Seminários Avançados em Processos Criativos
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Seminários Avançados em Processos Criativos
Prof. André Luiz Gonçalves de Oliveira 28/11/2016
Esquema geral ✤
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1o. Encontro: ✤
Percepção e ecologia
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Percepção e fenomenologia
2o. Encontro: ✤
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Ontologia do som e da escuta.
3o. Encontro: ✤
Do som à escuta.
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Fenomenologia da escuta estética.
O ovo ou a galinha ✤
O que existe de fato: o som do mundo ou a escuta como experiência individual?
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Varela et al (2003, p. 176) “(…) a galinha e o ovo, o mundo e a pessoa que o percebe, especificam-se mutuamente.”
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Um caminho do meio entre realismo e idealismo.
E o que é som? ✤
Resultado de nossa incapacidade em chamar a experiência de escutar de imagem (auditiva). (Caesar, 2016, aula passada)
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Imagem como uma totalidade perceptiva.
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Som é descrição da escuta, pode se reificar e virar metáfora, descrição da experiência.
Onde está o som? ✤
Se uma árvore cai na floresta e não há ninguém para escutar...
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O mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão uma projeto do mundo, e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. (M.-Ponty, 1996, p. 576).
Do som à escuta ✤
Escuta é descrição corporificada (materializada) e situada (contextualizada) do som.
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“A filosofia reflexionante substitui o "mundo" pelo “ser pensado”." (Merleau-Ponty, 2000, p. 51).
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Substituímos escuta por som, numa generalização descorporificadora e alienante.
Do som à escuta ✤
A escuta faz o som. Se eu escuto de uma maneira há tal tipo de som... (como no caso do elétron).
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Som é uma possibilidade de descrição da escuta, generalizada, própria de humanos.
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Escuta é o loop entre agências no mundo.
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D. Ihde (2007): Somos per-sona.
Do som à escuta ✤
Escuta só existe no loop entre agentes.
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Agentes podem ser humanos, não humanos, vivos e não vivos.
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Escuta sempre é relação (loop) - nós nos constituímos na relação.
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Quem escuta? Os agentes todos de um sistema de escuta afetam-se in diferent ways.
Escuta corporificada e situada atuacionista. ✤
Quais as relações envolvidas na produção daquilo que chamamos de som?
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Quais ações de quais corpos em quais lugares?
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Como se escuta depende da relação entre os corpos envolvidos na escuta e produção sonora.
Escuta estética ✤
Escuta é ação (coletiva), algo que você faz, não algo que ocorre com você (A. Noë).
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Escuta é ato relacional, que estabelece vínculos entre espécies (mariposas e morcegos do contraponto de Uexkül).
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Escuta, como qualquer outra experiência, pode ser estética (quando perde sua função inicial, segundo E. Couchot).
Fenomenologia da Escuta Estética ✤
Escuta como ação mental - corpos em ação (estética) relacional no meio.
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Escuta para além do reconhecimento - história e identidade.
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Experiência de escuta estética: corpórea, histórica, subversiva, autoteleológica.
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Compositor não tem controle pleno (ufa!) da escuta do outro.
Fenomenologia da Escuta Estética
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O som não é o produto exclusivamente do compositor direcionado aos escutadores.
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Música como experiência de modo de escuta estética.
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''Além da música” (hanslickiano) é comentário, relato e espaço de metáforas e analogias.
Muito Obrigado
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Ao querido amigo e professor Rodolfo Caesar eos outros professores que repartiram essa disciplina.
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Aos alunos que pacientemente ouviram e contribuíram.
Bibliografia CLARKE, E. F. Ways of Listening: An ecological approach to the Perception of Musical Meaning. New York: Oxford University Press, 2005. COUCHOT, Edmond La nature de L’Art. Paris: Hermann Éditours, 2012. GIBSON, J. J. Ecological Approach to Visual Perception. Hillsdate: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 1979. __________ The Senses Considered as Perceptual Systems. Boston: Houghton Mifflin Company, 1966. HUSSERL, E. Ideas pertraining to a pure phenomenology and to a phenomenological phylosophy. Boston: Martinus Nijhoff Publishers, 1983. IHDE, D. Listening and voice: phenomenologies of sound. New York: State University of New York Press, 2007.
Bibliografia LEMAN, M. Embodied Music: Cognition and Mediation Technology. Cambridge: MIT Press, 2008. MATURANA, H., VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2007. __________. De máquinas e seres vivos: Autopoiese, a organização do vivo. Porto Alegre: Artmed, 2002. MERLEAU-PONTY, M. Sens and non sens. Evanston: Northwestern University Press, 1964. __________ O olho e o espírito. In: Os Pensadores: Merleau-Ponty. São Paulo, Nova Cultural, 1989. __________ Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1996. NOË, Alva. Out of our heads. New York: Hill and Wang, 2009. __________ Perception in Action. Berkeley: The Mit Press, 2004. VARELA, Francisco J.; THOMPSON, Evan; ROSCH, Eleanor: The embodied mind: Cognitive science and human experience. New Edition. Cambridge, MA: MIT Press, 1991.
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