Sebástica Manuscrita na Biblioteca do Congresso

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Manuel J. Gandra

SEBÁSTICA MANUSCRITA na BIBLIOTECA DO CONGRESSO

Manuel J. Gandra

SEBÁSTICA MANUSCRITA na BIBLIOTECA DO CONGRESSO

Centro ERNESTO SOARES de Iconografia e Simbólica

Desta 1ª edição fizeram-se duas tiragens: uma normal de 102 exemplares e outra, especialíssima, de XVII exemplares, dedicados ad personam, todos assinados pelo autor.

Manuel J. Gandra © Mafra, Abril de 2012

O conteúdo do presente roteiro, do qual se tiraram 102 exemplares, não pode ser transcrito ou reproduzido, sem a prévia autorização por escrito do autor.

www.cesdies.net E-mail: [email protected] Tel.: 963075514

NOTA PRÉVIA

Ao longo da sua vida, António Augusto Carvalho Monteiro reuniu uma notável biblioteca de mais de 32000 espécies bibliográficas, entre impressos, manuscritos e iconografia em que pontificam a Camoniana, as Ciências Naturais, o Sebastianismo e o Templarismo. O núcleo Sebástico, adquiriu a dimensão que se lhe reconhece, em virtude da incorporação, decerto inesperada, de considerável número de volumes impressos e manuscritos, reunidos pelo 2º conde de Penha Longa, José de Araújo Pinto Leite, consabido detentor de significativa colecção de documentos e artefactos sebásticos. Cerca de 1909, em circunstâncias que ainda não foi possível esclarecer com o detalhe desejável, conquanto eventualmente relacionadas com a necessidade de saldar um montante significativo de dívidas contraídas, o titular terá alienado por venda a António Augusto Carvalho Monteiro parte considerável da sua Sebástica 1, com a condição expressa de, em circunstância alguma, ser divulgada a respectiva proveniência. A surpreendente colecção de manuscritos objecto do catálogo que ora se dá à estampa foi integralmente ofertada à Biblioteca do Congresso por Pedro Carvalho Monteiro, em 1927, no âmbito da primeira alienação do acervo da livraria paterna.

Apenas parte considerável e não a totalidade dela, porque, ocasionalmente, têm surgido no mercado (designadamente, em leilões), outros volumes (não vendidos a Carvalho Monteiro) procedentes do mesmo acervo sebástico. Cf. Manuel J. Gandra, Colecção Portuguesa I e II: subsídios para sua história, Mafra, 2012. 1

Acerca do presente Catálogo e das normas adoptadas para a sua organização O presente catálogo não visa a descrição biblioteconómica e codicológica das espécies elencadas, mas tão-somente referenciar a sua existência, registando todos os detalhes considerados relevantes no que lhes concerne. As cotas dos manuscritos foram obtidas acrescentando ao Call Number de cada documento [P-XXX], o número de ordem [YYY] constante do Guia da Colecção organizado por Christopher Lund (Washington, 1980): [PXXX-YYY]. Legenda ACL: Academia das Ciências de Lisboa ADB: Arquivo Distrital de Braga ANTT: Arquivo Nacional da Torre do Tombo BA: Biblioteca da Ajuda BN: Biblioteca Nacional de Portugal BPE: Biblioteca Pública de Évora BPMP: Biblioteca Pública Municipal do Porto BPVV: Biblioteca do Paço de Vila Viçosa DCL: Biblioteca do Congresso OPL: Biblioteca Olivais Penha Longa (Portuguese Collection (Provisional list of the titles acquired from the *** Collection through Maggs Bros. 1928), Washington, 1929 [DCL: Z2739.U58]) Panfleto: Panfletos Portugueses (The Portuguese Pamphlets – Microfilm 82/5800 MicRR: introduction and comprehensive guide to Contents, Library of Congress, 1983 [DCL: DP517.P67 1610]) 477: Fichas bibliográficas - 477 volumes

SEBÁSTICA MANUSCRITA (Catálogo)

P-1-435

Profecias.

94 folhas. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea sebástica que começa: "O povo luzitano, conserva natural lembrança [...]". Consigna autores como S. Rozendo, 1350; S. Cezario, 1542, ex Liber Mirabilis; Santo Isidoro, arcebispo de Sevilha; o eremita de Monserrate; Santo Anselmo, 1278; S. Francisco Xavier; S. Teotónio, 1150; etc. Alegadamente, o convento de Tibães possuía a miscelânea original.

P-2-433

Pregação feita por hu Religioso zelador da Rep ca Portuguesa, dirigida aos tres estados do Reyno, sendo El-Rey D. Sebastião minino.

209 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea sebástica constituída por profecias em prosa e verso, registos de torneios e celebrações (séc. XVI e XVII), diversas cartas, poemas em português e espanhol de Camões, Gongora, Bernardo de Brito, Frei Tomás Aranha, Simão Torresão Coelho, etc. Segue-se-lhe a "Taboada das cousas contheudas neste livro".

P-3-469

Revelaçoenz da Veneravel Madre Leonor [sic] da Conceição.

8 folhas. Na lombada: M. R. L. da Conceiçõ. Revelaçõens. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Consigna outras visões e profecias, além das da Madre Leocádia da Conceição do convento de Monchique do Porto (cf. DCL: P-66-189 e P-163-40).

P-6-140

Copia das profecias q. se poderão tirar do livro intitulado Biografia do Veneravel Servo de Deos Bartholomeu Holgouzer, com huns Commentarios admiraveis, impresso em Bamberg no Tirol, anno 1784.

5 folhas. Na lombada: Profecias. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Encadernado junto: "Copia dos Breves ou Sentenças de trez Pontifeces contra os Reis de Portugal, e Hespanha Filippes 3º e 4º para que largaré o Reino a D Sebastião. Copiado da Prova nº. 27 (pag. 53) a Parte 1ª da Deducção Chronologica Imprenta [sic] em 1768. Cujos traslados se guardão na Torre do Tombo no Armario Jesuitico, no Livro intitulado Jardim Ameno Monarchia Lusitana [...] anno 1635" [cf. DCL: P-40-342].

P-7-148 Felix da Costa (1639-1722) Liber unicus. Esdra 4º capº 11, 12, e 13. Exposição do XI, XII e XIII capitulos do IV. libro do Propheta Esdras [...] por Felix da Costa, Pintor Theorico, e Pratico. Dedicado ao Augusto varão Rey Encuberto que ha de destruir esta Aguia Othomana, como Leão. Em Lixª an’ 1687. 237 folhas. Na lombada: Felix da Costa. Esdras capº XI, XII, XIII, Liv. IV. Lisboa, 1687. Ms.

Inclui diversas ilustrações (à pena, com aguadas), explanatórias do sentido do Apocalipse de Esdras, interpretado na tradição sebástica como profecia da vitória final do cristianismo sobre o Império otomano. Foi Sousa Viterbo o editor de todos os dados, durante quase um século, disponíveis acerca deste códice (Notícia de Alguns pintores Portugueses e de outros que, sendo estrangeiros, exerceram a sua arte em Portugal, 3ª série, Coimbra, 1911, p. 72-74). Segundo afirma, recebeu-os do general Brito Rebelo que tivera conhecimento de visu do manuscrito dela. A Biblioteca Nacional de Lisboa entendeu não o adquirir ao seu proprietário, possuindo, em contrapartida, a Resposta ao Tratado de Félix José da Costa (sobre o Sonho de Esdras) incluída no cod. 8611 e atribuível a Francisco Xavier de Oliveira.

Félix José da Costa (1639-1722) foi pintor de profissão e, escreve Viterbo, "como tantos outros seus contemporâneos, aliás pessoa de merecimento, era um sonhador messiânico do Rei Encoberto e da fundação da monarquia Universal, ou quinto império, sob o ceptro da Lusitânia". Vale a pena consignar a descrição que o erudito investigador faz do autógrafo de boa letra e ilustrado: "4º. de 235 fl. numeradas até a 72 e sem numeração daí em diante.

Com uma árvore genealógica dos reis e imperadores turcos desde Sulyman que deu princípio à conquista em 1230, até Maomé 4º. a p. 39 e 40. Encerra seis figuras da águia da visão de Esdras, com diversas modificações das fases do império otomano, até aparecer com uma só cabeça, e à distância o Encoberto em forma de leão, desenhadas a sepia, e nas folhas 113, 132, 139, 141, 143, 145 e 146. E mais uma a fólio 117 da quarta besta da visão de Daniel; e a fólio 129 uma grosseira carta geográfica desde o meridiano 39º a 91º, isto é da Itália à Pérsia.

A dedicatória é como segue: "Augusto é Sebastianon, Supremo Monarcha, Magnanimo, Invicto, Reservado, Transplantador da fee catholica e Rey Encuberto, Leão sem temor, vento velox, homem prudente, varão singular e filho amado. Como Rey, logrando o titulo de unico Emperador; como Leão, despedaçando inobedientes; como vento, submergindo no abysmo incredulos; como homem, convertendo pertinazes; como varão, logrando aplauzos de soberania; e como filho amado, e querido do seu creador. A vos Augusto dedico este cansaço de tantos dias, e a narração de vossa conquista; destruindo o Othomano Imperio; restaurando a Santa cidade, e unido tudo em

hua geral paz: para q vendo o Mundo vossa presença vos obedeça todo; e manifestadas aos incredulos vossas maravilhas, fiquem crentes, no que duvidavão: porque destruidos tantos soberbos, fiquem postrados a vossos pés; e convertidos tantos pagãos, fiquem livres da pena eterna. Logrando vos Soberano Monarcha os os aplausos de todo o oniuerso e senhorio de toda a terra: Conçervando em socego (adjunto com o Pastor da Igreja) o rebanho de Jesus Christo; e por fim pesuindo o Trono que vos está aparelhado na gloria admetindo a oferta, e afecto deste vosso esperante e desejoso de vos ver E beijar vossas plantas, ainda q indigno, Felix da Costa." No verso da fl. 18 começa a Historia geral dos Turcos Reynos que houve delles Imperio Othomano e Reys delle, acabando a fl. 113; começa então a paráfrase da visão de Esdras e sua concordncia com os sucessos do Império Otomano, até fl. 206; onde principiam várias profecias. Termina a obra com estas palavras: "Em muito grande falta tenho cahido para com o leitor por que prometendo em o princípio desta obra ser breve por não ser molesto fui tão perlongado, que considero causaria enfado, porem tenho a desculpa em meu fauor que me liure desta censura. Aquilo que se ama com afecto causa aliuio ainda que penoso. Principiei com tanto amor este volume que todo o trabalho delle me pareceo descanço, e sendo a materia a que muito amo me fuy engolfando em sua narraçam, que mais dissera se mo não atalhará o tempo considerando ser tão breue o que falta para o comprimento desta uizão que poderia narrar o perterito, e não o futuro desta marauilha da omnipotençia diuina; a quem, Soli Deo honor et gloria Matrique suae".

P-8-348

Narração das couzas mais notaveis que tenho lido e ouvido, e são fundamentos pª se affirmarem a Vida, e Vinda d'El Rey D. Sebastião outra vez a Portugal.

50 folhas, incompleto. Na lombada: Nova vida e vinda de D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].

P-10-343

Monumento viridico das cosas q passaraõ em Africa quando El Rey D. Sebastião de Portugal a ella veo, Escriptas por hum homem Africano desejoso de se não perder a fama dos acontecimentos q nesta batalha se obrarão pelos nobres Capitaêns, Fidalgos, e Almocades. Copia fiel de hum antigo Mss apparecido no Algve na Biblioteca de Damião Antonio de Faria e Lemos Castro, Natural de Villa Nova de Portimão. 171 folhas. Na lombada: D. Sebastião, MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].

P-17-436

Profecias do Preto Japom escravo do Capm Baltezar de Souza Godinho q se acharaõ por morte dele debaxo de sua cama em hua folha de lata em 13 de 8trº de 1439 na Vila de Certão [aliás, Sertã]. 144 p. Na lombada: Prophecias. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea (cf. Manuel J. Gandra, Pretinho do Japão: trovas ou disparates).

P-20-297

Memorias Historicas pertencentes ao Cardeal Rey D. Henrrique. Pratica que fes o Cardial Infante D. Henrrique, a El Rey D. Sebastião quando lhe entregou o governo.

[115] folhas. Na lombada: Memorias Historicas. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui também: 1. Cortes que se fizeram na Cidade de Lisboa e tiveram principio em o primeiro de Dezembro de 1697. Em que se refere tudo o que se passou no congreço da Nobreza. Sendo Secretario delle o Conde de Alvor Francisco de Tavora, do Concelho de Estado, e Prezidente do Concelho Ultramarino. 2. Artigo de J. J. P. L., na Gazeta de Lisboa, 29 Julho, 1824, sobre as cortes de Portugal, (p. 835-840). O nome de Júlio Firmino Júdice Biker acha-se carimbado ou colado em diversas folhas.

P-23-183

D. Sebastião. Protestação do Autor. [...]

157 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea do início do século XIX.

P-24-513

Varias Profecias. 11 folhas. Na lombada: Varias Profecias. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea das mais proeminentes fontes sebásticas.

P-26-393 Frei Sebastião de Paiva (†1659)

Tractado da Quinta Monarchia, e Felicidades de Portugal profetizadas. Composto pello Rdo. Padre Fr. Sebastião de Paiva,

Lector da Sagrada Theologia da Sanctissima Trindade, natural de Lisboa, Escripto anno de 1641. 224 folhas. Na lombada: Tratado da Quinta Monarchia. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. A redacção desta obra reporta-se a um período assaz preciso: 1641. Todos os catálogos e três das versões (A, B e E) que conheço fazem questão em sublinhá-lo, como se esse dado fosse um elemento indissociável do título. O comentário de João Franco Barreto é peremptório: "obra larga de muito engenho, erudição e curiosidade"; e o informe que se lhe segue, útil: "e se conserva na livraria Arcebispal". Na hipótese de se tratar do manuscrito autógrafo, esta terá sido, seguramente, a única vez que o seu paradeiro foi comunicado. Barbosa Machado fornece o itinerário temático da obra, descrevendo-a a partir dos títulos dos quinze capítulos que a compõem. Porém, não se sabe, porque ele o não diz, se a consultou pessoalmente e onde o fez, ou se obteve de alguém a sinopse que publica. Inocêncio, equivocado, endossa a Barbosa Machado a localização deste tratado, tal como a do anterior, no mosteiro da Trindade, concluindo, por conseguinte, que o fogo os teria consumido quando um incêndio, anterior ao originado pelo terramoto de 1755, "reduziu a cinzas este convento, com as suas oficinas e livraria". Já no Suplemento do seu Dicionário acrescenta que afinal o Tratado da Quinta Monarquia se salvara e "deve existir nas miscellaneas da Bibliotheca Nacional de Lisboa". É, todavia, pouco crível que o apógrafo da BN, que pertenceu a Dionísio Bernardes de Morais, possa ter sido, como o bibliógrafo sugere, o exemplar poupado pelas chamas que consumiram o convento da Trindade. Aliás, a opinião de Inocêncio nem sequer considera plausível terem existido em circulação, para além dessa, outras cópias do texto em causa. Conheço quatro (duas integrais e duas truncadas e adaptadas) que para efeitos de identificação designarei, doravante, por Versão B, Versão C, Versão D e Versão E, respectivamente, atendendo ao facto de, por mera convenção, o texto BN: cod. 810 constituir a Versão A. A Versão B foi adquirida por compra por Vítor Amaral de Oliveira; a Versão C encontra-se na posse de um particular que, supostamente, a obteve em Mafra e vem integrada numa miscelânea, onde entre outras, se descobre, também truncada, a obra de Frei João da Cruz que partilha o cod. 810 da BN com o Tratado da Quinta Monarquia; a Versão D consta do cod. 10740 da BN (fl. 1-152); a Versão E é esta pertencente à Biblioteca do Congresso. Trata-se de um apógrafo integral composto por 224 fólios, incluindo os índices dos capítulos e outro dos autores citados, constituindo, indubitavelmente, uma das fontes sebásticas, na posteridade de D. João de Castro, mais imbuídas e inspiradas pelo joaquimismo. A Versão B foi, entretanto, publicada por iniciativa de José Eduardo Franco (Lisboa, 2006), contando com estudos de Arnaldo do Espírito Santo, Bruno

Cardoso Reis e Manuel J. Gandra. Em apêndice (p. 391-392), reproduz o Índice do códice da Biblioteca do Congresso. Sebastião de Paiva nasceu na cidade de Lisboa, em data indeterminada. Professou no Convento da Trindade de Lisboa, a 24 de Março de 1621. Durante o noviciado teve por mestre ao "venerável padre Frei António da Conceição de quem participou muita parte do seu espírito". Reconhecido erudito tanto na História Sagrada como na profana, tal como na exegese dos profetas. Foi Lente de Teologia no convento da sua profissão. Teve o cargo de pregador geral da sua Ordem, a partir de 1654. "Cheio de exercícios santos, e monásticas virtudes, completou o prazo da vida, em que recebidos os sacramentos da Igreja, rodeado de religiosos, chorando a sua ausência, entre suspiros, e doces colóquios, cortou Deus os fios da vida", tendo falecido no convento da Trindade, em Lisboa, a 9 de Setembro de 1659 e sido sepultado na campa n. 2, do cemitério conventual. Nem todos os trabalhos deste autor chegaram até aos nossos dias ou, então, é ignorado o seu actual paradeiro. De entre as manuscritas é considerada perdida o Tratado dos Prodigios que acontecerão neste Reyno do anno de 1554, athe o de 640, cuja redacção deve ter sido anterior a 1641, pois Sebastião de Paiva já remete para ela no Tratado da Quinta Monarquia, datado desse ano. Fá-lo por duas vezes: no cap. 7, 5, onde, a propósito do menino de Santarém, que afirmava haver de vir o Bastião, diz ter transcrito na íntegra o relatório do caso autenticado pelo notário; e no cap. 21, 26, onde, no passo que concerne ao incêndio ocorrido no hospital de Todos os Santos, a 27 de Outubro de 1601, narra o episódio do salvamento de um retrato de D. Sebastião e das Armas de Portugal, em madeira, que existiam no Cruzeiro. A ajuizar pela última referência, este tratado devia ser obra extensa, constituída por grande número de capítulos, porquanto, pelo menos, de vinte e um constaria!

P-32-118 D. João de Castro (1551?-1623?)

Discurso da vida do sempre bem vindo et apparecido Rey Dom Sebastião nosso Snr. O Encuberto desde seu nacimº té o prezente feyto e deregido por D. João de Castro aos tres estados do Reyno de Portugal, com vem a saber ao da Nobreza, do Clerezia, e ao do Povo. Em Paris, Por Martim Verac, Morador na rua de Judas - M.D.C. II [1602] e com privilegio de El Rey. 165 folhas. Na lombada: D. João de Castro. Discurso da vida de D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Transcrição manuscrita da obra impressa em Paris, no ano de 1602, também constante do acervo O.P.L. [DCL: DP61.C3]. O frontispício apresenta-se adornado com o retrato e as armas coloridas de D. Sebastião. Lisboa, ca. 1720.

O autor foi filho natural de D. Álvaro de Castro e sobrinho do Vice-Rei da Índia D. João de Castro. Acompanhou D. Sebastião a África, tendo ficado cativo após a derrota de Alcácer Quibir, em 4 de Agosto de 1578. Tornar-se-ia um dos mais estrénuos adeptos da sobrevivência de D. Sebastião, sendo sua convicção, exposta em diversas obras que redigiu e publicou, que o Cavaleiro da Cruz, aprisionado em Veneza e depois em San Lucar de Barrameda, a mando da coroa espanhola, era o próprio Desejado.

P-33-116 D. João de Castro (1551?-1623?), et alii.

Discurso da vida do sempre bem vindo e aparecido Rey D. Sebastião N. Snr. O Encuberto Desde o seu nascimº até o Prezente tempo, offerecido por Dom João de Castro aos Tres Estados do Reyno do

Portugal em Paris. Por Mattheu Verac Mor na Rua de Judas, Anno de 1602. 187 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Na folha de guarda lê-se: "He de Diogo José de Mello." Encadernado junto tem: 1. Rellação do q succedeo, em Evora Cidade a hum menino de onze anns o q' por parecer não ser certo, se fez toda aquella prova q. pª se averiguar hua verdade he necessª. 2. Trovas de Gonçalo Annes Bandarra q. se acharaõ na parede da Igrª de S. P[edr]º da V[il]ª de Trancozo. 3. Noticia da Ilha Encuberta dada pello p e Fr. Andre de Jesus, e Fr. Francisco dos Martires, Religiosos Capuchos que a ella forraõ [sic] no anno de 1668. 4. Juizo ou pronostico do Dor Domingos de Araujo Auditor Geral da fronteira de Elvas sobre a conjunção maxima q' houve neste Rnº em 2 de Março de 1643 às 8 horas e 36 minutos da manhã; cuja sustancia concorda com as profecias de Bandarra, e de Sto lzidro [...] (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia em Portugal: dicionário histórico-filosófico).

P-35-217 Ignacio de Guevara.

Monarchia Luzitana de Ignacio de Guevara.

[37] folhas. Na lombada: Monarchia Lusitana. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Cópia setecentista do poema apologético em XVI cantos (e não XII como referem alguns autores) em louvor de D. Sebastião, o qual começa com a dedicatória "Ao maior monarca soberano / Escolhido Varão, por justo, e digno".

P-36-179

D. Sebastião.

16 p. numeradas 309-324. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Manuscrito remontando ao século XVII (ao ano de 1658, segundo o Catálogo de Christopher Lund), que inclui capítulo sobre numerologia aplicada a D. Sebastião.

P-37-361

Oraculo dos oráculos sebasticos 29 p. Na lombada: Oráculo dos Oráculos Sebasticos. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].

Miscelânea de meados do séc. XVIII, incluindo versos, escritos e profecias do Padre Cristóvão dos Mártires, de D. Pedro Pires (um dos emissários de D. Dinis junto da Santa Sé para tratar da criação da Ordem de Cristo a partir da do Templo), Confúcio, Frei Jerónimo Basílio, Francisco de Quevedo e Villegas, Padre Bartolomeu Salutivo, etc.

P-40-342

Monarquia Lusitana: Imperio de Christo. Profecias, revellaçõens, vatecinios, e pronosticos [...] Emcorporada e ilustrada pello Licenciado Pedro Anes de A[l]velos natural da villa de Abiul, Lente de Philosophia na Universidade de Coimbra [...] Anno de 1635.

[204] folhas. Na lombada: Monarquia Lusitana Ms. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Colectânea setecentista, cujo frontispício impresso ostenta a data de 1139 (batalha de Ourique), e que reproduz quase integralmente o famoso códice seiscentista intitulado Jardim Ameno, ora na Torre do Tombo, o qual serviu ao marquês de Pombal de prova contra alegadas maquinações dos jesuítas [cf. DCL: P-6-140].

P-42-39 Gonçalo Annes, Bandarra (ca. 1500-ca.1556)

Sexta parte das Trovas de Gonçalo Annes Bandarra, natural da Villa de Troncozo, ainda não impressas.

54 p. Na lombada: G. A. Bandarra. Trovas. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Consoante o prefácio, as Trovas do Bandarra, bem como as perguntas que lhe endereçou Pacheco, são reproduzidas a partir do folheto intitulado Trovas do Bandarra, natural da villa de Trancoso, apuradas e impressas por ordem de um grande senhor de Portugal, oferecidas aos verdadeiros portuguezes, devotos do Encuberto. Nova edição, a que se ajuntam mais algumas, nunca até ao presente impressas (Barcelona, 1809).

P-43-173

Discurços politicos morais e estoricos sobre a bem fundada esperança da vida, e vinda do muito alto e poderozo Senhor Rey D. Sebastião para fundar em Portugal o Quinto, e universal Imperio. Divididos em sette discurços. 281 p. Na lombada: Discurços Políticos MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Os sete discursos que compõem este manuscrito (séc. XVIII?) expõem a visão do futuro de Portugal, enquanto cabeça do Quinto Império. Inclui algumas ilustrações alegóricas, à pena, tais como as que figuram a alvorada do sol numa planície, o galo cantando, empoleirado numa árvore, ou um leão (símbolo do Encoberto). O códice 890 da BN de Lisboa (131 fls.) reproduz a mesma obra (ca. 1750?), achando-se subscrito no fl. 131v: “Finis L.D.A.V.M.”.

P- 44-180

D. Sebastião. 262 folhas e índice. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Colectânea de poesia e profecia, alguma de teor sebástico. Entre outros autores contam-se: António Serrão e Crasto e António Barbosa Bacelar.

P-45-152 Manuel Baptista [Homem] [?]

Credo duvidozo (Quanto à gloza) Relativo às bem e mal fundadas esperanças dos prudentes, e imprudentes Sebastianistas: porem dedicado, e oferecido a todas elles sejão prudentes ou imprudentes. Impreço primeiramente na pobrissima e mecanissima Oficina talentual de Manoel Baptista Homem, e Segundariamente pela Oficina da penna neste papel, a custa do seu mesmo autor. Lixboa, aos 8 de Fevereiro do Anno 1815. [15] folhas. Na lombada: Credo Duvidozo MS. 1815. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Frontispício colorido. A eventual autoria deduz-se da dedicatória e dos comentários breves.

P-46-117 D. João de Castro (1551?-1623?), et alii

Discurso da Vida do sempre bem vindo e aparessido Rey D. Sebastiam Nosso Senhor o Incoberto, desde o seu nascimento thé a era de 1602. Feito, e dirigido por D. João de Castro, aos Tres Estados do Reyno de Portugal que vem a sêr, ao Estado da Nobreza, Clero, e Povo. Dado ao Prello em Pariz, Na Dª era, e manuscrito por hum coriozo, na de 1730. Com mais algumas profecias pertencentes a boa vinda do mesmo senhor. Santarem, Na Officina de Coriozidade. 103 folhas. Na lombada: Joas [sic] de Castro. Discurso, etc. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Encadernado junto: 1. Facsimile de uma Carta por El-Rei D. Sebastião ao Padre Geral e Convento do mosteiro de Sta Cruz de Coimbra pedindo emprestado o escudo e espada d'El-Rei D. Affonso Henriques em 14 de Março de 1578. 2. Relação do Socesso que teve o pathacho chamado N. Srª da Candelaria da Ilha da Madeira; o qual vindo da Costa de Guiné no anno de 1693 huma rigorosa tempestade o fez varar na Ilha incognita, que deixou escrita Franco Correya, Mestre do mesmo patacho, e se achou no anno de 1699, depois da sua morte [...], Lxª Occidental, na Offecina de Bernardo da Costa de Carvalho Impressor da Relligião de Malta, anno de 1734 [cf. DCL: P-101-144]. 3. Anacefaleoses da Monarquia Luzitana pello Doutor Manoel Bocarro Francez, Medico Philosofo, etc., Mathematico Luzitano. Diridigos [sic] ao Snr. della El Rey Nosso Snr. [...] 1624 [...], em Lisboa, por Antonio Alvarez [DCL: PQ9191.B6A7 Rare Bk].

P-47-170

Dialogo Portuguez de Anonimo Utopiense que trata da Filosofia do Encuberto com a historia do Pasteleyro de Sevilla. Dedicada e offerecida ao Exmo Señor Conde de Cantanhede [...].

163 folhas. Na lombada: Dialogo Portuguez. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Diálogo sebástico, protagonizado por Aurélio, Cláudio e Leonardo, os quais abordam a figura de Gabriel Espinosa, padeiro toledano, também crismado Pasteleiro de Madrigal, um dos falsos D. Sebastião de que reza a história, condenado à forca, em 1595, acusado de conjura contra Filipe II, de resto, arquitectada pelo agostinho português, Frei Miguel dos Santos. Cópia de O Incuberto, Dialogo Portugues de Anonimo Utopiense que trata da Filosofia do Encuberto com a historia do Pasteleyro de Sevilla, dedicado ao Senhor Portugues [BA: 51-III-19], manuscrito (172 fl.) datado de 13 de Dezembro de 1659, dedicado ao conde de Cantanhede e, outrora, pertencente à biblioteca do conde de Redondo. A portada, emoldurada a cores, ostenta o título cercado com desenhos de fitas serpenteadas e uma legenda extraída de 4 Esdras, XIII, 23: "Quia vidisti virum ascendentem de corde maris ipse est quem conservat altissimus multis temporibus". É citado pelo académico Pedro José de Figueiredo (1762-1826), a p. 63 da Carta em Resposta de certo amigo da Cidade de Lisboa a outro da villa de Santarém, em que se lançam os fundamentos sobre a verdade, ou incerteza da morte d’el-Rei D. Sebastião, XVI Rei de Portugal, na batalha de Alcacer Quibir em África (Lisboa, 1808 [BN: HG 6753 (4º) V; DCL: 4DP Port 278 FT MEADE; DP612.F5]). Outro manuscrito com 183 fl., existente na biblioteca da Universidade de Coimbra, adopta o título dos da Biblioteca do Congresso (cf. DCL: P-48-169).

P-48-169

Dialogo Portugues de Anonimo Utopiense que tracta de Filosofia do incoberto, com a historia do Pastelleiro de Sevilha. Dedicada e offerecida Ao Exmo Sr. Conde de Cantanhede. 154 folhas. Na lombada: Dialogo Portugues. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. É a mesma fonte já descrita em P-47-170, porém de mão distinta.

P-49-341 Inácio de Guevara

Monarchia Lusitana ou o Quinto Imperio universal do mundo. Onde se trata da glorioza e felecissima vinda do Augustissimo Senhor Rei D. Sebastiao athe a destruição do Sepulchro de Mafoma, exaltação da Santa Fé de Christo Snr. Nosso em todo o mundo, Recuperação da

caza Santa de Jeruzalem, e a total ruina do Imperio Mahometano. Dedicada a Jezu Christo Senhor Nosso a quem só pertence este grande Imperio Lusitano segundo a promessa que o mesmo Senhor fez ao Primeiro Rei D. Affonsso Henriques no Campo de Ouriqui [sic], no dia memoravel da Batalha, em que venceo os Cinco Reis Mouros. [100] folhas. Na lombada: Monarchia Lusitana. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui os XVI cantos do poema com anotações exegéticas.

P-50-129

Collecção Curioza de Revelaçoens, Vizoens, Profecias, e Vatecinios, sobre a vinda d'El Rey D. Sebastião

32 folhas. Na lombada: Revelaçoens, Vizoens, profecias e vatecinios MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Colectânea de diversas obras sebásticas do período compreendido entre 1502 e 1770, algumas das quais são cópia de fontes impressas (uma, pelo menos, traduzida do italiano).

P-51-41 Gonçalo Annes, Bandarra (ca. 1500-ca.1556)

Trovas do Bandarra oferecidas a Dom João de Portugal, Bispo da Cide da Guarda.

33 folhas. Na lombada: Bandarra Trovas MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui fragmentos de outros prognósticos e textos.

P-53-506

Tragica vida e desastrada Morte de El Rey D. Sebastião de Portugal apanhada de diversos Authores, assim Nacionaes como estrangeiros. Obra innedita em lingoagem antiga. Tomo Segundo [riscado]. Por A. A. [?] C.ª

[192] folhas. Na lombada: Tragica vida e morte dei Rey D. Sebastião MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. O manuscrito principia: Nasceu ElRey D. Sebastião a hum Sabado 20 de Janeiro do Anno de 1554, dia do gloriozo Martir S. Sebastião por cujo motivo [...]".

P-54-442

Ramalhete Copiozissimo, Deleitozissimo, e Fragrantissimo; de Flores de profecias, revelaçoens e prognosticos [...] com a suspirada vinda do seu bom Rey encuberto. Lxª, anno 1808 518 p. Ilustrações à pena, coloridas. O manuscrito principia: "Os tempos mais esfaimados prometem grandes farturas."

P-55-443

Ramalhete de Flores de Profecias, Revelaçoens, Ilustraçoens, e Prognosticos [...], Lisboa, 1809

Vizoens,

441 p. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui ilustrações à pena, coloridas. Variante do número anterior.

P-56-164

Desbarates do Preto Gapaõ Escravo do Cappm0r Balthezar Godinho de Souza escritos em 1433 [...] achados por sua morte debacho do traveceiro de sua Cama [...] dos 14 de outubro de 1439 [17] folhas. Na lombada: Preto Gaspar. Desbarates. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Colectânea de fontes sebásticas (cf. DCL: P-17-436).

P-65-138

Conversação Sebastica entre Hum peregrino e hum Irmitão em huma Jornadas [sic]. Anno 1850 100 p. Na lombada: D. Sebastião, MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui outras fontes sebásticas.

P-66-189

Erros emmendados dos Senhores Sebastianistas & Breve Tratado sobre a Vinda de ElRey D. Sebastiam Regulada Naõ pelo tempo, que elles a apontaô, e sempre faltaõ, senao pelo em q aponta a Escriptura Sagrada. A Ruina do Imperio Othomano

30 folhas. Na lombada: Erros emmendados. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui ainda: 1. Breve Relaçaõ, que me obriga a fazer a obediencia de meus Confessores em q declare aquillo q com toda a verdade sey da muyto R da Me Leocadia da Conceyçam, Religioza do mto recoleto convento de Monchique da Cid[ad]e do Porto (folhas 18-29: 14 visões [cf. DCL: P-3-469 e P-163-40]). 2. Prophecia de S. Malachias.

P-67-167 Dialigo [sic] o converçação de dois Perigrinos, ou Romeiros.

132 p. Na lombada: Dialigo de Dois Perigrinos. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Diálogo sebástico protagonizado por Jacinto e Narcizo, aos quais se junta Rozendo, na segunda parte. É mencionada a conquista francesa de Itália (p. 77). Datado na última página: 15 Dezembro 1806.

P-68-48 Dionísio Bernardes de Morais (ca. 1680-?)

Apologia do Monsieur Bernardes. […] Prelado da Stª Igrª Patriarchal no Tempo em que era lente de Vespora na Universidade de Coimbra na Faculdade dos Sagrados Canones, Em resposta de hum papel, ou Satyra que sahio contra El Rey D. Sebastiam, e os Sebastianistas, intitulado Practica Suasoria.

634 p. Na lombada: Monsieur Bernardes, Apologia. MS. Folha de rosto decorada com moldura floral contendo o título. Ostenta carimbo de Pedro A. Ferreira, Abade de Miragaia (Porto).

Christopher Lund equivoca-se quando identifica o Padre Manuel Bernardes como autor do manuscrito em apreço. De facto, trata-se de obra de um sobrinho deste, pelo lado paterno (cf. Inocêncio, Dicionário Bibliográfico), de seu nome Dionísio Bernardes de Morais, o qual não foi propriamente um ilustre desconhecido. Segundo Barbosa Machado, era "natural de Lisboa, filho do Doutor João Bernardes de Morais, Físico-mor, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e de D. Inês Rufina da Estrela, filha de Henrique Aique e de Jerónima Rufina. Instruído nos rudimentos da Latinidade, e nos preceitos da Retórica ouviu Filosofia em o ano de 1696, em que tive a glória de ser seu condiscípulo, do Padre Sebastião Ribeiro, imortal crédito da Congregação do Oratório, e logo mostrou a viveza do engenho, e perspicácia do talento, com que havia fazer agigantados progressos em outra maior faculdade, qual foi a dos Sagrados Cânones, recebendo nela as insígnias doutorais na Universidade de Coimbra. Admitido ao Colégio das Ordens Militares indefesso estudo unido com a facilidade da compreensão o habilitaram para tomar posse em 13 de Janeiro de 1730 de uma Catedrilha de

Cânones até chegar à Cadeira de Véspera donde foi assumpto a Prelado da Santa Igreja Patriarcal, em 16 de Maio de 1739. Na controvérsia que se altercou entre a Universidade se os Doutores Legistas podiam obter as Conezias Doutorais das Catedrais do Reino, escreveu sem declarar o nome […] obras em que com argumentos concludentes autorizados por todo o género de erudição defende serem os canonistas, e não os legistas hábeis para os Canonicatos Doutorais[...]". O códice manuscrito autógrafo da Apologia de Dionísio Bernardes de Morais acha-se na minha biblioteca.

P-69-439

Provisão concedida por El Rei D. Sebastião ao S. Off. em 26 de Fevº de 1571. [5] folhas. Na lombada: Provisões, Alvaras. M. Inclui cópias de alvarás régios de D. Sebastião, D. João IV e do Cardeal Rei, o mais antigo dos quais remonta ao ano de 1562.

P-71-516

Vaticinios vulgarmte tidos por Profecias. Tirados de varios Authores. Cuja collecção faço sem q lhes de mais fe q aq se pode permitir, pois conheço q so com a Authoride da Igrª se lhe pode dar fe de profecia. 90 p. Na lombada: Varios Authores. Vaticinios. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea sebástica.

P-73-77- 483

Sebastianismo; colleção de varios escriptos apologéticos e confirmativos da Vinda de D. Sebastião, Rei de Portugal, compilada e escripta por João Gonçalves d'Araujo, Mestre latoeiro de folha branca da Fundição em 1826-1827

5 vols. 172, 170, 150, 429 p., e [58] folhas. Na lombada: Jo Gonçalves d'Araujo. Sebastianismo, 1826-1827. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui escritos dos mais notáveis apologistas sebásticos. Os volumes 1-4 possuem índices.

P-83-485 Félix da Costa

Sebastianus; Thesouro Descuberto 133 folhas. Na lombada: Thesor Descobert. Encadernação em pele.

O autor, pintor de profissão, pretendeu adaptar a D. Sebastião uma profecia antes aplicada ao Imperador bizantino Isaac Angelos (séc. XIII), “cujo nome se escreve com cinco ápices”. António Vieira lera pontos nos ii por ápice, no nome de D. João IV (ioannes iiii), enquanto os sebastianistas tradicionais, caso de Félix da Costa, liam sílaba por ápice, no nome de D. Sebastião (Sebas-ti-a-nus). No manuscrito consta o nome do seu possuidor: "De Fran co Antunez Portugal". Na folha 1 lê-se o título completo: Descurso. Em q se mostra por razões claras, e evidentes quem hé o Rey Encuberto. Que hade Restaurar HYERVZALEM do poder dos Infieis com hua semelhança do tempo em que será manifesto conforme apontão alguas Profecias. Por Félix da Costa Pintor, Theorico e Pratico. Acabado em 3 de Mayo, 1685. Em Lixboa. De dois outros manuscritos, em tudo semelhantes, excepto na ausência da ilustração à pena que acompanha este, tenho notícia, na BA [52VIII-52 (107 fl.)] e na BN [cod. 12987 (170 fl.)], este ostentando marca de posse do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e adquirido no leilão da

biblioteca do comandante Ernesto Vilhena, realizado na Alemanha por Reiss und Auvermann, em 1989 (cf. Leilão 40, n. 27).

P-84-178

D. Sebastião. [9] folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui profecias e fontes sebásticas até 1818.

P-88-128

Coleção de algumas Profecias, Vatecinios, e Pornosticos e alguns cazos Notaveis socedidos A vida e asois de S. Rey D. Sebastião, desimo xexto [sic] Rey de Portugal de Saudoza Memª, Esprado pellos Portuguezes, e outras Nassois que dezejão o Tempo Feliz do Seu Emperio, Para quietação e Tranquilidade Geral, aumento da Religião Catolica. Copiadas Fielme de Papeis antigos em o anno de 1809. 410 p. Na lombada: Coleção de Profecias, Vatecinios e Pornosticos MS. 1809. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. A p. 3-4, é facultado o Índice ou "Declaração de tudo q. contem este volume, de Profecias, Vatecinios; Copiadas de alguns papeis antigos” Encadernado junto: "Profecias de El Rei D. Manoel q se lhe axarão Por sua morte fixadas e seladas com o selo rial no anno de 1521”. 2 p. [incompleto?].

P-89-446 Padre Amador Rebelo (1539?-1622)

Rellação da Vida de El Rey D. Sebastião nosso Senhor primeiro deste nome em Portugal, e XVI delle, na qual se trata, do Nascimento, Criação, Governo, e das Idas q fez a Africa, e da batalha q deu a Muley Maluco, do fim, e successo della, escripta pelo pe Amador Rebello da Companhia de Jesus, Companheiro q foi de seu Mestre Luiz Gonçalves da Camera, e q o ensinou tambem a ler, e escrever, e lhe reppetia as liçõens. Deste author faz menção a Biblioteca de Barbosa Tomo prº pagina 225. Copiada fielmte do seu antigo original por A. L. C. Lisboa, anno de 1793. 210 folhas. Na lombada: Vida del Rey D. Sebastiao. MS. 1793. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. A miscelânea, que de acordo com Barbosa Machado, remontará a 1613 (Bibliotheca Lusitana, v. 1, p. 225), principia: "Pelo discurso deste livro, se verá como o criou Ds pera por Elle obrar." O Índice vem a folha 209.

P-91-508

Tratado do futuro [a lápis].

409 p. e [4] folhas. Na lombada: D. Sabastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Miscelânea.

P-92-507

Tratado do futuro 842 p. [p. 772-831 em branco]. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. O frontispício desta miscelânea sebástica é preenchido por uma gravura de Vieira Lusitano, figurando D. Sebastião (1737). O índice ocupa as p. 832-836.

P-99-16

Analysis Prudencial e Judicioza em q. se mostra a justificadissima probabilidade com que procedem os que doutamente afirmaõ a vinda do Serenissimo e Augustissimo Senhor Rey D. Sebastião.

35 folhas. Na lombada: Analysis da vinda de D. Sebastião. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.].

P-100-190 Frei José do Espírito Santo (1608-1674).

Extracto do P. Fr. Ioseph do Espto Sto Carmelita Descalço. 12 folhas. Na lombada: P. Fr Joseph do Espt. Sto. Extracto. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Colectânea de passagens da obra de Frei José do Espírito Santo (ca. 16501680?), sobre a criação do mundo, o dilúvio, o Juízo Final, o tormento de Jonas, a Fénix, etc.

P-101-144 Francisco Correa (séc. XVII)

Relação do successo que teve o pataxo chamado Nossa Snrª da Candelaria da Ilha da Madeira, o qual vindo da Costa de Guiné no anno de 1693 huma rigurosa tempestade o fez varar na Ilha incognita, que deixou escripta Francisco Correa Mestre do Mesmo Patacho e se achou no anno de 1699 depois de sua morte, trasladada

fielmente do proprio original; e foi impreça em Lixboa no d to anno, com todas as licenças necessarias. Lisboa, na Officina de Bernardo da Costa de Carvalho, Impressor da Religião de Malta. Anno de 1734 [...] Foi copiado no anno de 1772.

122 folhas. Na lombada: Profecias, etc. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. A Relação do sucesso ocupa apenas as 5 folhas iniciais, Numa nota, no final do volume lê-se: “He de Bento Xavier de Magalhaens Correa de Olivrª”. O relato, encontrado em 1699, após a morte do Mestre do Patacho, seria impresso em Lisboa Ocidental, no ano de 1734 [BPNM: BibVolante 2-55-7-21 (31º); BA: 55-IV-23 (7º)]. Diogo Barbosa Machado e Inocêncio atribuem ao padre Victoriano José da Costa a respectiva autoria, por outros creditada ao capitão José Tavares [BN: cod. 627, fl. 74-79v; Sobre o Sebastianismo: um curioso documento do começo do século XVIII, Coimbra, 1959, p. 142-149]. Bernardo Gomes de Brito, organizador da História Trágico-Marítima, incluíla-ia no v. 9 (Lisboa, 1908, p. 5-15).

P-103-125

Chronica do nacimento, vida e morte del Rey Dom Sebastião com a origem dos xarifes e coroação do Cardeal Dom Anrriqe, e alteraçoens deste Reino: Capitollo Primeiro, Da p[ro]speridade dos Reinos de Portugal em têpo del Rei dom Joam o terceiro.

[96] folhas. Na lombada: Chronica dei Rey D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Apógrafo seiscentista.

P-129-498 Relação de quem foi D. Aleixo de Meneses Ayo del Rei D. Sebastião e de algumas cousas que com o dto Rey lhe acontecerão, e de outros acontecimentos daquelles tempos 197 folhas. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Único manuscrito da Colecção DCL integralmente microfilmado.

P-156-37 Gonçalo Annes, Bandarra (ca. 1500-ca.1556) Colectânea

17 folhas. Na lombada: G. A. Bandarra. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui:

1. Commentário e notas sobre Bandarra. 2. Juizo Astrologico das Doenças. 3. Vertudes de D. Sebastião. 4. Carta para Sigr Giacomo Albirtajji di Pietro, Porto, Outubro 1796 (em italiano). 5. Trovas de Gonçalianes Bandarra.

P-160-391 D. Jerónimo Osório, bispo de Silves (1506-1580)

Cartas do Bispo de Algarve, D. Jeronimo Ozorio para El Rey. D. Sebastiam. Primeira sobre o juiz dos feitos da Coroa, lhe escrever em nome delRey não procedesse contra Maximo Diz Feytor das Marinhas, e o não evitasse dos Officios Divinos. Segunda sobre a jornada de Africa. Terceira sobre o casamento delRey em França. 111 folhas. Na lombada: Cartas de D. Jeronimo Ozorio. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui: 1. Carta de D. Sebastião sobre o pagamento de dívidas à igreja pelo Estado, 13 Dezembro 1557 [aliás, 1575]. 2. Carta de D. Sebastião sobre os seus planos de ida a África, 20 Dezembro 1557 [aliás, 1575]. Em vão, o bispo aconselharia o monarca a desistir de tais planos. 3. Carta de D. Sebastião sobre a conveniência de um casamento francês e sobre o seu eventual matrimónio com Margarida de Valois, 12 Outubro 1557 [aliás, 1575]. 4. Carta ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, confessor de D. Sebastião, sobre a condução dos negócios públicos, a influência exercida pelo irmão do confessor, utilizando a expressão "um rey captivo de dois irmaõs," não datada. 5. Carta do marquês de Alorna, Vice-rei da Índia, remetida ao Rei D. João V "da gloriosa memoria sobre o arbitrio de diminuir a despeza e augmentar as rendas daquelle Estado, com hum novo sistema do governo," Goa, 27 Dezembro 1745. A carta fornece uma panorâmica sobre os portos e o comércio da Índia. As cartas 2, 3 e 4 foram publicadas in Cartas Portuguezas de D. Hieronymo Osorio (Paris, Na oficina de P. N. Rougeron, 1819).

P-163-40 Bandarra, Gonçalo Annes (ca. 1500-ca. 1556)

Trovas de Gonsalo Annes Bandarra. Apuradas e impressas por ordem de hum grande senhor do Reyno de Portugal. Offerecidas aos Verdadeyros Portuguezes devotos do Encubertto. Em Nantes, por

Guilhelmo de Monnier impressor de ElRey, anno de MDCXLIV [1644]. 125 folhas. Na lombada: G. A. Bandarra. Trovas. MS. 1644. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Na página de rosto lê-se: "He de Bento Xavier de Magalhaens Correa de Oliveira". Inclui: 1. Monarchia Luzitana [de Inácio de Guevara] Dedicatoria a Cristo Senhor Nosso a quem só Pertence esta Monarchia, Conforme a promessa, que Deos fez a ElRey D. Affonço Henrriques. 15 cantos. 2. Diversas profecias dos séculos XV-XVII. 3. Breve Rellação que me obriga a fazer a obediencia de meos Confessores em que declare aquillo, que com toda a verdade sey, da Muyto Veneravel Madre Leocadia da Conceypção Religioza do Muyto Reccoleto convento de Monchique da Cidade do Porto (cf. DCL: P-3-469 e P-66-189). 4. Prophecias de hum Ermitam. 5. Noticia Previa [aponta certas particularidades das distintas versões sobre a morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir]. 6. Nascimento do Snr. Rey D. Sebastião [...] traduzido de Italiano, em Portuguez o qual foy feyto por Joam Carco [aliás, Carion] famozo mathematico em Roma no Anno de 1598.

P-208-181

D. Sebastião. Carta na qual se dá a razão sem nenhúa das Prophecias por que se deve ser Sebastianista para ver as difficuldades que punha quem pedio a razão, composta por hum curiozo

46 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui ainda: 1. Discurso astronomico sobre o estupendo e fatal cometa, ou anuncio pela Divina Providª visto a primeyra ves a 6. de Novembro de 1689, ao romper da aurora, neste horizonte de Pernambuco, altura de 8. graos, no signo de Escorpião, autor o Pe Estancel da Companhia de Iesus (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia e Portugal: dicionário histórico-filosófico). 2. Vaticinio de Uramnia. 3. Carta do Dor Bocarro Medico, Mathematico, e Astrologo, a q chamão os Aforismos. 4. Juizo do anno de 1640 tam afamado dos antigos, interp[r]etado por Rabi Celo. 5. Copia de huas Prophecias q se acharão em Mayo de [1]628. 6. Relaçam que certo mathematico formou sobre o juizo e figura q levantou em razam do aparecimento dos gafanhotos, q o anno de [1]639, aparecerão

sobre a Cidade de Lixa e de 2 Cometas que tambem forão vistos (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia em Portugal: dicionário histórico-filosófico).

P-209-182

D. Sebastião. Profecias de S. Fr. Gil que servem de sinaes ao tempo em q se espera a reforma do mundo com a vinda do Incuberto. E as refere Fr. Sebastião de Payva na Sua 5ª Monarquia Portugueza e parte dellas o Pe Antº Vieyra no Sermão de 8. de jan ro de 1658 pregado na Capella Real.

65 folhas. Na lombada: D. Sebastião. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Inclui ainda: 1. Juizos astronomicos pelo p e Estancel da Companhia de jesu Assistente no Brazil [sobre o cometa avistado em Pernambuco no dia 6 de Maio de 1684 (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia e Portugal: dicionário histórico-filosófico)]. 2. Vos de Deos ao Mundo, a Portugal e a Bahia, Iuizo do Cometa que nella foy visto em 27. de outubro de 1695, e continua the hoje 9 de novembro do mesmo ano, pelo padre Antonio Vieyra (cf. Manuel J. Gandra, Astrologia e Portugal: dicionário histórico-filosófico). 3. Carta do Pe Antonio Vieyra da Companhia de Iesu, q escreveu à Srª. Rayña da Gran Branha [sic] estando na Bahia ano de 1697. 4. Carta do mesmo Pe Antonio Vieyra ao Conde do Castel Melhor, Baía, 31 Julho 1694. 5. Das prodigiozas e maravilhozas virtudes naturaes de muytas Pedras preciozas Tirado do Lº Historias Prodigiozas do pe Bovistau, Claudio Tesierant y Franco Beleforest, Francez e traduizido em Castelhano por Andrea Pescioni, an. 1585 [...]. 6. Compendio Triunfal da Real Fabrica e Pompa Luzitana que a Nobilissima Cidade de Lisboa erigio a feliz Entrada, e Reaes Despozorios del Rey D. Pedro II. de Portugal com a Serenª Rª Maria Sofia Isabel Princeza Palatina, anno 1687.

P-210-524 António Vieira (1608 -1697)

Esperanças de Portugal, 5º Imperio do Mundo. Primeira, e segunda vida de ElRey D. João o 4º Escritas por Gonçalo Annes Bandarra, e comentadas pello Pde Antonio Vieira da Companhia de Jesus; e remitadas ao Bispo do Japão o P de Antonio Fernandes. Camuta do Rio das Amasonas, 29 Abril 1659.

[58] folhas. Na lombada: G. A. Bandarra. Esperanças de Portugal. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Transcrição da célebre missiva de António Vieira.

P-211-38 Bandarra, Gonçalo Annes (ca. 1500-ca. 1556)

Professias ou collecçaõ de MSS rarissimos, pertencentes as Professias de Gonçalo lanes Bandarra Official de Capateiro, natural da Villa de Trancoso, ano de 1809. 153 folhas. Na lombada: Bandarra. Ms. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Além do "Indez das principaes cousas, de que se compoem este vollume", esta colectânea, subscrita pelo acrónimo A.L.C., inclui as seguintes estampas: 1. Bandarra. Numa nota datada (2/5/[18]90) e subscrita (J[osé] Ma[ria?] Nepomuceno) aposta sob o retrato colado no frontispício, assevera-se não se tratar da vera efígie de Bandarra. 2. Dom Henrique de Castro (†1580) "por cujo mando sahio Bandarra no Acto Publico da Fé."

3. Dom João IV, rey de Portugal "cuja aclamação, quer Vieira vaticinara Bandarra." 4. Antonio Vieyra.

P-212-437

As profecias propriamte taes são infaliveis por serem luzes e testemunhas do Espirito Santo. 34 folhas. Na lombada: Profecias. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Entre outras profecias, inclui o "Papel em q se prova a vinda de El Rei D. Sebastião pelo Pe Antº Vieira da Companhia de Jezus", de facto um apócrifo do jesuíta.

P-242-484

Drama Sebastianista.

[40] folhas. Na lombada: D. Sebastião: Theatro. Ms. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Peça em três actos, com inúmeras rasuras e emendas. Numa nota no final do 3º acto lê-se: "Podese reprezentar. Lxª 20 de Novembro 184[?] S [...] H [...] Botelho."

P-243-12 Nuno Álvares Pereira Pato Moniz (1781-1826) O Anti-Sebastianista Desmascarado

Drama em 3 actos autógrafo, composto por 27 folhas. Na lombada: O AntiSebastianista Desmascarado. Theatro. MS. Encadernação em pele com as armas do conde de Olivais Penha Longa [O.P.L.]. Apresenta inúmeras correcções no texto. A obra foi composta para satirizar José Agostinho de Macedo, tendo precedido a "comedia O Sebastianista desenganado à sua custa, representada em 1810 ou 1811 nos theatros publicos" (Inocêncio, Dicionário Bibliográfico, v. 6, p. 304).

P-345-499

Teixtos [sic] de Isaias, e Geremias, e Daniel. [15] folhas. Não encadernado. Miscelânea consignando vaticínios sobre o futuro de Portugal, transcrevendo trechos da Bíblia e de Bandarra até aos eventos de 1830 e a revolução de Paris. São mencionadas as vicissitudes do reinado de D. João VI (cujo nome surge na capa) e, nomeadamente, as que se seguiram ao seu falecimento, em 1826.

Bibliografia ANÓNIMO Sobre o Sebastianismo: um curioso documento do começo do século XVIII, Coimbra, 1959 CAMPBELL, Miss Portuguese Collection: Accessions list of the Portuguese Collection acquired from Maggs bros. 1928 (Coll. Of Olivaes e Penha Longa), Washington, 1929 [DCL: Z2739.U58 (Rare Book Coll.); Z2739.U58 xcopy (Hispanic Division)] CASTRO, D. João de A Aurora da Quinta Monarquia (1604-1605), Porto, 2011 [COSTA, Padre Victoriano José da?] Relação do Sucesso que teve o Patacho chamado N. Sra. da Candelária, da ilha da Madeira, o qual vindo da Costa da Guiné, no anno de 1693, uma rigorosa tempestade o fez varar na Ilha incógnita, Lisboa, 1734 GANDRA, Manuel J. Apocalipse de Esdras: ecos nas Letras e na Arte Portuguesas, Mafra, 1994 O Milénio Português: itinerários, iconografia e notas bio-bibliográficas Sebástico-Sebastianistas, in O Falso D. Sebastião da Ericeira e o Sebastianismo, Mafra, 1998, p. 137-298 Joaquim de Fiore, Joaquimismo e Esperança Sebástica, Lisboa, 1999 A Cristofania de Ourique: mito e profecia, Lisboa, 2002 Dicionário do Milénio Lusíada: Impérios do Divino, Sebastianismo e Quinto Império, v. 1, Lisboa, 2003 Para um elenco das edições impressas das Trovas do Bandarra, in Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 17 (Mar. 2004) Para um elenco dos comentários impressos das Trovas do Bandarra, in Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 18 (Mar. 2004) O Monumento de Mafra no Quinto Império, Mafra, 2004 Ditirambos quinto-imperiais dedicados a Dom José I, Mafra, 2004 Processo Inquisitorial de Gonçalo Anes Bandarra, sapateiro da Vila de Trancoso (ano de 1541), Mafra, 2004 Do Desejado ao Encoberto: roteiro de uma exposição virtual, Mafra, 200? Mestiço de Malaca: disparates sentenciosos, Mafra, 200? Pretinho do Japão: trovas ou disparates, Mafra, 200? O Providencialismo da Casa de Bragança e o mistério dos Reis sem Coroa, Mafra, 2008

António Vieira e o Quinto Império: subsídio para uma bibliografia da obra e dos estudos concernentes ao tema, in Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 26 (Set. 2008) António Vieira e o Quinto Império: plano da História do Futuro [cópia do Ms. da Biblioteca Nacional, Maquinações de António Vieira jesuíta, t. 2, p. 89], in Newsletter do Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica, n. 27 (26 Set. 2008) António Vieira na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra com um paralelo da sua Vida e Obra com o providencialismo, o milenarismo e o messianismo coetâneos, in Boletim Cultural da Câmara Municipal de Mafra, 2007, Mafra, 2008, p. 9-108 Padre António Vieira: paralelo da sua vida e obra com o providencialismo, o milenarismo e o messianismo coetâneos, in Entre a Selva e a Corte: novos olhares sobre Vieira, Lisboa, 2009, p. 251-306 Subsídio para uma Bibliografia de Estudos sobre António Vieira e o Quinto Império, in Entre a Selva e a Corte: novos olhares sobre Vieira, Lisboa, 2009, p. 307-315 O Sebastianismo no Feminino: esquissos para o dicionário das mulheres sebastianistas, in Actas do Colóquio Profetismo: de Bandarra a Vieira (Trancoso, 2008), Trancoso, 2010, p. 72-97 O Apocalipse de Esdras e a Profética Sebástica, Mafra, 2010 Messianismo e alegados Messias (quadros sinópticos), Mafra, 2010 Astrologia em Portugal: dicionário histórico-filosófico, Lisboa, 2010 Hubert Texier, Pesquisas Históricas sobre Sebastião I, Rei de Portugal (Paris, 1904), ou de como o Desejado morreu no exílio, em Limoges, Mafra, 2011 Os Retratos duplos (mancebo e velho) de D. Sebastião: subsídio para o seu catálogo e variantes, Mafra, 2011 Guia Sebástico do Porto, Mafra, 2011 Os Horóscopos de Dom Sebastião (1554-1578?): o Desejado à luz da Astrologia judiciária, Mafra, 2012 A Colecção Portuguesa I e II da Biblioteca do Congresso: contributos para a sua história, Mafra, 2012 GANDRA, Manuel J. / et alii O Falso D. Sebastião da Ericeira e o Sebastianismo, Mafra, 1998 HORTA, Ana Amália Pimenta Guerra e Reelaborações Sebastianistas anteriores à Restauração (Para um estudo do seu Corpus Profético), Dissertação de Mestrado em História da Cultura Portuguesa (Época Moderna), FLUP, Porto, 1997 LUND, Christopher A Colecção de Manuscritos Portugueses na Divisão dos Manuscritos da Biblioteca do Congresso, in Boletim de Filologia, n. 25 (1979), p. 167-172 LUND, Christopher C. / KALHER, Mary Ellis The Portuguese Manuscripts Collection of the Library of Congress – A Guide, Washington, 1980

MAURÍCIO, Carlos Coelho O Sebastianismo de D. João de Castro. Uma proposta de avaliação sociopolítica, in História e Crítica, v. 6 (1980), p. 33-39 PORTUGUESE COLLECTION Portuguese Collection (Provisional list of the titles acquired from the *** [OPL] Collection through Maggs Bros. 1928), Washington, 1929 [DCL: Z2739.U58] PORTUGUESE PAMPHLETS The Portuguese Pamphlets 1610-1921 [microform]: a collection of Pamphlets published primarily in the 19th century, which was assembled for the most part by António Augusto de Carvalho Monteiro, Washington, 1983 [DCL: Microfilm 82/5800 (D) (Microform Reading Room: 75 bobinas de microfilme)] PORTUGUESE PAMPHLETS The Portuguese Pamphlets – Microfilm 82/5800 MicRR: introduction and comprehensive guide to Contents, Library of Congress, 1983 [DCL: DP517.P67 1610 Suppl.] PORTUGUESE PAMPHLETS The Portuguese Pamphlets: pamphlets, speeches, almanacs, offprints and broadsides in various languages, chiefly Portuguese, relating to Portugal or Portuguese affairs [1610-ca. 1925] [DCL: DP517.P67 1610 (Rare Book Coll.: 62 caixas, ca. 3100 espécies)] RAMALHO, Américo da Costa The Portuguese Pamphlets, in The Library of Congress Quarterly Journal of current Acquisitions, v. 20, n. 3 (Jun. 1963) Portuguese publications in the Library of Congress, in Portuguese Essays, Lisboa, 1968, p. 85-98 [DCL: DP518 .R35 1968] SEQUEIRA, Gustavo de Matos A Ilha Encoberta, in Relação de vários Casos Notáveis e Curiosos sucedidos em tempo na cidade de Lisboa e em outras terras de Portugal, agora reunidos, comentados e dados à luz, Coimbra, 1925, p. 111-138 SERAFIM, João C. Gonçalves D. João de Castro (1550?-1628?) – um resistente que se tornou profeta, in Via Spiritus, v. 6 (1999), p. 121-140 VAN DEN BESSELAAR, José O Sebastianismo – História Sumária, Lisboa, 1987 O Quarto Livro de Esdras na literatura messiânica de Portugal, in Biblos, v. 64 (1988), p. 183-207 A Monarquia Lusitana – Poema Sebástico, in Anais da Academia Portuguesa de História, s. 2, v. 35 (1995), p. 31-60 VITERBO, Sousa Notícia de Alguns pintores Portugueses e de outros que, sendo estrangeiros, exerceram a sua arte em Portugal, 3ª série, Coimbra, 1911, p. 72-74

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