Sherlock Rome: o potencial pedagógico do Jogo de Tabuleiro.

June 23, 2017 | Autor: Beatriz da Costa | Categoria: Roman History, Historia Antiga, add História Antiga romana, Cultura Material, Ensino de História
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Descrição do Produto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA -IFCH DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA - IFCH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE

XII Jornada de História Antiga

Discurso, Narrativa e Representação no Mediterrâneo Antigo

Rio de Janeiro, 2015 UERJ/NEA

Copryright©2015: Todos os direitos desta edição estão reservados a Maria Regina Candido, 2015. Capa: Junio Cesar Rodrigues Lima. Editoração e Diagramação: Equipe NEA.

CATALOGAÇÃO Caderno de resumos: XII Jornada de História Antiga da UERJ Discurso, Narrativa e Representação no Mediterrâneo Antigo; Maria Regina Candido (org.) – Rio de Janeiro: UERJ/NEA, 2015. 50 p. ISSN: 1676-7071 1. História Antiga – Congressos. 2 – Civilização Antiga – Congressos.

Núcleo de Estudos da Antiguidade Site: www.nea.uerj.br E-mail: [email protected] Tel.: 21 – 23340227

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XII Jornada de História Antiga

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Reitor: Ricardo Vieiralves de Castro Vice-reitor: Paulo Roberto Volpato Dias Extensão e Cultura: Regina Lúcia Monteiro Henriques Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Dirce Eleonora Nigro Solis Departamento de História Beatriz Vieira Programa de Pós-Graduação em História (PPGH-UERJ) Lúcia Maria Pereira das Neves Conselho Editorial: Maria Cecilia Colombani – U.M; Gilvan Ventura – UFES; Lourdes Conde Feitosa – USC; Ivan Esperança – UNESP; Margarida de Carvalho – UNESP; Maria do Carmo Parente Santos – UERJ; Fernanda Lemos - UERJ Assessoria Executiva: Alair Figueiredo Duarte - PPGHC/UFRJ; Carolyn Fonseca – NEA/PPGH/UERJ; Junio Cesar Rodrigues Lima – NEA/UERJ; Maria do Carmo Parente – UERJ. Bolsistas: Carla Lavinia - NEA/UERJ; Vinicius Moretti – NEA/UERJ.

A obra integra o Projeto de Publicação Antiguidade, sob direção da Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido.

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Apresentação A XII Jornada de História Antiga a ser realizada no período de 18 a 22 de maio de 2015 e terá como tema Discurso, Narrativa e Representação no Mediterrâneo Antigo. A temática nos remete para um momento muito especial para a equipe NEA/UERJ que comemora os 17 anos de atividades do grupo de pesquisa na elaboração e organização de atividades de científicas relacionadas com a área de História Antiga. O evento também será uma oportunidade para reavaliar toda a trajetória do NEA, comemorar e refletir sobre a formulação de atividades intencionistas em parceria com o Programa de Pós-Graduação de História da UERJ e dermais núcleos de pesquisas domiciliados nas diversas universidades do Brasil e exterior. Desde o seu início, em 1998, as atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas pelo NEA vêm construindo um espaço de debates e diálogos entre os pesquisadores brasileiros e estrangeiros que desenvolvem estudos sobre sociedades antigas, visando à apresentação do estado atual de suas pesquisas. A proposta do evento nos leva a estabelecer encontros, contatos em meio ao ritual de reflexão e convívio com o outro, realizar as trocas e reafirmar o consenso e a negociação da convivência. O encontro acadêmico nos permite analisar o poder da ritualização e da tolerância com o outro diante da diversidade de cultos e o contato com as diferentes crenças e maneiras de estar juntos tanto na Antiguidade quanto na Modernidade. O convênio nos leva a celebrar as parcerias, os eventos e as pesquisas realizadas ao longo desses anos de convivência produtiva tanto para os professores quanto para os alunos da graduação e da pós-graduação envolvidos em atividades cujo tema perpassa pelas sociedades antigas pesquisadas no NEA/UERJ. Boa Jornada! Comissão Organizadora

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XII Jornada de História Antiga

PROGRAMAÇÃO Data

Programação

18/05/2015 9:00 - 10:00

Segunda-feira Credenciamento Sala 9030ª/NEA Conferência de Abertura - AUD sl. 9043F

10:00-12:00

Prof.Dr José Grillo – UNIFESP Imagem e poder nos retratos de Alexandre o Grande. Prof.Dra Carlinda Fragalle – UERJ Representações do Antigo na arte brasileira contemporânea.

12:00 - 13:00

13:00 - 15:00

Credenciamento Sala 9030A/NEA Palestra 01 Profa Me Giselle Camara - PUC-Rio O princípio de coesão social na literatura sapiencial no Reino Médio da antiga Kemet. Profa Dra Flávia Eyrle - PUC-Rio Os nomes de Ulisses na Odisseia de Homero. Mesa de Debate 01 Coord. Dr. Fernanda L. de Lima - IL/UERJ As representações do trágico e suas reverberações ao longo do tempo.

15:00 - 17:00

1.Fernanda L. de Lima - IL/UERJ Χρίστος Πάσχων: a tragédia bizantina e seus ecos clássicos. 2.Marianne Franco Pereira - IL/UERJ Medeia, Fedra e Clitemnestra: personagens trágicas em contraste. 3.Sarah Lopes Israel de Medeiros - IL/UERJ Os Orestes áticos: a problematização do herói trágico. 4.Ana Claudia da Silva - IL/UERJ Reflexões introdutórias sobre o trágico e suas formas 5.Elizabeth B. Ribeiro Silva – UFRJ Múltiplas faces do feminino: Electra e Antigona.

Resumos

Comunicação Livre 01 Coord. Jose Roberto P. Gomes – UFRJ

17:00 - 19:30

19/05/2015

9:00 - 10:00

1. Wendell dos Reis Veloso – UFRRJ O “cativeiro” do sexo e do matrimônio em oposição à “libertação” promovida pela castidade no discurso patrístico do século IV. 2. Wellington Gomes Saraiva – CEHAM A necessidade de desconstruir para se fortalecer: um olhar mais atento sobre a tradição de Tomé no evangelho de João" 3.Carla Lavinia – UERJ Entre a narrativa textual e a imagética: Alceste como modelo de esposa bem-nascida na Atenas Clássica. 4. Vinicius Moretti Zavalis – UERJ O feminino e o discurso de Teocrito no período helenístico. 5. Mª Eichler Sant’Angelo – UniRio Múltiplas paisagens religiosas: a religio publica romana no séc. I a.C. 6. Diogo Pereira da Silva - Universo Entre Metastasio e Mozart: a apropriação da Antiguidade Greco-Romana na ópera seria do século XVIII. Terça-feira Mini-curso 01 - AUD 9043 F Prof.Dr José Grillo – UNIFESP Arte e Arqueologia no Mediterrâneo Antigo. Mini-curso 02 – RAV 92 F - cancelado Prof. Dr André Bueno - UERJ Religião e Mitologia na China. Palestra 02 Prof. Dr. Álvaro Bragança – Letras/ UFRJ Aspectos da arte da guerra em Vegécio e em manuais de luta do século XV – sucinta comparação histórica.

10:00 – 12:00

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Dra Juliana Bastos Marques - História/UNIRIO Dilemas sobre o surgimento da Historiografia Latina: Momigliano e o estudo de Fábio Pictor.

XII Jornada de História Antiga

Resumos

Comunicação Livre 02 Coord. Julio Cesar Mendonça Gralha – UFF Titulatura Real no Egito Faraônico e Ptolomaico.

13:00-15:00

1. Guilherme Soares Ketzer – Unicamp Gladiadores Antigos e Modernos: uma breve comparação. 2. Junio Cesar Rodrigues Lima -UERJ Tempo, espaço e paisagem: um olhar interdisciplinar sobre a urbanização da cidade de Caesarea. 3. Thiago do Amaral Biazotto – Unicamp Narrativas de Alexandre, narrativas de Roma: Arriano de Nicomédia, Alexandre Magno e o Império Romano. 4. Nancy M.A. B. Bomentre - UNIFESP A representação do mito de Héracles por meio de um estudo de hidrias ceretanas. 5. Carolina de Oliveira Peixoto – UERJ A função social da mulher: análise do título de cantora šm`yt pela representação em tumbas tebanas do Reino Novo.

Comunicação Livre 03 Coord. Junio César Lima – UERJ

15:00 - 17:00

1. Alair Figueiredo Duarte - UFRJ Discurso sobre fronteiras no mundo helênico. 2. José Roberto P. Gomes – UFRJ As representações imagéticas de mucisistas-citaristas pedagogas na Tirania dos Pisistratidas. 3. Cristian dos Santos - UFSC Uma análise da participação francesa na descoberta da pedra de rosseta, sob a ótica do documentário produzido pela BBC. 4. Lucas Gesta P. Munhoz –FAECAD Antioquia, o Mediterrâneo e as missões paulinas. 5. Luciane Felisbino- UFPR Sócrates e a busca pela união das poleis no século IV a.C. Comunicação Livre 04 Coord. Marina Rockenback – UERJ

17:00 - 19:00

1. Marina Rockenback - UFRJ A Idumentária das sacerdotisas de Isis em Atenas do IV a.C. 2. Flávia de Souza Reis – Simonsen Hashepsut, legitima herdeira do trono ou

NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Resumos

usurpadora? 3. Priscila Cristina N. L. de Scoville – UFPR Rainhas de Amarna: a influência de Tiye e Nefertiti no governo de Amenhotep IV/Akhenaton. 4. Luiz Felipe Souza Curso – IFMA O Alvorecer da biblioteca na Antiguidade Mesopotâmica. 5. Alessandra Serra Viegas – UFRJ Discurso, narrativa e representação em Mátron de Pitane – entendendo um pouco mais a Atenas do século IV a.C. 20/05/2015

Quarta-feira Mini-curso 01 Prof.Dr. José Grillo – UNIFESP Arte e Arqueologia no Mediterrâneo Antigo.

9:00-10:00 Mini-curso 02 - cancelado Prof. Dr André Bueno - UERJ Religião e Mitologia na China. Palestra 04

10:00-12:00

Prof. Dr André Chevitarese – UFRJ Entre o Alfa e o Ômega: a Cultura Helenística. Uma Pequena Nota sobre o Apocalipse de João, o Visionário. Prof.Dr. Anderson Martins Esteves - UFRJ A representação dos casais homoeróticos nas narrativas épicas da literatura alexandrina e augustana.

Comunicação Livre 05 Coord. Miriam Lourdes Luna – UERJ

13:00-15:00

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1.Danieli Mennitti - Unesp Assis Penetrando o covil das lobas: representações de prostitutas na literatura do principado romano. 2. Mayara Amaral Fernandes – UNIFESP O retrato de Augusto: Poder, Corpo e Mito. 3. Jorge Gabriel R. de Oliveira – UFRRJ “Deixar tudo é pouco”: eremitismo e anacoretismo nas “Vidas” de Antão do Deserto e Paulo de Tebas. 4. Rafael Silva dos Santos – UERJ

XII Jornada de História Antiga

Resumos

Recepções do mito: os usos e representações da imagem de Teseu. 5 . Filipe N. Silva – Unicamp A História Augusta e a Narrativa Biográfica Senatorial: Os pormenores discursivos da Vita Hadriani. 6. Thiago Eustáquio Araújo Mota - UFG De Iúlo aos Iulii: as Gentes Romanas e Itálicas em Busca do Passado Heróico.

Comunicação Livre 06 Coord. Tricia Magalhães Carnevale–UERJ

15:00-17:00

1. Tricia Magalhães Carnevale - UERJ A presença da deusa Hekate na Ágora ateniense do período Clássico. 2. Yasmin da Silva Pacheco – UFRJ Magia na Atenas clássica: um conceito e uma prática por meio dos Katádesmoi. 3. Felipe Nascimento Silva "A História Augusta e a Narrativa Biográfica Senatorial: Os pormenores discursivos da Vita Hadriani". 4. Miriam Lourdes Impellizieri Silva -UERJ As representações iconográficas de Santa Clara em Assis. 5. Felipe Nascimento de Araujo – UERJ A ação do coro na formação politica e militar dos atenienses. 6. Dolores Puga Alves de Sousa.-UFRJ Arqueologia Teatral e Hetaireias na Atenas Clássica.

Comunicação Livre 07 Coord. Pierre R. Fernandes - UERJ

17:00 – 19:30

1. Cristian dos Santos - UFSC Duas leituras para a eternidade do rei menino: a história sobre a descoberta da tumba do Faraó Tutankhamon. 2. Mateus Dagios – UFRGS Peithó, Nósos e Phýsis: A tessitura do argumento e da crítica sofística no Filoctetes de Sófocles. 3. Victor Henrique da S. Menezes- Unicamp Representações de uma masculinidade cambiante: Júlio César nas fontes antigas e midiáticas. 4. Vítor Luiz Silva de Almeida – UFRJ Os Samaritanos em meio a "Guerra Judaica". 5. Wagner Luiz da Silva. UFRJ

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Resumos

A ênfase no trágico por meio do discurso proverbial em Traquínias de Sófocles. 6. Cristiane Vargas Guimarães – UFRRJ O estranho: A construção da marginalização e do desvio judaico-converso na narrativa De Fide Catholica de Isidoro de Sevilha e no IV Concílio de Toledo (633). 21/5/2015

Quinta-feira Mini-curso 01 Prof.Dr José Grillo – UNIFESP Arte e Arqueologia no Mediterrâneo Antigo.

9:00- 10:00 Mini-curso 02 - cancelado Prof. Dr André Bueno - UERJ Religião e Mitologia na China. Palestra 04

10:00-12:00

Prof. Dra Maria do Carmo Parente –UERJ A representação religiosa no norte-africano. Prof. Dr. André da Silva Bueno – UERJ Abolir o Passado, Reinventar a História.

Mesa de Debate 02 Coord. Dra Dulcileide Nascimento - UERJ Representações arquetípicas do feminino helênico na literatura grega.

13:00 15:00

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1. Dra Dulcileide Nascimento - UERJ Proíresis e thymós em Medeia de Eurípides. 2. Carolina Mesquita da Costa – UERJ Éntheos ou maniké: o delinear de Cassandra em As Troianas. 3. Elizabeth Baptista R. Silva - UFRJ A práxis do feminino nas tragédias Antígona e Electra de Sófocles. 4. Lucy Lopes Duarte - UERJ Méter e métria: uma questão sobre a maternidade. 5. Pierre Romana Fernandes – UERJ Repensando as representações do bárbaro em "Persas" de Ésquilo.

XII Jornada de História Antiga

Resumos

Palestra 05

15:00-17:00

Dra. Maro Mertzani - UFPel Iconicity in Mycenaean Greek and its Relationship to Alphabetic Writing

Prof. Dr. María Cecilia Colombani - UBACyT El arte de narrar. El mito: Esa fuente inagotable de sentido

Comunicação Livre 08 Coord.Dr. Liliane C. Coelho UniAndrade / CEHAM-NEA Gregos no Egito: a cidade como fonte para o estudo da sociedade egípcia no Período Ptolomaico (332-30 a.C.).

17:00-19:30

1. Elisângela Aparecida Zaboroski – UFSC Redescobrindo o Egito Faraônico sob a perspectiva de Giovanni Battista Belzon. 2. Elisângela Aparecida Zaboroski – UFSC Entre o Egito faraônico e o árabe: um olhar sobre as viagens de Giovanni Battista Belzoni e Richard Francis Burton pelo Egito no século XIX. 3. Gabriela Pratavieira de Oliveira –Unicamp Fantasmas, faraós e tumbas: a Egiptologia do século XIX e a construção de um Egito Antigo fascinante. 4. María Violeta Pereyra, Liliana Manzi y Rennan de S. Lemos UBA/CONICET /MN El ritual como materialización de proyectos políticos: una comparación de las representaciones rituales en tumbas de Amarna y Tebas. 5. Carolyn Fonseca – UERJ A representação de Sólon na Democracia contemporânea: estudo de caso.

22/5/2015

Sexta-feira Mini-curso 01

9:00-10:00

Prof.Dr José Grillo – UNIFESP Arte e Arqueologia no Mediterrâneo Antigo. Mini-curso 02 - cancelado Prof. Dr André Bueno - UERJ

NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Resumos

Religião e Mitologia na China. Mesa de Debate 03 Política e Religiosidades na Bacia Mediterrânica Antiga.

10:00-12:00

1. Lair Amaro dos Santos Faria – UFRJ O encontro de Jesus com Moisés, Buda e Platão: escavando os fundamentos do cristianismo de Tomé. 2. Vítor Almeida –UFRJ Os Samaritanos em meio a “Guerra Judaica”. 3. Juliana Batista Cavalcanti M. T - UFRJ Um grupo de “loucos, desonrados e estúpidos, e somente para escravos, mulheres e criancinhas”. 4. Otávio Zalewski – UFRGS O Papel das Seitas e da Literatura Judaica na formação da Identidade Judaica em Alexandria. 5. Tami Coelho Ocar – Unicamp Representação e Arqueologia em Documentários sobre Jesus. Palestra 06

13:00- 15:00

Dra Regina Maria C.Bustamante – UFRJ Experiências de ações educativas no Museu Nacional: as oficinas pedagógicas do Laboratório de História Antiga.

Mesa de Debate 04 Coord. Regina Mª Bustamante - UFRJ

15:00 - 17:00

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1. Celi Palacios – UniRio Oficinas Pedagógicas: uma experiência de aprendizado docente. 2. Raizza Teixeira dos Santos – UFRJ Construindo o conhecimento a partir de objetos: oficina pedagógica no MN/RJ. 3. Beatriz Moreira da Costa – LHIA/UFRJ Sherlock Rome, o potencial pedagógico do Jogo de Tabuleiro. 4. Marina Fontolan – Unicamp Pensando o Mediterrâneo Antigo nos Videogames: Discursos, Representações e Narrativas. 5. Lucio de Francisco R. P. Filho – UEMG Projeto Ítaca: explorando a mitologia no Audiovisual.

XII Jornada de História Antiga

Resumos

Confraternização 17:30 Bloco A sala 9030

Cocktail de Lançamento do Livro Banquete, Ritual e Poder no Mediterrâneo Antigo (Homenagem aos 15 anos do NEA)

NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Resumos Fronteiras no Mundo Helênico: uma análise do caso ateniense no século V a.C. Alair Figueiredo Duarte (NEA-UERJ/PPGHC-UFRJ) A partir de três abordagens quanto ao conceito de “fronteira”, a saber: fronteiras naturais; linear /política e fronteiras antropológicas, buscamos analisar a participação política ativa do segmento thetes na comunidade ateniense do século V a.C. e sua contribuição para o delineamento de uma fronteira marítima da polis de Atenas, como resultado da sua talassocracia ou poder-marítimo (sea power). Palavras-chave: Fronteira Ateniense, Thetes, Trirreme. Discurso, narrativa e representação em Mátron de Pitane – entendendo um pouco mais a Atenas do século IV a.C. Alessandra Serra Viegas (UFRJ) Mátron de Pitane (Atheneu de Náucratis, Deipnosophistae IV) é identificado como um autor de paródias e utiliza as fórmulas homéricas para construir seu texto, possivelmente escrito no último quartel do século IV a.C. Este é um momento em que a sociedade ateniense passa por profundas transformações políticas, econômicas e sociais empreendidas principalmente após a conquista de Filipe II da Macedônia. O texto em estudo apresenta uma narrativa que mescla o humor ao modo de Aristófanes e Menandro (comédia nova), recheado de um discurso que tem como tônica a crítica social quanto às mudanças que sofrem em especial os membros da aristocracia ateniense e as questões decorrentes de tais mudanças. O presente trabalho quer lançar luz ao entendimento da representação de alguns elementos desta sociedade apontados no texto de Mátron e que nos farão conhecer o contexto social de produção em que se encontra nosso autor. Palavras-chave: Mátron de Pitane, discurso, narrativa, representação.

Resumos

Aspectos da arte da guerra em Vegécio e em manuais de luta do século XV – sucinta comparação histórica Álvaro Alfredo Bragança Júnior (PPGHC/ UFRJ) Como parte integrante da história da humanidade, a arte da guerra transforma-se durante os séculos, assimilando as novas tecnologias, estratégias e táticas. Se pensarmos no mundo romano da Tardoantiguidade, Publius Renatus Vegetius bem exemplificou as qualidades e virtudes necessárias às legiões do Baixo Império em seu Epitoma rei militaris. Dez séculos após, com a cavalaria ainda cnstituindo-se como a mais importante força combativa no medievo surgem em território germanófono os Fechtbücher, comumente traduzidos como Livros de Esgrima, mas que preferimos traduzir como Manuais de Luta, em que se observam as novas técnicas e armas ao alcance dos soldados de então. Neste trabalho tencionamos comparar estes dois momentos históricos distintos no tocante à arte da guerra, especialmente no que diz respeito ao armamento e as técnicas de luta.

Dido e Enéias: Um canto trágico Ana Claudia da Silva (UERJ) A partir das reflexões propostas durante o estudo sobre a tragédia Grega com ênfase nos estudos de obras (tragédias) e abordagens teóricas, sugiram problematizações sobre o teor trágico e a sua forma, questionamentos sobre a visão do trágico presente em outros gêneros, neste estudo tem espoco para análise a produção épica de Vergílio, que durante o IV Livro da Eneida ultrapassa a visão dos elementos comuns ao gênero épico e ao trágico. Para tal, tomamos a teoria de Goethe sobre o trágico em conflito irreconciliável para auxiliar as reflexões sobre os embates de dois planos distintos – o épico e o trágico. Palavras-chave: Eneida, Trágico, Goethe.

A representação dos casais homoeróticos nas narrativas épicas da literatura alexandrina e augustana Anderson Martins Esteves (PPGLC/UFRJ) NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Resumos

O gênero épico na Antiguidade apresenta, entre seus temas de predileção, o amor entre guerreiros. O caso mais notório é o de Aquiles e Pátroclo, na Ilíada, que protagonizam uma relação cuja natureza, ainda que debatida por alguns autores modernos – cada vez mais raros, é verdade, e ainda ligados um debate pré-foucaultiano – que insistem em desassociá-la de seu elemento homoafetivo, é claramente tratada como um caso típico de amor pederástico por Platão e seus contemporâneos. Dada a influência paradigmática da obra de Homero, o motivo pederástico revela-se recorrente nas epopeias e nos epílios na literatura grega (e romana). Com o intuito de explorar uma leitura intertextual da Eneida, a epopeia augustana por excelência, examino o episódio do rapto de Hylas e a relação entre este e Héracles, no Livro 1 das Argonáuticas de Apolônio de Rodes. Para uma compreensão melhor da tradição literária do mito na literatura alexandrina, lanço mão igualmente do gênero bucólico, fazendo a leitura do Idílio 13, de Teócrito. Nestes textos, utilizando-se das regras de gêneros literários distintos, os autores apresentam o amor de Héracles e Hylas, que culmina com o rapto do jovem pelas ninfas e com o desespero do herói. Buscamos indicar como estas narrativas possam ter influenciado o famoso episódio do casal (com a devida problematização do termo) Niso e Euríalo, que ocupa grande parte do livro IX da Eneida. Abolir o Passado, Reinventar a História André da Silva Bueno – (UERJ) No século III AEC, o pensador Hanfeizi 韓非子 (280 a 233AEC), um dos principais teóricos do Estado de Qin 秦朝 (que viria a reunificar a China entre 221 a 206 AEC), propunha uma total abolição do passado histórico chinês. Em seu ponto de vista, o uso da antiguidade como Modelo para a conduta política, social e individual consistia em um grave erro conceitual, promovido pela visão historiográfica tradicional chinesa, que insistia em anacronismos e analogias falhas como respostas para os problemas do presente. Na visão desse autor, a China só poderia atingir uma união política maior se as tradições fossem modificadas, se o tempo fosse alterado e a História, por fim, reescrita. O impacto dessa proposta colocou o Estado de Qin na posição de patrocinador de uma reforma intelectual, cujos desdobramentos buscaremos analisar aqui; é possível uma abolição do passado? O que a experiência chinesa nos revela nesse sentido? Será possível desconectar-se com o tempo, as tradições e o costume? Apresentaremos, aqui, pois: uma perspectiva geral sobre a 16

XII Jornada de História Antiga

Resumos

historiografia na antiguidade chinesa, e seus conceitos tradicionais; a reforma proposta por Hanfeizi; e por fim, qual o impacto dessa ideia no imaginário e na História chinesa.

Entre o Alfa e o Ômega: a Cultura Helenística.Uma Pequena Nota sobre o Apocalipse de João, o Visionário. André Leonardo Chevitarese- (IH/ UFRJ) A leitura do Apocalipse de João, O Visionário, ainda me desperta um enorme interesse, levando-me a produzir algumas pequenas e breves reflexões sobre temas bem específicos do seu riquíssimo conteúdo. A atenção agora se volta para aqueles passos em que Deus e/ou Jesus aparecem associados com o todo, com o princípio e o fim. Busca-se entendê-los em seus contextos originários, isto é, nas duas últimas décadas do século I, em algum lugar da bacia oriental do Mediterrâneo, até mesmo a ilha egeana de Patmos. Implica dizer, há enormes desafios pela frente, principalmente quando se consideram os filtros de leitura interpostos entre nós, os leitores, e o referido texto, pelos inúmeros olhares teológicos ao longo destes dois mil anos de cristianismos.

Sherlock Rome: o potencial pedagógico do Jogo de Tabuleiro Beatriz Moreira da Costa (LHIA-UFRJ/GEKemet-CEIA) A procura de novas metodologias que contribuam para o ensino de História Antiga na Educação Básica é imprescindível, por se tratar do estudo de sociedades distantes espaço e temporalmente. Pensando nisso, criamos um jogo de tabuleiro - Sherlock "Rome” - que tem como objetivo criar meios para ensino-aprendizagem das sociedades antigas, mais especificamente, da Roma Antiga. Inserido na proposta de Educação Patrimonial e adaptando o jogo "Detetive", nosso jogo utiliza objetos da cultura material presentes no acervo do Museu Nacional para promover o aprendizado sobre arquitetura de uma domus romana, relações sociais e cotidiano. Palavras-chave: Educação Patrimonial, Roma Antiga, Cultura Material, Museu Nacional. Entre a narrativa textual e a imagética: Alcestes como modelo de esposa bem-nascida na Atenas Clássica Carla Cristina da Silva Lavinas (NEA-UERJ)

NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Resumos

A representação de Alcestes, na obra literária escrita por Eurípedes, nos mostra o modelo de uma esposa bem-nascida na Atenas clássica quando ela assume o papel de morrer no lugar de seu marido a mesma evidencia a virtude de submissão de atender aos anseios da sociedade grega. Ao mesmo tempo observamos uma transgressão social. E de forma comparada, observamos também o modelo mélissa de Alcestes, na imagética que euforiza ou disforiza as virtudes sociais da personagem como mulher ideal se confrontarmos com a narrativa textual. Palavras-chave: Narrativa textual, Imagética, Alcestes, Atenas.

Representações do Antigo na arte brasileira contemporânea Carlinda Fragale Pate Nuñez - (UERJ) A partir da teoria de Aby Warburg e dos papéis que nela são atribuídos às Ninfas e às Mênades – figuras que se opõem pelo que representam (o encantamento amoroso e a fúria homicida), mas se equivalem pela intensidade de seus impulsos – pretendo montar um painel também warburguiano com obras brasileiras de diferentes gêneros poéticos e de vária extração artística (literatura, pintura, cinema e música), para demonstrar, por um lado, a eficácia das narrativas antigas em representações artísticas contemporâneas; por outro, a complementaridade de códigos artísticos que se associam para veicular valores mentais e imagens trans-históricas, em pauta no corpus por nós selecionado. As obras envolvidas nesta apresentação são: telas de Di Cavalcanti (1897-1976), em que o elemento clássico comparece, ressignificado, a serviço da representação da paisagem e da cultura brasileira, e o filme Reflexões de um liquidificador (Brasil, Klotzel, 2010), em que a imagem da Ninfa e da Mênade antigas retornam, recicladas, para estruturar o enredo. Em cada uma destas textualidades, do repertório poético da Antiguidade às telas modernistas e ao cinema atual, nas vertentes romântica ou noir, sobrevivem aspectos de uma tendência humana à exacerbação dos afetos e, respectivamente, a figurações do imaginário pateticamente intensificadas, quando se trata de representar artisticamente o insólito das paixões, matéria sempre atual e sobrevivente ao controle do imaginário e dos corpos, ao longo da história. Palavras-chave: Ninfa – Mênade – Aby Warburg – Pathosformel – Arte Brasileira – Cinema Brasileiro

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XII Jornada de História Antiga

Resumos

A função social da mulher: análise do título de cantora ŠM`YT PELA representação em tumbas tebanas do REINO NOVO Carolina de Oliveira Peixoto – (CEHAM/UERJ) A pesquisa pretende analisar a função social da mulher através do título de ŠM`YT (Chantress) no Egito Antigo durante o período do Reino Novo (1550-1070 a.C). Para tal, foram escolhidos como objeto a arte em tumbas da região de Tebas que exibem as cantoras ŠM`YT realizando suas funções e sua participação familiar. Perceber como a religião, apesar da concepção contemporânea de que a mulher ocupa lugar coadjuvante nas religiões, permitiu um empoderamento da mulher na sociedade egípcia através da vinculação de cargos religiosos com deusas, principalmente, Hathor e Meret. Palavras-chave: ŠM`YT, mulher

Éntheos ou maniké: o delinear de Cassandra em As Troianas Carolina Mesquita da Costa (UERJ) A presente comunicação visa traçar um paralelo com base na seleção vocabular entre a personagem mítica de Cassandra na tradição helênica e a de Eurípides, buscando respostas para o seguinte questionamento: Cassandra teria um dom divino (éntheos)? Ou assim como outras personagens da mitologia grega, ela teria sido tomada por uma loucura momentânea (maniké)? Palavras-chave: Éntheos, maniké, Cassandra, As Troianas.

A Representação de Sólon na Democracia Contemporânea: Um estudo de caso Carolyn Souza Fonseca (NEA-UERJ) O presente artigo objetiva analisar a representação de Sólon como modelo ideal de governante ao qual se atribui o papel de “pai da democracia”. Na historiografia contemporânea diversos líderes tiveram sua empreitada política correlacionada à Sólon, no intuito de estabelecer um caráter de tradiçãoo aliado a democracia grega. De maneira particular, encontra-se no modelo de democracia norteamericano, através da figura de Abraham Lincoln diversas referências aos feitos históricos atribuidoa à Sólon. A abolição dos escravos é retratata, numa das imagens esculpidas no Capitólio de Lincoln em Nebrasca. Palavras-chave: Sólon, democracia, representação. NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Oficinas Pedagógicas: uma experiência de aprendizado docente Celi do Nascimento Palacios (UNIRIO) Esta pesquisa é um estudo sobre uma aproximação do Teatro com a prática docente, visando verificar o processo de aprendizado na formação de professores através do jogo teatral.Após terem tido aulas de jogos teatrais, um grupo de licenciandos em História criou seus próprios jogos a fim de ensinar História Antiga, resultando assim as Oficinas Pedagógicas. Essas Oficinas foram ministradas a alunos da rede pública das esferas municipal e estadual em visita ao Museu Nacional da UFRJ. Palavras-chave: jogo teatral, experiência, oficinas pedagógicas.

Duas leituras para a eternidade do rei menino: a história sobre a descoberta da tumba do faraó Tutankhamon Cristian dos Santos (UFSC) A pesquisa tem o intuito de realizar um estudo comparado acerca dos relatos da descoberta da tumba do faraó Tutankhamon por Howard Carter (1874-1939) em novembro de 1922. No ano de 2005 a BBC produziu o documentário Redescobrindo um mundo perdido, onde recontou a história de três grandes nomes da Egiptologia: Giovanni Battista Belzoni, Jean-François Champollion e Howard Carter. O trabalho visa uma análise comparada do fragmento do documentário da BBC, onde há a reconstituição da descoberta da tumba de Tutankhamon por Carter, com os relatos do explorador inglês, onde ele narra como foram os meses e os dias que antecederam seu maior achado no Vale dos Reis. Palavras-chave: Howard Carter, Tutankhamon, Descobertas, Egiptologia, Estudo comparado.

Uma análise da participação francesa na descoberta da pedra de rosseta, sob a ótica do documentário produzido pela BBC Cristian dos Santos (UFSC)

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Uma nova era começou quando a Pedra de Rosetta foi descoberta no Delta do Nilo durante a Expedição de Napoleão ao Egito. Em 1799, os franceses estavam recolhendo pedras para fortalecer as muralhas de suas defesas contra a marinha britânica, quando o oficial, tenente Pierre François Xavier Bouchard, avistou uma pedra inscrita com três painéis horizontais de texto. Percebendo que poderia ser de grande importância, envia-o para o instituto de Napoleão no Cairo, e esta história ganha uma nova perspectiva a partir do documentário da BBC sobre as descobertas francesas, principalmente sobre a decifração dos hieróglifos por Jean-François Champollion. Aqui se pretende apresentar a história francesa acerca dessa descoberta sobre o Egito sob a ótica de um roteiro de documentário. Palavras-chave: pedra de rosseta, franceses, documentário, hieróglifos, descoberta.

O estranho: A construção da marginalização e do desvio judaicoconverso na narrativa De Fide Catholica de Isidoro de Sevilha e no IV Concílio de Toledo (633) Cristiane Vargas Guimarães (UFRRJ) Ao trabalharmos com a interface entre a história e a psicanálise, Freud pode nos auxiliar a investigar a imagem que o bispo Isidoro de Sevilha (562-636) constrói do judeu e do converso de origem judaica em seu tratado polêmico De Fide Catholica contra Iudaeos e no IV Concílio de Toledo realizado em 633 que foi por ele presidido. O pai da psicanálise assevera que o estranho (unheimlich) é aquela espécie de coisa assustadora que remonta ao que é bastante familiar. Sendo assim, verificamos que a atuação do bispo hispalense tinha como objetivo romper a relação de contiguidade que o cristianismo mantinha com o judaísmo e busca desarticulá-lo para, em última instância, erradicar este último do Reino Visigodo de Toledo. Palavras-chave: Isidoro de Sevilha, judeus e conversos de origem judaica, marginalização.

Penetrando o covil das lobas: representações de prostitutas na literatura do principado romano Danieli Mennitti (UNESP Assis)

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O presente trabalho tem como objetivo versar sobre as representações da prostituta no principado romano, tomando-se como fonte a obra de Marcial e Juvenal. A prostituta tinha um papel social, cultural e simbólico consideravelmente relevante para a sociedade romana, ainda que se procurasse reduzir ou “maquiar” os papéis que poderiam exercer. A construção dessa visão negativa e baixa da prostitua serve como contra-exemplo de uma mulher aristocrata idealizada. Quando se quer rebaixar ou menosprezar uma mulher da elite, compara-se a mesma a uma prostituta. Entretanto, essa é a visão mais tradicional/consensual sobre as prostitutas romanas. Vale ressaltar que, contudo, não há uma homogeneidade na categoria das prostitutas. Palavras-chave: Prostituição, gênero, papel social.

Entre Metastasio e Mozart: a apropriação da Antiguidade GrecoRomana na ópera seria do século XVIII Diogo Pereira da Silva (Universo) Nesta comunicação, temos por objetivo analisar a apropriação de temas da Antiguidade Greco-Romano em produções operísticas do século XVIII, considerando a relação entre o topos da historia magistra vitae e a construção do libreto da opera seria La Clemenza di Tito de Metastasio, e sua adaptação por W. A. Mozart. Palavras-chave: Mozart, Metastasio, Opera Seria.

Disputas políticas e teatro: arqueologia teatral e hetaireias na antiguidade clássica ateniense Dolores Puga Alves de Sousa (UFRJ/UFMS) A partir da peça Bakxai (As Bacantes) de Eurípides, e Bátraxoi (As Rãs) de Aristófanes, do festival de 405 a. C. em Atenas, problematizase o uso do teatro como instrumento de financiamentos e disputas políticas. Traduzem a agon política em jogo: as hetaireías de poetas, magistrados, coregos e theatronai. As obras traduzem, na sutileza da mensagem estética, o grupo político que o financiou para a sua apresentação a público. Além disso, pretende demonstrar, a partir de estudos arqueológicos do teatro de Thorikos e do Teatro de Dionísio em Atenas, que os usos e interesses sociais que se fazem desses teatros está presente na idealização de suas construções. Palavras-chave: teatro antigo, hetaireias, arqueologia teatral.

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Proaíresis e Thymós em Medeia de Eurípides Dulcileide Virginio do Nascimento Braga (UERJ) A bárbara Medeia ficou conhecida por ser uma mulher violenta que se deixou conduzir por seu thymós, mas a versão de Eurípides nos leva a outra reflexão: Medeia foi conduzida por uma proaíresis. Esta comunicação, portanto, pretende desconstruir a representação ainda vigente acerca de Medeia como uma mulher insana através da análise da tragédia homônima de Eurípedes em cotejo com as narrativas de Apolônio de Rodes e de Píndaro. Palavras-chave: Proaíresis, thymós, Medeia, representações.

Redescobrindo o Egito Faraônico sob a perspectiva de Giovanni Battista Belzoni Elisângela Aparecida Zaboroski (UFSC) Quem é Giovanni Belzoni? Um artista de circo, um explorador de antiguidades, um escritor, um arqueólogo ou um contrabandista de peças egípcias? O fato é que Belzoni (1778-1823) apresenta em suas Narrativas sua incursão pelas terras do Egito e da Núbia no século XIX. Em forma de um relato de viagem com características que ressaltam a capacidade constante do autor em maravilhar-se com os objetos encontrados, a riqueza dos detalhes, sendo estes minuciosos e sua linguagem simples, própria de relatos descritivos, fazem de sua obra, além de um documento de grande relevância para a arqueologia, um registro literário de grande importância para a área dos estudos de literatura de viagem, visto seu caráter informativo. Palavras-chave: Egito Faraônico, Belzoni, Viagem, Narrativas.

Entre o Egito faraônico e o árabe: um olhar sobre as viagens de Giovanni Battista Belzoni e Richard Francis Burton pelo Egito no século XIX Elisângela Aparecida Zaboroski (UFSC) A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: “Não há mais que ver”, sabia que não era assim. O fim duma viagem é apenas o começo doutra, é através deste pensamento de José Saramago que se apresenta um estudo acerca do Egito Antigo sob as perspectivas de NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Giovanni Belzoni e Richard Burton. Esses viajantes descreveram em seus relatos de viagem uma visão muito particular do Egito, como se o leitor que se coloca e que observa à margem encontrasse dois Egitos distintos, de períodos e culturas totalmente diferenciadas e a esse respeito tratam-se as considerações desta pesquisa. Palavras-chave: Burtin, Belzoni, Egito Faraônico, Egito Árabe.

A práxis do feminino nas tragédias Antígona e Electra de Sófocles Elizabeth Baptista R. Silva (UFRJ) Esta comunicação tem por objetivo examinar como o tragediógrafo Sófocles descreveu o comportamento e atribuiu voz a duas personagens míticas, Electra e Antígona, em suas obras homônimas e, em seguida, confrontar a representação sofocliana com as utilizadas pelos demais autores trágicos em relação às mesmas personagens. Palavras-chave: Práxis, Antígona, Electra, Sófocles.

Multiplas faces do Feminino: Electra e Antígona da obra de Sófocles Elizabeth B.Ribeiro Silva (UFRJ) O presente trabalho tem por finalidades tecer comentários a respeito das Múltiplas Faces do Feminino nas obras de Sófocles, Electra e Antígona. Electra, princesa de Micenas, Antígona de Tebas. A presente comunicação pretende destacar o prósopo das personagens Electra e Antígona, mostrando de que forma ambas se assemelham em seu comportamento nas Múltiplas Faces do Feminino. Discutir o comportamento feminino é tentar entender como se destaca as diversas faces das personagens em questão, visto que a mulher da época era renegada e subjugada por conta da dominação patriarcal. Palavras-chave: Múltiplas-Faces.

A ação do coro na formação política e militar dos atenienses Felipe Nascimento de Araujo (NEA-UERJ) Esta comunicação tem como objetivo analisar a presença do coro ateniense na formação política dos cidadão-soldados, sendo a música utilizada como um elemento disciplinador que visava a eficiência do 24

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combate e a integração dos indivíduos à pólis. Podemos encontrar evidências desta interação na cultura material da época representada pela cerâmica ática, que demonstra ter ocorrido um desenvolvimento análogo entre a transformação dos coros ditirâmbicos em coros cívicos, fato este relacionado diretamente com o processo de formação das falanges hoplíticas. A seleção de nosso corpus documental é datado entre o final do período arcaico e meados do período clássico (520-430 a.C.) Palavras-chave: Atenas, música, coro, hoplitas, cidadão, soldado. Χρίστος Πάσχων: a tragédia bizantina e seus ecos clássicos Fernanda Lemos de Lima (IL/UERJ/FAPERJ) Resumo: Χρίστος Πάσχων, um texto erroneamente atribuído a Gregório Nazieno, como aponta Van Cleef, seria considerado, em termos estruturais, a única tragédia bizantina que chegou até os nossos dias. Trata-se de uma obra bizantina datada aproximadamente entre os século 11 e 12 , cujo tema é a paixão de cristo e cujos moldes formais são os da tragédia grega. Ela se vale não apenas dessa forma teatral clássica, mas igualmente de versos Eurípides, entre outros autores áticos, além de passagens cristãs retiradas do Antigo testamento dos Evangelhos. A partir de uma exegese e tradução do texto dramático bizantino, pretende-se compreender o processo de construção de uma obra cristã cujo modelo estrutural é o da tragédia ática, nitidamente nascida em um contexto pagão helênico, buscando perceber ainda quais as implicações culturais e religiosas na composição da referida tragédia e na conceituação de trágico no ambiente cristão.

A História Augusta e a Narrativa Biográfica Senatorial: Os pormenores discursivos da Vita Hadriani Filipe Nascimento Silva (Unicamp) Esta comunicação pretende discorrer acerca da arbitrariedade e da estética persuasiva das narrativas históricas e biográficas senatoriais da Antiguidade Romana. Procurar-se-á identificar os pormenores conceituais e os inevitáveis limites epistemológicos que permeiam a utilização das mesmas enquanto fontes históricas concernentes ao mundo antigo. Para tanto, discorreremos sobre um estudo de caso específico que nos permite entrever as principais questões inerentes à

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utilização da narrativa biográfica senatorial apresentada na História Augusta para o estudo da vida e do principado de Adriano. Palavras-chave: Biografias Imperiais, História Augusta, Vida de Adriano.

Os nomes de Ulisses na Odisseia de Homero Flávia Maria Schlee Eyler (PUC-Rio) O reconhecimento de Ulisses como si mesmo, em seu retorno a Ítaca, está marcado no canto VIII da Odisseia quando o poeta Demódoco canta os grandes feitos dos heróis em Troia. Ao apresenta-se como Ninguém diante dos Ciclopes, o herói indica a necessidade de revelarse como um outro de si mesmo. No cruzamento destes dois cantos, podemos perceber a variabilidade e oscilações do conceito de identidade como idem e como ipse que Paul Ricoeur desenvolve em suas reflexões. Palavras-chave: Ulisses, Homero, Odisseia.

Hashepsut, legitima herdeira do trono ou uma usurpadora? Flávia de Souza Reis (Simonsen) O objetivo geral desse trabalho é discutir a “legitimidade” de Hatshepsut como Faraó do Egito, através de elementos por ela apresentados para provar essa,”legitimidade”, como a soberana teria agido e preenchido, supostamente, todas as lacunas sem deixar abertura para ser contestada,ocupando um cargo masculino, exercendo, dirigindo, tomando decisões e se dispondo a verificar se o fato de ser mulher não há tornaria incapaz de agir com veracidade em um reino, país, cidade entre outros cargos de liderança, observar o relacionamento pessoal entre Hatshepsut e seu enteado e sobrinho Tutmés III. Verificar também os interesses envolvidos e os beneficiados e prejudicados de determinadas decisões, aceitação e disputa política com ou sem consenso. Do mesmo jeito que Tutmés III poderia amar Hatshepsut e ser agradecido, como o mesmo poderia suprir ódio pela soberana, por disputas de poder. Palavras-chave: Hatshepsut. Um fascínio construído: a contribuição da Egiptologia inglesa do século XIX na criação de um Egito fantasioso e exótico Gabriela Pratavieira de Oliveira (UNICAMP)

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Esta pesquisa, que pretendo apresentar como comunicação, tem como objetivo analisar o discurso Orientalista presente na Egiptologia inglesa, entre os séculos XIX e XX, e sua contribuição na construção de uma imagem fascinante do Egito Antigo. Para isso, analiso a obra The Tomb of Tutankhamen de Howard Carter. Palavras-chave: orientalismo, discurso, Egito.

O princípio de coesão social na literatura sapiencial no Reino Médio da antiga Kemet Giselle Marques Camara (PUC-Rio) Os antigos egípcios não nos legaram “textos históricos”, visto que a concepção de mundo dos mesmos não comportava tal atribuição de sentido ao tempo e ao espaço como vivenciados pela modernidade. Consoante essa postura teórica em relação à construção de uma compreensão sobre o universo cultural produzido pelos antigos, o conceito de “literatura egípcia” igualmente não faria sentido, mas tem sido amplamente utilizado pelos estudiosos da egiptologia para classificar uma parte significativa do corpus documental produzido pela sociedade em questão. Obviamente, os próprios egípcios não criaram uma designação específica que correspondesse ao que denominamos por gênero narrativo “literatura”. Sendo assim, com o intuito de sistematizar a produção escrita dos antigos, os egiptólogos criaram categorias temáticas das quais nos ateremos às designadas “Literatura Pessimista” e “Sebaits” (Ensinamentos/Instruções), cujos textos mais antigos são datados do Reino Médio. A análise recaíra sobre a função social dos textos que, se por um lado apontam para os infortúnios sofridos em períodos de instabilidade institucional (ocasionados por crises internas ou invasões estrangeiras), por outro fornecem um manual dos valores e regras sociais a serem seguidos e vivenciados pelos egípcios, a fim de que a coesão social e institucional pudessem manter a ordem no plano humano e cósmico. Palavras-chave: coesão social, egípcios, Sebaits, Literatura Pessimista.

Gladiadores Antigos e Modernos: uma breve comparação Guilherme Soares Ketzer (Unicamp)

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Atualmente, a figura dos gladiadores cumpre um papel importante na composição do imaginário ocidental sobre o Império Romano. Grande parte dessa importância se deve às representações cinematográficas sobre essas personagens, em particular ao famoso "Gladiador" (2000), de Ridley Scott. Partindo de tais pressupostos, o presente trabalho visa a uma análise da imagem dos gladiadores construída no filme em comparação com a imagem das mesmas figuras presentes nos epigramas de Marcial, contidos no "Livro dos Espetáculos". É importante ressaltar que a comparação não se baseia em uma relação correto/incorreto acerca dos gladiadores, mas parte do pressuposto que cada uso do passado resulta em uma construção do mesmo, e é agregada com valores que fazem sentido em sua própria temporalidade. Palavras-chave: Gladiadores, Roma Antiga, Marcial, História e Cinema. “Deixar tudo é pouco”: eremitismo e anacoretismo nas “Vidas” de Antão do Deserto e Paulo de Tebas Jorge Gabriel Rodrigues de Oliveira (UFRRJ) Este trabalho visa estabelecer limites conceituais entre o eremitismo e o anacoretismo no âmbito do monaquismo copta, a partir da observação comparativa das “Vidas” de Antão do Deserto, hagiografado por Atanásio de Alexandria e considerado o “pai dos monges”, e de Paulo de Tebas, hagiografado por Jerônimo de Estridão, considerado o “primeiro eremita”. Ambos, segundo consta, afastaramse do “mundo social” que estavam inseridos e adotaram o eremitismo/anacoretismo, práticas monásticas que se fundamentam na ideia da fuga mundi, como seus ideais de vida cristã, passando a habitar os desertos egípcios na solidão, porém “acompanhados” de anjos e demônios.

Imagem e poder nos retratos de Alexandre o Grande José Geraldo Costa Grillo (UNIFESP) Imagens estavam por toda parte no mundo helenístico, e ascensão de Alexandre ao seu do governo teve forte impacto sobre esse fenômeno. As artes das póleis gregas foram adaptadas às novas exigências da nova forma de governo, especialmente o culto ao soberano. O individual tornou-se preponderante sobre o coletivo, fazendo da retratística a arte por excelência. Surgiu a compreensão de 28

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que os estilos têm histórias com significados codificados, que estilos específicos são apropriados para determinados gêneros e temas. A educação retórica ganhou um papel mais abrangente, incluindo os artistas e seu público. Nesse contexto, o autor demonstra como nos retratos de Alexandre foram utilizados os valores de excelência (areté) e de caráter (êthos) para personificar nele ideias de poder (dýnamis, arché). Palavras-chave: Eremitismo, Anacoretismo, Antão do Deserto, Paulo de Tebas.

As representações imagéticas de musicistas-citaristas pedagogas na tirania dos Pisistrátidas (560 a 510 a. C.) José Roberto de Paiva Gomes (UFRJ) Safo de Lesbos foi representado por Sappho painter como um modelo idealizado de musicista-citarista na sociedade ateniense do período arcaico. A historiografia tende a estabelecer o paradigma social da poetisa de Lesbos transitando entre uma simposiasta e uma professora de jovens nubentes em contexto coral. Acreditamos que Safo tenha sido representada e apropriada como um modelo educacional valorizado pela tirania. A partir da ação social de Safo como professoras de coros, de forma comparada, podem apontar a existência de grupos sociais femininos em Atenas, voltados para apresentações em festivais, como as Panateneias, como retrata uma oinochoe de Goluchow painter, que simboliza uma jovem nubente, homenageada pelos seus parentes, como uma musicista-citarista nos padrões jônicos sob o regime da tirania dos Pisistratidas. Palavras-chave: Tirania, Pisistratidas, Representações Imagéticas, musicista-citarista, pedagoga.

Dilemas sobre o surgimento da Historiografia Latina: Momigliano e o estudo de Fábio Pictor Juliana Bastos Marques (UNIRIO) Partindo de uma leitura crítica da análise de Arnaldo Momigliano sobre a influência de Fábio Pictor no desenvolvimento da historiografia ocidental, pretendemos discutir os principais pontos de debate sobre o autor romano, como a influência da historiografia grega versus as fontes pré-historiográficas da Roma republicana, a questão da propaganda como motor da obra, a adequação do termo “analista” e o problema da atribuição dos fragmentos. O texto propõe que a leitura NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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de Momigliano concentrada na importância da história nacional pode ser revista no atual contexto do início do século XXI, considerando-se como ponto-chave a integração do Mediterrâneo no período helenístico e da Segunda Guerra Púnica, comumente abordados de formas separadas no estudo da História Antiga. Assim, esse contexto é em última instância análogo ao contemporâneo, em que a historiografia parte de modelos consolidados mas é produzida em espaços novos e distintos, que clamam legitimidade. Um grupo de “loucos, desonrados e estúpidos, e somente para escravos, mulheres e criancinhas” Juliana Batista Cavalcante Miranda Tavares (UFRJ) A citação que nomeia grande parte do título desta comunicação foi registrada por Celso no início do século II EC. Apesar de ser proferida em um tom de pura crítica e desmerecimento dos grupos paleocristãos, Celso acabou por fornecer alguns indícios da composição socioeconômica destes: indivíduos de baixo stauts social, havendo escravos, crianças e mulheres no meio destes grupos. Estes personagens passaram muito tempo silenciados dos estudos paulinos, ainda que haja uma quantidade verdadeiramente impressionante de excertos em que Paulo faz menção aos mesmos. Foi apenas com o ingresso dos estudos feministas, que se encaixam dentro da fase da “Nova Perspectiva” (por volta dos anos 1950), que estes indivíduos passaram a ganhar espaço no campo do Paulo Histórico. Para a presente comunicação iremos nos deter apenas as mulheres. Buscando apontar alguns elementos centrais para compreender o papel das mesmas no interior das comunidades paulinas. Palavras-chave: Historiografia, Mulheres, Paleocristianismos Paulinos.

Titulatura real no Egito Faraônico e Ptolomaico: a Escrita Hieroglífica como Representação Julio Cesar Mendonça Gralha (UFF-ESR) No presente trabalho pretendemos analisar a titulatura real de monarcas faraônicos e ptolomaicos como elemento de representação de poder, e elemento de influência na elite burocrática e sacerdotal. A escrita hieroglífica — considerada divina e mágica — poderia assim ratificar e materializar ações descritas na titulatura. Durante o período

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ptolomaico algumas inovações foram incluídas de modo a dar conta, aparentemente, do binômio egipto-helenístico. Palavras-chave: Egito Faraônico, Egito Ptolomaico, escrita, magia, poder.

Tempo, espaço e paisagem: um olhar interdisciplinar sobre a urbanização da cidade de Caesarea Junio Cesar Rodrigues Lima (UERJ) Urbanizada pelo rei Herodes no século I a. C., a cidade de Caesarea tornou-se o principal porto da Syria et Palaestina e um dos mais ativos da costa do Mediterrâneo, servindo como centro político, econômico e social da Iudaea nos séculos seguintes. Caesarea Stratonis foi cenário para o desenvolvimento das relações socioculturais e políticas entre romanos, sírios, judeus e outros povos que circulavam pela região rumo ao Mediterrâneo. O discurso de Flávio Josefo sobre a fundação de Caesarea, a descrição urbanística que o historiador hebreu faz da cidade em sua obra “Antiguidades Judaicas” e as escavações arqueológicas realizadas nos últimos anos, nos permitem apreender o desenvolvimento das relações socioculturais e políticas a partir do diálogo interdisciplinar entre História, Antropologia e Geografia. Palavras-chave: Tempo Histórico, Espaço Antropológico, Paisagem Cultural, Relações Socioculturais.

O encontro de Jesus com Moisés, Buda e Platão: escavando os fundamentos do cristianismo de Tomé Lair Amaro dos Santos Faria (PPGHC/IH/UFRJ) Descoberto há 70 anos, o Evangelho de Tomé apresenta ainda muitos desafios aos especialistas. Um deles é o de decifrar as bases sob as quais a comunidade que o redigiu assenta sua teologia. Ao longo das sete décadas em que esteve submetido ao escrutínio acadêmico, várias hipóteses foram aventadas no intuito de compreender o porquê de apresentar um Jesus tão distinto dos outros evangelhos conhecidos. Neste trabalho, faz-se um apanhado geral das associações já feitas entre Tomé e correntes de pensamento da Antiguidade. Palavras-chave: Cristianismos, Evangelho, Tomé.

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El ritual como materialización de proyectos políticos: una comparación de las representaciones rituales en tumbas de Amarna y Tebas Liliana Manzi María Violeta Pereyra Rennan de Souza Lemos (UBA-CONICET/Museu Nacional-UFRJ) Nuestro estudio se propone mostrar que la práctica ritual es una materialización de proyectos políticos. En el caso de la necrópolis de Amarna ese proyecto se asocia a la reforma de Akhenaton y a la idea de purificación, mientras que en Tebas es posible vincularlo con la restauración posamarniana de Amón. Para ello analizamos las escenas registradas en las tumbas de los funcionarios contemporáneos y su articulación como forma de representación en un paisaje cuyo carácter era litúrgico, siendo las relaciones de visualización entre el templo y las tumbas otra forma de materializar esos proyecto, de los que participaron las elites. Palavras-chave: Necrópolis Tebana, Necrópolis de Amarna, Elites, Proyecto Neferhotep.

Gregos no Egito: a cidade como fonte para o estudo da sociedade egípcia no Período Ptolomaico (332-30 a.C.) Liliane Cristina Coelho (Uniandrade/NEA-UERJ) Os gregos estavam presentes no Egito mesmo antes da dominação imposta por Alexandre, o Grande, em 332 a.C.. A partir do século VII a.C., com a instalação da primeira cidade grega no Egito, Naukratis, é possível perceber uma influência do urbanismo grego na cidade egípcia, configurada principalmente pela distribuição dos equipamentos urbanos no interior das localidades. Tal configuração leva também ao estabelecimento de diferentes relações sociais, que podem ser percebidas especialmente quando analisadas por meio do uso dos espaços. O objetivo deste estudo, assim, é perceber as mudanças e permanências na configuração urbana da cidade grega no Egito quando comparada à cidade egípcia do Segundo Milênio a.C., bem como entender as relações entre gregos e egípcios no contexto urbano. Palavras-chave: Egito Antigo, Cidade, Sociedade. Antioquia, o Mediterrâneo e as missões paulinas: uma análise dos fatores que levaram ao surgimento de uma nova religião Lucas Gesta Palmares Munhoz de Paiva (FAECAD) 32

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Este trabalho pretende analisar quais fatores influenciaram o crescimento de uma facção dentre as várias oriundas do movimento de Jesus, na primeira metade do século I, e como essa facção se tornou hegemônica no Mediterrâneo conformando aquilo que seria chamado posteriormente de religião cristã. Abordaremos os principais aspectos da formação dessa facção, que se deu em Antioquia, a qual unia uma experiência religiosa cosmopolita, vinda de camadas sociais excluídas do judaísmo tradicional da Palestina somada à visão paulina de se utilizar da tecnologia romana no Mediterrâneo para a expansão do novo conceito de missão. Faremos um corte temporal entre as décadas de 30 e 50 d.C., utilizando como fonte a documentação bíblica do livro de Atos e das cartas paulinas. Palavras-chave: Antioquia, Mediterrâneo, missões paulinas.

Isócrates e a busca pela união das poleis no século IV a.C. Luciane Felisbino (UFPR) Este trabalho tem por objetivo pensar em que medida podemos falar em identidade grega na antiguidade, tendo em vista a autonomia e diferenças entre as poleis gregas. Desta forma, analisando o Panegírico de Isócrates, escrito em 380 a.C., buscamos entender se haveriam e quais seriam os elementos comuns entre essas poleis. Percebemos neste discurso dois tipos de oposição de grupos: gregosbárbaros e atenienses-lacedemônios. Assim, tendo em vista os elementos identificadores gregos, dentre eles a política e a paidéia, percebemos uma diferença entre a oposição atenienseslacedemônios, na qual os segundos eram vistos de forma antagônica aos primeiros quanto mais este se aproximava do bárbaro. Enquanto a alteridade gregos-bárbaros parece deixar clara a posição dos bárbaros no exterior do mundo grego. Palavras-chave: helenismo, Isócrates, união das poleis.

Projeto Ítaca: Explorando a Mitologia no Audiovisual Lúcio De Franciscis dos Reis P. Filho (UEMG) Em nossa proposta, apresentaremos o “Projeto Ítaca: Explorando a Mitologia no Audiovisual” (BIC Jr./FAPEMIG). Para Henry Jenkins (2009), a ideia de que o cinema se aproxima das estruturas dos mitos tornou-se consenso entre a geração atual de cineastas e designers de games. Jenkins não pretende afirmar que as obras contemporâneas NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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tenham a mesma profundidade de significados embutidos; no entanto, atrairiam os consumidores de volta aos clássicos, colocando-os novamente em circulação. Considerando que os épicos homéricos ainda moldam a produção cultural na contemporaneidade, iniciamos tal projeto em vias de observar a recepção dos clássicos nos games da série Final Fantasy. A primeira etapa, em desenvolvimento, visa identificar os monstros da mitologia grega que aparecem nesses games. Palavras-chave: Projeto Ítaca, Audiovisual, Games, Final Fantasy, Recepção.

Méter e métria: uma questão sobre a maternidade Lucy Lopes Duarte (UERJ) Incapazes, mas indispensáveis, são como as mulheres helênicas do período clássico são mencionadas, normalmente, na literatura. Restando-lhe uma única honra: a maternidade. Esta comunicação, portanto, a partir de relatos míticos e literários abordará a diferença sociocultural existente ente a méter e a métria, e como a tradição helênica influenciou as representações presentes na atualidade. Palavras-chave: Méter, métria, mitologia, literatura.

Construindo o Conhecimento a partir de Objetos: Oficina Pedagógica no Museu Nacional Luisa da Fonseca Tavares (UFRJ) Considerando os objetos museológicos fontes inestimáveis de conhecimento para o ensino de História, pensando a partir do conceito “biografia do objeto” apresentado por Yassuda (2009), desenvolvemos a oficina pedagógica “O Mistério do Shabti” partindo do método do “drama” de Cabral (2006), tendo em vista a Educação Patrimonial. A atividade realizada no Museu Nacional da UFRJ utilizou-se do Shabti, um objeto de expressão do patrimônio cultural do povo egípcio antigo, para a construção de conhecimento histórico e arqueológico, explorando algumas de suas utilidades: a questão religiosa e funerária. Nesse trabalho descrevemos a oficina refletindo sobre os conceitos que as sustentam de modo a contribuir com a Educação Básica. Palavras-chave: Educação Patrimonial, História Antiga, Educação Básica, Egito Antigo, Museu Nacional.

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O alvorecer da biblioteca na antiguidade mesopotâmica Luiz Felipe Sousa Curvo (IFMA) O alvorecer da biblioteca se trata do surgimento de coleções textuais na antiguidade mesopotâmica, local de invenção da escrita cuneiforme. As bibliotecas da alta antiguidade mesopotâmica podem ser assim denominadas apesar de restrição objetiva do que caracteriza e define uma biblioteca. Elas surgem a partir das crescentes necessidades de registro de comunicação da civilização da Suméria e com o passar do tempo criam uma nova estruturação na sociedade. A principal biblioteca da Mesopotâmia foi a do Rei Assurbanipal que reuniu cerca de 30 mil tabuletas de argila em Nínive, capital do Império Assírio. Mediante a pesquisa exploratória busca-se identificar os anseios que levaram ao desenvolvimento da biblioteca além de sua importância nos estudos de antiguidade do médio oriente. Palavras-chave: Nínive, Assíria, Suméria, Escrita Cuneiforme, Biblioteca de Assurbanipal, História das Bibliotecas.

El arte de narrar. El mito: Esa fuente inagotable de sentido María Cecilia Colombani (UM/ UNMDP) El proyecto de la presente comunicación consiste en pensar la función mítica como el arte de narrar y, a partir de su efecto de verdad, el arte que contribuye a otorgar un domicilio existencial a los hombres. Se trata de indagar la dimensión ético-antropológica del mito como relato fundacional. El mito así entendido es una usina productora de significaciones múltiples; una verdadera dación de sentido que ubica espacio-temporalmente a los hombres. Los relatos constituyen configuraciones espaciales y temporales, más allá de que el mito se juegue en un tiempo áltero, el prestigioso tiempo de los orígenes o de los comienzos, dominado por el “érase una vez”. La tarea del poeta resulta entonces una poiesis instituyente de la propia configuración existencial. El relato mítico inunda la vida en su totalidad, al tiempo que constituye la respuesta que una determina época necesita para saciar su incertidumbre. Esta tarea instituyente tiene que ver con su capacidad de revelar las verdades esenciales para una comunidad determinada. Constituye un paradigma que legitima modos de pensamiento y de conducta, costumbres, instituciones y formas de habitar el mundo. En este sentido, la tarea del poeta sobrevive desde los tiempos más remotos porque su logos es precisamente el que preserva, resguarda y custodia los grandes relatos. El relato mítico se inscribe así en una tradición de conservación de la memoria colectiva. NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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El relato mítico da cuenta en su materialidad de la capacidad del hombre de producir formas narrativas a partir de las cuales puede responder a su asombro. Representa, sin duda, una originaria competencia comunicativa que genera un espacio de significaciones compartidas y hace de la praxis narrativa una experiencia intersubjetiva entre el poeta y su auditorio. Quizás podamos pensar con Mircea Eliade que “conocer los mitos es aprender el secreto del origen de las cosas” y es este secreto lo que maravilla, lo que admira y genera la primera conciencia de no saber. Palavras-chave: relato mítico, narrativa.

A questão religiosa no norte-africano Maria do Carmo Parente Santos (UERJ) O norte da África desde a Antiguidade manteve estreitas relações econômicas e culturais tanto com a Europa meridional quanto com os reinos do Oriente médio. Este fato fez com que o território africano tenha sido conquistado pelos romanos, estabelecendo assim um processo de intensa romanização que podia ser constatado pelo brilho de suas cidades, cujos habitantes orgulhavam-se em ser súditos do império.O cristianismo ao difundir-se criou raízes profundas nesta região, onde viveram importantes figuras da Igreja. Contudo, no século VII a chegada dos muçulmanos fez com que em pouco tempo as populações fossem se convertendo à fé islâmica. O nosso trabalho constitui-se numa reflexão sobre este processo e o seu impacto na cultura romana ocidental. Palavras-chave: cristianismo, islamismo, igreja.

Múltiplas "paisagens religiosas": a religio publica romana do século I AEC e a descrição da procissão da Magna Mater no De Rerum Natura de Lucrécio Maria Eichler Sant' Angelo (UNIRIO) Na presente comunicação, analisaremos, com o auxílio do conceito de “paisagem religiosa”, a descrição da procissão da imago da deusa Magna Mater em Roma, presente no poema De Rerum Natura de Lucrécio. O emprego do instrumento analítico em questão nos permitirá elaborar uma perspectiva compreensiva desse percurso processional que considere, simultaneamente, a materialidade visível do espaço ritual que o delimita, e a construção simbólica feita sobre esse mesmo espaço religioso e as práticas cultuais a ele associado. A pragmática 36

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poética lucreciana ressignifica os gestos e momentos da procissão em honra da deusa, e sua paisagem literária se sobrepõe àquela organizada e politizada da religio publica romana, a qual temos acesso mediante os vestígios arqueológicos e demais fontes literárias romanas. Palavras-chave: Religião romana, Paisagem religiosa, Lucrécio.

Medeia, Fedra e Clitemnestra: personagens trágicas em contraste Marianne Franco Pereira (UERJ) O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção de três personagens de tragédias clássicas marcadas pelo tema da vingança. Pretendemos comparar Medeia, Fedra e Clitemnestra, traçando um paralelo do relacionamento de cada uma delas com seus respectivos pares e de como esse percurso atingiu o clímax trágico. Para tanto, devemos levar em consideração especialmente as tragédias Medeia e Hipólito, de Eurípides e Agamêmnon de Ésquilo, sem, no entanto, rejeitar outros textos que dialoguem com as respectivas peças, como por exemplo, a Medeia de Sêneca. Assim, esperamos que seja possível encontrar entre essas três personagens o ponto central do qual tenham se originado seus amores, ódios e vinganças, acreditando que as características principais que conectam Medeia, Fedra e Clitemnestra possam nos direcionar para os elementos essenciais, que as tenha garantido a condição atemporal de grandes heroínas clássicas. Palavras-chave: Medeia, Fedra, Clitemnestra, Vingança.

Pensando o Mediterrâneo Antigo nos Videogames: Discursos, Representações e Narrativas Marina Fontolan (UNICAMP) Ao pensarmos em videogames é comum imaginá-lo como um “passatempo de crianças e nerds”, sem relevância cultural. Todavia, os processos relacionados à produção e usos dos videogames representam uma importante fatia financeira do mercado da indústria cultural. O potencial deste mercado faz com que a criação de jogos nos mais variados estilos seja algo constante, algo que inclui uma temática vinculada ao Mediterrâneo Antigo. Com isso, o objetivo dessa comunicação será pensar quais discursos, narrativas e representações os videogamos se utilizam para reconstruir a antiguidade. NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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Palavras-chave: Antiguidade, Mediterrâneo Antigo, História Antiga, Videogames.

As sacerdotisas de Isis em Atenas Marina Rockenback de Almeida (UFRJ) Torna-se possível identificar e caracterizar as sacerdotisas de Ísis e compreender a propagação de seu culto através de uma série de vestígios mnemônicos; que são capazes de produzir uma automática compreensão sob o olhar de quem o observa. Cada elemento representativo e/ou relacionado à deusa transmite significado e se comunica com o ambiente externo, o que possibilita a identificação dos devotos à deusa, além de propagar o culto através do espaço e do tempo.As representações referentes às sacerdotisas de Ísis contêm alguns elementos essências de identificação tais como: o nó na roupa (tit), a sítula e o sistrum. Estes são elementos fornecidos pela cultura material que através da união entre a história, a geografia e a antropologia são produtores de significado e nos auxiliam na construção de uma identidade relativa da fundamentação do culto da deusa Isis entre atenienses. Palavras-chave: sacerdotisas, Ísis, Atenas.

Iconicity in Mycenaean Greek and its Relationship to Alphabetic Writing Maro Mertzani - UFPel Based on Saussure, it is commonly accepted in linguistics that the meaning of a symbol depends on a consensus within a language community. Hence, words are conceived as of being arbitrarily related to the world, and at the phonological level, with no actual “natural” connection between the signs and their denotata, and hence with no relationship to its meaning. The convention alone determines the relationship between form and meaning (Perniss, Thompson and Vigliocco, 2010: 1). However, current research demonstrates that a connection between symbol and meaning is possible through iconicity (e.g. sound symbolism), which occurs when content-free units convey meaning in certain linguistic contexts as in onomatopoeia. In this context, this seminar supports that languages make widespread and systematic use of non-arbitrary form-meaning mappings by providing empirical data on the iconicity among ancient and modern scripts.

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In particular, it discusses an ongoing interdisciplinary study in the Federal University of Pelotas (UFPEL), which examines the symbols of Linear B in relation to archaic and modern alphabetic scripts and their equivalent phonological values. The objective is to demonstrate correspondences between form (e.g. phoneme and grapheme) and meaning, both motivated by “perceptuo-motor properties of real-world experiences” (Perniss et al., 2010: 2) in certain historical and socio-cultural contexts. Hence, the iconicity of Linear B symbols, and the degree to which they look like the concept they represent is the focus of the study. The seminar discusses data for the syllabogram KA, specifically data that concern: (i) the degree to which KA reflects the meanings of the words, both phonetically and graphemically; and (ii) the extent to which people who do not know Linear B (they are not experts and/or specialists) can provide the meaning and sounds of the symbol. Data are discussed in association with cognitive archaeology, comparative linguistics and cognitive psychology.

Peithó, Nósos e Phýsis: A tessitura do argumento e da crítica sofística no Filoctetes de Sófocles Mateus Dagios (UFRGS) O objetivo é analisar como os conceitos de peithó (persuasão), nósos (doença) e phýsis (natureza) se interligam nas personagens Odisseu, Filoctetes e Neoptólemo para demonstrar como a tragédia Filoctetes (409 a.C.) pode ser compreendida como uma crítica de Sófocles aos sofistas e sua concepção de educação. Para isso, parte-se do argumento que problematiza o Filoctetes como uma tragédia da persuasão e da linguagem e da reafirmação do lógos como ferramenta política por excelência na Pólis. Trabalha-se a partir das concepções de Richard Buxton, Jean-Pierre Vernant, Pierre Vidal-Naquet, Charles Segal e Robin Mitchell-Boyask. Palavras-chave: Sófocles, sofística, Filoctetes, peithó.

O retrato de Augusto: Poder, Corpo e Mito Mayara Amaral Fernandes (EFLCH/UNIFESP) Esta comunicação pertence auma pesquisa de mestrado, em andamento, na Pós-Graduação em História da Arte da NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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EFLCH/UNIFESP. Estudo a retratística na época do Augusto, considerando três temáticas: poder, corpo e mito. Diante das abordagens praticadas atualmente na História da Arte Romana, opto por aquela denominada “arte e contexto”. A metodologia a ser utilizada é a seriação. Constituiu-se um corpus de obras produzidas no principado, a partir da bibliografia consultada. Para exemplificar, analiso a Gema de Augusto (lat. Gemma Augustea). O interesse é demonstrar que a arte romana pode ser considerada como política, sobretudo como instrumento do Estado Romano (Cf. Zschietzschmann, 1970), além de me aprofundar nos temas mito e corpo, fundamentais para a legitimação do poder e ainda pouco abordados. Palavras-chave: Arte Romana, Augusto, Retrato.

As fontes iconográficas de Santa Clara em Assis Miriam Lourdes Impellizieri Silva – (NEA-CEHAM-UERJ) Clara de Assis é uma das santas mais bem documentadas do Medievo. Além dos seus escritos, temos diversos tipos de documentos que apresentam sua vida e o ambiente em que vivia– atas do processo de canonização, bulas pontifícias, cartas, legendas, textos legislativos. Além disso, há importantes registros iconográficos em retábulos historiados, afrescos, miniaturas e iluminuras, vitrais, dos séculos finais do medievo. Entre estes últimos, destaca-se sua “Tavola”, hoje no transepto esquerdo da Basílica da santa em Assis, onde aparecem a imago e oito cenas de sua vida. Que textos inspiraram seu pintor, o anônimo Mestre de Santa Clara, na composição do retábulo e o que motivou a escolha das cenas ali retratadas são as questões que pretendemos trabalhar nesta comunicação. Palavras-chave: Franciscanismo Primitivo, Clarissas, Iconografia Clariana.

A representação do mito de Héracles por meio de um estudo de hidrias ceretanas Nancy Maria Antonieta Braga Bomentre (UNIFESP) Com o intuito de verificar a recepção do mito de Héracles em ambiente etrusco, o presente estudo irá focalizar vasos cerâmicos pintados tipo hídria, que foram localizados na cidade de Caeres, produzidos entre os 40

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séculos VI e V a. C., abrangendo um levantamento tanto iconográfico como iconológico. Palavras-chave: recepção, mito de Héracles, hidrias ceretanas, arte etrusca.

Representações policromáticas na Antiguidade Clássica: reflexões a partir da exposição “Deuses em Cores: As esculturas pintadas do mediterrâneo antigo (2004 - 2015) Natália Ferreira de Campos (UNICAMP) É extremamente difundida a idéia de que a arquitetura e as esculturas gregas e romanas da Antiguidade eram simplesmente brancas, ou melhor, desprovidas de pintura, deixando seu material, em grande parte dos casos, o mármore, a mostra. Essa noção, difundida a partir do renascimento, foi responsável por toda uma construção das sociedades grega e romana de um ideal monocromático e austero, além de também ser usada como forma de diferenciar e separar as sociedades ditas clássicas daquelas do Oriente ou da África. Essa comunicação pretende discutir alguns aspectos da produção desse discurso e sua relação com o público contemporâneo a partir da exposição itinerante, “Deuses em Cores: As esculturas pintadas do mediterrâneo antigo (2004 - 2015) que apresenta ao público o resultado de ampla pesquisa sobre a policromia antiga e coloca lado a lado as versões originais e cópias coloridas a partir dos diversos estudos realizados pela equipe responsável pela exposição. Palavras-chave: Antiguidade Clássica, escultura antiga, Arqueologia, usos do passado.

O Papel das Seitas e da Literatura Judaica na formação da Identidade Judaica em Alexandria Otávio Zalewski (UFRGS) O trabalho tem como tema a formação da Identidade Judaica na Antiguidade, em especial na maior comunidade da diáspora situada em Alexandria. Será analisado o papel fundamental das seitas e da literatura na formação desta identidade muito peculiar e inteiramente revolucionária para os moldes da época. O período de tempo analisado começa com o início do reinado de Ptolomeu I em 323 a.E.C. e termina com o final da grande revolta judaica contra Roma em 70 E.C. Palavras-chave: Identidade, Jewishness, Judaísmo.

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Repensando as representações do bárbaro em "Persas" de Ésquilo Pierre Romana Fernandes (UERJ) Por meio da linha teórica de Discurso e Representação, podemos conceber um diálogo entre o discurso produzido pela tragédia "Persas" de Ésquilo - encenada pela primeira vez em 472 a.C. em Atenas - com o contexto histórico-social da pólis ateniense a fim de identificar as prováveis intencionalidades e interesses do autor e uma representação do bárbaro - o persa - após as Guerras Greco-Pérsicas. No entanto, propomos uma releitura do discurso esquiliano demonstrando modos de pensamento que possibilitam a formação de novas representações dos persas além da "barbarização" do outro no processo de configuração da identidade ateniense. Palavras-chave: Discurso, Representação, Ésquilo, Persas.

Rainhas de Amarna: a influência de Tiye e Nefertiti no governo de Amenhotep IV/Akhenaton Priscila Cristina Nascimento Lopez de Scoville (UFPR) Filmes e séries já se tornaram parte do cotidiano das pessoas, contudo, eles não têm como prioridade ser acurado. Para garantir a trama, portanto, as histórias são dotadas de noções equivocadas trazidas pelo senso comum. Quando o tema é Egito Antigo, somos levados a crer em um local impermeável e imutável. Certamente, isso não é verdadeiro. Por isso, este trabalho visa apontar o papel das rainhas Tiye e Nefertiti, afim de romper com algumas noções criadas pelo senso comum, desmistificando a imagem do faraó e inserindo a região em seu contexto geográfico. Para tanto, teremos o governo de Akhenaton (c. 1352 - 1336 AEC) como delimitação temporal, visto que foi um período de agitação interna e reconhecimento externo. Palavras-chave: Egito Antigo, poder régio, rainhas. Recepções do mito: os usos e representações da imagem de Teseu Rafael Silva dos Santos (UERJ) A recepção de imagens é algo criterioso, de modo que as várias representações estéticas e artísticas ao longo da história não foram criadas por mero acaso, pois sempre havia um propósito para cada obra. A representação do herói Teseu não foge a isso. O herói mítico 42

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foi, e ainda é usado como um simbolo, uma imagem, uma forma de representação da cultura clássica. Aqui refletiremos acerca da representação do mito de Teseu e do Minotauro na antiguidade e na atualidade. Palavras-chave: Recepção, imagem, Teseu.

Construindo o Conhecimento a partir de Objetos: oficina pedagógica no Museu Nacional/RJ Raizza Teixeira dos Santos (UFRJ) Considerando os objetos museológicos fontes inestimáveis de conhecimento para o ensino de História, pensando a partir do conceito “biografia do objeto” apresentado por Yassuda (2009), desenvolvemos a oficina pedagógica “O Mistério do Shabti” partindo do método do “drama” de Cabral (2006), tendo em vista a Educação Patrimonial. A atividade realizada no Museu Nacional da UFRJ utilizou-se do Shabti, um objeto de expressão do patrimônio cultural do povo egípcio antigo, para a construção de conhecimento histórico e arqueológico, explorando algumas de suas utilidades: a questão religiosa e funerária. Nesse trabalho descrevemos a oficina refletindo sobre os conceitos que as sustentam de modo a contribuir com a Educação Básica. Palavras-chave: Biografia do objeto, Educação Patrimonial, História antiga, Educação básica, Egito Antigo, Museu Nacional.

Experiências de ações educativas no Museu Nacional: as oficinas pedagógicas do Laboratório de História Antiga Regina Maria da Cunha Bustamante (LHIA-UFRJ) Desde 2007, com a participação no projeto institucional da UFRJ para o Pro-Docência / CAPES/MEC e a preocupação com a melhoria da formação dos futuros professores, os graduandos em História da UFRJ elaboram e desenvolvem oficinas pedagógicas com temáticas centradas em História Antiga em disciplinas optativas do seu Curso. Especialmente, a partir de 2011, o foco das oficinas pedagógicas voltou-se para as exposições permanentes "Culturas do Mediterrâneo" e "Egito Antigo" do Museu Nacional da UFRJ com algumas peças das coleções da imperatriz Teresa Cristina e dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II. Como resultado desta atividade, produziram-se diferentes estratégias e métodos de ensino que favoreceram a aprendizagem de procedimentos de pesquisa, análise, confrontação, interpretação e organização de conhecimentos históricos escolares a partir da NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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experiência de refletir, articular, planejar e desenvolver atividades com parte do acervo patrimonial do Museu Nacional visando o ensino da História Antiga na Educação Básica. Nesta apresentação, realizaremos um panorama das oficinas realizadas até o momento. Palavras-chave: Ensino, História Antiga, Educação Patrimonial.

Os Orestes Áticos: a problematização do herói trágico Sarah Lopes Israel de Medeiros (UERJ) Neste trabalho discutimos acerca da ausência de uma teoria clássica voltada para o herói trágico e demonstramos que é possível encontrarmos protagonistas trágicos na contemporaneidade — não só no drama, como nas diversas manifestações da arte e da vida, uma vez que, por conta da ruína e do fracasso humanos, além da história, o ser humano comum pode viver situações trágicas, assim se torna protagonista de suas perdas. Para tanto, utilizamos o protagonista Orestes dos três grandes tragediógrafos gregos — Ésquilo, Sófocles e Eurípides — por este herói ser problemático e angustiado tanto em seu mito como em quase todas as suas adaptações. Palavras-chave: Herói trágico, Orestes, Protagonista trágico moderno.

Representação e Arqueologia em Documentários sobre Jesus Tami Coelho Ocar (UNICAMP) O trabalho terá como principal objetivo analisar o uso e a representação da Arqueologia em documentários sobre Jesus. Sabese que a base deste gênero cinematográfico é o convencimento do público, existindo muitas vezes instituições por detrás dessas produções, como grupos religiosos, culturais e até mesmo governos. Para tentar obter sucesso, a produção lança mão do uso de diversos recursos que possam ajudar a dar maior credibilidade ao discurso proferido. No caso de documentários históricos, além da chamada "fotografia" - item importante para filmes de qualquer gênero - há também entrevistas com profissionais da área, análise de documentos e análise de imagens propriamente ditas. Outro recurso muito comum é o uso da cultura material. Na própria escrita da História a Arqueologia é muito utilizada para auxiliar na afirmação de discursos. Em documentários não seria diferente: cenas de escavações, reconstituições das mesmas, ou apenas "takes" de artefatos, têm se mostrado ferramentas úteis durante a produção dos mesmos, principalmente em se tratando de películas sobre História Antiga. Para 44

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filmes que tratam sobre a história de Jesus de Nazaré não seria diferente. Muitos dos documentários que tratam acerca de sua vida trazem elementos da cultura material romana e judaica, referente à sua época. A proposta da comunicação, portanto, é trabalhar com o modo que os artefatos referentes à tal sociedade são utilizados em determinado documentário sobre Jesus. Os profissionais envolvidos, as cenas de escavações, as análises dadas às peças, o modo como as peças são mostradas e de que forma elas são utilizadas nas películas selecionadas, tendo como recorte temporal os anos 2000. Palavras-chave: Representação, Usos do Passado, Arqueologia, História Antiga, Jesus.

Narrativas de Alexandre, narrativas de Roma: Arriano de Nicomédia, Alexandre Magno e o Império romano Thiago do Amaral Biazotto (UNICAMP) Historiador grego nascido em Nicomédia, Flávio Arriano Xenofone (cerca de 90 – após 145/146 d.C) é autor da Anabasis Alexandri Magni, obra que recebeu, por considerável fração dos historiadores modernos, o invejável título de mais fidedigno relato de Alexandre advindo da Antiguidade. Composto por sete extensos livros, o tomo passa em revista toda a carreira do conquistador, com particular destaque às expedições miliares e à grande destreza de Alexandre como comandante. Respaldado por ele, a comunicação dará conta de analisar dois aspectos principais; a forma como Arriano narra a aquisição de costumes da coroa persa por parte de Alexandre (i.e., a adoção da proskynesis, dos trajes persas e a incorporação de soldados estrangeiros às tropas greco-macedônias) e as possíveis analogias traçadas pelo historiador nicomédio entre o Império de Alexandre o Império Romano, cenário no qual sua obra foi erigida Palavras-chave: Alexandre Magno, Arriano de Nicomédia, Historiografia Antiga.

De Iúlo aos Iulii: as Gentes Romanas e Itálicas em Busca do Passado Heróico Thiago Eustáquio Araújo Mota (UFG) Desde o período republicano, a persistente rivalidade nos círculos aristocráticos de Roma compeliu os nobiles a apresentarem genealogias familiares cada vez mais longitudinais e profundas, até o ponto de os filhos de Hércules, Evandro, Odisseu, Enéias (como Iúlo) NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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e outras figuras do ciclo épico troiano aparecerem na posição de ancestrais privilegiados de algumas famílias romanas. Este fundador heroico, tanto conferia elevado prestígio aos descendentes quanto preenchia as lacunas de uma linhagem sem ancestrais próximos ilustres, nem muitos Consulados para ostentar. Repensar as origens da gens e buscar uma vinculação com o passado heroico foi uma solução plausível para novos ramos que apareceram no cenário político ostentando antigos nomes gentílicos. Neste trabalho temos a intenção de mapear historicamente a formação da genealogia heroico divina dos Iulii (família de Júlio César e do Imperador Otávio Augusto) e suas múltiplas e contextuais apropriações pelos atores históricos para então compreender sua acomodação à arquitetura do épico de Virgílio, a Eneida. Para além dos feitos de Enéias, esta epopeia condensa a memória de várias gentes romanas responsáveis pelo engrandecimento da urbs, exalta também a bravura dos povos itálicos e suas tradições. Palavras-chave: Eneida, Épico Romano, Genealogia Heroica, Competição Aristocrática.

A presença da deusa Hekate na Ágora ateniense do período Clássico Tricia Magalhães Carnevale (NEA-UERJ) A Ágora ateniense configura-se como um espaço frequentado por um grande número de cidadãos seja para o exercício de atividades políticas, comerciais ou religiosas e, inclui em seu espaço a existência de dois santuários pertinentes a nossa pesquisa, a saber: o Santuário da Encruzilhada e o Santuário Triangular. Acreditamos que a divindade cultuada nestes santuários seja a deusa Hekate, considerando a localização espacial e as oferendas ali encontradas. Palavras-chave: cidadania, religião, magia, Atenas, Hekate, Ágora ateniense.

Representações de uma masculinidade cambiante: Júlio César nas fontes antigas e midiáticas Victor Henrique da Silva Menezes (UNICAMP) A comunicação terá por objetivo apresentar alguns dos discursos e narrativas construídos na Antiguidade sobre a masculinidade de Júlio César e compará-los às suas representações modernas em produções cinematográficas e televisivas. Nestas, geralmente, César foi 46

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apresentado como um grande estadista e militar, heterossexual, viril, e amante de matronas romanas e belas rainhas. Algumas das fontes antigas, no entanto, trazem alguns outros discursos a respeito de suas práticas sexuais. Com tais pressupostos, será feita uma breve explanação acerca de como o biógrafo Suetônio tratou dos rumores que diziam respeito às práticas sexuais e ações tidas como impróprias de César, para em seguida, comparar o César de Suetônio com aquele representado no filme Cleópatra (1963) e na série televisiva Spartacus (2010-2013). Palavras-chave: Júlio César, Masculinidades, Representações.

O Feminino e o Discurso de Teócrito no Período Helenístico Vinicius Moretti Zavalis (NEA-UERJ) Toda documentação textual é produto de uma sociedade que objetivava transmitir seus valores, legitimar suas práticas políticoculturais, assim como suas mudanças. A presente comunicação pretende abordar o discurso literário de Teócrito de Siracusa no poema “As feiticeiras” ou “Idílio 2”, materializado no século III, buscando demonstrar as mudanças pertinente ao imaginário feminino durante o período helenístico. Palavras-chave: Teócrito, magia erótica, literatura, imaginário feminino.

Os Samaritanos em meio a "Guerra Judaica" Vítor Luiz Silva de Almeida (UFRJ) Esta comunicação tem como objetivo apresentar os resquícios documentais, deixados por Flávio Josefo em suas Guerras Judaicas, da resistência samaritana em relação à violenta incursão romana na Palestina, ocorrida na segunda metade do século I EC. No que concerne aos embates bélicos ocorridos na região entre os anos de 66-70 EC, habitualmente tendo como protagonistas romanos e judeus, a Samaria, e sua população, é simplesmente ignorada ou subsumida historiograficamente no quadro amplificado do conflito. Neste sentido, esta apresentação busca retomar o lugar histórico dos samaritanos javistas em meio à “guerra judaica”, fornecendo uma nova perspectiva acerca da importância da região e de seu centro cultual a Iahweh – o Monte Gerizim – para a dominação romana. Palavras-chave: Samaria, Judeia, Romanos, Javismos. NEA/UERJ – Núcleo de Estudos da Antiguidade

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A ênfase no trágico por meio do discurso proverbial em Traquínias de Sófocles Wagner Luiz da Silva (UFRJ) Traquínias de Sófocles apresenta como núcleo central do drama o desenlace dos personagens míticos Dejanira e Héracles. A mulher insegura e frágil, atormentada pela ausência de notícias do marido, carrega consigo os temores de uma nefasta traição e o desejo de reencontrá-lo. Este, por outro lado, herói lendário, encontra-se num caso extraconjugal com a jovem escrava Iole, fruto de um dos seus muitos trabalhos. A ênfase no drama da personagem Dejanira, que se vê ameaça pela presença da escrava, se dá pela enunciação de um discurso que ela mesma profere, destacando a presença de um irrefutável provérbio. Nesse sentido, Traquínias se abre com uma constatação profunda, com objetivo de enfatizar situação trágica de Dejanira por meio do discurso proverbial. Palavras-chave: Teatro, Sófocles, Tragédia, Traquínias, Provérbio.

A necessidade de desconstruir para se fortalecer: um olhar mais atento sobre a tradição de Tomé no Evangelho de João Wellington Gomes Saraiva (UERJ) Aproximadamente quarenta anos após a execução de Jesus de Nazaré inicia-se a produção de textos conhecidos como Evangelhos, e estes documentos apresentam recepções próprias de Jesus. Os Evangelhos de Tomé e de João falavam a diferentes grupos que se denominavam seguidores de Jesus e o principal debate entre ambos era sobre "quem é Jesus e qual a boa nova em relação a ele" e, apesar de algumas semelhanças, cada um dá uma direção peculiar a respeito dos ensinamentos dele em particular aos seus discípulos; mas o autor do Evangelho de João tomou cuidado com algo que "precisava' ser desconstruído para que um objetivo fosse alcançado, pois as concepções apresentadas no Evangelho de Tomé não estariam ligadas à tradição dos doze, isto é, não havia uma continuidade do que seriam os "verdadeiros" ensinamentos de Jesus de Nazaré. Palavras-chave: Evangelhos, tradição, desconstrução.

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Problematizando a noção historiográfica de revolução sexual agostiniana: o “cativeiro” do sexo e do matrimônio em oposição à “libertação” promovida pela castidade no discurso patrístico do século IV Wendell dos Reis Veloso (PPHR/UFRRJ) A historiografia aborda o tema das sexualidades no pensamento do bispo Agostinho de Hipona, majoritariamente, de duas maneiras: 1) tratam o pensamento agostiniano dos séculos IV e V de maneira homogênea, caracterizando-o genericamente como positivo; 2) reconhecem diferenças entre estes dois períodos, mas apenas tratam do século V. Tais posturas acabam por estabelecer o que denominamos neste trabalho de “noção historiográfica de revolução sexual agostiniana”, de modo que, a partir da análise do discurso agostiniano sobre as sexualidades em "Confessiones" (397) – privilegiando os eixos matrimônio e castidade -, propomos a problematização de tal noção e defendemos que, ao menos no século IV, o pensamento agostiniano se caracteriza como austero, aproximando-se dos demais autores patrísticos do período. Palavras-chave: Patrística, Agostinho de Hipona, Sexualidades, Século IV.

Magia na Atenas clássica: um conceito e uma prática por meio dos Katádesmoi Yasmin da Silva Pacheco (UFRJ) Intento, por meio desta comunicação, trabalhar o conceito antropológico de magia, visto a partir da polis ateniense no período clássico. Para este objetivo utilizarei os Katádesmoi, pequenas lâminas de chumbo com imprecações para fazer mal ao inimigo, como exemplificação prática que possibilita a aplicação do conceito para o período. Tendo como objetivo analisar essas placas de chumbo associadas ao conceito de magia, utilizarei autores como Marcel Mauss e Paula Montero. Pretendo, ainda, pensar essas práticas em relação ao seu contexto de produção e a relação que estabelecia com a sociedade que as produzia, para isso utilizarei autores como Jean Pierre – Vernant e Maria Regina Cândido. Palavras-chave: Magia, Katádesmoi, Atenas.

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Instituições Participantes Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas - CONICET Escola Superior de Redes - ESR Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia - FAECAD Faculdades Integradas Simonsen - FIS Instituto Federal do Maranhão - IFMA Museu Nacional do Rio de Janeiro – MN/UFRJ Universidad de Buenos Aires – UBA Universidad de Morón - UM Universidad Nacional de Mar del Plata - UNMDP Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Universidade Estadual Paulista - UNESP Universidade Federal da Mato Grosso do Sul - UFMS Universidade Federal de Goiás - UFG Universidade Federal de Pelotas - UFPel Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO Universidade Federal do Paraná - UFPR Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Universidade Federal Fluminense - UFF Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO Apoio: Núcleo de Estudos da Antiguidade

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