Sartre: A existência, a essência e a angústia

May 23, 2017 | Autor: João Leite | Categoria: Philosophy, Jean Paul Sartre, Sartre, Existentialism, Existencialismo, Filosofia
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Sartre – A existência, a essência e a angústia
João Barreto Leite
"A existência precede a essência […] é preciso partir da subjetividade. " (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo)
Sartre (1905 - 1980) foi um filósofo parisiense, famoso por obras como O ser e o nada, O existencialismo é um humanismo e A náusea. Toda a obra de Sartre, mesmo os seus escritos literários giram em torno de um tema: O existencialismo.
O texto O existencialismo é um humanismo, foi escrito para ser apresentado em uma conferência que aconteceu em Paris no ano de 1945, é um texto introdutório ao existencialismo por ser curto e de fácil entendimento.
Os existencialistas acreditam que há, pelo menos, um ser cuja existência precede a essência, e, para Sartre, esse ser é o homem. Dizer que a existência do homem precede a sua essência é dizer que ele não foi criado com uma finalidade. Sartre não acreditava em deus, toda a filosofia dele tem como pressuposto a inexistência de deus.
Pense em um homem que fez uma caneta, ele a fez com o único fim de escrever. Esta caneta é determinada, ela escreve. O homem determinou a caneta a fazer algo e fez isso no momento de sua criação, por isso a essência da caneta precede sua existência.
Para Sartre, o homem, por não ter sido criado com uma finalidade, ele tem sua essência criada depois do início de sua existência, ao longo da vida. Portanto o homem não é determinado, ele é livre.
"Estamos sós, sem desculpas. Eu exprimiria isso dizendo que o homem está condenado a ser livre." (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo)
Note que Sartre usou "Condenado". Na perspectiva existencialista a liberdade não é necessariamente uma coisa boa. É com a liberdade que vem outro dos conceitos que o existencialismo toma para si: A angústia.
A angústia seria uma segunda face da própria liberdade, o ser se dando conta da ausência de sentido último em sua própria existência.
"Dostoiévski escreveu: 'se Deus não existisse, tudo seria permitido'. Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e por consequência o homem está desamparado, pois não encontra nele, nem fora dele, nenhuma possibilidade a que se agarrar. " (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo)
Com o sentimento de angústia diante de sua liberdade o ser tem que escolher. E nesse ponto Sartre ressalta, ele tem que escolher. Ele pode aceitar a liberdade e as consequências de ser livre, ou pode escolher agir de má-fé. O homem pode se amparar em valores, valores estes que negam a liberdade dele mesmo, alegando uma finalidade ao homem. Sartre também diz que alguns podem preferir ignorar esta questão, mas para o filósofo não escolher também é uma escolha. Tanto se amparar em valores que negam a liberdade quanto ignorar esta questão, são, para o autor, tentativas de supressão da angústia.
"Todo ente nasce sem razão, se prolonga por fraqueza e morre por acaso" (SARTRE, Jean-Paul. A náusea)
Referências:
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Petrópolis: Vozes de Bolso,2010
SARTRE, Jean-Paul. A náusea. Rio de Janeiro: Saraiva de Bolso,2011



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