\"S. Francisco de Évora - A igreja e a Galeria das Damas, o que resta de um Paço Real”.
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Ruinas dos Paços Reais e Convento de São Francisco. Pintura a óleo sobre ferro da autoria de Dores Castro. 1862. Na página anterior Fachada poente da igreja, troço do aqueduto e da caixa demolidos em 1873.
A igreja e a Galeria das Damas. O que resta de um paço real… Maria Fernandes
Pelo desapêgo de um rei estrangeiro e ignorancia de uns
ordem religiosa que ocupava o convento. A ignorância, deve-se
franciscanos, se perdeu uma das maiores e mais ricas residencias que, fóra da capital do reino tiveram os monar-
à forma como os religiosos se aproveitaram desta concessão destruindo as grandezas do palacio, e exertando no convento os
chas portuguezes…
marmores, as madeiras e todos os ricos despojos que ali encontraram2.
SIMÕES, Augusto Filippe, 18681
O tempo encarregou-se do resto. Totalmente ao abandono, o que restava do extenso Paço Real depressa entrou em decadência. Os jardins, que há muito haviam desaparecido, passaram a Os edifícios históricos provocam ao mais desinteressado dos mortais sentimentos diversos. A revolta e a indignação, patente
hortas e pomares dos Franciscanos, o quarto da rainha foi substituído por um dormitório, e o conjunto que incluía, igreja, paço
no tom caústico de Augusto Simões, são o exemplo de como a
e cerca depressa entrou em ruína, dando lugar ao decadente
história e o desinteresse podem ser fatais para os monumentos
convento, parcialmente ocupado.
que nos são queridos. Longe desta visão pessimista, a resistência física das construções históricas e sobretudo a magia da con-
Assim nesse estado de agonia, o encontraram os Franceses em 1808, quando abruptamente entraram na cidade, após um cerco
servação arquitectónica, nunca pararam de nos surpreender.
violentíssimo3. Por ironia do destino, foram as portas fortifica-
A morte que parecia inevitável para muitos edifícios, é por vezes contrariada, dando lugar à reparação e consolidação de estru-
das de São Francisco que cederam ao invasor, cabendo o primeiro saque e pilhagem ao convento que já sobrevivia, como
turas que se julgavam irremediavelmente perdidas, à reutiliza-
podia. O que se seguiu foi o previsível. Aquilo que os Franceses
ção de espaços que se encontravam abandonados e, às vezes, mas só às vezes, à sua substituição ou demolição parcial. Tudo isto
não levaram no início de Oitocentos, desapareceu em 1834, com o seu encerramento, devido à extinção das ordens religiosas.
aconteceu em São Francisco.
Nessa época, as fendas nas abóbadas e paredes eram mais que muitas e os volumes, num equilíbrio instável, arrastavam consigo a restante construção. As imagens, paramentos e outros bens do convento foram trans-
A decadência
portados e depositados na Sé, como sucedeu com todos os bens móveis pertencentes às casas religiosas de Évora, que fecharam nessa data4.
O desapego deve-se ao rei D. Filipe II, quando decidiu não usar o Paço Real de São Francisco, cedendo as suas instalações à
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Planta de um projecto urbano que destruiria todo o Convento e Paço de São Francisco. 1835.
Três anos após o seu o encerramento, a Ordem Terceira de São
audiências, dividindo para o efeito a Sala do Capítulo. Conhe-
Francisco requereu com êxito as chaves do edifício, por ali se
cido o avançado estado de degradação em que se encontrava
encontrarem as suas dependências e altares e por ser ela a responsável pelo culto do Senhor dos Passos, cujo altar se situava
toda esta zona, a autarquia teve de proceder a obras de reparação nas coberturas em 1839.
na Capela dos Ossos. Quase por milagre a respectiva imagem
Do outro lado deste conjunto, a igreja permanecia silenciosa-
permanecia na Sé, não conhecendo o destino incerto, que a maioria dos bens religiosos eborenses tiveram. Por esse motivo,
mente encerrada. Assim esteve até 1840, ano em que foi promovida a paróquia de São Pedro, beneficiando da nova reorga-
em 1838, regressou à sua capela, num edificante acto religioso
nização de freguesias da cidade e, consequentemente, reaberta
a que compareceram as individualidades
locais5.
ao culto.
Não se sabe
se foi a devoção ao Senhor dos Passos, se o apelo laico da Ordem, que moveu os governantes, mas foi seguramente, o reconhecimento do valor histórico e arquitectónico destas
Antes da DGEMN
capelas e dependências que inviabilizou o seu desaparecimento. Assim foi abandonado o projecto que previa a abertura de
Coube ao destino, por influência divina seguramente, ser
uma rua, com destruição de toda a construção do convento, e
nomeado para a paróquia, o Reverendo Prior António Telles.
retiradas de venda em hasta pública as dependências mencionadas.
Este pároco moveu o Céu e a Terra, para recuperar a igreja, criando com esse propósito, em 1859, uma comissão. Em
Ironicamente uma Capela de Ossos, salvou da morte a Igreja de
1860, após a angariação de fundos necessários e diligências
S. Francisco. Como não apareceu comprador o extinto convento
várias, é assinado o contrato que, entre outros trabalhos, pre-
foi cedido ao Município, que ali instalou, o tribunal e a sala de
via que:
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– a abóbada da nave fosse picada, incascada e rebocada;
nexação e venda dos terrenos, que ocorreu para quase todo o Paço Real. Entre 1860-1863, foram construídos na cerca a sul e
– a capela-mor estucada e marmoreada; – a reparação das capelas laterais e das do cruzeiro;
nascente, o palácio do casal Ramalho Perdigão (que incluiu nos
– a substituição do ladrilhado pertencente aos pavimentos dos
seus terrenos o celeiro de São Francisco) e o jardim público, no qual ficou integrado a Galeria das Damas. Foi projectista destas
terraços e interior; – a reparação dos telhados, que incluía a construção de passa-
obras o cenógrafo italiano Guiseppi Cinatti. Os terrenos situa-
deiras;
dos a Poente e também pertencentes à cerca, foram cedidos ao
– a reconstrução da torre sineira;
Município para, entre outros fins de utilidade pública, ali se abrir uma praça que desafrontasse a igreja. Com esse objectivo e após
– a substituição da cantaria degrada; – picar e rebocar de novo todas as paredes externas ficando no
uma alteração substancial das cotas do terreno que envolveu um
mesmo gosto antigo e com que oram estas as paredes e tecto…
dramático movimento de terras, foram destruídos, em 1873, o troço e a caixa de água pertencentes ao aqueduto. Esta destrui-
interna6.
na parte As obras decorreram entre 1860-1862, cabendo a inspecção e
ção apanhou de surpresa os Eborenses, que protestaram violen-
o acompanhamento dos trabalhos ao director das obras públicas e à comissão, que se socorreu de diversos
tamente perante um acto consumado, à sua revelia. Um ano depois é apresentado o projecto para a construção na
consultores7.
O resultado foi positivo e a conclusão da obra foi celebrada com diversas festividades, nas quais participou em massa a
zona sul do Convento, do Tribunal Judicial da Comarca de
população.
mau estado em que se encontrava o claustro, temendo-se que as demolições arrastassem a sua construção.
Évora8. O projecto nunca se veio a concretizar, talvez devido ao
Mas se a igreja recuperou a sua dignidade, o que restava do Paço e terrenos da cerca modificou-se irreversivelmente. A Coroa já
Em 1880, enquanto a Real Associação dos Architectos Civis e Archeólogos Portugueses apresentava o primeiro relatório dos edifícios a classificar ao governo do reino, no qual se incluíam
havia cedido a Galeria das Damas, ainda antes de 1834, ao Conselho de Guerra para ali instalar um depósito militar. Esta função salvou aquela ala da demolição certa, em virtude da desa-
o que restava do Paço Real e a Igreja de São Francisco9, o Muni-
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Fachada poente da igreja, troço do aqueduto e da caixa
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O mesmo local em 1998. Já com o aumento colocado.
demolidos em 1873.
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Vista poente do Convento e Paço antes da sua total demolição. 1880-1894.
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O mesmo local em 1997.
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Anteprojecto de um edifício para Tribunal Judicial e suas dependências, a construir nas ruínas do Convento de São Francisco da cidade de Évora. 1874.
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O claustro antes da sua completa demolição em 1894-1895. Vista sul.
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Vista da ruína do claustro em 1998.
cípio Eborense construía, sobre a cisterna do convento, o Mer-
equilíbrio frágil da igreja e convento e as consequências fizeram
cado de D. Manuel, instalava um gradeamento defronte à igreja,
sentir-se de imediato. Será o mesmo engenheiro que, em 1884,
e concluía a praça ou largo de São Francisco, como ainda hoje é conhecido.
elabora o Relatorio da inspecção ao estado de conservação do templo de S. Francisco11, onde se apontava, entre outros pro-
Um ano depois deu-se a ruína das coberturas da Galeria das
blemas, para a existência de grandes fendas na fachada poente,
Damas10, o que obrigou em 1882 ao projecto e posterior construção da sua ampliação com adaptação a sala de espectáculos.
na abóbada da nave e para o avançado estado de ruína em que se encontrava o claustro e o que restava do Paço Real.
Foi autor desta modificação o engenheiro Adriano Monteiro,
Só mais tarde e após a venda do que restava do convento foi a
chefe da 1.a secção das Obras Públicas. As alterações operadas
igreja de novo objecto de obras. Por intervenção directa do
na envolvente a todo este conjunto foram desastrosas para o
benemérito eborense, Francisco Barahona, foi outorgada aos
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mestres Olímpio Coelho e José Maria da Costa a empreitada que decorreu entre 1894-512. A intervenção levada a cabo foi
cipais (secretaria e presidência). Nessa ocasião, o imóvel encontrava-se em lamentável estado de ruína e já sem coberturas. Este
muito condicionada pelos problemas estruturais da igreja e pelas prescrições impostas pela venda do edifício. Assim se
novo uso parece ter estado na origem da demolição da escadaria exterior em 1947 e na construção de uma outra, no interior
reforçaram os apoios da torre sineira, construída em 1861, que
do imóvel, de forma que o primeiro e segundo pisos fossem aces-
sobrecarregava as abóbadas e paredes dos compartimentos sub-
síveis sem interferir com o funcionamento das instalações cama-
jacentes, se remodelou a sacristia, se reparou a capela denominada do Senhor Jesus da Casa dos Ossos e se construíram,
rárias. Entre 1948-54 o projecto de adaptação do imóvel prosseguiu e foi finalmente concluído. Porém os serviços municipais
sacrificando o claustro e as construções anexas, um quarteirão
acabaram por nunca ali se instalarem, funcionando o edifício
de edifícios e suportes em alvenaria e cantaria, os contrafortes. O que se temia aconteceu e o claustro não sobreviveu à passa-
como sala de recepções e exposições da autarquia até hoje. A década de cinquenta e sessenta, foi marcada por um fervilhar
gem do século.
de obras na igreja e dependências. Com uma regularidade quase anual, todas as coberturas foram revistas, utilizando-se com alguma frequência a telha romana. Foram ainda reparados os caixilhos e pavimentos, renovados os rebocos interiores e ins-
Depois da DGEMN
talada a rede eléctrica. Em 1910, a Galeria das Damas (conhecida como Palácio de D. Manuel), e a Igreja de São Francisco que incluía, a Capela dos
Os anos setenta marcam uma nova era na recuperação da igreja e nas dependências de São Francisco. Dois grandes projectos
Ossos e dependências foram classificados, separadamente, como
marcantes neste contexto: o Claustro e a Capela de São Joãozi-
Monumentos Nacionais. O mundano teatro eborense, instalado na Galeria das Damas, onde ocorreram com sucesso inúmeras
nho. No primeiro caso, o arquitecto Rui Couto recriou com alguma nostalgia uma ruína e, no segundo, de uma forma mais
exposições, sessões cinematográficas e diversas festas, acabou
violenta, reabilitou a capela, com alteração significativa da estru-
por sucumbir a um incêndio, em 1916.
tura construtiva existente. As obras de manutenção no restante
Terá sido nos anos trinta que, cumulativamente, a autarquia procede a diversas demolições nesta galeria e a DGEMN, através da Direcção dos Monumentos do Sul, inicia um plano de restauros para a Igreja de São Francisco. Coube aos arquitectos Filipe Vaz Martins e Humberto Reis a responsabilidade dessa intervenção a partir de 1937, onde é consolidada a abóbada da nave, reconstruídas as ameias de coroamento, reparadas as coberturas e demolidos os anexos a norte
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para desobstrução de uma porta primitiva. Foram removidos os rebocos da galilé, e descobriram-se, com surpresa, janelas pertencentes à primitiva igreja mendicante. Nos anos quarenta o arquitecto Rui Couto, da 3.a secção da Direcção dos Monumentos Nacionais, elaborou, para a Galeria das Damas, um primeiro estudo para instalação de serviços muni-
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Galeria das Damas e Igreja de São Francisco. Vista superior antes da intervenção da DGEMN. Após remoção da cobertutra pela auitarquia. Entre 1931 e 1947.
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A igreja e o Paço Real antes da sua total demolição. Entre 1864 e 1894.
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O mesmo local em 1998.
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edifício prosseguem, mas com menor regularidade. Foi também nesta altura que a Direcção dos Serviços dos Monumentos do
A partir de 1995, a Direcção Regional dos Edifícios e Monumentos do Sul, para além de continuar com os trabalhos de
Sul, actuou pela última vez na Galeria da Damas, com traba-
manutenção nas coberturas e caixilhos, procurando corrigir sem-
lhos de simples manutenção. Sem alteração ao existente e mantendo-se ainda hoje com a traça do projecto dos anos quarenta,
pre que possível o complicado sistema arquitectónico de drenagem de águas pluviais, foi ainda mais longe. Em estreita cola-
este corpo, o único que resta do Paço Real, é usado e conser-
boração com o Laboratório de Engenharia Civil e o Instituto
vado pela autarquia em boas condições. A década de oitenta incide, mais uma vez, num compartimento
Superior Técnico, iniciaram-se estudos relativos à análise do estado de conservação estrutural do imóvel. A ruína parcial do
específico – a dividida Sala do Capítulo. A afluência à Capela
topo do altar-mor em 1995 e a derrocada da Estalagem do
dos Ossos aumentava de dia para dia e a morbidez da sua cons-
Cavalo, que se situava defronte à capela-mor, em 1996, preci-
trução tinha-la transformado num
pitaram os acontecimentos, a que não foram
dos monumentos
estranhos o aumento e
mais visitados e turísticos da cidade.
posterior diminuição do tráfego de pesados na zo-
Este sucesso preci-
na, assim como a forte
pitou os aconteci-
pluviosidade que se fez
mentos e houve que intervir na sua ante-
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sentir em 1997. As preocupações ao nível estru-
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câmara, de forma a
tural mantêm-se, com as
receber os curiosos… A Sala do
recentes alterações na zona envolvente, decor-
Capítulo é também
rentes dos projectos de
reabilitada, de uma forma menos vio-
alteração da rua da República e largo de São
lenta é certo, mas
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Galilé da Igreja da São Francisco após a descoberta
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das janelas. 1947.
na mesma forte-
Claustro. Restauro dos frescos por uma aluna da
Francisco.
Escola de Recuperação do Património de Sintra.
Entre 1997-1998 foram
mente intervencionada, como era
intervencionadas sucessivamente as pinturas mu-
comum. Nas diver-
rais do interior e exterior
sas intervenções houve o cuidado de
do imóvel. A forte pluviosidade de 1997 pôs a
restaurar os azule-
descoberto vestígios de
jos e os quadros em estreita colabora-
fresco na fachada norte do imóvel, ao mesmo
ção com o então
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tempo que contribuía
17
Instituto José de
fortemente para o agra-
Figueiredo, de renovar os rebocos
vamento da humidade nas pinturas interiores.
assim como os
Assim, foram restaura-
pavimentos e caixilharias e construir
das, consolidadas e limpas as pinturas dos tectos
uma instalação sanitária junto ao corredor de acesso. Tal como sucedeu
e paredes da Sala da 16
Tribuna Real da igreja. Vista do reforço feito à torre
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sineira, em 1894.
Galeria das Damas antes da transformação para
Ordem Terceira, Capela
teatro. 1861 – 1881.
dos Ossos, altar-mor e frescos do claustro e
na década anterior
fachada norte. Numa pri-
as obras de manutenção mantinham-se, mas com menos frequência.
meira fase, e sob a orientação da equipa restauradora, estagiaram nessas intervenções dois alunos da Escola de Recuperação
Os anos noventa suscitaram outros rumos. Em 1991, a Expo-
do Património de Sintra.
sição Europália exibia em Bruxelas, o magnífico altar em talha pertencente à Sala da Ordem Terceira de São Francisco de Évora,
No mesmo período, o claustro foi de novo intervencionado e a antiga pretensão paroquial de aceder à Capela dos Ossos por
que havia sido restaurado para o efeito.
essa zona foi finalmente realizada. Este novo percurso, pela MONUMENTOS 17 94
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Galeria das Damas, antes do incêndio de 1916.
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O mesmo local em 1998.
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Capela da Ordem Terceira de São Francisco. Pormenor da limpeza das pinturas do tecto. 1997.
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O mesmo pormenor, com o detalhe da assinatura do pintor.
Maria Fernandes
ruína do claustro, só foi possível após a abertura do logradouro
Arquitecta DGEMN/DREMC
aberto agora para o largo, e após a reabertura da antiga porta,
Imagens: Abertura, 3, 7, 8 e 17: Arquivo Fotográfico. Câmara Municipal de Évora;
existente entre a Sala do Capítulo e o claustro. Longe do destino fatídico, do desapego e da ignorância, o que
1: José Pessoa. Divisão de Documentação Fotográfica. IPM.
resta do Paço Real de São Francisco de Évora, renasce em
5, 9 e 11: Boletim A Cidade de Évora;
2: Biblioteca Municipal de Estremoz. Estúdios Correia; 4, 6, 10, 13 e 19: Autora; 12: Conselho de Turismo. Fundo Documental do SPN. Arquivo de Fotografia de Lisboa. CPF;
reforço crescente dos fluxos turísticos, voltando a congregar
14, 15, 18, 20 e 21: DGEMN.DREMS;
atenções como quando Gil Vicente dele fez palco13.
16: DGEMN. Manuel Ribeiro. 2002.
NOTAS:
José Joaquim da Silva, na sua obra Évora
9
* As informações relativas às intervenções nos
Lastimosa.
devem ser classificados Monumentos Nacionaes,
de 1884, n.os 378-402.
Francisco VARGAS, appuc. por Manuel Carvalho
Rellatorio e Mappas acerca dos edificios que
Francisco em Évora”. Sul. Setembro a Novembro
imóveis, foram extraídas dos processos
4
Publicado no Boletim dessa Associação em 1882.
12
Manuel Carvalho MONIZ – ob. cit., pp. 34-5 e 70-1
admnistrativos e fotográficos n.os 07 05 0017
MONIZ – O Convento e a Igreja de S. Francisco de
Neste relatório, a igreja de S. Francisco e o que
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Gil Vicente estreou para a Corte, nos Paços a
(Igreja de São Francisco) e 07 05 21 0022 (Paços
Évora. 1959, p. 31.
restava do Paço Real, são incluídos entre outros,
par de S. Francisco, diversas farsas e Autos.
Terá sido nessa ocasião, que a maqueta em
de Évora / Palácio de D. Manuel).
5
no grupo da segunda classe dos edíficios
Contam-se entre eles os seguintes: Auto das
** A autora agradece à Dr.a Carmen Almeida e ao
madeira da capela-mor da Sé, que se encontrava
importantes para o estudo da historia das artes
Ciganas, Auto Pastoril Português, Auto de Mofina
Director do CENDREV José Carlos Faria a ajuda e
depositada na Igreja da Graça em Évora, foi
em Portugal ou sómente historicos, mas não
Mendes, Romagem de Agravados (recentemente
disponibilidade de informação, sem as quais o
transportada para a Igreja de São Francisco e
grandiosos, ou simplesmente recomendados por
posta em cena pelo Centro Dramático de Évora e
texto não seria possível.
mais tarde adaptada para altar do Senhor dos
qualquer excelência da arte.
representada na Galeria das Damas), A Floresta
Passos.
10
1
Augusto Filipe SIMÕES – “Paços Reaes de
Évora”. Archivo Pittoresco, p. 9.
Por essa altura, no seu piso térreo encontrava-se
dos Enganos e ainda as tragicomédias Amadis de
6
Entre eles Cinatti.
instalado o Museu Arqueológico do Cenáculo,
Gaula e Frágua de Amor. O autor, foi sepultado
Projecto da responsabilidade do Eng.o Caetano
possivelmente a colecção de Frei Manuel do
na Igreja de São Francisco em Évora com o
Cenáculo que até 1864 estivera no Templo Romano.
seguinte epitáfio, que curiosamente, fecha a
2
Ibidem.
7
3
A divisão Francesa entrou na cidade em 29 de
Câmara Manuel.
Julho de 1808. O general Loison era seu
8
comandante. O relatório das violências e
Igreja de S. Francisco de Évora. 1959,
“Relatorio da inspecção feita em maio de 1884,
esperando / Jazo aqui nesta morada / Desta Vida
roubos cometidos foram descritos pelo padre
pp. 63-7.
ao estado de conservação do templo de S.
tão cançada / Descançando.
Manuel Carvalho MONIZ – O convento e a
11
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Adriano Augusto da Silva MONTEIRO –
compilação das suas obras: O grão juízo
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