Satisfação no Trabalho Empresas Sediadas em Luanda (Angola)

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Satisfação  no  Trabalho     Empresas  Sediadas  em  Luanda  (Angola)    

     

Artigo   Científico   apresentado   ao   IESF   para   obtenção  do  grau  de  Mestre  em  Gestão  e  Negócios.            

Docente:  Professor  Dr.  João  Paulo  Peixoto   Discente:  Nuno  A.  M.  Salvador          

 

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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                  "Se  quisermos  alcançar  resultados  nunca  antes  alcançados,  devemos  empregar  métodos  nunca  antes   testados."   Francis  Bacon                          

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Índice   Resumo  ..........................................................................................................................................................  6   Abstract  .........................................................................................................................................................  7   Capítulo  1  –  Introdução  ..................................................................................................................................  8   Capítulo  2  –  Revisão  Teórica  ...........................................................................................................................  9   2.1.  Satisfação  no  Trabalho  ......................................................................................................................  11   2.2.  Fatores  Relacionados  com  Satisfação  no  Trabalho  .............................................................................  12   2.3.  Níveis  de  Satisfação  ...........................................................................................................................  12   Capítulo  3  –  Análise  Empírica  ........................................................................................................................  12   3.1.  Definição  do  Problema  ......................................................................................................................  12   3.2.  Dados  ................................................................................................................................................  13   3.3.  Metodologia  ......................................................................................................................................  14   3.3.1.  Macro-­‐Estrutura  .............................................................................................................................  15   3.3.2.  Microestrutura  Tronco  Comum  .......................................................................................................  15   3.4.  Hipóteses  ..........................................................................................................................................  16   H1.  A  motivação  está  relacionada  à  satisfação  no  trabalho?  .....................................................................  16   H2.    O  investimento  em  políticas  de  formação  e  desenvolvimento  é  valorizado?   .....................................  16   Capítulo  4  –  Resultados  ................................................................................................................................  17   4.1.  Caraterização  da  amostra  ..................................................................................................................  17   4.2.  Análise  de  resultados  .........................................................................................................................  18   4.3.  Validação  das  hipoteses  .....................................................................................................................  23   H1.  A  motivação  está  relacionada  à  satisfação  no  trabalho?  .....................................................................  23   H2.    O  investimento  em  políticas  de  formação  e  desenvolvimento  é  valorizado?   .....................................  24   Capítulo  5  –  Conclusões  ................................................................................................................................  27   Capítulo  6  –  Limitações  e  Investigação  Futura  ...............................................................................................  30   Capítulo  7  –  Implicações  na  Gestão  Empresarial  ...........................................................................................  31   Agradecimentos  ...........................................................................................................................................  33   Anexos  .........................................................................................................................................................  37   Questionário  ............................................................................................................................................  37   Anexo  1  ....................................................................................................................................................  41   Apêndice  1:  Resumo  Executivo  .....................................................................................................................  49   Apêndice  2:  Revisão  da  Literatura  ................................................................................................................  51   2.1.  Breve  Histórico  ......................................................................................................................................  51   Página  3  de  67  

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_________________________________________________________________   2.2.  Conceitos  Básicos  ..................................................................................................................................  54   2.3.Definição  de  motivação  ..........................................................................................................................  54   2.3.1.Tipos  de  motivação  ..............................................................................................................................  55   2.4.Principais  Teorias  Motivacionais  .............................................................................................................  55   Teoria  da  Hierarquia  das  Necessidades  –  Maslow  .....................................................................................  56   Teoria  dos  dois  Fatores  –  Herzberg  ...........................................................................................................  58   Teoria  ERC  –  Alderfer  ...............................................................................................................................  58   Teoria  da  Realização  ou  Teoria  das  Necessidades  Adquiridas  –  McClelland  ..............................................  59   Teoria  dos  Fatores  de  Motivação  de  KATZ  e  R.  KAHN  ...............................................................................  60   Teoria  X  e  Teoria  Y  de  McGregor  ..............................................................................................................  61   Teoria  da  Expectação  –  Vroom  .................................................................................................................  61   Teoria  Multifatorial  de  L.  Porter  e  L.Lawler  ...............................................................................................  63   Teoria  da  Equidade  –  J.  Stacy  Adams  ........................................................................................................  63   Teoria  da  Fixação  de  Objetivos  de  E.  Locke  ...............................................................................................  64   2.5.  Teorias  da  Satisfação  no  Trabalho  ..........................................................................................................  64       Índice  de  Gráficos   GRÁFICO  1  -­‐  IDADE  GÉNERO  MASCULINO  E  FEMININO  ......................................................................................................  17   GRÁFICO  2  -­‐  SE  PUDESSE  MUDAR,  O  QUE  MUDARIA  EM  RELAÇÃO  AO  TRABALHO  .....................................................................  22   GRÁFICO  3  -­‐  VALIDAÇÃO  HIPÓTESE  1  .............................................................................................................................  24   GRÁFICO  4  -­‐  VALIDAÇÃO  HIPOTESE  2  .............................................................................................................................  25   GRÁFICO  5  -­‐  ÍNDICE  SATISFAÇÃO  GLOBAL  -­‐  GRUPO  II  ........................................................................................................  25   GRÁFICO  6  -­‐  ÍNDICE  SATISFAÇÃO  GLOBAL  -­‐  GRUPO  III  .......................................................................................................  26   GRÁFICO  7  -­‐  ÍNDICE  DE  SATISFAÇÃO  GRUPO  IV  ................................................................................................................  26   GRÁFICO  8  -­‐  QUADRO  GERAL  DE  SATISFAÇÃO  NO  TRABALHO  GRUPOS  II,  III  E  IV  ....................................................................  27     Índice  de  Tabelas   TABELA  1-­‐  ANTIGUIDADE  EM  ANGOLA  ............................................................................................................................  18   TABELA  2  -­‐  ANTIGUIDADE  NA  CATEGORIA  .......................................................................................................................  19   TABELA  3  –  REMUNERAÇÃO  .........................................................................................................................................  19   TABELA  4  -­‐  PRÉMIOS  E  SUPLEMENTOS  ............................................................................................................................  19         Página  4  de  67  

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Índice  de  Anexo  Tabela   ANEXO  TABELA  1  -­‐  DIMENSÃO  QUANTITATIVA  .................................................................................................................  41   ANEXO  TABELA  2  -­‐  DIMENSÃO  QUANTITATIVA  .................................................................................................................  42   ANEXO  TABELA  3-­‐  DIMENSÃO  QUANTITATIVA  .................................................................................................................  43   ANEXO  TABELA  4  -­‐  IDADE  (DE  ACORDO  COM  O  GÉNERO)  ...................................................................................................  44   ANEXO  TABELA  5  -­‐  HORAS  DE  TRABALHO  ........................................................................................................................  44   ANEXO  TABELA  6  -­‐  II  GRAU  DE  CONDORDÂNCIA  ...............................................................................................................  45   ANEXO  TABELA  7  -­‐  III  GRAU  DE  FREQUÊNCIA  ...................................................................................................................  46   ANEXO  TABELA  8  -­‐  SE  FOSSE  POSSÍVEL  MUDAR  ALGO  RELATIVAMENTE  Á  MINHA  SITUAÇÃO  LABORAL,  OPTARIA  POR:  .......................  46   ANEXO  TABELA  9  -­‐  IV  GRUA  DE  SATISFAÇÃO  ...................................................................................................................  46   ANEXO  TABELA  10  -­‐  DADOS  DO  INQUÉRITO  ....................................................................................................................  47   ANEXO  TABELA  11  -­‐  VALIDAÇÃO  DE  HIPÓTESES  1  .............................................................................................................  48   ANEXO  TABELA  12  -­‐  VALIDAÇÃO  DE  HIPÓTESES  2  .............................................................................................................  49     Índice  de  Ilustrações   ILUSTRAÇÃO  1  -­‐  PARADIGMA  ORGANIZACIONAL  *“FIG.  ADAPTADA”  .....................................................................................  52       Índice  de  Tabelas  das  Teorias  Motivacionais   TEORIAS  MOTIVACIONAIS  TABELA  1  -­‐  PRINCIPAIS  TEORIAS  MOTIVACIONAIS  ..........................................................................  55   TEORIAS  MOTIVACIONAIS  TABELA  2  -­‐  PIRÂMIDE  DAS  NECESSIDADES  DE  MAZLOW  ..................................................................  56   TEORIAS  MOTIVACIONAIS  TABELA  3  -­‐  MODELO  ERG  DE  ALDERFER  .......................................................................................  59   TEORIAS  MOTIVACIONAIS  TABELA  4  -­‐  TEORIA  DE  KATZ  E  KAHN  -­‐  PADRÕES  DE  MOTIVAÇÃO,  SISTEMAS  E  RECOMPENSAS  E  TIPOS  DE   COMPORTAMENTO  PRODUZIDOS  ..........................................................................................................................  60   TEORIAS  MOTIVACIONAIS  TABELA  5  -­‐  TEORIA  DAS  EXPECTATIVAS  ........................................................................................  62  

       

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Resumo   Equacionando   a   dimensão   do   impacto   do   choque   económico   com   acentuada   descida   do   preço   de   petróleo   em   Angola   e   explorando   a   possibilidade   de   o   ambiente   ser   pouco   favorável   às   organizações   e   à   satisfação   no   trabalho,  este  artigo  cientifico  tem  como  questão  principal  saber  se  o  índice  de  satisfação  no  trabalho  diminuiu.     Parte  do  interesse  académico  e  profissional  aferir  a  importância  da  satisfação  no  trabalho.   De   acordo   com   a   literatura   pesquisada   e   a   fim   de   responder   à   questão   principal,   partiu-­‐se   de   duas   questões   complementares:   saber   se   a   motivação   está   intimamente   relacionada   à   satisfação   no   trabalho   e   se   os   trabalhadores  valorizam  as  políticas  de  formação  e  desenvolvimento  de  competências.   Foi   utilizada   uma   pesquisa   de   cunho   exploratório.   A   técnica   de   recolha   de   dados   foi   o   questionário   aos   setores   da  indústria  e  serviços,  colocando  on-­‐line.   Os   dados   secundários   resultaram   da   analise   qualitativa,   onde   se   avaliaram   causas   e   antecedentes   pela   comparação  direta  com  a  bibliografia  pesquisada.   Os   contributos   formulados   pelos   vários   autores   permitiram   equacionar   estratégias   à   investigação,   de   grande   valia   ao   presente   artigo   cientifico.   Os   resultados   demostraram   que   apesar   de   os   índices   de   satisfação   terem   descido,   a   motivação   é   muito   elevada   e   o   investimento   em   formação   valorizado   pelos   respondentes,   o   que   permitiu  validar  a  pertinência  e  importância  do  tema  como  instrumento  estratégico  na  criação  e  capitalização  de   valor.                   Palavras  Chave:  Satisfação  no  trabalho,    motivação,  clima  organizacional,  análise  multidimensional  e  teoria  da   satisfação.    

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Abstract   Equating  the  dimension  of  the  impact  of  the  economic  shock  with  sharp  fall  in  the  oil  price  in  Angola  and  exploring   the  possibility  of  the  environment  is  unfavourable  to  organizations  and  to  job  satisfaction,  this  scientific  paper's   main  issue  is  whether  the  level  of  satisfaction  at  work  decreased.     Part  of  the  academic  and  professional  interest  of  the  master  on  increased  knowledge  of  the  importance  of  job   satisfaction.
 According  to  the  literature  search,  and  to  answer  the  main  question,  it  was  split  in  two  complementary  questions:   whether   the   motivation   is   closely   related   to   job   satisfaction   and   workers   value   the   training   and   skills   development  policies.
 One   exploratory   research   was   used.   The   data   collection   technique   was   the   questionnaire   to   the   sectors   of   industry  and  services,  putting  online.
 Secondary  data  resulted  from  the  qualitative  analysis,  which  were  evaluated  causes  and  background  by  direct   comparison  to  the  studied  literature.
 The  contributions  made  by  various  authors  allowed  equate  strategies  research  of  great  value  to  this  scientific   paper.   The   results   showed   that   although   the   satisfaction   ratings   were   down,   the   motivation   is   very   high   and   investment  in  training  valued  by  respondents,  which  allowed  validate  the  relevance  and  importance  of  the  issue   as  a  strategic  tool  in  the  creation  and  capitalization  value.                     Keywords:   Job   satisfaction,   motivation,   organizational   climate,   multidimensional   analysis   and   theory   of   satisfaction.  

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Capítulo  1  –  Introdução   Este   artigo   teve   como   principal   objetivo   analisar   a   motivação   e   satisfação   dos   trabalhadores   em   Luanda,   atendendo   a   mudança   de   paradigma   provocado   pela   abrupta   descida   do   preço   do   petróleo   nos   mercados   internacionais,  que  tem  vindo  a  provocar  uma  acentuada  descida  nas  receitas  desde  2009.  Esta  diminuição  de   vendas   ao   exterior   e   várias   paragens   na   produção,   de   que   Portugal   é   um   dos   principais   abastecedores,   tem   acarretado  sérias  implicações  à  atividade  económica  do  país.   Equacionando  a  dimensão  do  impacto  do  choque  económico  na  economia  e  no  capital  humano,  fundamentais  à   prossecução  dos  objetivos  organizacionais,  e  explorando  a  possibilidade  de  que  a  adaptação  às  novas  exigências   e   expectativas   de   mercado   não   acompanhe.   Ao   ritmo   e   intensidade   do   novo   paradigma,   desenvolvendo-­‐se   um   ambiente  pouco  favorável  às  organizações  e  à  motivação  e  satisfação  dos  trabalhadores,  resultado  o  interesse   académico  e  profissional  do  mestrado  no  tema  da  satisfação  e  motivação  no  trabalho  como  objeto  de  estudo.   Em   termos   académicos,   através   de   um   maior   contributo   para   o   conhecimento   do   impacto   das   politicas   de   recursos   humanos   na   motivação   e   satisfação   no   trabalho   e   da   necessidade   da   sua   adequação   estratégica   às   rápidas  e  abruptas  mudanças  de  um  mercado  instável,  efêmero  e  implacável.   Em  termos  organizacionais,  com  indicadores  sobre  as  áreas  mais  sensíveis  resultantes  do  estudo  efetuado,  que   permite  traçar  estratégias  que  vão  ao  encontro  da  nova  ordem  que  se  avizinha.   Foi   grato   aferir   que   apesar   de   uma   ténue   insatisfação,   e   principalmente   em   termos   de   crise   e   turbulência,   o   índice   de   motivação   permanece   elevado   e   o   desejo   de   aperfeiçoar   e   realizar   o   melhor   e   da   melhor   maneira   possível   é   intrínseco   e   indissociável   aos   trabalhadores,   cada   vez   mais   qualificados   e   onde   saber   motivar   na   incerteza  faz  cada  vez  mas  sentido.   No  Capítulo  2  é  explanada  a  Revisão  Teórica  da  motivação  e  satisfação  no  trabalho.  A  visão  de  diversos  autores   sobre  a  sua  relevância  nas  empresas  e  organizações  para  a  melhoria  da  qualidade  dos  serviços,  da  satisfação,   acréscimo  de  receitas  e  aumento  do  volume  de  negócio.  Diversos  exemplos   são   apresentados   para   o   tema   em   análise.   Na   Análise   Empírica,   Capítulo   3   –   Define-­‐se   a   questão   de   base   e   questões   complementares   de   pesquisa,   o   problema  e  metodologia  de  análise,  através  de  pesquisa  bibliográfica  exploratória  e  consulta  on-­‐line  de  artigos,   revistas,   notícias   de   jornais,   tesses   e   mestrados.   É   definida   a   metodologia   de   tratamento   de   dados   na   sua   macroestrutura   e   microestrutura.   São   formuladas   hipóteses   a   comprovar   na   análise   posterior.   É   definido   o   modelo  de  tratamento  de  dados.  O  tratamento  de  dados  é  efetuado  com  recurso  ao  software  SPSS.   Os  resultados  são  apresentados  no  Capítulo  4    onde  se  caracteriza  a  análise  que  antecede  a  análise  e  discussão   de  resultados  recorrendo  a  gráficos  de  frequências  absolutas  e  relativas.   No   Capítulo   5   são   apresentadas   as   conclusões   de   pesquisa,   nomeadamente   sobre   as   questões   de   investigação,   abrindo-­‐se   caminhos   que   permitam   a   elaboração   de   previsões   e   estratégias   adequadas   ao   novo   paradigma   Página  8  de  67  

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através  de  um  maior  investimento  nas  oportunidade  de  crescimento,  e  desenvolvimento  pessoal,  tendo  em  vista   a  melhoria  da  performance  e  promoção  de  um  ambiente  que  favoreça  a  satisfação  no  trabalho  e  o  cumprimento   dos  objetivos  organizacionais.   É  assinalada  a  importância  da  atual  investigação  para  a  ciência,  abrindo  caminhos  para  a  importância  de  políticas   a  jusante,  principalmente  e  em  tempos  de  turbulência  dos  mercados,  e  de  uma  sistemática  preocupação  com  as   políticas   de   formação   e   desenvolvimento   pessoal   como   forma   de   resposta   a   um   mercado   cada   vez   mais   imprevisível  e  implacável,  bem  assim  reforço  da  importância  do  papel  da  liderança  em  saber  motivar  na  incerteza   e  turbulência.   As  limitações  para  futuras  investigações  são  apontadas  no  Capítulo  6  –  quer  na  vertente  empresarial  quer  na   vertente  académica,  e  as  implicações  na  Gestão  Empresarial  são  apresentadas  nas  secções  finais,  -­‐  Capítulo  7  –   assinalando   os   benefícios   que   estas   podem   obter   através   desta   abordagem,   apoiada   na   pesquisa   realizada   e   confirmada  através  de  casos  de  referência.  O  artigo  incorpora  uma  abrangente  revisão  da  literatura,  permitindo   compreender  conceitos,  evolução  e  uma  grande  parte  dos  contributos  que  os  diversos  autores  emprestaram  ao   tema,  apoiado  num  vasto  conjunto  de  referências  plasmados  na  bibliografia.    

Capítulo  2  –  Revisão  Teórica   “A  realidade  não  é  perfeita  nem  imperfeita.  A  realidade  é.”  [...]  “O  bom  gestor  não  é  aquele  que  melhor  conhece   as  novas  teorias  de  gestão,  mas  sim  aquele  que  consegue  melhores  resultados.”   (PEIXOTO,  2006,  p.  32).   Dada  a  natureza  deste  estudo  e  as  condições  contingenciais  da  variável  independente  (o  ambiente),  a  estratégia   adoptada   de   revisão   teórica   teve   por   suporte   as   contribuições   teóricas   de   McGregor,   nos   seus   estudos   sobre   a   importância  do  trabalho  e  da  motivação,  as  pesquisas  de  Lawrence  e  Lorsch  sobre  a  dependência  da  organização   ao  ambiente  externo,  que  o  condiciona  e  outros  teóricos.   Os  estudos  realizados  por  (McGregor,  1999)  no  seu  livro  o  lado  humano  da  empresa  tem  como  pressupostos   teóricos  que  a  gestão  parte  do  controle  dos  seus  recursos  humanos  e  que  estes  determinam  todo  o  carácter  da   empresa.  Os  recursos  humanos  são  o  todo  de  uma  peça.  Os  seus  estudos  resultam  das  preocupações  de  finais   da  década  de  60,  quando  um  vasto  sector  da  indústria  americana  tinha  como  estratégia  a  gestão  tradicional,   autoritária  e  mecanicista.   A  Teoria  X  representa  a  linha  do  pensamento  tradicional,  em  que  as  pessoas  preferiam  ser  dirigidas,  eram  vistas   como   pouco   responsáveis   ou   ambiciosas   e   o   trabalho   um   mal   necessário   para   se   ganhar   dinheiro.   Nesta   teoria   havia  apenas  um  pressuposto  válido  para  McGregor:  que  a  autoridade  era  indispensável  ao  controle  e  gestão.  

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A  Teoria  Y  tem  por  base  que  as  pessoas  querem  e  precisam  de  trabalhar,  cabendo  ás  organizações  criar  condições   que   proporcionem   o   desenvolvimento   pleno   das   suas   capacidades,   comprometimento   e   envolvimento   organizacional.   O   comprometimento   resultava   das   recompensas   e   as   mais   importantes   estavam   associadas   à   realização   pessoal   e   satisfação   do   ego.   Que   o   ser   humano   médio   aprendia   nas   condições   adequadas;   não   só   aceitava   como   procurava   responsabilidades;   tinha   capacidades   para   a   resolução   de   problemas   organizacionais,   imaginação,  engenho  e  criatividade.     A  Teoria  Y  serviu  de  base  para  a  projeção  da  fábrica  Procter  &  Gamble  na  Geórgia  na  década  de  50.  (RODRIGUES,   s.d.)   O  desempenho  das  equipas  autodirigidas  foi  muito  superior  quando  comparado  com  as  outras  fábricas  da   P&G,  estratégia  que  veio  a  influenciar  muitas  indústrias  norte-­‐americanas.     Relativamente   ao   processo   de   aquisição   de   novas   competências   considerava   relevantes   para   os   gestores   o   conhecimento  intelectual,  as  capacidades  manuais,  as  competências  na  resolução  de  problemas  e  a  interação   social,   com   tónica   para   a   importância   do   feedback,   cujo   desajustamento   era   tido   como   um   dos   principais   responsáveis  pelo  desequilíbrio  entre  o  comportamento  esperado  e  o  resultado  obtido.   Como  resultado  das  críticas  às  duas  Teorias,  por  se  excluírem  mutuamente,  surge  a  Teoria  Z,  que  propõe  uma   maior   preocupação   com   os   empregados,   controle   informal,   decisões   consensuais,   lentidão   nas   promoções,   excelência  na  transmissão  das  informações  no  sentido  descendente  e  ascendente.  (RODRIGUES,  s.d.)   Pelas  suas  características  e  particularidades,  mereceu  também  especial  atenção  nesta  revisão  teórica,  o  estudo   de  Lawrence  e  Lorsch,  cuja  pesquisa  demonstra  que  nada  é  absoluto  nas  teorias  de  gestão  e  que  as  regras  e   normas  devem  ajustar-­‐se  sistematicamente,  tendo  em  conta  as  mudanças  do  ambiente  e  da  tecnologia.  Segundo   Lawrence  e  Lorch,  as  condições  do  ambiente  são  responsáveis  pelas  transformações  no  seio  das  organizações.   As  características  ambientais  constituem  as  variáveis  independentes  e  as  organizacionais    dependentes.   No   modelo   proposto   por   Fiedler   na   Teoria   Contingencial   da   Liderança,   o   líder   deverá   ajustar   o   seu   estilo   consoante  as  várias  dimensões  situacionais.  As  dimensões  que  mais  influenciam  a  liderança  de  forma  eficaz  são   as  relações  entre  o  líder  e  os  seus  membros,  a  estrutura  da  tarefa  e  o  poder  ou  posição  do  líder.  As  principais   críticas  a  esta  teoria  centram-­‐se  na  sua  ênfase  ao  ambiente  e  tecnologia  e  compatibilização  entre  as  abordagens   do  sistema  aberto  e  fechado.   O   estudo   sobre   felicidade   corporativa   realizado   pela   filial   angolana   da   Janson   Associates,   em   parceria   com   a   (1)

Sinfic,  revela  que  pelo  menos  88,7%  dos  colaboradores  das  empresas  a  atuar  em  Luanda    são  felizes  ou  muito   felizes.  Este  estudo  é  suportado  nas  mais  recentes  contribuições  teóricas  e  práticas  e  em  vários  exemplos  de   empresas  e  marcas,  nomeadamente  o  estudo  da  Gallup,  consultora  norte-­‐americana,  que  aponta  entre  450  a   550  mil  milhões  de  dólares  de  prejuízo  por  ano  em  perda  de  produtividade,  causada  pelo  descontentamento  dos   funcionários,  desconhecendo-­‐se  os  valores  em  Angola.   _____________________________________________________________________________________________________     (1)  Revista  E  &  M  –  Economia  e  Mercado,  Setembro  2014  –  Ano  17  –  Nº  120  “Felicidade  Corporativa  –  Os  trabalhadores  Angolanos  são  mais   Felizes?  Estudo  da  Jason  em  parceria  com  o  Sinfic   Página  10  de  67  

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Na   revisão   teórica   dos   estudos   mais   recentes   verificou-­‐se   que   as   empresas   utilizam   diversas   abordagens   no   estudo  da  satisfação  no  trabalho,  desde  o  conteúdo  do  trabalho  a  aspectos  psicossociais,  até  a  sua  expansão   para  outros  contextos  como  a  vida  social  do  indivíduo  (Sant  anna  &  Moraes,  2011).  “A  satisfação  no  trabalho  […]   é  uma  variável  de  atitude  que  reflete  como  a  pessoa  se  sente  em  relação  ao  trabalho  de  forma  geral  e  em  seus   vários  aspectos”  (SPECTOR  P.  E.,  2006,  p.  221).   Esta   dúvida   sobre   quais   as   variáveis   implicadas   na   satisfação   individual   tem   levado   a   adopção   de   diferentes   abordagens   na   óptica   da   personalidade,   do   ambiente   ou   ainda   numa   interação   que   combine   fatores   de   personalidade   e   fatores   ambientais   (SPECTOR   P.   E.,   2006)   .Consideram-­‐se     fatores   ambientais   os   que   atuam   na   satisfação  no  trabalho  e  características  do  trabalho,  do  ambiente,  as  tarefas  e  diversos  aspectos  organizacionais   que  influenciam  diretamente  na  satisfação  do  trabalho.   A  complexidade  e  os  desafios  teóricos  resultam  de  cinco  características  individuais  do  trabalho  ou  abrangência.   Quanto  maior  a  abrangência  do  trabalho,  maior  a  satisfação  individual.  (Hackman,  1976)  &  (SPECTOR  P.  E.,  2006).   Estas   incluem   a   variedade   das   habilidades   necessárias   à   realização   do   trabalho;   a   identidade   da   tarefa   (se   realizada  no  todo  ou  em  parte),  a  importância  ou  impacto  do  trabalho  sobre  os  outros;  a  autonomia  e  liberdade   de   atuação   dentro   dos   objetivos   e   o   feedback,   retorno   de   correção   do   próprio   trabalho,   com   destaque   na   percepção  do  indivíduo  da  influência  direta  do  seu  trabalho  na  motivação  e  a  importância  do  seu  contributo  para   a  organização.   Os   estudos   efetuados   por   Peretomode   (1991)   e   Whawo   (1003),   citados   por   (Wadhwa,   2011-­‐A,   pp.   109-­‐111),     sobre   os   fatores   que   influenciam   a   satisfação   no   trabalho   no   sector   indústria   em   Clermont,   são   apontados   o     trabalho  e  o  seu  conteúdo,  bem  assim  que  esta  será  tanto  maior  quanto  maior  for  o  prestígio  do  trabalho,  com   tónica   no   investimento   organizacional   em   melhores   salários,   autonomia   no   trabalho,   oportunidades   de   promoção,  qualidade  da  supervisão,  boas  condições  de  trabalho,  eficácia  percebida  e  apoios  sociais  e  a  qualidade   dos  serviços  oferecidos  como  resultado  da  satisfação  no  trabalho.     2.1.  Satisfação  no  Trabalho   Segundo  (SCHERMERN,  1998,  p.  8),  “a  satisfação  no  trabalho  é  uma  atitude  que  reflete  o  grau  segundo  o  qual  as   pessoas  se  sentem  de  forma  positiva  ou  negativa  em  relação  ao  trabalho  e  às  suas  várias  facetas”.  É  uma  atitude   ou  resposta  emocional  às  tarefas  de  trabalho  e  condições  físicas  e  sociais  do  local  de  trabalho  (SCHERMERN,   1998,  p.  6)   Quando   os   aspetos   que   envolvem   o   trabalho   são   compensadores   desenvolve-­‐se   o   sentimento   de   pertença.   Sentindo-­‐se  parte  da  empresa,  há  uma  maior  motivação  e  aumento  de  produção  (ROBBINS  S.  P.,  1991,  p.  109).   Nos   estudos   sobre   a   satisfação   e   o   envolvimento   com   o   trabalho   e   níveis   de   produtividade   e   desempenho,   ZANELLI,  BORGES-­‐ANDRADE,  BASTOS  E  COLS  (2004),  destacam  que  a  satisfação  no  trabalho  é  a  consequência   dos  estudos  desenvolvidos  por  pesquisadores  “o  corpo  teórico  passou  a  ser  usado  no  processo  de  formação  de   competências   para   que   seja   possível   o   planeamento   de   estratégias   e   metas   organizacionais   com   base   no   Página  11  de  67  

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aumento   da     satisfação,   envolvimento,   compromisso,     produtividade   e   desempenho,   tendo   em   vista   a   redução   de  custos,  aumento  dos  lucros  e  estabilidade  organizacional.   2.2.  Fatores  Relacionados  com  Satisfação  no  Trabalho   Assim   como   o   clima,   a   liderança   e   o   estilo   de   liderança   são   fundamentais   à   satisfação   no   trabalho,   comprometimento,   confiança,   segurança,   valorização   através   do   feedback,   respeito   e   credibilidade,   fatores   motivacionais  que  elevam  a  satisfação  (CHIAVENATO,  1988).  Tanto  para  (José  Carlos  ZANELLI,  2004)  quanto  para   (SPECTOR  P.  E.,  2006),  os  trabalhadores  devem  estar  conectados  ao  desempenho  organizacional  para  alcançar   os  objetivos  organizacionais.  Para  (SPECTOR   P.   E.,   2006),   a   satisfação   no   trabalho   resulta   da   adequação   entre   o   indivíduo  e  o  trabalho.  Os  fatores  que  conduzem  à  satisfação  (produtividade)  ou  à  insatisfação  (absentismo  e   rotatividade)  são  a  realização,  o  crescimento,  o  reconhecimento,  a  administração  da  empresa,  o  trabalho  em  si,   o   relacionamento   com   os   superiores,   a   responsabilidade,   as   condições   de   trabalho,   o   progresso,   o   salário,   relacionamento  com  os  colegas,  a  vida  pessoal,  a  segurança  e  o  status.   2.3.  Níveis  de  Satisfação     Existem  duas  abordagens  para  o  estudo  de  satisfação  no  trabalho.  (SPECTOR  P.  E.,  2006).  Na  abordagem  global,   a  satisfação  no  trabalho  é  um  sentimento  único,  um  todo,  apresenta  um  único  índice  global  de  satisfação.  Na   abordagem   em   facetas   e   aspetos,   o   indivíduo   apresenta   diferentes   níveis   de   satisfação   em   relação   ás   várias   facetas.  A  satisfação  global  pode  ser  interpretada  como  um  índice  geral  de  satisfação  ou  índice  de  diferentes   facetas.   Todos  estes  estudos  são  suportados  nas  mais  recentes  contribuições  teóricas  e  práticas  e  em  vários  exemplos  de   empresas  e  marcas.  A  Revisão  da  Literatura  permitiu  compreender  conceitos,  evolução  e  uma  grande  parte  dos   contributos   que   os   diversos   autores   emprestaram   ao   tema   da   satisfação   no   trabalho,   apoiado   num   vasto   conjunto  de  referências  constantes  da  bibliografia.  

  Capítulo  3  –  Análise  Empírica   3.1.  Definição  do  Problema   Ao  longo  da  literatura,  retém-­‐se  alguns  contributos  formulados  pelos  diversos  autores,  de  grande  valia  para  o   presente   trabalho   de   investigação.   Partiu-­‐se   do   pressuposto   que   as   condições   organizacionais   são   ditadas   pelo   ambiente,   dinâmico,   instável   e   contingencial,   cujos   agentes   desencadeiam   mudanças   e   influências   recíprocas   onde   novas   oportunidades   e   ameaças   influenciam   toda   a   estrutura   organizacional   e   seus   processos   internos   (RODRIGUES,  s.d.)  .   Teve-­‐se   em   consideração   que   o   clima,   a   liderança   e   o   estilo   de   liderança   são   fundamentais   à   satisfação   no   trabalho   e   que   o   comprometimento,   confiança,   segurança,   valorização   através   do   feedback,   respeito   e   Página  12  de  67  

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credibilidade,   são   fatores   motivacionais   que   elevam   a   satisfação   os   trabalhadores,   os   quais   devem   estar   conectados  ao  desempenho  organizacional  para  alcançar  os  objetivos  organizacionais.   Considerando  que  os  fatores  que  conduzem  à  satisfação  (produtividade)  ou  à  insatisfação  (absentismo   e   rotatividade)   são   a   realização,   o   crescimento,   o   reconhecimento,   a   administração   da   empresa,   o   trabalho  em  si,  o  relacionamento  com  os  superiores,  a  responsabilidade,  as  condições  de  trabalho,  o   progresso,  o  salário,  relacionamento  com  os  colegas,  a  vida  pessoal,  a  segurança  e  o  status  e  que  a   satisfação  resulta  da  adequação  entre  o  indivíduo  e  o  trabalho  (SPECTOR  P.  E.,  2006),  e  equacionando   todas  estas  questões,  procedeu-­se  à  definição  do  problema.   A  questão  principal  é  saber  se  o  índice  de  satisfação  no  trabalho  diminuiu  em  relação  aos  últimos  anos.   H.  O  Índice  de  satisfação  dos  trabalhadores  em  Luanda  diminuiu  em  relação  aos  últimos  anos?   De   acordo   com   a   literatura   pesquisada   e   a   fim   de   responder   à   questão   principal,   partiu-­‐se   de   duas   questões   complementares:     H1.  A  motivação  está  relacionada  à  satisfação  no  trabalho?   H2.    O  investimento  em  políticas  de  formação  e  desenvolvimento  é  valorizado?   Será   expectável   que   ao   longo   desta   pesquisa   e   do   universo   a   estudar   se   possa   aferir   da   importância   que   os   trabalhadores   e   organizações   atribuem   à   satisfação   no   trabalho.   Procuraremos   avaliar   em   que   medida   a   motivação  está  intimamente  ligada  à  satisfação  e  em  que  medida  o  investimento  organizacional  em  formação  e   desenvolvimento   de   competências   é   valorizado   pelos   trabalhadores.   Em   alternativa,   poderá   ocorrer   a   não   confirmação   do   valor   estratégico   da   satisfação   no   trabalho   e/ou   o   desconhecimento   ou   desinteresse   pelas   questões  da  pesquisa.     3.2.  Dados    

A  recolha  de  dados  teve  em  conta  uma  análise  exaustiva  com  o  objetivo  de  se  proceder  ao  estudo  dos  

aspectos  mais  relevantes  ao  processo  de  tomada  de  decisão,  que  recaiu  sobre  a  realização  de  um  questionário,   com  entrevistas  semiestruturadas,  com  recolha  de  informações  sobre  o  perfil  dos  sujeitos,  além  de  aspectos  que   lhe  traziam  satisfação  e/ou  insatisfação  no  trabalho  (Apêndice).   Desenvolveram-­‐se  dois  tipos  de  abordagem:  a  análise  qualitativa  e  a  análise  quantitativa.  A  primeira  procura  foi   caracterizar  e  compreender  os  fenómenos  através  de  uma  estratégia  indutiva,  utilizando  métodos  de  observação   ou  recolha  de  pensamentos  teóricos,  tendo  em  vista  o  estudo  de  aspectos  mais  relevantes.  Por  outro  lado,  a   análise   quantitativa   tem   por   objetivo   a   obtenção   de   informação   quantificável   capaz   de   ser   generalizada   à   população.  É  a  estratégia  dedutiva.     Privilegiar-­‐se-­‐á  a  análise  quantitativa  e  a  sua  aplicação  terá  por  fonte  os  dados  obtidos  através  do  questionário.  

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3.3.  Metodologia   O  procedimento  metodológico  adoptado  na  elaboração  do  presente  trabalho  tem  por  base  um  Estudo  de  Caso,   com  recurso  à  investigação  qualitativa  e  quantitativa,  com  recurso  aos  métodos  descritivo  e  inferencial.  (CARMO,   p.  47)   A  investigação  qualitativa,  essencialmente  descritiva,  teve  como  principal  objeto  a  compreensão  dos  processos   que   contribuem   para   um   fenómeno   ou   acontecimento   mais   geral  (VELOSO,   2007,   p.   79).   Através   desta   análise,   pretendeu-­‐se   descrever,   interpretar   e   avaliar   a   questão   motivacional   no   âmbito   das   políticas   de   recursos   humanos  praticadas,  sem  procurar  controla-­‐la.  Foi  utilizada  para  encontrar  relações  entre  variáveis.  A  descrição   foi  feita  com  recurso  ao  tratamento  estatístico  dos  dados  recolhidos,  testando  as  teorias.     Os  estudos  de  caso  constituem  um  tipo  particular  de  investigação  qualitativa  (VELOSO,  2007,  pp.  79-­‐80).“  um   estudo  de  caso  é  uma  pesquisa  empírica  que  investiga  um  fenómeno  contemporâneo  no  seu  contexto  de  vida   real,  especialmente  quando  os  limites  entre  o  fenómeno  e  o  contexto  não  são  claramente  evidentes  .     O   método   descritivo   teve   como   principal   objetivo   a   caracterização   precisa   das   variáveis   envolvidas   no   acontecimento   ou   fenómeno   (FREIXO,   2009,   pp.   106,107)   já   que   características   dos   estudos   qualitativos   reside   no  facto  de  serem,  descritivos,  pois  “o  produto  final  é  uma  descrição”  ...  “do  fenómeno  que  está  a  ser  estudado”   (FREIXO,  2009,  p.  111).   Esta  pesquisa  foi  definida  como  de  cunho  exploratório.  Teve  por  objetivo  investigar  os  aspectos  e/ou  facetas  que   estão  em  evidência  na  satisfação  no  trabalho  em  um  grupo  específico  de  profissionais.   O  seu  cunho  exploratório  tem  por  finalidade  proporcionar  mais  informações  sobre  a  satisfação  no  trabalho,  bem   como   uma   maior   intimidade   com   o   problema,   com   vista   a   torná-­‐lo   mais   explícito.   O   universo   de   estudo   é   representado  por  uma  amostragem  de  colaboradores  de  empresas  das  áreas  do  sector  da  indústria  e  serviços  a   laborar  em  Luanda.   Na  tentativa  de  uma  maior  compreensão  de  ambos  os  sectores  relativamente  ao  desenvolvido  na  análise  teórica   e   encontrar   respostas   às   questões   em   investigação,   foi   elaborado   um   questionário   de   aplicação   online   à   população  alvo.   A  técnicas  de  recolha  de  dados  utilizadas  foi  o  Questionário  por  se  tratar  de  um  instrumento  de  medida,  que   “traduz  os  objetivos  de  um  estudo  com  variáveis  mensuráveis”  (FREIXO,  2009,  p.  196),  técnica  mais  adequada  ao   estudo   ora   pretendido,   ao   permitir   manter   o   anonimato   dos   inquiridos   e   garantir   o   afastamento   necessário   do   investigador  no  momento  da  recolha  de  dados.  

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3.3.1.  Macro-­Estrutura   O  modelo  de  Inquérito  utilizado  foi  adaptado  do  inquérito  realizado  por  (SIQUEIRA,  2008)  este      inicia-­‐se  com   uma  breve  introdução  do  âmbito  de  pesquisa  sobre  a  satisfação  no  trabalho  dos  colaboradores  de  empresas  dos   sectores  da  indústria  e  serviços  a  operar  em  Luanda  como  objeto  de  estudo.   Os   inquiridos   aceitaram   participar   na   pesquisa,   conscientes   do   uso   dos   resultados   para   fins   académicos,   foi   esclarecido  que  as  respostas  são  confidenciais  e  que  não  seriam  alvo  de  análises  individuais.  O  tempo  de  resposta   médio  a  este  inquérito  foi  de  cerca  de  6  minutos  para  ambos  os  sectores.  As  primeiras  questões  do  questionário   são  de  elegibilidade  de  modo  a  garantir  a  fiabilidade  dos  dados.   3.3.2.  Microestrutura  Tronco  Comum   Com  o  propósito  de  analisar  a  motivação  dos  recursos  humanos  em  empresas  locais  e  o  objetivo  de  orientar  a   recolha  e  análise  de  dados,  procedeu-­‐se  à  recolha  de  dados  através  de  Inquéritos  on-­‐line.  Estes  foram  alvo  de   um  pré-­‐teste  a  uma  amostra  aleatória  de  10  funcionários.  A  versão  final  do  Inquérito  foi  colocada  on-­‐line  no  dia   7  de  Maio  de  2015  e  a  recepção  de  respostas  terminou  no  dia  30  do  mesmo  mês  e  ano.  Os  dados  primários  foram   obtidos  através  de  questionário  adaptado  de  instrumento  validado,  conhecido  como  EST  (Escala  de  Satisfação   no   Trabalho),   modelo   (SIQUEIRA,   2008),  

(4)

  com   complementos   para   análise   do   perfil   dos   inquiridos,  

compreendendo  no  total  42  questões  (49  EST  e  15  para  análise  do  perfil  do  entrevistado).   _________________________________________________________________________________   (4)  Inquérito  realizado  no  âmbito  da  tese  submetida  em  2008  por  (NOGUEIRA,  2008),  como  requisito  parcial  para  a  obtenção   do  grau  de  Mestre  em  sociologia,  especialidade  em  Organizações,  Trabalho  e  Emprego,  pelo  Instituto  de  Ciências  do  Trabalho   e  Empresa  intitulado:  Qualidade  e  Satisfação  em  Serviços  de  Saúde:  Uma  abordagem  de  Avaliação  de  Desempenho.  

   

Encontra-­‐se   estruturado   em   quatro   grupos. Pretende-­‐se,   através   do   primeiro   grupo,   a   caracterização   do   funcionário  inquirido,  salvaguardando  o  seu  anonimato.  O  segundo  tem  em  vista  a  obtenção  de  opiniões  acerca   da   situação   laboral;   O   terceiro,   aferir   o   nível   de   motivação   e   o   quarto   Grupo   destina-­‐se   a   analisar   o   nível   de    

satisfação  dos  inquiridos  no  seu  local  de  trabalho  e  ao  trabalho  em  si. Os  dados  secundários  foram  obtidos  através   da  análise  qualitativa.    

 

Foram  utilizados  os  seguintes  tipos  de  variáveis:  variável  ordinal,  para  resposta  aos  items  dimensões,  tipo  likert,   variando  de  1  a  5,  sendo  1  discordo  totalmente  e  5  concordo  totalmente.  Variável  nominal  (sexo,  escolaridade,   estado  civil,  cargo),  variável  numérica  intervalar  (tempo  de  serviço  e  faixa  etária).     O   instrumento   foi   aplicado   pelo   próprio   pesquisador.   Os   dados   foram   tratados   de   forma   quantitativa,   apresentados  em  forma  de  gráficos,  seguidos  de  comentários.  Utilizou-­‐se  a  técnica  de  análise  de  conteúdo  para   a   análise   de   dados,   na   qual   se   avaliaram   as   causas   e   os   antecedentes   do   discurso   e   as   condições   em   que   se   realizou  por  comparação  direta  com  a  bibliografia  pesquisada  (RICHARDSON,  1999).  As  respostas  dos  inquiridos   Página  15  de  67  

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foram  analisadas  e  categorizadas  com  o  objetivo  de  descrever  sistematicamente  a  substância  das  comunicações   (Lakatos  &  Marconi,  2010)   3.4.  Hipóteses   Este   artigo   contempla   a   formulação   de   duas   hipóteses  de  pesquisa  para  cada  variável  explicativa  e  encontra-­‐se   materializada  em  questões  complementares  a  comprovar  na  análise  de  dados.   H1.  A  motivação  está  relacionada  à  satisfação  no  trabalho?   Assim   como   o   clima,   a   liderança   e   o   estilo   de   liderança   são   fundamentais   à   satisfação   no   trabalho,   comprometimento,   confiança,   segurança,   valorização   através   do   feedback,   respeito   e   credibilidade,   fatores   motivacionais  que  elevam  a  satisfação  (CHIAVENATO,  1988)  Para  (SPECTOR  P.  E.,  2006),  a  satisfação  no  trabalho   resulta   das   oportunidades   de   realização,   o   crescimento,   o   reconhecimento,   a   administração   da   empresa,   o   trabalho  em  si,  o  relacionamento  com  os  superiores,  a  responsabilidade,  as  condições  de  trabalho,  o  progresso,   o  salário,  relacionamento  com  os  colegas,  a  vida  pessoal,  a  segurança  e  o  status.   Para  encontrar  resposta  a  questão  H1,  observam-­‐se,  preponderantemente,  as  seguintes  questões:   “Qual   o   clima   organizacional?   “   Encontra-­‐se   satisfeito   com   as   condições   de   trabalho?   “   Sente-­‐se   valorização   através  do  feedback”?  “Considera  o  seu  trabalho  é  reconhecido”?  “Está  satisfeito  com  o  relacionamento  com  os   seus  colegas”?  “Sente-­‐se  motivado  para  realizar  um  trabalho  de  qualidade”?  “Sente-­‐se  integrado  na  empresa”?   “Recomendaria  esta  empresa  como  um  bom  local  de  trabalho?  “”O  conforto  e  Higiene  são  adequados”?  “Como   classifica  o  espírito  de  Equipa”?  “E  o  tratamento  interno  de  conflitos,  queixas,  problemas  e  reclamações”?   H2.    O  investimento  em  políticas  de  formação  e  desenvolvimento  é  valorizado?   O   estudo   de   vários   autores   defende   a   importância   das   oportunidades   de   crescimento   e   realização   para   a   satisfação  no  trabalho.  O  estudo  do  Banco  de  Fomento  de  Angola,  Agência  do  Huambo,  já  aqui  citado,  reforça  a   tese  de  que  a  valorização  do  capital  humano  deve  ser  feita  através  da  aprendizagem  e  prossecução  dos  objetivos   organizacionais,   programas   de   melhoria   da   qualidade   e   na   promoção   de   um   ambiente   que   favoreça   o   cumprimento   dos   objetivos   indivíduo/trabalhador   na   empresa.   A   Teoria   Y   defende   que   cabe   organizações   criar   condições  que  proporcionem  o  desenvolvimento  pleno  das  suas  capacidades,  comprometimento  e  envolvimento   organizacional.   O   comprometimento   resultava   das   recompensas   e   as   mais   importantes   estavam   associadas   à   realização   pessoal   e   satisfação   do   ego.   A   gestão   deveria   ter   competências   na   resolução   de   problemas   e   a   interação   social,   com   tónica   para   a   importância   do   feedback,   cujo   desajustamento   era   tido   como   um   dos   principais   responsáveis   pelo   desiquilíbrio   entre   o   comportamento   esperado   e   o   resultado   obtido.   Esta   teoria   serviu  de  base  para  a  projeção  da  fábrica  Procter  &  Gamble  na  Geórgia  na  década  de  50.  (RODRIGUES,  s.d.)  O   desempenho  das  equipas  autodirigidas  foi  muito  superior  quando  comparado  com  as  outras  fábricas  da  P&G,   estratégia  que  veio  a  influenciar  muitas  indústrias  norte-­‐americanas.    

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Para  encontrar  resposta  à  questão  H  2,  observam-­‐se  preponderantemente  as  seguintes  questões:  “a  valorização   do   capital   humano   é   feita   através   de   ações   de   formação”?     “Como   classifica   o   feedback   recebido”?   “Recebe   ordens  concretas  sobre  as  tarefas  a  executar”?    

Capítulo  4  –  Resultados   4.1.  Caraterização  da  amostra   A  maioria  dos  respondentes  pertencia  ao  sector  dos  serviços,  67%  ,  e  33%      da  indústria.  A    média  etária    era  de   35  anos  de  idade.    29%  tinham  entre  os  22  e  30  anos,  51%  entre  31  a  40.  A  idade  mínima  era  de  22  e  a  máxima   de  60  anos  de  idade.  O  género  masculino  representava  55,6%  e  o  feminino  44,4%,  registando  um  maior  número   com  idade  compreendida  entre  os  21  e  25  anos  e  dos  46  aos  60  anos.  Dos  26  aos  30  anos  existe  um  equilíbrio  de   género.  Dos  36  aos  45  anos  de  idade  a  percentagem  de  homens  foi  superior.    

Idade  Género  Masculino  e  Feminino 25

21

20 14

15 10

9 6

13

8 8

8

8 3

5

2

3 0

0 21  -­‐ 25

26  -­‐ 30

31  -­‐ 35

36  -­‐ 40 M

41  -­‐ 45

46  -­‐ 50

1

51  -­‐ 55

1

3

56  -­‐ 60

F

  Gráfico  1  -­‐  Idade  Género  Masculino  e  Feminino     Fonte:  Dados  do  Inquérito  

Relativamente  ao  estado  civil,  47%  eram  solteiros  e  46%  casados.  51%  não  tinham  filhos,  19%  tinha  1  filho,  26%   2  filhos  e  8%  3  ou  mais  filhos.   A  maioria  era  de  nacionalidade  portuguesa,  56%  e  39%  angolanos.  Brasileiros  3%,  Argentinos,  Israelitas  e  Croata   com  1%  cada.  (Tabela  nº  2  –  Dimensões  Quantitativas  –  Respostas  ao  Questionário  à  Satisfação  ao  Trabalho  em   anexo).  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Quanto  ás  habilitações  literárias,  67%  possuía  o  curso  superior,  distribuído  como  segue:  9%  com  o  9º  Ano,  8%   Curso   Técnico   /   Profissional,   19%   o   12º   Ano,   10%   Bacharelato,   30%   Licenciatura,   10%   Pós-­‐Graduação,   10%   Mestrado,  3%  MBA  e  1%  Doutoramento.   Verificou-­‐se   uma   grande   heterogeneidade   profissional,   com   maior   representatividade   para   o   cargo   de   Direção,   (28%).   13%   de   Técnicos   Especializados,   10%   Administrativos,   10%   Coordenadores,   8,5%   vendedores   e   outras   categorias   profissionais,   (Gráfico   nº   2).   Destes,   51%   tinha   contrato   de   trabalho   a   termo   certo,   26%   a   termo   incerto  e  16%  contrato  de  trabalho  sem  termo.    Registaram-­‐se  2,5%  de  vínculos  laborais  relativos  a  prestação  de   serviços,  e  um  quadro  da  empresa,  1  efetivo,  1  contrato  de  trabalho  a  termo  indeterminado  e  1  proprietária.-­‐   Tabela  nº  1  Anexa.   4.2.  Análise  de  resultados   Os  dados  secundários  serão  obtidos  através  da  análise  qualitativa,  com  recurso  à  técnica  de  análise  de  conteúdo   na  análise  de  dados.     As   causas   e   antecedentes   do   discurso   serão   analisados   através   da   comparação   direta   com   a   bibliografia   pesquisada,  de  grande  valia  para  o  presente  artigo  científico,  estratégia  a  seguir  na  obtenção  de  resultados  à   questão  principal.   Os   resultados   sobre   Políticas   salariais   e   benefícios   foram   os   seguintes:   61%   estavam   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos  com  a  atual  remuneração  e  23%  recebiam  prémios  ou  outros  suplementos  remuneratórios.  O  próprio   salário  é  percebido  pelo  indivídou  para  executar  o  serviço  (CARAVANTES,  1998,  pp.  71-­‐77-­‐78).   Relativamente   ás   horas   de   trabalho,   verificou-­‐se   que   53%   trabalhavam   mais   de   44   horas   semanais,   20%   40   h   e   13%  32h  ou  menos.-­‐  Tabela  nº  3  em  anexo.     Antiguidade  em  Angola:    dos  respondentes,  35%  vivia  a  4  ou  mais  anos,  27%  de  2  a  3  anos,  16%  a  1ou  menos   anos  e  24%  sempre  viveu  em  Angola.  Sendo  que  39%  dos  respondentes  é  angolano,  e  apenas  24%  sempre  viveu   em  Angola,  em  alguma  fase  da  vida  15%  se  encontrou  ausente  do  país.     ANTIGUIDADE  EN  ANGOLA  

TOTAL  

%  

Menos  de  1  ano  

9  

8,5%  

1  ano  

7  

6,5%  

2  anos  

10  

9%  

3  anos  

17  

16%  

4  anos  

10  

9%  

5  anos  

3  

3%  

mais  de  6  anos  

22  

20%  

Sempre  vivi  em  Angola  

30  

28%  

108  

100%  

TOTAIS  

    Tabela  1-­‐  Antiguidade  em  Angola   Fonte:  Dados  do  Inquérito   Página  18  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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  ANTIGUIDADE  NA  CATEGORIA  

   

   

15  

14%  

1  ano  

5  

4,5%  

2  anos  

19  

18%  

3  anos  

11  

10%  

4  anos  

4  

3,5%  

Menos  de  1  ano  

5  anos   Mais  de  6  anos   TOTAIS  

9  

8%  

45  

42%  

108   100%  

    Tabela  2  -­‐  Antiguidade  na  Categoria   Fonte:  Dados  do  Inquérito  

  Da  análise  à  antiguidade  na  categoria  resulta  que  50%  da  amostra  se  mantém  no  emprego  a  5  ou  mais  anos,   concluindo-­‐se  que  as  necessidades  de  segurança  e  auto  realização  (SAMPAIO,  2009)  de  Maslow  se  encontram   satisfeitas.  O  remanescente  encontra-­‐se  a  4  ou  menos  anos.  Para  Maslow,  todas  as  necessidades  motivam,  para   Herzberg,  nem  todas  as  necessidades  motivam,  algumas  apenas  evitam  a  não  satisfação.              

REMUNERAÇÃO  

 

 

Total  

%  

66  

61%  

Está  satisfeito  com  a  atual   remuneração  mensal?   Sim   Não   TOTAIS  

42  

39%  

108  

100%  

  Tabela  3  –  Remuneração   Fonte:  Dados  do  Inquérito      

     

Recebe  prémio  ou   suplemento  mensal?   Sim   Não   TOTAIS  

   

   

25  

23%  

83  

77%  

108  

100%  

  Tabela  4  -­‐  Prémios  e  Suplementos   Fonte:  Dados  do  Inquérito  

 

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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As  necessidades  de  existência  ou  necessidades  básicas  (comida,  vestuário,  ar,  água,  etc),  são  também  satisfeitas   com  os  salários,  benefícios  e  condições  de  trabalho,  também  consideradas  necessidades  de  existência.  62%  dos   inquiridos  estava  satisfeito  com  a  sua  atual  remuneração  e  39%  não.  Recebiam  prémios  ou  suplementos  mensais   23%.  Quando  inquiridos  no  último  grupo  se  o  suplemento  remuneratório  ou  prémio  mensal  estava  de  acordo   com  as  suas  expetativas  41%  estava  satisfeito  ou  muito  satisfeito.    Estes  resultados  vão  ao  encontro  da  Teoria  Y,   em  que  recompensas  são  um  investimento  para  que  os  trabalhadores  estejam  sempre  motivados  a  ultrapassar   os  desafios  e  concretizar  os  objetivos  organizacionais,  (MAcGREGOR,  1992  -­‐  2ª  Edição)  e  que,  se  as  condições   forem   favoráveis,   os   trabalhadores   são   dominados   por   necessidades   de   ordem   superior,   como   desafios,   participação  e  influências  na  tomada  de  decisão.   A  pesquisa  do  clima  organizacional,  permitiu  estudar  a  empresa  e  medir  o  grau  de  satisfação  dos  empregados   em  diferentes  aspectos.  Dos  respondentes  53%  estava  satisfeito  ou  muito  satisfeito  com  o  clima  organizacional,   22%  indiferentes  e  25%  insatisfeitos.  Relativamente  ao  ambiente  com  os  colegas  de  trabalho,  o  grau  de  satisfação   foi  de  74%.      70%  encontrava-­‐se  satisfeita  ou  muito  satisfeita  com  as  tarefas  que  lhe  são  atribuídas,  53%  que   recebia  uma  remuneração  justa  pelo  trabalho  que  fazia,  64%  concordou  que  estava  informado  sobre  os  assuntos   correntes  do  seu  serviço  e  60%  que  a  empresa  disponibilizava  apoio  técnico  para  a  realização  dos  serviços.  De   acordo   com   o   modelo   proposto   por   (ZANELLI,   BORGES   ANDRADE,   &   BASTOS,   2004),   pode-­‐se   comparar   e   identificar  que  a  satisfação  está  diretamente  ligada  a  esses  cinco  fatores:  colegas,  chefia,  trabalho,  promoções  e   salário.  Comparando  a  (Hackman,  1976)  á  satisfação  no  trabalho  depende  do  desenvolvimento  das  tarefas,  a  sua   identidade,   significado,   autonomia   e   feedback.   Estabelecer   e   manter   relações   interpessoais   com   colegas,   superiores,  subordinados,  amigos  e  família  incluem-­‐se  nas  necessidades  de  relacionamento  (ADELFER,  1972)  .   Sobre   a   importância   da   necessidade   de   crescimento   (ADELFER,   1972),   42%   dos   respondentes   estavam   insatisfeitos   com   as   facilidades   de   acesso   a   ações   de   formação   para   aperfeiçoamento   de   competências,   35%   indiferentes  e  33%  satisfeitos  ou  muito  insatisfeitos.  Nos  seus  estudos  sobre  a  prática  da  teoria  e  métodos  de   diagnóstico  organizacional,  este  enfatiza  a  importância  da  necessidade  de  crescimento,  como  tentativa  individual   de  se  encontrar  oportunidades  únicas  de  desenvolvimento  pessoal.  O  trabalho  trazia  prestigio  social  para  55%  e   30%  dos  respondentes  consideram-­‐se  de  insatisfeitos.   93%   dos   respondentes   gostavam   de   dar   o   seu   melhor   mesmo   que   para   tal   não   lhes   fosse   solicitado,   2,5%   discordava  e  4,5%  indecisos.   Relativamente  ao  grau  de  integração  na  empresa,  80%  estavam  totalmente  integrados  e  para  16%  discordaram.   Do  relacionamento  entre  os  colegas,  66%  afirmou  que  podia  contar  com  a  colaboração  dos  colegas  e  62%  com  o   apoio  da  empresa  quando  surgiam  dificuldades.   Recomendariam  a  sua  empresa  como  um  bom  local  de  trabalho  68,5%  dos  respondentes.  18%  de  indecisos  e   13,5%  não  recomendaria.    56%  dos  respondentes  consideraram  que  a  empresa  onde  trabalhavam  era  excelente   para  os  seus  funcionários,  29%  eram  indiferentes  e  15%  não  concordaram.       Revelaram  satisfação  com  o  departamento/secção  em  que  se  encontram  a  trabalhar  64%,  15%  indiferentes  e   apenas  21%  consideraram  que  estavam  melhor  no  anterior.   Página  20  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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O  atual  emprego  correspondia  ás  expectativas  de  54%  dos  respondentes  e  26%  não  concordou  nem  discordou.   20%  encontra-­‐se  insatisfeito  ou  muito  insatisfeito.   Pretendeu-­‐se  avaliar  se  as  ordens  recebidas  contribuíam  para  aumentar  a  satisfação  no  trabalho.  De  acordo  com   os  resultados  obtidos,  50%  dos  respondentes  concorda  ou  concorda  plenamente  que  recebe  ordens  concretas   sobre  as  tarefas  a  executar,  27%  revelaram-­‐se  indecisos  e  24%  considera  que  estas  são  pouco  ou  nada  concretas.   Consideram  que  as  suas  ideias  e  sugestões  são  tidas  em  consideração  cerca  de  70%,  são  neutros  27%  e  11%  que   estas  não  são  nunca  tidas  em  consideração.   Esforçam-­‐se   por   fazer   mais   do   que   é   necessário   85%   (concordam   ou   concordam   totalmente),   11%   de   indecisos   e  4  %  discordam  ou  discordam  totalmente.   Sentem-­‐se  motivados  ou  muito  motivados  para  realizar  um  trabalho  de  qualidade  69,5%,  são  neutros  18,5%  e   12%  estão  totalmente  desmotivados.     Da  análise  dos  dados  do  inquérito,  apurou-­‐se  que  79%  dos  respondentes  reconhece  e  avalia  o  seu  trabalho  de   forma  positiva  ou  muito  positiva,  19%  é  neutra  e  apenas  2%  o  considera  insatisfatório.       As  relações  humanas  e  a  cooperação  contribuem  para  o  sentimento  de  pertença  à  empresa  e  ao  grupo.  Estas   relações  interpessoais  estabelecidas  com  os  colegas,  chefia,  empresa  e  clientes  fazem  parte  da  dimensão  relativa   ao  ambiente  social  que  vai  permitir  condições  de  companheirismo  de  trabalho,  reconhecimento  e  realização.     78%  consideraram  que  o  seu  trabalho  é  reconhecido  pelos  colegas,  69%  que  é  reconhecido  pela  chefia,  65%  que   é  reconhecido  pela  empresa  e  80,5%  que  é  reconhecido  pelos  clientes.       Questionados  sobre  “se  fosse  possível  mudar  algo  relativamente  à  sua  situação  laboral,  o  que  mudaria?  ”,  3,7%   dos  respondentes  passariam  à  reforma.  De  acordo  com  a  Tabela  nº  4  em  anexo,  3,7%  das  mulheres  têm  entre   56   e   60   anos   de   idade,   o   que   poderá   explicar   o   resultado.   Os   indecisos   optariam   por   mudar   de   função   ou   departamento,   4,63%   mudariam   de   departamento,   12,04%   de   Função,   os   insatisfeitos   ou   muito   insatisfeitos   26,85%,  mudariam  de  empresa  e  52,78%  nada  mudariam.  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Se  Pudesse  Mudar,  o  que   Mudaria   em  Relação  ao  Trabalho 70 60 50 40 30 20 10 0 -­‐10

Dados Percentagem

Estou  satisfeito   não  mudaria   nada

Mudar  de   Empresa

Mudar  de   Função

Mudar  de   Departamento

Passar  à  Reforma

57

29

13

5

4

52,78

26,85

12,04

4,63

3,70

Dados

Percentagem

Linear    (Percentagem)

  Gráfico  2  -­‐  Se  Pudesse  mudar,  o  que  mudaria  em  relação  ao  trabalho   Fonte:  Dados  do  Inquérito    

O   salário   percebido   pelo   indivíduo   e   a   carga   horária   de   trabalho   é   entendida   como   compensação   justa   e   adequada.   Mais   de   metade   dos   respondentes   consideram-­‐se   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos   com   o   seu   horário   de  trabalho  (67,6%),  16,7%  estão  insatisfeitos  e  15,7%  de  indecisos.     Consideraram  o  conforto  e  higiene  no  local  de  trabalho  adequado  73%,  indecisos  15%  e  12%  insatisfeitos  ou   muito   insatisfeitos.   Os   serviços   de   apoio   disponíveis   foram   considerados   os   necessários   por   59%   dos   respondentes,  24%  indecisos  e  17%  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos.   O  material  informático  e  outras  ferramentas  de  trabalho  eram  adequadas  para  73%,  15%  mostraram-­‐se  indecisos   e  12%  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos.   Da   relação   com   os   clientes   67%   consideraram-­‐se   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos,   22%   indecisos   e   11%   insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos.   Questionados   sobre   a   funcionalidade   da   colaboração   com   outras   entidades   (inspetores   e   fornecedores),   18,5%   não  respondeu,  71%  consideram-­‐se  satisfeitos  ou  muito  satisfeitos,  8%  de  indecisos  e  2,5%  insatisfeitos.   Revelaram   gostar   do   departamento   a   que   pertencem   81,5%,   11%   de   indecisos   e   7,5%   insatisfeitos.   Se   o   suplemento   remuneratório   ou   prémio   mensal   estava   de   acordo   com   as   expectativas   (pedia-­‐se   para   apenas   responderem  os  que  tinham  respondido  afirmativamente  à  questão  e  do  grupo  1  “recebe  prémio  ou  suplemento   Página  22  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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mensal”,  todos  responderam.  41%  estavam  satisfeitos  ou  muito  satisfeitos  (apenas  25%  havia  admitido  receber   prémio  ou  suplemento  mensal),  18,5%  indecisos  e  41%  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos,  pelo  que  se  admite  a   eventualidade   de   os   respondentes   receberem   outro   tipo   de   compensações   que   não   as   contempladas   no   questionário.   Sobre  a  imagem  da  empresa  na  comunidade,  69%  classificaram-­‐se  satisfeitos  ou  muito  satisfeitos,  21%  indecisos   e  10%  insatisfeitos.  Os  dados  revelam  que  as  quantidades  de  tarefas  a  executar  resultaram  adequadas  ao  horário   de   trabalho   por   56,5%,   25%   revelaram-­‐se   indecisos   e   18,5%   insatisfeitos.   Questionados   sobre   a   funcionalidade   da  variedade  de  tarefas  63%  mostraram-­‐se  satisfeitos  ou  muito  satisfeitos,  28%  indecisos  e  10%  insatisfeitos.   Sobre  as  regras  e  procedimentos  da  empresa,  88,8%  considerou-­‐se  satisfeito  ou  muito  satisfeito,  10,3%  indeciso   e   0,9%   insatisfeitos.   68%   considera-­‐se   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos   com   o   espírito   de   equipa   e   25%   indecisos   e  7%  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos.   O  tratamento  interno  de  conflitos,  queixas,  problemas  ou  reclamações  é  o  adequado  para  55%  que  se  mostram   satisfeitos  ou  muito  satisfeitos,  29%  indecisos  e  24%  estavam  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos.   Assim   como   o   clima,   a   liderança   e   o   seu   estilo   são   fundamentais   à   criação   de   um   ambiente   de   satisfação   no   trabalho,   comprometimento   dos   funcionários,   confiança   na   empresa,   segurança   e   valorização,   conquistados   através  do  feedback,  respeito  e  credibilidade.  Da  análise  de  dados,  53%  estavam  satisfeitos  ou  muito  satisfeitos   com  a  feedback  recebido  através  da  chefia  direta,  25%  neutros  e  22%  insatisfeitos.   4.3.  Validação  das  hipoteses     Este  artigo  contemplou  a  formulação  de  duas  hipóteses  de  pesquisa  para  cada  variável  explicativa,  materializadas   em  questões  complementares  a  responder  na  análise  de  dados.   H1.  A  motivação  está  relacionada  à  satisfação  no  trabalho?   Para   encontrar   resposta   a   questão   H1,   observaram-­‐se,   preponderantemente,   as   seguintes   questões:   1.Clima   Organizacional,  2.Condições  de  Trabalho/Conforto  e  Higiene,  3.Informação  interna  sobre  resultados  do  trabalho   pela  chefia,  4.reconhecimento  do  trabalho  pelos  colegas,  5.chefia,  6.empresa  e  7.clientes,  8.motivação  para  um   trabalho  de  qualidade,  9.integração  na  empresa,  10.se  recomendaria  a  empresa  como  um  bom  local  de  trabalho,   11.serviços   de   apoio   disponíveis,   12.espírito   de   equipe   e   13.tratamento   interno   de   resolução   de   conflitos,   problemas  e  reclamações  –  Tabela  nº  12  Anexa.    

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Validação  Hipótese  1 100 90 79

80

87

84 75

75

70

70 60

86 74

73 64

57

57

55

50 40 30

27 24

27 24 17

16 13

20

26 1716

1919

7

10

20

16

13

19 15

17

5

29 24

27

18 8

5

0 1

2

3

4

Muito  satisfeitos

5

6

Neutros

7

8 Insatisfeitos

9

10

11

12

13

Linear    (Muito  satisfeitos)

  Gráfico  3  -­‐  Validação  Hipótese  1   Fonte:  Dados  do  Inquérito  

  A  média  do  Índice  de  satisfação  é  de  72%.  O  índice  mais  baixo  foi  sobre  o  tratamento  interno  na  resolução  de   conflitos,  problemas  e  reclamações,  seguido  do  clima  organizacional.   Onde  se  registou  o  maior  índice  de  satisfação  dos  respondentes  foi  com  o  reconhecimento  do  trabalho  pelos   clientes   (87   respondentes),   seguido   da   integração   na   empresa,   reconhecimento   do   trabalho   pelos   colegas,   condições   de   trabalho,   conforto   e   higiene,   motivação   para   um   trabalho   de   qualidade   (75   respondentes),   reconhecimento  do  trabalho  pela  chefia.   H2.    O  investimento  em  políticas  de  formação  e  desenvolvimento  é  valorizado?   Para  encontrar  resposta  à  questão  H  2,  observam-­‐se  preponderantemente  as  seguintes  questões:  “a  valorização   do  capital  humano  é  feita  através  de  ações  de  formação”?    “  Como  classifica  o  feedback  recebido”?  “Recebe   ordens  concretas  sobre  as  tarefas  a  executar”?  Sente-­‐se  informado  sobre  os  assuntos  correntes  do  seu  serviço?    

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Validação Hipótese 2 180

158

160 140 120 100 69

80 60 40

79

36

45

87

53

27

29

1

3

26

23

20

16

0 Satisfeito

Neutro

4 Insatisfeito

TOTAL   Linear    (Satisfeito)

  Gráfico  4  -­‐  Validação  Hipotese  2   Fonte:  Dados  do  Inquérito    

Conforme  se  constata  do  gráfico  nº  4,  a  questão  da  valorização  do  capital  humano  através  de  ações  de  formação   para  desenvolvimento  de  competências  é  motivo  de  insatisfação  para  42%  da  população,  inferindo-­‐se  que  a  crise   económica  tem  afetado  o  investimento  organizacional  nesta  área.   As   Questões   H1   e   H2   demonstram   que   a   satisfação   e   a   motivação   encontram-­‐se   relacionadas   e   que   fatores   motivacionais  como  o  relacionamento  com  os  colegas,  as  condições  de  trabalho,  a  valorização  do  desempenho   pelos  colegas,  chefias,  empresa  e  clientes  contribuem  para  a  satisfação.  

  Gráfico  5  -­‐  Índice  Satisfação  Global  -­‐  Grupo  II   Fonte:  Dados  do  Inquérito   Página  25  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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  Gráfico  6  -­‐  Índice  Satisfação  Global  -­‐  Grupo  III   Fonte:  Dados  do  Inquérito    

Mantendo-­‐se   o   princípio   de   proposto   de   se   proceder   à   análise   das   causas   e   antecedentes   do   discurso   pela   comparação   direta   com   a   bibliografia   pesquisada,   e   de   acordo   com   (SPECTOR   P.   E.,   2006),   existem   duas   abordagens  para  o  estudo  da  satisfação  no  trabalho:  a  global  que  a  considera  como  um  sentimento  único  e  um   todo  ou  a  representativa  das  várias  facetas  do  todo.  

  Gráfico  7  -­‐  Índice  de  Satisfação  Grupo  IV   Fonte:  Dados  do  Inquérito  

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  Gráfico  8  -­‐  Quadro  Geral  de  Satisfação  no  Trabalho  Grupos  II,  III  e  IV   Fonte:  Dados  do  Inquérito  

    O  Índice  Geral  de  Satisfação  no  Trabalho  representado  no  Gráfico  nº  8  apresenta  o  índice  geral  de  satisfação  de   62%   em   relação   ás   várias   facetas   e   aspectos   que   se   interpreta   um   único   índice   geral   de   motivação   e   satisfação   no  trabalho.     “  O  lado  humano  de  uma  empresa  é  o  todo  de  uma  peça”   Douglas  McGregor    

Capítulo  5  –  Conclusões   Este  artigo  científico  teve  como  principal  objetivo  analisar  a  motivação  e  satisfação  dos  trabalhadores.  A  questão   principal  era  saber  se  o  índice  de  satisfação  no  trabalho  em  Luanda  diminuiu  em  relação  aos  últimos  estudos,   tendo  em  conta  o  novo  paradigma  provocado  pela  abrupta  descida  do  preço  do  petróleo,  com  sérias  implicações   à   atividade   económica   do   país.   Partiu-­‐se   de   duas   questões   complementares:   saber   se   a   motivação   está   intimamente  relacionada  à  satisfação  no  trabalho  e  se  as  empresas  têm  investido  em  políticas  de  formação  e   desenvolvimento  de  competências.  

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Este   estudo   teve   ainda   como   pretensão   contribuir,   em   termos   académicos,   para   um   maior   conhecimento   do   impacto  das  políticas  de  recursos  humanos  na  motivação  e  satisfação  no  trabalho  num  período  de  incerteza,   instabilidade   e   abruptas   mudanças   económicas   num   mercado   instável,   efêmero   e   implacável.   Em   termos   organizacionais,  com  indicadores  que  permitam  traçar  estratégias  que  vão  ao  encontro  da  nova  ordem  que  se   avizinha.     Condições  de  Trabalho  e  Ambiente  Físico   Da  análise  de  dados  às  condições  de  trabalho  e  ambiente  físico,  constatou-­‐se  que  se  encontram  satisfeitos  ou   muito   satisfeitos:   73%   com   a   adequação       do   conforto   e   higiene   no   local   de   trabalho,   73%   com   o   material   informático  e  outros  de  suporte  à  realização  das  tarefas  disponibilizados  pela  empresa  e  59%  com  os  serviços  de   apoio  disponíveis.   Estavam  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos  com  o  conforto  e  Higiene  12%,  com  o  material  disponibilizado  12%  e   com  os  serviços  de  apoio  17%.       Considerou-­‐se   como   parte   das   condições   de   trabalho   as   oportunidades   de   aprendizagem   e   crescimento,   o   interesse   pelas   atividades   realizadas,   a   transparência   na   comunicação,   o   feedback,   reconhecimento,   confiança,   colaboração  entre  colegas,  relacionamento  com  outras  áreas  da  empresa,  liderança  e  satisfação  com  as  relações   de  trabalho,  com  os  seguintes  resultados:   A  oportunidade  de  aprendizagem  e  crescimento  tem  a  ver  com  o  desenvolvimento  pessoal  e  o  movimento  de   ascensão   profissional,   melhoria   da   performance   e   estabilidade   na   carreira   e   no   emprego.   Relativamente   ao   desenvolvimento  pessoal  e  ações  de  formação,  os  resultados  foram  os  mais  baixos  a  nível  de  satisfação,  33%   estavam   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos   e   42%   insatisfeitos,   o   que   demonstra   que   os   respondentes   valorizam   o   investimento  das  empresas  em  desenvolvimento  pessoal  e  formação.     Relativamente  ao  interesse  pelas  tarefas  atribuídas,  70%  da  amostra  estava  satisfeita  ou  muito  satisfeita,  o  que   revela  ausência  de  conflito  de  função  (conflito  entre  exigências  de  trabalho  e  exigências  de  família),  a  que  não   será  alheio  o  facto  de  a  média  etária  ser  de  35  anos  de  idade,  47%  da  amostra  ser  solteira,  51%  sem  filhos  e  19%   com  1  filho.   Tentando   responder   à   questão   de   saber   se   o   atual   modelo   organizacional   contribuía   para   a   criação   de   um   ambiente  de  trabalho  favorável  à  satisfação  dos  funcionários,  explorou-­‐se  a  hipótese  de  que  um  ambiente  de   trabalho  compensador  contribui  para  a  criação  de  um  ambiente  de  trabalho  favorável  à  satisfação.   Procedeu-­‐se  seguidamente  à  análise  sobre  a  Integração  Social  na  Organização.  Estavam  felizes  perfeitamente   integrados   na   empresa   80%   dos   respondentes.   65%   felizes   ou   muito   felizes   com   o   reconhecimento   do   seu   trabalho  pela  empresa  e  53%  com  o  clima  organizacional,  por  favorecer  a  concretização  do  seu  trabalho.  Pela  

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mesma  ordem,  estavam  insatisfeitos  ou  muito  insatisfeitos  com  a  integração  na  empresa  4%,  17,5%  pela  falta  de   reconhecimento  do  seu  trabalho  e  25%  pelo  clima  organizacional,  que  dificultava  o  seu  trabalho.   Os   resultados   das   condições   de   trabalho,   ambiente   físico   e   integração   social   validam   a   hipótese   de   que   um   ambiente   de   trabalho   compensador   contribui   para   a   criação   de   um   ambiente   de   trabalho   favorável   ao   aumento  satisfação  no  trabalho.   A  fim  de  se  avaliar  se  a  moderna  gestão  de  recursos  humanos  tem  conseguido  encontrar  o  equilíbrio  certo  entre   as   novas   ferramentas   de   gestão   adaptando-­‐as   permanentemente   às   novas   exigências   e   expectativas   dos   trabalhadores,  cada  vez  mais  qualificados  e  também  eles  exigentes,  passamos  à  análise  do  trbalho  e  espaço.   Trabalho  e  Espaço   De  acordo  com  os  resultados  obtidos  sobre  o  número  de  horas  de  trabalho  semanais,  87%  trabalha  entre  as  44   ou  mais  a  40  horas.  Associada  a  variável  antiguidade  na  empresa,  50%  tem  de  5  a  6  anos  de  antiguidade,  13,5%   entre  3  a  4  anos  e  22,5%  de  1  a  2  anos  e  14%  menos  de  1  ano.O  cruzamento  de  dados  permite  concluir  que  87%   trabalha  cerca  de  9  horas/dia  e  que  50%  tem  entre  a  5  a  mais  de  6  anos  de  antiguidade  na  empresa,  o  que  valida   a  hipótese  de  felizes  os  trabalhadores  produzirem  mais  e  durante  mais  tempo.   Apesar   de   o   salário   estar,   de   modo   geral,   associado   à   satisfação   global,   encontra-­‐se   maior   solidez   na   determinante  equidade  na  sua  distribuição  que  à  quantia  em  si.  Relativamente  aos  salários,  embora  61%  se  tenha   considerado  satisfeito  ou  muito  satisfeito,  relativamente  à  equidade  percebida  o  índice  de  satisfação  baixou  para   53%.   Estavam   insatisfeitos   ou   muito   insatisfeitos   28,5%.   Esta   desigualdade   percebida   poderá   gerar   algum   desconforto   ou   mal-­‐estar.   A   diferença   entre   as   expectativas   esperadas   e   as   expectativas   recebidas   provocou   insatisfação  em  41%  dos  respondentes.  Estavam  de  acordo  com  o  seu  horário  de  trabalho  67,5%.   Relevância  Social  do  Trabalho  e  Relações  de  Trabalho   Da  análise  qualitativa  à  relevância  social  do  trabalho  e  relações  de  trabalho  internas  e  externas,  recomendariam   a  empresa  como  um  bom  local  de  trabalho  68,5%  e  14%  não  o  fariam  por  insatisfeitos.  Consideraram  a  empresa   excelente  para  os  funcionários  55,5%,  o  que  significa  que  dos  29%  de  indiferentes  ou  neutros,  13%  consideram   a   empresa   um   bom   local   de   trabalho,   embora   não   a   considerem   excelente.   Estavam   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos  com  o  apoio  da  empresa  62%  e  16%  insatisfeitos.     Estavam   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos   com   a   boa   relação   com   os   clientes   69%,   com   a   funcionalidade   da   colaboração  com  as  outras  entidades  70%  e  com  a  imagem  da  empresa  na  comunidade  69%.  Não  se  registaram   insatisfeitos  relativamente  à  funcionalidade  da  colaboração  com  outras  entidades,  mas  18,5%  não  respondeu  a   esta  questão.   Dentro  do  âmbito  do  uso  e  desenvolvimento  das  capacidades  pessoais,  da  análise  de  dados  relativa  à  cooperação   e   comunicação,   reconhecimento   e   relações   com   chefia   e   colegas,   concluiu-­‐se   que   estavam   satisfeitos   ou   muito   satisfeitos  com  o  relacionamento  com  os  colegas  63%,  com  a  informação  sobre  os  assuntos  correntes  do  serviço   Página  29  de  67  

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64%,   por   poderem   contar   com   a   colaboração   dos   colegas   quando   em   dificuldades   66%,   por   as   suas   ideias   e   sugestões   serem   consideradas   66%,   esforçavam-­‐se   por   fazer   mais   do   que   era   necessário   85%,   sentiam-­‐se   motivados  para  fazer  um  trabalho  de  qualidade  69%    por  receberem  ordens  concretas  sobre  as  tarefas  a  executar   49%.  Estavam  insatisfeitos  24%,  por  as  ordens  recebidas  sobre  as  tarefas  a  executar  não  serem  concretas,  e  27%   neutros.   Sentiam-­‐se  satisfeitos  ou  muito  satisfeitos  com  a  motivação  para  realizar  um  trabalho  de  qualidade  69%,  78%   por  sentirem  que  o  seu  trabalho  era  reconhecido  pelos  colegas,  79%  por  reconhecer  e  avaliar  o  seu  trabalho  69%   por  ver  o  seu  trabalho  valorizado  pela  chefia  e  80,5%  valorizado  pelos  clientes.   Dos  resultados  da  análise  podemos  concluir  sobre  a  importância  ou  impacto  do  trabalho  sobre  as  outras  pessoas,   ao   poderem   contar   com   a   colaboração   dos   colegas   e   empresa   sempre   que   necessitam.   A   maioria   gosta   das   tarefas   que   lhe   são   atribuídas,   percepciona   como   justo   o   salário   recebido   pelas   tarefas   executadas,   sente-­‐se   informado  sobre  os  assuntos  correntes,  sente-­‐se  perfeitamente  integrado  na  empresa,  o  bom  relacionamento   entre  os  colegas  facilita  a  execução  das  tarefas  atribuídas,  o  atual  emprego  corresponde  ás  suas  expetativas,  a   empresa  disponibiliza  apoio  técnico  sempre  que  solicitado,  gostam  de  dar  o  seu  melhor  na  empresa  mesmo  que   não  lhes  seja  solicitado,  a  empresa  é  excelente  para  os  funcionários.  Trabalhar  na  empresa  traz-­‐lhes  prestígio   social  e  recomendariam  a  empresa  como  um  bom  local  de  trabalho.     As  conclusões  da  pesquisa  abrem  caminhos  que  permitam  a  elaboração  de  previsões  e  estratégias  adequadas  ao   novo   paradigma   através   de   um   maior   investimento   nas   oportunidades   de   crescimento   e   desenvolvimento   pessoal,  tendo  em  vista  a  melhoria  da  performance  e  promoção  de  um  ambiente  que  favoreça  a  satisfação  no   trabalho  e  o  cumprimento  dos  objetivos  organizacionais,  bem  assim  reforço  da  importância  do  papel  da  liderança   em  saber  motivar  na  incerteza  e  turbulência.    

Capítulo  6  –  Limitações  e  Investigação  Futura   Uma  das  principais  limitações  pendeu-­‐se  com  o  acesso  à  informação  como  parte  dos  preparativos  da  pesquisa  e   a   necessidade   de   negociação   do   acesso   à   informação   tendo   em   conta   a   resolução   de   questões   éticas   e   a   construção  de  amostras  (dimensão  e  tipo).   Logo  na  fase  do  inquérito  o  questionamento  dos  direitos  a  prevalecer,  se  os  da  ciência,  se  os  do  cidadão,  cuja   privacidade  se  pretende  resguardar  e  eticamente  até  que  ponto  temos  o  direito  de  questionar  sobre  assuntos   de  foro  íntimo,  optando-­‐se  pela  questão  do  consentimento.  Outra  das  limitações  prendeu-­‐se  à  própria  natureza   dos   fenômenos   estudados   em   ciências   sociais,   a   complexidade   dos   seres   humanos   e   diferentes   respostas   consoante   os   sujeitos;   ao   grande   número   de   variáveis   de   difícil   ou   impossível   controlo,   subjetividade   do   investigador  e  ao  problema  da  fiabilidade  e  validade  dos  instrumentos  de  medição.    

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Como  pistas  para  investigação  futura  a  importância  da  formação  e  desenvolvimento  pessoal  e  quais  as  áreas  com   maior  necessidade  de  intervenção.    

Capítulo  7  –  Implicações  na  Gestão  Empresarial   “O  que  pensamos  nunca  é  a  realidade:  porque  o  que  pensamos  é  lógico  e  a  realidade  é  ilógica.”   Ortega  Y  Gasset   Considerando  que  os  agentes  económicos  são  atores  de  decisão  no  contexto  organizacional,  onde  a  questão  que   se  coloca  em  termos  da  sua  sobrevivência  é  a  tentativa  de  antecipação  e  adaptação  à  mudança,  a  área  mais   sensível  prendeu-­‐se  com  o  processo  de  aquisição  de  novas  competências.  O  tratamento  interno  de  conflitos,   problemas   e   reclamações,   por   um   lado,   e   a   ausência   de   feedback.   Por   outro   a   oportunidade   de   aprendizagem,   crescimento,   desenvolvimento   pessoal,   melhoria   da   performance   e   estabilidade   na   carreira   e   no   emprego   registaram  os  índices  de  insatisfação  mais  altos,  42%.  Concluindo-­‐se  que  os  respondentes  valorizam  esta  área,  a   mais  atingida  pela  dimensão  do  impacto  do  choque  económico  na  economia  e  no  capital  humano,  fundamentais   à  prossecução  dos  objetivos  organizacionais,  apesar    de  a  atual  conjuntura  de  crises  aliada  à  evolução  técnica   contribuírem  para  que  as  necessidades  de  formação  contínua  constituam  o  diferencial  competitivo  das  empresas   e  fator  chave  de  sucesso.   As  transformações  ambientais,  técnicas,  económicas  e  organizativas  levam  a  que  a  formação  esteja  associada  a   inúmeros   contextos   e   fases   da   vida   ativa,   quer   em   alterações   do   conteúdo   do   trabalho,   de   competências,   aperfeiçoamento,  desatualizações  e  desadaptações,  aperfeiçoamento  ou  atualização  dos  conhecimentos,  quer   como  formação  de  promoção  ou  complementar,  preparação  decorrente  da  evolução  na  carreira  ou  desempenho   de  novos  cargos.     O   conceito   de   formação   profissional   é   alargado   pelas   próprias   instituições   comunitárias   às   Universidades,   “que   desenvolvem  ações  dirigidas  a  ativos  já  formados  pelo  ensino  superior,  através  de  fórmulas  atípicas  (mestrados,   pós-­‐graduações,  MBA´s,  etc.)  e  inovadoras  relativamente  á  ação  convencional  das  instituições  de  ensino  superior.   (CARDIM,  2000/2001,  p.  6)   A  empresa  é  um  local  de  aprendizagem  contínua,  também  ela  mesma,  enquanto  entidade,  pode  aprender.  O   tratamento  interno  na  resolução  de  conflitos,  queixas,  problemas  ou  reclamações  e  a  informação  interna  sobre   os  resultados  do  trabalho  pela  chefia  direta  revelaram-­‐se,  também,  variáveis  sensíveis.  Pequenas  questões  não   resolvidas   podem   gerar   crises   prolongadas,   cabendo   à   liderança   antecipar   e   reverter   situações.   Havendo   descontentamento  poderá  estar  em  causa  a  eficácia  dos  serviços.   O   mesmo   se   aplica   ao   feedback,   um   dos   principais   responsáveis   pelo   desiquilíbrio   entre   o   comportamento   esperado  e  o  resultado  obtido.  Permite  detectar  disfuncionalidades,  desvios  e  impactes  em  função  dos  objetivos   previamente   determinados,   informar   sobre   medidas   corretivas   a   tomar,   detectar   necessidades   de   formação,   Página  31  de  67  

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corrigir   situações   mal   conseguidas   e   reforçar   as   aprendizagens   tendo   em   vista   efeitos   reais   e   duradouros.   Transmitir   com   clareza,   motivar   e   envolver.   A   valorização   das   competências   adquiridas   aumenta   a   motivação   e   satisfação   no   trabalho,   com   reflexos   significativos   no   desempenho.   O   relacionamento   com   a   chefia   direta   contribui  de  forma  determinante  para  o  interesse,  empenho  e  motivação  dos  trabalhadores.                                        

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Agradecimentos    Eles  não  sabem,  nem  sonham,   que  o  sonho  comanda  a  vida.   Que  sempre  que  o  um  homem  sonha   o  mundo  pula  e  avança   como  bola  colorida     entre  as  mãos  de  uma  criança.     António  Gedeão,  in  ‘Movimento  Perpétuo’     A  elaboração  deste  Artigo  Cientifico  começou  por  ser  um  sonho  que  avançou  para  a  realidade  mas  não  teria  sido   possível   sem   a   apoio   e   estímulo   de   diversas   pessoas.   Gostaria,   por   este   fato   expressar   toda   a   minha   gratidão   e   apreço  a  todos  aqueles  que  direta  ou  indiretamente  contribuíram  para  que  este  Artigo  Cientifico  se  tornasse   uma   realidade.   A   todos   quero   manifestar   os   meus   sinceros   agradecimentos   sem   particular   a   ordem   de   prioridade.   Aos  meus  País  e  irmãs,  mas  em  particular  ao  meus  País  que  sempre  me  incentivaram  a  ir  sempre  mais  além;    À  minha  namorada  pela  paciência  e  constante  suporte;   Ao  Professor  Dr.  João  Paulo  Peixoto  pela  sua  orientação  e  exigência  por  excelência  obrigando  a  ir  mais  além;   A   todos   os   inqueridos   que   disponibilizaram   uns   minutos   do   seu   precioso   tempo   a   responder   ao   inquérito   tornando  possível  o  Artigo  Cientifico.     A  todos  o  meu  Muito  Obrigado.                 Página  33  de  67  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Anexos   Questionário    

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Anexo  1   ANÁLISE  DE  RESULTADOS  –  INQUÉRITO  Á  SATISFAÇÃO  NO  TRALAHO   I  -­‐    GRUPO  CARACTERIZAÇÃO  DA  AMOSTRA   Anexo  Tabela  1  -­‐  Dimensão  Quantitativa   Género  

   

 

 

   

Masculino  

60  

56%  

   

Feminino  

48  

44%  

   

TOTAL  

108  

100%  

 

 

Nacionalidade  

   

   

Angola  

42  

39%  

   

Portuguesa  

60  

56%  

   

Brasil  

3  

2,3%  

   

Argentina  

1  

0,9%  

   

Israel  

1  

0,9%  

   

Croácia  

1  

0,9%  

108  

100%  

 

 

   

TOTAL  

Estado  Civil  

   

   

Solteiro  

47  

44%  

   

casado  

46  

43%  

   

Divorciado  

6  

5%  

   

União  de  Facto  

9  

8%  

108  

100%  

 

 

    Nº  de  Filhos  

TOTAL      

   

0  

51  

47%  

   

1  

20  

19%  

   

2  

28  

26%  

   

3  ou  mais  

9  

8%  

108  

100%  

 

 

   

TOTAL  

Hab.  Académicas  

   

   

9º  Ano  

10  

9%  

   

Curso  Técnic/  Profissional  

9  

8%  

   

12º  Ano  

20  

19%  

   

Bacharelato  

11  

10%  

   

Licenciatura  

32  

30%  

   

Pós-­‐Graduação  

11  

10%  

   

Mestrado  

11  

10%  

   

MBA  

3  

3  

   

Doutoramento  

1  

1  

108  

100%  

   

TOTAL  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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CATEGORIA  PROFISSIONAL  E  VÍNCULO  LABORAL   Anexo  Tabela  2  -­‐  Dimensão  Quantitativa      

TOTAL  

%  

CATEGORIA  PROFISSIONAL  

 

 

Administrador  

3  

2%  

Direcção  

29  

28%  

Acessor  

6  

5,6%  

Assistente  Recursos  Humanos  

1  

0,9%  

Consultoria  

7  

6,5%  

Director  de  Obra  

1  

0,9%  

Gerente  

5  

4,6%  

Coordenação  

11  

10%  

Supervisão  

3  

2,5%  

Professor  

1  

0,9%  

Formador  

1  

0,9%  

Técnico  Especializado  

14  

13%  

Encarregado  

1  

0,9%  

Administrativos  

11  

10%  

Vendedores  

9  

8,5%  

Stylist  

1  

0,9%  

Estagiários  

1  

0,9%  

Operacionais  

3  

3%  

108  

100%  

VINCULO  LABORAL  

 

 

Quadro  da  Empresa  

1  

0,9%  

Efectivo  

1  

0,9%  

Sem  contrato  

1  

0,9%  

Contrato  de  Trabalho  a  Termo  Indeterminado  

1  

0,9%  

Contrato  de  Trabalho  sem  Termo  

17  

16%  

Contrato  Trabalho  a  Termo  Incerto  

28  

26%  

Contrato  Trabalho  a  Termo  Certo  

55  

51%  

Prestador  de  Serviços  

3  

2,5%  

Proprietária  

1  

0,9%  

108  

100%  

TOTAIS  

TOTAIS  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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ANTIGUIDADE  EM  ANGOLA  E  NA  EMPRESA   Anexo  Tabela  3-­‐  Dimensão  Quantitativa   ANTIGUIDADE  EN  ANGOLA  

TOTAL  

%  

Menos  de  1  ano  

9  

8,5%  

1  ano  

7  

6,5%  

2  anos  

10  

9%  

3  anos  

17  

16%  

4  anos  

10  

9%  

5  anos  

3  

3%  

mais  de  6  anos  

22  

20%  

Sempre  vivi  em  Angola  

30  

28%  

TOTAIS  

108  

100%  

   

 

 

ANTIGUIDADE  NA  CATEGORIA  

 

 

15  

14%  

Menos  de  1  ano   1  ano  

5  

4,5%  

2  anos  

19  

17,5%  

3  anos  

11  

10%  

4  anos  

4  

3,7%  

5  anos  

9  

8,5%  

Mais  de  6  anos  

45  

41,6%  

TOTAIS  

108  

100%  

 

 

  REMUNERAÇÃO  /  PRÉMIOS  E  SUPLEMENTOS  

 

 

Está  satisfeito  com  a  actual  remuneração  mensal?  

Total  

%  

Sim  

66  

61%  

Não  

42  

39%  

TOTAIS  

108  

100%  

   

 

 

Recebe  prémio  ou  suplemento  mensal?  

 

 

25  

23%  

Sim   Não  

83  

77%  

TOTAIS  

108  

100%  

 

          Página  43  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Anexo  Tabela  4  -­‐  Idade  (De  acordo  com  o  género)      

IDADE  

Total  

%  

IDADE  

Total  

%  

T.G.  M+F  

%  

21  -­‐  25  

6  

5,6  

21  -­‐  25  

9  

8,3  

15  

13,9  

26  -­‐  30  

8  

7,4  

26  -­‐  30  

8  

7,4  

16  

14,8  

31  -­‐  35  

14  

13,0  

31  -­‐  35  

13  

12,0  

27  

25  

36  -­‐  40  

21  

19,4  

36  -­‐  40  

8  

7,4  

29  

26,9  

41  -­‐  45  

8  

7,4  

41  -­‐  45  

3  

2,8  

11  

10,2  

46  -­‐  50  

2  

1,9  

46  -­‐  50  

3  

2,8  

5  

4,6  

Género  

51  -­‐  55  

0      

51  -­‐  55  

1  

0,9  

1  

0,9  

Masculino    

56  -­‐  60  

1  

0,9  

56  -­‐  60  

3  

2,8  

4  

3,7  

60  

55,6  

48  

44,4  

   

   

Género   Feminino   TOTAL  

   

108   100,0  

    Anexo  Tabela  5  -­‐  Horas  de  trabalho   Nº  Horas  Trabalho/semanais  

%  

menos  de  35  horas  

2  

2%  

35  horas  

12  

11%  

40  horas  

22  

20%  

44  horas  

15  

14%  

Mais  de  44  horas  

57  

53%  

 

108   100%  

                      Página  44  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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INQUÉRITO  Á  SATISFAÇÃO  NO  TRABALHO   II  PARTE   Anexo  Tabela  6  -­‐  II  Grau  de  condordância   Numa  escala  de  1  a  5,  (sendo  1  discordo  totalmente  e  5  concordo  totalmente,  indique  o  seu  grau  de  concordância   com  as  seguintes  afirmações).    

1  

2  

3  

4  

5  

Total  

16.  O  clima  organizacional  favorece  a  concretização  do  meu  trabalho  

6  

21  

24  

29  

28  

108  

5  

13  

22  

25  

43  

108  

18.  Gosto  do  tipo  de  tarefas  que  me  são  atribuídas  

1  

5  

26  

40  

36  

108  

19.  recebo  uma  remuneração  justa  pelo  trabalho  que  faço  

12  

19  

20  

34  

23  

108  

20.Sinto-­‐me  informado  sobre  os  assuntos  correntes  do  meu  serviço  

6  

10  

23  

39  

30  

108  

21.A  empresa  disponibiliza  apoio  técnico  para  o  meu  serviço  

8  

9  

26  

36  

29  

108  

27  

18  

27  

18  

18  

108  

13  

8  

28  

32  

27  

108  

1  

2  

5  

23  

77  

108  

2  

3  

17  

30  

56  

108  

8  

6  

23  

34  

37  

108  

27.Posso  contar  com  o  apoio  da  empresa  quando  surgem  dificuldades  

9  

8  

24  

33  

34  

108  

28.Recomendaria  esta  empresa  como  um  bom  local  de  trabalho  

9  

6  

19  

37  

37  

108  

29.O  meu  atual  emprego  corresponde  ás  minhas  expectativas  

8  

14  

28  

31  

27  

108  

30.Prefiro  trabalhar  na  minha  anterior  secção/departamento  do  aqui  (*)  

14  

9  

16  

14  

55  

108  

31.Esta  empresa  é  excelente  para  os  funcionários  

5  

12  

31  

36  

24  

108  

134  

163  

359  

491  

581  

1.728  

8%  

9%%  

21%  

28%  

34%  

100%  

17.  São  comuns  as  desavenças  com  os  meus  colegas,  o  que  dificulta  o  meu   trabalho  (*)  

22.Tenho  facilidades  de  acesso  a  ações  de  formação  apara  aperfeiçoar  as   minhas  competências   23.Trabalhar  na  empresa  traz-­‐me  prestígio  social   24.Gosto  de  dar  o  meu  melhor  na  empresa,  mesmo  que  não  me  seja   solicitado   25.Sinto-­‐me  perfeitamente  integrado  na  empresa   26.Posso  contar  com  a  colaboração  dos  meus  colegas  quando  tenho   dificuldades  

TOTAL  GERAL                              PERCENTAGEM  

  (*)  Os  dados  destas  tabelas  foram  invertidos  na  execução  dos  gráficos,  porque  a  classificação  em  gráficos  não   tem  o  mesmo  sentido  que  as  restantes.  Por  exemplo,  na  pergunta  17,  (1  –  discordo  totalmente)  significa  que  43   respondentes   discordam   totalmente   que   existissem   conflitos   com   os   colegas   e   na   pergunta   Nº   30   que   55   respondentes  discorda  totalmente  que  estava  melhor  na  anterior  secção/departamento.       Página  45  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Anexo  Tabela  7  -­‐  III  Grau  de  Frequência   Numa  escala  de  1  a  5  (sendo  1  nunca  e  5  sempre),  Indique  a  frequência  das  seguintes  afirmações:    

Grau  de  Frequência  

 

1  

2  

3  

4  

5  

Total  

32.   Recebo  ordens  concretas  sobre  as  tarefas  que  tenho  que  executar  

7  

19  

29  

29  

24  

108  

33.   As  minhas  ideias  e  sugestões  são  tidas  em  consideração  

4  

8  

25  

39  

32  

108  

34.    Esforço-­‐me  por  fazer  mais  do  que  é  necessário  

2  

2  

12  

33  

59  

108  

35.    Sinto-­‐me  motivado  para  realizar  um  trabalho  de  qualidade  

3  

10  

20  

35  

40  

108  

36.   Como  reconheço  “avalio”  o  meu  trabalho  

0  

2  

21  

49  

36  

108  

37.   O  meu  trabalho  é  reconhecido  pelos  meus  Colegas  

1  

6  

17  

46  

38  

108  

38.   O  meu  trabalho  é  reconhecido  pela  minha  chefia  

4  

12  

17  

41  

34  

108  

39.   O  meu  trabalho  é  reconhecido  pela  minha  empresa  

2  

17  

19  

40  

30  

108  

40.   O  meu  trabalho  é  reconhecido  pelos  clientes  

2  

3  

16  

46  

41  

108  

Total  Geral  

25  

79  

176  

358  

334  

972  

Percentagem    

3%  

8%  

18%  

37%  

34%  

100%  

  Anexo  Tabela  8  -­‐  Se  fosse  possível  mudar  algo  relativamente  á  minha  situação  laboral,  optaria  por:      

Dados  

Percentagem  

Estou  satisfeito  não  mudaria  nada  

57  

Mudar  de  Empresa  

29  

26,85  %  

Mudar  de  Função  

13  

12,04  %  

Mudar  de  Departamento  

5  

4,63  %  

Passar  à  Reforma  

4  

3,70  %  

TOTAIS  

108  

100,00  %  

52,78  %  

  Anexo  Tabela  9  -­‐  IV  Grua  de  Satisfação   Numa  escala  de  1  a  5  (sendo  1  Muito  Insatisfeito  e  5  Muito  Satisfeito),  indique  o  seu  grau  de  satisfação  com   os   seguintes  aspectos,  relativamente  ao  seu  caso.   Grau  de  Satisfação     42.   Estou  de  acordo  com  o  meu  Horário  de  Trabalho   43.   O  Conforto  e  Higiene  no  Local  de  Trabalho  é  o  adequado   44.   Os  Serviços  de  Apoio  disponíveis  são  os  necessários   45.   Material  informtático  e  outrasvferramentas  de  trabalho   necessárias  á  execução  das  tarefas  são  as  adequadas   46.   Existe  uma  boa  relação  com  os  clientes   47.   A  colaboração  com  outras  entidades  (inspectores,  fornecedores)  é   funcional  (*)   48.   Gosto  do  departamento  a  que  pertenço  

 

1  

2  

3  

4  

5  

Total  

14  

4  

17  

23  

50  

108  

5  

8  

16  

38  

41  

108  

7  

11  

26  

30  

34  

108  

5  

8  

16  

38  

41  

108  

7  

5  

24  

31  

41  

108  

0  

3  

9  

31  

45  

(*)  

4  

4  

12  

25  

63  

108  

Página  46  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

49.   O  Suplemento  remuneratório  ou  prémio  mensal  está  de  acordo   com  as  exoectativas  (preencher  apenas  se  respondeu   afirmativamente  á  questão  2  do  grupo  1)  

  24  

20  

20  

24  

108  

20  

 

50.   Como  classifica  a  imagem  da  empresa  na  comunidade     TOTAL  GERAL  

3  

8  

23  

36  

38  

108  

69  

68  

154  

245  

328  

864  

PERCENTAGEM  

8%  

8%  

18%  

28%  

38%   100%  

  (*)   A   pergunta   47   será   abordada   à   parte   em   virtude   de   20   dos   respondentes   não   terem   respondido   a   esta   pergunta.   Não  sabe/Não     47.A  colaboração  com  outras  entidades  (inspetores,   fornecedores)  é  funcional   PERCENTAGEM  

responde  

2  

3  

4  

5  

Total  

20  

3  

9  

31  

45  

108  

18.5%  

2.5%  

8%  

29%  

42%  

100%  

   

Grau  de  Satisfação  

 

1  

2  

3  

4  

5  

3  

17  

27  

35  

26  

2   2   0   2  

8   5   1   6  

30   16   11   27  

33   46   43   35  

35   39   53   38  

9  

15  

29  

29  

26  

14  

10  

27  

25  

32  

  108  

TOTAL  

32  

62  

167  

246  

249  

  756  

PERCENTAGEM  

4%  

8,5%  

22%  

32,5%  

33%  

  100%  

42.   A  quantidade  de  tarefas  a  executar  diariamente   são  adequadas  ao  horário  de  trabalho  estipulado   43.   44.   45.   46.   47.  

A  variedade    de  tarefas  diárias  é  funcional   Como  classifica  o  ritmo  de  trabalho  diário   Conhece  as  Regras  e  Procedimentos  da  Empresa?   Como  classifica  o  Espírito  de  Equipa?   O  Tratamento  interno  de  conflitos,  queixas,   problemas  ou  reclamações  é  o  adequado?  

48.   A  Informação  interna  sobre  os  resultados  do  seu   trabalho  pela  chefia  direta  é  comunicado?  

    108   108   108   108   108     108  

  Anexo  Tabela  10  -­‐  Dados  do  Inquérito   Condições  de  Trabalho  –  Ambiente  Físico   Insatisfeito.  %   Neutro  %   43   O  Conforto  e  Higiene  no  Local  é  o  adequado   12   15   44   Os  Serviços  de  Apoio  disponíveis  são  os  necessários   17   24   45   Material  informático  e  outros  são  adequados   12   15   Integração  Social  na  Organização   16   O  clima  organizacional  favorece  a  concretização.    Trabalho   25   22   25   Sinto-­‐me  perfeitamente  integrado  na  empresa   4   16   39   O  meu  trabalho  e  reconhecido  pela  empresa   17,5   17,5   Relevância  Social  do  Trabalho   28   Recomendaria  esta  empresa  como  bom  local  trabalho   14   17,5   31   Esta  empresa  é  excelente  para  os  funcionários   15,5   29   27   Apoio  da  Empresa   16   22   46   Existe  uma  boa  relação  com  os  clientes   11   22   47   A  colaboração  com  outras  entidades  é  funcional   -­‐   8   50   Como  classifica  a  imagem  da  empresa  na  comunidade   10   21   Uso  e  Desenvolvimento  das  capacidades  pessoais/  Desenvolvimento  Pessoal  /Segurança   17   Relacionamento  com  os  colegas  (estima)   17   20   20   Informação  sobre  os  assuntos  correntes  do  serviço   15   21  

Satisfeito  %   73   59   73   53   80   65   68,5   55,5   62   69   70   69   63   64  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

  26   32   33   34   35   36   37   38   40       19   42   49  

18   21   23   24   29   30   48  

Desenvolvimento  pessoal  /  Ações  de  formação   42   Posso   contar   com   a   colaboração   dos   meus   colegas   quando   tenho   13   dificuldades   Recebo  ordens  concretas  sobre  tarefas  a  executar   24   As  minhas  ideias  e  sugestões  são  consideradas   11   Esforço-­‐me  por  fazer  mais  do  que  é  necessário   4   Sinto-­‐me  motivado  para  realizar  um  trabalho  de  qualidade   12   Como  reconheço  e  avalio  o  meu  trabalho   2   O  meu  trabalho  é  reconhecido  pelos  colegas   6   O  meu  trabalho  é  reconhecido  pela  chefia   15   Valorização  do  trabalho  pelos  clientes   4,5   Compensação  justa  e  adequada   Salários   39   Prémios/suplementos  mensais   77   Equidade  percebida   28,5   Estou  de  acordo  com  o  meu  Horário  de  Trabalho   16,5   O  Suplemento  remuneratório  ou  prémio  mensal  está  de  acordo  com   41   as  expectativas   Trabalho  e  Espaço   Gosto  do  tipo  de  tarefas  que  me  são  atribuídas   6   A  empresa  disponibiliza  apoio  técnico  ao  meu  serviço   16   Trabalhar  na  empresa  traz-­‐me  prestígio  social   19   Gosto  de  dar  o  meu  melhor   2,5   O  emprego  corresponde  ás  minhas  expectativas   20   Prefiro  trabalhar  aqui  que  no  anterior  depart/secção   21   Gosto  do  departamento  a  que  pertenço   7  

25   21  

33   66  

27   23   11   19   19   16   16   15  

49   66   85   69   79   78   69   80,5  

    18,5   16   18  

61   23   53   67,5   41  

24   24   26   4,5   26   15   11  

70   60   55   93   54   64   74  

  Fonte:      Adaptado  de  Walton,  R.  Criteria  for  Quality  life  In:  DAVIS,  L.E.  CHERNS,  A.  B.  The  Quality  of  Working  Life:   Problems,  Prospects  and  State  of  the  Art.  New  York:  The  Free  Press,  1975:V.I  p.43-­‐97     Anexo  Tabela  11  -­‐  Validação  de  Hipóteses  1   Muito   A  Motivação  está  relacionada  á  satisfação  no  trabalho?  

Total  

satisfeitos  

Neutros  

Insatisfeitos  

1.  Clima  Organizacional  

57  

24  

27  

108  

2.  Condições  de  trabalho/Conforto  e  Higiene  

79  

16  

13  

108  

3.  Informação  interna  sobre  resultados  do  trabalho  pela  chefia  

57  

27  

24  

108  

4.  Reconhecimento  trabalho  colegas  

84  

17  

7  

108  

5.  reconhecimento  trabalho  chefia  

75  

17  

16  

108  

6.  Reconhecimento  empresa  

70  

19  

19  

108  

7.  Reconhecimento  clientes  

87  

16  

5  

108  

8.  Motivação  para  um  trabalho  de  qualidade  

75  

20  

13  

108   108  

9.  Integração  na  empresa  

86  

17  

5  

10.  Recomendaria  como  um  bom  local  de  trablho?  

74  

19  

15  

108  

11.  Serviços  de  Apoio  disponíveis  

64  

26  

18  

108  

12.  Espírito  de  Equipe  

73  

27  

8  

108  

13.  Tratamento  interno  de  conflitos,  problemas  e  reclamações  

55  

29  

14  

108  

936  

274  

194  

1404  

 

 

 

   

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

 

Anexo  Tabela  12  -­‐  Validação  de  Hipóteses  2       Facilidades  de  acesso  a  formações  para  aperfeiçoamento  de   competências   Recebe  ordens  concretas  sobre  as  tarefas  a  executar?   Sinto-­‐me  informado  sobre  os  assuntos  correntes  do  meu   serviço    

 

 

Satisfeito  

Neutro  

Insatisfeito  

Total  

1  

36  

27  

45  

108  

3  

53  

29  

26  

108  

4  

69  

23  

16  

108  

TOTAL  

158  

79  

87  

324  

 

Apêndice  1:  Resumo  Executivo   “  O  lado  humano  de  uma  empresa  é  o  todo  de  uma  peça”   Douglas  McGregor     Este   artigo   científico   teve   por   objetivo   analisar   a   satisfação   dos   trabalhadores   em   Luanda.   Como   questão   (1)

principal  saber  se  o  índice  de  satisfação  no  trabalho  diminuiu  em  relação  aos  últimos  anos   .  Partiu  de  duas   questões  complementares:  saber  se  a  motivação  está  intimamente  relacionada  à  satisfação  e  qual  a  valorização   dada   às   políticas   de   formação   pelos   trabalhadores.   Foi   utilizada   uma   pesquisa   de   cunho   exploratório.   A   técnica   de  recolha  de  dados  foi  o  questionário,  colocado  on-­‐line.  Os  dados  secundários  resultaram  da  análise  qualitativa   e  o  instrumento  de  medida  usado  foi  a  Escala  de  Satisfação  no  Trabalho,  com  amostra  foi  aleatória.   Da  caracterização  da  população,  67%  pertencia  ao  sector  dos  serviços  e  33%  da  indústria.    39%  de  nacionalidade   angolana  e  56%  portuguesa.  44%    solteiros  e  43%  casados.  A    média  etária    foi  de    35,12  anos  de  idade.  64%  tinha   o  curso  superior.  O  género  masculino  era  de  55,6%  e  o  feminino  44,4%.  Não  tinham  filhos  47%,  19%  1  filho  e  26%   2  filhos.     A   maioria   gosta   das   tarefas   que   lhe   são   atribuídas,   percepciona   como   justo   o   salário   recebido,   sente-­‐se   informado   sobre   os   assuntos   correntes,   integrado   na   empresa,   o   relacionamento   entre   os   colegas   facilita   a   execução   das   tarefas,   o   atual   emprego   corresponde   ás   expetativas,   a   empresa   disponibiliza   apoio   técnico,   gostam   de   dar   o   seu   melhor   na   empresa   mesmo   que   não   lhes   seja   solicitado   e   esta   é   excelente   para   os   funcionários.  Trabalhar  traz-­‐lhes  prestígio  social  e  recomendariam  como  um  bom  local  de  trabalho.  As  suas  ideias   e  sugestões  são  consideradas,  esforçam-­‐se  por  fazer  mais  do  que  é  necessário  e  sentem-­‐se  motivados  para  um   trabalho  de  qualidade.  Apesar  de  o  índice  geral  de  satisfação  no  trabalho  ter  baixado  para  62%,  os  resultados   demonstram  que  a  maioria  está  muito  motivada,  vê  o  seu  trabalho  reconhecido  e  valorizado  pelos  colegas,  chefia   e  clientes  e  a  motivação  está  intimamente  relacionada  à  satisfação  no  trabalho.   Os  indicadores  registaram  três  áreas  sensíveis.  A  primeira  com  o  processo  de  aquisição  de  novas  competências.   Os  trabalhadores  valorizam  a  formação  como  diferencial  competitivo  das  empresas  e  fator  chave  de  sucesso,   Página  49  de  67  

A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

conceito  alargado  pelas  próprias  instituições  comunitárias  ás  Universidades,  que  desenvolvem  ações  dirigidas  a   ativos  já  formados  pelo  ensino  superior,  Mestrados,  Pós-­‐graduações,  MBA´s,  e  outras.  Segue-­‐se  o  tratamento   interno  de  conflitos,  problemas  e  reclamações,  que  podem  pôr  em  causa  a  eficiência  e  eficácia  nos  serviços.  Por   último,   a   ausência   de   feedback   pela   chefia   sobre   o   resultado   dos   trabalhos   efetuados,   considerada   um   dos   principais   responsáveis   pelo   desiquilíbrio   entre   o   comportamento   esperado   e   o   resultado   obtido.   A   valorização   das   competências   adquiridas   tem   reflexos   significativos   no   desempenho,   determinante   para   o   interesse,   empenho  e  motivação  e  satisfação  dos  trabalhadores.   __________________________________________________________________________________________     (1)   De  acorco  com  o  estudo  da  filial  angolana  da  Janson  Associates  em  Parceria  com  o  Sinfic,  pelo  menos  88,7%    dos   colaboradores   de   empresas   que   actuam   em   Luanda   são   felizes   ou   muito   felizes   -­   Publicado   na   Revista   E&M   (Economia   e   Mercado),  Setembro  2014,  Ano  17  –  nº  120,  Artigo  de  Sebastião  Vemba  com  o  Título  Felicidade  Corporativa  e  subtítulo  Felizes   Produzimos  mais  e  durante  mais  tempo.  

  A  pesquisa  demonstra  que  nada  é  absoluto  nas  teorias  de  gestão  e  que  as  regras  e  normas  devem  ajustar-­‐se   sistematicamente,   tendo   em   conta   as   mudanças   do   ambiente   e   da   tecnologia,   responsáveis   pelas   transformações  no  seio  das  organizações,  onde  a  ruptura  com  o  passado  é  um  processo  inevitável.   Os   contributos   formulados   pelos   vários   autores   permitiram   equacionar   estratégias   à   investigação,   de   grande   valia  ao  presente  artigo  científico.  Os  resultados  demonstraram  que  apesar  de  os  índices  de  satisfação  terem   descido,   a   motivação   é   muito   elevada   e   o   investimento   em   formação   valorizado   pelos   respondentes,   o   que   permitiu  validar  a  pertinência  e  importância  do  tema  como  instrumento  estratégico  na  criação  e  capitalização  de   valor.   Foi  grato  aprender  que,  apesar  de  uma  ténue  insatisfação,  e  principalmente  em  tempos  de  crise  e  turbulência,  o   índice   de   motivação   permanece   elevado   e   o   desejo   de   aperfeiçoar   e   realizar   o   melhor   e   da   melhor   maneira   possível   é   intrínseco   e   indissociável   aos   trabalhadores,   cada   vez   mais   qualificados   e   onde   saber   motivar   na   incerteza,  faz  cada  vez  mais  sentido.           Palavras  Chave:  Satisfação  no  Trabalho,  Motivação,  Clima  Organizacional,  Análise  Multidimensional  e  Teorias  da   Satisfação.    

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

Apêndice  2:  Revisão  da  Literatura   A  escolha  do  tema  deste  artigo  científico  está  intimamente  associada  à  importância  da  satisfação  no   trabalho  e   à  sua  relevância  nas  empresas  e  organizações  para  a  melhoria  da  qualidade  dos  serviços,  acréscimo  de  receitas   e  aumento  do  volume  de  negócios.  O  conjunto  de  variáveis  tem  merecido  diversas  reflexões  e  contributos  de   diversos  autores  ao  longo  da  História  e  diversos  exemplos  recentes  são  apresentados  para  o  tema  em  análise.    Dentro  dos  objetivos  propostos,  procedeu-­‐se  à  identificação  e  análise  das  principais  contribuições  teóricas  e   práticas  de  autores  anteriores  que  elaboraram  estudos  sobre  o  mesmo  tema.  Apresentam-­‐se,  pois,  as  principais   fontes,  teorias  e  práticas  que  serviram  de  base  a  uma  série  de  reflexões.    

2.1.  Breve  Histórico   O  trabalho  sempre  se  revelou  fundamental  na  História  da  humanidade,  moldado  de  acordo  com  a  evolução  e   transformação  social.   Após  a  Revolução  Industrial  os  recursos  humanos  nas  organizações  ganham  maior  relevo  e  surgem  investimentos   de  modo  a  entender-­‐se  a  psicologia  das  organizações.   O   estudo   realizado   na   Wester   Electric   Company   em   Hawthorne,   nos   E.U.A.,   é   um   marco   na   viragem   para   a   valorização  dos  trabalhadores,  em  1927,  ao  concluir  que  os  aspectos  sociais  e  as  expetativas  dos  trabalhadores   eram   factores   com   maior   impacto   na   satisfação   no   trabalho,   Chiavenato,   (1999),   citado   em   Kurogi   (KUROGI,   2008,  pp.  49-­‐62).  O  Advento  do  sistema  capitalista  veio  a  introduzir  profundas  alterações  no  mundo  do  trabalho,   de  que  se  destacam  os  movimentos  tayloristas  e  fordistas  no  início  do  Século  XX.   Na  década  de  60  foi  largamente  aceite  que  o  trabalho  fabril  era  simples,  rotineiro,  tedioso  e  insatisfatório  (Hillin   &  Blood,  1968,  in  (SPECTOR,  2002),  principal  responsável  pela  quebra  de  produtividade  resultante  de  acidentes   de  trabalho  e  insatisfação  das  condições  de  trabalho.  A  pressão  dos  trabalhadores  acentua-­‐se  ante  a  existência   de   que   formas   de   gestão   mais   democráticas   e   tarefas   mais   complexas   que   forneciam   bases   mais   sólidas   para   o   aumento  da  produtividade  num  contexto  económico-­‐tecnológico.  Chiavenato  aponta  três  etapas  temporais  que   melhor  abordam  a  compreensão  do  comportamento  organizacional  e  evolção  das  empresas  durante  o  Século   XX.   A  Era  Clássica  marca  a  primeira  metade  do  Século  XX.  As  empresas  são  caracterizadas  pela  sua  rigidez  e  estrutura   piramidal.   Os   trabalhadores   eram   pouco   qualificados   e   facilmente   substituíveis.   A   informação   vinha   essencialmente  de  cima  para  baixo.    

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

_________________________________________________________________  

A   Era   Neoclássica   é   uma   era   de   continuidade   mas   com   mudanças   significativas.   As   condições   de   trabalho   melhoram,   as   estruturas   progressivamente   departamentadas   e   os   recursos   humanos   mais   adequados   aos   objectivos  organizacionais.  Com  o  advento  do  sistema  capitalista,  e  são  introduzidas  profundas  alterações  no   mundo  do  trabalho,  de  que  se  destacam  os  movimentos  tayloristas  e  fordistas  no  início  do  Século  XX.   Na   década   de   60   é   largamente   aceite   que   o   trabalho   fabril   era   simples,   rotineiro,   tedioso   e   insatisfatório   (Hillin   &  Blood,  1968,  in  (SPECTOR,  2002),  principal  responsável  pela  quebra  de  produtividade  resultante  de  acidentes   de   trabalho   e   insatisfação   das   condições   de   trabalho.   A   pressão   dos   trabalhadores   aliada   á   constatação   de   que   formas  de  gerenciamento  mais  democráticas  e  a  existência  de  tarefas  mais  complexas  constituiriam  bases  mais   sólidas  para  o  pretendido  aumento  da  produtivividade  num  contexto  económico-­‐tecnológicos.  Actualmente,  os   estudos  abarcam    questões  ambientais  e  características  pessoais.   A   Era   da   Informação   é   caracterizada   pelas   novas   tecnologias   de   informação,   as   mudanças   abruptas   e   de   amplitude  global.  A  concorrência  deixa  de  ser  local  para  ser  global  e  as  empresas  vivem  um  novo  paradigma.  Há   um   novo   olhar   sobre   os   recursos   humanos,   que   passam   a   ser   vistos   como   seres   dotados   de   inteligência,   personalidade,   ambições,   factores   de   dinamização   e   implementação   de   uma   nova   dinâmica   oeganizacional   á   concretizaçao  dos  objectivos  organiacionais.   Os  paradigmas  organizacionais  podem  sintetizar-­‐se  em  três  grandes  teorias  e  paradigmas.      

 

Paradigma  Organizacional  

   

Mecanicista  –  1911  

Biológico  

 

Taylord  e  Ford  

1960  

 

Lógica  do  “Best  Way”    

Motivação  e  Liderança  

 

Webber   –   Teoria   Burocrática   –   repartição  de  tarefas  

Construtivista   –   reproduz-­‐se  (1980)  

auto  

-­‐  c ultural   -­‐política   -­‐  Apremdizagem  

  Ilustração  1  -­‐  Paradigma  Organizacional  *“fig.  adaptada”  

  (*)  Fonte:  Piteira,  Prof.  Dr.  Carlos  –  Teorias  e  Metodologia  da  Decisão  e  Análise  do  Risco   ISCSP  –  UTL,  2003/2004  –Apontamentos  aula  Pós-­‐Graduação  Informações  e  Segurança     O  paradigma  é  a  base  da  inspiração  para  a  produção  das  teorias  e  as  grandes  orientações  surgem  no  século  XX.   O  modelo  mecanicista  de  Taylor  e  Ford  na  lógica  do  “Best  Way”  e  a  operacionalização  do  taylorismo,  dos  tempos   Página  52  de  67  

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das   tarefas,   ou   o   modelo   burocrático   de   Max   Webber,   partem   do   princípio   de   que   é   possível   normalizar   e   controlar.  A  organização  é  tomada  como  um  sistema  fechado  (normas  e  regas).   Na  década  de  60,  os  estudos  de  Elton  Mayer  tem  como  grande  paradigma  considerar  a  organização  como  um  ser   vivo.   Saída   do   positivismo   e   entrada   no   âmbito   biológico,   onde   já   se   abarca   a   liderança   e   a   motivação.   A   possibilidade  de  se  lidar  com  as  pessoas  num  contexto  organizacional,  como  se  elas  interagissem.  As  pessoas   tomam  decisões,  há  poder,  as  empresas  podem  crescer  e  morrer.   Nos   anos   80,   os   construtivistas   consideram   as   organizações   como   sistemas   abertos,   onde   qualquer   ser   vivo   interage  com  os  outros,  como  um  sistema  aberto,  a  organização  age  e  interage  com  outros  sistemas.   A  valorização  das   pessoas   (Modelo   sociotécnico)  diz-­‐nos  que  podemos  ter  as  tecnologias  todas,  os  estilos   de   estrutura,   mas   as   pessoas   é   que   são   as   grandes   impulsionadoras   das   organizações,   elas   é   que   utilizam   as   tecnologias  e  interagem.   Das  pesquisas  de  Lawrence,  mostram  o  quanto  as  organizações  de  encontram  dependentes  do  ambiente  externo   e  das  tecnologias.   Dos   seus   estudos   resulta   que   as   organizações   tem   como   principal   necessidade   estar   em   consonância   com   o   ambiente   a   fim   de   melhor   se   alcançarem   os   objetivos   organizacionais   (análise   swot).Estas   condições   gerais   constituem  um  campo  de  forças  interactivas.  O  ambiente  é  mutável  e  dinâmico.   Nas  pesquisas  de  (LAWRENCE  &  LORSCH,  1986)  ,  efectuadas  em  10  empresas  de  diferentes  meios  industriais,  o   resultado  apontaram  para  a  problemática  organizacional  para  os  aspectos  básicos  da  diferenciação  e  integração.   Os   problemas   básicos   das   organizações   são   a   diferenciação   e   descentralização,   absorção   da   incerteza,   o   planeamento   da   contingência   e   à   tomada   de   decisão   descentralizada   (RODRIGUES,   s.d.).   As   condições   do   ambiente   é   que   causam   transformações   no   interior   das   organizações.   Os   aspectos   básicos   consideram   que   a   organização  é  de  natureza  sistémica,  aberta,  organizada  e  apresenta  uma  interacção  entre  si  e  o  ambiente,  cujas   características  são  variáveis,  independentes  e  as  características  organizacionais  são  variáveis  dependentes  do   ambiente.   A  Teoria  da  Contingência  nasce  da  preocupação  do  confronto  entre  organização  versus  ambiente  numa  luta  pela   eficiência,  e  demonstra  que  nas  teorias  de  gestão  nada  é  absoluto  e  os  critérios  devem  ser  sistematicamente   ajustados  às  organizações  de  acordo  com  o  ambiente  e  a  tecnologia.   As  mais  recentes  abordagens  organizacionais  são  três:     A  abordagem  cultural  é  a  mais  utilizada.  A  empresa  é  encarada  como  detentora  e  promotora  de  uma  cultura   própria,  com  dimensões  reguladas  por  características  próprias.     A  política  considera  a  empresa  ou  a  organização  como  uma  microsociedade,  onde  se  reproduz  o  governo  político   de  quem  governa  e  de  quem  é  governado.  Podemos  analisar  a  sociedade  como  sendo  politicamente  organizada.  

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2.2.  Conceitos  Básicos   A  diversidade  de  significados  humanos  leva  a  que  os  indivíduos  reajam  de  forma  diversa  perante  os  estímulos   que  o  rodeiam.  “A  vontade  /motivação  de  empregar  altos  níveis  de  esforço  em  direção  a  metas  organizacionais   é  condicionada  por  alguma  necessidade  de  satisfação  do  indivíduo”  (ROBBINS  S.  P.,  1991,  p.  109).   “Trabalhar  é  impor  à  natureza  a  nossa  face”   (CODO,  1994,  p.  189),  e  o  homem  é  um  ser  que  se  cria  através  da   formação   da   sua   própria   existência   através   do   trabalho   (FIGUEIREDO,   1991).   O   trabalho   é   a   realização   da   identidade  (MENDES,  1998).  Ao  produzir  algo,  o  trabalhador  sente-­‐se  estruturado  como  pessoa  como  resultado   da   valorização   do   seu   trabalho.   Para   Lower   (1984)   in   (MENDES,   1998)   o   trabalho   pode   ser   fonte   de   prazer,   consoante  as  condições  da  sua  realização,  mas  exige  disciplina,  responsabilidade  e  compromisso.   Para  (SPECTOR,  2002)  a  satisfação  é  o  produto  da  adequação  entre  o  indivíduo  e  o  trabalho.  A  satisfação  no   trabalho  é  uma  variável  atitudinal,  que  reflete,  de  modo  geral  e  nos  seus  vários  aspectos,  como  é  que  uma  pessoa   se  sente  em  relação  ao  trabalho.  Motivo  pelo  qual  a  satisfação  no  trabalho  é  geralmente  avaliada  através  de   questionários  e  entrevistas,  indicadores  do  sentimento  do  indivíduo  em  relação  organização.   A   satisfação   no   trabalho   está   intimamente   relacionada   à   Qualidade   de   Vida   no   Trabalho.   De   acordo   com   (CHIAVENATO,   1988),   a   QVT   representa   em   que   grau   se   encontram   as   organizações   empenhadas   na   satisfação   das  necessidades  pessoais  através  do  trabalho.  A  QVT  está  representada  por  escala  de  oito  graus:   -­‐  Satisfação  com  o  trabalho  executado;  possibilidade  de  futuro  na  Empresa;  Reconhecimento  pelos  resultados   alcançados;  Salário  recebido;  Benefícios  auferidos;  Relacionamento  humano  dentro  da  organização;  Ambiente   psicológico  e  físico  do  trabalho;  Liberdade  e  responsabilidade  de  decidir  e  possibilidade  de  participação.   Com  (ROBBINS  S.  P.,  1991)  surgem  as  primeiras  discussões  sobre  cidadania  organizacional,  novo  tema  na  área   organizacional,  fator  relacionado  de  forma  próxima  com  a  Satisfação  no  Trabalho.    

2.3.Definição  de  motivação   A  motivação  é  definida  pelo  desejo  de  exercer  altos  níveis  de  esforço  em  direção  a  um  determinado  objetivo,   organizacional  ou  não,  condicionado  pela  capacidade  em  satisfazer  algumas  necessidades  individuais.   As  suas  principais  características  resultam  de  um  fenómeno  individual.  Cada  indivíduo  é  um  ser  único  e  como  tal   deve  ser  tratado.  A  motivação  é  um  fenómeno  intencional  e  está  sob  o  controle  do  trabalhador.  É  multifacetado,   depende  do  estímulo  e  escolha  do  comportamento  empregue.  Não  pode  ser  diretamente  medido  nem  é  passível   de  observação,  apenas  o  comportamento  motivado,  a  ação  e  as  forças  internas  e  externas  que  influenciam  a   escolha  da  ação.  

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2.3.1.Tipos  de  motivação   As  causas  da  motivação  são  diversas,  bem  assim  as  suas  necessidades  e  expectativas.  Pode  ser  intrínseca  ou   extrínseca.   A   motivação   intrínseca   está   relacionada   com   recompensas   psicológicas,   como   o   reconhecimento,   o   respeito,  o  status,  fatores  motivacionais  intimamente  ligados  com  as  ações  individuais  dos  gerentes  em  relação   aos  seus  subordinados.  A  motivação  diz-­‐se  extrínseca  quando  as  causas  se  baseiam  em  recompensas  tangíveis,   como   o   salário,   os   benefícios,   as   promoções,   causas   geralmente   determinadas   pela   gerência   ou   pela   administração.    

2.4.Principais  Teorias  Motivacionais   A   tabela   nº   1   apresenta,   de   forma   sistematizada,   as   teorias   referenciadas   nos   subcapítulos   e   seus   principais   pressupostos.   Teorias  Motivacionais  Tabela  1  -­‐  Principais  Teorias  Motivacionais   Maslow   (1954)  

Os  indivíduos  são  motivados  por  uma  hierarquia  de  5  tipos  de  necessidades.  Para  a   satisfação  das  necessidades  superiores  é  necessário  satisfazer  previamente  as   necessidades  inferiores.  

Herzberg   (1966)  

Considera  dois  fatores  associados  à  motivação:  os  Fatores  Higiénicos  e  os  Fatores   Motivadores.  Os  primeiros  evitam  a  insatisfação  e  os  segundos  conduzem  à  satisfação.  

Adelfer   (1972)  

Defende  três  categorias  de  necessidades  que  conduzem  à  motivação:  Existência,   Relacionamento  e  Crescimento.  Ao  não  satisfazer  um  determinado  tipo  de  necessidades,   o  indivíduo  tende  a  redobrar  esforços  para  satisfazer  a  categoria  de  necessidades   inferior,  o  que  pode  conduzir  à  frustração.  

McClelland     (!961)  

A  motivação  ocorre  pela  satisfação  de  três  tipos  de  necessidades:  Realização,  Afiliação  e   poder.  Todos  os  indivíduos  possuem  estes  três  tipos  de  necessidades,  embora   predomine  uma  em  detrimento  das  restantes.  

Katz  e  Kahn     (1966)  

São  distinguidos  quatro  tipos  de  fatores  que  influenciam  o  nível  de  motivação:   Obediência  à  Lei,  Satisfação  Instrumental,  Auto  Expansão  e  Internacionalização,  e   Valores.  Determinados  incentivos  conduzem  a  determinados  tipos  de  comportamento.  

McGregor   (1961)  

Apresenta  duas  abordagens  antagónicas.  São  as  Teorias  X  e  Y  acerca  da  administração.  A   Teoria  X  considera  a  natureza  humana  indolente,  que  não  gosta  de  trabalhar.  A  Teoria  Y   propõe  que  os  seres  humanos  são  bons  e  direcionados  para  o  trabalho.  

Adams     (1963)  

Enfatiza  a  percepção  pessoal  do  indivíduo  sobre  a  razoabilidade.  

Vroom   (1964)  

A  motivação  depende  da  expectativa  que  o  indivíduo  tem  em  ser  recompensado  pelo   trabalho  desempenhado.  

Porter  e  Lawer   (1968)   Locke   (1968)  

Consideram  quatro  variáveis  que  condicionam  a  motivação:  o  Esforço,  o  Desempenho,   as  Recompensas  e  a  Satisf   Defende  que  a  maior  fonte  de  motivação  reside  na  fixação  de  objetivos  específicos  e   difíceis  de  atingir.  

 

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As  Teorias  Motivacionais  subdividem-­‐se  em  Teorias  de  Conteúdo  e  Teorias  de  Processo.  As  primeiras  referem-­‐se   a   “O   QUE”   motiva   o   comportamento   humano   e   as   segundas,   Teorias   de   Processo,   em   “COMO”   é   que   o   comportamento  é  motivado.   Teoria  da  Hierarquia  das  Necessidades  –  Maslow   Abraham   Maslow   desenvolve   a   sua   teoria   considerando   que   os   indivíduos   são   motivados   através   de   uma   hierarquia   de   5   tipos   de   necessidades   (Warhborn,   2008,   pp   15-­‐17,   teoria   que   parte   do   pressuposto   que   as   necessidades   de   nível   superior   só   são   satisfeitas   após   a   satisfação   das   de   nível   imediatamente   inferior   (Christensen,   2002   p.   2).   Para   Daniel,   et   al.   2005   p.   3),   o   nível   inferior   das   necessidades   não   satisfeitas   na   hierarquia  é  o  principal  motivador  do  comportamento.   Esta   teoria   estuda   a   motivação   através   das   necessidades   dos   indivíduos.   Para   Maslow,   a   necessidade   é   uma   manifestação   natural   da   sensibilidade   interna.   Esta   desperta   uma   tendência   para   a   realização   de   um   ato   ou   na   procura  de  uma  determinada  categoria  de  objetos.   Maslow  organiza  as  necessidades  humanas  em  cinco  categorias  hierárquicas,  consoante  a  sua  predominância  e   probabilidade.   Necessidades  Fisiológicas:  englobam  a  necessidade  de  sobrevivência,  alimentação,  água,  oxigénio,  sono,  sexo.   São  intuitivas  e  nascem  com  o  homem.   A  Necessidade  Segurança  leva  à  busca  de  proteção  contra  as  ameaças  e  privações.  Mantém  as  pessoas  em  estado   de  dependência  da  empresa  ou  de  outras  pessoas.   As  Necessidades  Sociais  relacionam-­‐se  com  o  convício  social,  a  amizade,  o  afeto  e  o  amor.   A  Necessidade  de  estima  prende-­‐se  com  o  desenvolvimento  de  sentimentos  de  autoconfiança  e  da  necessidade   em  ser-­‐se  útil  e  necessário  aos  outros.  A  frustração  produz  sentimentos  de  inferioridade  e  de  impotência.   A  Necessidade  de  Auto  Realização  é  a  tendência  para  explorar  as  suas  potencialidades.               Teorias  Motivacionais  Tabela  2  -­‐  Pirâmide  das  Necessidades  de  Mazlow   Página  56  de  67  

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Tipo  de  Necessidades  

Pirâmide  de  Maslow  

Forma  como  as  organizações   podem  satisfazer  as  necessidades  

Desejos   de   auto   realização   plena     Desejos  de  auto  respeito  e   de  respeito  ou   reconhecimento  dos   outros       Necessidade   de   afiliação   incluindo   sentimentos   de   amizade  e  de  pertença    

Necessidade  de   Auto  realização   Necessidade  

Atribuição  de  tarefas  estimulantes,   formação  e  possibilidades  de   progressão   Feedback  acerca  do  desempenho  

De  estima  e  auto   Reconhecimento    

Atividades   paralelas   que   estimulem  

Necessidades  

o   trabalho   em   equipa   (ex.   jogos,  

Sociais  

comemorações)   e   demonstração   de   preocupação   para   com   os   direitos   das  pessoas.  

Necessidades   de   segurança   e  de  estabilidade     Necessidades  Humanas   mais  básicas    

Necessidade   De  segurança   Necessidades   Fisiológicas  

Proporcionar   um   ambiente   de   trabalho   em   que   as   pessoas   se   sintam  satisfeitas.   Pagamento  de  salários  

Fonte:  Adaptado  de  Rocha  2007  p.78;  Wargborn,  2008,  pp  15-­‐17  

 

O   Autor   estabelece   uma   nítida   distinção   entre   a   motivação   de   deficiência   e   a   motivação   de   crescimento.   As   necessidades  básicas  correspondem  a  motivos  de  deficiência,  de  déficits  no  organismo.  O  seu  preenchimento  é   feito   através   de   objetos   ou   pessoas   de   fora.   Quando   o   indivíduo   satisfaz   uma   necessidade   surge   outra,   e   assim   por  diante.  

 

A   motivação   de   crescimento   ocorre   quando   as   necessidades   básicas   estão   suficientemente   satisfeitas,   e   somos   motivados  pelas  tendências  para  a  individualização.   A  diferença  entre  as  necessidades  básicas  (deficiência)  e  as  de  crescimento  são  de  ordem  qualitativa,  dado  que   as  pessoas  diferem  na  intensidade  das  suas  necessidades.  De  acordo  com  esta  teoria,  dificilmente  se  atinge  o   topo  da  pirâmide,  porque  há  sempre  novos  objetivos  e  sonhos.   A  principal  crítica  à  Teoria  da  Hierarquia  das  Necessidades  de  Maslow  tem  a  ver  com  a  subjetividade  do  indivíduo   e  dificuldade  em  padronizar  os  seus  agentes  motivadores.  

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Teoria  dos  dois  Fatores  –  Herzberg   Embora  o  ponto  de  partida  desta  Teoria  seja  a  Teoria  Clássica  de  Maslow,  Herzberg  também  discorda  de  alguns   pontos  desta  Teoria.  Existem  duas  ordens  de  fatores  associados  à  motivação.   Os   fatores   higiénicos,   que   conduzem   à   satisfação   no   trabalho   e   ao   aumento   da   performance   (fatores   motivacionais)   (Daniel,   et.   Al.,   2005   p.   3).   Concorda   nas   necessidades   internas,   mas   discorda   ao   afirmar   que   os   sentimentos  de  insatisfação  se  refiram  a  factores  extrínsecos  ao  trabalho.  E  que  ao  referir-­‐se  a  sentir-­‐se  bem,  se   refere  a  elementos  extrínsecos.     Para  Frederick  Herzberg  (1977,  p.  61),  o  “oposto  de  satisfação  no  trabalho  não  é  a  insatisfação  no  trabalho,  mas   sim   a   ausência   de   satisfação;   e   da   mesma   forma,   o   oposto   de   insatisfação   no   trabalho,   não   é   satisfação   no   trabalho  mas  sim  ausência  de  insatisfação”,  citado  por  Júnior  et  al.,  2009,  pág.  8.  Para  estes  autores,  uma  das   principais  contribuições  desta  teoria  é  a  de  que  os  fatores  que  conduzem  à  satisfação  diferem  das  que  geram  a   insatisfação  no  trabalho.   A  motivação  depende  do  trabalho  em  si  e  não  dos  incentivos.  Para  Maslow,  todas  as  necessidades  motivam  e   provocam  satisfação,  mas  para  Herzberg  nem  todas  as  necessidades  motivam,  algumas  apenas  evitam  a  não   satisfação.   Herzberg  categoriza  a  motivação  em  Fatores  de  Higiene  ou  Higiénicos  e  Fatores  Motivacionais.   Fatores  Higiénicos  –  são  os  fatores  extrínsecos  e  previnem  a  insatisfação.  Giram  em  torno  do  contexto  do  cargo:   como  é  que  a  pessoa  se  sente  em  relação  à  empresa,  ás  condições  de  trabalho,  aos  salários,  prémios,  benefícios,   vida  pessoa,  status,  relacionamentos  interpessoais.   Fatores   Motivacionais   –   são   os   fatores   intrínsecos,   associados   a   sentimentos   positivos.   Relacionam-­‐se   o   CONTEÚDO  DO  CARGO.  Como  se  sente  a  pessoa  em  relação  ao  cargo,  ao  trabalho  em  si,  à  realização  pessoal,  ao   reconhecimento  e  ás  responsabilidades.  A  motivação  gera  uma  dinâmica  que  conduz  à  execução  da  tarefa  em  si   pela  realização,  reconhecimento,  responsabilidade  e  progresso.   A  chave  da  motivação  reside  na  reestruturação  dos  cargos,  tornando-­‐os  mais  desafiadores  e  gratificantes,  já  que   a  excessiva  especialização  os  torna  monótonos.   A  insatisfação  não  é  igual  à  não  satisfação,  na  medida  em  que  é  possível  não  estar  insatisfeito  e  ao  mesmo  tempo   não  estar  satisfeito.  As  críticas  reportam-­‐se  à  metodologia,  limitada  a  este  modelo,  e  é  questionada  a  suposição   que  dois  conjuntos  de  fatores  operem  numa  única  direção.   Teoria  ERC  –  Alderfer   Esta   Teoria   é   desenvolvida   pelo   psicólogo   Clayton   Alderfer.   Tem   como   ponto   de   partida   a   Teoria   de   Maslow   seguida  de  novas  pesquisas.  Alderfer  reformula  a  Teoria  das  Necessidades  de  Maslow,  reagrupando-­‐a  em  três   categorias   não   hierarquizadas:   Existência,   Relacionamento   e   Crescimento   (Rocha,   2007,   p.   80),   onde   os   Página  58  de  67  

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indivíduos   buscam,   sem   sucesso,   a   satisfação   das   necessidades   de   crescimento   e   tendem   à   satisfação   das   necessidades  de  relacionamento,  o  que  gera  frustração  e  conduz  à  regressão  (Wargborn,  2008,  pp  19-­‐20),   Alderfer  concorda  que  a  motivação  pode  ser  medida  seguindo  uma  hierarquia  de  necessidades,  mas  diverge  da   Teoria   de   Maslow   em   alguns   pontos   básicos.   Para   Maslow,   as   pessoas   sobem   progressivamente   dentro   da   hierarquia  das  necessidades,  mas  para  Alderfer,  as  pessoas  sobem  e  descem.   Teorias  Motivacionais  Tabela  3  -­‐  Modelo  Erg  de  Alderfer    

 

NECESSIDADES  

FORMA  DE  AS  SATISFAZER  

  Existenciais  

  Correspondem  ás  necessidades  básicas  de  Maslow,   como  a  necessidade  de  sobrevivência.  Acesso  á   comida,  ar,  agua,  salários,  benefícios,  condições  de   trabalho.   O  ser  humano  tem  necessidades  de  relacionamentos   interpessoais,  de  sociabilidade  e  de  relacionamentos   sociais.  De  estabelecer  e  manter  relações   interpessoais  com  os  colegas,  superiores,   subordinados,  amigos  e  família.   A  necessidade  de  crescimento  prende-­‐se  com  a   necessidade  de  criar,  de  dar  sugestões,  de  participar   e  de  desenvolver  o  potencial  humano.  Tentativa   individual  para  encontrar  oportunidades  únicas  de   desenvolvimento  pessoa.  

  Relacionamento  

  Crescimento  

Fonte:  Adaptado  de  D.  Kim  (200,  p.  28)  

Esta  teoria  adopta  o  princípio  da  frustração-­‐regressão.  Uma  necessidade  inferior  pode  ser  ativada  quando  uma   necessidade  mais  elevada  não  pode  ser  satisfeita  e  mais  do  que  uma  necessidade  pode  focalizar-­‐se  de  uma  única   vez.   Teoria  da  Realização  ou  Teoria  das  Necessidades  Adquiridas  –  McClelland   Para  David  McClelland,  o  indivíduo  é  portador  de  três  tipos  de  necessidades:  De  Realização,  de  Afiliação  e  de   Poder,  obtidas  através  da  interação  com  o  meio  ambiente  e  a  envolvente.   Ressalta  que  as  necessidades  podem  ser  aprendidas  ou  socialmente  adquiridas  durante  a  vida.  Tem  início  quando   o  indivíduo  começa  a  interagir  com  o  ambiente  e  resume-­‐se  em  três  necessidades  básicas.   -­‐  Necessidade  de  Realização  (nR)  –  é  o  desejo  de  ser  excelente,  o  melhor,  o  mais  eficiente.  As  pessoas  com  estas   necessidades   gostam   de   correr   riscos   calculados,   ter   responsabilidades,   de   traçar   metas.   Esta   necessidade   prende-­‐se  com  a  busca  pela  excelência  e  é  realizada  em  relação  a  determinados  padrões,  na  busca  pelo  sucesso.   -­‐  Necessidade  de  Poder  (nP)  –  Desejo  de  controlar  os  outros  e  de  influenciá-­‐los.  Geralmente,  estas  pessoas  têm   grande  poder  de  argumentação,  o  que  pode  ser  positivo  ou  negativo.  Procuram  assumir  cargos  de  liderança.   Atende  a  desejos  individuais  de  controlar  ou  influenciar  os  outros  (Daniel,  et.  al,,  2005  pp  3-­‐4).   Página  59  de  67  

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-­‐  Necessidade  de  Afiliação  –  Reflete  o  desejo  de  afiliação  social,  de  contatos  interpessoais,  de  amizade  e  poucos   conflitos.  Tem  a  ver  com  o  desejo  no  estabelecimento  de  relacionamentos  interpessoais  próximos  e  amigáveis.   Estas  pessoas  colocam  as  necessidades  e  os  relacionamentos  acima  das  tarefas.   Esta   teoria   estabelece   pontos   importantes   a   serem   avaliados,   tal   como   o   esforço   individual   em   busca   de   feedbacks   concretos,   a   eleição   de   modelos   a   serem   seguidos,   o   estabelecimento   de   metas   com   propostas   desafiadoras  e  um  maior  controle  do  indivíduo  para  com  os  seus  desejos.   Em  diferentes  níveis,  todos  os  indivíduos  são  portadores  destes  três  tipos  de  necessidades  e  diferentes  níveis.  A   sua   importância   para   o   desempenho   das   funções   varia   de   acordo   com   o   lugar   ocupado   dentro   de   uma   dada   organização.   O   principal   contributo   é   a   compreensão   de   quais   as   necessidades   prioritárias   para   cada   indivíduo   dentro   da   organização,   o   que   vai   permitir   o   desenvolvimento   de   estratégias   adequadas   à   satisfação   das   necessidades   individuais  e  ao  alcance  dos  objetivos  organizacionais.   Teoria  dos  Fatores  de  Motivação  de  KATZ  e  R.  KAHN   Katz   e   Kahn   identificam   diferentes   fatores   de   motivação,   que   combinam   valores   e   desejos   individuais   com   o   sistema  de  recompensas  e  controlo  individuais  (Rocha,  2007,  p.81).     Para  os  autores,  há  quatro  tipos  de  fatores  que  influenciam  de  forma  positiva  ou  negativa  o  nível  de  motivação   dos  indivíduos:  Obediência  à  Lei,  Satisfação  Instrumental,  A  Auto  Expansão  e  a  Internacionalização  e  os  valores.   Conclui-­‐se   que   determinados   incentivos   ou   padrões   de   motivação   conduzem   a   determinados   tipos   de   comportamento.   Teorias  Motivacionais  Tabela  4  -­‐  Teoria  de  Katz  e  Kahn  -­‐  Padrões  de  Motivação,  Sistemas  e  Recompensas  e  Tipos  de   Comportamento  Produzidos   INCENTIVOS  /  PADRÕES  DE  MOTIVAÇÃO   OBEDIÊNCIA  Á  LEI   Aceitação   da   autoridade   legitimada   pelos   Regulamentos  organizacionais  ou  da  força  externa   para  imposição  da  obediência  ás  regras.   SATISFAÇÃO  INSTRUMENTAL   -­‐  Sistema  geral  de  recompensas     -­‐  Recompensas  individuais     -­‐  Aprovação  dos  líderes     -­‐  Aprovação  dos  pares  

TIPOS  DE  COMPORTAMENTO  PRODUZIDO     A   aceitação   da   quantidade   mínima   de   trabalho   pode   produzir  o  absentismo.    

-­‐  Possível  subida  da  produtividade   -­‐  Redução  do  absentismo  e  turnover   -­‐  Possível  subida  da  produtividade   -­‐  Possível  redução  do  turnover  e  absentismo   -­‐  Possível  decréscimo  do  turnover  e  do  absentismo   -­‐  Possível  subida  da  produtividade   -­‐  Possível  decréscimo  do  turnover  e  do  absentismo   -­‐  Possível  subida  ou  descida  da  produtividade   AUTO  EXPANSÃO     Identificação   e   satisfação   com   o   trabalho   e   as   -­‐  Alta  produtividade   tarefas   -­‐  Diminuição  do  absentismo   INTERNACIONALIZAÇÃO  DOS  OBJECTIVOS  DA   -­‐  Subida  da  produtividade   -­‐  Redução  do  turnover  e  do  absentismo   ORGANIZAÇÃO   Fonte:  Rocha,  2007  pp.  81-­‐82   Página  60  de  67  

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Teoria  X  e  Teoria  Y  de  McGregor   A  Teoria  X  baseia-­‐se  nas  noções  erradas  do  que  são  as  causas  e  do  que  são  os  efeitos  (Maki,  2001  p.  23).  Os   pressupostos  utilizados  são  os  seguintes:   a)   Que  o  ser  humano  tem  aversão  ao  trabalho,  evitando-­‐o  sempre  que  possível;     b)   Que  é  necessária  a  coacção,  dirigir,  controlar  e  punir  para  que  a  maioria  das  pessoas  se  esforce  em   alcançar  os  objectivos  organizacionais;     c)   Que  a  maioria  das  pessoas  tem  pouco  espírito  de  iniciativa,  pouca  capacidade  criativa  e  prefere  ser   dirigida,  evitando  responsabilidades.     Por  outro  lado,  a  Teoria  Y  permite  um  ambiente  mais  favorável  à  concretização  do  potencial  dos  funcionários.   Afasta   obstáculos   e   encoraja   o   crescimento   e   a   orientação   (Maki,   2001,   p.   25).   Baseia-­‐se   nas   seguintes   proposições:   a)   O  ser    humano  não  tem  aversão  ao  trabaho  nem  o  evita.  Trabalhar  é  uma  atividade  natural  e  fonte  de   satisfação;     b)   Não  é  necessário  o  controlo  nem  a  coação.  O  ser  humano  está  disposto  a  auto  dirigir-­‐se  e  a  auto   controlar-­‐se.   c)   O  compromisso  dos  indivíduos  em  relação  aos  objectivos  organizacionais  é  fruto  de  recompensas  que   estes  esperam  obter  por  atingirem  os  objectivos  desejados;     d)   As  pessoas  não  evitam  responsabilidades  nem  tem  falta  de  ambição.  Em  determinadas  situações   podem  mesmo  aprender  e  procurar  assumir  responsabilidades.   e)   A  motivação  e  a  capacidade  para  assumir  responsabilidades  são  aspectos  comuns  a  todos  os   indivíduos.   f)   Tradicionalmente,  os  indivíduos  não  realizam  todo  o  seu  potencial  no  local  de  trabalho,  pelo  que  é  da   competência  do  gestor  organizar  o  trabalho  a  fim  de  que  as  pessoas  possam  atingir  os  seus  objetios  e   contribuir  para  o  alcance  dos  objectivos  organizacionais     Teoria  da  Expectação  –  Vroom   Esta  Teoria  foi  desenvolvida  em  1964  por  Victor  Vroom  e  baseia-­‐se  numa  visão  económica  do  indivíduo.  Vê  as   pessoas  como  individuais,  com  vontades  e  desejos  diferentes  relativos  ao  trabalho,  o  que  faz  com  que  decidam   através  da  seleção  consoante  o  momento.   O  processo  motivacional  não  depende  apenas  dos  objetivos  individuais,  mas  também  do  contexto  de  trabalho   em   que   o   indivíduo   se   encontra   inserido,   D.   Kim   (2006,   pp.   29-­‐30).   O   modelo   sugere   que   a   motivação   depende   das   expectativas   do   indivíduo   em   ser   recompensado   face   ao   trabalho   desenvolvido.   “Em   linhas   gerais,   este   modelo   considera   que   a   intensidade   da   tendência   para   atuar   de   determinada   forma   está   subordinada   à   intensidade  de  expectativas  no  resultado  e  na  atratividade  desse  resultado”,  Vieira,  2006,  p.66.    

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  Teorias  Motivacionais  Tabela  5  -­‐  Teoria  das  Expectativas    

MOTIVAÇÃO  –  ENERGIA  QUE  DIRIGE  ESCOLHAS  COMPORTAMENTAIS  ESPECÍFICAS    

 

Energia  que  dirige  as  e  

 

=  

Expectativa      

Instrumentalidade  

X  

Valência  

 

 

 

Expectativa  –Crença  na  

Instrumentalidade  –  Crença  de  

Valência  –  A  força  do  desejo  

que  determinado  

individual  para  um  resultado  

conduza  a  um  bom  

comportamento  conduz  à  

particular  é  o  valor  subjetivo  

  desempenho.  

recompensa.  

relacionado  a  um  incentivo  ou  

  probabilidade  de  que  o  esforço  

  -­‐  Auto  E  ficácia  –  Auto     percepção  da  capacidade  para     desempenhar   uma  dada  tarefa.       -­‐  Grau  d  e  Dificuldade  do   Objetivo     –  influencia  a s    

X  

-­‐  Confiança  no  superior   hierárquico;   -­‐  Controlo;   -­‐  Políticas  laboras  

recompensa,  ou  seja,  ao  valor   atribuído  aos  resultados   esperados.   -­‐  Valores   -­‐  Necessidades  

expetativas.  Objetivos   -­‐  Objetivos  

demasiado  ambiciosos  podem  

  conduzir  ao  receio  do  seu  não   alcance.  

-­‐  Preferências     Fonte:  Adaptado  de  M.  Vieira,  2006,  p.68  

Parte  do    pressuposto  que    o  comportamento  dos  indivíduos  nas  organizações  é  determinada  pela  combinação   de  três  conceitos  fundamentais:    Expetativa,  Instrumentalidade  e  Valência.   -­‐  Que  o  comportamento  é  motivado  por  uma  combinação  de  fatores  do  indivíduo  e  do  ambiente.   -­‐  Os  indivíduos  tomam  decisões  sobre  o  seu  comportamento  na  organização.   -­‐  Os  indivíduos  têm  necessidades,  desejos  e  objetivos  diferentes;   -­‐   Os   indivíduos   decidem   entre   alternativas   de   comportamento   baseados   nas   suas   expectativas,   quando   um   determinado  comportamento  poderá  levar  ao  resultado  desejado.   Para  esta  visão  teórica,  os  indivíduos  baseiam  as  suas  escolhas  nos  seus  ideais  de  recompensa  ainda  não  obtidos;   as  recompensas  encontram-­‐se  inseridas  num  período  de  tempo  médio  para  que  haja  uma  relação  desempenho-­‐ recompensa  e  que  esta  deve  ser  justa;  O  indivíduo  sabe  o  que  se  espera  dele  e  passa  a  comportar-­‐se  da  maneira   esperada.  

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Como  críticas,  esta  teoria  não  foi  exaustivamente  testada  empiricamente,  o  que  dificulta  a  sua  validação.  É  uma   teoria  racional,  dado  que  as  ações  são  previamente  calculadas  e  pesadas.  Finalizando,  nem  todos  os  fatores  que   influenciam  a  motivação  pessoal  tiveram  relevância  no  processo.   Teoria  Multifatorial  de  L.  Porter  e  L.Lawler   Consiste  numa  versão  mais  completa  da  Teoria  das  Expectativas.  São  consideradas  quatro  variáveis  principais   que  condicionam  a  motivação:  O  esforço,  o  desempenho,  as  recompensas  e  a  satisfação  (Rocha,  2007  p.  84).   O   esforço   consiste   na   energia   que   os   indivíduos   empregam   na   realização   de   uma   dada   atividade,   condicionada   pelo  valor  da  recompensa  e  pela  probabilidade  de  ser  recompensado  pelo  esforço  dispendido.  O  desempenho  é   consequência  do  esforço.  É  influenciado  por  fatores  como  as  próprias  capacidades  individuais  e  de  percepção  do   seu  papel.   As  recompensas  dependem  do  desempenho  e  podem  ser  intrínsecas,  como  a  satisfação  pelo  dever  cumprido,   ou  extrínsecas,  como  as  recompensas  monetárias  ou  promoções,  entre  outras.   A   satisfação   deriva   de   todo   o   processo   de   esforço,   desempenho   e   recompensa.   Saliente-­‐se   a   influência   da   equidade  na  atribuição  das  recompensas  como  fator  que  pode  condicionar  o  nível  de  satisfação  do  indivíduo.   Teoria  da  Equidade  –  J.  Stacy  Adams   J.   Stacy   Adams   fundamenta   a   sua   teoria   no   facto   de   que   os   trabalhadores   buscam   a   justiça   quanto   as   recompensas  recebidas,  comparando-­‐as  ás  dos  seus  colegas  de  trabalho.  Esta  teoria  enfatiza  a  percepção  pessoal   do  indivíduo  sobre  a  razoabilidade  ou  justiça  relativa  na  sua  relação  laboral.  A  equidade  existe  quando  os  rácios   dos  vários  indivíduos  são  iguais.  A  iniquidade  ocorre  quando  o  indivíduo  se  apercebe  que  o  seu  racio  é  diferente   (por  excesso  ou  por  defeito),  do  dos  outros  indivíduos.   As   percepções   de   falta   de   equidade   conduzem   a   sentimentos   de   tensão   que   o   indivíduo   procura   gerir,   adoptando,  para  tal,  uma  das  seguintes  opções.  Vieira,  2006,  p.65  “-­‐  dosear  os  inputs  (dedicando-­‐se,  por  exemplo,   menos   à   sua   atividade).     O   indivíduo   também   pode   motivar   as   auto   percepções   (“o   meu   trabalho   pode   ser   melhorado”),  e  as  hetero  percepções  (“o  outro  é  mais  empenhado  do  que  me  tinha  parecido  antes”)   Neste  caso,  a  equidade  prende-­‐se  com  a  relação  entre  a  contribuição  que  o  indivíduo  dá  através  do  seu  trabalho   e   as   recompensas   recebidas,   comparando-­‐as   com   as   recompensas   que   os   outros   recebem   em   troca   do   esforço   empregue.  É  uma  relação  de  comparação  social.   Esta  teoria  focaliza  a  relação  dos  resultados  para  os  esforços  empreendidos  em  relação  à  razão  percebida  pelos   demais,  exigindo  assim  EQUIDADE.  Quando  essa  relação  resulta  de  um  sentimento  de  desigualdade,  ocorre  a   INEQUIDADE,  que  pode  ser  negativa,  quando  o  trabalhador  se  apercebe  que  recebe  menos  que  os  outros.    Se   alguma  destas  condições  ocorre,  o  indivíduo  poderá  comportar-­‐se  do  seguinte  modo:     Página  63  de  67  

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-­‐  Redução  ou  aumento  do  nível  de  esforço;   -­‐  Distorção  dos  recursos  e/ou  resultados;   -­‐  Mudança  de  sector  ou  até  de  empresa;   -­‐  Provocar  mudanças  nos  outros;   -­‐  Trocar  o  grupo  ao  qual  se  está  a  comparar.     A   Equidade   é   subjetiva.   O   que   parece   justo   ao   superior   poderá   não   ser   ao   subordinado,   por   isso,   a   maior   importância  recai  sobre  o  que  o  ambiente  percebe  como  justo  e  não  sobre  o  que  o  gerente  ou  chefia  acredita   ser  justo.   Teoria  da  Fixação  de  Objetivos  de  E.  Locke   Esta  teoria  postula  que  a  fonte  de  motivação  reside  na  fixação  de  objetivos.    As  principais  conclusões  desta  teoria   são  que  a  definição  de  objetivos  específicos  conduz  a  níveis  de  desempenho  superiores.  Que  os  objetivos  difíceis   de  alcançar  encontram-­‐se  positiva  e  linearmente  relacionados  com  o  desempenho.   A   fim   de   se   estimular   a   motivação   e   obter   elevados   níveis   de   desempenho,   os   objetivos   fixados   devem   ser   específicos  (geralmente  quantitativos  e  mensuráveis)  quanto  difíceis  de  atingir  (difíceis  mas  não  impossíveis  de   atingir),  Daniel,  et.  al.  2005,  p.4.   Existem  outras  teorias  além  das  mencionadas,  como  a  teoria  do  Reforço,  de  Skiner,  onde  a  principal  ideia  desta   teoria   é   a   de   que   o   reforço   condiciona   o   comportamento   e   que   este   é   determinado   por   outras   experiências   de   que   o   indivíduo   é   portador,   positivas   ou   negativas.   O   Líder   deve   estimular   comportamentos   desejáveis   e   desencorajar  comportamentos  não  desejáveis.   O  reforço  positivo  deve  ser  estimulado  por  prémios,  promoções,  elogios  ao  trabalho  bem  feito,  motivadores  ao   incentivarem  o  alto  desempenho.   O  reforço  negativo  condiciona  o  funcionário  para  que  não  se  comporte  de  modo  desagradável,  atuando  através   de  repreensões  e  pode  chegar  à  demissão:  

2.5.  Teorias  da  Satisfação  no  Trabalho   Para   os   Humanistas,   a   motivação   encontra-­‐se   intimamente   ligada   á   satisfação   no   trabalho   e   uma   forma   de   aumentá-­‐la  é  através  de  condições  que  promovam  o  aumento  da  satisfação.   A  Teoria  das  Relações  Humanas  surge  com  Elton  Mayo,  cientista  social,  considerado  o  fundador  das  relações   humanas,   em   contraste   com   a   Escola   Clássica   de   Adinistração.   A   abordagem   humanista   contraria   vários   Página  64  de  67  

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postulados   da   abordagem   clássica.   A   natureza   do   ser   humano   como   “homo   social”   substitui   a   concepção   do   “homo   economicus”,   permitindo   uma   aproximação   contínua   á   realidade   competitiva   das   empresas.   A   cooperação  constitui  a  chave  para  se  evitar  o  conflito  social  e  o  trabalho  é  uma  actividade  tipicamente  grupal.  A   eficiência  e  a  elevada  produtividade  organizacional  são  transversais  à  descoberta  e  localização  dos  factores  de   satisfação  das  necessidades  psicológicas  dos    trabalhadores.  Para  (SPECTOR  P.  E.,  2006,  p.  11)  a  “satisfação  no   trabalho  é  uma  variável  de  atitude  que  reflecte  como  a  pessoa  se  sente  em  relação  do  trabalho  de  forma  geral  e   em  vários  aspectos”.   A   Teoria   das   Necessidades   de   Maslow  (FERNANDES,   1996)   parte   do   pressuposto   de   que   o   homem   está   voltado   para  o  auto  desenvolvimento.    A  partir  do  momento  em  que  satisfaz  as  necessidades  básicas,  busca  a  satisfação   de   necessidades   superiores.   Por   outro   lado,   a   Teoria   Existence,   Relatedness   e   Growth   (ERG),   propõe   que   as   necessidades  de  existência,  relacionamento  e  crescimento,  atuam  em  conjunto,  motivando  o  comportamento   individual  (KRUMM,  2005).  Para  McClelland  há  3  tipos  de  necessidades:  de  realização,  de  afiliação  e  de  poder.  O   desejo   de   realização   engloba   o   de   aperfeiçoar   e   realizar   da   melhor   maneira   possível.   O   desejo   de   poder   (influência  nos  relacionamentos  interpessoais),    O  de  desejo  de  afiliação    (integração  num  grupo),  o  desejo  de   pertença  (TEIXEIRA,  2005).  Já  a  teoria  Bi-­‐fatorial  de  Herzberg  propõe  a  existência  de  dois  fatores:  higiénicos  (1)     Os   higiénicos   atuam   diretamente   na   insatisfação   e   os   motivacionais   na   satisfação.   Nesta   teoria   a   satisfação   e   a   insatisfação  têm  agentes  causadores  distintos.   A   Teoria   das   Características   do   Cargo   de   (Hackman,   1976)   destaca   o   papel   do   enriquecimento   do   cargo   ao   propiciar   uma   maior   satisfação   e   motivação.   Na   teoria   da   Equidade   também   chamada   Teoria   do   Equilíbrio,   (ADAMS,   1962)   os   trabalhadores   esperam   equidade   quanto   ao   resultado   do   seu   trabalho   e   a   sua   percepção   subjetiva   encontra-­‐se   focada   nesse   equilíbrio   ou   equidade   social   e   não   na   realidade   objetiva.A   teoria   do   estabelecimento   de   metas   é   fundamentada   na   hipótese   de   que   metas   específicas,   consistentes   e   difíceis   favorecem  o  aumento  do  desempenho  do  cargo  e  que  o  comprometimento  e  o  desempenho  no  trabalho  levam   a  uma  maior  motivação  e  satisfação  (KRUMM,  2005).   ___________________________________________________________________________________________   (1)

 

Os  factores  de  Higiene  prendem-­‐se  com  o  ambiente  de  trabalho  (supervisão,  relações  interpessoais,  condições  físicas  de  trabalho,  

 

Os   factores   motivacionais   dizem   respeito   ao   conteúdo   do   trabalho   e   aos   seus   resultados,   indluindo   a   realização,   o  

salário,  política  e  administração  organizacional,  benefícios  sociais  e  segurança  no  cargo).   (2)

reconhecimento,  o  próprio  trabalho,  a  responsabilidade  e  o  progresso.  

  A   satisfação   no   trabalho   pode   ter   diversas   abordagens,   desde   o   conteúdo   do   trabalho   a   aspectos   psicossociais,   onde  as  características  das  actividades  actuam  na  sequência  da  motivação  e  da  satisfação  no  trabalho,  até  a  sua   expansão  para  outros  contextos  como  a  vida  social  do  indivíduo  (Sant  anna  &  Moraes,  2011).  “A  satisfação  no   trabalho  […]  é  uma  variável  de  atitude  que  reflete  como  a  pessoa  se  sente  em  relação  ao  trabalho  de  forma  geral   e  em  seus  vários  aspectos”  (SPECTOR  P.  E.,  2006,  p.  221)   Página  65  de  67  

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Face  á  dúvida  sobre  quais  as  variáveis  implicadas  na  satisfação  individual  tem  levado  á  adopção  de  diferentes   abordagens   na   óptica   da   personalidade,   do   ambiente   ou   ainda   numa   interação   que   combine   fatores   de   personalidade  e  fatores  ambientais  (SPECTOR  P.  E.,  2006).  Os  fatores  ambientais  que  atuam  na  satisfação  no   trabalho   são   as   características   do   trabalho,   do   ambiente,   as   tarefas   e   diversos   aspectos   organizacionais   que   influenciam  diretamente  na  satisfação  do  trabalho.   A   complexidade   e   desafios   propostos   pelo   trabalho   em   geral   surgem   nesta   teoria   como   resultantes   de   cinco   características   individuais   do   trabalho,   denominadas   abrangência.   Quanto   maior   a   abrangência   do   trabalho,   maior   a   satisfação   individual.   (Hackman,   1976)   e   (SPECTOR   P.   E.,   2006).   As   cinco   características   incluem   a   variedade  das  habilidades  necessárias  á  realização  do  trabalho;  a  identidade  da  tarefa  (se  esta  é  realizada  no   todo   ou   em   parte),   a   importância   ou   impacto   do   trabalho   sobre   as   outras   pessoas;   a   autonomia   e   liberdade   de   atuação  dentro  dos  objetivos  e  o  feedback,  retorno  de  correção  do  próprio  trabalho.   Apesar   da   notória   relação   entre   as   teorias   motivacionais   e   a   compreensão   dos   fatores   que   promovem   a   satisfação  no  trabalho,  esta  não  será  aqui  aprofundada  por  extravasar  o  foco  desta  pesquisa,  já  que  a  diversidade   de  teorias  motivacionais  geraria  uma  outra  pesquisa.  Destacamos  a  perceção  do  indivíduo  de  que  as  diversas   variáveis   do   seu   trabalho   influenciam   diretamente   a   motivação   e   a   importância   do   seu   contributo   para   a   organização.  A  satisfação  no  trabalho  é  justamente  o  sentimento  de  contentamento  pelo  superior  desempenho   e  produtividade  reflexo  da  percepção  do  indivíduo  sobre  o  ambiente  que  o  cerca.     A   Teoria   da   Equidade   parte   do   princípio   que   o   esforço   pelo   trabalho   deve   ser   recompensado,   tendo   por   base   a   comparação  do  trabalho  entre  os  indivíduos  e  recompensas  face  ao  desempenho.    Quanto  maior  a  dimensão  e   importância  do  trabalho  maior  terá  que  ser  a  recompensa,  Holmans  (I.E.F.P.,  2012)   De  acordo  com  (SANTOS,  2008)  a  Teoria  da  Discrepância  é  baseada  na  equidade.  Com  ênfase  nas  expectativas   compensatórias   ás   diferenças   entre   as   recompensas   esperadas   e   recebidas.   Quanto   mais   perto   estiverem   os   resultados  reais  dos  esperados  pelo  indivíduo  maior  a  satisfação  no  trabalho.  A  inexistência  de  estratégias  para   a   redução   da   diferença   entre   os   resultados   esperados   e   projetados   maior   poderá   ser   a   insatisfação   do   trabalhador.   O   Modelo   de   Caracterização   da   Função   de     (Hackman,   1976)   propõe   que   os   estados   críticos   deverão   estar   assegurados  como  forma  se  se  obter  satisfação  no  trabalho.  Esta  depende  de  cinco  dimensões,  que  vão  interferir   diretamente  com  os  estados  psicológicos  críticos:     -­‐   A   variedade   de   competências,   constituída   pelo   conjunto   de   competências   subjetivas   determinantes   para   a   concretização  e  desenvolvimento  das  tarefas.  Estas  traduzem-­‐se  numa  maior  eficiência  na  produção  e  uma  maior   satisfação  individual.   -­‐  A  Identidade  da  Tarefa  –  desenvolvimento  da  tarefa  do  início  à  sua  conclusão  e  um  resultado  concreto.  

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A  Motivação  dos  Trabalhadores  em  Empresas  Sediadas  em  Luanda  

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Significado  da  tarefa  –  traduzido  no  impacto  do  trabalho  na  vida  de  outras  pessoas  física  e  psicologicamente.  O   significado  atribuído  a  uma  determinada  tarefa  depende  do  grau  de  importância  que  poderá  ter  no  impacto  da   vida  dos  outros.  Ex.:  bombeiros,  médicos,  trabalhador  de  equipamentos  médicos,  etc.   Autonomia  –  grau  de  liberdade  para  se  programa  e  executar  as  atividades.   Feedback   –   informação   fornecida   ao   trabalhador   sobre   o   seu   desempenho   pelas   chefias   ou   outras   entidades   responsáveis  por  avaliar  e  informar.     Sintese  Conclusiva  -­‐  O  grande  drama  das  teorias  organizacionais,  do  ponto  de  vista  teórico,  é  compararem-­‐se  as   novas   teorias,   mas   em   termos   práticos   continuar-­‐se   na   mecanicista.   O   corpo   teórico   avançou,   mas,   em   termos   práticos,  a  nível  de  repartição  de  tarefas,  continua-­‐se   no   Taylorismo   e   no   Fordismo.   As   práticas   organizacionais   mantêm-­‐se   obsoletas   e   grande   parte   dos   gestores   descodifica   os   conceitos   à   sua   medida,   de   acordo   com   a   sua   prática,  não  de  acordo  com  aquilo  que  as  teorias  dizem.  Todas  as  teorias  exigem  espaço  de  decisão,  a  esfera  da   decisão.    

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