre
0.40m. As gravuras preenchem a totalidade do penedo.
de contornos arredondados, altas em zonas de hipotéticas paredes de habitação afundadas nas zonas interiores, curiosamente só cobertas
Endovélico: CNS 25512. Trabalho de prospecção efectuado em 2006 no âmbito do EIA – Parque empresarial em Pigeiros – Santa Maria da
com fetos. Poderá acreditar-se na existência de uma povoação castreja não só pela indicação fornecida pelo topónimo Monte Crasto, como
Feira, realizado pelo arqueólogo Gabriel Rocha Pereira.
também pelo aspecto ondulado do terreno no topo do monte, parecendo denunciar a referida existência de estruturas enterradas. 19 | Pegadinhas 2 da Laje, Pigeiros 15 | Monte da Mó, Vale
Conjunto de gravuras rupestres, com cerca de 12 fossetes de tamanhos diversificados que rondam os 0.4cm e os 0.10cm de diâmetro, nove
SANTOS, M. Fe. 1940; SILVA, A.C.F. 1986, p. 104, n.º 830.
das quais formam um círculo. Situado a poucos metros a NE do primeiro conjunto. Endovélico: CNS 26855. Trabalho de prospecção efectuado em 2006 no âmbito do EIA – Parque empresarial em Pigeiros – Santa Maria da
16 | Mamoa da Quinta da Laje, Pigeiros
Feira, realizado pelo arqueólogo Gabriel Rocha Pereira.
Monumento funerário megalítico situado junto da EN1, nas proximidades de Pigeiros, constituída por tumulus, destinado, a cobrir, na origem, toda a estrutura pétrea subjacente. Não obstante, e ao contrário do que sucede normalmente neste tipo de sítio, a mamoa apresenta-
20 | Lápide Funerária, Pigeiros
se destituída de estruturas funerárias, sobretudo no que se refere à câmara sepulcral assim como a outros componentes relacionados com
Lápide funerária em granito fragmentada em duas partes. Epitáfio de Avtivs, filho de Sabinvs
diferentes rituais, monumentalizados juntamente com a mamoa. Tem uma altura aproximada de 1,5m e no sentido O-E um comprimento
Encontrado no muro do adro paroquial da Igreja de Pigeiros.
de 15,70m, no sentido N-S atinge um comprimento de 16m. A cratera de violação tem uma forma semicircular com um diâmetro
D(iis) M(anibus) S(acrum) // AVTIVS // SABINI F(ilius) // [… …] // S(it) T(ibi) T(erra) L(evis)
de cerca de 6m.
Consagração aos deuses Manes. Avtivs, filho de Sabinus [aqui está sepultado?]. Que a terra te seja leve.
AZEVEDO, P.A 1896: 67-68. PINTO, A.F. 1938: 161-178. JORGE, S.O. 1990.
MOREIRA 1968: 12, il. Este autor que noticiou o achado interpreta os dois fragmentos como duas inscrições (a lápide está partida transversalmente entre a 2.ª e a 3.ª linha), o que a leitura da epígrafe e as fotografias que apresenta facilmente corrigem (SILVA, AM.S.P.
17 | Mamoela de Vinhó, Pigeiros
1994, p. 119, nº 17).
Monumento funerário megalítico envolvido por pinhal, delimitado por eucaliptos e muros que correm paralelos ao antigo itinerário Ovar – Carvoeiro e situado numa elevação, a 2 km da EM 108, o que lhe confere um acentuado destaque no seio da paisagem, sobre a qual detém
21 | Necrópole, Pigeiros
uma boa visibilidade. O tumulus, com cerca de 20m de diâmetro, apresenta uma pequena depressão central, possivelmente resultante de
Necrópole Medieval Cristã.
uma pequena violação ocorrida em tempo indeterminado.
Endovélico: CNS 6437. Trabalho de prospecção efectuado em 2006 no âmbito do EIA –Parque Empresarial de Pigeiros, realizado pelo arque-
JORGE, S.O. 1990.
ólogo Gabriel Rocha Pereira.
Arqueologia 34
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22 | Mamoa (?), Romariz
tidas entre 270 e 367/75, parece indiciar que, durante o período tardorromano, as terras mais baixas que circundavam o antigo castro,
Monumento funerário megalítico situado a 370m de altitude no plateau que se estende a Norte do Monte dos Mouros, através da entrada
abandonado pelo final do século I, permaneciam ocupadas.
por Arrifana, a 4Km da EN1, pela estrada alcatroada junto a Duas Igrejas ou pelos acessos ao Castro de Romariz.
CENTENO, R.M.S. 1976-77.
SOUSA, A. 1974. 26 | Ara Votiva, Choupelo, Duas Igrejas, Romariz 23 | Castro de Romariz, Romariz
Ara votiva em granito, mutilada, dedicada por Flavvs, filho de Flavinvs (cf. descrição da peça na alínea Epigrafia).
(ver no apartado 2 a descrição desta estação arqueológica) 27 | Choupelo, Duas Igrejas, Romariz Referências ao aparecimento de cerâmica romana de construção, pondera, mós manuais e pedras trabalhadas que poderão atestar a exis24 | Cipo com Epígrafe, Romariz
tência de uma povoação romana no lugar de Choupelo.
(ver descrição da peça no apartado sobre a Epigrafia)
SÁ 1941, p. 203; GONÇALVES, A.N. 1981, p. 75; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 97, nº 18.
25 | Tesouros Monetários do Castro de Romariz, Romariz
28 | Mamoa (?), Lugar de Caniço, Espargo
O primeiro tesouro do Castro de Romariz foi encontrado, em 1843, segundo Pinho Leal, por um lavrador que «andando a roçar mato no
Os quatro artefactos provenientes de Espargo, encontrados pelo Sr. Mário Tavares da Silva numa terraplanagem realizada naquela fregue-
Monte Crasto, deu a enxada uma pancada oca e sonora. Admirado o homem, examina e quasi à flor da terra achou enterrada uma espécie
sia, no lugar de Caniço, por volta de 1988, segundo informações complementares pouco precisas apareceram no meio de grandes pedras,
de ânfora de prata (da capacidade de quartilho e meio) contendo uma argola de ouro do peso de duas décimas, uma espécie de crescente
o que poderá querer dizer que a remoção de terras destruiu um ou mais monumentos megalíticos.
de prata de umas 5 ou 6 onças e 102 medalhas de prata de vários imperadores romanos». Na Torre do Tombo deu entrada um lote de 72 mo-
GUIMARÃES, G. 1994, p. 13.
edas, ignorando-se o destino que teve a outra parte do tesouro, sendo também de considerar que possa ter havido um mau entendimento por Pinho Leal da informação que recolheu sobre o achado, percebendo “setenta e duas moedas“ por “cento e duas”. O lote de moedas,
29 | Machado, Lugar de Caniço, Espargo
inventariado por Aureliano Basto é constituído por 71 denarii republicanos e por 1 denarius ibérico (da casa da moeda peninsular de SeKo-
(ver descrição da peça na parte seguinte)
biriKes), foi então publicado no Diário do Governo, permitindo que, em 1976, fosse realizado um novo estudo deste conjunto monetário, composto por moedas emitidas entre 157-156 a.C. e 74 a.C. e que terá sido ocultado na fase final das guerras sertorianas.
30 | Machado, Lugar de Caniço, Espargo
Um segundo tesouro foi encontrado por volta de 1930 nas matas contíguas ao Castro de Romariz pelo pai do Padre Albano Paiva Alferes,
(ver descrição da peça na parte seguinte)
proprietário dos terrenos circundantes da estação arqueológica. Este conjunto monetário, composto por 32 peças de bronze romanas emi-
Arqueologia 36
37
31 | Goiva, Lugar de Caniço, Espargo
BANDE VE // LVGO TOIR // AECO L(vcivs) LAT // RIVS BLAES // VS V(otvm) L(ibens) A(nimo) S(olvit)
(ver descrição da peça na parte seguinte)
A Banda Velugus Toiraecus, Lucius Latrius Blaesus cumpriu o voto de boa mente. À esquerda da porta principal da torre de menagem do Castelo de Santa Maria da Feira.
32 | Enchó, Lugar de Caniço, Espargo
Encarnação 1971 e 1975; Garcia 1991, p. 228; Silva, A.M.S.P. 1994, p. 118, n.º 13.
(ver descrição da peça na parte seguinte) 36 | Epígrafe Medieval, Feira 33 | Castelo da Feira, Feira
Inscrição datada de 1385 gravada em silhar publicada no Diário de Notícias e transcrita por José Leite de Vasconcelos nas páginas de O
(ver descrição no apartado sobre o Castelo)
Archeologo Português. A notícia publicada no Diário de Notícias, a 9 de Agosto de 1905, localizava o letreiro em causa “sobre a Porta dos Campos ou da Traição” e foi salva do esquecimento por José Leite de Vasconcelos, que a transcreveu em O Archeologo Português desse
34 | Ara Votiva, Feira
mesmo ano. Conforme se revela no relato do jornal de Lisboa, no dia 06 de Agosto de 1905 os Drs. Gonçalves Coelho e Vaz Ferreira teriam
Ara votiva em granito dedicada a TVERAEVS
descoberto três inscrições no Castelo da Feira, duas modernas, do século XVI, e uma inscrição medieval, do século XIV. No que respeita a
Encontrada em 1912, junto da muralha Este do Castelo da Feira
esta última, o Diário de Notícias escrevia:
Dimensões: Alt. 430mm X Larg. 330mm
“Sobre a porta chamada dos campos ou da traição também descobriram os mesmos senhores a data de 1385, em pedra que se afigura mais
DEO // TVERAEO // VOLENTI // ARCIVS // EPEICI (filius) B // RACARVS // S(acrvm) F(ecit)
antiga do que a cantaria adjacente. Deve ser a data da tomada do castello pelos do Porto, quando se alastrava pelo país a consequência
Ao benévolo deus Tueraeus consagrou este monumento Arcio, filho de Epeico, Brácaro de nação.
da heróica batalha de Aljubarrota (VASCONCELLOS, J.L. 1905, p. 397-398).
Na torre de menagem do Castelo de Santa Maria da Feira.
Em 10 de Setembro de 1372 D. Fernando doara a Terra de Santa Maria a D. João Afonso Teles de Meneses, Conde de Barcelos (cf. FREIRE,
Vasconcellos, J.L. 1913 (RL, 3), p. 612-613; Távora 1917; AE 1954, 96b; Mattos 1947, n.º 49, p. 60; AE 1954, 96b; Blázquez 1962, p. 216 e
A.B. 1921, vol. I, p. 109). Este, como se sabe, tomou partido por Castela, e, seguindo o seu gesto, também o castelo de St.ª Maria tomaria
1975a, p. 177; HAE 992; ILER 943; Encarnação 1971 e 1973, p. 204-205 e 1975, p. 291-292 e 1976, n.º 3; Silva A.C.F. 1986, Est. XII, p. 281,
voz por Castela (cfr. Crón. D. João I, Parte I, p. 117), sendo seu Alcaide D. Martim Correia (Idem, Parte I, p. 303). Seria em 1385 conquistado
n. 226, p. 295, n. 425; Alarcão 1988, 1, p. 93; Garcia 1991, n.º 20, p. 288; Silva A.M.S.P. 1994, n.º 14, p. 118; Guerra A. 1998, 1, p. 345;
pelos partidários do Mestre, e a Terra de Santa Maria foi entregue a D. Álvaro Pereira pelo novo Monarca por carta de 8 de Abril de 1385
Olivares 2002, p. 45, 153.
(cfr. FREIRE A.B. 1921, vol. I, p. 310). A associação da data 1385, pretensamente mencionada na inscrição, com eventos relacionados com a Crise Dinástica, nomeadamente com a tomada do castelo da Terra de Santa Maria por partidários do Mestre de Avis, e a sua posterior
35 | Ara Votiva, Feira
entrega pelo monarca a D. Álvaro Pereira (primo do Condestável), foi ensaiada por diversos autores mas não sabemos se com mais algum
Ara votiva em granito dedicada a Bandva Velvgus Toiraecus
fundamento que o da simples coincidência cronológica” (BARROCA M.J. 2000: 1916).
Encontrada em 1917 no recheio do cubelo do Castelo a SW
Paradeiro desconhecido.
Dimensões: Alt. 350mm x Larg. 340 m
VASCONCELOS, J. L. 1905, p. 397-398; BARROCA, M.J. 2000, N.º 1915-16, n.º 671.
Arqueologia 38
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Achados Arquelógicos Diversos 37 | Mamoa (?), Arrifana
1 | Machado
Situado no lugar de Mamoinha, a 295m de altitude e a 500m a Leste da E.N.I. – Arrifana, este pequeno monte de 30 por 15m dividido ao
Machado de anfibolito de cor cinzento e contorno sub-trapezoidal, talão lar-
meio pela abertura de um caminho parece exteriormente uma mamoa. Segundo Arlindo de Sousa a Capela de Santo Estêvão teria sido
go; gume convexo; bisel simétrico. Polido no gume e no talão.
construída no local de uma antiga mamoa. Trata-se de uma capela, de pequena dimensão, circular, com tecto cónico encimado por uma
Dimensões: 103mm x 72mm x 23mm
pinha de pedra, com uma inscrição onde se lê 1367, e que segundo a tradição oral foi construída pelos Mouros e destruída em 1916, sendo
Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.
posteriormente restaurada em 1917. Haveria também uma mina que ligava a capela ao castelo de Santa Maria da Feira.
Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 13-14, n.º 1.
O topónimo e a informação fornecida por Arlindo de Sousa relacionam-se decerto com o seu aspecto exterior. A norte situa-se uma nascente
ML. ESP 88 1
do Uíma e a sul fica a nascente de vários subafluentes da Ribeira de Pintor. 2 | Machado
SOUSA, A. 1974.
Machado anfibolito de cor cinzento e contorno lanceolado, irregular no topo; 38 | Árula Votiva, Arrifana
gume convexo; bisel simétrico e de secção transversal sub-rectangular. Po-
Árula votiva em granito dedicada a Júpiter
lido no gume.
I(ovi) O(ptimo) V(ictori?) C(onservatori?) P(restabili?) // VOTV(m) EX M//ENTE CON // CEPTVM // VALERIA // MARCELLA // S(olvit) L(ibens) T(itvlvm?) V(otvm)
Dimensões: 115mm x 52mm x 20mm
A Iovis, Óptimo, Vitorioso (?), Conservador (?), Excelente (?). Valeria Marcella, por decisão própria. De sua vontade cumpriu o voto com esta inscrição.
Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.
VASCONCELLOS, J.L. 1913, p. 506-7; GARCIA 1991, p. 395; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 117-118, n.º 12.
Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 14-15, n.º 3. ML. ESP 88 3
39 | Mamoa (?), Lugar de Gaiate, Milheirós de Poiares Informação de David Perestrelo, agricultor da região, que, baseado no topónimo Mámoa e Ribeira da Mámoa, sugere a existência de uma
3 | Goiva
mamoa no lugar de Gaiate, desconhecendo-se contudo a sua localização exacta.
Goiva de anfibolito de cor cinza com contorno lanceolado, irregular no topo; gume convexo; bisel simétrico e de secção transversal sub-rectangular. Poli-
40 | Aqueduto, Milheirós de Poiares
do no gume e no talão.
Aqueduto pretensamente romano(?), localizado na área habitacional rural, ainda em funcionamento, face à estrada. A estrutura original
Dimensões: 136mm x 32mm x 22 mm
resume-se aos 7 pilares de apoio à conduta.
Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.
Endovélico CNS 16469. Trabalho de prospecção efectuado em 2005 no âmbito do EIA –IC2 – Vila Nova de Gaia / Oliveira de Azeméis, reali-
Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 14, n.º 2.
zado pela arqueóloga Margarida da Silva Monteiro.
ML. ESP 88 2
[R.C.] e [C.F.]
Arqueologia 40
41
4 | Enchó
7 | Escultura antropomorfa
Enchó de anfibolito de cor cinzenta de secção sub-rectangular; gume
Figura fálica, muito tosca, em que a cabeça, correspondendo à glande do falo, tem
convexo e bisel simétrico. Polido no gume.
apenas representados os olhos, muitos juntos, o nariz exageradamente alongado e
Dimensões: 185mm x 63mm x 34mm
as orelhas em forma de meia-lua, distinguindo-se do resto do corpo, tronco-cónico,
Procedência: Caniço, da freguesia de Espargo.
por uma acentuada depressão com cerca de 50/60mm de altura.
Bibl.: GUIMARÃES, G. 1994, p. 15, n.º 4.
Entre outras utilizações, a peça poderá ter servido como prisão de gado embutida
ML. ESP 88 4
numa parede. Material: granito
5 | Machado
Dimensões: Alt. máx.: 380mm; Larg. máx.: 220mm; Alt.: da cabeça: 136mm; Larg. da
Machado de talão e azelha dupla com as faces simétricas e gume direi-
cabeça: 178mm; Distância entre olhos (centro): 30mm; Longitude do nariz: 60mm
to. Secção mediana sextavada. Conserva as rebarbas de fundição .
Procedência: Castro de Romariz
Material: bronze
ML.ROM 80 II A1 (01). 7
Dimensões: 223 x 45 x 48mm Cronologia: Bronze Final III (c. 900-700 a.C.)
8 | Estátua-estela antropomorfa
Procedência: lugar indeterminado do concelho.
Estátua antropomórfica em granito. A cabeça encontra-se perfeitamente delimitada do resto do corpo, unidos por um largo mas distinto pescoço. Na
ML.IND 1
cabeça, estão representados os olhos, o nariz e a boca. No início do tronco, dois alargamentos laterais marcam os ombros e sugerem, ao mesmo tempo os braços, apesar de não estarem representados. Depois do tronco estreito, segue-se a base, mais larga. No anverso encontra-se gravado um motivo
6 | Machado
representando um colar triangular, no qual estão pendurados três pendentes, também triangulares. No reverso encontra-se um motivo interpretado
Machado de talão e azelha dupla com as faces simétricas e gume
como símbolo de autoridade, onde se segurariam as armas. Na face lateral esquerda, encontra-se uma espada de folha larga com cabo gravada.
de perfil curvo. Secção mediana sextavada. Conserva as rebar-
Dimensões: 1730mm x 414mm x 270mm
5
bas de fundição.
Procedência: Noticiada em 1983, foi descoberta em meados dos anos 60 no decurso das obras de construção do restaurante Tigre, na freguesia
Material: bronze
de S. João de Ver, ao Km 281, 750 da EN1. Segundo informações recolhidas em 1981 na Cooperativa Agrícola da Feira, a peça foi entretanto
Dimensões: 221 x 52 x 49mm
recolhida, após o seu achado, nas instalações do então Grémio da Lavoura da Vila da Feira, donde transitou para uma casa privada e daí para
Cronologia: Bronze Final III (c. 900-700 a.C.)
as mãos de um arquitecto do Porto. 6
Procedência: lugar indeterminado do concelho. ML.IND 2
Bibl.: LOPES, A.B. et alii 1994, p. 150, n. 10; JORGE-JORGE 1983 e 1990; JORGE 1995; SANCHES 1995; SOUSA, O. 1996, p. 21, n.º 4, p. 22-24, Est. XXXXXXI, LX-LXII.
Arqueologia 42
43
Castro de Romariz O Castro de Romariz localiza-se numa elevação com ampla dominância visual, o Monte Crasto, possuindo uma vasta plataforma com cerca
século III a.C., atendendo a que, para os períodos mais antigos, os dados recolhidos nas escavações de 1980 e anos seguintes, indiciam
de 1,6 hectares, com cotas entre os 360 e os 375m. A área edificada ocupava essencialmente este plateau superior, fortificado por uma
que as estruturas habitacionais seriam construídas em materiais perecíveis. Na transição da República para o Império, provavelmente
imponente muralha, com cerca de 5 metros de largura em alguns locais, que protegia especialmente o lado Poente, o mais permeável em
durante o reinado de Augusto, assiste-se a uma clara romanização do povoado, que apesar de tudo não afectou a sua “organização ur-
termos defensivos; o sistema defensivo era reforçado por uma segunda linha muralhas, complementada a Oeste/Sudoeste por importante
banística”, com a definição e pavimentação de alguns arruamentos —detectando-se mesmo um pequeno passeio junto da grande casa,
fosso com cerca de 500 m de comprimento, protegendo do sector do povoado de mais fácil acesso. A zona escavada, de cerca de 2500
escavada entre 1980-91, conhecida por domus— a alteração das habitações, visível na sua regularização, na construção de novas divisões
m2, é constituída por uma série casas castrejas em granito com os diferentes espaços organizados em torno de um pátio, delimitadas por
à “moda” romana (espaços ortogonalizados e com paredes rebocadas e pintadas), na generalização do uso de tegula e imbrex na sua
arruamentos irregulares, geralmente mal definidos, e/ou por paredes-meias.
cobertura e na adopção de elementos caracteristicamente romanos, como é o caso da excepcional mesa de granito colocada no átrio da
O achado de um tesouro de denários republicanos em 1843 levou a Câmara Municipal da época a promover escavações no castro que re-
domus ou da inscrição P. MACRI, que identifica o proprietário da casa vizinha, também remodelada, gravada numa laje do pavimento do
velaram estruturas e espólio diverso. Entre 1940-46, com o apoio do município, foram realizadas novas escavações pelo pároco local, P.e
átrio, junto à entrada para divisão principal.
Manuel Fernandes dos Santos, sob a orientação de Alberto Souto, então director do Museu de Aveiro, que puseram a descoberto uma parte
Entre as estruturas habitacionais do castro, destaca~se pela sua singularidade e dimensão a domus anteriormente referida. Ocupando uma
considerável das estruturas actualmente visíveis. Também com o patrocínio da Câmara Municipal, os trabalhos arqueológicos no povoado
área de cerca de 385 m2, em que 228 m2 constituem a área bruta coberta, esta casa foi edificada pelos finais do século II ou inícios do I
foram retomados em 1980, dirigidos por Armando Coelho e Rui Centeno, docentes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
a.C., sendo composta por três compartimentos em granito, um rectangular com cantos arredondados e dois circulares, somando cerca de
As escavações arqueológicas realizadas revelaram que a ocupação do sítio remontará à última fase do Bronze Final (c. 900-700 a.C.), ates-
42 m2, admitindo-se também a existência de outras eventuais áreas cobertas, talvez construídas integralmente em materiais perecíveis,
tando também que as primeiras importações poderão ter chegado ao povoado pelo século VII a.C. Um conjunto de gravuras rupestres com-
que desapareceram com a grande reformulação efectuada provavelmente na transição da República para o Império. É nesta ocasião que
postas por covinhas e linhas mais ou menos irregulares com diversas orientações, de significado e interpretação problemática, detectadas
a casa é profundamente transformada, com a construção de novos espaços e a remodelação dos existentes, convergindo para um pátio
em alguns dos penedos localizados na parte mais alta do castro, apesar das dificuldades conhecidas para a cronologia destas manifestações,
lajeado; esta reformulação revela particularidades arquitectónicas próprias da técnica e gosto romanos, ao nível das técnicas construtivas,
poderão ser contemporâneas da fase mais antiga do povoado.
com a utilização de blocos esquadriados, sobretudo nos cunhais, e esquinas bem marcadas já pelo interior, o revestimento das paredes,
Por volta do século V a.C., segundo alguns autores, a deslocação dos Túrdulos Velhos, oriundos do Sul da Península Ibérica, para esta região
interna e externamente, com reboco pintado e, exceptuando os dois edifícios circulares, a adopção de coberturas com tegula e imbrex nos
na margem esquerda do Douro, documentada nas fontes clássicas e pelas duas tésseras encontradas no Castro da Senhora da Saúde (Vila
restantes aposentos; os limites da casa, totalmente fechada por um muro e pelas paredes de alguns dos compartimentos, eram definidos
Nova de Gaia) em 1983, terá provocado alterações na organização do território, proporcionado uma continuidade (e talvez uma intensifi-
por arruamentos, a N, E e S, e pela muralha, a poente, separada da domus por um estreito caminho de circulação.
cação) de relações com as regiões meridionais da Península que terão também afectado o Castro de Romariz.
O acesso ao interior da habitação era realizado por uma entrada principal, a N, claramente demarcada por grossos umbrais graníticos,
Para a fase mais antiga da ocupação do povoado são ainda poucos os dados revelados pelos trabalhos arqueológicos, uma vez que incidiram
conduzindo directamente ao pátio que teria algumas das funções do átrio da casa romana, como se depreende do achado in situ , no ali-
fundamentalmente na fase final castro que termina pelos finais do século I. Em algumas das estruturas descobertas nas escavações de
nhamento da entrada, de uma mesa com colunelo ao gosto romano que deverá interpretar-se como um cartibulum; localizada a nascente,
1843 e de 1940-46 é bem visível a existência de sobreposições de construções, evidenciando uma reformulação significativa do castro na
uma outra entrada definida por dois toscos pedregulhos servindo como umbrais, pertencente talvez ao período inicial desta unidade ha-
transição dos séculos II/I a.C., talvez em resultado da construção de uma imponente muralha superior, detectada em 1980. As construções
bitacional, teria uma função secundária.
que então foram aterradas, corresponderão à etapa inicial da petrificação das habitações no castro que terá ocorrido talvez pelos finais do
Sobre a organização da casa e a função dos diferentes espaços muito pouco sabemos. Os dados recolhidos durante os trabalhos de escava-
Arqueologia 44
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ção parecem apontar que os compartimentos I e II serviram, respectivamente, de cozinha e para a realização trabalhos diversos e eventual
MAQUETAS
recolha de alguns instrumentos; o edifício circular III mostrava vestígios de bancos internos, parecendo configurar um espaço de reuniões familiares, talvez na fase mais antiga, servindo agora como quarto para dormir, juntamente com os compartimentos VII e XIII; os aposentos
1 | Castro de Romariz (esc. 1/100)
XI e XII seriam os espaços destinados fundamentalmente à recepção visitas e a zona de estar principal; a área XV, pode ter servido para guardar animais bastando para o efeito ter duas vedações amovíveis de madeira.
2 | Domus, 1980-91 (esc. 1/40)
Entre os materiais recolhidos, diferentes espécies de cerâmicas, vidros, metais, moedas, destaca-se um importante conjunto de cerâmica indígena, fenícia, ibero-púnica, grega e romana e o tesouro de denários republicanos e jóias, ocultado no final das guerras sertorianas. AZEVEDO, P.A. 1896, p. 62-64, 177-192, 305-318; SANTOS, M. F. 1940; SOUSA, A. 1942 e 1954; CENTENO, R.M.S. 1976-77; CENTENO, R.M.S.
CERÂMICAS DO BRONZE FINAL (c. 900-700 a.C.)
– SILVA, A.C.F. 1982; SILVA, A.C.F. 1986; SILVA, A.M.S.P. 1994: p.54-5, nº 18 e p. 96, nº 7. 3 | Pote
[R.C.]
Fragmento de bordo. Bordo arqueado e revirado para fora. Pasta homogénea e compacta de cor cinzentoazulada com grãos de pequeno e médio calibre de quartzo e feldspato e mica fina. Superfícies alisadas de cor castanho-alaranjada com palhetas muito finas de mica. Feito à mão e boa cozedura. Diâm.: 150mm ML.ROM 81 II (07).
4 | Pote Fragmento de colo/pança. Pasta homogénea e compacta de cor cinzento-azulada com grãos de pequeno e médio calibre de quartzo e feldspato e mica fina. Superfícies alisadas de cor castanho-alaranjada com palhetas muito finas de mica. Feito à mão e boa cozedura. ML.ROM 81 II (07).
Arqueologia 46
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5 | Pote
10 | Ânfora de tradição grega (?)
Fragmento de colo. Pasta homogénea e compacta de cor cinzento-azulada com grãos de pequeno e médio calibre de quartzo e feldspato
Fragmento de bordo em aba revirado para o exterior sobre colo alto inflectindo
e mica fina. Superfícies alisadas de cor castanho-alaranjada com palhetas muito finas de mica. Feito à mão e boa cozedura.
na parte superior da pança horizontalizada. Pasta homogénea alaranjada com
ML.ROM 81 II (07).
núcleos acinzentados, porosa e friável, relativamente depurada com grãos dispersos de areia e mica fina; superfícies alisadas com engobo micáceo com pintura
CERÂMICAS GREGAS E FENÍCIAS/PÚNICAS (sécs. VIII-V a.C.)
cinzento quase negro. Decoração incisa composta por duas linhas verticais. Feito à roda e boa cozedura.
6 | Ânfora “SOS” ática (?)
Diâm.: 299mm
Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com pequenos grãos de quartzo, evoluindo, do exterior para o interior, do casta-
Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 169, Est. LXXIX, 1.
nho-rosado para o bege. Superfície externa com um espesso verniz variando entre o negro e o castanho. Feito à roda e boa cozedura.
ML.ROM 81 II (07).
ML.ROM 91 XIV C7 (04).
10
11 | Kylix (?) ático 7 | Ânfora “SOS” ática (?)
Fragmento de parede. Pasta fina e muito depurada de cor castanho-alaran-
Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com minúsculas palhetas de mica, de cor castanho-rosado. Superfície externa
jada. Superfícies cobertas de espesso verniz brilhante de cor negro. Feito à
com um espesso verniz variando entre o negro e o castanho.
roda e boa cozedura.
IML.ROM 81 II (06)
ML.ROM 80 II (05).
8 | Ânfora “SOS” ática (?)
12 | Ânfora de tradição oriental
Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com pequenos grãos de quartzo, evoluindo, do exterior para o interior, entre o
Fragmento de bordo espessado externamente côncavo com lábio vincado lançado
castanho-alaranjado e o rosado. Superfície externa com um espesso verniz negro. Feito à roda e boa cozedura.
para o exterior sobre a parte superior da pança. Pasta homogénea alaranjada, poro-
ML. ROM 81 II (06).
11
sa, friável e depurada; superfícies pintadas a negro. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 142mm
9 | Ânfora “SOS”ática (?)
Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 171, Est. LXXIX, 3.
Fragmento de pança. Pasta homogénea, muito depurada, com pequenos grãos de quartzo, evoluindo, do exterior para o interior, entre o
ML.ROM 81 II (06).
castanho-alaranjado e rosado. Superfície externa com um espesso verniz negro. Feito à roda e boa cozedura. ML.ROM 81 II (06).
Arqueologia 48
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13 | Ânfora de tradição oriental Fragmento de bordo em anel espessado sobre a pança horizontalizada. Pasta homogénea de cor bege-rosado, porosa, friável e depurada; superfície externa do bordo e pança com espesso engobo alaranjado vivo. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 139mm Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 172, Est. LXXIX, 4. ML.ROM 81 II (06). 12
14 | Ânfora de tradição oriental Fragmento de bordo espessado externamente côncavo com lábio vincado lançado para o exterior sobre a parte superior da pança. Pasta homogénea alaranjada, porosa, friável e depurada; vestígios de pintura negra nas superfícies. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 200mm ML. ROM 82 II (06).
15 | Ânfora proto-ibérica (?) Fragmento de bordo espessado em toro com estrangulamento anguloso na ligação externa com a pança. Pasta homogénea alaranjada, porosa, friável e depurada; vestígios de pintura a negro na superfície externa. Feito à roda e boa cozedura. 14
Diâm.: 151mm Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 173, Est. LXXIX, 5. ML.ROM 81 II (06).
16 | Ânfora ibero-púnica Fragmento de bordo espessado externamente côncavo e internamente boleado lançado para o interior. Pasta homogénea alaranjada, porosa e friável e relativamente depurada com raros grãos de areia dispersos e pouca areia fina; superfícies deterioradas com vestígios de 15
pintura cinzenta. Feito à roda e cozedura boa. Diâm.: 230mm Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 162, n.º 170, Est. LXXIX, 2. ML.ROM 81 II (05).
Arqueologia 50
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17 | Vaso de cerâmica cinzenta orientalizante
CONTAS DE VIDRO (de importação)
Fragmento de fundo côncavo e parte inferior da pança. Pasta bege-alaranjada, porosa, friável e depurada; superfícies alisadas com engobo cinzento-escuro com minúsculas palhetas de mica. Feito à roda e boa cozedura.
21 | Conta de colar globular
Diâm.: 54mm
Conta de pasta vítrea de cor não uniforme, variando entre o azul e
Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 164, n.º 185, Est. LXXX, 8.
o azul-turquesa (Methuen 20C/E8/4), decorada com duas fiadas de
ML.ROM 81 II (05).
“olhos” com centro azul, envolvidos por círculos irregulares de cor castanha translúcida (Methuen 5E5) e branca, dispostos alternada-
18 | Vaso ovóide de cerâmica cinzenta orientalizante
mente (Guido, p. 48, classe 2).
Fragmento de bordo; parte superior da pança separada do bordo, em aba revirado, por nervura no colo. Pasta homogénea cinzenta clara
Diâm.: 30,9mm; Alt.: 29,2mm
algo depurada, porosa e friável, com minúsculas palhetas de mica; superfícies alisadas, sendo a interna bege-alaranjado e a externa com
ML.ROM 03 Casa 5 (03).
engobo cinzento. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 101mm
22 | Conta de colar
Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 163, n.º 182, Est. LXXXX, 5.
Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).
ML.ROM 81 II (06).
Diâm.: 10,9mm; Alt.: 7,1mm ML.ROM 80 II A1 (07). 19 | Fusaiola
19
Fragmento de fusaiola com forma bulbosa. Pasta homogénea com pequenos grãos de quartzo e calcite, de cor
23 | Conta de colar
negra; superfície alisada, de cor variando entre o alaranjado e o castanho-escuro.
Conta de pasta vítrea com tonalidades variadas de cor azul violeta
Diâm.: 34mm
(Methuen 19C/D8).
ML.ROM 81 II (07).
Diâm.: 8,2mm; Alt.: 6mm ML.ROM 80 II A1 (06).
20 | Fusaiola Forma bulbosa achatada. Pasta homogénea com pequenos grão de quartzo, calcite e poucas palhetas de mica, de cor alaranjada com
24 | Conta de colar
algumas manchas variando entre o bege e o negro.
Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).
Diâm.: 38,2mm
Diâm. 15,3mm; Alt.: 8mm
Bibl.: Silva, A.C.F. 1986: Est. LXXXI, 50.
ML.ROM 81 II (06).
ML.ROM 81 II (06).
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21>30
25 | Conta de colar
30 | Conta de colar
Conta de pasta vítrea de cor azul quase negro (Methuen 20F4).
Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).
Diâm.: 13,8mm; Alt.: 8,1mm
Diâm.: 9,2mm; Alt.: 5,2mm
ML.ROM 82 II (05)
ML.ROM 91 XIV E6 (02).
26 | Conta de colar LOUÇA DE MESA E COZINHA
Conta de pasta vítrea de cor azul escuro (Methuen 21F7). Diâm.: 14,5mm; Alt.: 8,9mm ML.ROM 82 II (04A).
Cerâmica micácea de fabrico manual
27 | Conta de colar
31 | Assadeira
Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).
Fragmentos de bordo, parede e fundo de assadeira com forma quadrangular/rectangular, armada com pegas (duas?) resultantes do revira-
Diâm.: 12,4mm; Alt.: 6mm
mento da parede para o exterior. Bordo espessado com parede direita e fundo plano. Pasta com cerne castanho-acinzentado e superfícies
ML.ROM 03 SondA A1 (06).
castanho-alaranjadas, homogénea e compacta, com alguma areia e mica fina; superfícies alisadas com engobo micáceo castanho-acinzentado. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feito à mão e boa cozedura.
28 | Conta de colar
Alt. máx.: 63mm
Conta de pasta vítrea de cor azul violeta (Methuen 19C8).
ML.ROM 81 II (05).
Diâm.: 8,5mm; Alt.: 4,9mm ML.ROM 91 XIV D7 (02).
29 | Conta de colar Conta de pasta vítrea de cor azul escuro (Methuen 21F7). Diâm.: 11,4mm; Alt.: 7,1mm ML.ROM 91 XIV E6 (02). 31
Arqueologia 54
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32 | Taça Paredes direitas levemente inclinadas para o interior com bordo alargado em aba horizontal. Pasta homogénea castanha com cerne negro, areia e pouca mica; superfícies bem alisadas, quase brunidas, com engobo acastanhado. Feito à mão e cozedura razoável. Diâm. bordo: 172mm Alt. máx.: 40mm
35
Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 141, n.º 21, Est. LI, 7. ML.ROM 81 II (06).
33 | Taça com duas asas decoradas Fragmentos de bordo colo e pança com asa completa e parte da outra asa. Perfil em S, bordo lançado para o exterior e duas asas de fita ligando o bordo à parte superior da pança. Pasta micacea de cor castanho-acinzentada, homogénea e algo depurada; superfícies alisadas. Asas decoradas com duas duplas caneluras verticais enquadrando uma série encadeada de SS estampilhados. Feito à mão Diam.: c. 125mm 37
ML.ROM 81 II (05).
34 | Potinho Perfil em S, bordo lançado para o exterior com diâmetro inferior ao da pança. Pasta acastanhada, pouco depurada, com moscovite, feldspato e quartzo; superfície externa, polida, de cor castanho-escura, sendo a interna alisada, castanho-acinzentada. Superfície externa polida e a interna alisada. Feita à mão e boa cozedura. Diâm. bordo: 74mm Alt.: c. 92mm ML.ROM 91 XIV D7 (04).
38
Arqueologia 56
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35 | Pote
Diâm.: 260mm
Fragmento de bordo, colo e pança. Perfil em S, com paredes côncavas e bordo ligeiramente lançado para o exterior. Pasta grosseira, mi-
Alt. máx.: 56mm
cácea e com areia, cor de tijolo-acastanhada; superfícies, pouco alisadas com trapo, com engobo micáceo castanho-escuro; vestígios de
ML.ROM 81 II (05).
fumigação na superfície externa. Feito à mão e cozedura boa. Diâm.: 130mm
39 | Talha
Alt. máx.: 65mm
Fragmento de bordo lançado para o exterior, aplanado internamente, com lábio boleado e colo espessado junto ao arranque do bordo.
ML.ROM 81 II (05).
Pasta micácea e homogénea de cor castanho-acinzentada, com areia; superfícies alisadas com engobo micáceo castanho-acinzentado, interiormente mais escuro. Feito à mão e cozedura razoável.
36 | Pote
Diâm.: 385mm
Fragmento de bordo e pança. Perfil em S com bordo esvasado e arqueado revirado para fora. Pasta homogénea, alaranjada com cerne
ML.ROM 03 A A2 (07).
negro, com areia e mica; superfícies alisadas com engobo micáceo alaranjado. Feito à mão e cozedura razoável. Diam.: 120mm
40 | Talha
Alt. máx.: 40mm
Colo alto de paredes inclinadas para o interior e bordo com aplanamento na superfície interna,
ML.ROM 81 II (06).
de lábio boleado lançado obliquamente para o exterior. Pasta homogénea castanha escura com areia e mica; superfície externa e parte interior do bordo alisadas com engobo da cor da pasta
37 | Panela
espatulado obliquamente no colo exterior. Decoração de uma banda de incisões em espinha
Fragmento de colo e bordo internamente côncavo e paredes arqueadas. Pasta grosseira, homogénea e micácea, com muita areia, de cor
entre caneluras na transição entre colo/pança. Feito à mão e cozedura boa.
castanho-atijolada; superfície externa e parte interior do colo alisadas com engobo acastanhado. Feita à mão e cozedura boa.
Diâm. bordo: 300mm
Diâm. bordo: 265mm
Bibl.: SILVA A.C.F. 1986: p. 157, n.º 134 (Cer.134), Est. LIX, 3.
Alt. máx.: 82mm
ML.ROM 81 III (05).
Bibl.: SILVA, A.C.F. 1986: p. 152, n.º 94, Est. XLIX, 1. ML.ROM 81 II (06). Cerâmica micácea feita à roda 38 | Panela Fragmento de bordo alargado em aba oblíqua e arranque de colo. Pasta homogénea castanho-escura, com areia e mica fina,; superfícies
41 | Taça com duas asas
com engobo negro, na parte externa alisada com trapo e quase brunida no interior. Feito à mão e cozedura boa.
Perfil em S, bordo lançado para o exterior com diâmetro da boca menor que o da pança, duas
Arqueologia 58
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41
asas em fita ligando o bordo à parte superior da pança. Pasta micácea com quartzo e feldspato de calibre muito fino, de cor cinzento escuro; superfície externa alisada, decorada com uma fiada de círculos concêntricos estampados, limitada nas partes superior e inferior por uma linha horizontal incisa e por uma incisão vertical junto às asas. Feita à roda e cozedura boa. Diâm. bordo: 120mm Alt.: c. 127mm ML.ROM 81 IV (04).
42 | Pote Fragmentos de colo e bordo lançado para o exterior, aplanado internamente e com lábio boleado. Pasta variando entre o castanho-alaranjado e o negro, homogénea e compacta, com areia e mica; superfícies castanho-acinzentadas, sendo a interna bem alisada. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feito à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 230mm ML.ROM40/46.
43 | Pote Bojo ovóide, bordo lançado para o exterior. Pasta homogénea com cor variando entre castanho-alaranjado e o castanho-escuro, areia e
43
muita mica,; superfícies alisadas horizontalmente com trapo. Feito à roda e cozedura boa. Diâm. bordo: 312mm Alt.: c. 278mm Cronologia: finais do séc. I a.C.- séc. I ML.ROM 03 A’9 (02).
44 | Pote com marca do oleiro AVI(tvs) Fragmentos de colo e pança. Pasta micácea de cor castanho-acinzentada; superfícies com engobo micáceo da mesma cor da pasta, alisadas com espatulado horizontal. Decorado com uma banda, limitada por duas caneluras, constituída por duas séries estampilhadas com uma 44
Arqueologia 60
61
cartela rectangular com a inscrição AVI, formando uma espinha à esquerda. Vestígios de fumigado na superfície externa. Feito à roda.
49 | Fragmento de pança
Dimensões: 127mm X 114mm
Decoração incisa: banda, entre duas caneluras, cons-
ML.ROM 03 XX A6/A7 (03).
tituída por série de linhas incisas oblíquas à esquerda ML.ROM 81 IV (05).
45 | Talha Fragmento com arranque de colo e bordo lançado para o exterior, aplanado internamente e com lábio boleado. Pasta homogénea e com-
50 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão
pacta, cinzento-acastanhada com areia e mica fina; superfícies alisadas com engobo castanho-alaranjado. Feito à roda e cozedura boa.
Decoração incisa: sobre a parte superior da pança,
Diâm.: 390mm
constituída duas bandas, separadas, de linhas incisas
Procedência: Castro de Romariz.
oblíquas, entre duas linhas horizontais.
ML.ROM 91 D7 (06).
ML.ROM 80 VI (05).
52
47
51 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão Cerâmica micácea: motivos decorativos
Decoração incisa: na linha de separação do colo/pança, constituída banda, limitada por linhas horizontais, espinha incisa à direita. ML.ROM 80 II A1 (05).
46 | Fragmento de bordo de talha Decoração incisa: na parede externa na transição bordo/colo, constituída por uma série de orifícios espaçados, alinhados horizontalmente.
52 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão
ML.ROM 91 D7 (04).
Decoração aplicada e incisa: na linha de separação do colo/pança, constituída fita aplicada com espinha incisa à esquerda. ML.ROM 83 (05).
47 | Fragmento pança. Feito à mão Decoração incisa: faixa limitada por duas linhas horizontais, com métopas alternadas de toscos semicírculos concêntricos e de V inverti-
53 | Fragmento de pança. Feito à roda
dos
Decoração aplicada e incisa: na linha de separação do colo/pança, constituída cordão aplicado com espinha incisa à direita.
ML.ROM 91 XV D6/E6 (05).
ML.ROM 81 III (04).
48 | Fragmento de colo/pança. Feito à mão
54 | Fragmento de pança. Feito à mão
Decoração incisa: constituída por uma série de sulcos verticais, limitada por duas linhas horizontais incisas.
Decoração incisa: faixa com pelo menos três séries de linhas incisas oblíquas, esquerda, direita, esquerda, separadas por caneluras hori-
ML.ROM 81 IV (04).
zontais, constituindo uma dupla espinha. ML.ROM 80 VI (05).
Arqueologia 62
63
55 | Fragmento de pança. Feito à roda
61 | Fragmento de pança. Feito à mão
Decoração incisa: banda, limitada por duas linhas horizontais, com reticulado.
Decoração incisa: banda, com um ligeiro relevo. de triângulos imbricados, constituídos por linha oblíquas incisas.
ML.ROM 91 B6 (04).
ML.ROM 80 III (05).
56 | Fragmento de pança. Feito à roda
62 | Fragmento de pança. Feito à mão 59
Decoração incisa: banda reticulada.
Decoração incisa: banda entre caneluras com triângulos imbricados, constituídos por linha oblíquas incisas.
ML.ROM 91 VI B6 (03).
ML.ROM 80 VI (04).
57 | Fragmento de colo e pança. Feito à roda
63 | Fragmento de pança. Feito à mão
Decoração incisa: no ressalto colo/pança, estreita banda com reticulado.
Decoração incisa: banda, limitada por duas linhas incisas, com triângulos imbricados, estando os da parte inferior preenchidos por incisões
ML.ROM 91 XI F3/F4 (02).
em ziguezague. ML.ROM 91 VI B6 (06).
58 | Fragmento de pança. Feito à mão Decoração incisa: banda entre caneluras com triângulos imbricados lisos.
63
ML.ROM 91 XIV D7 (04).
64 | Fragmento de pança. Feito à roda Decoração incisa: banda limitada por linha horizontal na parte superior e duas na inferior, constituída por duas séries opostas de triângulos, preenchidos por pequenos traços oblíquos, que desenham um ziguezague.
59 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão
ML.ROM 91 VI B6 (04).
Decoração incisa: na transição cola/pança, banda entre caneluras com triângulos imbricados, estando os da parte inferior preenchidos por linhas oblíquas para a direita.
65 | Fragmento de pança. Feito à roda
ML.ROM 81 IV (04).
Decoração incisa: faixa limitada por linhas horizontais, constituída por duas séries de triângulos imbricados, em que os da parte superior de cada uma estão preenchidos com pontilhado.
60 | Fragmento de pança. Feito à mão
ML.ROM 91 XIV D7 (04).
Decoração incisa: banda entre caneluras com triângulos imbricados, estando os da parte inferior preenchidos por linhas oblíquas para a esquerda. ML.ROM 80 VI (04).
Arqueologia 64
65
66 | Fragmento de pança. Feito à mão
71 | Fragmento de colo e pança. Feito à roda
Decoração estampada: faixa com duas séries horizontais de círculos concêntricos.
Decoração incisa+estampada: faixa, entre o colo e a pança por linha horizontal incisa, com uma série de duplos círculos concêntricos,
ML.ROM 81 IV (03).
onde, na parte inferior e separados por linha horizontal incisa, encostam as bases de triângulos formados por duplos círculos concêntricos da mesma matriz.
67 | Fragmento de colo/pança. Feito à mão
ML.ROM 91 XIV C7 (04).
Decoração estampada: faixa, definida entre o colo e a pança por ligeiro ressalto, com três séries horizontais de duplos círculos concêntricos. 72 | Fragmentos de pança (possivelmente do mesmo vaso). Feito à mão
ML.ROM 80 VI (04).
Decoração incisa+estampada: faixa de triângulos imbricados, definidos por linhas incisas, preenchidos por duplos círculos concêntricos e 68 | Fragmento de pança. Feito à mão
com cada vértice rematado por um duplo círculo concêntrico.
Decoração incisa+estampada: faixa, limitada por duas linhas horizontais incisas, com três séries de duplos círculos concêntricos, de menor
ML.ROM 80 VI (04) (2 ex) e ML.ROM 91 IV B6 (04).
dimensão os da série superior, também separadas por linha horizontal incisa. 73 | Fragmento de pança. Feito à mão
ML.ROM 81 III (03).
Decoração estampada: faixa com três séries horizontais de triplos círculos concêntricos. 69 | Fragmento de pança. Feito à mão
ML.ROM 81 II (04).
Decoração incisa+estampada: faixa, limitada na parte superior por linha horizontal incisa, com uma série de duplos círculos concêntricos, onde, na parte inferior, encostam as bases de triângulos formados por duplos círculos concêntricos da mesma matriz.
74 | Fragmento de pança. Feito à mão
ML.ROM 81 II (04).
Decoração incisa+estampada: faixa, limitada por duas linhas horizontais incisas, com três séries horizontais de triplos círculos concêntricos. ML.ROM 90 XI E2 (04).
70 | Fragmento de pança. Feito à mão Decoração incisa+estampada: faixa, limitada na parte superior por linha horizontal incisa quase imperceptível, com duas séries de duplos círculos concêntricos, onde, na parte inferior, encostam as bases de triângulos formados por duplos círculos concêntricos
75 | Fragmento de pança. Feito à mão
da mesma matriz.
Decoração incisa+estampada: faixa limitada por duas linhas horizontais incisas com uma dupla série estampada de motivo em
ML.ROM 91 XIV D7 (02).
forma de “ferradura”. ML.ROM 82 D (Mur. esgoto).
Arqueologia 66
67
76 | Fragmentos de pança. Feito à mão
81 | Fragmento de pança. Feito à mão
Decoração incisa+estampada: sobre a parte superior da pança, constituída por espinha horizontal incisa, seguida por duas séries de círculos
Decoração estampada: constituída por uma dupla série estampilhada de triângulos opostos
mais uma série horizontais de duplos círculos ligeiramente descentrados.
preenchidos por um reticulado.
ML.ROM 81II (06).
ML.ROM 80 II A1 (05).
77 | Fragmentos de colo e pança. Feito à roda
82 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão
Decoração incisa+estampada: sobre a parte superior da pança, faixa, limitada por duas caneluras, com uma série de linhas oblíquas entre
Decoração incisa+estampada: sobre a parte superior da pança, constituída por uma série de
duas séries horizontais de duplos círculos concêntricos; na parte inferior uma série de unhadas oblíquas.
unhadas oblíquas, enquadrada por duas caneluras, seguida por uma dupla série estampilhada
ML.ROM 03 A3 (01).
de triângulos opostos preenchidos por cinco nervuras oblíquas. ML.ROM 91 B6 (04).
78 | Fragmento de pança. Feito à mão Decoração incisa+estampada: faixa limitada por duas linhas horizontais incisas com uma dupla série estampihada de triângulos opostos,
83 | Fragmento de pança. Feito à mão
preenchidos por quatro nervuras oblíquas.
Decoração incisa+estampada: constituída por uma série horizontal de duplos círculos concên-
ML.ROM 80 III (04).
tricos separada por canelura de uma dupla série estampilhada de triângulos opostos preenchidos por seis nervuras oblíquas, rematada também por canelura.
79 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão
ML.ROM 81 IV (04).
Decoração incisa+estampada: faixa, na parte superior da pança, limitada por duas linhas horizontais incisas com duas duplas séries estampilhadas de triângulos opostos, preenchidos por três nervuras verticais.
84 | Fragmentos de pança. Feito à mão
ML.ROM 81 IV (04).
Decoração incisa e estampada: constituída por duas séries estampilhadas de escudetes com seis besantes, entre duas linhas horizontais incisas
80 | Fragmento de pança. Feito à mão
ML.ROM 81 II (06).
85
Decoração estampada: constituída por uma dupla série estampilhada de triângulos opostos preenchidos por seis pequenos botões. 85 | Fragmento de colo e pança. Feito à mão
ML.ROM 81 II (04A).
Decoração incisa e estampada: sobre a parte superior da pança, constituída por uma série
Arqueologia 68
69
horizontal de escudetes com cinco besantes, entre duas caneluras, seguida por triângulos formados por dez escudetes da mesma matriz,
Diâm. pança: 140mm
alternados por triângulos formados por dez círculos com ponto ligeiramente descentrado, rematada por uma nova série horizontal de es-
Diâm. fundo: 134mm
cudetes também da mesma matriz.
ML.ROM40/46.
Inv.: ML.ROM 80 VI (04). 89 | Potinho 86 | Fragmento de pança. Feito à mão
Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta
Decoração incisa e estampada: faixa limitada por caneluras, constituída por duas séries de SS encadeados, separadas por uma tripla canelura.
fina e compacta cinzento-clara; superfícies alisadas cinzento-escuras, apresentando a externa uma decoração polida de bandas verticais
ML.ROM 81II (06).
no colo. Feito à roda. Diâm.: 98mm
87 | Fragmento de pança. Feito à mão
ML.ROM40/46.
Decoração incisa e estampada: faixa limitada por linhas horizontais, constituída por duas séries de SS encadeados e seguida por outra de duplos círculos concêntricos.
90 | Púcaro
ML.ROM 80 VI A5 (05).
Perfil em S, bordo lançado para o exterior e asa de rolo. Pasta fina e homogénea, de cor variando entre o cinzento-escuro e o cinzentoacastanhado; superfície externa bem alisada com decoração polida de bandas verticais no colo, limitadas por canelura no arranque do bojo, decorado com uma faixa brunida em reticulado; parte inferior do bojo brunida com seixo; superfície interna alisada. Feita à roda.
Cerâmica cinzenta fina polida (finais séc. I a.C.- séc. I)
Diâm. bordo: 82mm Alt.: 114mm
88 | Prato
MLROM 94 A’2 (03).
Com paredes rectas, ligeiramente arqueadas, com carena; fundo plano e pé baixo rectangular. Pasta homogénea, fina e depurada, de cor cinzento claro. Superfícies bem alisadas com engobo cinzento escuro, de brilho metálico. Parede decorada com canelura. Feito à roda e
91 | Púcaro (?)
boa cozedura.
Fragmento com paredes convergentes esvasadas no bordo espessado, rematado externamente por superfície plana e oblíqua com lábio
Este prato será uma imitação de peças em sigillata itálica (Conspectus, forma 20)
vincado. Pasta fina e compacta cinzento-clara; superfícies cinzento-escuras, alisadas e com polimento externo. Feito à roda.
Diâm. bordo: 142mm
Diâm.: 140mm
Alt.: 25, 7mm
ML.ROM40/46.
Arqueologia 70
71
92 | Asa púcaro
96 | Pote
Asa de rolo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta;
Bojo ovóide, colo alto, arqueado e esvasado. Pasta de cor cinzenta clara, fina e compacta, com elementos não plásticos de baixo calibre;
superfície alisada acinzentada.
superfície externa bem alisada de cor cinzento-escuro, com decoração polida de bandas verticais no colo, separado por uma canelura da
Comp.: 75mm
pança, decorada por uma faixa de triângulos imbricados desenhados com linhas brunidas, rematada na parte inferior por ondeado igual-
ML.ROM40/46.
mente brunido; superfície interna alisada de cor cinzenta-escura. Feita à roda. Diâm.: 154mm
93 | Asa púcaro
Alt.: c. 232mm
Asa de fita larga, incompleta. Pasta cinzento-clara,
ML.ROM 90 D5 (03).
fina e compacta; superfície alisada cinzento-escura. Comp.: 67mm
97 | Pote
ML.ROM40/46.
Bojo ovóide, colo alto, arqueado e esvasado. Pasta fina e 90
94 | Púcaro
compacta, com coloração variando entre o cinzento-escuro e o bege nas superfícies interna e externa; superfície exter-
96
Bordo com pequeno lábio para o interior e arranque
na bem alisada com decoração polida de bandas verticais no
superior de asa de fita. Pasta cinzento-clara, fina e
colo, de linha quebrada e canelura e de faixa de triângulos
compacta; superfície alisada cinzento-escura. Deco-
imbricados desenhados com linhas brunidas, na parte superior 88
ração incompleta, formada possivelmente por três
do bojo, rematada na parte inferior por ondeado igualmente
linhas verticais incisas. Feito à roda.
brunido; superfície interna alisada. Feita à roda.
Diâm.: 166mm
Diâm.: 220mm
ML.ROM40/46.
Alt.: 314mm ML.ROM 03 Banq (03).
95 | Jarro Bordo espessado com lábio boleado e arranque superior de asa de duplo rolo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfície alisada
98 | Pote
cinzento-escura. Feito à roda.
Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior,
Comp. máx.: 58mm
colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o
97
ML.ROM40/46.
Arqueologia 72
73
ombro. Pasta fina e compacta cinzento-clara; superfícies alisadas com uma coloração ligeiramente mais escura. Decoração composta por
102 | Pote
estrias verticais brunidas. Feito à roda.
Fragmento de pança. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies cinzento-escuras alisadas. Decorado com dois cordões lisos nos
Diâm.: 150mm
ombros e faixa espinha brunidas. Feito à roda.
ML.ROM40/46.
Dimensões: 64mm X 73mm ML.ROM40/46.
99 | Pote Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta
103 | Púcaro (?)
fina e compacta cinzento-clara; superfícies alisadas com uma coloração ligeiramente mais escura, apresentando a externa uma decoração
Fragmento de colo e bojo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies cinzento-escuras alisadas. Decorado com um cordão liso
polida de bandas verticais no colo. Feito à roda.
que marca o arranque do bojo e por duas faixas, separadas por outro cordão liso, apresentando a primeira estrias vesticais brunidas e, a
Diâm. : 156mm
segunda, triângulos imbricados desenhados por linhas brunidas; decoração inexistente na parte do fragmento coincidente com a passagem
ML.ROM40/46.
de uma asa. Feito à roda. Dimensões: 73mm X 52mm
100 | Pote
ML.ROM40/46.
Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estribado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta fina e compacta cinzento-clara; superfícies cinzento-escuras, alisadas e com ligeiro polimento externo. Decorado com canelura horizontal no
104 | Púcaro
arranque do ombro. Feito à roda.
Fragmentos de pança com vestígios de arranque inferior de asa. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies alisadas, sendo a externa
Diâm.: 170mm
cinzento-escura e a interna da tonalidade da pasta. Bojo decorado com faixa de triângulos imbricados desenhados por linhas brunidas,
ML.ROM40/46.
enquadrada por dois cordões lisos, e seguida por ondeado igualmente brunido. Feito à roda. Dimensões: 70mm X 78mm; 80mm X 69/3mm
101 | Pote
ML.ROM40/46.
Fragmento de colo e bojo. Pasta cinzento-clara, fina e compacta; superfícies cinzento-escuras alisadas e com polimento externo. Decorado com dois cordões lisos nos ombros e uma faixa brunida em reticulado no bojo. Feito à roda. Dimensões: 84mm X 68mm ML.ROM40/46.
Arqueologia 74
75
Terra sigillata sudgálica La Graufesenque
105 | Prato, tipo Drag. 18/31 Fragmento de bordo com lábio saliente de perfil quadrado, marcado por ressalto externo, sem canelura interna; parede vertical, pouco curva, com carena bem marcada; fundo plano, mais elevado ao centro, separado da parede por um ressalto interno; pé alto, triangular, 115
com carena externa, incompleto. Pasta fina, vítrea, levemente ondulada e com muitos vacúolos; engobo de boa qualidade, com brilho metálico e craquelé, mal conservado. 105
Diâm. bordo: 162mm; Alt.: 45mm Cronologia: Período flávio.
107
ML.ROM40/46.
106 | Prato, tipo Drag. 18/31 Fragmento de bordo com lábio redondo, saliente, sem canelura nem ressalto interno. Parede curva, fundo plano. Tem um ressalto interno a separar a parede do fundo. Pasta fina, lisa, com muitos vacúolos, com cor pouco homogénea; engobo tem brilho metálico, com craquelé, boa espessura, mas está mal conservado. Diâm.: 185mm Cronologia: Período flávio.
108 | Taça, tipo Drag. 27
ML.ROM40/46.
Fragmentos de bordo com lábio saliente, de perfil redondo, marcado por forte canelura interna e ressalto externo; panças muito curvas, fundo com canelura larga circular interna a marcar o pé; pé alto, triangular e esvasado, com muitas estrias na parte interna. Pasta fina,
107 | Taça, tipo Drag. 24/25
ligeiramente porosa e levemente ondulada, com vacúolos alongados e fractura vítrea; engobo de boa qualidade, mas deteriorado.
Fragmento de bordo roletado, muito alto, com lábio marcado por caneluras interna e externa; o roletado é largo, regular, fundo e oblíquo
Marca do oleiro Silvanus: SILVANI, em cartuxo rectangular com 17mm x 4mm; letras finas, todas do mesmo tamanho; cartuxo mais
da esquerda para a direita; arranque de pança, com vestígios de roda. Pasta típica das sudgálicas, fina, escura, com poucos elementos não
fundo à direita.
plásticos; engobo mal conservado, de espessura razoável e brilho metálico.
Grafito: CIL, no fundo externo do pé, talvez a abreviatura do antropónimo Cilius.
Diâm.: 110mm
Diâm.: 125mm; Alt.: 54mm
Cronologia: Tibério/Nero.
Cronologia: Cáudio/Vespasiano.
ML.ROM40/46.
ML.ROM 82 D1/E1 IX (02).
Arqueologia 76
77
109 | Taça, tipo Drag. 27
Cronologia: Nero/Vespasiano.
Fragmento de bordo, com lábio apenas marcado por ligeiro ressalto interno; a parte superior da pança é curta, pouco curva e aberta e a
ML.ROM40/46.
parte inferior é mais alta e curva. Pasta de textura fina, ondulada, com muitos vacúolos e alguns elementos não plásticos, calcite; o engobo 111
é de espessura média, com boa aderência.
112 | Tigela, tipo Drag. 29
Diâm.: 84mm
Fragmentos da parte inferior da pança e arranque de fundo. Pasta de textura média,
Cronologia: Nero/Vespasiano.
ondulada, com alguns vacúolos e elementos não plásticos, calcíticos, finos; engobo de
ML.ROM40/46.
cor vermelho claro, de má qualidade, brilhante. Decoração constituída por banda de três círculos concêntricos (o maior é dentado e os outros são lisos), alternando com fo-
110 | Tigela, tipo Drag. 35
lhas com quatro pequenas pérolas na base (Garabito, p. 500, tab. 16, n.º 28); na parte
Fragmento de bordo com aba decorada, curva em cima e plana na sobeira (secção hemisférica), pança alta e curva. Decorado com
inferior, um friso de óvalos muito estilizados.
folhas de água de barbotina, muito relevadas, bem executadas e largas. Pasta finíssima, tipicamente sudgálica; engobo de boa qua-
ML.ROM 03 XVIII A7 (02); ML.ROM 03 XVIII A7 (03).
112
lidade, mal conservado. Diâm.: 80mm
113 | Tigela, tipo Drag. 29
Cronologia: Nero/Vespasiano.
Fragmentos de pança e arranque de fundo, talvez de um mesmo vaso com duas bandas
ML.ROM 90D5(02).
decoradas. Pasta de textura média, de cor rosa alaranjado, com alguns vacúolos e elementos não plásticos, finos; engobo de cor vermelho claro, brilhante, de má qualidade. Da decoração da banda superior, metopada, apenas se identifica o motivo que
Terra sigillata hispânica
separa as métopas (Mezquiriz , est. 113, n.º 2240= Garabito, p. 556, tab. 59, n.º 18);
Tritium Magallum
da banda inferior, metopada (?), é visível uma ave (cisne?), voltada à esquerda, sobre
113
globo (?) e vestígios de um motivo (separador de métopas?), uma linha bifoleácea com 111 | Tigela, tipo Drag. 29
vértice para baixo.
Fragmento de bordo alto, quase vertical, com ligeiro esvasamento do lábio redondo, marcado por canelura fina externa, apresentando
ML.ROM 03 XVIII A7 (02); ML.ROM 03 XVIII A7 (03).
internamente dois ressaltos fortes; o arranque de pança decorada e marcado por dois ressaltos. A pasta parece hispânica, de boa qualidade; 114
tem muitos elementos não plásticos e é ondulada; o engobo é de boa aderência e espesso. A decoração é pouco nítida, sendo provavelmen-
114 | Tigela, tipo Drag. 29 ou 37
te metopada com bifoleáceas verticais com o vértice para baixo.
Fragmento da parte inferior de pança decorada. Pasta de textura média, ondulada,
Diâm.: 180mm
com alguns vacúolos e muitos elementos não plásticos, calcíticos, finos; engobo de cor
Arqueologia 78
79
vermelho claro, de má qualidade, brilhante. Decoração metopada (?) com figura de animal (lebre ou cão) em movimento para a esquerda,
Diâm. do pé: 36mm
sendo visíveis as patas finas e a cauda, cena enquadrada por duas linhas bifoleáceas, uma, horizontal/oblíqua, com vértice à direita, que
Cronologia: Nero/Vespasiano(?)
se encontra com bifoleáceas mais pequenas, verticais, com vértice para baixo.
ML.ROM40/46.
Cronologia: Nero/Flávios. 118 | Taça, tipo Drag. 27
ML.ROM90D5(01).
Fragmento de bordo, com lábio apenas marcado por ligeira ranhura externa; a parte superior da pança é curta, pouco curva e aberta; parte 115 | Prato, tipo Drag. 15/17
inferior é mais alta e curva. Pasta de textura média, irregular, ondulada e branda, com muitos vacúolos, alguns elementos não plásticos
Fragmentos de bordo, com parede muito fina, oblíqua e alta, de fundo e de pé; a carena é marcada por duas fundas caneluras e a moldura
amarelados; o engobo é de espessura média, com boa aderência. Notam-se os traços da roda no interior do bordo.
interna é levemente achatada; pé triangular com carena externa e moldura côncava sob o fundo. Pasta de textura média fina com alguns
Diâm.:128mm
elementos não plásticos; o engobo é brilhante, bem aplicado e de boa espessura.
Cronologia: Nero/Vespasiano.
Diâm. bordo: 238mm; Alt.: 53mm
ML.ROM40/46.
Cronologia: Nero/Vespasiano. 119 | Tigela, tipo Drag. 35
ML.ROM 03 XXI A’8 / A’9 (02).
Fragmento de pança com arranque de aba marcado por uma ténue canelura interna; a pança é pouco alta, quase achatada. Pasta fina, 116 | Prato, tipo Drag. 15/17
de boa qualidade, ondulada e muito branda, com alguns elementos não plásticos grandes, calcíticos, de cor de tijolo vivo; o engobo é de
Fragmento de bordo de parede oblíqua, com a parede, muito fina e alta, e o lábio saliente, marcado por ressalto externo; uma funda ca-
espessura média, muito brilhante, razoavelmente conservado, notando-se os vestígios da roda.
nelura externa marca a carena, onde arranca o fundo com a moldura interna levemente achatada. Pasta de textura média fina com alguns
Diâm.: 127mm
elementos não plásticos; o engobo é brilhante, bem aplicado e de boa espessura.
Cronologia: Período flávio.
Diâm.: 157mm
ML.ROM40/46.
Cronologia: Nero/Vespasiano. ML.ROM40/46. Cerâmica de “paredes finas” 117 | Taça, tipo Drag. 24/25 ou Drag. 27 Fragmento da parte inferior da pança, fundo com ligeira canelura interna central, pé muito baixo e esvasado; moldura hispânica em for-
120 | Vaso ovóide (Mayet, forma 45)
ma de cone invertido. Pasta de textura fina/média regular, com poucos elementos não plásticos e alguns vacúolos alongados e circulares;
Fragmento de bordo e pança de paredes finas. Pasta de cor bege-clara, textura fina e pouco homogénea; superfície interna e externa com
engobo de espessura média.
engobo alaranjado claro mate, decorado com guilhoché em duas faixas enquadradas por ranhuras e separadas por uma faixa lisa.
Arqueologia 80
81
Diâm.: 80 mm
123 | Prato
Cronologia: 2ª metade do séc. I.
Fragmento de bordo com aba larga descaída decorada a guilhoché. Pasta creme clara, homogénea e muito depurada, revestida por um
Depósito: ML.ROM 03 XVIII A7 (03).
engobo laranja-acastanhado, ligeiramente metalizado. Feita à roda. Imitação da forma Hispânica 4. Diam.: 320mm Cronologia: 2ª metade do séc. I.
Cerâmica “bracarense”
120
ML.ROM40/46.
121 | Tigela Fragmento de bordo/colo. Pasta muito depurada e fina, homogénea de cor creme;
Cerâmica de imitação de “paredes finas”
superfícies interna e externa alisadas e com um engobo de cor laranja-acastanhado. Feita à roda. Imitação da forma Drag. 29.
124 | Copo (?) (imitação de Mayet, forma 43)
Diâm.: 134mm
Fragmentos de pança com carena. Pasta homogénea depurada com alguns grânulos de calcite, rosada; superfície externa com uma aguada
Cronologia: 2ª metade do séc. I.
bege-rosado, decorada com duas séries de mamilos de maior e menor dimensão, enquadradas por linhas pintadas a ocre. Feito à roda.
Depósito: ML.ROM40/46.
Esp.: 6/8mm Cronologia: 2ª metade do séc. I
121
122 | Tigela
ML.ROM 91 E6 (02).
Fragmento de bordo e copa, ambos convexos mas desiguais. Pasta castanho-alaranjada, muito fina e bastante depurada, com minúsculos grãos de quartzo e feldspato. Superfícies alisadas com engobo, internamente, creme e, externamente, castanho-
Cerâmica de engobo branco
alaranjado, ligeiramente metalizado. Feita à roda. Imitação da forma Drag. 27.
122
Diâm.: 78mm
125 | Púcaro
Cronologia: 2ª metade do séc. I.
Fragmento de bordo/pança com arranque de asa de secção em D. Pasta homogénea, com calcite e grãos de mica muito fina, de cor laranja-
Depósito: ML.ROM40/46.
acastanhada; engobo branco e espesso. Diâm.: 140 mm Cronologia: 2ª metade do séc. I. ML.ROM40/46.
Arqueologia 82
83
Cerâmicas pintadas
triângulos internamente preenchidos por linhas paralelas formando um reticulado, enquadrada por linhas horizontais; superfície interna alisada. Feito à roda.
126 | Vaso
Esp.: 6mm
Fragmento de pança. Pasta micácea com quartzo, feldspato e nódulos de argila, de cor acastanhada, alisada interna e externamente, com
Cronologia: séc. I
decoração pintada em bandas verticais de cor negra. Feito à roda.
ML.ROM 03 A7 XVIII (02).
Esp.: 6mm Cronologia: séc. I a.C.
130 | Bilha (?)
ML.ROM 81 II A (04).
Fragmentos de pança. Pasta homogénea depurada com alguns grãos de quartzo e feldspato, variando entre o bege-rosado e o negro, resultante
127 | Púcaro (?)
de uma cozedura não homogénea da peça; superfície externa com uma
Fragmento de bordo/colo. Pasta muito fina, depurada e homogénea, rosada clara, superfície externa polida, com uma aguada de cor
aguada alaranjada, com decoração pintada de cor ocre, com duas faixas
castanho-amarelada com decoração geométrica, pintada a vermelho-acastanhado, constituída por uma faixa junto à parte superior do
horizontais e bandas verticais na parte superior; face interna alisada com
bordo/colo e triângulo reticulado; superfície interna bem alisada também com aguada. Feita à roda.
cor variando entre o bege e o cinza. Feito à roda.
Diâm.: 120 mm
Esp.: 8,3mm
Cronologia: séc. I
Cronologia: séc. I
ML.ROM40/46.
ML.ROM 80 A1 (02). 130
128 | Vaso Dois fragmentos de pança. Pasta muito depurada e fina, de cor variando entre o castanho muito pálido e o cinzento-rosado, com as super-
Cerâmica comum romana
fícies interna e externa alisadas e com decoração geométrica, pintada a vermelho-acastanhado. Feita à roda. Esp.: 4mm
131 | Prato
Cronologia: séc. I
Prato de parede oblíqua quase recta e bordo ligeiramente arqueado e revirado para fora; fundo plano. Pasta homogénea e compacta, com
ML.ROM40/46.
alguma areia, de cor variando entre o castanho-claro e cinzento quase negro; superfícies alisadas. Feito à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 196mm
129 | Vaso
Alt.: 22,4mm
Fragmentos de pança e arranque de colo separado por duas caneluras. Pasta fina e depurada de cor vermelho alaranjada; superfície
Cronologia: séc. I
externa com uma aguada vermelho-alaranjada clara, com decoração geométrica pintada, de cor ocre, constituída por uma faixa de
ML.ROM 03 Banq (03).
Arqueologia 84
85
132 | Púcaro Perfil em S, bordo lançado para o exterior com asa de fita ligando o bordo à parte superior da pança. Pasta depurada, com alguma areia e pouca mica, alaranjada, interna e externamente, e com vestígios de fumigação; superfície externa alisada, decorada com duas caneluras horizontais e paralelas na parte superior da pança acima do arranque inferior da asa; superfície interna alisada. Feita à roda. Diâm. bordo: 125mm Alt.: c. 158mm 133a
Cronologia: séc. I ML.ROM 91 XIV E6 (02).
133 | Assadeira Bordo bilobulado para aplicação de testo e paredes arqueadas, armadas de duas pegas. Pasta homogénea, com alguma areia, com cerne cinzento-escuro; superfícies alisadas com coloração variando entre o cinzento-escuro e o castanho claro, sendo a externa decorada com 132
linha quebrada enquadrada na parte inferior por uma canelura. Feita à roda. Diâm. bordo: 150mm Alt.: c. 70mm Cronologia: séc. I 133
ML.ROM40/46.
133a | Testo Discóide com pega em forma de botão. Pasta homogénea e arenosa de cor bege; superfícies alisadas. Diâm. 150mm (?) Cronologia: séc. I ML.ROM40/46. 131
Arqueologia 86
87
134 | Assadeira Fragmento de bordo bilobulado para aplicação de testo bordo e parede arqueada voltada para o interior, armada de pega. Pasta grosseira, homogénea e compacta de cor castanho-alaranjado com areia; superfícies alisadas, de cor castanho-alaranjado mais escuro. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feita à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 145mm Cronologia: séc. I ML.ROM40/46.
135 | Assadeira Fragmento de bordo arredondado no interior e lançado obliquamente para o exterior, fazendo aresta com a superfície, com parede arqueada e armada de pequena pega. Pasta homogénea com alguma areia, apresentando o cerne uma coloração cinza quase negro e as superfícies acastanhadas; superfície externa rugosa, mas internamente bem alisada. Vestígios de fumigação. Feita à roda e boa cozedura. Diâm.: 135mm Cronologia: séc. I castanho-escuro e o cinzento. Feita à roda.
ML.ROM40/46.
Diâm. bordo: 122mm 136 | Frigideira
Alt.: c. 130mm
Fragmento de bordo de lábio plano e horizontal voltado para o interior, com parede arqueada. Pasta homogénea, com alguma areia, de cor
Cronologia: séc. I
castanha acinzentada; superfície externa rugosa, mas internamente bem alisada, ambas com aguada castanho clara. Vestígios de fumiga-
ML.ROM 03 XVIII A6/A7 (02).
138
ção na superfície interna. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 190mm
138 | Pote
Cronologia: séc. I
Bojo ovóide, colo curto e bordo arqueado e esvasado. Pasta homogénea e compacta, com alguma areia e pouca mica, e uma coloração
ML.ROM40/46.
entre o castanho e o cinzento escuro; superfícies alisadas. Feito à roda e cozedura boa. Diâm. bordo: 154mm
137 | Pote
Alt.: c. 120mm
Pote com pança ovóide, bordo lançado para o exterior com diâmetro inferior ao da pança e fundo em bolacha. Pasta acastanhada, homo-
Cronologia: séc. I
génea e arenosa, com pouco mica; superfície externa acastanhada com vestígios de fumigação; superfície interna com coloração entre o
ML.ROM 03 XXI A’9 (03).
Arqueologia 88
89
139 | Pote
141 | Jarro
Perfil em S, bordo lançado para o exterior com diâmetro inferior ao da pança. Pasta acastanhada, homogénea e arenosa, com pouca mica
Fragmento de bordo envasado e colo com arranque de asa. Pasta homogénea, muito depurada, com finos grãos de quartzo, feldspato e
e alguns grãos de calcite; superfícies interna e externa alisadas. Feita à roda.
pouca mica; superfícies interna e externa alisadas, de cor bege-acastanhado com aguada castanho-alaranjada. Decorado com uma linha
Diâm. bordo: 160mm
ondulada incisa e canelura na parte superior do bordo. Arranque de asa com apoio, junto ao bordo, para o polegar. Feito à roda.
Alt.: c. 168mm
Diam.: 106mm
Cronologia: séc. I
Cronologia: séc. I.
ML ROM 81 I (02).
ML.ROM40/46.
140 | Pote
142 | Testo
Fragmento de bordo arqueado, revirado para fora, e colo. Pasta homogénea e compacta com cerne rosado; superfícies, alisadas, de cor
Em forma de calote, muito baixa. Pasta homogénea, com grãos de quartzo, calcite e alguma mica, de cor bege; superfícies alisadas. Visível,
bege com um engobo bege amarelado. Feito à roda e boa cozedura.
na superfície externa, uma linha incisa de motivo decorativo.
Diâm. bordo: 244mm
Diâm.: 110mm
Cronologia: séc. I
Cronologia: séc. I
ML.ROM 81 I (01).
ML.ROM 91 D7/E7 (03).
143 | Testo Em forma de calote. Pasta homogénea e arenosa com cerne acastanhado; superfícies, alisadas, de cor castanho-alaranjada. Decorado externamente com canelura incisa. Diâm.: 185mm Cronologia: séc. I ML.ROM 91 D7/E7 (03).
144 | Testo 139
137
Em forma de calote. Pasta homogénea, arenosa e com alguma calcite, de cor bege; superfícies alisadas. Vestígios de fumigação. Feito à roda.
34
Arqueologia 90
91
Diâm.: 220mm
148 | Ânfora do tipo Haltern 70
Cronologia: séc. I
Fragmento de colo e asa de secção elíptica com canelura longitudinal. Pasta homogénea e arenosa de cor beje-rosada; superfícies alisadas
ML.ROM 90 D5 (03).
de cor bege. Diâm. máx.: 122mm ML.ROM40/46
Ânforas romanas 149 | Ânfora do tipo Haltern 70 145 | Ânfora do tipo Haltern 70
Fragmento de asa de secção elíptica com canelura longitudinal. Pasta homogénea arenosa de cor bege-rosada; superfícies alisadas de cor
Fragmento de bordo e parte do colo; Bordo esvasado, em forma de banda saliente em relação ao colo, ligeiramente inclinado para o ex-
bege.
terior e com secção de perfil sub rectangular. Pasta homogénea, de cor bege-acastanhada; superfícies alisadas de cor bege. Feito à roda
Comp.: 112mm; Larg.: 43mm; Esp.: 11mm
e boa cozedura.
ML. ROM 91 E6/D6 (03).
Diâm.: 156 mm 150 | Ânfora do tipo Haltern 70
ML.ROM40/46.
Fragmento de fundo cónico, internamente em forma de calote. Pasta homogénea e arenosa de cor bege-rosada; superfícies alisadas de cor 146 | Ânfora do tipo Haltern 70
bege claro. Feito à roda e boa cozedura.
Fragmento de bordo e parte do colo com arranque de asa; Bordo esvasado, em forma de banda saliente em relação ao colo, ligeiramente
Diâm. ext.: 91mm
inclinado para o exterior e com secção de perfil sub rectangular. Pasta homogénea, de cor bege-acastanhada; superfícies alisadas de cor
ML.ROM40/46.
bege. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 148mm
151 | Ânfora do tipo Dressel 14 (Lusitana)
ML.ROM40/46.
Fragmento de fundo cónico. Pasta homogénea, porosa, de cor alaranjada; superfícies alisadas de cor acastanhada, apresentando internamente manchas quase negras.
147 | Ânfora do tipo Haltern 70
Diâm.: 59mm
Fragmento de bordo e parte do colo; Bordo esvasado e espessado com perfil interno ligeiramente côncavo. Pasta homogénea e arenosa de
ML.ROM40/46.
cor bege-amarelada; superfícies alisadas de cor castanho-amarelada. Feito à roda e boa cozedura. Diâm.: 171mm ML.ROM ROM40/46.
Arqueologia 92
93
RECIPIENTES DE VIDRO
157 | Garrafa cilíndrica Fragmento de bordo e arranque de colo de cor verde transparente (Isings 51A ou 51B).
152 | Taça gomada
Diâm. bordo: 88mm; Esp.: 6,1 mm
Fragmento de bordo, polido a torno, e pança de cor verde gelo, decorado externamente com gomos verticais (Isings 3).
ML.ROM 90 F5 (02).
Diâm. bordo: 120mm; Esp. mínima: 3mm 158 | Garrafa cilíndrica
ML.ROM 91 D6 (02).
Fragmento de colo e ombro de vidro transparente (Isings 51A ou 51B). 153 | Taça gomada
Diâm. gargalo: 24mm; Esp. máxima: 2,7 mm
Fragmento de pança/base verde gelo, decorado externamente com gomos verticais e com duas ranhuras concêntricas no interior (Isings 3a).
ML.ROM 90 (Rec. Sup.).
Diâm. máx.: 135mm; Esp.: 2,3mm ML.ROM 91 E6 (02)
154 | Taça gomada
FÍBULAS
Fragmento de pança de cor azul-escuro, decorado externamente com gomos verticais (Isings 3). Esp.: 3,1
159 | Fíbula de bronze, tipo Ponte 23 (Santa Luzia)
ML.ROM 90 F4 (02).
Arco de secção hexagonal, vestígios de eixo de ferro para a mola bilateral; pé truncado pela dobra e não tem mola nem fusilhão. Comp.: 57mm; Alt.: 33mm
155 | Taça
Cronologia: Sécs. IV/III a.C.
Fragmento de taça de cor verde água, com bordo, polido a torno, decorado com canelura e duas estrias e parede com canelura
Bibl.: SILVA, A.C.F 1986, p. 219, n.º 390 (M. Fib. 44), Est. CIV, 4.
(Isings 29).
ML.ROM 81 IV A5 (04).
Diâm. bordo: 84 mm; Esp.: 1,5mm 160 | Fragmento de aro, de secção circular, de fíbula anular
ML.ROM 91 E7 (01/02).
Aro aberto, sob a forma de um ómega. 156 | Taça
Cronologia: século I
Fragmento de bordo de taça de vidro castanho com decoração aplicada de meandros de cor branca (Isings 43).
ML. ROM 91 E6 (02).
Diâm. bordo: 96mm; Esp.: 3mm ML.ROM 80 A1 (01).
Arqueologia 94
95
PATELAS EM ARGILA (para jogo ou para transformação em fusaiolas)
FUSAIOLAS
Fabricadas a partir da reutilização de fragmentos de vasos
Xisto
161 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea
167 | Forma discóide
Diâm.: 30,5mm; Peso: 9,9g
Diâm.: 38mm
ML.ROM 81 II (05).
ML.ROM 91 XV D6 (03).
162 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea
168 | Fusaiola inacabada de forma discóide. Apresenta marca para abertura de orifício que não foi realizado
Diâm.: 63mm; Peso: 11,2g
Diâm.: 26,9mm
ML.ROM 80 III (04A).
ML.ROM 91 XIV D7 (02).
161
162
163
163 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea Diâm.: 51,7mm; Peso: 32,9g 164
Argila
ML.ROM 91 C7 (04). 169 | Forma cónica com base côncava. Pasta castanho-alaranjada, com areia
165
164 | Patela circular. Pasta de cor castanha alaranjada e micácea
Diâm.: 26,5mm
Diâm.: 26,6mm; Peso: 7,1g
Bibl.: Silva, A.C.F. 1986, Est. LXXXI, 13.
ML.ROM 82 I C1/D1 (03).
ML.ROM 82 II (07).
165 | Patela circular. Pasta de cor castanha com pouca mica
170 | Forma tronco cónica. Pasta de cor acastanhada, com areia
Diâm.: 38mm; Peso: 19,7g
Diâm.: 27,52mm
ML.ROM 82 X C5 (02).
Diâm. Orifício: 4,2mm Bibl.: Silva, A.C.F. 1986, Est. LXXXI, 11.
166
166 | Patela circular. Pasta de cor alaranjada com minúsculas palhetas de mica
ML.ROM 81 II (05).
Diâm.: 61,3mm; Peso: 43g ML.ROM 91 XV D6 (02).
Arqueologia 96
97
171 | Forma bicónica com a face superior truncada. Pasta castanha, micácea. Decoração incisa de quatro linhas radiais, na face superior
Fabricadas a partir da reutilização de fragmentos de recipientes
Diâm.: 28,65mm 177 | Forma discóide, inacabada. Pasta cor de laranja, micácea. Apresenta marca para
ML.ROM 90 XII D5 (01).
abertura de orifício que não foi realizado 172 | Forma cilíndrica. Pasta castanho-avermelhada, micácea. Decoração incisa de oito linhas radiais, na face superior
Diâm.: 29,4mm
Diâm. 29,6mm
ML.ROM 81 II (05).
Bibl.: Silva, A.C.F 1986, Est. LXXXI, 10.
178
178 | Forma discóide. Pasta negra com superfície acastanhada, micácea
ML.R0M 81 III (04A).
Diâm.: 29,2mm 173 | Forma hemisférica com base côncava. Pasta laranja-acastanhada, micácea
ML.ROM 81 IV (04).
Diâm.: 30,7mm
179
179 | Forma discóide. Pasta castanha, micácea
ML.ROM 91 B6 (03).
Diâm.: 30,9mm 174 | Forma bulbosa. Pasta castanho-alaranjada, micácea
ML.ROM 81 IV (03).
Diâm.: 29,4mm
180
180 | Forma discóide. Pasta com cerne acinzentado e as superfícies alaranjadas (reutilização
ML.ROM 81 II (04A).
de fragmento de vaso de tradição púnica) 175 | Forma bulbosa. Pasta vermelho-acastanhada, micácea
Diâm.: 24,9mm
Diâm.: 30,3mm
Bibl.: Silva, A.C.F (Est. LXXXI, A1-1).
ML.ROM 82 X C4 (02).
ML.ROM 81 II (05).
176 | Forma bulbosa com ressalto na parte superior e concavidade junto do orifício. Pasta castanho-avermelhada e superfície acastanhada
181 | Forma discóide. Pasta de ânfora romana com cerne castanho claro e superfí-
escura, por vezes, quase negra, micácea.
cies alaranjadas
Diâm.: 41,9mm
Diâm.: 41,7mm
ML.ROM 91 XIV E6 (02).
ML.ROM 03 XIX A’8/9 (04).
181
Arqueologia 98
99
PESOS DE TEAR
182 | Forma subcilíndrica; com um orifício de suspensão central de 8mm. Pasta e superfície de cor alaranjada. Cozedura boa Alt.: 135mm; Peso: 390g ML.ROM40/46.
183 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; são parcialmente visíveis os dois orifícios de suspensão. Pasta e superfície de cor alaranjada. Cozedura boa Alt. máx.: 42mm; Peso: 290g ML.ROM 91 XIV C7/D7 (02). 185
184 | Forma em pirâmide truncada; é parcialmente visível um dos dois orifícios de suspensão. Pasta de cor bege, apresentando a superfície algumas manchas mais escuras. Cozedura boa
182
Alt. máx.: 45mm; Peso: 410g ML.ROM 03 XX A’7.
185 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; com dois orifícios de suspensão de 5mm. Pasta e superfície castanho-escura com manchas mais claras. Cozedura boa Alt. máx.: 68mm; Peso: 210g ML.ROM91 XIV X7 (01).
186 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; com dois orifícios de suspensão de 7mm. Pasta de cor bege e superfície com manchas castanhas escuras. Cozedura boa 186
187
Alt. máx.: 81mm; Peso: 215g ML.ROM 90 XI F4 (02).
Arqueologia 100
101
187 | Fragmento de peso de forma paralelepipédica; com dois orifícios de suspensão de 5mm. Pasta e superfície de cor alaranjada.
Comp.: 42mm; Larg.: 12mm
Cozedura boa
Cronologia: séc. I.
Alt. máx.: 60mm; Peso: 210g
ML. ROM40/46.
ML.ROM 91 XV D6 (02). 192 | Chocalho 188 | Fragmento da parte inferior de peso de forma paralelepipédica. Pasta castanho-escura com a superfície alaranjada. Cozedura
Campânula incompleta de campainha de bronze com suporte partido; sem badalo
boa
Alt.: 43mm
Alt. máx.: 69mm; Peso: 350g
ML.ROM40/46.
ML.ROM 90 VII D3 (02). 193 | Prego-cavilha em ferro com cabeça em T, secção quadrada; incompleto 189 | Fragmento da parte inferior de peso de forma paralelepipédica. Pasta e superfície de cor rosa-alaranjada. Cozedura boa
Comp.: 129mm
Alt. máx.: 90mm; Peso: 300g
Cronologia: Séc. I
ML.ROM 90 D4 (02).
ML.ROM 82 VII (02).
190 | Fragmento da parte inferior de peso de forma paralelepipédica; Pasta acastanhada, apresentando a superfície manchas mais
194 | Prego em ferro com cabeça cónica achatada e secção rectangular; incompleto
escuras. Cozedura boa
Comp.: 89mm
Alt. máx.: 67mm; Peso: 265gr
Cronologia: séc. I
ML. ROM 91 XV D6/E6 (02).
ML.ROM 03 XX A’6 / A’7 (02).
195 | Projéctil (?) em barro OBJECTOS DIVERSOS
Esferóide. Pasta homogénea e compacta com grãos quartzo e feldespato de grande calibre; superfície toscamente regularizada. Diâm. máximo: 59mm
191 | Pé de caçarola
Peso: 150g
Pé de cobre para aplicação por soldadura no fundo externo de caçarola; com a face externa em arco de círculo e a face interna cortada
Cronologia: sécs. VI/V a.C.
em dois crescentes.
ML.ROM 80 A1 (06).
Arqueologia 102
103
198 | Asse de Augusto, NO da Hispânia, 26-25 a.C.(?) Anv.) Cabeça de Augusto à esquerda, entre palma e caduceu alado; em volta, IMP AVG DIVI F Rev.) Caetra (escudo redondo com umbo central) Metal: cobre Peso: 7,82g Bibl.: RPC I, 3 ML.ROM 94 OpRest 196
199 | Denário de Tibério, Lugdunum (Lyons), 31-37 196 | Espada afalcatada
Anv.) Cabeça laureada de Tibério à direita; em volta, TI CAESAR DIVI
Lâmina em ferro, de secção triangular.
AVG F AVGVSTVS
Comp. Max.: 260mm; Larg. máx.: 38mm
Rev.) Figura feminina (Lívia?) sentada à direita numa cadeira sobre
Cronologia: finais séc. I a.C.-inícios séc. I
uma linha, segurando um longo ceptro vertical na mão direita e um
ML.ROM 91 XV E6 (06).
ramo na esquerda; em volta, PONTIF – MAXIM Metal: prata Peso: 2,05g
MOEDAS
Anverso < 197 > Reverso
Bibl.: RIC I, 30 ML.ROM 80 A3 (02).
197 | Denário de M. Júnio Bruto, Roma, 54 a.C. Anv.) Cabeça de Libertas à direita; atrás, LIBERTAS
200 | Sestércio de Nero Cláudio Druso (sob Cláudio I), Roma, 41-50(?)
Rev.) Brutus andando para a direita, entre dois lictores, precedidos por um oficial civil; no exergo, BRVTVS
Anv.) Cabeça descoberta de Druso à esquerda; em volta, NERO CLAVDIVS DRVSVS GERMANICVS IMP
Metal: prata
Rev.) Cláudio I, togado e segurando um ramo, sentado à esquerda na cadeira curul, rodeada por uma miscelânea de armamento; em volta,
Peso: 1,36g
TI CLAVDIVS CAESAR AVG P M TR P IMP
Bibl.: RRC 433/1
Metal: latão
ML.ROM 80 A3 (02).
Peso: 18,67g Bibl.: RIC I, 93 ML.ROM 80 A4 (02).
Arqueologia 104
105
201 | CARTIBULUM (mesa localizada normalmente no átrio da casa onde, se colocavam alguns vasos e alimentos)
Mesa rectangular, em granito local amarelado, com pedestal em coluna; o tampo rectangular apresenta uma decoração moldurada em cornija, na frente e lateralmente, composta por uma garganta directa achatada, entre uma faixa e um listelo; a coluna tem um capitel toscano com ábaco quadrangular e equino em forma de toro, concordando por um escapo com a parte superior do fuste tronco-cónico e liso que, por sua vez, se liga por um escapo à base, constituída por um toro e um plinto quadrangular. Dimensões: tampo, 1010mm X 600mm X 150mm; coluna 710mm (alt.), 290mm (cima), 340mm (base). Cronologia: época de Augusto (27 a.C.-14). ML.ROM 81 C2 (01/02).
201
Arqueologia 106
107
Castro de Fiães Implantado num morro de pequena extensão com 189 metros de altura, relativamente destacado na paisagem com uma boa visibilidade
râmicas que pela sua decoração e fabrico pertencerão ao Bronze Final. O espólio ceramológico castrejo é pouco significativo, assinalando-
dos sectores oriental e setentrional, próximo da Capela da Nossa Senhora da Conceição. Uma boa da parte do Monte Redondo foi ao longo
se contudo a presença de vasos de asa interior e em orelha.
dos tempos ocupada por diversas construções que vêm contribuindo gravemente para a gradual destruição desta estação arqueológica
O povoado revelou estruturas e materiais que comprovam ter-se tratado de uma importante localidade no período romano, sobretudo em
que, considerando a importância deste povoado revelada pelos riquíssimos achados arqueológicos aqui efectuados e a sua proximidade da
época tardia, tendo as escavações posto a descoberto paredes ortogonais de diversos edifícios habitacionais. Entre os achados destacam-
via Olisipo-Bracara, vem sendo identificada por alguns investigadores como a Langóbriga ou Lancóbriga do Itinerário de Antonino, onde se
se também duas inscrições, uma votiva, dedicada a Júpiter, e outra funerária, mais de um milhar de moedas, principalmente do séc. IV,
refere que se situava a 18 milhas de Talábriga e 13 milhas de Cale.
entre tesouros e achados avulsos, diversas cerâmicas romanas (comum, pintada, cinzenta fina, sigillatas itálicas, sudgálicas e hispânicas,
O Castro de Fiães foi objecto de várias campanhas de escavações no século passado, tendo o Prof. Mendes Corrêa contribuído para a sua
sigillatas claras (sobretudo da variedade D), vidros e alguns objectos metálicos, como fíbulas, armelas de sítula e um cabo de pátera. Em-
divulgação no meio científico da época com a publicação, em 1925, de um artigo a propósito das escavações efectuadas em 1924 pelo
bora a ocupação em período romano esteja suficientemente
Padre Abel Alves Pinho que permitiu a recolha de abundantes materiais arqueológicos que deram entrada no Museu de Antropologia “Dr.
atestada desde o início do época imperial, Carlos Alberto Fer-
Mendes Corrêa” da Universidade do Porto em 1938. A importância científica deste sítio arqueológico vai despertar o interesse de dois ilus-
reira de Almeida e Eugénio dos Santos realçam a excepcional
tres feirenses, professores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o saudoso Prof. Carlos Alberto Ferreira de Almeida e o Prof.
importância do castro a partir de meados do século III, ates-
Eugénio Francisco dos Santos que empreendem entre 1971 e 1974, com o apoio da Faculdade de Letras e o alto patrocínio da município
tada pela quantidade e variedade de materiais tardios.
feirense, uma série de campanhas de escavações arqueológicas que permitiram aclarar um pouco mais a história do povoado. Os trabalhos
Apesar das percentagens desequilibradas de vestígios roma-
arqueológicos revelaram um conjunto de estruturas habitacionais tardorromanas da fase final de ocupação do castro e um valioso conjunto
nos e pré-romanos, pode-se afirmar que o castro foi ocupa-
de materiais arqueológicos. Entre os materiais exumados sobressai o tesouro de jóias baixo-imperiais de ouro, composto por 3 de anéis e
do desde a fase inicial da cultura castreja, possivelmente
de um colar de contas (Fig.1) que foi ocultado sob a soleira da porta de uma casa, os dois tesouros de 103 e 45 moedas romanas, aparecidos
desde o Bronze Final, até a períodos tardirromanos e mesmo
em 1973 e 1974, respectivamente, datáveis de meados do século V, um significafivo conjunto de cerâmica sigillata clara C e D e outros
alti-medievais.
materiais de produção local ou regional e importados. Uma parte importante destes materiais arqueológicos que estavam depositados na
CORREA, M. 1925, p. 88-97; PINTO, R.S. 1929, p. 421; SÁ, M.F.
então Sala de Arqueologia, sita no Palacete Burmester da Faculdade de Letras do Porto, foi irremediavelmete perdido na sequência da ocu-
1938-39 e 1940; TEIXEIRA, C. 1938; SÁ, M.F. 1938-39 e 1940;
pação descontrolada destas instalações no período imediato à Revolução de Abril de 1974. Os materiais do Castro de Fiães que integram a
SOUSA, A. 1942 e 1954; SOUTO, A. 1942; FREIRE, O. 1965 e
exposição permanente do Museu Covento dos Lóios, representam uma pequena parte, não sendo sequer a mais significativa, que foi possível
1967-68; ALMEIDA, C.A.F.-SANTOS, E. 1971 e 1972; CENTENO,
recuperar do espólio arqueológico das escavações dos anos setenta.
R.M.S. 1976, p. 138-143; KALB, Ph 1980, p. 113-120; SILVA,
Em 1980 foram retomados os trabalhos arqueológicos no castro com a realização de uma pequena campanha dirigida por Armando Coelho
A.C.F. 1986, p. 104, nº 829; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 54, nº 16;
e Rui Centeno, docentes da Faculdade de Letras do Porto, que permitiu a detecção da muralha superior do povoado.
p. 95, nº 16; CENTENO, R.M.S. 2008.
A ocupação do castro que remontará ao Bronze Final, revelou-se particularmente importante na época romana, em especial durante o
[R.C.]
Baixo-império (sécs.- IV-V d.C.). De épocas anteriores registaram-se alguns objectos como um machado de bronze de alvado e algumas ce-
Fig. 1 | Tesouro de jóias baixo-imperiais de ouro
Arqueologia 108
109
CERÂMICAS DO BRONZE FINAL (c. 900-700 a.C.)
à mão e boa cozedura. Diâm.: 260mm
1 | Vaso
ML. FIA 71.
Fragmento de pança. Pasta de cor castanha avermelhada micácea com alguma areia e calcite; superfícies castanho-escuras, alisadas. Decorado com uma banda largos sulcos oblíquos entre
Cerâmica micácea feita à roda
caneluras horizontais. Feito à mão. 1
Dimensões: 54,5 x 59,2 X 10,9mm
4 | Vaso de asa interior
Bibl.: ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1971: p. 154, Est. I, 5.
Fragmento de bordo com lábio plano quase horizontal alarga-
ML.FIA 71.
do internamente e com paredes ligeiramente arqueadas. Pasta
4
cinzenta micácea, com alguma areia; superfícies alisadas com trapo, com uma tonalidade à da pasta. Um orifício de 5mm foi LOUÇA DE MESA E COZINHA
efectuado posteriormente no vaso para a sua suspensão. Feito à roda e boa cozedura.
Cerâmica micácea de fabrico manual
Diâm.: c. 390mm
6
ML. FIA 74 Quad. Últ. 2 | Recipiente (talvez do tipo alguidar)
2
Fragmento de fundo raso e plano, com arranque de paredes rectas e oblíquas. Pasta de cor
5 | Potinho
acinzentada homogénea e compacta com alguma areia e muita mica; superfície interna alisada
Fragmento de bordo e pança. Bojo globular, bordo amendoado revirado para fora. Pasta de cor cinzento-escura com manchas beges e
com engobo negro e a externa com tonalidades entre o avermelhado e o cinza. É visível no
alguma areia; superfícies alisadas a cor acastanhada. Feito à roda e cozedura razoável.
fundo um orifício com 9mm e vestígios de um outro similar, feitos após a cozedura, indiciando
Diâm.: 110mm
a utilização do recipiente como uma esécie de coador. Feito à mão e boa cozedura
ML. FIA 80 B4 (01).
Diâm.: 280mm 6 | Pote
ML. FIA 74 Quad. Últ.
Ombros arredondados, bordo revirado para fora e amendoado. Pasta de cor castanho-atijolado com muita areia e alguma mica; superfícies
3
3 | Pote
alisadas de cor castanho-escuro. Aderências de negro devido à utilização. Feito à roda e boa cozedura.
Fragmento de bordo e pança. Bordo amendoado, revirado para fora e arqueado. Pasta micácea
Diâm. : 120mm
de cor avermelhada com alguns grãos de areia; superfícies alisadas a cor castanha escura. Feito
ML.FIA.
Arqueologia 110
111
7 | Pote
pacta de cor cinzenta clara; superfície externa alisada a cinzento-escura, sendo a in-
Bojo provavelmente ovóide a julgar pela inclinação dos ombros, bordo revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta micácea de cor
terna da cor da pasta. Um grafito incompleto gravado no colo com a as letras RVI( F ou
alaranjada e com alguns grãos de areia; superfície externa alisada com trapo; a interna também foi alisada e tem uma cor rosada. Feito
T ?) poderá indicar o nome do proprietário do mesmo. Feito à roda e boa cozedura.
roda e boa cozedura.
Dimensões: 27 x 38mm
Diâm.: 220mm
ML. FIA 74 B (02).
FIA 71. 11 | Pote
8
8 | Talha
Fragmento de bordo espessado com lábio vincado no exterior, colo arqueado e estri-
Fragmento de bordo revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta micácea grosseira de cor cinzenta com areia; superfícies alisadas
bado num ressalto de onde arranca o ombro. Pasta fina e compacta cinzento-clara;
de cor alaranjada. Feito à roda e boa cozedura.
superfícies alisadas com uma coloração ligeiramente mais escura, apresentando a
Diâm.: 320mm
externa uma decoração polida de bandas verticais no colo, limitadas inferiormente
ML. FIA 71.
por uma canelura; no arranque do ombro é visível parte dos decoração, constituída por uma canelura horizontal, seguida por uma linha quebrada, brunidas. Feito à roda
9 | Talha
e boa cozedura.
Fragmento de bordo revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta grosseira de cor negra; superfícies micáceas e rugosas, sendo
Diâm. bordo: 150mm
a externa acinzentada e a interna alaranjada.
ML. FIA 72 XV (01).
9
Feito à roda e cozedura razoável. Diâm.: c. 450mm Terra sigillata itálica
ML. FIA 80 B4 (01).
12 | Copa, tipo Goudineau 40A
11
Cerâmica cinzenta fina polida (finais séc. I
Fragmento de bordo idêntico ao que pode ser atribuído à produção aretina. Pasta de
a.C.- séc. I)
textura fina de cor rosada; engobo de espessura média de cor de tijolo vivo. 7
Dimensões: 20 x 29mm
10 | Potinho (?)
Bibl.: ALMEIDA, C.A.F. 1972: p. 160, Est. IV, 2.
Fragmento de colo e pança. Pasta fina e com-
ML. FIA 71 A II (04).
Arqueologia 112
113
Terra sigillata sudgálica
da, com verniz espesso e brilhante mas muito degradado. As duas zonas decoradas estão limitadas por molduras ladeadas por dupla linha
La Graufesenque
de perlas. A forma e temática decorativas são, porém, tipicamente hispânicas pelas métopas, pelas linhas onduladas, pela espécie de pontas de seta foliformes e, em estilo de transição, pelos círculos que apresenta na zona inferior.
13 | Taça, tipo Drag. 27
Dimensões: 71 x 50mm
Fragmento da parte inferior da pança e fundo com ligeira canelura interna central, pé baixo e esvasado. Pasta de textura média regular
ML. FIA 71 A II (04).
de cor vermelha alaranjada. Engobo de espessura média de cor castanho alaranjado. Marca de oleiro: OF A . PRI
16 | Tijela, tipo Drag. 29
Diâm. do pé: 34mm
Fragmento de fundo e arranque de pança. Pasta de textura média rosada; engobo de espessura razoável de cor de tijolo vivo. Grafito na
ML. FIA 80 B3 (01).
superfície externa da fundo: FRO. Diâm. pé: 50mm ML. FIA 80 A3 (04).
Terra sigillata hispânica Tritium Magallum
17 | Prato, tipo Drag. 15/17 14
Fragmento de fundo e arranque de pança. Pasta de textura média de cor vermelha alaran-
14 | Tijela, tipo Drag. 29
jada. Engobo de espessura razoável de cor de tijolo vivo. Grafito na superfície externa da
Fragmento de arranque de pança decorada, marcada por dois ressaltos.
fundo: [...] EBOI.
A pasta, de cor rosada, de boa qualidade. O engobo é de boa aderência
Diâm. pé: 52,3mm
e espesso, de cor de tijolo vivo. A decoração é pouco nítida, parecendo
ML. FIA.
16
representado um javali Dimensões: 21 x 26mm Bibl.: ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1972: p. 161, Est. IV, 6.
Terra sigillata hispânica tardia (séc. IV-início do V)
ML. FIA 71 A II (04).
Tritium Magallum 15
15 | Tijela, tipo Drag. 29 Fragmento de parede. Pasta com alguma calcite de cor castanha alaranja-
17
18 | Tijela, tipo Mezquiriz 37b Fragmento de parede. Pasta de textura média de cor alaranjada. Engobo de espessura razo-
Arqueologia 114
115
ável de cor castanha alaranjada. Motivo decorativo composto por círculos concêntricos preenchidos por rectângulos radiais. Dimensões: 35,3mm x 43mm Cronologia: Séc. IV-V ML. FIA 71 I (02).
Sigillata clara africana
19 | Prato, (Hayes, forma 59 B) Fragmento de fundo de prato estampado. O tema central é composto por motivos geométricos e naturalistas, cinco quadrados preenchidos com cinco duplos círculos, alternando com trevos. Pasta de textura média de cor alaranjada. Diâm.: 450 mm Alt.: 40mm Cronologia: c. 320-420 ML. FIA 71 III C (02).
20 | Prato, (Hayes, forma 61 A) Fragmento de fundo de prato. Do pequeno círculo central saem radialmente, seis palmetas, de tipo oval, com dupla nervura central. Entre as suas pontas há rosetas do estilo A II de Hayes. Datável da 2.ª metade do séc. IV. Pasta de textura média regular de cor vermelha alaranjada. Dimensões: 23 x 77mm Cronologia: 2ª metade do Séc. IV 19
Bibl.: ALMEIDA – SANTOS 1971, p. 197, Est. V, 1. ML. FIA 71 A II (04).
Arqueologia 116
117
21 | Prato
25 | Púcaro
Fragmentos de fundo de prato estampado. Pasta de cor alaranjada. O motivo decorativo não é perceptível no seu conjunto, mas ainda se
Fundo raso, bojo ovóide de paredes finas, colo revirado para fora e
mantém visível a orla envolvente do tema central composta por círculos concêntricos incisos.
muito esvasado. Asa de fita grossa decorada com canelura vertical.
Dimensões: 135 x 106mm
Pasta homogénea e compacta de cor bege; superfícies alisadas com
ML. FIA 73 III (05).
aguada de tonalidades ligeiramente mais escuras que a pasta. Feito à roda e boa cozedura.
22 | Prato
Diâm. bordo: 98mm
Fragmento de fundo de prato estampado. Pasta de cor alaranjada. O motivo decorativo não é perceptível no seu conjunto, mas ainda se
Diâm. pé: 46mm
mantém visível do lado externo da orla envolvente do tema central composta por palmetas e círculos concêntricos.
ML. FIA 74 Quad. Últ.
Dimensões: 37 x 30mm 26 | Tigela
ML. FIA 73 VI (05).
Perfil hemisférico; bordo em ligeiramente descaída. Pasta fina e de23 | Prato
purada de cor rosada; superfícies alisadas com aguada alaranjada.
Fragmento de fundo de prato estampado. Pasta de cor castanha alaranjada. Engobo de espessura razoável de cor castanha alaranjada. O
Feito à roda e boa cozedura.
motivo decorativo não é perceptível no seu conjunto, mas ainda se mantém visível o círculo do tema central delimitado por palmetas.
Diâm.: 260mm
Dimensões: 36 x 55mm
ML. FIA 74 B (02).
25
ML. FIA 73 III (04). 27 | Prato Covo Fragmentos de prato covo com fundo raso, paredes oblíquas apruCerâmica comum romana
madas na parte superior, com bordo amendoado. Pasta de cor castanho-clara, compacta e homogénea; superfícies alisadas e com
24 | Copo
aguada alaranjada, apresentando a externa uma canelura junto do
Fragmento de bordo. Paredes rectas decoradas com caneluras verticais que formam uma espécie de sulcos. Pasta de cor alaranjada com
bordo. Feito à roda e boa cozedura.
muita areia e alguma mica. Superfícies alisadas a cor castanha escura. Feito à roda e boa cozedura.
Diâm. bordo: 230mm
Diâm.: c. 90mm
Alt.: 32,5mm
ML. FIA 71.
ML. FIA 74 B Quad. Últ. (02).
Arqueologia 118
119
27
28 | Assadeira
31 | Pote
Paredes arqueadas ovóides com bordo amendoado ligeiramente voltado para fora. Pasta de cor castanha acinzentada com alguma areia e
Fragmento de bordo e de pança. Bojo ovóide, bordo revirado para fora e ligeira-
mica; superfícies alisadas com aguada alaranjada. Vestígios de fumigação na superfície externa. Feito à roda e boa cozedura.
mente arqueado. Pasta fina, homogénea e compacta, de cor alaranjada – acin-
Diâm. bordo: 220mm
zentada. Superfícies alisadas, a interna a castanho atijolado e a externa a cor de
ML.FIA.
laranja. Decorado com meandros incisos. Diâm. bordo: 212mm
29 | Panela
ML. FIA 73 III (05).
Perfil em S, pança bojuda e larga, colo estrangulado e bordo espessado e boleado com superfície plana e vertical no exterior e oblíqua no interior. Pasta homogénea castanho-clara com grãos de areia e mica fina; superfícies alisadas, sendo a externa a castanho-escuro. Vestígios
32 | Talha
de fumigação na superfície externa.
Fragmento de bordo e pança. Bojo ovóide e bordo espessado, revirado para fora.
Diâm. bordo: 190mm
Pasta grosseira de cor alaranjada com manchas acinzentadas devido à cozedura
ML. FIA 73 V (04).
fraca e alguns grãos de areia. Superfícies alisadas na mesma tonalidade da pas-
31
ta. Feito à roda e boa cozedura. 30 | Panela
Diâm. bordo: 300mm
Pança ovóide, armada com duas pegas em arco, e bordo espessado e plano, ligeiramente saído para fora e para o interior. Pasta de cor
ML. FIA 72 III (04).
32
bege com muita areia e alguma mica; superfícies alisadas, tendo externa recebido uma aguada alaranjada até à parte superior do bordo; a externa também foi alisada a cor castanho alaranjado. Vestígios de fumigação na superfície externa.
33 | Testo
Diâm.: 260mm
Discóide com pega em forma de botão. Pasta homogénea castanho-clara com areia e pouca mica. Vestígios de aguada alaranjada aplicada
ML. FIA 71.
nas superfícies. Boa cozedura. Alt.: 43mm ML. FIA AD II (02). 29
34 | Testo
28
Em forma de calote, muito baixa, pega em forma de botão levemente estrangulado e com a parte superior côncava. Pasta homogénea e 30
Arqueologia 120
121
Cerâmicas pintadas
compacta de cor cinzenta-escura com alguma areia e mica; superfícies alisadas de cor castanha alaranjada. Boa cozedura. Alt.: 9mm
38 | Bilha
ML. FIA 80.
Fragmento de gargalo com arranques de asas. Pasta homogénea e compacta de cor alaranjada; superfícies alisadas na mesma tonalidade da pasta. Ornamentação composta por bandas verticais a ocre e branco.
35 | Talha
35
Fragmento de bordo espessado e revirado para fora e ligeiramente arqueado. Pasta
Diâm.: 52mm ML. FIA 71 AD I (03).
grosseira com grãos de quartzo e pontos brancos de calcite, de cor alaranjada; superfícies alisadas em cor alaranjada mais clara do que a pasta. Decorado inter-
39 | Bilha (?)
namente com duas linhas ondeadas separadas por canelura horizontal. Feito à roda
Fragmento de pança. Pasta homogénea e compacta de cor alaranjada com alguma areia; superfícies alisadas a cor alaranjada mais escura.
e boa cozedura.
Decorado com espiral pintada a cor branca. Feito à roda e boa cozedura.
Diâm.: c. 400mm
Dimensões: 15 x 11mm
ML. FIA 74 B (02).
ML. FIA AD I (04). 36
36 | Talha
40 | Fragmento de pança
Fragmento de bordo revirado para fora e rectangular, decorado externamente com três caneluras horizontais. Pasta grosseira de cor alaranjada com calcite, alguns vestígios de areia; superfícies alisados na mesma tonalidade da pasta. Feito à roda e boa cozedura. Diâm. bordo: 336mm
Pasta fina e depurada de cor castanha; superfícies alisadas na mesma tonalidade da pasta. Superfície externa pintada de vermelho-acastanhado e decorada com meandros sobrepostos a caneluras horizontais em relevo. Feito à roda e boa cozedura. Dimensões: 34 x 36 mm ML. FIA 80.
ML. FIA 80 A4 (02). 41 | Asa 37 | Almofariz
De secção circular decorada com quatro caneluras verticais. Vestígios de pintura de cor vermelho-escuro. Pasta homogénea e compacta de
Fragmentos de pança com paredes espessas, ligeiramente arqueadas. Pasta de coloração alaranjada com muita areia; superfície externa alisada na mesma tonalidade da pasta, sendo a interna revestida por vidrado de chumbo de cor esverdeada.
cor rosada com alguma areia. Boa cozedura. Dimensões: 34 x 38mm ML. FIA 74 B II (01).
Esp.: 24mm ML. FIA 72 Q VX (01). 37
Arqueologia 122
123
RECIPIENTES DE VIDRO
46 | Conta de colar Conta em pasta vítrea de cor azul escuro (Methuen 21F7).
42 | Tampa
Diâm.: 11mm
Fragmento de tampa em forma de cúpula, de cor verde, decorada com meandros brancos (Isings 66a).
ML. FIA 80 A3 (04).
Diâm.: 29mm; Esp.: 3mm 47 | Conta de colar
ML.FIA A. III (04).
Fragmento de conta em pasta vítrea de cor preta decorada com canelura em relevo. 43 | Copo
ML. FIA 73 III (05).
Fragmento de fundo de cor verde azeitona (Isings 111). Diâm. fundo: 35mm; Esp.: 2mm ANÉIS
ML.FIA.
43
44 | Jarra
48 | Anel
Fragmento de fundo de cor verde escura (Isings 88a).
Pequeno anel (para recém-nascido), em ouro, constituído por um aro de secção laminar, alargando na parte anterior que apresenta gravada
Diâm. fundo: 54mm; Esp.: 5mm
a inscrição V.T.F.; leitura: V(tere) T(e) F(elix); tradução: “Usa com felicidade” ou, de uma forma mais livre, “Usa-o e sê feliz”, fórmula
ML.FIA.
identificada em ambientes paleocristãos. Diâm.: c. 12mm; Esp. máx.: 0,4mm
44
45 | Jarra
Peso: 0,96g
Fragmento de gargalo de cor verde água translúcido (Isings 124a).
Cronologia: finais do séc. IV- início do V
Diâm.: 62,5mm; Esp.: 3mm
ML. FIA 80 B4 (02)
ML. FIA 73 II (04). 49 | Anel Aro de anel de bronze, de secção rectangular. OBJECTOS DE ADORNO
45
Diâm. orig.: c. 24mm; Esp.: 3mm 48
Peso: 6,32g Contas de vidro
ML. FIA Q X (04).
Arqueologia 124
125
PATELAS EM ARGILA (para jogo ou para transformação em fusaiolas)
55 | Patela circular Pasta cinzento-clara, superfícies cinzento-escuras, alisadas.
50 | Patela circular
Diâm.: 29mm
Pasta de cor alaranjada.
ML. FIA AD III (03). 50
Diâm: 31mm.
54
56 | Patela circular
ML. FIA AD IV (02).
Pasta alaranjada com superfície alisada. 51 | Patela
Diâm.: 32mm
Patela circular. Pasta de cor avermelhada.
ML. FIA 80 AB 3 (04).
Diâm.: 33mm 51
ML. FIA AD III (03).
57 | Fragmento de patela circular 55
Pasta castanho-escura e superfícies alisadas a cor negra. 52 | Patela circular
Diâm.: 50mm
Pasta de cor avermelhada.
ML.FIA.
Diâm.: 33mm ML. FIA AD III (03). 52
FUSAIOLAS (fabricadas a partir da reutilização de fragmentos de recipientes) 56
53 | Patela circular 58 | Forma discóide
Pasta de cor avermelhada. Diâm.: 28mm
Pasta de cor alaranjada com cerne cinzento muito escuro.
ML. FIA AD III (03).
Diâm.: 40mm ML. FIA 71 AD I (04).
54 | Patela circular 53
Pasta de cor avermelhada.
59 | Forma discóide
Diâm.: 34mm
Pasta cinzento-clara.
ML. FIA AD III (03).
Diâm.: 46mm
57
ML. FIA 80 AB-3 (04).
Arqueologia 126
127
PESOS DE TEAR
jada com algumas manchas beges esverdeadas. No topo superior marca grafitada X. Boa cozedura. Alt.: 124mm; Peso: 575g
Xisto
ML. FIA 80 A9 (04/05).
60 | Forma oblonga
64 | Forma paralelepipédica
Tem um orifício de suspensão central de 9mm.
Com dois orifícios de suspensão de 6mm. Pasta e superfície de cor bege. No topo superior marca AE. Boa cozedura.
Alt.: 64mm
Alt.: 113mm
ML. FIA Sector C – II.
ML. FIA 73 VII (04).
65 | Fragmento de forma em pirâmide truncada Argila
Com dois orifícios de suspensão de 8mm. Pasta bege-alaranjada e superfície alaranjada com manchas negras. Boa cozedura. Alt.: 80mm; Peso: 360g
61 | Forma sub-cilíndrica
ML. FIA AD III (03).
Base plana; com orifício de suspensão central de 7mm. Pasta e superfície de cor alaranjada. Boa cozedura. Alt.: 102mm; Peso: 325g ML. FIA A II (03).
62 | Forma sub-cilíndrica Com orifício de suspensão central de 8mm. Pasta e superfície de cor alaranjada. Boa cozedura. Alt.: 115mm; Peso: 300g ML. FIA 73 VIII (04).
63 | Forma paralelepipédica Com orifício de suspensão central de 7mm. Pasta alaranjada com superfície alaran-
60
62
63
64
Arqueologia 128
129
66
Placa (peso ?) de tecelagem
Mendes Corrêa” que a julgar pelas informações fornecidas por Mendes Corrêa, pertenceriam maioritariamente a um tesouro monetário possivelmente de meados do século V.
66 | Forma paralelepipédica
Os tesouros aparecidos em 1973 e 1974, compostos por 103 e 45 moedas baixo-imperiais, respectivamente, estariam escondidos junto
Com quatro orifícios de suspensão de 4mm. Pasta acastanhada clara e superfície cinzento- escura com manchas beges. Boa cozedura.
da cobertura ou na parte superior das paredes de duas habitações, segundo análise do processo deposicional, tendo as moedas sido
Alt.: 60mm; Larg.: 61mm; Peso: 150g
encontradas dispersas nos pavimentos. Certamente o violento incêndio que atingiu, pelo menos, esta parte do povoado posta a desco-
ML. FIA 73 VII (04).
berto pelas escavações de 1971-74, terá provocado a destruição da cobertura das habitações e a ruína parcial da paredes, arrastando consigo os contentores dos dois pequenos conjunto monetários e fazendo com que as moedas se dispersassem nos respectivos pisos.
OBJECTOS DIVERSOS
O tesouro de 1973 com 103 moedas de bronze, inclui um antoniniano póstumo de Cláudio II, cunhado cerca de 270 e cento e duas peças do século IV, emitidas entre o final do reinado de Constantino I (330-37) e os últimos anos do reinado de Teodósio I (393-95). A singularidade
67 | Algaraviz
deste conjunto monetário reside na forte presença, situação pouco frequente em tesouros com uma cronologia similar, de moedas de gran-
Tubo para condução do ar do fole para a forja, levemente cónico, terminando a extremidade mais larga numa espécie de argola horizontal
de módulo (65 ex.) pertencentes às séries Reparatio Reipub e Gloria Romanorum que representam mais de 60% do total do tesouro.
(fracturada). Pasta homogénea e compacta de cor bege; superfícies alisadas com aguada alaranjada. Diâm.: 36mm; Comp.: 130mm; Esp.: 8mm
O tesouro de 1974 era composto por 45 moedas, exclusivamente do século IV, emitidas também entre o final dos reinados de Constantino I
ML.FIA 74.
e de Teodósio I. Apesar das moedas deste conjunto se inserirem em balizas cronológicas similares às do descoberto em 1973, este segundo tesouro apresenta uma estrutura bem diferente, com a ausência de numerário do século III e a presença de apenas uma moeda de grande
68 | Prisão de Gado
módulo pertencente à série Gloria Romanorum, composição bem mais condizente com a estrutura “normal” dos tesouros contemporâneos
Fragmento de peça em granito de secção sub-rectangular com perfuração circular central, junto da extremidade.
registados no ocidente peninsular.
Compr.:150mm; Larg.: 132mm; Esp.: 68mm ML. FIA.
Sendo as moedas mais recentes, identificadas nos dois conjuntos monetários, datadas de 393-95, pode-se admitir que entre as moedas ilegíveis, sobretudo as de pequeno módulo, existam peças com uma cronologia posterior, mesmo da primeira metade do século V, apesar do numerário deste período ser pouco frequente nestes tesouros tardios. No entanto, o contexto arqueológico em que apareceram os tesouros
MOEDAS
aponta para uma cronologia idêntica do seu ocultamento que se situará nos meados do século V, podendo a sua não recuperação estar relacionada com um eventual ataque suevo ao povoado, situado junto à via Olisipo-Bracara, por ocasião das razias de 465-68 que terão
69 | Tesouros monetários de 1973 e 1974
vitimado Conímbriga, entre outras povoações.
Nas escavações arqueológicas de 1924 apareceram pelo menos 804 moedas romanas de bronze, guardadas no Museu de Antropologia “Dr.
ALMEIDA, C.A.F. – SANTOS, E. 1971 e 1973; CENTENO, R.M.S. 1976; CENTENO, R.M.S. 2008.
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Epigrafia 1 | Ara votiva Ara votiva dedicada a Júpiter, em granito, de secção quadrangular com base e cornija molduradas, sendo esta rematada por foculus entre dois toros. Na base apresenta um soco circular para fixação da peça no seu local original. Leitura: IOVI//O(ptimo) M(aximo)//P(osvit) L(aetvs) L(ibens) Tradução: A Júpiter Óptimo Máximo. Colocou [este monumento] de boa vontade e com alegria. Material: granito Dimensões: Alt. máx.: 830mm; Larg. máx.: 405mm; Esp. máx.: 390mm Fuste: 315mm x 260mm x 265mm Cornija: 250mm x 405mm x 390mm Base: 190mm x 390mm X 380mm Soco circular na base: diâm., 220mm, alt., 50mm Campo Epigráfico: 200mm x 195mm Dimensões das letras: l. 1: 60mm; l. 2: 60mm; l. 3: 50/55mm Espaço entre linhas: 15/20mm Cronologia: séc. I Procedência: Castro de Fiães. Bibl.: ALMEIDA – SANTOS 1971, p. 159-160, Est. III, 5; GARCIA 1991, p. 395. SILVA, A.M.S.P. 1994, pp. 118-119, n.º 15. ML. FIA
2 | Ara votiva Parte superior de ara com fuste e cornija simples, desbastada no lado esquerdo, com a parte inferior do campo epigráfico e a base mutiladas. Leitura: FLAVVS//FLAVINI//F(ilius) • V(otum) • P(osuit) • I(...) •//[...] 1
Tradução: Flavus, filho de Flavinus, cumpriu o seu voto a I(...) ...
Arqueologia 132
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Material: granito
3 | Cipo
Dimensões:
Leitura: TV TALIS ERIS//VIS QVALIS HABERI
Alt. máx.: 500mm; Larg. máx.: 285mm; Esp. máx.:
Tradução: Tu serás tal qual queres ser tido (Sê tal qual desejas ser considerado).
280mm
Material: granito
Fuste: 400mm x 245mm x 260mm
Dimensões:
Cornija: 100mm x 285mm x 280mm
Alt. máx.: 1210 mm; Larg./Esp. máx. (em cima): 350/160mm; Larg./Esp. máx. (na base): 590/490mm
Campo Epigráfico: 360mm x 200mm
Campo Epigráfico: 990 x 220mm
Dimensões das letras: l. 1: 70/80 mm; l. 2: 62/90 mm;
Dimensões das letras: l. 1: 80/90 mm; l. 2: 100/80 mm
l. 3: 70/75 mm
Espaço entre linhas: 25/50 mm
Espaço entre linhas: 20/40 mm
Cronologia: século XVII
Cronologia: período flávio
Procedência: Casa do Robelho, Romariz. Uma padieira, proveniente desta casa, com a inscrição bíblica POST TENEBRAS SPERO LVCEM (De-
Procedência: Encontrada em 1958 no altar-mor da
pois das trevas espero a luz) (Liber Job 17, 12), encontra-se actualmente na “casa nova do Castelhano”.
antiga igreja de Duas Igrejas, no lugar do Choupelo,
Bibl.: SANTOS 1940, p. 349; SILVA, A.C.F. – VARELA GOMES, M. 1992, p. 88 e 218, fig. 11; SILVA, A.M.S.P. 1994, p. 120, n.º 19; GUERRA, A.
por ocasião da demolição, sendo substituída por um
1998, p. 158, nº E. 87.
novo templo, benzido a 24 de Setembro de 1960. S.
ML.ROM 07.
Silvestre de Duas Igrejas foi uma pequena freguesia da Feira -tinha apenas 32 fogos em 1757- anexada à freguesia de Romariz em 1835. Bibl.: SÁ 1968, pp. 104-6; GONÇALVES 1981, p. 75; GARCIA 1991, p. 513; SILVA, A.M.S.P. 1994, pp. 119-20, n.º 18. ML.ROM 08.
2
Arqueologia 134
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Castelo e os Pereiras CASTELO DE SANTA MARIA DA FEIRA. OS RECENTES CONTRIBUTOS DA ARQUEOLOGIA* Reconhecido pela sua inconfundível silhueta, o Castelo de Santa Maria da Feira representa um conjunto patrimonial notável que, desde 1910, se encontra classificado como Monumento Nacional. Não sendo intuito deste texto a apresentação da história do castelo, não deixaremos de destacar certos eventos que consideramos mais relevantes para a compreensão da fisionomia do Monumento e que ajudam também a contextualizar os resultados dos trabalhos arqueológicos recentemente realizados. De facto, embora a sua origem remonte a uma fase da Reconquista anterior à formação da nacionalidade, a estrutura arquitectónica que actualmente apresenta é o produto de um longo processo evolutivo, marcado por sucessivas transformações e adaptações: primeiro como fortificação com carácter essencialmente militar; depois, também como residência senhorial dos Condes da Feira e finalmente já como Monumento e símbolo representativo da história e do património nacionais (Fig 1). A primitiva fortaleza, datada dos sécs. X-XI, presidiu à designada Civitas ou Terra de Santa Maria, localizada na fronteira entre Cristãos e Muçulmanos. O seu papel terá sido decisivo tanto nas acções militares que culminaram na tomada de Coimbra, em 1064, como na revolta contra D. Teresa e no apoio da causa independentista de D. Afonso Henriques. Notavelmente, conservam-se ainda significativos elementos da fase mais antiga do castelo, exibindo um característico aparelho pré-românico que integra grandes silhares almofadados. Teria a forma de um pequeno fortim de planta quadrangular com torreões nos ângulos, correspondendo sensivelmente ao espaço da actual “torre de menagem”. A porta principal teria originalmente uma configuração em arco ultrapassado, de clara inspiração islâmica, como se percebe pela forma das suas aduelas. Mas o que prevalece na actual estrutura da fortificação resulta, em grande medida, das transformações introduzidas pelos Pereira - senhores da Terra de Santa Maria desde 1385 - a quem o mesmo foi entregue, em 1448, com a incumbência expressa de o reparar. A antiga alcáçova adquiriu a partir de então a feição de residência apalaçada que actualmente exibe. Foi também renovado e reforçado o sistema defensivo da construção, acrescentando-se a Barbacã que protege a porta principal do recinto; a Cerca Avançada com acesso por ampla galeria fortificada; os Traveses de defesa interna da
* Os trabalhos arqueológicos, promovidos pela Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira, foram realizados pela Arqueologia e Património, com coordenação de Ricardo Teixeira e Vitor Fonseca, sendo a direcção de campo de Jorge Fonseca.
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progressivo abandono e ruína do castelo, processo só invertido a partir das iniciativas da Comissão de Vigilância, constituída em 1909 com o objectivo de zelar pela guarda, reparação e restauro do Monumento, reforçadas pelas grandes intervenções da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, ocorridas entre 1935 e 1940. Desta forma, também as obras realizadas ao longo da primeira metade do século XX – que incluiram a demolição do Celeiro, em 1908, e a remoção do Paço dos Condes, entre 1929 e 1937 – se tornaram marcantes e responsáveis pela imagem actual do Monumento. Os trabalhos arqueológicos Motivada pelo recente programa de recuperação e valorização do Castelo, promovido pela Comissão de Vigilância, a investigação arqueológica decorreu em duas fases principais, realizadas previamente (2002-2003) e durante a execução da obra (2005-2006). Foi assim progressivamente executado um conjunto de sondagens arqueológicas de avaliação prévia das zonas de previsível afectação do projecto, seguindo-se o registo de determinados elementos do conjunto edificado – a cisterna e um sector da torre-alcáçova – e a execução de sondagens e escavações arqueológicas complementares, motivadas por necessidades e achados ocorridos já durante a fase de acompanhamento arqueológico da empreitada. Assim, embora direccionados prioritariamente para a avaliação prévia e para a compatibilização das soluções do Projecto com a salvaguarda científica e patrimonial do Monumento, os trabalhos arqueológicos vieram proporcionar informações Fig. 1 | Castelo de Santa Maria da Feira. Perspectiva aérea
relevantes sobre o Castelo e a ocupação humana do local em épocas mais recuadas. A escavação realizada no interior da torre-alcáçova possibilitou o estudo aprofundado da Cisterna medieval e do respectivo
Praça de Armas; a Casamata que se prolonga em rampa para o exterior da muralha, permitindo o tiro ao nível do solo. A
sistema de adução de água, tendo também revelado uma conduta de cerâmica que conduzia a água para a fonte seiscentista
originalidade deste variado conjunto de soluções defensivas, que associa diferentes tipos de ameias, de seteiras cruzetadas,
situada na Praça de Armas. Neste espaço reconheceram-se vestígios relacionados com várias fases de ocupação, incluindo
troneiras e bombardeiras, ilustra a fase de transição do uso de armas de arremesso – como o arco e a besta - para as armas
restos dos desaparecidos edifícios do Celeiro e do Paço dos Condes. Centenas de peças, entre cerâmicas, aneis, contas de
de fogo – como o trom e a bombarda – conferindo-lhe um carácter singular entre a arquitectura militar portuguesa da fase
colar, moedas, selos alfândegários e peças de jogo, ilustram o quotidiano de quem habitou o castelo, do período medieval
de transição do sistema neurobalístico para o pirobalístico.
à Época Moderna. Mas as principais novidades residiram na descoberta de um fosso envolvente do castelo, abandonado e
Nos sécs. XVI e XVII, as transformações estenderam-se à Praça de Armas, com a construção do Paço dos Condes, do Celeiro e da
entulhado a partir do século XV, e na identificação de vestígios de época castreja e romana, ocupando uma área mais ex-
Fonte coroada pelo brasão dos Pereira, e ainda ao exterior da cerca onde se acrescentou, em 1656, o conjunto da capelania.
tensa que o recinto fortificado medieval.
A perda das funções residencial e militar, associadas a um incêndio que em 1722 consumiu o Paço dos Condes, ditaram o
O Fosso que reforçava o sistema defensivo do castelo, dificultando o acesso à base do perímetro muralhado, foi detectado
Castelo e os Pereiras 138
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no flanco Norte do recinto fortificado, próximo da designada Torre do Poço. Neste sector apresenta-se como uma “vala” es-
cobertura abobadada (altura interna média de 2,46 m), formada por silhares graníticos exibindo na face interna as carac-
cavada no afloramento rochoso, de perfil em U, com mais de 2 metros de profundidade e uma largura de cerca de 7 metros.
terísticas siglas identificadoras dos canteiros medievais.
Embora fosse relativamente frequente nas fortificações medievais – como inúmeras referencias documentais deixam enten-
O estudo realizado contribuiu também para uma melhor compreensão do sistema de adução de água associado a este reser-
der – são raros os exemplos visíveis ou conservados deste tipo de estrutura defensiva nos castelos portugueses. O interesse
vatório que era abastecido exclusivamente pelas águas pluviais captadas no eirado de cobertura da torre/alcáçova. A partir
da descoberta motivou a execução de trabalhos complementares de prospecção geofísica numa área adjacente, permitindo
daqui, eram conduzidas até ao piso inferior por meio de uma tubagem em granito inserida no interior da espessa parede
apontar um possível traçado que carece agora de confirmação arqueológica mais detalhada. Estes dados permitem perspec-
do castelo, sendo daí encaminhadas para o interior da cisterna por uma conduta rematada em forma de bica. Embora não
tivar a realização de novos trabalhos de escavação arqueológica com o objectivo de aprofundar o conhecimento e promover
constituísse a única fonte de abastecimento de água ao castelo, a cisterna proporcionava uma reserva de água suficiente-
a valorização do fosso, proporcionando a leitura de um troço suficientemente expressivo a integrar num desejável programa
mente importante para prover as necessidades quotidianas e, em caso de cerco, prolongar a autonomia e capacidade de
de arranjo dos espaços exteriores envolventes do Castelo de Santa Maria da Feira.
resistência da guarnição militar responsável pela defesa da fortificação.
À singularidade desta descoberta associou-se um importante conjunto de peças datadas sobretudo dos séculos XIV a XVI,
Outro conjunto importante de observações proporcionadas pelos trabalhos arqueológicos relaciona-se com a descoberta de
recuperadas nos sedimentos acumulados no interior do fosso, que deve ter sido desactivado a partir do século XV. Entre
vestígios de ocupação humana do local atribuíveis ao período Castrejo e Romano.
elas merecem destaque um importante conjunto de moedas, fivelas e “passadores em T” relacionados com a indumentária
Eram já eram conhecidas duas “aras” votivas romanas dedicadas a uma divindade indígena e, no decurso dos trabalhos
da época e peças de armamento medieval, incluindo pontas de seta, pontas de virote, projécteis de funda e munições de
de acompanhamento arqueológico, foi descoberto o fragmento de uma terceira que se encontrava reutilizada como
armas de fogo.
material de construção numa das paredes da torre-alcáçova. Mas a principal novidade residiu na identificação de níveis
Constituindo o produto de sucessivas transformações ocorridas ao longo de mais de um milénio, a complexa estrutura arqui-
arqueológicos deste período, reconhecidos em várias das sondagens, indiciando que os materiais epigráficos reutilizados
tectónica do Castelo impõe uma análise cuidada e a realização de estudos detalhados no domínio da arqueologia da arqui-
na construção do castelo são peças oriundas de uma ocupação do próprio local.
tectura, com o objectivo de identificar as diversas fases construtivas e assim compreender detalhadamente a sua evolução.
Os materiais pré-romanos provêm, até ao momento, de níveis arqueológicos detectados exclusivamente no topo do
Neste domínio, os trabalhos arqueológicos realizados proporcionaram algumas observações relevantes, particularmente
morro, no interior do recinto fortificado medieval, mas a ocupação romana não se circunscreve a esta área, tendo sido
através do registo de alguns sectores dos paramentos da torre-alcáçova que levaram à identificação de fases construtivas
descobertas construções situadas extra-muros, na base da encosta NE, devendo prolongar-se para uma plataforma adja-
pertencentes aos séculos X-XI e XV e do estudo aprofundado da Cisterna.
cente. Uma vez que se tratou de observações circunscritas às sondagens realizadas, importa futuramente caracterizar
Localizada no interior da “torre-alcáçova”, a cisterna do Castelo da Feira – que agora se pode admirar a partir do piso in-
de forma mais aprofundada a extensão, natureza e diacronia desta ocupação e relacioná-la com os dados do povoamento
ferior da construção – foi objecto de trabalhos arqueológicos prévios que incluiram o registo tridimensional e planimétrico
castrejo e romano da região.
pormenorizado, bem como o levantamento das siglas de pedreiro presentes em cerca de um terço dos 226 silhares de que é
Entre as peças castrejas recuperadas pelos trabalhos arqueológicos salientam-se as cerâmicas, com predomínio dos carac-
composta. Construída no interior de uma cavidade aberta no afloramento rochoso, de modo a ficar com a abertura superior
terísticos vasos de perfil em S, decorados com faixas incisas de círculos concêntricos, os largos vasos de asa interior para suspensão
ao nível do solo, a cisterna apresenta-se como um reservatório de planta rectangular (dimensões internas: 4,47 m x 2,26) e
ao lume, cossoiros decorados – pesos circulares pertencentes à parte inferior dos fusos de fiação – , sendo a peça mais notável uma
Castelo e os Pereiras 140
141
arrecada em ouro, em forma de lúnula e apêndice triangular em cacho (Fig. 2), atribuível ao século IV-III antes de Cristo.
CERÂMICA CASTREJA/ROMANA
Do período romano, assinala-se a presença de peças em cerâmica comum, cerâmicas finas importadas -“terra sigillata”além de ânforas relacionadas com o comércio e consumo de vinho e uma moeda do imperador Constantino (séc. IV).
1 | Cossoiro
O conjunto de todos estes resultados confirma o valor patrimonial do castelo e do espaço envolvente como área arqueo-
De perfil trapezoidal. Pasta castanha avermelhada, depurada, com desengordu-
lógica que deve ser protegida e valorizada, e que constitui também uma reserva científica capaz de proporcionar dados
rantes finos de mica e quartzo
relevantes para o conhecimento e percepção da história de um local que a partir dos finais da alta Idade Média emergiu
Época Romana e Castreja
como pólo militar e administrativo da Terra de Santa Maria.
Cerâmica; Alt máx. 1,9 cm. Diâm. 3 cm
[R.T.]
Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 11. U.E. 1143
2
2 | Pote Dois fragmentos de pote com decoração em dupla banda de círculos concêntricos no interior de duas linhas incisas. Pasta com desengordurantes finos de mica e quartzo, de tonalidade acastanhada no cerne. Face interna mais escura, com alisamento. Superfície externa alisada, de coloração rosada Época Romana e Castreja Cerâmica Castelo de Santa Maria da Feira. Praça de Armas. Sond. Arq. 24. U.E. 2414
3 | Pote Bordo com paredes pouco espessas e perfil em S. Pasta com desengordurantes finos de mica e quartzo e coloração acastanhada no cerne. Superfícies mais escuras com brunido na face interna Época Romana e Castreja Cerâmica Castelo de Santa Maria da Feira. Praça de Armas. Sond. Arq. 24. U.E. 2413 Fig. 2 | Arrecada em ouro. Sécs. IV-III a.C.
Castelo e os Pereiras 142
143
4 | Peso de tear
exterior alisada, com três leves sulcos paralelos no bojo. Apresenta vestígios de fuligem
Com forma trapezoidal. Apresenta dois orifícios para sustentação na secção mais estreita. Pasta de coloração alaranjada, pouco depurada,
Época Medieval
com inclusões de “grogue” e desengordurantes de quartzo, de médio e grande calibre
Cerâmica
Época Romana e Castreja
Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 07. U.E. 714
Cerâmica; Alt. 9,4 cm. Larg. 5,4/6,8 cm. Esp. 3,9 cm Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 37. U.E. 3714
8 | Prato em “Louça Malegueira” Fragmento de prato com ônfalo, sem decoração, de paredes grossas, vidrado branco irregular e pouco espesso Época Moderna
CERÂMICA MEDIEVAL
Cerâmica vidrada Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 504
5 | Alguidar Fragmento de fundo em disco com decoração digitada, com arranque da parede do alguidar. Pasta de tonalidade acinzentada no cerne, com
9 | Prato em “Louça Brioso
desengordurantes finos e médios de quartzo e mica. Superfícies de coloração acastanhada e com alisamento
Fragmento de prato com decoração em linhas concêntri-
Séculos XII-XIII
cas em azul, espiraliformes em vinoso entre linhas e espi-
Cerâmica
ral a azul no fundo, ao centro
Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 07. U.E. 714
Século XVIII Cerâmica vidrada
6 | Alguidar
Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Interior. Sector 09.
Fragmento de fundo em disco com decoração digitada, com arranque da parede do alguidar. Pasta grosseira de tonalidade acinzentada e
U.E. 901
rosada, com desengordurantes finos e médios de quartzo e mica e superfícies rugosas Séculos XII-XIII
10 | Tigela
Cerâmica
Cerâmica vermelha de tipo “Aveiro-Ovar”. Tigela com engobo
Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Exterior. Sond. Arq. 07. U.E. 712
vermelho nas superfícies interna e externa e bordo marcado com uma incisão linear
7 | Pote
Época Moderna
Bordo de pote com arranque do bojo, sem vestígios de asa. Pasta de coloração acastanhada, com inclusões de mica e quartzos. Superfície
9
Castelo e os Pereiras 144
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1367-1383 Bolhão; Peso 0,725 g. Eixo 9 Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 01. U.E. 404
13 | Dinheiro de D. Dinis Anv: Cruz equilateral cantonada por dois crescentes e duas rosetas. Leg. D ‘ REX[...] TVGL Rev: Quinas a cortar a legenda. 1279-1325 Bolhão; Peso 0,8 g. Eixo 12 10
Castelo de Santa Maria da Feira. Praça de Armas. Sond. Arq. 25. U.E. 2506
Cerâmica
14 | Real Preto de D. João I
Castelo de Santa Maria da Feira. Alcáçova Interior. Sector 10. U.E. 1007
ANVERSO: Epiciclóide de oito arcos. REVERSO: Quinas cantonadas por quatro castelos
11 | Púcaro
1385-1433
Cerâmica vermelha de tipo Aveiro-Ovar. Fragmento de púcaro pequeno de paredes finas, com arranque de asa a partir do bordo. Superfície
Cobre; Peso 1,574 g
externa alisada, com engobo vermelho e decoração brunida reticulada no bojo e linear no bordo
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03. U.E. 605
Época Moderna Cerâmica Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 504
15 | Ceitil de D. Afonso V ANVERSO: Castelo com muralha alta, com sete colunas interiores e sem ameias. Cinco ameias em cada torre. Mar com três ondas soltas.
MOEDAS
Leg. ALFQ CEPT DE DOMI REVERSO: Escudo do 3º tipo com cruzes soltas. Leg. [REX] POR[T]UGALIE ED
12 | Dinheiro de D. Fernando
1438-1481
ANVERSO: Cruz equilateral cantonada por dois crescentes e duas rosetas. Leg. [...]TVGALI[...]
Cobre; Peso 2,317 g. Eixo 12
REVERSO: Quinas a cortar a legenda. Leg. [...]GA-RB-II[...]
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 505
Castelo e os Pereiras 146
147
Anverso < 15 > Reverso
16 | Ceitil de D. Afonso V
19 | Ceitil de D. Manuel I
ANVERSO: Castelo com torres formadas por elementos quadrados. Torre central com 4 ameias. Muralha curva. Letra monetária P à direita
ANVERSO: Castelo com muralha bipartida e aberta. Mar de ondas soltas. Leg. [...] ANV [...]
das torres. Mar de ondas soltas. Leg. [...] .PORTGL: [...]
REVERSO: Escudo do 4º tipo rodeado por aneletes. Leg. [...] VEL [...]
REVERSO: Escudo do 4º tipo sobre cruz de Aviz. Leg. [...] OR.DEUS [...]
1495 – 1521
1438-1481
Cobre; Peso 1,653 g. Eixo 1
Cobre; Peso 2,366 g. Eixo 5
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 50
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03. U.E. 602
17 | Meio Real Branco de D. João II
ARMAMENTO
21
ANVERSO: Y coroado. Letra P à esquerda e letra O à direita. Leg. + [IH]NS*DEI*GRA*REX REVERSO: Quinas. Leg. +AD[IVTOR]IVM[:NOS:]
20 | Ponta de seta
1481-1495
Época Medieval/Moderna
Bolhão; Peso 0,8 g. Eixo 1
Ferro; Comp. 4 cm. Ponta 1,3x0,9 cm. Alvado 0,7 cm diâmetro interior
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03. U.E. 602
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 505 22
18 | Ceitil de D. João II
21 | Ponta de virote
ANVERSO: Castelo com muralha recta e completa, com ameias. Mar
Ponta de virote para tiro de besta composta por alvado longo de encabamento de secção circular e com cabeça triangular maciça
de ondas contínuas. Leg. + IOANES:II:REIS:PORTVOA
Época Medieval/Moderna
REVERSO: Escudo do 4º tipo rodeado por aneletes. Leg. +IOANES:
Ferro; Comp. 4,7 cm. Ponta 2,1x1,2 cm. Alvado 0,5 cm diâmetro interior
[...]VGAL
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 02. U.E. 505
1481-1495 Cobre; Peso 1,688. Eixo 11
22 | Ponta de virote
Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior. Sond. Arq. 03.
Ponta de virote para tiro de besta composta por alvado longo de encabamento de secção circular e com cabeça triangular maciça
U.E. 602
Anverso < 18 > Reverso
Época Medieval/Moderna Ferro; Comp. 5,4 cm. Ponta 1,7x1,2 cm. Alvado 0,6 cm diâmetro interior Castelo de Santa Maria da Feira. Cerca Exterior
Castelo e os Pereiras 148
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23 | Adaga de mão esquerda Arma de origem peninsular. Utilizada como arma de apoio, permitindo aparar os golpes do adversário. Séc. XVI Ferro forjado; 45,5X23cm Castelo de Santa Maria da Feira ML2003.01.002
24 | Manopla em malha metálica Utilizada na mão direita, por cima da luva de couro, durante a luta corpo a corpo. Eram peças isoladas, apresentando na zona do pulso uma corrente terminada em gancho. Séc. XVI Ferro; 27X22cm Proveniência desconhecida ML2003.01.001
24
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Castelo e os Pereiras 150
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O Culto Religioso O sentimento religioso emerge da consciência de que o Homem é um ser imperfeito que busca a redenção através da concepção particular do sagrado e da virtude. O divino feminino foi sempre a imagem sagrada associada à natureza, sinónimo de fertilidade, sabedoria, harmonia e beleza. Com o prosperar do Cristianismo, surge Maria, Mãe de Deus e dos homens, revelada como Imaculada Conceição, concebida em pureza por Sua Mãe Ana e sem mancha do pecado original. É a Maria que o povo se dirige para implorar as suas graças e bênçãos. Maria é também invocada como testemunho de protecção de uma terra de fronteira – a civitas sanctae mariae – que foi garante da defesa da margem sul do rio Douro no tempo da Reconquista. Depois das campanhas de Fernando, o Magno, na segunda metade do séc. XI, a região é transformada numa unidade territorial mais pequena, a terra, também de Santa Maria, gerida militarmente pelo castelo da Feira. O povo cristão procura e acredita em Maria e nos Santos para se aproximar de Deus. Invoca e faz promessas de votos e sacrifícios para se salvar dos infortúnios da vida. É neste ambiente cristão e de quotidianos fustigados por fomes, pestes e guerra que o povo da Terra de Santa Maria e os seus patronos pedem protecção e bênção a S. Sebastião, prometendo o voto de partilha do pão doce – a fogaça – com esperança na redenção dos pecados e na salvação eterna. Cumprindo o voto, durante séculos, o povo santamariano celebra a festa de S. Sebastião a 20 de Janeiro, espelhando a sua veneração e expressando assim, a grata memória da dignidade encontrada na árvore da vida que é Cristo. A Festa das Fogaceiras é pois, a manifestação festiva religiosa mais emblemática do concelho de Santa Maria da Feira, símbolo de união e marco da identidade cultural e religiosa do município. |A.J.O.|
153
1 | Santas Mães Escultura em madeira, rica em policromia com ouro pintado e estufado, adquirindo o efeito de relevo pelas marcas de punção ao nível dos motivos Séc. XVII/XVIII Madeira; 69X42cm Antiga capela de Santo António – Praça da República ML2003.07.001
2 | S. Sebastião Escola de Guido Reni Escola italiana do séc. XVIII Óleo s/ tela; 152X100cm ML2006.20.001
3 | Cristo crucificado A imagem veste cendal branco, apresentando chagas abertas nas mãos, peito, joelhos e pés Séc. XVI-XVII Madeira; 70X45cm C. C. R. Orfeão da Feira ML2004.07.013
4 | Cristo crucificado
3
Escultura devocional 1
Séc. XVIII
O Culto Religioso 154
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Madeira; 77X33,8cm
8 | Bandeira(s)
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
Utilizada(s) aos pares em cada fogaça, transportada à cabeça pe-
ML2008.07.001
las fogaceiras Séc. XX
5 | Cristo crucificado
Papel crepe; 31,5X20,8cm
Escultura devocional
ML2008.31.001 e 002
Séc. XVIII Madeira; 65,5X31cm
9 | Base para fogaça
C. C. R. Orfeão da Feira
Utilizada como suporte da fogaça, transportada à cabeça pelas
ML2004.07.014
fogaceiras Séc. XX
6 | Castelo (miniatura)
Papel/madeira; 21,7cm
Ornado com bandeiras e levado à cabeça por um grupo de três
ML2008.09.004
meninas que, ao longo do percurso, se vão revezando Séc. XVIII-XIX
10 | Rodilha
Madeira policromada; 81X58cm
Utilizada por baixo da base da fogaça, transportada à cabeça
ML2006.17.001
pelas fogaceiras Séc. XX
7 | Tabuleiro
Fio de lã/trapo; A 3,3cm; D 8,8cm
Transportado à cabeça por uma fogaceira no cortejo e na pro-
ML2008.09.002
cissão, levando velas de cera atadas com uma fita branca e outra vermelha Madeira; 78X46cm Séc. XX 4
ML2008.09.007
5
O Culto Religioso 156
157
FABRICO DA FOGAÇA A fogaça, pão doce tradicionalmente cozido no rescaldo do forno, merece um cuidado especial naquelas destinadas à festa de 20 de Janeiro. A fogaça prometida, como símbolo de devoção, de formato único que reproduz as torres do Castelo da Feira, tem a primazia de ser a oferta votiva das gentes da Terra de Santa Maria a S. Sebastião, santo protector da fome, das pestes e da guerra. |A.J.O.|
11 | Balança de Roberval Utilizada para verificar e comparar massas 1ª metade do séc. XX Ferro/latão; 19X35,5cm Manuel Soares Resende, S. Miguel de Souto ML2004.12.034a_c
12 | Peso de 2 kg Objecto utilizado como medida nas pesagens feitas em certos tipos de balanças 1984 Bronze; A 9,7cm; D 6,6cm Manuel Soares Resende, S. Miguel de Souto 11
ML2004.12.035
13 | Peso de 1 kg Objecto utilizado como medida nas pesagens feitas em certos tipos de balanças 1984 Bronze; A 7,9cm; D 5,3cm Manuel Soares Resende, S. Miguel de Souto ML2004.12.036
O Culto Religioso 158
159
14 | Masseira
17 | Tabuleiro
Madeira/metal/cerdas; 22,3X7cm
Utilizada para preparar a massa da fogaça, misturando-se todos
Utilizado para levedar e transportar as fogaças
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
os ingredientes com a mão
Séc. XX
ML2008.06.016
Séc. XX
Madeira; 139X57,5cm
Madeira; 46X76cm
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
21 | Espanador
Laura Borges Silva, Romariz
ML2007.06.006
Utilizado para varrer a farinha da pá do forno e da mesa de
ML2004.06.007
trabalho 18 | Tigela/Malga
Séc. XX
15 | Pá de desinfarinhar
Utilizada para colocar os ovos
Matéria orgânica; 30X8,5cm
Utilizada para misturar os ingredientes no início da preparação
Séc. XX
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
da massa
Faiança; A 10,2cm; D 18cm
ML2008.06.005
Séc. XX
Alzira Maria Azevedo, S. Miguel de Souto
Madeira; 51,6X16cm
ML2003.03.026
22 | Bacia
Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares
Utilizada junto à porta do forno, contendo farinha para polvi19 | Batedor
lhar a pá do forno
Utilizado para bater os ovos
Séc. XX
16 | Raspadeira
Séc. XX
Ferro; 8,5X20cm
Utilizada para rapar a massa de fogaça das paredes interiores
Metal/madeira; 22X8cm
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
da masseira
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
ML2007.06.009
Séc. XX
ML2008.06.008
ML2004.06.006
23 | Pá de forno
Madeira/ferro; 25X19,8cm Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2007.06.007 17
20 | Pincel
Utilizada para colocar e retirar as fogaças do forno
Utilizado para pincelar o ovo batido nas fogaças
Séc. XX
Séc. XX
Madeira; 114,8X16cm
O Culto Religioso 160
161
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2007.06.005
24 | Tesoura Utilizada para cortar o cimo da fogaça em quatro, de modo a formar as torres do castelo da Feira Séc. XX Metal; 15,9X5,5cm Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2007.06.006
25 | Cinta(s) Utilizada(s) para amarrar a fogaça durante a cozedura Séc. XX
23
Linho; 98,3X9,7cm; 87X8,3cm Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira ML2008.21.001 e 002 14 | 15
O Culto Religioso 162
163
Ofícios Tradicionais A diminuição da população ligada às actividades agrícolas, que ocorreu praticamente em todo o país nas décadas de cinquenta e de sessenta do século passado, conduziu a um desaparecimento acelerado de costumes, práticas, tradições, isto é, de um modo de vida secular de uma sociedade agrária que permaneceu praticamente inalterado até então. O concelho de Santa Maria da Feira não fugiu a esta tendência, verificando-se também um acentuado decréscimo da população no sector primário, passando de cerca de 75% da população activa em 1890, para 15,8% nos anos sessenta do séc. XX. Neste núcleo da exposição pretende-se mostrar a transformação do mundo rural feirense e os primeiros passos da industrialização no concelho com as consequentes alterações sociais e económicas que provocou na região. Algumas actividades e tecnologias tradicionais são aqui apresentadas porque tiveram grande importância e representatividade no concelho como o sapateiro, o jugueiro, o tanoeiro e o oleiro.
O início da industrialização está representado na segunda parte deste núcleo expositivo por duas actividades transformadoras de grande importância e tradição no concelho, remontando ao século XVIII: a transformação da cortiça e o fabrico de papel, continuando a primeira a contribuir, actualmente e de forma decisiva, para o desenvolvimento económico da região.
165
Sapateiro Pêro Silva, oriundo da Feira, é um dos sapateiros mais antigos do concelho, aparecendo referenciado, em 1299, como testemunha na venda
3 | Fogão de petróleo
de propriedades em Travanca, termo da Feira.
Utilizado para aquecer materiais, ferramentas e confeccionar
A presença deste ofício na vila da Feira é o testemunho da vitalidade económica da região, sugerindo a existência de um centro
a goma
populacional activo e dinâmico, que teria atingido um considerável nível de desenvolvimento, que até permitia a muitos o consumo
1ª metade do séc. XX
de artigos deste tipo.
Cobre/ferro; A 20cm; D 16,5cm
Durante séculos, o número de mestres sapateiros e tamanqueiros restringia-se ao consumo e procura local. De acordo com os livros de
Francisco Santos Cruz, Sanfins
registo das cartas dos ofícios e suas desistências, entre 1783 e 1801, a Câmara Municipal da Feira passou 1816 cartas de exame, distribuídas
ML2004.06.037a_h
entre sapateiros e tamanqueiros de vinte e três freguesias. Nessa altura, são as freguesias de Argoncilhe e Milheirós de Poiares que apresentam um maior número de sapateiros e aprendizes, seguidas de Canedo, Sanguedo, S. Jorge e Pigeiros com dois e as freguesias de Fiães,
4 | Colher
Feira, Souto, Louredo, Romariz, Lobão, Mozelos, Fornos, Vila Maior, Escapães e Sanfins com apenas um sapateiro.
Utilizada para mexer a goma Séc. XX
2
Madeira; 18,1x5cm
No inquérito industrial da década de sessenta do séc. XIX, surgem novas áreas geográficas de implantação: Arrifana (4), Riomeão ou Nogueira da Regedoura (1), mas a maior concentração deste ofício continua a ser em freguesias como a Feira (8), Argoncilhe (4), Mozelos
1 | Mesa de sapateiro
Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
(4) e Lobão (3).
Utilizada como apoio do trabalho do sapateiro
ML2004.26.005
Séc. XX No séc. XX, os artesãos sapateiros de Arrifana, Escapães, retomando Milheirós de Poiares e Souto continuam a trabalhar na sua oficina,
Madeira; 64X79,5cm
5 | Tigela/Malga
mas as novas fábricas de calçado do concelho são os seus principais clientes. Costumavam mandar a obra ao patrão – calçado pronto –, ao
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Utilizada para conter goma de sapateiro
sábado, cabendo a tarefa à esposa ou aos filhos mais novos. Se para lá transportam o calçado confeccionado, no regresso trazem o material
ML2003.26.046
Séc. XIX-XX Faiança; A 7cm; D 12cm
para trabalhar na semana seguinte. O artista só se desloca à fábrica a pedido do patrão ou para pedir trabalho. |A.C.M.|
2 | Banco de sapateiro
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Utilizado pelo sapateiro para se sentar quando executava o seu
ML2003.03.007
trabalho Séc. XX
6 | Pau
Madeira; 36,6X34cm
Utilizado para espalhar a cola
António Ferreira de Sá, Santa Maria da Feira
Séc. XX
ML2004.26.014a_b
Madeira/cola; 9,9X2,8cm
Ofícios | Sapateiro 166
167
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
Séc. XX
ML2003.26.019
Contraplacado de madeira/liga de cobre; 14X41,5cm Elísio Marques Cardoso, Fiães
7 | Íman
9
ML2003.26.045a_d
Utilizado para apanhar as pontas (pregos) Séc. XX
11 | Molde
Magnete natural; A 1,7cm; D 5,9cm
Utilizado como modelo para o corte no couro
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Séc. XX
ML2003.26.093
Cartão Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
14
8 | Gasómetro
ML2003.26.100 a 106
Utilizado para Iluminar a oficina 1ª metade do séc. XX
12 | Corte (par)
Metal; A 18cm; D 9,8cm
Parte superior do sapato já confeccionado no corte e costura
Alzira Mª Azevedo, S. Miguel de Souto
2003
ML2005.32.001a_c
Pele de vaca/linha; 8X31,5cm Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
9 | Caderno(s)
ML2003.26.081a_b
Utilizado(s) para desenhar os modelos de calçado Papel
13 | Forma de bota de senhora (par) nº 38
Séc. XX
Utilizada para a montagem de uma bota
Desenhos de Joaquim de Oliveira Couto
Séc. XX
ML2005.08.011; 012 e 014
Madeira/ferro; 11,8X26cm Luís António Sequeira Pereira, Santa Maria da Feira
10 | Pantógrafo
ML2003.26.021a_b
Utilizado para copiar modelos de maior ou menor escala 10
Ofícios | Sapateiro 168
169
16
17 | Sovela
19 | Manipula (par)
Utilizada para furar o bordo exterior e a sola para depois se-
Utilizada para proteger as mãos quando cosiam o sapato
rem cosidos
Séc. XX
Séc. XX
Couro; 30,5X6,5cm
Aço/madeira; A 16,5cm; D 2,2cm (cabo)
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
ML2007.26.004a_b
ML2003.26.011
14 | Forma de sapato de senhora (par) nº 34
20 | Cerda(s)
Utilizada para a montagem de um sapato Séc. XX Madeira/ferro; 10X23,5cm Luís António Sequeira Pereira, Santa Maria da Feira ML2003.26.023a_b
18 | Sovela (agulha)
Utilizada(s) para coser o calçado
Utilizada para cozer a sola ao sapato, puxando o fio com as
Séc. XX
mãos, formando os pontos do cosido. Coser o solado
Pêlo de porco
Séc. XX
Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
Aço/madeira; A 15,1cm; D 2,1cm (cabo)
ML2005.26.003; ML2008.26.001
24
Ferro; 21,5X9,8cm
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
15 | Afiador/Assentador
Elísio Marques Cardoso, Fiães 21 | Martelo
ML2003.26.012
Utilizado para afiar a faca de sapateiro
ML2003.26.031
Utilizado para pregar e bater o corte na forma, apurando o
Séc. XX Madeira/lixa; 42,3X5cm Elísio Marques Cardoso, Fiães
17
ML2003.26.026
16 | Faca de sapateiro Utilizada para cortar a obra
18
Séc. XX Lâmina/madeira/fita; 16,1X3,1cm Elísio Marques Cardoso, Fiães ML2003.26.028
verdadeiro formato do sapato
23 | Turquês
Séc. XX
Utilizada para pregar o corte à forma e retirar os pregos
Aço/madeira; 28,8x13cm
Séc. XX
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Aço; 20x5cm
ML2007.26.005
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto ML2007.26.006
22 | Malha de ferro Utilizada como base para bater a sola com o martelo, apurando
24 | Alicate
o formato pretendido
Utilizado para extrair pregos
Séc. XX
Séc. XX
Ofícios | Sapateiro 170
171
Ferro; 14X4,9cm
28 | Alicate de pressão
31 | Grosa
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Utilizado para fazer pressão no talão para colar melhor. Serve
Utilizada para desbastar ou talhar os saltos
ML2003.26.038
também para arrancar pregos
Séc. XX
Séc. XX
Ferro; 20,4X3,2cm
25 | Vazador
Ferro; 16,4X5,4cm
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
Utilizado para furar o couro (vazar o corte)
Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira
ML2003.26.007
Séc. XX
ML2003.26.050
34
32 | Ferro de saltos
Ferro; 22X10,2cm Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira
29 | Lima
Utilizado para brunir os saltos
ML2003.26.065
Utilizada para perfilar e polir a sola e os saltos
Séc. XX
Séc. XX
Ferro; 7,5x6cm
26 | Agrafador de ilhós
Ferro; 23,3x2,5cm
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizado para agrafar as ilhós aos orifícios por onde passam
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
ML2007.26.003
os atacadores
ML2007.26.002
35 | Ferro de vinco boleado Utilizado para brunir ou polir o calçado, depois de quei-
Séc. XX
33 | Ferro de saltos
mada a cera
Ferro; 16,7X6,2cm
30 | Vidro
Utilizado para brunir ou polir saltos
Séc. XX
Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira
Utilizado para raspar. Terminado o serviço em grosso era a vez
Séc. XX
Ferro/madeira; 18X3,2cm
ML2003.26.068
de pôr de vidro, a primeira preparação para o acabamento da
Ferro/madeira; 17,8X6,2cm
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
sola e do salto
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
ML2004.26.010
27 | Cortadeira
Séc. XX
ML2003.26.008
Utilizada para arrancar e cortar pregos
Vidro
Séc. XX
ML2005.26.002
36 | Roleta de saltos
Aço; 16,1X3,9cm Manuel Dias de Sousa, Sanfins 29
ML2003.26.014
34 | Ferro de patas
Utilizado para brunir ou polir o calçado, depois de quei-
Utilizado para brunir ou polir saltos
mada a cera
Séc. XX
Séc. XX
Ferro/madeira; 15X3,6cm
Ferro/madeira; 16X2,6cm
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
ML2003.26.041
ML2004.26.011
Ofícios | Sapateiro 172
173
37 | Costa de pau
41 | Gancho de tirar formas
Utilizada para vincar a vira do sapato. Também usada para dar
Utilizada para retirar a forma do interior do sapato
lustro aos saltos
Séc. XX
Séc. XX
Ferro; 31,4X17,5cm
Madeira; 2,1X18cm
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Manuel Dias de Sousa, Santa Maria da Feira
ML2003.26.034
ML2003.26.064 42 | Forma de ferro/Pé de moleque 38 | Seixo
Utilizada dentro do sapato para dar forma e a curvatura dese-
Utilizado para bater e polir a sola
jada, sendo depois aberta com o martelo na sola
Rocha sedimentar; 2,6X8cm
1ª metade do séc. XX
Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
Ferro; 18,3X19cm
ML2003.26.084
Zeferino Pinho de Oliveira, Sanfins ML2003.26.003
40
39 | Pano Depois do solado brunido, utilizava-se o pano para dar lustro Séc. XX Tecido ML2005.26.001
40 | Sapato de homem (par) Peça já trabalhada na forma 2003 Couro/fio/madeira; 30,5X11cm Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira 42
ML2003.26.113a_b
Ofícios | Sapateiro 174
175
45 | Escova
49 | Cera de linhar
Couro de boi; 27,7x10,5cm
Utilizada para escovar o sapato de camurça
Utilizada para encerar a linha, de modo a correr melhor o
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
Séc. XX
fio de coser
ML2003.26.107a_b
Madeira/cerdas sintéticas; 10,2x3,5cm
Séc. XX
Lucinda Borges Silva, Romariz
Cera; 6x4cm
52 | Gamela/masseira
ML2006.26.001
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizada com água onde se mergulha a sola já cortada, de
ML2007.33.004
modo a tornar-se flexível para ser depois trabalhada
46 | Escova 43
Séc. XX
Utilizada para puxar o lustro
50 | Cera de brunir
Madeira, 19,5X67cm
Séc. XX
Utilizada para brunir ao calçado
Zarina Pereira Dias, Sanguedo
Madeira/cerda; 16,7x2,9cm
Séc. XX
ML2004.06.001
Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
Cera; 2x4cm
ML2003.26.077
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
53 | Tacão (par)
ML2003.33.031
Salto para sapato de homem
43 | Punção ou marca (9) Utilizada para marcar na sola, o número do sapato, do artista
47 | Escova
ou da oficina
Utilizada para aplicar graxa e puxar o lustro
51 | Sola (par)
Aglomerado de madeira; 1,6x8,8cm
Séc. XX
Séc. XX
Utilizada na base do sapato
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
Metal
Madeira/cerda; 6x19,1cm
Séc. XX
ML2003.26.108a_b
Joaquim de Oliveira Couto, Santa Maria da Feira
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
ML 2003.26.085/1_9
ML2003.26.015
44 | Lata(s) de graxa
48 | Lacre
Utilizada(s) para guardar a graxa que servia para brunir o sapato
Utilizada para dar lustro ao calçado
Séc. XX
Séc. XX
Metal
Cera; 7,3x6cm
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
ML2003.33.022; ML2005.33.001 e 002; ML2005.33.007 e 008
ML2007.33.005
Séc. XX
49 44
Ofícios | Sapateiro 176
177
54 | Vira com rêgo
Séc. XX
Séc. XX
65 | Novelo de fio de sapateiro
Utilizada para palmilhar à volta do sapato
Pele de vaca
Ferro
Utilizado para coser o sapato
Séc. XX
ML2005.33.014
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
Séc. XX
ML2003.33.016
Filamento de matéria têxtil
Couro; 120cm José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
58 | Couro
ML2003.26.109
Utilizado para fazer calçado
62 | Semilha/pregos
Séc. XX
Utilizados e aplicados na sola do calçado
55 | Lixa
Couro de boi
Séc. XX
66 | Ilhó
Utilizada para lixar o solado e colar no afiador para afiar
ML2005.33.015
Ferro
Utilizado para debruar os furos por onde passa o atacador, fita
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
ou cordão
ML2003.33.017
Séc. XX
as ferramentas
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira ML2003.33.011
Séc. XX
59 | Papel
Tecido/areia
Utilizado com o pó de jaspe entre o corte e a forma, facilitando
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
a saída da forma de dentro do sapato
63 | Anilina
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
ML2005.33.011
Séc. XX
Utilizada com água para fazer a tinta que era depois aplicada
ML2003.26.110
Papel
com um pincel na sola e no salto do sapato
ML2005.33.016
1995
56 | Pó de jaspe Utilizado com papel, entre o corte e a forma, facilitando a saí-
Liga de cobre
Composto orgânico azotado; 10,7 gr.
da da forma de dentro do sapato
60 | Pontas de pregar
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
Séc. XX
Utilizadas para pregar (ajustar) o corte à forma
ML2003.33.018
Rocha siliciosa formada essencialmente por quartzo criptocris-
Séc. XX
talino
Ferro
64 | Pincel
Elísio Marques Cardoso, Fiães
José António de Sousa Pinho, Santa Maria da Feira
Utilizado para espalhar a tinta no sapato
ML2003.33.010
ML2003.33.015
Séc. XX Madeira/pêlo/metal; A 25cm; D 1,9cm (cabo)
57 | Pele
61 | Pontas de saltos
Elísio Marques Cardoso, Fiães
Utilizada para fazer calçado
De tamanho médio, eram utilizadas para pregar saltos
ML2003.26.027
Ofícios | Sapateiro 178
179
Jugueiro Na Idade Média, o jugueiro era o peão que trabalhava as terras do senhor, pagando a jugada em trigo, milho, vinho ou linho, de acordo com
1 | Serra
o número de juntas de bois usadas para lavrar as terras.
Utilizada para serrar madeira 1ª metade do séc. XX
Ao longo dos séculos, o jugueiro passou a ser também o artesão que fabricava os jugos e as cangas para os bois, instrumentos de atrelagem
Ferro/madeira; 7,3X123cm
que uniam os animais ao carro ou ao arado e, dependendo do trabalho a executar, socorria-se ao sistema jugular em que o animal puxava
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
através da cabeça ou ao cornal em que a força era exercida através do pescoço.
ML2004.29.077
Segundo Armando Matos, o Concelho da Feira apresentava uma tipologia muito característica de jugos e de cangas designados tipo Vila da
2 | Enxó(s)
Feira. Depois de lavrados, os tabuões eram decorados e pintados com cores muito vivas: branco de alvaiade, o vermelhão fino, o amarelo de
Utilizada(s) para desbastar a madeira
Itália, o azul de primeira e o verde salsa que, depois de misturados com óleo de linhaça e secantes, apresentavam a policromia desejada.
1ª metade do séc. XX Ferro; 15,5X11,5cm; 43,5X24,5cm; 15,7X6cm
Os jugos, feitos de madeira de freixo e lodo, tecnicamente mais desenvolvidos, em forma de trapézio, uniam os animais aos carros pelo
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
cabeçalho ou tamoeiro e eram presos por correias. A canga, mais comprida, em forma de castelo trapezoidal com dois meios crescentes nas
ML2004.29.076 e 078; ML2007.29.008
4
laterais e rematados com as crinas ou tufos de cavalo, marcava a riqueza dos seus donos: quanto mais decorada, maior seria a ostentação
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto 3 | Formão
do seu proprietário.
ML2004.29.073
Utilizado(s) para cortar e desbastar a madeira O jugueiro ou feitor, artífice que fabrica os jugos e cangas, já não existe no concelho. O último jugueiro, Manuel Francisco da Silva, da
1ª metade do séc. XX
5 | Compasso de bicos
freguesia de S. Miguel de Souto, aprendeu o ofício com seu pai. A sua oficina ocupava uma dependência anexa à casa, à face da rua. Eram
Ferro/madeira; 18,8X2,5cm; 16,7X1,2cm
Utilizado para marcar a decoração na tábua de madeira
as tintas salpicadas na parede e o jugo pendurado à porta que marcavam de imediato a presença da sua oficina.
Serafim Correia de Almeida,
1ª metade do séc. XX
|A.J.O.|
S. Miguel de Souto
Metal; 24,5X2,4cm
ML2004.29.072 e ML2007.29.005
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto ML2007.29.009
4 | Graminho Utilizado para traçar linhas paralelas sobre a madeira
6 | Ponteiro de marcar
1ª metade do séc. XX
Utilizado para executar trabalhos em talha
Ferro/madeira; 19,3x17,8cm
1ª metade do séc. XX
Ofícios | Jugueiro 180
181
Ferro/madeira; 12,5X2,2cm
14 | Alicate
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizado para arrancar pregos
ML2004.29.074
1ª metade do séc. XX
10
Metal; 18,9X5,3cm 7 | Martelo(s)
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizado(s) para auxiliar a cravar e a golpear no trabalho da talha
ML2007.29.010
1ª metade do séc. XX Ferro/madeira; 16,7x8,8cm; 18x12cm
9 | Goiva(s)
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizada(s) para executar trabalhos em talha
ML2004.29.070 e ML2007.29.001
1ª metade do séc. XX
1ª metade do séc. XX
Ferro/madeira
Ferro/madeira; 33X3,5cm
8 | Goiva
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizada para executar trabalhos em talha
ML2004.29.062 a 069
ML2007.29.006
15 | Chave de parafusos Utilizada para apertar e/ou desapertar parafusos
12
1ª metade do séc. XX Ferro
10 | Goiva
12 | Verruma(s)
16 | Espátula
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Utilizada para executar trabalhos em talha
Utilizada(s) para perfurar a madeira
Utilizada para empastar as tintas
ML2004.29.061
1ª metade do séc. XX
1ª metade do séc. XX
1ª metade do séc. XX
Ferro/madeira; 12 x 3,5cm
Ferro/madeira
Ferro/madeira; 19,5X1,9cm
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
ML2007.29.002
ML2004.29.057 a 060
ML2004.29.071
11 | Punção
13 | Broca
17 | Crina
Utilizada para marcar na madeira
Utilizada para perfurar a madeira
Utilizada na parte superior das cangas e jugos como decoração
1ª metade do séc. XX
Séc. XX
Crina de cavalo; C 32,5cm; C 34cm
Ferro; 13x3,6cm
Ferro; 10X1,9cm
Séc. XX
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
Serafim Correia de Almeida, S. Miguel de Souto
ML2004.29.075
ML2007.29.003
ML2007.33.001 e 002
9
Ofícios | Jugueiro 182
183
18 | Canga variante da Feira
Madeira/couro/ferro; 75X42cm
Utilizado na atrelagem dos animais ao carro de bois
José Teixeira, Nogueira da Regedoura
1ª metade do séc. XX
ML2004.09.002
Madeira/couro/crina de cavalo; 79X131cm Augusto Correia da Silva, S. Miguel de Souto
21 | Canga variante da Feira
ML2006.09.001
Utilizada na atrelagem dos animais ao carro de bois 1940
19 | Jugo de tábua variante da Feira
Madeira/couro/ferro; 46,5x130cm
Utilizado na atrelagem dos animais ao carro de bois com siste-
C. C. R. Orfeão da Feira
ma de tracção cornal e jugular
ML2004.09.014
1ª metade do séc. XX Madeira/couro/corda/ferro; 44X110cm
22 | Canga variante da Feira
C. C. R. Orfeão da Feira
Utilizada na atrelagem dos animais ao carro de bois
ML2004.09.015
1ª metade do séc. XX Madeira; 114X31cm
19
20 | Canga variante da Feira
Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares
Utilizada na atrelagem dos animais ao carro de bois
ML2004.09.022
Séc. XIX-XX
18
Ofícios | Jugueiro 184
185
Tanoeiro Os vinhos sofrem um aumento substancial na sua exportação, no início do séc. XVIII, na sequência da assinatura do tratado de Methuen com
1 | Falso esquadro
Ferro/madeira; 64x7cm
Inglaterra. Na região duriense, os vinhos eram então, armazenados em pipas ou barris de madeira de carvalho, transportados em carros de
Utilizado para traçar as linhas perpendiculares das aduelas
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
bois até às margens do rio Douro e arrumados à espera que os barcos os levassem até aos seus destinos.
1ª metade do séc. XX
ML2007.30.022
Madeira; 22,8X9,5cm O trabalho nos armazéns e tanoarias de Gaia e do Porto começava a absorver grande parte da mão-de-obra disponível, mesmo de regiões
C. C. R. Orfeão da Feira
5 | Esquadro
circunvizinhas. Do Concelho da Feira vão-se deslocando grupos de trabalhadores que fazem os caminhos entre campos e pinhais pela ma-
ML2004.29.011
Utilizado para traçar linhas na madeira
drugada até aos armazéns e tanoarias daquelas paragens. Também o concelho vai aderindo a este fenómeno, transformando-se ele próprio,
Séc. XX
num reduto de trabalhadores especializados e de novas oficinas de tanoaria que, em meados do séc. XVIII, se multiplicam no interior norte
2 | Suta
Ferro/aço; 36X13,4cm
do concelho, zona de fronteira com aqueles concelhos, e uma outra mancha, mais pequena, perto do litoral.
Utilizada para marcar e verificar os ângulos, indicando a incli-
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
nação a dar ao chanfrete das aduelas
ML2007.30.026
Entretanto, em meados do séc. XIX é inaugurada a linha do caminho-de-ferro que atravessa o concelho, colocando-o mais próximo dos
Séc. XX
pontos de interesse vitivinícola e económico. Este facto teria provocado uma deslocalização e um ligeiro aumento no número de oficinas
Madeira/ferro; 3X23,3cm
6 | Raspilha direita
nas freguesias do litoral, em Esmoriz com 41 tanoarias e Cortegaça com 18, que na altura pertenciam ao concelho da Feira, e outras em
Alcides Vieira da Silva, Sanfins
Utilizada para raspar as aduelas pela parte de fora
São Paio de Oleiros e Paços de Brandão que viram a oportunidade de maior rentabilização no escoamento dos produtos para aqueles centros
ML2004.29.004
1ª metade do séc. XX
económicos.
Madeira/ferro; 52X15cm 3 | Plaina
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
No séc. XX, as guerras mundiais e a guerra colonial portuguesa dão origem a surtos de exportação de vinho, embora intercaladas com fases
Utilizada para aplainar tábuas
ML2007.30.023
de crise e falta de trabalho, vão gerar maior laboração nas tanoarias. O transporte do vinho noutro tipo de vasilhame e a independência das
Séc. XX
colónias portuguesas, provocam nas últimas décadas do séc. XX, o colapso desta arte profundamente ligada à produção, à armazenamento
Madeira/ferro; 20,5X5,8cm
7 | Raspilha
e comércio de vinhos, um dos mais antigos e conceituados produtos de exportação portuguesa.
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Utilizada para raspar as aduelas por fora, depois de aparelhada
|A.C.M. e A.J.O.|
ML2007.30.010
a madeira Séc. XX
4
4 | Plaina tipo garlopa
Madeira/ferro; 9,8X43cm
Utilizada para aplainar tábuas
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
Séc. XX
ML2004.30.003
Ofícios | Tanoeiro 186
187
11 | Arco(s) de bastição
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Utilizado(s) para ajustar as aduelas apertando-as, dando panca-
ML2007.30.037
das com a marreta de bastir
10
1ª metade do séc. XX
15 | Guarda-fogo ou fogacho
8 | Volta
Ferro
Utilizado para queimar a lenha quando o pipo é submetido ao
Utilizada para raspar as aduelas por dentro, depois de as apa-
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
calor do fogo
relhar
ML2007.30.040 a 047
Séc. XX
1ª metade do séc. XX
Ferro; D 45,5cm; A 31cm
Madeira/ferro; 14,3X41cm
12 | Maço/Malho
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Manuel Alves de Sousa, Nogueira da Regedoura
Utilizado para percutir sem deixar marcas na madeira
ML2007.30.032
ML2003.30.005
1ª metade do séc. XX Ferro/madeira; 27,5x24,5cm
16 | Macaco
9 | Palha tábua ou de junco
Manuel Alves dos Santos, Riomeão
Utilizado para vergar o barril ou apertar as aduelas com a ajuda
Utilizada para preencher os espaços entre as aduelas para ga-
ML2006.30.002
de uma fogueira feita no interior do barril
rantir a vedação
1ª metade do séc. XX
2005
13 | Chaço
Madeira/ferro/corda; 29x100cm
Planta herbácea; 70X20cm
Utilizado para apertar os arcos, batendo-lhe com o maço
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
1ª metade do séc. XX
ML2004.30.001
ML2007.33.008
Ferro; 9,8x6,5cm
10 | Marreta
C. C. R. Orfeão da Feira
17 | Pedra de giz
ML2007.30.001
Utilizado para marcar as imperfeições na altura de vergar as
Utilizada para percutir sem deixar marcas na madeira
aduelas
Séc. XX
14 | Chaço de rabo
Séc. XX
Madeira; 53x15,8cm
Utilizado para apertar os arcos, batendo-lhe com o maço
Carbonato de cálcio; 8x5,5cm
José Teixeira, Nogueira da Regedoura
1ª metade do séc. XX
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
ML2003.30.003
Madeira/ferro; 44X12,5cm
ML2007.33.011 15
Ofícios | Tanoeiro 188
189
18 | Javradeira(s)
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
Utilizada(s) para abrir o roço ou javre, onde entram as peças
ML2004.30.004
dos fundos 1ª metade do séc. XX
22 | Banco de cortar fundos
Madeira/aço; 30x26cm; 50x29,5cm
Utilizado para segurar o fundo para ser trabalhado com mais
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
facilidade
ML2007.30.005 e 006
Séc. XX Madeira/ferro; 138,5X72,5cm
19 | Banco de encavilhar fundos
Manuel Alves dos Santos, Riomeão
Utilizado como suporte para pregar os fundos
ML2007.30.002
Séc. XX
16
Madeira; 84,3x38cm
23 | Serra comum
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Utilizada para rodear o fundo dos pipos
ML2008.30.003
1ª metade do séc. XX Madeira/aço; 72,5X41cm
20 | Cavilha
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Utilizada para encavilhar/pregar os fundos
ML2007.30.021
Séc. XX Ferro; C 2,7cm Joaquim de Jesus, Argoncilhe ML2007.33.012
21 | Compasso de bicos Utilizado para traçar a linha correspondente ao diâmetro do fundo do pipo Séc. XX Ferro; 11,9X2,5cm
22
Ofícios | Tanoeiro 190
191
24 | Fundo de pipo
30 | Bigorna
34 | Cravo(s)
Utilizado nas extremidades do pipo para os fechar
Utilizada para apoio quando se cravam os arcos dos pipos
Utilizado(s) para cravar os arcos dos pipos
Séc. XX
1ª metade do séc. XX
Séc. XX
Madeira; D 66cm
Ferro; 48,5x29,5cm
Ferro; C 1,8cm; D 1,6cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
ML2007.06.004
ML2007.30.060
ML2007.30.012 a 017
25 | Alheta
31 | Talhadeira
35 | Moço
Utilizada para cortar ferro
Utilizada para segurar os arcos
Séc. XX
1ª metade do séc. XX
Ferro; 14X5,7cm
Madeira; 13 X6cm
Utilizada para puxar o fundo do pipo
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Séc. XX
ML2008.30.001
29
Ferro; 23,5X5,2cm Joaquim de Jesus, Argoncilhe
28 | Faca de empalhar
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
ML2007.30.036
Utilizada para abrir os juntos, metendo palha entre eles, de
ML2007.30.028
ML2007.30.033
modo a vedar e limpar a massa que sai do javre ao ser compri26 | Pau
mido o fundo
32 | Repuxo/Cravador
36 | Enxó
Utilizado para preparar a massa
1ª metade do séc. XX
Utilizado para cravar e arredondar a cabeça dos cravos
Utilizada para arrunhar o casco dos pipos
Séc. XX
Ferro; 17,4X2,8cm
Séc. XX
1ª metade do séc. XX
Madeira; 25,4X2,7cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Ferro; 8,5X5cm
Madeira/ferro; 26x17,3cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
ML2007.30.039
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Manuel Alves dos Santos, Riomeão
ML2007.30.009
ML2003.30.002
ML2008.30.002 29 | Baixete 27 | Tigela
Suporte para arrunhar (aparar) à mão os pipos
33 | Punção
Utilizada para conter a massa (preparado com farinha de cen-
1ª metade do Séc. XX
Utilizada para marcar
teio e água)
Madeira; 89X35cm
Séc. XX
Séc. XX
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Ferro; 11,5X5cm
Plástico; A 6cm; D 12,5cm
ML2007.30.029
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
36
ML2007.30.027
Ofícios | Tanoeiro 192
193
37 | Enxó
43 | Parafina
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
Utilizado para arrunhar o casco dos pipos
Utilizada para untar os barris, pipos, tonéis
ML2004.30.007
Séc. XX
2005
Madeira/ferro; 18,5x12,8cm
Hidrocarbonetos; 30,5X26cm
47 | Raspador(es)
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Utilizado(s) no trabalho das raspagens e aperfeiçoamento dos
ML2007.33.007
fundos e de toda a obra
Alcides Vieira da Rocha, Sanfins 40
ML2003.30.006
Séc. XX 38 | Grosa
44 | Panela de três pernas
Ferro/madeira; 15X9,3cm; 13,3x5cm
Utilizada para desbastar a madeira
Utilizada para aquecer a parafina
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Séc. XX
Séc. XX
ML2007.30.018 e 019
41
Madeira/ferro; C 34cm; D 3cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Ferro; A 45cm; D 29cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
ML2007.30.006
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
48 | Barril ovalado
ML2004.30.005
Utilizado para conter, conservar e transportar vinho
ML2007.30.030 41 | Broca
1ª metade do séc. XX
39 | Lima
Utilizada para se aplicar no berbequim
45 | Coco
Ferro/madeira; 34,5X30cm
Utilizada para limar e alisar as superfícies
Séc. XX
Utilizado para transportar a parafina quente para o funil
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
1ª metade do séc. XX
Ferro; 12X3,3cm
1ª metade do séc. XX
ML2007.06.001
Madeira/ferro; 33,7X2,7cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
Ferro; A 74cm; D 17cm
Joaquim de Jesus, Argoncilhe
ML2007.30.007
João Rodrigues Cruz, S. Miguel de Souto
49 | Pipo
ML2004.30.006
Utilizado para conter vinho
ML2007.30.038 42 | Trado/Verruma
Séc. XX
40 | Berbequim
Utilizado para perfurar a madeira
46 | Funil
Ferro/madeira; D 40cm
Utilizado para abrir os batoques e fazer o furo no tampo do
1ª metade do séc. XX
Utilizado para vazar a parafina para dentro do pipo, de modo
ML2008.06.001
tonel para fixar a torneira
Madeira/ferro; 64x28,8cm
a parafiná-lo
Séc. XX
C. C. R. Orfeão da Feira
1ª metade do séc. XX
Madeira/ferro; 44X20cm
ML2004.29.012
Madeira/ferro; A 73cm; D 24cm 49
Ofícios | Tanoeiro 194
195
Oleiro A utensilagem cerâmica encontrada em sítios arqueológicos como o Castro de Romariz e o de Fiães, são testemunhos de uma indústria
2 | Raspador
Madeira; 18,5X53,5cm
cerâmica de produção local significativa. Ao longo da Idade Média surgem no território, topónimos directamente relacionados com esta
Utilizado para raspar a massa de argila da bancada de trabalho
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
indústria: é o caso de Oleiros, revelando uma presença significativa da profissão; Lamas como local de recolha de matéria-prima; Fornos
Séc. XX
ML2007.03.099
e Fornos de Guisande associados às formas de cozedura. Estes topónimos são já referidos no foral da Feira de 1514, como povoações de
Ferro/madeira; 21,5x17,4cm
alguma importância e com relativa concentração demográfica, inseridas num vasto território administrativo que se designava por Terra de
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
6 | Suporte(s)
Santa Maria.
ML2007.03.080
Utilizado(s) como base da massa de argila para conformação da peça feita à mão
Em meados do séc. XIX, registam-se cinco olarias na freguesia da Feira e em S. Paio de Oleiros, a presença de duas fábricas de tijolos e
3 | Cana(s)
Séc. XX
telhas que cozem a sua produção em fornos industrializados. De qualquer modo, os inquéritos industriais revelam uma produção de cerca
Utilizada(s) para auxiliar na modelagem da massa de argila e
Madeira; D 43cm; D 26cm; D 23cm; D 19,8cm
de dez mil dúzias de peças de louça semelhante às de Aveiro, que era seca ao sol e depois cozida em fornos improvisados numa cova aberta
na decoração
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
no solo.
Séc. XX
ML2007.03.081 a 084
Bambu Requerendo estudos mais aprofundados para o séc. XX, são registadas olarias em Argoncilhe e S. João de Ver, associadas a novas famílias
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
7 | Fio de corte
de oleiros, sem tradição significativa aparente, talvez por influência de casamentos com famílias de regiões do norte do país. Este facto
ML2007.03.046 a 053 e 088 a 093
Utilizado para cortar a peça pela base quando está na roda,
acontece numa ou noutra olaria de S. João de Ver, onde se adoptam decorações e formas diferentes das existentes.
separando-a da restante argila 4 | Torno mecânico
Séc. XX
Poucas são as oficinas que ainda hoje trabalham. A mecanização do fabrico e a produção feita de acordo com as exigências do mercado dei-
Roda de conformação de peças cerâmicas com adição de
Fio de pesca/madeira
xaram de ser fabricadas peças características do quotidiano rural: os cântaros, as bilhas ou os alguidares utilizados na matança do porco.
motor eléctrico
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
|A.C.M. e A.J.O.|
Séc. XX
ML2007.03.001
Madeira/ferro; 95,5X113cm 1 | Gamela
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
8 | Tigela/Malga
Utilizada no transporte da argila e de peças de pequenas dimensões
ML2007.03.098
Utilizada para o consumo de líquidos e sólidos
Séc. XX
1ª metade do séc. XX
Madeira; 58x35cm José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
1
ML2007.03.097
5 | Giga
Argila; A 7,7cm; D 18cm
Utilizada no transporte da massa de argila e de pequenas peças
Manuel Dias de Sousa, Sanfins
Séc. XX
ML2003.03.001
Ofícios | Oleiro 196
197
10
11 | Vaso de parede
14 | Tigela(s) para cera
Pendurado na parede, continha plantas para decoração
Utilizada(s) em contexto doméstico e ritual, servia para iluminar
1ª metade do séc. XX
1ª metade do séc. XX
Argila/ferro; 12,5X15,7cm
Argila; A 8cm; D 21,5cm; A 4,2cm; D 12,4cm
Fernando Sousa, S. João de Ver
Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver
ML2000.03.036
ML2000.03.012 e 013
12 | Vaso de parede
15 | Tigela para cera
Pendurado na parede, continha plantas para decoração
Utilizada em contexto doméstico e ritual, servia para iluminar
1ª metade do séc. XX
Séc. XX
Argila; 25,5X18,2cm
Argila; A 3cm; D 8cm
Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver
José Guimarães Ferreira, Santa Maria da Feira
ML2002.03.008
ML2007.03.061
17
17 | Bebedouro de aves Utilizado para conter água para aves domésticas
9 | Tigela/Malga
13 | Prato para vaso
16 | Comedouro
1ª metade do séc. XX
Utilizada para conter líquidos e/ou sólidos
Utilizado para colocar debaixo de um vaso para conter a água
Utilizado para conter rações para animais domésticos
Argila; 12,6X10,4cm
Séc. XIX-XX
da rega
1ª metade do séc. XX
Rosa Guimarães, S. João de Ver
Argila; A 8,5cm; D 13,5cm
1ª metade do séc. XX
Argila; A 8,4cm; D 16cm
ML 2000.03.043
Rogério Portela de Almeida, Santa Maria da Feira
Argila; A 3,9cm; D 16,9cm
Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver
ML2007.03.100
Fernando Sousa, S. João de Ver
ML2000.03.011
18 | Bolo(s)
ML2000.03.039
Utilizado(s) para fazer peso nas redes de pesca, facilitando o
10 | Vaso(s)
seu afundamento
Utilizado(s) como mostruário da oficina
1ª metade do séc. XX
Séc. XX
Argila; 1,3X4,8cm; 1,2X6,1cm
Argila
Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver
José Guimarães Ferreira, S. João de Ver
ML2002.03.014 e 018
14 16
ML2007.03.066 a 078
Ofícios | Oleiro 198
199
19 | Bilha/Barril
Manuel Santos Pereira Lino, S. João de Ver
28 | Alguidar
Utilizado para transportar e servir água ou vinho.
ML2004.03.018
Utilizado para uso doméstico na confecção de rojões e no ser-
Séc. XX
viço de mesa
Argila; A 31cm; D 2,9cm (gargalo)
23 | Cântaro
1ª metade do séc. XX
Joaquim Dias Resende, Mozelos
Utilizado para transportar e servir líquidos em casa, nas feiras
Argila; A 14cm; D 29,5cm
ML2000.03.042
e no trabalho
Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto
Séc. XX
ML2004.03.038
20 | Pote
Argila; A 38cm; D 16cm
Utilizado na pesca do polvo
Ana de Amorim Pinto Guimarães, S. João de Ver
29 | Prateira
31
Séc. XX
ML2005.03.003
Utilizada para ir ao forno para cozer o pão-de-ló
Argila; A 23cm; D 13,5cm
Séc. XX
Manuel Santos Pereira Lino, S. João de Ver
24 | Cântaro
26 | Cântaro
Argila; A 10,5cm; D 44cm
ML2004.03.001
Utilizado para transportar e servir líquidos, curar azeitonas e
Utilizado para transportar e servir líquidos, curar azeitonas e
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
fazer manteiga
fazer manteiga
ML2007.03.102
21 | Cântaro
1ª metade do séc. XX
1ª metade do séc. XX
Utilizado para transportar e servir líquidos em casa, nas feiras
Argila; A 20cm; D 11,5cm
Argila; A 45cm; D 54cm
30 | Tigela
e no trabalho
Emília Ferreira de Andrade, Santa Maria da Feira
C. C. R. Orfeão da Feira
Utilizada no centro da prateira, com a boca virada para baixo,
Séc. XX
ML2004.03.043
ML2001.03.009
fazendo o buraco do pão-de-ló
Argila; A 37cm; D 30cm
Séc. XX
Maria Emília Silva Sousa, S. João de Ver
25 | Cântaro
27 | Alguidar
Argila; A 9cm; D 11,3cm
ML2000.03.002
Utilizado para transportar e servir líquidos, curar azeitonas e
Utilizado na matança do porco para aparar o sangue, conter
Rogério Portela Almeida, Santa Maria da Feira
fazer manteiga
carne em calda para os enchidos, transportar e lavar o fato
ML2007.03.101
22 | Cântaro
Séc. XX
Séc. XX
Utilizado para transportar e servir líquidos em casa, nas feiras
Argila; A 39cm; D 23,5cm
Argila; A 21cm; D 50cm
31 | Chocolateira/Cafeteira
e no trabalho
Joaquim Dias Resende, Mozelos
Maria Emília Silva Sousa, S. João de Ver
Utilizada para preparar e servir o chocolate líquido quente,
Séc. XX
ML2000.03.041
ML2000.03.001
café e/ou leite
Argila; A 27,5cm; D 7,5cm
Ofícios | Oleiro 200
201
Séc. XIX-XX
35 | Panela
Argila A 12,8cm; D 5cm
Utilizada na cozedura de alimentos
Maria de Lurdes Alves da Silva, S. Miguel de Souto
Séc. XIX-XX
ML2004.03.030
Argila; A 28cm; D 13,3cm A Funerária Santos da Feira, Ldª
32 | Púcaro asado
ML2003.03.003
Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco Séc. XIX-XX
36 | Púcaro
Argila; A 25,5cm; D 14,1cm (boca)
Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco
Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto
Séc. XX
ML2005.03.013
Argila; A 24,5cm; D 14,5cm C. C. R. Orfeão da Feira
33 | Panela asada
ML2001.03.003
Utilizada na cozedura de alimentos
37
1ª metade do séc. XX
37 | Púcaro asado
Argila; A 18cm; D 12,5cm (boca)
Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco
Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto
Séc. XIX-XX
ML2005.03.015
Argila; A 25,5cm; D 14,1cm (boca) Palmira Sá dos Reis, S. Miguel de Souto
34 | Púcaro asado
36
ML2004.03.040
Utilizado para cozinhar e servir rojões em banha de porco
28
Séc. XIX
38 | Assadeira
Argila; A 26,5cm; D 16cm
Utilizada para cozinhar alimentos no forno
Abraão de Oliveira Ribeiro, Riomeão
Séc. XX
ML2002.03.015
Argila; 7,8X32cm C. C. R. Orfeão da Feira ML2001.03.007
Ofícios | Oleiro 202
203
Tecelagem O Concelho da Feira, com grande tradição na arte da tecelagem, apresenta características de uma manufactura caseira, sendo também um trabalho exclusivamente feminino e de subsistência, continuando a trabalhar nos campos ou noutras actividades. Nos inquéritos industriais do séc. XVIII e XIX, há uma grande percentagem de tecedeiras com números muito expressivos em freguesias rurais do interior/norte do concelho: Louredo (17), Sanguedo (19) ou mais a sul, na freguesia de Souto com 18 tecedeiras.
Durante o séc. XIX, é realizada a mecanização dos teares, mas no concelho, esta realidade ainda não é evidente, verificando-se no entanto,
3
um surto desta pequena indústria feminina pelo aumento substancial do número de tecedeiras que, nos 167 teares espalhados pelo concelho, fabricam tecidos de linho e de estopa que depois são vendidos em feiras do concelho e arredores.
Madeira/ferro; 70X285cm
No entanto, a tecelagem no Concelho da Feira não se cingia apenas ao fabrico de panos de linho. Nos mesmos teares tecia-se a seriguilha e o burel para consumo das próprias famílias. Em freguesias como S. Paio de Oleiros ou Paços de Brandão eram também confeccionados
1 | Linhaça
C. C. R. Orfeão da Feira
colchas, liteiras e passadeiras feitas com urdidura de linho e com trapos grosseiros de várias cores que as mulheres iam comprar às fábricas
Semente do linho
ML2004.27.006
de papel do concelho. Segundo a estatística industrial de 1867, fabricavam-se cerca de 2000 liteiras de trapo de cor que também eram
Séc. XX
vendidas em feiras da região.
C. C. R. Orfeão da Feira
4 | Malho
ML2005.33.017
Utilizado para malhar o linho na eira, ficando mais macio e limpo 1ª metade do séc. XX
Durante o séc. XX, os teares continuam a laborar na confecção de liteiras e passadeiras, cuja matéria-prima continuava a abundar em fábricas de papel que entretanto se multiplicaram em algumas zonas do concelho. Na década de setenta, esta actividade tinha desaparecido
2 | Saco
Madeira/couro; C 151cm; D 3,9cm
quase por completo.
Utilizado para conter as sementes do linho
C. C. R. Orfeão da Feira
1ª metade do séc. XX
ML2003.25.038
Conta a lenda que, por ocasião da construção do Convento dos Lóios, as mouras do castelo também ajudaram a carregar as pedras para a
Estopa; 32X27cm
sua construção e ao mesmo tempo, iam fiando o linho com a roca que traziam à cintura.
C. C. R. Orfeão da Feira
5 | Maço
|A.J.O.|
ML2007.21.001
Utilizado para maçar o linho depois de seco ao ar 1ª metade do séc. XX
3 | Ripo
Madeira; 105X7,5cm
Utilizado para separar a baganha do caule
Lucinda Borges Silva, Romariz
Séc. XIX
ML2005.27.018
Ofícios | Tecelagem 204
205
6 | Espadela
das fibras
Utilizada para bater o linho em estriga, libertando os fragmen-
Séc. XIX-XX
tos da parte lenhosa dos tomentos
Madeira/ferro; 40,5X11cm
Séc. XIX
Lucinda Borges Silva, Romariz
Madeira; 46,2X18,5cm
ML2005.27.001
C. C. R. Orfeão da Feira
9
10 | Carda
ML2004.27.001
Utilizada na última fase do processo de limpeza e separação 7 | Espadela
das fibras
Utilizada para bater o linho em estriga, libertando os fragmen-
Séc. XX
tos da parte lenhosa dos tomentos
Madeira/cardo; 28X17,5cm
Séc. XIX
Lucinda Borges Silva, Romariz
Madeira; 38,8X10,8cm
ML2005.27.009
C. C. R. Orfeão da Feira ML2004.27.002
8 | Cortiço p/ espadelar Utilizado como suporte para espadelar a estriga Séc. XX Cortiça; 59,6X32cm 7
12
C. C. R. Orfeão da Feira ML2004.27.003
9 | Sedeiro 6
Utilizado na última fase do processo de limpeza e separação
8
Ofícios | Tecelagem 206
207
11 | Estriga de estopa
15 | Roca
Fibras para elaboração do tecido em estopa
Utilizada na preparação manual do fio de linho
Séc. XX
Séc. XX
Estopa; 12 gr
Madeira/cortiça/cana; 76X7cm
Lucinda Borges Silva, Romariz
Tomás Caridade Vieira, Ponte de Lima
ML2005.33.032
ML2008.27.001
12 | Balança de braços iguais
16 | Fiadeira/Roda de fiar
Utilizada na pesagem do linho ou da estopa por fiar
Utilizada para preparar o fio de linho
Séc. XIX-XX
Séc. XIX
Ferro; 43X52cm
Madeira; 93X37cm
Maria de Lurdes Alves da Silva, S. Miguel de Souto
Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares
ML200612.033
ML2005.27.016
13 | Estriga de linho
17 | Sarilho
Adelina Fernandes de Amorim, Nogueira da Regedoura
Fibras para elaboração do tecido em linho
De rotação e eixo vertical, é utilizado para fazer as meadas
ML2004.06.045a_b
Séc. XX
Séc. XIX-XX
Linho; 18,7 gr
Madeira; 74X58cm
19 | Dobadoura
Lucinda Borges Silva, Romariz
C. C. R. Orfeão da Feira
Utilizada para fazer das meadas os novelos para a obra
ML2005.33.031
ML2004.27.007a_b
1ª metade do séc. XX
19
Madeira; 105X67cm 14 | Fuso
18 | Panela
C. C. R. Orfeão da Feira
Utilizado para enrolar o fio de linho já formado
Utilizada para cozer as meadas com água e cinza clara de modo
ML2004.27.008a_b
Séc. XIX
a branqueá-las
Madeira/liga de cobre; C 23,5cm; D 1,8cm
16
Alcides Vieira da Rocha, Sanfins
Séc. XX
20 | Urdidor/Maquieiro
Ferro; A 106cm; D 42cm
Caixa onde se colocam os novelos que vão entrar na espadilha
ML2004.27.011
Ofícios | Tecelagem 208
209
23 | Liço
de pano compridas
Utilizado no tear, por onde passam os fios da teia que, acciona-
Séc. XIX-XX
dos por pedais, se levantam e se baixam, resultando um movi-
Madeira/ferro
mento alternado, fazendo-se passar a lançadeira
C. C. R. Orfeão da Feira
1ª metade do séc. XX
ML2008.27.005
Madeira/algodão; 102x32cm e dispor-se na urdideira
21
1ª metade do séc. XX
Lucinda Borges Silva, Romariz
27 | Caneleiro
ML2005.27.007
Utilizado para encher as canelas
Madeira; 80X54,5cm
1ª metade do séc. XX
Lucinda Borges Silva, Romariz
24 | Novelo(s) de algodão
Ferro; 48,5x15cm
ML2005.27.005
Colocado(s) nas casas do maquieiro. O fio entra na espadilha
Lucinda Borges Silva, Romariz
para ser lançado longitudinalmente na urdideira
ML2005.27.013
21 | Espadilha/Palmeta
Séc. XX
Utilizada na preparação da teia na urdideira. Os fios passam
Algodão
28 | Lançadeira
pelos orifícios, separando-os em duas séries, carregando assim
Lucinda Borges Silva, Romariz
Utilizada para conter a canela com o fio que forma o tecido a cada
o tear
ML2005.33.019 a 021
passagem na cala da urdidura
1ª metade do séc. XX
29
1ª metade do séc. XX
Madeira; 39,2X4,5cm
25 | Novelo de linho
Madeira/ferro; 26x7cm
Lucinda Borges Silva, Romariz
Colocado numa das casas do maquieiro. O fio entra na espadilha
Lucinda Borges Silva, Romariz
ML2005.27.019
para ser lançado longitudinalmente na urdideira
ML2005.27.002
Séc. XX 22 | Urdideira
Linho
29 | Forma de fazer liços
Utilizada para urdir (dispor) a teia
Lucinda Borges Silva, Romariz
Utilizada como bitola, de modo a se fazerem as voltas dos liços
1ª metade do séc. XX
ML2005.33.030
Séc. XIX-XX
Madeira; 184X166cm
27
Madeira; 120x19cm
Lucinda Borges Silva, Romariz
26 | Tear de pedal
Lucinda Borges Silva, Romariz
ML2006.27.001
Pedais horizontais com dispositivos, permite o fabrico de peças
ML2005.27.006
Ofícios | Tecelagem 210
211
Indústria das Rolhas de Cortiça Pelo terceiro quartel do séc. XVIII surge em Santa Maria de Lamas, concelho da Feira, um primeiro núcleo de três unidades para uma
rabanear era construída em madeira e ligeiramente inclinada, onde se colocava a prancha de cortiça para ser cortada em traços; a faca
produção industrial de rolhas de cortiça, actividade que, cerca de um século mais tarde, contará já com sete fábricas de transformação.
de rabanear, com lâmina em forma de meia-lua, era equipada com um registo que servia para marcar a largura do traço e, consequente-
Esta indústria, que utilizava mão-de-obra essencialmente feminina, empregava, por volta de 1865 (Informações 1867: 319), trinta e quatro
mente, determinava o comprimento da rolha que se pretendia fabricar.
mulheres e dezoito homens, oriundos de Santa Maria de Lamas e de S. João de Ver, a que se deve associar uma outra actividade ligada ao sector —a dos mercadores da cortiça por grosso— localizada em algumas freguesias como Argoncilhe, Fiães, Pigeiros e Romariz. O aumento
De seguida os traços passavam para a fase de quadrar, ou seja, eram transformados em paralelepípedos, operação efectuada pelo quadra-
da produção e exportação de vinhos, nomeadamente dos oriundos do Douro vinhateiro, aliado à relativa proximidade geográfica do conce-
dor munido do seu burro, uma espécie de faca afiada com um cabo de madeira. A matéria-prima era toda aproveitada, utilizando-se os
lho à região duriense (freguesia de Canedo, a mais setentrional do concelho, tem como limite Norte o rio Douro), proporcionou, ao longo
diversos quadrados para o fabrico de rolhas de várias dimensões. O quadrador chegava a ter à sua volta cerca de doze a quinze caixas de
dos anos, um incremento substancial sustentado por esta actividade transformadora.
paralelepípedos com calibres diferentes. Por norma, a produção de dois quadradores alimentava o trabalhado de um garlopista, na fase seguinte do fabrico da rolha.
Durante o séc. XX, a indústria foi-se modernizando e adaptando às novas exigências do mercado, com a apresentação de novos produtos e soluções de valorização da cortiça manufacturada, mantendo, no entanto, como principal produto a rolha de cortiça, e alargou-se a fregue-
Pelo final do séc. XIX, a última fase deste processo passou a ser executada com uma máquina —a garlopa— inventada por volta de 1820,
sias como Lourosa, Mozelos e Paços de Brandão. A partir da década de oitenta, a concentração deste tipo de unidades fabris no concelho,
que veio substituir o trabalho manual executado essencialmente por mulheres que, habituadas desde muito novas a fazer rolhas à mão,
permitiu suplantar a produção dos habituais pólos industriais nacionais do sector, nomeadamente, o do distrito de Setúbal, transformando
utilizando uma faca e um apoio de madeira, transformavam, com grande mestria, os paralelepípedos em rolhas cilíndricas ou cónicas. Para
o Concelho de Santa Maria da Feira no maior exportador mundial de cortiça.
fabricar uma rolha na garlopa, o paralelepípedo era passado duas vezes consecutivas na máquina: na primeira, eram retiradas as arestas mais salientes e, na segunda passagem, eram aparadas as restantes arestas, em toda a periferia, de modo a produzir um cilindro perfeito,
O fabrico da rolha
isto é, uma rolha.
A cortiça, enquanto matéria-prima, inicia o seu ciclo com o descortiçamento, processo ancestral de extracção da casca dos sobreiros que se realiza habitualmente, entre os meses de Junho e Agosto. As pranchas de cortiça retiradas e empilhadas nos montados, permanecem ao
A produção diária de um garlopista podia atingir cerca de 30 grosas de rolhas, correspondendo a uma saca diária. O grosso desta produção
ar livre, expostas ao sol e à chuva, durante um período não inferior a seis meses, por forma a permitir a sua maturação e estabilização.
era vendido à porta das fábricas e a negociantes da cidade do Porto que, por sua vez, as vendiam para Lisboa, para as ilhas e para outras
Transportadas para as fábricas, estas pranchas são imersas, durante perto de uma hora, num recipiente com água limpa e a ferver para
partes do pais, chegando mesmo a fazer a sua exportação para o Brasil.
a fazer a desinfecção, melhorar a sua estrutura interna, aumentar a sua a espessura, tornando-as macias e elásticas. Após a cozedura, a
|A.J.O.|
cortiça fica em repouso cerca de três semanas, o que permitirá o aplanamento das pranchas e a obtenção da consistência necessária para a sua transformação.
Até ao final do séc. XIX e inícios do séc. XX, imperou o processo tradicional de fabrico de rolhas essencialmente manual.1 Depois de cozida a cortiça num recipiente de cobre —caldeira— e de um período de repouso, o rabaneador, com a sua força braçal, cortava as pranchas em
1
tiras —traços— de forma perpendicular às fendas da cortiça e com uma largura ligeiramente superior ao comprimento da rolha; a banca de
na Cincork – Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça, Santa Maria de Lamas.
A descrição do processo manual de fabrico das rolhas foi-nos gentilmente cedida por Manuel Gonçalves, Formador
Ofícios | Cortiça 212
213
1 | Banca de rabanear Utilizada para cortar traços (rabanadas) com uma largura ligeiramente superior ao da rolha a produzir Séc. XX Ferro/madeira; 85X39cm ML2008.06.017
2 | Faca de rabanear Utilizada para cortar as rabanadas Séc. XX Madeira/ferro; C 38,5cm; L 4cm Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas ML2008.06.009
3 | Banca de quadrar Utilizada para fazer os quadrados manualmente, com a faca de quadrar ou burro Séc. XX Madeira; 86,1x76,8cm ML2008.06.018
4 | Burro (faca para quadrar) Faca com registo utilizada para cortar quadros (quadrados) 5
para fabricar as rolhas Séc. XX Madeira/ferro ML2008.06.024
Ofícios | Cortiça 214
215
5 | Garlopa
Séc. XX
Utilizada para modelar os quadrados de modo a ser produzida
Madeira; 34,5X25cm
a rolha
Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas
1ª metade do séc. XX
ML2008.06.011
Ferro/madeira, 140X50cm 8 | Rodo
ML2008.06.013
Utilizado na banca para mexer e puxar as rolhas no acto da 6 | Banca de escolha
selecção
Utilizada para se fazer a selecção as rolhas acabadas, sendo
Séc. XX
eliminadas as rolhas com defeito
Madeira; 48,5X12cm
Séc. XX
Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas
Madeira; 101,5X90cm
ML2008.06.012
Paulo Jorge Duarte, Santa Maria de Lamas 9 | Alcofa
ML2008.06.010
Utilizada para colocar os vários calibres das rolhas 7 | Banco da escolheira
Séc. XX
Utilizado pela operária para se sentar em frente da banca quan-
Esparto; 62X32cm
do faz a escolha das rolhas
Cincork, Santa Maria de Lamas ML2008.09.016
6
Ofícios | Cortiça 216
217
Indústria do Papel INDÚSTRIA DO PAPEL NO CONCELHO DE SANTA MARIA DA FEIRA: UMA ARTE COM 300 ANOS DE HISTÓRIA
de escrita, almaço e florete. Estes últimos, personalizados com Marca de Água com referência ao nome do fabricante ou da fábrica produtora -, atingiram uma
A partir do início do século XVIII, a indústria do papel, beneficiando de condicionalismos geográficos e económico-sociais favoráveis,
excelente qualidade, tendo sido premiados em diferentes exposições industriais,
implantou-se dum modo decisivo e duradoiro no concelho da Feira, transformando o quotidiano das gentes rurais, e passando a constituir
de âmbito nacional e europeu, na segunda metade do século XIX.
um vector determinante na economia da região.
Ao longo do século XX, a indústria do papel permaneceu no quotidiano das gen-
Ao longo dos séculos XVIII e XIX, esta indústria difundiu-se rapidamente por todo o concelho e pela maioria dos concelhos vizinhos que
tes do concelho de Santa Maria da Feira, tendo actualmente uma importância
integravam a antiga Terra de Santa Maria, com destaque para os actuais concelhos de Castelo de Paiva, Oliveira de Azeméis, Arouca, Vila
relevante nas freguesias de S. Paio de Oleiros e Paços de Brandão, herdeiras de
Nova de Gaia, Ovar, Espinho e Albergaria-a-Velha.
uma cultura estruturada ao longo de sucessivas gerações de fabricantes e de
No concelho de Santa Maria da Feira, esta indústria teve início em 1708, na Real Fábrica de Papel Nossa Senhora da Lapa, em S. Paio de
operários do papel, desde há trezentos anos.
Oleiros. Conhecida na região como Fábrica do Engenho Velho, fora fundada pelo genovês José Maria Ottone, de sociedade com Vicente
OUDINOT, J. R. R. de Q. 1862; PEREIRA, P. J. T. – SILVA, V. P. 2002; RODRIGUES, M.
Pedro Pedrossen, membro de uma família capitalista da cidade do Porto. Aquando da sua fundação, recebeu alvará real concedido por D.
F. 1988; RODRIGUES, M. F. - MENDES, J. M. A. 1999; SANTOS, M. J. Ferreira dos
João V, constituindo um exemplo de longevidade industrial e um alfobre na reprodução de mão-de-obra conhecedora da arte papeleira,
1997; SANTOS, M. J. Ferreira dos 2008.
numa alternativa à precariedade de trabalho e de salários, dum contexto económico marcado pela ruralidade. É neste contexto que os grandes proprietários e membros de famílias da nobreza local, a partir de finais do século XVIII, aceitam este novo desafio de investimento. Refira-se, como exemplo, a fundação da Real Fábrica de Papel de Paços de Brandão (cedo designada como Engenho Novo, por oposição ao Engenho Velho da Lapa), fundada em 1795, pelo Padre José Pinto de Almeida, da Casa da Portela. Em 1797, em resposta a uma petição apresentada pelo fundador, seriam concedidos pela rainha D. Maria I, isenções e privilégios reais, a esta primeira fábrica de papel de Paços de Brandão. Deste primeiro surto da indústria do papel no concelho, são de referir ainda - não só pela dimensão económica que atingiram mas também pela inovação e qualidade do seu fabrico - a Fábrica da Cardenha, em S. Paio de Oleiros, as fábricas da família Azevedo Aguiar Brandão, em Paços de Brandão, e ainda nesta freguesia, as Fábricas da Azenha. De realçar que, numa atitude de notável inovação industrial, nos primeiros anos da década de 1860, na Fábrica da Cardenha, Joaquim de Sá Couto produzira papel a partir de diferentes palhas e madeiras, numa tentativa de encontrar uma nova matéria-prima, alternativa aos trapos de algodão e linho. E graças à qualidade dos papéis da Azenha, Manuel Pinto de Almeida, em finais da década de 1850, ganhara a concessão de fabrico exclusivo de papel selado para o Tesouro Público, concessão que mantinha ainda em 1862. Em meados do século XIX, espalhadas pelas diferentes freguesias do concelho de Santa Maria da Feira, dezenas de unidades papeleiras produziam papéis de diferentes qualidades, desde o papel mortalha para cigarros aos papéis de embalagem, com destaque para os papéis
Ofícios | Papel 218
219
Ano da Fundação Fundadores
Freguesia
1708
José Maria Otonne e Vicente Pedro Pedrossen
S.Paio de Oleiros
Real Fábrica de Nossa Senhora da Lapa/Engenho Velho
1795
Padre José Pinto de Almeida
Paços de Brandão
Real Fábrica de Papel de Paços de Brandão/
Designação/Lugar
1 | Tina com base
4 | Forma e quadro
Utilizada para fazer a mistura da pasta de papel
Utilizada no fabrico manual para formar a folha de papel
Séc. XX
Séc. XX
Engenho Novo/Pólo do Museu do Papel
Madeira/ferro; A 75,7cm; D 101,2cm
Madeira/fio de cobre; 34,5x25,7cm
1813
Dr. Manuel José Athaíde Magro
S.Paio de Oleiros
Fábrica de Joaquim de Sá Couto/Fábrica da Cardenha
1815
Francisco Alves da Cruz
S.Paio de Oleiros
Fábrica do Pego/Papeleira Portuguesa
Museu do Papel, Paços de Brandão
Museu do Papel, Paços de Brandão
1820
José de Sá Couto
S.Paio de Oleiros
Fábrica do Candal/Candal de Cima
ML2008.conj.001
ML2008.06.023a_b
1820
Francisco da Paula Cabral
S.Paio de Oleiros
Fábrica do Zabumba
1820
José Pinto
Riomeão
Fábrica de Mourão
1822
Lourença Pinto e Joaquim de Carvalho
Paços de Brandão
Engenho da Lourença/Fábrica de Custódio Pais/
2 | Rodo
5 | Banqueta
Utilizado na tina para homogeneizar a pasta de papel dilu-
Utilizada como suporte para desenformar a folha de papel en-
Museu do Papel
1824
Jerónimo José Pinto
Geão
Fábrica da Lage
ída em água
tre baetas assim como mesa de apoio às botadeiras na zona do
1825
Francisco José de Azevedo Aguiar Brandão
Paços de Brandão
Fábrica dos Azevedos/Fábrica de Cima/
Séc. XX
Espande (zona de secagem do papel)
Madeira; 120cm; 34,1x14cm (pá do rodo)
1916
Museu do Papel
1827
Engenho de Joaquim de Carvalho/Fábrica de Custódio
Joaquim de Carvalho
Paços de Brandão
Pais/Museu do Papel
Museu do Papel, Paços de Brandão
Madeira; 73,2x69,9x49,9cm
1828
Manuel Rodrigues de Barros
Nogueira da Regedoura
Fábrica da Tapada do Moinho
1836
Francisco Pinto Henrique de Menezes
Paramos
Fábrica do Morgado de Paramos/Fábrica do Castelo
ML2008.06.022
Museu do Papel, Paços de Brandão
1843
José Pinto da Conceição Avellar
Fiães
Fábrica de Gualtar
1844
Manuel Pinto de Almeida
Paços de Brandão
Fábrica da Azenha/Fábrica de Cima
3 | Moço
1844
Bernardo José Pereira
Canedo
Fábrica da Ervideira
1846
João José de Azevedo Aguiar Brandão
Paços de Brandão
Fábrica da Azenha/Fábrica de Baixo
Utilizado como apoio, colocado sobre a tina, onde se pousava a
1848
Manuel dos Santos Ramalho
S.Paio de Oleiros
Fábrica da Aldeia
1848
José Moreira Pinto
Silvalde (actual concelho de Espinho)
Ponte Redonda
Séc. XX
1849
Manuel Gomes da Silva
S.Paio de Oleiros
Fábrica de Papel da Aldeia
1849
J. Vieira de Castro e A. J. Pereira da Rocha
Paços de Brandão
Fábrica de Fonte Infesta
Madeira; 41,9x26,9x112,9cm
1849
Lourenço Alves da Silva
S. Jorge
Fábrica do Engenho
1850
José Luiz Dias
Canedo
Fábrica da Vargem
1868(?)
Francisco José de Azevedo Aguiar Brandão
Paços de Brandão
Fábrica dos Azevedos/Fábrica de Baixo/
Museu do Papel
1875(?)
José do Custódio
Paços de Brandão
Fábrica de José do Custódio/ Luís de Oliveira Santos
1898
Manuel Francisco da Costa
S.Paio de Oleiros
Fábrica de Manuel Francisco da Costa
ML2008.06.019
forma para escoar a água
Museu do Papel, Paços de Brandão ML2008.06.021
[M.J.S.]
Ofícios | Papel 220
221
Símbolos do Município Ao longo da Idade Média, o poder real teve um papel fundamental no processo de municipalização do território, intervindo e regulando, através do levantamento de cadastros dos seus direitos e propriedades, conseguindo matéria suficiente para se compilarem as ordenações que visavam salvaguardar a autonomia dos concelhos mesmo nas terras senhoriais.
A criação do Condado da Feira, no reinado de D. Afonso V, levou a que a dinâmica concelhia se processasse simultaneamente entre o domínio de um conde e o da câmara municipal. Um testemunho físico desta coexistência é o capitel do antigo pelourinho da Feira, datado do principio do séc. XVI, onde são reproduzidas de um lado as armas portuguesas e do outro o brasão dos Pereira ladeados por duas esferas armilares.
A atribuição dos novos forais coube a D. Manuel I que conseguiu uniformizar o modelo de nova municipalidade. O que os forais novos herdaram dos antigos foi apenas a descrição dos direitos e encargos de cada concelho à coroa ou aos senhores donatários. Também a Terra de Santa Maria e a Vila da Feira receberam um novo foral em 1514, reforçando assim a sua importância no contexto de municipalidade local.
Segundo F. Ribeiro da Silva, a Câmara da Feira no séc. XVII, era constituída por dois juízes, três vereadores e o procurador do concelho que defendiam os direitos e liberdades do concelho e os interesses dos seus vassalos. À Assembleia Municipal cabia-lhe o direito de aprovar acórdãos que regulavam a vida municipal diária. Este poder municipal era simbolicamente representado em cerimónias religiosas e oficias pelas varas do poder ou os paus da vereação.
A câmara municipal detinha uma série de competências relacionadas com a administração, jurisdição e regulação da vida económica local. A disparidade de pesos e medidas que vigoravam de uns concelhos para outros e as dificuldades encontradas já depois da revolução liberal para os uniformizar, a sua vigilância, o abastecimento em géneros, a fixação dos preços de bens de consumo diário, a garantia da qualidade e reserva de cereal, a reparação e execução de estradas, pontes, fontes ou chafarizes e a supervisão em questões da saúde, limpeza e higiene pública, eram promulgadas através de posturas municipais que exprimiam exactamente essa intervenção reguladora. |A.J.O.|
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VILA DA FEIRA
PESOS E MEDIDAS
1 | Capitel de Pelourinho
A metrologia vai constituir durante séculos um serviço municipal de grande relevância na defesa dos consumidores. É o poder real que nor-
Escultura
maliza e detém a jurisdição, tentando uniformizar os pesos e as medidas da vida económica das regiões que, por tradição, vão mantendo
Séc. XVI
as suas unidades de medidas anteriores.
Granito; 36X28cm ML2004.07.009
Nas Cortes de Elvas, em 1361, tentou-se pela primeira vez, com algum rigor, uniformizar o sistema metrológico português. Esta questão não foi fácil e foi travada pelos poderes e privilégios dos concelhos. A política mercantilista de D. João II acentuou a obrigatoriedade do
2 | Cópia do Foral dado por D. Manuel I à Vila da Feira e Terra
uso de instrumentos que medissem equitativamente os produtos em todos os concelhos do reino, tendo sido adoptado o peso-padrão – o
de Santa Maria
marco de Colónia –, utilizado na Europa.
10 de Fevereiro de 1514 A2
Em 1499, as Ordenações Manuelinas vão pôr em prática essas normas com a execução de medidas-padrão em bronze para sólidos, criando outras para líquidos e outras para comprimento, devendo todas serem equivalentes às da cidade de Lisboa. Os únicos a terem sucesso
3 | Vara(s) do poder
foram os pesos-padrão de bronze que D. Manuel I mandou fabricar e distribuir por todos os concelhos. Em 1575, D. Sebastião publica a Lei
Utilizada(s) em cerimónias públicas pelo presidente, vereado-
de Almeirim que estabelece um sistema de medidas para os produtos secos e outro para os líquidos, tentando-se adoptar a mesma política
res e procurador da Câmara
e distribuição dos pesos-padrão de D. Manuel I.
1ª metade do séc. XVIII Madeira policromada; A 179cm
Em 1813, a Comissão Central de Pesos e Medidas dá preferência ao sistema decimal francês adoptando a mesma nomenclatura das antigas
ML2006.31.001 a 007
medidas portuguesas. A partir de 13 de Dezembro de 1852, D. Maria II implementa o Sistema Métrico Decimal, dando a Portugal cerca de dez anos para pôr em prática o novo processo. O sucesso deste sistema baseou-se na simplificação das medidas, das suas nomenclaturas e
1
4 | Reposteiro
na representação de volumes, superfícies, comprimentos, capacidades e massas.
Utilizado na sala de sessões da Câmara Municipal e em 1908, na
|A.C.M e A.J.O.|
sala do trono aquando da visita de D. Manuel II, à Vila da Feira Reprodução bordada por Maria José Soares Vila Nova Tecido/fio; 223X127cm ML2007.21.002
Símbolos do Município 224
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PESOS E MEDIDAS PADRÃO
10 | Pedra
14 | Jogo de medidas padrão de pesos com cepo – classe M2
Não está identificada a técnica de utilização, sendo um dos ins-
Utilizado para aferir massas
6 | Pilha de pesos padrão
trumentos de pesar mais antigos
Séc. XX
Utilizado(s) para aferir e comparar massas
Granito/ferro; 17X 15cm; (½ arroba 7500 gr)
Madeira/latão; 5000 gr; 2000 gr; 1000gr; 500gr; 200gr; 100gr;
1690
ML2008.12.004
50gr
Bronze; A 28,3cm; D 29cm
ML2003.12.067/1_/8 11 | Balança de precisão com vitrina/braços iguais de sus-
ML2006.12.005/1_/3
pensão superior
15 | Metro padrão de extensão
7 | Pilha de pesos de Nuremberg
Utilizada para aferir e verificar pesos mínimos
Utilizado na aferição dos metros padrão do Serviço de Metrologia
Utilizado(s) para aferir e comparar massas
Séc. XX
Séc. XIX-XX
Séc. XVIII
Madeira/latão/vidro; 37,4X37cm
Madeira/latão; 6X106,4cm
Bronze/chumbo; 4,40X2cm; 100gr
ML2003.12.077a_h
ML2003.12.070
12 | Jogo de medidas padrão de capacidade paralelipipédicas
16 | Metro articulado/Medida padrão de extensão
8 | Quarta de arrátel
Utilizado na aferição de medidas para secos
Utilizado na aferição dos metros de madeira
Utilizado para aferir e comparar massas
Séc. XIX-XX
1945
Séc. XV-XVI
Madeira/latão; 10l; 5l; 2l; 1l; ½ l; ¼ l; 2dl; 1/8l; 1dl; ½ dl
Madeira/latão; 1,9X101,6cm
Bronze; A 5,20cm; D 2,50cm
ML2003.12.074/1_/10
ML2003.12.069
13 | Jogo de medidas padrão de capacidade cilíndrica
17 | Mestra de aferição
9 | Oitava de arrátel
Utilizado na aferição de medidas para líquidos
Utilizada para aferir medidas cilíndricas e paralelipipédicas de
Utilizado para aferir e comparar massas
1910
secos e líquidos
Séc. XV-XVI
Antimónio/bronze/estanho; 10l; 5l; 2l; 1l; 5 dl; ¼ l; 2dl; 1 dl;
1952
Bronze/chumbo; A 4,20cm; D 2,1cm
1/8 l; 5 cl; 2cl; 1cl
Madeira/latão; 1,8X53cm
ML2008.12.007
ML2003.12.078/1_/12
ML2003.12.073
ML2008.12.005/1_/7
ML2008.12.006
6
Símbolos do Município 226
227
18 | Mala de aferidor
21 | Rasoura(s)
Utilizada em serviço externo para aferir massas de dez
Utilizada(s) para aferir e rasar o conteúdo das medidas de vo-
quilogramas
lumes de secos
1911
Séc. XIX-XX
Madeira/aço/latão; 8,9X81,5cm
Madeira/latão; 5,1X52,9cm; 4,6X40,2cm; 4X19,8cm; 3,5X13,5cm
ML2003.12.086a_p
ML2003.12.823 a 826
19 | Rasoura cilíndrica
22 | Jogo de cepo e barra
Aferir e alisar as medidas de capacidade paralelipipédicas
Utilizado para derreter o chumbo para aferir pesos ou massas
para secos.
Séc. XIX-XX
Séc. XIX-XX
Ferro/chumbo; 3X11,2cm
Madeira; C 42,5 cm; D 3,4cm
ML2003.12.076/1_/2
ML2003.12.003 23 | Caixa das punções e discos de alicate 20 | Rasoura(s)
Utilizada para guardar as punções e os discos de alicate de aferição
Utilizada(s) para aferir e rasar medidas de líquidos
Séc. XIX-XX
Séc. XIX-XX
Madeira; 10,5X47,8cm
Vidro; 10l; 5l; 1l; 5 dl; ¼ l; ½ l; 5 dl; 2 dl; 2 cl; 1 cl
ML2003.12.096
ML2003.12.075/1_/10
11
12
13
Símbolos do Município 228
229
24 | Punções (129)
28 | Punção de calcar
32 | Balança de precisão/braços iguais de suspensão superior
Amadeu Lopes dos Santos, Santa Maria da Feira
Utilizada(s) para marcar nas medidas aferidas a letra designada
Utilizada para calcar o chumbo nos pesos
Utilizada para verificar os pesos em venda ambulante
ML2003.12.838 a 840
anualmente pelo Governo
Séc. XIX-XX
1784
1861
Ferro; C 6,1cm; D 1,2cm
Ferro; 52X65cm
36 | Medida(s) para secos
Ferro; A ±10,1cm
ML2003.12.833
Alzira Maria Azevedo, S. Miguel de Souto
Utilizada(s) para medir cereais
ML2003.12.821
1ª metade do séc. XX
ML2003.12.097 a 226 29 | Punção de calcar
Madeira; alqueire, ½ alqueire; celamim; ½ celamim; maquia
25 | Punções (489)
Utilizada para calcar o chumbo nos pesos
33 | Peso/quilo
Rosa de Pinho Campos, Milheirós de Poiares
Utilizada(s) para marcar nas medidas aferidas a letra designada
Séc. XIX-XX
Utilizado para pesar vários produtos em casa de lavoura
ML2004.12.018 a 022
anualmente pelo Governo
Ferro; C 13,8cm; D 3cm
Séc. XIX-XX
1861
ML2003.12.837
Ferro; D 7,5cm
Ferro; A ±10,2cm
Lucinda Borges Silva, Romariz 30 | Punção de arrombar
ML2003.12.330 a 819
ML2008.12.002
Utilizada para retirar o chumbo ou as argolas de ferro dos pesos 26 | Discos de alicate (101)
Séc. XIX-XX
34 | Peso/arrátel
Utilizado(s) para marcar a letra ou o número nas medidas desig-
Ferro; C 5,1cm; D 2,1cm
Utilizado para pesar vários produtos em casa de lavoura
nados anualmente pelo Governo
ML2003.12.829
Séc. (?)
1861
Granito; 10,5X8,5cm; (arrátel 495gr)
Ferro; D ±1,2cm
31 | Jogo de copos aferidos
Lucinda Borges Silva, Romariz
ML2003.12.227 a 328
Utilizado para verificar líquidos
ML2008.12.003 18
1888 27 | Punção de calcar
Vidro; 1l; ½ l; 4 dl; 3 dl; ¼ l; 1/8 l; 1 dl; ½ dl; 2 cl; 1 cl
35 | Pesos hexagonais
Utilizada para calcar o chumbo nos pesos
Manuel dos Santos Brandão, S. Miguel de Souto
Utilizado(s) para pesar produtos na venda ambulante e em
Séc. XIX-XX
ML 2004.12.043/1_/10
casas comerciais
Ferro; C 13,6cm; D 2,2cm
Séc. XX
ML2003.12.832
Ferro; 1kg; ½ kg; ¼ kg
Símbolos do Município 230
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Introdução
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História do Edifício
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SUMARAH A. - REDJEKI A.
Exposição Permanente
17
António Joaquim
19
Arqueologia
29
Mapa Arqueológico do Concelho
31
Achados Arqueológicos Diversos
41
Castro de Romariz
44
Castro de Fiães
108
Epigrafia
133
Castelo e os Pereiras
137
O Culto Religioso
153
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Oficíos Tradicionais
165
TÁVORA, F.T.
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Sapateiro
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Jugueiro
180
Tanoeiro
186
Um século de indústria
1999: Um século de indústria no Norte. 1834-1933. O Génio dos Engenhos. Catálogo da exposição das comemo- rações dos 150 da AIP. Porto.
Oleiro
196
Tecelagem
204
VALENTE, S. E. Rebelo
1937: Terras da Feira. Notícias e memórias da freguesia de Arrifana de Santa Maria. Coimbra.
Indústria das Rolhas de Cortiça
212
VASCONCELLOS, J.L. VEIGA, J.C. Nobre da
1905: Miscellânea. 2. Castelo da Feira. Importante descobrimento, O Archeologo Português, 10, p. 397-98. 1913: Religiões da Lusitânia. Lisboa. 1933-88: Etnografia Portuguesa. 10 vols., Lisboa. 1954: Tanoaria e vasilhame. (A Terra e o Homem, 28), Lisboa
Indústria do Papel
218
Símbolos do Município
223
Bibliografia Geral
Convento dos Lóios 238
239
233
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