SÁ, S.; BETTENCOURT, A.M.S. (2015). “Pensando uma Rota de Arte Rupestre para o Noroeste de Portugal: o vale do Lima”. Poster apresentado no “CIT 2015. IV International Congress on Tourism”, ESG/IPCA, Guimarães, Portugal, 3rd-5th, dezembro de 2015

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Descrição do Produto

Pensando uma Rota de Arte Rupestre para o Noroeste de Portugal: o vale do Lima Sofia Sá¹ & Ana M. S. Bettencourt² ¹Mestre em Património e Turismo Cultural. E-mail: [email protected] ² Laboratório de Paisagem, Património e Território (Lab2PT), Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. E-mail: [email protected]

INTRODUÇÃO

ANÁLISE SWOT

Este trabalho visa valorizar a arte rupestre pré-histórica (atlântica e de tradição esquemática) do vale do Lima, contribuir para a criação de um novo produto turístico sustentável e para o desenvolvimento local e regional a nível económico, social e cultural, no contexto de um projeto de rota de Arte Rupestre do Noroeste. Metodologicamente procedemos à recolha bibliográfica sobre a arte rupestre regional, inventariamos e ou relocalizámos 22 lugares gravados que correspondem a mais de uma centena de afloramentos com motivos insculturados, obedecendo a um conjunto de critérios uniformizados. Tal permitiu realizar uma análise SWOT sobre as suas potencialidades turísticas assim como o planeamento e implantação de vários percursos.



PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

•  Bom número de gravuras passíveis de visitação;

•  Vulnerabilidade aos agentes naturais;

•  Gravuras distribuídas por vários concelhos;

•  Vulnerabilidade ao vandalismo;

•  Enquadramento paisagístico das gravuras selecionadas; •  Visibilidade reduzida das gravuras durante algumas •  Diversidade de estilos gravados;

horas do dia.

•  Diversidade de motivos gravados; •  Possibilidade de articular este recurso com outros produtos turísticos da área.

PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO

OPORTUNIDADES

Dos 22 lugares com arte rupestre pré-histórica selecionámos 17 que distribuímos por 5 percursos. Estes foram escolhidos segundo 5 parâmetros de avaliação: estado de conservação das gravuras; valor científico e cultural; contexto paisagístico; facilidade de acesso e possibilidade de interrelação com outro produtos. Neste trabalho

FRAQUEZAS

•  Inúmeros produtos de turismo cultural, paisagístico e •  Sazonalidade do turista nos meses de primavera e desportivo consolidados;

verão;

•  Facilidade dos meios de comunicação para as sedes dos •  Falta de manutenção de alguns estradões de acesso diferentes concelhos e para freguesias próximos das

são apresentados apenas 3 percursos.

gravuras;

aos locais gravados; •  Falta de estudos cientificamente validados e

Mamoa do Mezio •  Proximidade de Braga e de Viana do Castelo;

•  Proximidade do aeroporto Sá Carneiro;

sistemáticos de alguns locais com gravuras rupestres • 

•  Contexto paisagístico de qualidade (área ocupad,a em

Falta de informação das autarquias e dos restantes “stakeholders” sobre o valor deste património;

parte, pela reserva de Bertiandes e Parque Natural da •  Falta de sensibilidade para a sua valorização. Peneda-Gerês). •  Unidades hoteleiras e restauração existentes em todos os concelhos.

Percurso 4 Viana do Castelo (serra de Santa Luzia) Este percurso terá início na Capela de S. Mamede (Areosa), passando pelas gravuras rupestres do Cabeço da Traçado dos três percursos: Percurso 1 Arcos de Valdevez; Percurso 4 Viana do Castelo (Serra de Santa Luzia) e Percurso 4 Viana do Castelo (Serra de Perre).

Percurso 1 Arcos de Valdevez (entre a serra e o vale) O percurso 1 terá início na Porta do Mezio (Cabana Maior), passando pelos lugares gravados do Gião 1 e 2

Boucinha 1 (S. Mamede) e dos Escampadinhos (S. Mamede), com término na citânia de Santa Luzia (Viana do Castelo). Existem outros pontos de interesse cultural e paisagístico, como o fojo de S. Mamede, o caminho da Laje do Milho, a aldeia velha de S. Mamede, além da possibilidade de visualizar inúmeros garranos.

(Cabana Maior) e Pedra da Costa 2 terminando na Pedra da Costa 1 (Álvora). Existem muitos pontos de

Será uma Pequena Rota (PR), com 7,57 km e com a duração de 2 h, se for realizado maioritariamente a pé. Tratar-

interesse no percurso como as Antas do Mezio, o Paço da Giela e o Castro de Álvora que, apesar de não estar

se-á de um percurso de grau de dificuldade baixa.

escavado, permite visualizar parte do curso superior da bacia do Vêz. O percurso combinará paisagens serranas

Capela de S. Mamede

e de vale, de grande beleza, sendo percorrido, em parte, na Ecovia do Vez. Corresponderá a uma Grande Rota (GR), com 36,26 km e terá a duração de 7 h, se for realizado maioritariamente a pé, embora possa ser efetuado, parcialmente, de carro. Trata-se de um percurso exigente se for inteiramente pedestre.

Escampadinhos

Cabeço da Boucinha 1

Gião 1 - afloramento gravado (Fonte: A.M. Baptista)

Rocha 17 do Gião 1 (Fonte: A.M. Baptista)

Castelo de Lindoso

Caminho da Laje do Milho

Decalque de rochas do Gião 1 (Centro Nacional de Arte Rupestre)

Aldeia Velha

Citânia de Santa Luzia

Percurso 5 Viana do Castelo (serra de Perre) Este percurso terá início em Cardielos, seguindo em direção das gravuras rupestres da Breia 1 e 2 (Cardielos), e às gravuras do Penedo da Moura 1 e 2 (vertente este da serra de Perre), terminando na Igreja de Nogueira. Existem outros pontos de interesse cultural, como o antigo moinho de vento da Breia, e o contexto paisagístico. A vista para a serra de Arga é quase uma constante. O percurso corresponderá a uma Pequena Rota (PR), com 7,36 km. Terá a

Anta do Mezio

duração média de 2 h será um percurso fácil.

Motivo do Penedo da Moura Igreja de Nogueira

Breia 1 (Bettencourt 2013)

Paço da Giela

Ecovia do Vêz (http://arturazevedo.com/rio-vez-ecovia-arcos-de-valdevez-pogido/)

Decalque da Breia 1 (Bettencourt 2013) Breia 1

Pedra da Costa 1

Pedra da Costa 1

Serra de Arga a partir do Penedo da Moura (Fot. Eduardo Brito)

Igreja de Nogueira

Penedo da Moura 1 (Bettencourt 2009)

Referências: Baptista, A.M. 1980. Introdução ao Estudo da Pré-História do Noroeste Peninsular. As Gravuras do Gião. Minia 3 (4), 80-100; Bettencourt, A.M.S. 2009. A Pré-história do Minho. Do Neolítico à Idade do Bronze, In P. Pereira (coord.) Minho, Traços de Identidade, Braga: Universidade do Minho, 70-113; Bettencourt, A.M.S. 2013. Pré-história do Noroeste Português, Braga/Tomar: ARKEOS/CITCEM; Fontes, L. 2011. Arqueologia, Povoamento, Construção de Paisagens Serranas. O Termo de Lindoso, na Serra Amarela. Braga: Universidade do Minho (Tese de Doutoramento – policopiada); Rodrigues, A. 2014. Vale da Coelheira/Chã do Vale da Coelheira. In A.M.S. Bettencourt e E. Abad-Vidal (eds.) CVARN Corpus Virtual de Arte Rupestre do Noroeste Português (http://www.obiut.org/cvarn/pdf/g_195.pdf.); Sá, S. 2015. Turismo Arqueológico: um Projeto de Valorização da Arte Rupestre do Vale do Lima. Braga: Universidade do Minho (Dissertação de Mestrado – policopiada).

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