SEIXAS, Miguel Metelo de, “Selo do concelho de Lisboa”, in ANDRADE, Amélia Aguiar; FONTES, João Luís Inglês (coord.), Anões às costas dos grandes gigantes do passado. Poder, mitos e memórias na sociedade medieval. Contributos de Luís Krus, Lisboa, IEM / CHAM, 2015, pp. 32-33

May 24, 2017 | Autor: M. Metelo de Seixas | Categoria: Heraldry, Sigillography, Lisbon (Portugal), Iconography and Iconology
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ANÕES ÀS COSTAS DOS GRANDES GIGANTES DO PASSADO

PODER,MITOS E MEMORIAS NA SOCIEDADE MEDIEVAL CONTRIBUTOS DE LUÍS KRUS

ANÕES ÀS COSTAS DOS GRANDES GIGANTES DO PASSADO

PODER,MITOS E MEMORIAS NA SOCIEDADE MEDIEVAL CONTRIBUTOS DE LUÍS KRUS

Catálogo da Exposição Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1 a 31 de Outubro de 2015

Catálogo

Exposição

Coordenação Amélia Aguiar Andrade João Luís Inglês Fontes

Concepção, organização, produção e montagem Instituto de Estudos Medievais (IEM-FCSH/NOVA) Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas / Arquivo Nacional da Torre do Tombo (DGLAB/Torre do Tombo)

Edição Instituto de Estudos Medievais (IEM-FCSH/NOVA) Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM-FCSH/ NOVA e UAc) Textos de apresentação Amélia Aguiar Andrade João Luís Inglês Fontes Silvestre Lacerda Autores Amélia Aguiar Andrade (IEM; FCSH/NOVA) António Resende de Oliveira (CHSC; FLUC) Bernardo Vasconcelos e Sousa (IEM; FCSH/NOVA) Eleonora Lombardo (IEM; FCSH/NOVA; IF/FLUP) Isabel Barros Dias (UAb; IELT-FCSH/NOVA) João Luís Inglês Fontes (IEM-FCSH/NOVA; CEHR-UCP) José Augusto de Sottomayor Pizarro (CESEM; FLUP; ACL) José Carlos Miranda (IF/FLUP) José Mattoso (IEM-FCSH/NOVA) Leontina Ventura (FLUC; CHSC-UC) Luís Filipe Oliveira (UAlg; IEM-FCSH/NOVA) Maria Adelaide Miranda (IEM-FCSH/NOVA) Maria Filomena Andrade (UAb; CEHR-UCP) Maria João Branco (IEM; FCSH/NOVA) Miguel Metelo de Seixas (IEM; CHAM-FCSH/NOVA e UAc) Sandra Monteiro Stéphane Boissellier (CESCM-MSHS/Université de Poitiers)

Comissariado científico Amélia Aguiar Andrade Bernardo Vasconcelos e Sousa João Luís Inglês Fontes José Mattoso Maria Adelaide Miranda Assessoria técnica Maria dos Remédios Amaral (DGLAB/Torre do Tombo) Textos Amélia Aguiar Andrade João Luís Inglês Fontes Conservação e restauro Luís Vasconcelos e Sá (DGLAB/Torre do Tombo) Vânia Alves (DGLAB/Torre do Tombo) Digitalização e impressão Anabela Ribeiro (DGLAB/Torre do Tombo) José Miguel Magalhães (DGLAB/Torre do Tombo) Rui Pires (DGLAB/Torre do Tombo) Cedência de peças Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra Biblioteca Mário Sottomayor Cardia (FCSH/NOVA)

Traduções Maria Teresa Lopes Pereira (IEM-FCSH/NOVA)

Cedência de imagens Biblioteca Nacional de Portugal

Design Ricardo Naito (IEM-FCSH/NOVA)

Seguros Lusitânia Seguros

Cedência de imagens Biblioteca da Ajuda – Palácio Nacional da Ajuda Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra Biblioteca Nacional de Portugal Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas – Arquivo Nacional da Torre do Tombo

Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1 a 31 de Outubro de 2015

Impressão Finepaper Depósito legal 398425/15 ISBN 978-989-98749-8-5 (IEM) 978-989-8492-29-6 (CHAM)

Publicação financiada por Fundos Nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito dos projectos UID/HIS/00749/2013 e UID/HIS/04666/2013.

Imagem da capa: [Encyclopedic manuscript containing allegorical and medical drawings]. [South Germany, ca. 1410], Rosenwald Collection (Library of Congress) ms. no. 4 [15]

Sumário

Apresentação 5 “…anões às costas dos grandes gigantes do passado”. Poder, Mitos, Memórias na Sociedade Medieval: contributos de Luís Krus 7 Pórtico 1 . A lírica medieval galaico-portuguesa

9

A memória documental do reino 2 . Registo de Guimarães ou Livro do Padrom 10 3 . Lista das igrejas do padroado régio 12 4 . Inquirições Gerais de D. Afonso III 14 5. S entença a favor de D. Dinis contra D. Martim Gil, D. Mem Rodrigues e D. João Rodrigues de Briteiros e outros, sobre os bens e direitos herdados do Conde D. Gonçalo Garcia de Sousa 17 6 . Inquirição que se tirou sobre as honras e devassos dos julgados do Souto de Rebordões, Geraz, Neiva, Barcelos, Aguiar de Neiva, Prado e de outros lugares 19 7 . Chancelaria de D. Pedro I 20 A Construção da memória do passado 8 . Chronicon Regum Laurbanense 23 9 . Primeira Crónica Geral de Espanha, do rei Afonso X de Castela e Leão 24 10. Crónica Geral de Espanha de 1344 26 11. Livro Velho e Livro do Deão 27 12. Livro de Linhagens do Conde D. Pedro 30 Memórias sagr adas 13. Selo do concelho de Lisboa 14. Tratado da vida & martyrio dos cinco Martires de Marocos enviados per São Francisco [...] 15. Vida de Santo António de Lisboa

32 34 36

As representações do mundo 16. Isidoro de Sevila, Mapamundo. In [Etymologiae] 39 17. Mapa-múndi. In [Comentário ao Apocalipse] 41 A vivência medieval do tempo 18. HERCULANO, Alexandre – O monge de Cistér ou a epocha de D. João I [...]

42

Bibliografia

45

13. Selo do concelho de Lisboa

8 de Janeiro de 1346 Cera, 70 x 50 cm ANTT, Mesa da Consciência e Ordens, Mosteiro de Santos-o-Novo, doc. 245 (Casa Forte)

O texto “S. Vicente e o mar: das relíquias às moedas” foi publicado inicialmente por Luís Krus em 1983 no suplemento histórico do jornal Diário de Notícias; onze anos depois, integrou a colectânea de estudos reunidos sob o título de Passado, memória e poder na sociedade medieval portuguesa (Krus 1994: 143-148). A escrita deste texto originou-se na observação por Luís Krus de uma miríade de objectos patentes na XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, carregados de referências a São Vicente: manuscritos, iluminuras, pinturas, esculturas, selos e moedas. Foi com base nesta diversidade de fontes que o Autor se interrogou acerca das causas que haviam produzido semelhante recorrência do tema vicentino. Em escassas páginas, Luís Krus logrou integrar a devoção a São Vicente na relação que a cultura medieval cristã estabelecia com o mar – relação variável consoante as épocas de maior ou menor fulgor do comércio marítimo. Neste enquadramento, procurou compreender as características dos relatos hagiográficos vicentinos e as razões do seu sucesso no reino de Portugal, entendidas à luz de condicionantes institucionais, políticas, sociais e económicas desde a formação da sociedade medieval portuguesa até ao início da expansão ultramarina. Ficava pois devidamente contextualizada e explicada a iconografia vicentina, dominada em Portugal pela figuração da nau com os corvos alusiva à trasladação do corpo deste santo para o cabo algarvio que levou o seu nome, e tão corrente em Lisboa por ser São Vicente padroeiro da cidade. Isso mesmo mostra o selo de cera aqui patente. Longe de constituir um objecto de estudo encarado no seu aspecto meramente técnico, este selo ganha assim, por via da análise iconológica realizada dentro de um amplo e sólido contexto histórico, capacidade para ajudar à reconstituição do passado medieval em numerosas vertentes. Tal capacidade para sondar uma multiplicidade de objectos, interrogando-os e interligando-os, constituía traço marcante da obra de Luís Krus e contribuiu para o carácter interdisciplinar dos seus trabalhos. Com efeito, a diversidade de fontes mencionadas no seu texto sobre São Vicente poderia levar a uma abordagem restritiva, no âmbito daquilo a que a historiografia oitocentista chamou de “ciências auxiliares da História”, como a sigilografia, a numismática, a heráldica, a codicologia ou a diplomática. Mas esse não foi o caminho escolhido pelo Autor; pelo contrário, partindo de objectos tantas vezes esquecidos como os selos, Luís Krus evidenciou o interesse em estudá-los em correlação com a sociedade que os gerou e dentro da qual eles formavam um acto comunicacional relevante. Por serem objectos tão carregados de sinais, os selos permitem abrir portas de entendimento insuspeitas para a história política, social, institucional, económica, cultural, militar e, naturalmente, para a história da arte (Morujão 2011; Saraiva, Morujão e Seixas 2014). Talvez resida aí a maior lição deixada por Luís Krus: a importância de indagar em todos os campos, de quebrar barreiras, de entrecruzar dados, de divulgar o conhecimento. Mesmo partindo de um objecto de tão reduzidas dimensões como um selo…

Miguel Metelo de Seixas

32

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