Semiótica – Ciência dos signos

May 24, 2017 | Autor: Ariane Souza Stolfi | Categoria: Semiotica
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Semiótica – Ciência dos signos Signo é aquilo que significa Signo - do latim signum, que vem do grego secnom, a raiz do verbo “cortar” a mesma que deu origem à palavra “secção” em português. Se refere a uma coisa maior do qual foi extraído: uma folha em relação a uma arvore, um dente em relação a um bicho etc.

Décio Pignatari chama o sintagma, na linguagem arquitetônica de “partido”, que seria a forma com que os elementos são organizados em um projeto arquitetônico. Os elementos em si, seriam os paradigmas. No palácio da Alvorada, por exemplo, o sitangma, ou partido é o mesmo da casa Domino e a diferença acontece somente no paradigma, no desenho das colunas.

A Semiótica foi sistematizada pelo filósofo, lógico e matemático Charles Sanders Peirce (1839-1914). Contemporâneo de Peirce, o linguista suíço Ferdinand Saussure estabeleceu a semiologia, que estuda o conceito de signo nas liguagens verbais, que na Semiótica de Peirce, pode ser aplicado também às linguagens visuais, assim como à propria linguagem arquitetônica. O protótipo (planta, projeto, modelo) é um signo. O conceito de linguagem, no entanto, origina-se de Saussure e é baseada na relação entre paradigma e sintagma. Chama se paradigma o conjunto de signos que pode ser utilizada para elaborar uma determinada mensagem e de sintagma a forma como esses elementos são organizados na estrutura das frases, imagens ou projetos. Na semiologia de Saussure, existe uma relação dupla, entre significante e significado, que seria a relação entre a palavra mesa e a mesa em si. A semiótica de Peirce, por sua vez, estabelece uma relação triádica, entre significante, significado e interpretante. Os signos podem ter significados diferentes de acordo com o contexto.

Maison Dom-Ino - casa domino http://www.fondationlecorbusier.fr/ CorbuCache/900x720_2049_1513.jpg

signo

significado

interpretante Oscar Niemeyer - coluna do Alvorada entre outros paradigmas de coluna Revista Contravento no. 2

O interpretante é uma figura essencial no processo semiótico. O signo é algo que significa algo para alguém. Uma mesma casa, por exemplo, pode ter significados diferentes para indivíduos de culturas, classes sociais ou repertórios diferentes. Cada indivíduo tem assim um paradigma diferente, relacionado ao seu próprio repertório. Na medida em que um signo novo se difunde, ele passa a compor o paradigma, que é esse conjunto de signos que podem ser utilizados por novos emissores.

Signos podem ser classificados como:

Um processo sígnico pode ser estudado em três niveis:

Ícone - quando possuem alguma analogia com seu referente. Ex: fotografia, um diagrama, pictograma, etc

sintático - relativo às relações formais dos signos entre si

Índice ou index - quando mantém uma relação direta com seu referente ou coisa que produz o signo. ex: chão molhado, indicio que choveu; fumaça, indício de fogo etc. Símbolo - possui uma relação arbitraria com o seu referente. A maioria das palavras são símbolos, porque não esiste nenhuma relação de forma entre o signo e o o significante, a não ser em onomatopéias, que são palavras icônicas (ex: zumzumzum). O signo arquitetônico é em geral um signo icônico. O significado de uma casa é outra casa, o significado de uma igreja é outra igreja, e assim por diante.

semântico - relações de significado entre signo e referente, no nível denotativo, ou seja, estabelecido pelo código vigente pragmático - relativo as relações de significante com o intérprete, no nível conotativo As linguagens utilizam os signos para compor mensagens. Na teoria da comunicação a mensagem é enviada por emissor e interpretada pelo destinatário baseada em um código comum partilhado entre eles, como podemos ver no modelo abaixo, de Shannon e Weaver: Um exemplo é o código Morse, onde cada sequência de toques longos ou curtos equivale a uma letra do alfabeto. A mensagem arquitetônica, no entanto, não pode ser sistematizada de uma maneira tão direta. O código arquitetônico não é hegemônico, é formado por muitos outros códigos, como: código de obras, normas de desenho técnico, ciências políticas entre outros. Muitos desses códigos não são compartilhados entre o emissor (o arquiteto) e o receptor (o usuário) e o significado da arquitetura flui diretamente do embate entre esses repertórios. “Mas afinal para que serve a semiótica? Serve para estabelecer as ligações entre um código e outro código, entre uma liguagem e outra linguagem. Serve para ler o mundo não-verbal: “ler” um quadro, “ler” uma dança, “ler” um filme – e para ensinar ler o mundo verbal em ligação com o mundo icônico ou não verbal.” Bibliografia: PIGNATTARI, Décio. Semiótica da Arte e da Arquitetura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004 PIGNATTARI, Décio. Semiótica & Literatura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004 PIGNATTARI, Décio. Informação, Linguagem e Comunicação. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002 STOLFI, Ariane. Legibilidade e Evolução das Mídias. São Paulo: CnpQ, 2001. Disponível em: http://finetanks.com/ referencia/modelos.php

Acima: Ícones de feminino e masculino, resguardam certa cemelhança com o significado Abaixo: símbolos de masculino e feminino, possuem apenas uma relação estabelecida previamente com aquilo que representam

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