Arte rupestre e Turismo no concelho de Barcelos (Portugal): proposta de percursos temáticos no âmbito da “Rota da Arte Rupestre do Noroeste” Hugo Aluai SAMPAIO1 & Cláudio BROCHADO2 1
Professor Convidado do Departamento de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave; Paisagem, Património e Território (Lab2pt); email:
[email protected] 2
Técnico Superior da Câmara Municipal de Barcelos; email:
[email protected]
Introdução
Análise SWOT
O turismo cultural no município de Barcelos assenta em quatro produtos: turismo religioso (Caminho de San@ago, Semana Santa e Festa das Cruzes); gastronomia e vinhos; artesanato (principalmente a olaria comum e o figurado) e património cultural (Centro Histórico da cidade). Com o intuito de dinamizar o turismo cultural, é obje@vo deste poster dar a conhecer as potencialidades do recurso arte rupestre, valorizando-‐o através da criação de vários percursos que incluam diferentes manifestações daquela temá@ca e que permitam ao visitante um contacto mais direto com estes lugares cerimoniais do passado local da Humanidade.
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
. Número significa@vo de gravuras a visitar;
. Vulnerabilidade aos agentes naturais e ao vandalismo;
. Óp@mos exemplares no âmbito da Arte Atlân@ca dita . Existência de gravuras em caminhos; clássica;
. Reduzida visibilidade dos mo@vos gravados durante
. Diversidade de mo@vos gravados;
determinados momentos do dia.
. Existência de uma gravura já inserida em percurso pedestre. . Presença de sinalé@ca;
Objetivos e metodologia
. Locais inseridos em espaço rural.
Pretende-‐se: (1) valorizar as expressões de arte rupestre Atlân@ca (pré-‐histórica) localizadas no vale do rio Cávado;
. Bom enquadramento paisagís@co;
(2) explorar as potencialidades turís@cas dessas manifestações contribuindo para a dinamização do Turismo Cultural
OPORTUNIDADES
AMEAÇAS
e para o upgrade de produtos turís@cos já existentes; e (3) desenvolver a região em termos socioeconómicos.
. Turismo cultural consolidado no município;
. Sazonalidade turís@ca (primavera e verão);
Foi necessário proceder à inventariação dos sí@os com arte rupestre e efetuar uma análise SWOT rela@va às
. Proximidade de Braga, Viana e Porto;
. Falta de manutenção dos acessos florestais;
potencialidades da criação de diferentes percursos de interesse arqueológico e cultural no concelho, desembocando
. Unidades hoteleiras e restauração em diversos locais . Desinformação da população local e dos restantes
no planeamento de dois percursos integrados numa rota turís@co-‐cultural -‐ Rota de Arte Rupestre do Noroeste.
do município;
“stakeholders” quanto ao valor patrimonial da arte
. Existência de percursos pedestres em algumas das rupestre; áreas a valorizar.
Propostas de valorização Percurso 1 (Fig. 1)
. Falta de sensibilidade para a sua devida valorização.
Percurso 2 (Fig. 5) . ,po de percurso: pequena rota (PR) . localização: Chavão-‐Sequeade-‐Remelhe . âmbito: paisagís@co-‐Cultural . distância: c. 19 km . duração: c. 4 hora . ,po de piso: terra e paralelo . al,tude máxima: 287 m
. ,po de percurso: pequena rota (PR) . localização: Aldreu-‐Fragoso . âmbito: paisagís@co-‐Cultural . distância: c. 5 km . duração: c. 1 hora . ,po de piso: terra e paralelo . al,tude máxima: 488 m
Fig. 1. Simulação do Percurso 1 (fonte: Google Maps).
Fig. 5. Simulação do Percurso 2 (fonte: Google maps).
Tem por base um percurso já criado pela Câmara Municipal de Barcelos (PR2 Pelos Caminhos do Monte da Saia), embora adaptado. Parte do Museu Etnográfico da Póvoa, freguesia de Chavão, passando pela igreja e cruzeiro desta freguesia e rumando à freguesia de Carvalhas, por caminho de terra ba@da, até à Fonte da Pegadinha e ao Forno dos
Este parte do Mosteiro Benedi@no de S. Salvador de Palme, freguesia de Aldreu. Dali será possível aceder ao lugar de Crasto visando observar o complexo de Arte Atlân@ca formado por três afloramentos gravados, Crasto/Campo (S. Salvador) 1, 2 e 3 (Figs. 6, 7 e 8). Dali deve seguir-‐se para o alto de S. Gonçalo, a 488 m de al@tude, já na
Mouros e, dali, à Laje dos Sinais/Monte do Olheiro, um complexo de arte rupestre onde figuram dois afloramentos
freguesia de Fragoso. Além do topónimo Crasto indiciando um possível povoado da Idade do Ferro (Almeida 1996:
gravado, Laje dos Sinais/Monte do Olheiro 1 e 2 (Fig. 2). Dali e tomando a direção de Sequeade, em concreto ao lugar
39-‐40), será possível disfrutar de uma paisagem de intenso alcance visual, em contexto de penedia que carateriza
de Campo dos Moinhos onde, juntamente com algumas daquelas estruturas, é possível observar um afloramento
a geologia local .
gravado com um mo@vo raro no contexto do Noroeste português: uma mão com antebraço (Fig. 3). Seguindo para a freguesia de Remelhe, para a capela de S. Tiago de Moldes, é possível apreciar, na sua parede lateral, virada a sul, um bloco graní@co que, reaproveitado durante a construção ou restauro da mesma, integra uma gravura de um quadrúpede (cavalo?). Seguir, de seguida, para mais um complexo de Arte Atlân@ca: a Quinta do Paranho 1 e 2.
Fig 6. Crasto/Campo 1 (Magalhães 2015).
Fig. 7. Crasto/Campo 2 (Magalhães 2015). !
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Fig. 2. Laje dos Sinais/Monte do Olheiro 1 (Cardoso 2015).
Fig. 4. Afloramento de Quinta do Paranho 1 (fonte: A.M.S. BePencourt)
Figura 3. Moinhos de Vento
Fig. 9. Crasto/Campo 3 (Magalhães 2015).
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References Almeida, C.A.B. 1996. Povoamento Romano do Litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho (6 Vols.). Porto: Universidade do Porto (Tese de Doutoramento -‐ policopiada). Cardoso, D. 2015. A Arte Atlân=ca do Monte de S. Romão (Guimarães) no Contexto da Arte Rupestre Pós-‐paleolí=ca da Bacia do Ave – Noroeste Português. Vila Real: Universidade de Trás-‐os-‐Montes e Alto Douro (Tese de Doutoramento policopiada). Magalhães, M.C. 2015. O Calcolí=co e a Idade do Bronze na bacia do rio Neiva. Braga: Universidade do Minho (Relatório de Mestrado – policopiado).