Sete continuidades ocultadas

May 24, 2017 | Autor: Héctor Mondragón | Categoria: Latin America
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Sete continuidades ocultadas Este trabalho tenta pôr de presente sete alicerces da história de América Latina que fazem

parte

essencial da

vida

atual

de

nossos

países,

mas

que

são

sistematicamente ocultados nas escolas, nas igrejas, na mídia e também nas universidades, de jeito que pode construir-se uma hegemonia ideológica e uma cultura de massas que permitem a continuidade da dominação das elites tradicionais, das potencias e do capital transnacional. 1. A antiguidade, profundidade e importância dos povos e culturas indígenas. Devo me referir primeiramente ao tristemente célebre debate sobre o povoamento tardio das Américas. Durante 40 anos a academia norte-americana negou teimosamente a presencia do homem nas Américas antes da chegada da cultura Clovis, a qual se estimava ter entrado no continente depois de aberta a passagem livre de gelo entre Alaska e Canadá. Se desacreditavam de jeito prepotente os achados sul-americanos como Monte Verde, El Abra o Pedra Furada, humilhando aos científicos envolvidos. Também descobertas tão importantes como a de Meadowcroft Rockshelter (ADOVASIO 2014). Foi estabelecido um tribunal da santa inquisição na arqueologia americana. Hoje sabemos com certeza que nossa espécie chegou às Américas bem antes da cultura Clovis, mas também que essa cultura já existia na América do Norte antes de abrir-se a passagem livre de gelo (PEERSEN 2016). Sabemos que os primeiros migrantes gotejaram desde Sibéria caminhando pelo litoral Pacífico do Istmo de Bering ou em pequenas embarcações perto dele, quando o nível do mar estava 100 ou 200 metros para abaixo. Agora, ante as evidencias, se fala que o fato que o povoamento americano tenha uma maior ou menor antiguidade em nada diminui sua dimensão e relevância. Mais um erro, porque consistência, caraterísticas, profundidade e

densidade

do

fenômeno e totalmente diferente dado que o povoamento aconteceu bem cedo. Sabemos que na Serra da Capivara, bem leste de Brasil, já os artistas indígenas pintavam há pelo menos 20 mil anos. Na Serra do Chiribiquete, na Colômbia, o extremo noroeste da Amazónia, os indígenas começaram a pintar as rochas há pelo menos 19 mil anos (CASTAÑO-URIBE 2008). E no sitio de Peña Roja (Penha

Vermelha), em plena Amazónia colombiana perto da divisa com Brasil, já tinham culturas há 10 mil anos (MORA 2006). A Amazónia há milênios que não é virgem. O povo de Peña Roja não era sedentário, era um povo de caçadores coletores plantadores, que desenvolveram um sistema de horticultura itinerante, que com diferentes produtos, ainda se mantem nas florestas tropicais. As chácaras duram alguns anos e depois são reocupadas por uma floresta secundaria mais vigorosa que a primaria. A Amazónia atual interagiu por milênios com os povos amazónicos que não somete se adaptaram a ela senão que a domesticaram. A cultura indígena não destruí florestas nem ecossistemas, se integra com eles. O homem americano não chegou a umas Américas com uma geografia e ecologia consolidadas senão que se construiu com elas. Isso desde logo não é exclusivo do indígena americano, senão que é comum aos povos aborígenes do mundo. Robert Braidwood descobriu que a origem da biodiversidade agrícola se entrelaça com a origem multifocal da agricultura, que foi originalmente desenvolvida por caçadores coletores que em estreita relação com os ecossistemas geraram processos de arraigo territorial e de diversificação das fontes alimentares. O sistema de vida indígena na Amazónia e outras florestas, assim como em outros ecossistemas chaves para o futuro do planeta, é hoje uma saber fundamental que contrasta com a enorme dificuldade causada pelos sistemas produtivos incapazes de conservar esses ecossistemas. A teoria do povoamento tardio impedia apreciar o que tal assunto fundamental significou e significa. Além da dimensão do povoamento, outros conhecimentos sobre as culturas indígenas são cuidadosamente ocultados. Vejamos mais dois exemplos: o sistema de escritura andino utilizado pelos Incas, os chamados, em quéchua, Quipus. Umas cordas com códigos para transmitir mensagens, que por anos se disse que somente eram sistemas de contabilidade. Hoje se sabe que existiam há mais de 4 mil anos na cultura Caral (SHADY 2009) e que ainda se conhecem entre os Umbrá da Colômbia para enviar mensagens (RENDÓN GARCÍA 2011). A maioria dos quipus que se conservam não são da época pré-colombiana senão da colônia (CURATOLA 2013), pois os espanhóis usavam contadores indígenas, mas os cronistas da época varias vezes advertiram que nessas cordas podiam se encontrar listas de nomes dos incas e que os indígenas as usavam para saber as orações que os padres obrigavam a aprender na catequeses.

Os indígenas de Sul América não tiveram que esperar a os europeus para comerciar com os Polinésios. Já os cronistas coloniais contaram que encontraram galinhas entre os incas. As galinhas dos mapuches e de camponeses do sul de Chile põem ovos verdes como as galinhas do Pacífico. No litoral chileno se acharam ossos de galinhas com genes que se encontram na Polinésia e outros restos de um piquenique que, segundo datação de radio-carbono, aconteceu entre os anos 1304 e 1424 (BORREL 207; STOREY 2007), precisamente na época de expansão máxima do chamado Império Tu’i Tonga, rede comercial polinésia baseada nas ilhas de Tonga e Samoa. A presencia da batata doce, originaria de América tropical, na Polinésia, desde pelo menos o ano 1000 e as pesquisas sobre o trabalho agronómico que precisava escolher as variedades ótimas para uso nos sistemas agrícolas polinésios (BARBER 2012), são também provas de um comercio negado com as mesmas táticas que se descartava o povoamento temporão de América e como antes se descartaram como “lendas” os relatos indígenas sobre as viagens dos comerciantes indígenas de Tumbes (hoje Equador) até Polinésia. 2. As redes esquimós e paleoesquimós de comunicação Ásia-América e de intercambio América-Europa. O ocultamento do relacionamento América – Ásia antes da viagem de Colombo tem um significado ideológico pois permite assignar a esse viagem um carácter fundador do relacionamento entre o “Antigo” e o “Novo Mundo”. Mas, independentemente do debate sobre o comércio pré-colombino com a Polinésia, e da já comprovada presencia viking pré-colombina na América do Norte, é impressionante que não se fale sobre a obvia presencia esquimó desde Sibéria até Groenlândia. Esta última se tem considerado como uma ilha não americana por mera convenção, própria do grande ocultamento do papel dos esquimós. Hoje sabemos que a migração esquimó desde Sibéria até América é relativamente recente, bem posterior à elevação do nível do mar depois do fim da última glaciação. Isto é, os esquimós sim passaram o Estreito de Bering e na verdade nunca deixaram de navegar por ele até o começo da Segunda Guerra Mundial, quando Japão atacou as ilhas Aleutas, e a navegação comum esquimó no verão nesse estreito fico suspendida depois pela guerra fria USA - URSS.

Os paleoesquimós ocuparam desde Alaska até Groenlândia há 6 mil anos. Pela arqueologia sabemos que se estabeleceu depois uma rede comercial que partia do nordeste asiático e cuja mercadoria mais prezada eram os artigos de cobre chineses, más também as diversas tecnologias que chegavam a América do Norte. O avance esquimó (inuit e yupik) sobre os paleoesquimós, teve que ver com a ocupação do estreito (MANSON 1998), que permitiu a os últimos imigrantes controlar a rede e chegar até Groenlândia, onde tardiamente se encontraram com dos novas fontes de metal: um meteorito de ferro (RICKARD 1941), com o que começaram a fabricar e comerciar ferramentas de oeste para leste e as mercadorias de ferro e bronze viking que trocavam pela carne de baleia, foca e caribu, peles e marfim de narval e morsa. Recentemente se encontrou em Canadá até um pequeno instrumento viking pré-colombino para fabricar ferramentas de bronze ao gosto do freguês (SUTHERLAND et. al. 2015). Os esquimós também conseguiram transferir tecnologias de a cultura indígena norte-americana, de jeito que um instrumento tão essencial e típico para os esquimós de hoje, como é o arpão de ponta giratória, chegou do sul, do território dos pele-vermelha. Por mais devagar que circularam as mercadorias e sua pequena quantidade, os esquimós foram protagonistas da primeira globalização, bem antes de Colombo, Vasco da Gama, Álvares Cabral e Magallanes. 3. A empresa colonial. Se a história do comercio Ásia – América – Europa começou antes de Colombo, a das empresas coloniais capitalistas não se originaram na Europa. A miopia eurocentrista faz esquecer as origens persas e indianas do capitalismo e a procedência chinesa de sua tecnologia. No califado árabe os pagamentos eram já feitos com cheques chamados pelo seu nome persa, sakks, e os empresários era chamados com a palavra indiana karimi (ABULAFIA 1987). Homens de negócios da Índia e da Pérsia e finalmente os árabes encontraram no açúcar a motivação para promover empresas de agrícolas em grande escala. Para seus objetivos precisaram de terra e de trabalhadores. Nesse contexto colonização foi imposta como um projeto totalizante cujas força motriz poderá sempre entender-se na raiz do idioma latim “colo”: ocupar um “novo” chão, explorar os seus bens, submeter os seus naturais (BOSSI 1992).

As empresas coloniais eram parte essencial da economia. Elas eram direcionadas pelos karimi, que organizavam sociedades empresariais, como a mudaraba, e as parcerias entre investidores e gestores, como os quirad (ABULAFIA 1987). Os califas, reis, khanes, ou imperadores tinham o poder de gestionar burocrática e autocraticamente este capitalismo naciente. Portugal foi o principal continuador do negócio do açúcar: Madeira, Cabo Verde, São Tomé e, finalmente, Brasil. O negócio se multiplicava porque o tráfico de escravos, por si só, tornou-se uma empresa internacional e a acumulação de terras, uma fonte de riqueza e de poder local. Castela tinha sua empresa colonial dentro da península ibérica, iniciada quando o reino adotou o território de produção de lã que antes estava na mão dos árabes. A primeira colônia de Castela foi a Espanha, posta à disposição da cria de ovelhas mediante a Mesta, que desde o século XIV permitia aos investidores locomover seus rebanhos pelo país de acordo com a estação do ano, o que despojava completamente aos lavradores. A Mesta foi uma típica operação colonial de espoliação. Milhares de camponeses migraram para as cidades (VITALE 1998). Cristóvão Colombo foi um expoente bem preparado da empresa colonial, filho de um fabricante de panos de lã. Casou com Felipa de Perestrello, filha do capitão português de Madeira, o empresário conquistador da ilha. Navegou com as empresas comerciais de seu sogro para Guiné e também para a Islândia, ponto de união das redes comercias mundiais dos vikings (bacia do Volga – Europa oeste) e esquimó. Conhecedor do estudo de Toscanelli e dos mapas de De Virga e Fra Mauro , que indicavam caminho para a China pelo oeste (VENZKE 2005). Os objetivos da empresa colonial europeia na América, na África e na Ásia foram: a mineração do ouro e da prata; os territórios para plantações de cana-de-açúcar; a apropriação de terra agrícola; o tráfico de escravos; o aproveitamento da mão de obra escrava ou; o controle geral do comércio e os mercados; e o poder político para manter a empresa colonial em suas mãos. A empresa colonial crio as bases para desenvolver a acumulação primitiva de capitais na Europa. A empresa colonial continuou como acumulação colonial em cada uma das colônias das potencias: Congo, Argélia, Cazaquistão, China, Filipinas, Havaí, Vietnam, Índia,

Síria, Bósnia, Moçambique, Tanganica, Madagascar, Sul África. Mas nos países formalmente independentes na América Latina o modelo da acumulação colonial era e é o mesmo nas explorações petroleiras e mineiras, as plantações de banana, as ferrovias e as barragens. Há agora um colonialismo interno nas periferias de cada pais, ligado ao desenvolvimento do capital transnacional, que o economista e historiador Harold Innis (1995) estudou no caso de Canadá. A empresa colonial longe de ter abandonado o cenário está hoje presente em milhares de projetos e megaprojetos de investimento, nos processos que David Harvey (2004) chama de “acumulação por desapropriação”, que atingem as comunidades nativas e as desterritorializa . A antiquíssima empresa colonial ainda é uma realidade hoje. 4. O sequestro dos africanos e a importância da cultura afro nas Américas. A empresa colonial realizou o mais grande sequestro da história universal, o sequestro de milhões de africanos, cujas consequências ainda são vitais na vida diária das Américas, da África e do mundo. Desde a chegada a América uma parte minoritária dos sequestrados conseguiu fugir e fundar quilombos, espalhados pelo continente com diferentes nomes e sempre como crisóis da cultura africana (GOMES 2015). Mas a maioria foi escravizada. Somente em Haiti após de uma grande revolução, a abolição da escravidão foi seguida de uma grande reforma agrária que deu a terra aos ex-escravos JAMES 2000). Mas a imposição do pagamento de sua liberdade pela França, o endividamento externo que isso causou e a ocupação das melhores terras do país pelos agronegócios estadunidenses apos da invasão militar de 1915 também deixou sem boa terra a maioria dos haitianos (CASTOR 1989). No estado de São Paulo a segunda metade do século XIX foi iluminada pelos quilombos volantes (GOMES e MACHADO 2014). Os escravos fugiam desde as fazendas do interior, ajudados por trabalhadores ferroviários e por pequenos empresários que os contratavam na sua rota. As famílias completas faziam seus acampamentos, e se não eram alvo das massacres do exército imperial, conseguiam avançar mês por mês até chegar perto de Santos,. Ai estava e está o quilombo de Jabaquara, nome que vem do guarani: jaba = fugidos, quara = refugio.

O comerciante afro liberto Quintino Lacerda comprou o território aos suposto donos e garantiu o esconderijo aos fugidos. Em 1895, Quintino foi eleito vereador de Santos, mas os demais vereadores se demitiram para não ter que se reunir com um negro. A escravidão foi abolida mas o racismo continuou vivo (GUERRERO 2009). Em vários países se estabeleceram quilombos depois da abolição, mas a massa dos afros ficou entre os sem terra, submetidos a diversas formas de servidão nas fazendas e virando finalmente mão de obra barata assalariada ou migrantes construtores de favelas nas cidades, as quais reconstruíram a senzala perto dos condomínios fechados da elite do mesmo jeito que antes funcionava perto da casa dos amos, agora fornecendo para eles faxineiras, cozinheiras, porteiros e garis, mas especialmente um exercito de reserva que se contrata para qualquer trabalho pagado por peças ou sem limite de horário, fora de toda lei trabalhista. O racismo e a segregação de classe vivem em estreita inter-relação. Como é demostrado no documental estadunidense Emenda XIII, o código penal, a criminalização dos negros, as prisões e mais recentemente a ”guerra contra as drogas”, têm sido utilizados como mecanismo para continuar a opressão do povo negro. “Blacks live matter” expressa a denuncia contra os assassinatos impunes dos negros, tanto pela polícia como por outras pessoas, mas também a protesta contra o regime que têm que suportar os negros nos bairros entre a violência policial e o poder dos traficantes, reis de todas as formas de delinquência e vicio, como resultado da ”guerra contra as drogas”. As favelas como senzalas do século XXI continuam a opressão sobre a população sequestrada, oprimida, super-explorada, convertida em casta inferior do sistema global. 5. O papel das mulheres. Segundo as pesquisas genéticas do ADN mitocondrial, a população de Rio de Janeiro descende em 58% de uma mulher negra; 25% de uma indígena e 17% de uma branca. Os “negros” de São Paulo, do lado paterno, a metade (50%) descendem de um antepassado europeu ou branco, um pouco menos da outra metade, 48% descende de africanos e 1,6% dos indígenas.; do lado materno, 85% têm uma antepassada africana, 12,5% indígenas e um 2,5% europeia. É o testemunho de uma miscigenação completamente assimétrica (ZORZETTO 207).

Na época colonial os europeus não chegaram com mulheres. Quase todos tomaram as mulheres indígenas e depois as africanas. Na América Latina, a maioria da população não descende de uma mulher branca, mas sim de um homem branco. Assim, na cidade colombiana de Medellín, o 94 % da população vem de um homem branco, 5% de um africano e só 1% de um indígena, mas o 90% descende de uma mulher indígena, o 8 % de uma africana e só o 2% de uma europeia (CARVAJALCARMONA et. al. 2000; BEDOYA et. al. 2006). Somente no sul-este do Brasil, Uruguai e o litoral argentino a porcentagem de ascendência feminina branca é alto. Mas, incluso entre os brasileiros “brancos”, que descendem quase exclusivamente de europeus do lado paterno (98%), do lado materno, apresentam uma intensa miscigenação: 33% de indígenas, 28% de africanas y apenas 39% de europeias (PENA 2000). Todo isso nos permite começar a entender o espantoso fenómeno do machismo latino-americano. O homem europeu, o branco é o dono, o amo. O estupro é lei. O homem branco decide qual é esposa e todas as demais som suas escravas ou servas. O homem branco decide quais de seus filhos são seus filhos brancos e quais são simplesmente escravos negros ou peões índios. A “raça” é um conceito estritamente machista e classista e o racismo um instrumento da opressão racial e da exploração das classes sociais trabalhadoras de cada período histórico. Nas famílias reais dos oprimidos as mulheres têm tido que suportar esta enorme carga da dominação machista, racista e classista sobre elas. Quando suas famílias são desconhecias em pro da pureza religiosa que só aceita como “verdadeiras” famílias os casais monogâmicos e seus filhos, se repete o discurso do dono dos escravos que escolhe sua verdadeira família e descarta aos seus escravos. Mas milhões de mulheres descartadas resistiram e criaram a América Latina, que na sua miscigenação esconde a prolongada resistência das mulheres que guardaram a herança indígena e africana e a transmitiram para seus filhos. No “México Profundo” o antropólogo mexicano Guillemo Bonfil (1987) encontra o índio e sua resistência a ser destruído pelo colonialismo. A América Latina profunda correspondeu e corresponde à resistência das mulheres.

Negar-se a estudar o problema do género na América Latina é querer ocultar a enorme opressão machista. É querer ocultar a triste condição que tem significado ser mulher na América Latina, para a maioria das mulheres. 6. O gamonalismo ou coronelismo e os agricultores familiares. Além do machismo, a colônia gerou na América Latina o poder político dos senhores da terra. Os conquistadores receberam dos monarcas algumas fazendas em plena propriedade. Mas o poder local dos conquistadores foi além do que os reis desejavam. Conseguiram uma virada de fato dos direitos coloniais, quando usurparam a plena propriedade de benefícios que não a incluíam, como as sesmarias portuguesas, que somente entregavam um usufruto condicionado expressamente ao aproveitamento da terra, ou as encomiendas espanholas que não entregavam terra senão mão de obra das comunidades. Os conquistadores as tomaram como títulos de propriedade plena da terra e as leis dos países independentes legalizaram o espolio. A grilagem de terras tem sido um esporte dos fazendeiros durante 200 anos de independências e também leis sucessivas têm legalizado o novo espolio. A questão indígena arranca com nossa economia. Tem suas raízes no regime de propriedade da terra. O índio sente que a vida vem da terra. Mas, a legislação tem favorecido a absorção da propriedade coletiva indígena pelo latifúndio. Os camponeses são a outra vítima da grilagem. Utilizados como colonizadores, os camponeses levam longe a fronteira agrícola para depois ser deslocados e despojados num eterno processo de açambarcamento de terras pelos latifundiários. A ideologia dominante declara que a grande propriedade é desenvolvimento e agricultura familiar atraso, mas agricultura familiar continua fornecendo as mesas e sendo única garantia da soberania e segurança alimentar. O gamonalismo domina o poder local e o legislativo nacional, e atua no judiciário e a través do parlamento. De todos os defeitos e vícios do poder central, o gamonalismo é solidário e responsável e em troca o poder central se faz presente para defender o gamonalismo e sua propriedade da terra. O gamonalismo é o aliado e o agente do capital nas regiões, especialmente do capital financeiro e do capital estadunidense (MARIÁTEGUI 1928).

O gamonalismo desenvolve um capitalismo burocrático herdeiro do patrimonialismo colonial. Acumula capital na suas mão usando os dinheiros do estado, os contratos, concessões, compras, privatizações e adjudicações. No Brasil se conhece este fenómeno como coronelismo, no México como caciquismo. O gamonalismo se caracteriza pelo filhotismo, o nepotismo, o amiguismo, o favoritismo e pelo sistema do clientelismo, uma reciprocidade e dependência política do eleitorado em troca de serviços públicos, que tem permitido que os coronéis de hoje virem grandes chefes eleitorais. O coronelismo ou gamonalismo passa de uma manifestação do poder privado dos senhores de terras, a ser também a base de um regime político de extensa base representativa (LEAL, 1948). A maioria dos senadores e deputados na América Latina são fazendeiros (cstilho 2012). As bancadas ruralistas dirigem os parlamentos tanto como o poder local rural. Nas cidades um novo gamonalismo surgiu da propriedade da terra urbana, que gera uma renda bem mais alta que a rural. Os contratantes de construção de vias e serviços de transporte e os beneficiários das privatizações completam o quadro dos coronéis urbanos do século XXI. 7. Os ciclos económicos do capitalismo, os trabalhadores e o imperialismo O médico francês Joseph Clément Juglar publicou em 1862 sua obra "As Crises Comerciais e seu Retorno Periódico na Francia, a Inglaterra e os Estados Unidos", na qual demonstrou valendo-se das estatísticas que as crises não eram fenômenos estranhos à economia e ao processo de produção vigentes, senão que eram parte de seu próprio desenvolvimento: à prosperidade seguia a crise, como fase inevitável do ciclo e vice versa. Pelos mesmos dias de Juglar, o alemão Karl Marx empreendeu sua obra "O Capital, Crítica da Economia Política". Como a maioria dos livros e artigos importantes de sua época, o Capital está penetrado pela necessidade de explicar a fundo as crises comerciais recorrentes. Karl Marx desenvolveu uma crítica profunda da Economia. Assim, a mais tardar em 1867 tinha elaborada uma explicação teórica detalhada e de fundo do fenômeno das crises cíclicas. Antes, aprofundou na explicação de Adam Smith sobre o valor de troque das mercadorias, segundo a qual o valor depende da média de trabalho

socialmente necessário para produzi-las. Esta explicação era oposta à dos economistas que chamava “vulgares”, que pensavam que o valor e o preço eram o mesmo, e estavam determinados pela utilidade adicional que proporcionava a mercadoria à média do conjunto dos compradores potenciais. Marx considerava que o ponto de vista dos economistas liberais sobre as flutuações económicas era superficial e não enxergava senão os fenômenos mais externos da economia, deixando de lado o análise dos elementos fundamentais, essenciais e suas relações, das quais os preços das mercadorias eram somente uma manifestação na superfície. Referindo-se a essa economia, disse Marx: "A economia vulgar... se abre passagem tão pronto como a Economia [clássica] socava e faz vacilar suas próprias premissas mediante seu análise, sentando as bases de uma reação contra a Economia, sob um jeito mais o menos econômico, utópico, crítico e revolucionário. Em realidade a evolução da Economia Política e da reação que ela mesma engendra [em contra sua] está em consonância com o desenvolvimento real dos antagonismos sociais e as lutas de classes inerentes à produção capitalista.” (MARX 1863, III:443) Enquanto que para a economia vulgar o trabalho é tão só um fator de produção retribuído de acordo com sua utilidade marginal, para Marx o trabalho é a fonte do valor e engendra não somente a retribuição salarial, sino o lucro capitalista em todas seus formas: beneficio industrial e comercial, juros bancário e renda da terra. O valor de cada produto está composto por uma parte proporcional do valor dos médios de produção (máquinas, equipamentos, matérias primas) utilizados para produzir, mais o salário, mais a mais-valia criada pelo trabalho novo do operário. Os capitalistas estavam interessados em que os economistas ocultaram a fonte de seu lucro, tanto como em elevá-lo ao máximo, com o mínimo de investimento. Analisando este fenômeno, Marx descobriu que quando que se acelerava o crescimento capitalista, o lucro tendia a crescer com menor rapidez que o capital investido. A rentabilidade dos investimentos tende a fazer-se menor a pesar de que o total do capital aumente e precisamente à medida que aumenta.

A causa de este fenômeno pode resumir-se assim: na medida em que a indústria capitalista

progride,

por

cada

peso,

real,

dólar

o

euro

investido,

gasta

proporcionalmente mais em máquinas e matérias primas que em salários. Isto significa que à medida que aumenta o capital, a proporção do valor agregado pelo trabalho novo, em relação com cada dólar investido, se faz menor. Assim, Marx descobriu que ao acelerar-se o crescimento, o rendimento dos investimentos ou taxa de lucro chega a ser cada vez mais baixo, embora o total dos lucros seja maior e, esta é a causa principal - não única - das crises capitalistas. Ao descer a taxa de lucro os investimentos se reduzem e por esta via o emprego e o consumo de maquinarias, matérias primas e artículos de subsistência, multiplicando o efeito depressivo. Ao descer a taxa de lucro, às taxas de juros viram impagáveis e as dívidas incobráveis, causando-se falências. Ao descer a taxa de lucro os preços não respondem às expectativas do produtor, mas resultam muito caros para o consumidor, enquanto a procura de mercadorias se reduz pela alta do desemprego e a queda do investimento, com o qual os preços descem e deprimem mais os lucros. Este conjunto de fenômenos culmina em uma recessão geral. Frequentemente se afirma que Marx romanticamente deduzia de este análise que o capitalismo se autodestruiria. Mas, o anti-capitalismo de Marx não se fundava na crença em que o capital chegaria a uma crise da qual não poderia sair, senão nos sofrimentos que o capitalismo, suas crises, suas recuperações e seus auges descarregam sobre milhões de seres; na seguridade da limitação histórica do capitalismo e no análise, de acordo ao qual do próprio seno do capitalismo surgiu à classe operaria, que para defender suas condições de vida, se veria na necessidade de enfrentá-lo e derribá-lo e que poderia adquirir a capacidade de faze-lo, sem que possa esperar-se um "desmoronamento" do sistema. Ao contrario do que pensam os observadores superficiais do marxismo, Marx demonstrou, não só o porquê o capitalismo tem que cair em crises periódicas, senão também que pode sair de cada uma de elas e explicou ¡como sai delas! Demonstrou que a tendência decrescente da taxa de lucro se contrabalança mediante a destruição de capitais, que pode ser meramente econômica, mediante a competência que rasga e inutiliza grandes massas de capitais: a máquina segue sendo máquina, mas deixa de ser capital, pois não serve para produzir lucros, seu dono fica na ruína, os operários são demitidos e sobre as ruínas ressurge a acumulação de capital, pois para os competidores vitoriosos o aumento do lucro

volta a ser mais rápido que o incremento do investimento. “Sob quaisquer circunstâncias, o equilíbrio se restabelecera por a colocação em alqueive ou mesmo aniquilamento de capital em maior ou menor volume”. A destruição econômica mais aguda é a dos investimentos em títulos valores, que representam o direito a um lucro futuro. A paralisação da economia prepara sua ampliação posterior, do mesmo jeito que o crescimento prepara a crise, assim se reinicia o ciclo. Ademais, é possível e de fato, historicamente assim tem acontecido, a destruição de capital pode ser realizada fisicamente, mediante a guerra, a qual além de destruir os capitais concorrentes ou rivais, permite à indústria vender toda classe de armamentos para destruir e fazer contratos para reconstruir, e também garantir aos vencedores acumular adicionalmente mediante a apropriação gratuita de recursos dos países conquistados, saqueados como colônias e aproveitados como mercados. Na guerra do Médio Oriente os capitais destruídos são imensos. Iraq tem sido demolido varias vezes e novamente está sendo destruído. Líbia era o país com maior ingresso per capita na África, mais alto que o dos países latino-americanos, com educação e saúde gratuitas e de qualidade, mas hoje não existe como estado nem como economia e é só uma ficção jurídica para assinar contratos de exploração petroleira. Síria é farinha de tijolo, bombardeada desde terra por Al Quaeda, o Exercito Islâmico e outros grupos islamistas e por aire por Estados Unidos, Rússia, Turquia, Qatar e Arábia Saudita, Iêmen está sendo destruído pela comandada pela Arábia Saudita. É uma guerra de demolição para garantir a recuperação capitalista. Atualmente o capital transnacional conforma um império, no qual os grandes grupos financeiros centralizam as principais empresas transnacionais (MONDRAGÓN 2009). Mas, esse império longe de substituir o imperialismo é mais imperialista que nunca e precisa dos grandes aparatos militares de Estados Unidos, a OTAN e outros, para impor a guerra de demolição, para a recuperação capitalista. Hoje, sem guerra não há capitalismo e sem imperialismo não há guerra do império. Com a guerra as condições do crescimento capitalista se restabelecem além da imobilização ou destruição de capital e pela acumulação por apropriação. A crise termina quando a mesma destruição de capital que ha provocado e as medidas que incluem o saque, conduzem à alta general da taxa de lucro e a economia se reativa.

A este processo básico da recuperação se agregam outros métodos que a própria crise facilita, como o aumento de horas de trabalho dos operários e a baixa de salários reais e prestações, aproveitando o desemprego; o aumento da eficiência dos trabalhadores; a apropriação de recursos do estado mediante a privatização, o crédito subsidiado, o cobro de juros às empresas dos subsídios; a conquista e os investimentos em países o zonas atrasadas onde a taxa de lucro é mais alta; o saque das riquezas de estes países e dos camponeses, e indígenas do próprio país; ou como se fala, todas as ruindades que caracterizam ao capitalismo. Como o tem demonstrado recentemente Naomi Klein em seu livro A Doutrina do Choque, o grande capital transnacional aproveita em forma intensa as crises para impor medidas que em épocas tranquilas jamais seriam aceitas pelo povo. O único método "limpo" para sair das crises tem sido abaratar o capital mediante os descobrimentos e o avance tecnológico. A tecnologia é muito importante no processo de reativação, pois a inovação permite a redução do valor do capital e uma maior produtividade, mas no fim das contas e pelo mesmo, também conduz a uma queda da quantidade proporcional de trabalho agregado e da parte de capital investida em salários, restabelecendo ao fim do tempo a causa da crise, ao utilizar menos trabalho vivo por real investido e volver a incorporar menos valor novo e obter menos mais-valia com relação a os valores velhos, ao capital constante ou morto, de maneira que devido à queda da taxa de lucro numerosos inventos e descobrimentos não se instrumentam na indústria por falta de rentabilidade, até quando a crise e a destruição de capital, convertem em rentáveis as inovações (MARX 1867, III: 235-236). "diversas influencias... que se fazem valer mais bem simultaneamente no espaço o mais bem sucessivamente no tempo; o conflito entre estes fatores em luta se abre passo periodicamente em forma de crise. As crises não são mais do que soluções momentâneas e violentas das contradições existentes, erupções bruscas que restauram transitoriamente o equilíbrio desfeito" (MARX 1867, III: 247). Muitos economistas e políticos pregam que a saída da crise e a queda dos salários. Por exemplo Pigou (1933) 1867, III: como agora os monetaristas “neoclássicos”, considerava que uma causa da depressão e o desemprego era a “inflexibilidade” dos salários e pensava que se os salários desceram, aumentaria o investimento e

por isso, o emprego e por tanto, era partidário de garantir “os ajustes apropriados nos salários”. A guerra contra os trabalhadores completa assim a guerra imperialista. Michael Kalecki (1939) demonstrou que uma baixa dos salários não conduze necessariamente a um aumento do investimento, já que os empresários somente investem mais se há um incremento real dos benefícios e como durante a depressão a rentabilidade desce, é possível que aquilo que não se paga em salários, não se dedique a aumentar o investimento nem o consumo dos empresários e em cambio se produza um círculo vicioso e via baixa dos salários conduza à menor consumo e por esta via a uma baixa dos preços, a rentabilidade, o investimento e o emprego (KALECKI 1939: 94-96) (KALECKI 1939: 94-96). Kalecki (1942) achava que os setores com poder económico e político não se sentem cómodos com os salários em alta nua situação perto do pleno emprego, pelo que pressionam pela redução dos gastos e investimentos do estado, o mantimento de taxas de juros elevadas e a redução do crédito. Isto conduze à recessão, ao incremento do desemprego e a queda dos salários reais. Os economistas que defendem estas políticas acreditam que ao reduzir-se o gasto público os empresários retomarão seus investimentos. Porem, os "ajustes fiscais" reduzem drasticamente as vendas das empresas privadas ao setor público e a queda do salário faz descer as vendas ao consumidor, então, al comprovar a queda da procura, o investimento privado desce profundamente. A possibilidade de que uma baixa dos salários aguce uma caída da economia vê-se reforçada em uma “competência imperfeita”, ou seja, donde os monopólios e oligopólios dominam o mercado e o resultado da queda do salário real pode ser que “o ingresso real dos capitalistas não se eleva, mas o ingresso dos trabalhadores se reduz” (KALECKI 1939: 107-109). Em uma economia internacionalizada, a baixa de salários, ao reduzir os custos de produção pode aumentar as exportações e fortalecer a economia, mas somente se o aumento das exportações supera a contração do consumo e investimento causada pela redução dos salários, o qual evidentemente não ocorre em médio de uma recessão internacional (KALECKI 1939: 110-111). elevado grau de monopólio, uma queda dos salários causa uma transferência relativa desde os salários para os lucros, sem que se detenha a declinação da taxa media de lucro, o que agrava a

subutilização das máquinas e equipes, e retarda a recuperação e a elevação da produção e do emprego (KALECKI 1956: 182, 186-187). Na verdade, a continuidade dos ciclos capitalista e por tanto das crises cíclicas, significa a continuidade das guerras, do imperialismo e da luta de classes entre o capital e o trabalho. É impossível fazer, escrever e ensinar a história sem lembrar e proclamar isso, e sem lembrar ada uma das continuidades da história que temos relembrado aqui e que continuaram até que os povos consigam uma ruptura das correntes que mantem atadas suas mentes e seus corpos. Bibliografia - ABULAFIA, David 1987: “Asia, Africa and the Trade of Medieval Europe”. In The Cambridge Economic History of Europe II: 402-473 (437-442). - ADOVASIO, James M. & D. R. PEDLER (2014) "Meadowcroft Rockshelter: Retrospect"; Pre-Clovis in the Americas, Dennis Stanford and Alison T. Stenger (eds.), 63-76. Washington DC: Smithsonian Institution. - BARBER, Ian G. 2012: “A fast yam to Polynesia”; Rapa Nui Journal 26 (1): 31-42. - BEDOYA, G. et. al. 2006: "Admixture dynamics in Hispanics: A shift in the nuclear genetic ancestry of a South American population isolate". PNAS, 103 (19): 72347239. - BONFIL Guillermo 1987: El México Profundo, una civilización negada. Grijalbo. - BORRELL, Brendan 2007: “DNA reveals how the chicken crossed the sea”; Nature 447: 620-621. - BOSI, Alfredo 1992: Dialética da Colonização. Companhia Das Letras. - CARVAJAL-CARMONA, Luis Guillermo; et. al. 2000: "Strong Amerind/Caucasoid gender bioa and evidence of a sepharadic contribution among the founders of a population in North West Colombia"; The American Journal of Human Genetics 67: 1287-1295. - CASTAÑO-URIBE, Carlos 2008: Tradición Cultural Chiribiquete. Rupestreweb. - CASTILHO, Alceu Luís 2012: Partido da Terra. São Paulo: Editora Contexto. - CASTOR, Suzy 1989: Les origines de la structure agraire en Haïti. Port-au-Prince: CRESFED. - CURATOLA, Marco y José Carlos DE LA PUENTE LUNA, Eds. (2013) El quipu colonial : estudios y materiales. Lima: Fondo Editorial, Pontificia Universidad. - DILLEHAY, Tom D. 2004: Monte Verde: un asentamiento humano del pleistoceno tardío en el sur de Chile. Santiago de Chile: LOM Ediciones.

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