Seminário inf. e sociedade 1

July 8, 2017 | Autor: Michelle Colin | Categoria: Information Systems, Information Technology, Sistemas de Informação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ESTATÍSTICA INFORMÁTICA E SOCIEDADE – INE5621

A INTERNET, AS REDES SOCIAIS E A PRIVACIDADE

Michelle C. Colin Franco Umilio

Florianópolis - SC 2013

A INTERNET, AS REDES SOCIAIS E A PRIVACIDADE

Nos últimos anos, a internet foi incorporada à vida de milhões de pessoas em todo o mundo e com ela, inúmeros benefícios foram trazidos à sociedade, como a facilidade de comunicação, o acesso e o compartilhamento de informações. Mas, sem os cuidados necessários, essa tecnologia também pode apresentar sérios riscos à segurança do internauta. Nos dias atuais, as pessoas cada vez mais trocam dados por meio eletrônico. As novas tecnologias propiciam diferentes tipos de escândalo gerando danos exponenciais. Estamos em um momento de transição em que as relações humanas se tornam cada vez mais interativas através dos dispositivos móveis de comunicação, porém, estamos nos tornando cada vez mais vulneráveis aos ataques a nossa esfera de privacidade. Embora o direito a privacidade seja defendido pelos usuários, é difícil esperar que os comportamentos virtuais se mantenham privados se há engajamento em redes sociais. O engenheiro da computação Vinton Cerf, um dos cocriadores da internet, afirmou que novas tecnologias trazem uma maior dificuldade para os usuários alcançarem a privacidade. “A privacidade pode ser uma anomalia”, disse Cerf durante um workshop que ministrou sobre a privacidade. Essencialmente, Cerf acredita que a tecnologia tem avançado a um ponto onde muitas pessoas simplesmente não compreendem o que estão compartilhando sobre elas quando publicam uma informação pessoal na internet. Cerf também declarou que acredita ser difícil escrever leis que protejam a privacidade dos usuários, pois a tecnologia vem evoluindo tão rápido que ainda não compreendemos quais perigos e riscos ela traz à privacidade. A maneira como nos sentimos em relação a novas tecnologias que revelam informações pessoais é um balanço entre a ameaça à privacidade e as vantagens que são sempre atrativas. Novas tecnologias como câmeras, aparelhos de gravação, sensores, entre outros que combinam a habilidade digital de coletar, guardar, classificar e ordenar grandes quantidades de informação oferecem muitos benefícios, mas também ameaçam a liberdade e a privacidade pessoal. A Tecnologia forçou as pessoas a repensarem o conceito de público e privado. O intrigante é que os profissionais da área computacional são parte da vanguarda que busca maneiras de proteger a privacidade: por um lado porque são os primeiros a reconhecer problemas de privacidade causados por novas tecnologias e por outro lado porque muitas vezes as soluções para problemas de privacidade são tecnológicas.

O fato do armazenamento em disco ser muito barato é um dos principais motivos para o crescimento do problema de privacidade, pois as pessoas podem coletar informações e não precisam apaga-las, outro motivo seria pelas políticas de compartilhamento de informações que não são adequadas. Cientistas se animam há muito tempo com a possibilidade de utilizar informações biométricas como impressões digitais, ou escaneamento de íris como meios de identificação, permitindo às pessoas abrir seus carros ou casas. Mas o quão privado são as impressões digitais? Estudos mostraram que câmeras digitais mesmo de baixa resolução são suficientes para capturar as digitais de uma pessoa. Isso significa que existem bancos de dados com impressões digitais em todos os lugares e que não é possível controlar o uso dessas informações. Mudanças sociais causadas pela tecnologia, como pela rede social Facebook, alteram o contexto de proteção da privacidade. Os sistemas digitais eliminaram virtualmente a ideia da “simples privacidade” que as pessoas carregam consigo no dia a dia: a ideia de que é possível ser anônimo em uma multidão. O professor Friedman atesta que pessoas que utilizam a última versão do Windows XP podem ser descobertas e hackeadas em menos de 4 minutos. A durabilidade das informações representam um outro tipo de colapso contextual. Uma informação pode parecer inofensiva agora, mas pode ser prejudicial no futuro. Informações desprotegidas não são sempre acidentais, a maioria das informações web-based transmitidas através de redes wireless são enviadas sem criptografia, qualquer pessoa usando a mesma rede pode interceptar a informação e usá-la como bem entender. Mudanças paralelas à maneira como os sistemas digitais comprometem nossa segurança são as constantes mudanças na forma como a sociedade age perante a privacidade. O quanto nós realmente a valorizamos? A complacência das pessoas mais jovens em compartilhar todo tipo de informação pessoal em redes sociais como o Facebook - incluindo fotos que podem comprometê-los mais tarde, nos fez indagar se houve uma mudança geral de atitudes perante a privacidade. Atualmente a vida do usuário está sendo vivida em público, mesmo querendo ou não reconhecer isso. Surge a hipótese de que a privacidade seja uma ideia anormal, uma invenção historicamente recente que pode desaparecer novamente. Em um estudo de como os jovens se comportam perante as mídias sociais, feito pela Escola Berkman para a internet e sociedade, inferiu-se que os jovens se importam sim com a privacidade, mas no senso de controle, não de qual informação está sendo espalhada por aí, os jovens sentem que possuem mais controle em serviços como o Facebook e o Myspace do que eles possuem em suas casas!

Em uma entrevista para a revista Tech Crunch, Mark Zuckeberg disse que compartilhar informações privadas na internet se tornou uma norma social. A privacidade é um luxo, uma relíquia de uma era passada. Hoje em dia o compartilhamento em excesso se tornou típico de redes sociais, com pessoas publicando informações em tempo real de onde elas estão e o que estão fazendo. Independente de estarmos ou não compartilhando informações em sites como o Facebook nós ainda deixamos rastros virtuais, graças aos softwares de rastreamento de informações, cookies e bugs em sites que gravam o que nós procuramos, que sites acessamos e o que compramos. Devido ao dossiê on-line sobre hábitos, gostos e desgostos, sites podem ministrar propagandas direcionadas para o usuário. Muitos sites oferecem políticas de privacidade que explicam o que eles irão ou não fazer com as informações pessoais coletadas, mas as pessoas ignoram essas informações e não entendem as consequências reais. Existem milhares de termos de privacidade que dizem “Coletaremos o que quisermos de informações sobre você e faremos o quisermos com elas”. Sites como o Twitter, Youtube, Facebook, possuem seus termos de serviços que definem os direitos dos usuários; e em muitos casos, o conteúdo que o internauta provê não é realmente dele. A privacidade é o preço que está sendo pago ao se utilizar um serviço gratuito. Muitas das redes sociais são em algum grau um negócio, mas às vezes esse fato é esquecido por serem gratuitos e divertidos de se usar. Uma rede social é valiosa por causa das pessoas que as usam e não necessariamente por sua tecnologia. Esses sites “gratuitos” precisam monetizar seus esforços para continuarem gratuitos e adquirem sua renda através de propagandas, capital de risco e outras formas. A coleta de dados anônimos ajuda sites a personalizarem a experiência do usuário e a oferecer opções relevantes; ajuda também web-designers a entender como o usuário interage com uma página em particular. Já informações públicas, definidas como informações que estão anexadas ao nome do usuário são outra história. E adicionalmente, recrutadores de empresas utilizam cada vez mais as plataformas online para buscar candidatos qualificados, existem cada vez mais relatos de pessoas que perderam uma oportunidade de emprego ou que chegaram ao extremo de serem demitidas por compartilhar conteúdos de certa forma “inadequados” e não terem a consciência de que infelizmente não são eles que determinam quem terá acesso a esse conteúdo. Atualmente nossas vidas privadas, não são tão privadas como pensamos.

REFERÊNCIAS: 1) http://harvardmagazine.com/2009/09/privacy-erosion-in-internet-era?page=0,3 2) http://news.discovery.com/tech/is-the-internet-destroying-privacy.htm 3) http://www.sfwa.org/2010/06/social-media-and-your-lack-of-privacy/ 4) http://www.cbsnews.com/news/did-the-internet-kill-privacy/ 5) http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/2013/11/privacidade-e-uma-anomaliadiz-cocriador-da-internet.shtml

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