SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE LIBRAS COMO L2: ANÁLISE DA APLICAÇÃO NA DISCIPLINA DE LIBRAS NOS CURSOS DE MÚSICA, HISTÓRIA E PEDAGOGIA – LICENCIATURAS SEBASTIANA ALMEIDA SOUZA, CLAUDIO ALVES BENASSI GT 2 -Educação e Tecnologia Comunicação Oral

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SemiEdu 2016 – Saberes e Identidades; Povos, Culturas e Educações Cuiabá/MT - 03.10.2016 a 05.10.2016 – UFMT – ISSN: 2447-8776

GT 2 - Educação e Tecnologia Comunicação Oral

SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE LIBRAS COMO L2: ANÁLISE DA APLICAÇÃO NA DISCIPLINA DE LIBRAS NOS CURSOS DE MÚSICA, HISTÓRIA E PEDAGOGIA – LICENCIATURAS SEBASTIANA ALMEIDA SOUZA, CLAUDIO ALVES BENASSI ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO, APRESENTAR À COMUNIDADE ACADÊMICA O LIVRO DIDÁTICO SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE LIBRAS COMO L2. DESCREVEREMOS BREVEMENTE O MATERIAL E A SUA CONCEPÇÃO, BEM COMO, SUA APLICAÇÃO EM DISCIPLINAS DE LIBRAS EM CURSOS DE LICENCIATURAS, TAMBÉM, EM CURSOS DE EXTENSÃO OFERTADOS PELO INSTITUTO DE LINGUAGENS DA UFMT. POR MEIO DA ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO, PERCEBEMOS E CONCLUÍMOS QUE A HIPÓTESE QUE MOBILIZOU A EQUIPE A PRODUZIR O MESMO, QUE A AUSÊNCIA DE UM MATERIAL DIDÁTICO, AUSÊNCIA DA ESCRITA DA LIBRAS NO ENSINO E REGISTRO PARA CONSULTA POSTERIOR, PREJUDICA O ESTUDANTE OUVINTE NO PROCESSO DE ENSINO -APRENDIZAGEM DA LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA (L2), OU SEJA, ENSINO -APRENDIZAGEM DA LIBRAS PELO OUVINTE

Palavras-chave: ENSINO DE LIBRAS. MATERIAL DIDÁTICO. ENSINO DE SEGUNDA LÍNGUA.

SemiEdu 2016 – Saberes e Identidades; Povos, Culturas e Educações - Cuiabá/MT - 03.10.2016 a 05.10.2016 – UFMT – ISSN: 2447-8776

Sequências didáticas para o ensino de libras como L2: análise da aplicação na disciplina de Libras nos cursos de Música, História e Pedagogia – licenciaturas GT 02 – Educação e tecnologia Sebastiana Almeida Souza (PPGEL/UFMT) – [email protected] Claudio Alves Benassi (PPGEL/UFMT) – [email protected] Resumo: Este trabalho tem como objetivo, apresentar à comunidade acadêmica o livro didático Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2. Descreveremos brevemente o material e a sua concepção, bem como, sua aplicação em disciplinas de Libras em cursos de licenciaturas, também, em cursos de extensão ofertados pelo Instituto de Linguagens da UFMT. Por meio da análise da aplicação do material didático, percebemos e concluímos que a hipótese que mobilizou a equipe a produzir o mesmo, que a ausência de um material didático, ausência da escrita da Libras no ensino e registro para consulta posterior, prejudica o estudante ouvinte no processo de ensino-aprendizagem da Libras como Segunda Língua (L2), ou seja, ensino-aprendizagem da Libras pelo ouvinte. Palavras chaves: Ensino de Libras. Material didático. Ensino de Segunda Língua.

1. Primeiras palavras: explicações preliminares Segundo a pesquisadora Lucia Noriko Sabanai (2007), as pesquisas a respeito da Língua brasileira de sinais (doravante Libras) iniciaram-se por volta dos anos 80 do século XX. No entanto, foi com a sanção da Lei n. 10.436 de 24 de abril de 2002, pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso, que reconheceu a Libras como língua. Posteriormente, com a publicação do Decreto n. 5.626 de 22 de dezembro de 2005, pelo então presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, que regulamenta a “Lei da Libras”, a mesma se torna objeto dos mais diversos tipos de pesquisas, nos diferentes níveis acadêmicos. A partir daí, que ao visual é garantido por lei o direito ao atendimento em sua língua de conforto, ou seja, atendimento na Língua de Sinais (LS), língua em que se constitui e se comunica natural e confortavelmente. Cria-se então, a demanda pela formação de profissionais capazes de se comunicar na língua visual. A Libras, por força de lei, foi inserida no currículo escolar brasileiro, no entanto, é no ensino superior em cursos de formação específica, tais como, nos cursos de licenciaturas e da saúde, que a Libras aparece como disciplina curricular obrigatória, o que significa um grande avanço rumo a inclusão do sujeito visual. Porém, segundo os estudiosos Claudio Alves Benassi, Anderson Simão Duarte e Simone de Jesus Padilha (2012) após realizarem entrevistas com professores recém formados que foram iniciados na Libras seus cursos de formação, concluem que essa disciplina inserida nesses cursos, cuja carga horária pode variar entre 32 e 72 horas, “não atendem as

especificidades e exigências dessa língua para uma efetiva comunicação entre o profissional do ensino e seu aluno surdo” (BENASSI; DUARTE; PADILHA, 2012, p. 57). Os autores reconhecem que o tempo dedicado a disciplina de Libras nesses cursos é insuficiente para o ensino de Libras, e ainda há outros empecilhos para a efetivação da Libras como componente curricular. Um desses empecilhos são as ementas das disciplinas de Libras. Segundo os pesquisadores Andréia Michiles Lemos e Ernando Pinheiro Chaves (2012), nos diversos cursos, os acadêmicos recebem os mesmos conteúdos e com isso, os mesmo são privados de um ensino voltado para as especificidades de sua formação. Ensino esse que enfoque um vocabulário específico do curso em que a disciplina está inserida. Na concepção dos autores, o ensino de Libras deveria observar o conjunto de conhecimentos da área de formação do acadêmico. Esses conhecimentos devem ser aplicados no processo de ensino-aprendizagem dos alunos visuais na educação básica por meio da mediação da Libras. Ainda há um outro aspecto para ser explorado: a ausência de materiais didáticos que atendam as especificidades do ensino de Libras. Em nossa concepção, esses materiais didáticos devem estar produzidos de acordo com o público a ser atendido, tema para qual se volta nossa atenção neste trabalho. 1.1 Meandros metodológicos O objetivo desse trabalho é apresentar o material didático Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2 (segunda língua) a comunidade acadêmica por meio da análise de sua aplicação nas disciplinas de Libras nos cursos de Música, de História e de Pedagogia – Licenciaturas e desvendar as principais adequações realizadas após a publicação do trabalho “Sequências didáticas para o ensino de libras como L2: uma breve análise” de autoria do professor Claudio Alves Benassi e da análise elaborada por Adriana de Oliveira de Souza Sanchez Romão na monografia de especialização em Educação Especial com Ênfase em Libras, com o título de “Sequências didáticas para o ensino de libras como L2: descrição e breve análise do material didático”. Realizamos neste trabalho, uma apresentação descritiva sistemática do material didático anteriormente mencionado, desde a sua concepção até a aplicação. Ainda, realizamos uma pequena análise da aplicação desse material nas disciplinas de Libras nos cursos de História e de Música (Licenciaturas) e do curso de extensão de Libras da UFMT, e

também, no projeto Libras para docentes como L2, projeto que fomentou a produção do material. Para tal, fundamentamos nossos trabalho nos artigos A evolução da comunicação entre e com “surdos” no Brasil, de autoria de Lucia Noriko Sabanai (2007); Libras no ensino superior: sessenta horas para aprender a língua ou para saber que ela existe e/ou como se estrutura, de autoria de Claudio Alves Benassi; Anderson Simão Duarte e Simone de Jesus Padilha (2012); A disciplina de Libras no ensino superior: da proposição à prática de ensino como segunda língua, de autoria de Andréia Michiles Lemos e Ernando Pinheiro Chaves (2012); no resumo expandido Sequências didáticas para o ensino de libras como L2: uma breve análise (2016), de autoria de Claudio Alves Benassi e na monografia Sequências didáticas para o ensino de libras como L2: descrição e breve análise do material didático (2016) de autoria de Adriana de Oliveira de Souza Sanchez Romão sob orientação do professor Benassi. 2. Apresentação sistemática do material didático Sequências didáticas para o ensino de libras como L2 O livro didático Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2, foi elaborado após a realização do projeto de extensão Libras para docentes como L2. O projeto foi elaborado por uma equipe composta por quatro docentes e executado pelo professor Benassi, entre os meses de maio a dezembro de 2015 com o objetivo de gerar dados para a preparação de um material didático para o ensino de Libras como Segunda Língua (L2) ou seja, ensino de Libras para ouvintes. O projeto incidia num curso de Libras como L2, ofertado no Programa de Ensino e Extensão da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com foco nos docentes que atuam no Instituto de Linguagens da UFMT, com um encontro semanal e duração de duas horas-aulas. As aulas foram ministradas de forma bilíngue, ou seja, em Libras e em Língua Portuguesa por acreditarmos que aprender uma segunda língua é associar e ancorar o novo conhecimento linguístico ao já internalizado. Na execução do projeto, a principal dificuldade foi a falta de um material didático sistematizado, para o ensino de Libras que atendesse a demanda de apresentação de conteúdo, prática e produção do estudante. Tendo em vista um dos objetivos do curso, a equipe organizadora do curso elaborou um cronograma de aulas temáticas focadas no ensino de Libras como L2.

Figura 01. Capa e contracapa do livro didático.

Fonte: Benassi e Duarte (2016)

A equipe levou em consideração a carga horária das disciplinas de Libras nos cursos de Licenciaturas, e o curso básico de Libras ofertado no Programa de Ensino e Extensão da UFMT, que dura em média, 60 horas-aulas e os aspectos socioculturais dos estudantes, tendo em vista que em sua maioria, são ouvintes. O material foi editado e publicado em formato PDF, para facilitar o acesso ao mesmo. O livro foi publicado na Revista Diálogos e está organizado da seguinte maneira: elementos gráficos, capa e folha de rosto, seguidos dos elementos pré-textuais; textos que apresentam o material, o recurso didático Números Semânticos (NS) e por fim, de forma bastante simples, uma explicação básica a respeito dos conceitos de língua e linguagem. As aulas temáticas do livro são apresentadas da seguinte forma: Aula 01 – Cumprimentos e Alfabeto manual; Aula 02 – Contexto sócio-histórico-cultural; Aula 03 – Números; Aula 04 – Pronomes pessoais; Aula 05 – Pronomes possessivos; Aula 06 – Pronomes demonstrativos; Aula 07 – Pronomes interrogativos; Aula 08 – Avaliação; Aula 09 – Verbos simples; Aula 10 – Verbos direcionados; Aula 11 – Verbos espaciais; Aula 12 – Verbos icônicos; Aula 13 – Verbos icônicos; Aula 14 – Ambiente escolar e Aula 15 –

Avaliação (BENASSI; DUARTE, 2016, p. iii - sumário). Cada conteúdo contido no livro, é apresentado com o vocabulário e as explicações pertinentes ao tema da aula. Sempre é recomendado ao professor que execute a prática e após, são propostas atividades voltadas a temática da aula. Além disso, são apresentados pequenas inserções que contêm explicações gramaticais que regimentam o conteúdo apresentado no uso na linguagem formal. Figura 02. Vista da imagem de um vídeo do conteúdo de livro didático.

Fonte: Benassi e Duarte (2016).

No livro didático não há a fotos para a exposição de verbetes da Libras, como comumente se faz, ao apresentar materiais lexicográficos para o ensino da Libras. Todos os verbetes mostrados no material, bem como, algumas das atividades sugeridas, foram filmadas, editadas e disponibilizadas em um drive virtual de livre acesso. Assim, o acadêmico tem um registro visual do conteúdo estudado para consultas posteriores. 3. Analisando a aplicação do material didático O livro didático foi aplicado nas disciplinas de Libras nos cursos de licenciatura em Música, História e Pedagogia da UFMT no segundo semestre letivo de 2015. Também nos cursos de extensão de Libras institucional e de Libras para docentes como L2, oferecidos pela direção do Instituto de Linguagens da mesma universidade. As disciplinas de Libras nos cursos de Música e de História, bem como, os cursos de extensão de Libras foram ministrados pelo professor Benassi. Já a disciplina de Libras no curso de Pedagogia foi ministrada pela professora Souza. Sendo assim, a descrição da aplicação e a análise por nós

aqui desvelada, contempla aspectos de todas as disciplinas e cursos já apontados anteriormente. O material didático foi elaborado, partindo do pressuposto que mobilizou a equipe (da qual os professores das disciplinas e cursos fazem parte), de que a ausência de um material didático, ausência da escrita e ausência de material para consulta posterior prejudica o aprendizado e o desenvolvimento linguístico do estudante da Libras. A ausência desses levou a equipe a conclui que a fixação e o desenvolvimento da Libras são diretamente afetados no processo ensino-aprendizagem pelos ouvintes. Na aplicação do material didático ficou claro para ambos docentes que tendo um conteúdo esquematizado, por meio de aulas temáticas, vocabulários e atividades filmados, há maior interesse do acadêmico ouvinte pela disciplina. Percebemos no decorrer das disciplinas e nos cursos que houve maior desenvolvimento linguístico, bem como, maior fixação lexical da Libras (em número de vocábulos). Para Romão e Benassi (2016, p. 11) a organização conteudística do material didático no início parece simplista, no entanto, conforme a exposição do conteúdo programático avança, há naturalmente um aprofundamento do nível de dificuldade linguística. A princípio, a aprendizagem ocorre em um nível acessível, conforme (fig. 07), contudo, na medida em que as aulas avançam, o conteúdo se torna gradualmente mais complexo, como em qualquer estudo de outras língua(gem) (ROMÃO; BENASSI, 2016, p. 11).

Na utilização do material didático pelos professores, fica evidente aos mesmos que o livro Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2 privilegiou o uso da Libras em sala de aula, uma vez, no material didático há todas as explicações gramaticais necessárias para o bom desenvolvimento linguístico do acadêmico escritas em Língua Portuguesa, assim o docente não precisa empenhar muito tempo em tais explicações oralizando, priorizando assim o uso da Libras em sala de aula. Convém salientar que o ensino da Libras é diferente das demais línguas por sua modalidade é viso-espacial. Em nossa práxis docente, observamos que explicar regras gramaticais em Libras para um aluno ouvinte, demanda exacerbamente tempo para a compreensão, provocando desinteresse pela disciplina.

Para Terra (2004, p. 104) aprender uma nova língua é associar o conhecimento linguístico já internalizado ao novo, portanto, o ouvinte no processo de ensino-aprendizagem da Libras, associará à Língua Portuguesa, a Libras. O êxito no aprendizado de uma língua estrangeira depende de um certo grau de maturidade na língua materna. A criança pode transferir para a nova língua o sistema de significados que já possui na sua própria. [...] Aprender é um processo de correlacionar o ‘novo’ ao ‘já adquirido’, e a aprendizagem de línguas não é uma exceção. Ao aprendermos uma nova língua, portanto, apoiamo-nos, quer queira ou não, em conhecimentos da(s) língua(s) que sabemos. As nossas estratégias e ações conscientes de aprendizagem podem ser enormemente auxiliadas se pudermos conectar o que já sabemos (L1) ao novo (L2), em princípio, de maneira realística. Existe, assim, um relacionamento simbiótico entre L1 e L2, de modo que o conhecimento da L1 pode ajudar a aquisição de conhecimentos da L2 (e viceversa, certamente) (TERRA, 2004, p. 103,104).

Isso demanda conhecimento linguístico do Português pelo docente que na iniciação, precisa ensinar a Libras pela Libras, mas as regras gramaticais devem ser ensinadas em Língua Portuguesa. A partir do momento que o acadêmico conseguir compreender todo o discurso em Libras, essa prática deverá ser abandonada. Outro aspecto importante é a apresentação dos conteúdos lexicais e atividades em vídeo. Os mesmos foram disponibilizados em um drive virtual para facilitar o acesso do acadêmico ao material didático. Os vídeos corroboram para o desenvolvimento linguístico do estudante ouvinte, pois permitem ao estudante, consultar posteriormente o vocabulário estudado e a revisão das atividades realizadas em sala de aula. A aplicação das atividades em vídeo, nos permitiu concluir que o desenvolvimento da percepção linguística visual do acadêmico ouvinte, foi favorecida. Isso porque foram elaboradas com foco na fixação do conteúdo lexical apresentado em cada aula. Nas atividades, o estudante ouvinte pode dentro do enunciado em Libras, identificar o sintagma pedido na atividade, favorecendo sua fixação. Outro ponto relevante do livro didático, é a apresentação de regras gramaticais da Libras ao longo dos conteúdos das aulas. Dessa forma, o acadêmico desenvolve a Libras de um ponto de vista linguístico, desenvolvendo a noção de que a Libras tem gramática própria, não sendo mera “cópia” da língua oral. Como visto na figura n. 03, o material didático apresenta da Escrita das línguas de sinais. Segundo Romão e Benassi a ELiS é Um recurso importante que foi utilizado na edição de todo esse material é a Escrita das Línguas de Sinais (ELiS), [...]. Em nosso ponto de vista, a exposição da ELiS, possibilita ao estudante o despertar da consciência de que a Libras não é uma

língua ágrafa, sem uma transcrição, o que pode instigar o desejo de apreender a sua escrita (ROMÃO; BENASSI, 2016, p. 14).

Nas aulas, frequentemente os acadêmicos fazem questionamentos a respeito da escrita das línguas de sinais. Em princípio, tecem comentários e comparações a respeito, alguns, posteriormente, procuram nos saber mais informações a respeito do sistema de escrita usado no material, demonstrando assim que a inserção da ELiS no material didático, cumpriu seu objetivo. Figura 08. Imagem da apresentação do quadro com dicas de gramática no material didático.

Fonte: Benassi e Duarte (2016, p. 23).

Em geral, o material didático logrou êxito em sua aplicação. Serviu como base didática para as aulas de Libras e também, se mostrou eficaz como forma de registro para consulta posterior. Esse aspecto beneficia a fixação dos conteúdos apresentados em sala de aula. O livro didático também cumpre a função de material gramatical que regimenta e fundamenta a aquisição da Libras como segunda língua (L2) (BENASSI, 2016, p. 47).

4. Adequações realizadas após a aplicação do material didático Dentre as diversas atividades propostas no material didático, as que melhores funcionaram na aplicação do material, foram as que apresentam frases dentro da temática da aula, com lacunas para que o aluno preencha com o léxico estudado. No entanto, algumas atividades, apresentam textos com lacunas a ser preenchidas. Algumas dessas atividades na aplicação do material didático não funcionaram. São exemplos as atividades 01 e 02 da página 21. Outro exemplo está na frase “C” da atividade 01, página 18 do material didático. Julgamos que devido ao enquadramento da imagem, a percepção da datilologia1 fica prejudicada. Isso foi notado em todas as disciplinas e cursos em que o livro didático foi aplicado. Após a aplicação do material didático, reelaboramos as atividades que não alcançaram o objetivo proposto. Os textos das primeiras aulas foram substituídos por frases. Já os as atividades em textos das aulas das temáticas relacionadas a verbos e ambiente escolar, foram mantidas, pois devido a maturidade linguística adquirido no decorrer do semestre, não houve problemas quanto sua aplicação. 5. Considerações finais No ensino de Libras como L2, temos percebido que a ausência da escrita juntamente com a língua, tem prejudicado o desenvolvimento linguístico do acadêmico. Outro motivo de angústias e preocupações para nós, era a ausência de um material didático focado no ensino da Libras para estudantes ouvintes. O projeto implantado e desenvolvido na UFMT, proporcionou primeiramente, a elaboração de aulas temáticas e, segundamente, o desenvolvimento, editoração e publicação do material Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2, cuja aplicação aqui analisamos. O material didático foi elaborado de forma artesanal, com recursos próprios, em espaços e com equipamentos improvisados (filmagens e edição) (BENASSI, 2016, p. 49), porém, ressaltamos que esses aspectos, não tira o merecimento desse trabalho inédito em nosso estado, tampouco, prejudica a sua aplicação. Esperamos que na próxima edição, obtenhamos espaços e equipamentos apropriados para a reelaboração e reedição do nosso livro didático. 1

Soletração manual de palavras da língua oral.

REFERÊNCIAS BENASSI, Claudio Alves; DUARTE, Anderson Simão. Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2. Cuiabá: Claudio Alves Benassi, 2016. [http://periodicoscientificos.ufmt.br/index.php/revdia/issue/view/236] BENASSI, Claudio Alves. Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2: uma breve análise. Revista Falange Miúda. Ano I, n. I, jan./jun., 2016. Cuiabá: Claudio Alves Benassi, 2016. Disponível em http://www.falangemiuda.com.br/edicoes/atual. Consulta em 20 de jul. 2016 BENASSI, Claudio Alves; DUARTE, Anderson Simão; PADILHA, Simone de Jesus. Libras no ensino superior: sessenta horas para aprender a língua ou para saber que ela existe e/ou como se estrutura. Norte@mentos, v. 5, n. 10, jul./dez., 2012. [http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/norteamentos/article/view/1052] LEMOS, Andréa Michiles; CHAVES, Ernando Pinheiro. A disciplina de Libras no ensino superior: da proposição à prática de ensino como segunda língua. In.: XVI ENDIPE Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino. Campinas: UNICAMP, 2012. Disponível em http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_arquivos/acer vo/docs/2190c.pdf. Consulta em 08 de abr. 2016. ROMÃO, Adriana de Oliveira Silva Sanchez; BENASSI, Claudio Alves. Sequências didáticas para o ensino de Libras como L2: descrição e breve análise do material didático. Monografia de Especialização. Programa de Pós-graduação em Educação Especial com Ênfase em Libras. Faculdade do Pantanal. Cáceres, 2016. SABANAI, Lúcia Noriko. A evolução da comunicação entre e com surdos no Brasil. Revista HELB. Ano 1, N. 1, jan./jun., 2007. [http://www.helb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=92:a-evolucaoda-comunicacao-entre-e-com-surdos-no-brasil&Itemid=12] TERRA, Márcia Regina. Língua materna (LM): um recurso mediacional importante na sala de aula de aprendizagem de Língua Estrangeira (LE). Trabalhos em Linguística aplicada, n. 43, p. 93-113. 2004.

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