SILVA, F. P. M. . A indústria da corrupção eleitoral - Parte I.

July 17, 2017 | Autor: F. Prado (Economi... | Categoria: Economia
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A indústria da corrupção eleitoral – Parte I Por Filipe Prado Macedo da Silva É inacreditável que após 22 anos de redemocratização, o processo eleitoral brasileiro continue sendo uma verdadeira “fanfarra” (de idéias idiotas e vazias, e custos de campanha inexplicáveis). Acha exagero? Só para a vaga de presidente, os custos estimados de campanha, pelos nove candidatos que competem à vaga, são de (inacreditáveis) 463 milhões e 500 mil reais. Isso sem contar as maracutaias e o caixadois, que já faz parte da tradição eleitoral e da estratégia de burlar o TSE. Mas, de onde vem tanto dinheiro? Quem financia esse projeto de poder? Com certeza, não são os candidatos que se auto-financiam, até porque “eles são pobres”, e juntos declararam um ínfimo patrimônio de 8 milhões e 500 mil reais. Arrisco dizer também que dificilmente esse dinheiro vem do chamado “povo”, ou daqueles que compõem a grande massa de votos (até porque essa camada da sociedade mal consegue sobreviver com o ridículo salário mínimo). Provavelmente, essa grana vem da elite e de suas corporações que movimentam bilhões na economia brasileira. Não precisa ser gênio para compreender que algo de errado existe nesse modelo eleitoral. As elites e as corporações, com suas planilhas financeiras e seus sistemas avançados de dados, não interpretam o processo eleitoral como um período de custos, mas como um período de investimentos. É como se eles tivessem comprando ações! Os candidatos são apenas (meros) corretores dessa fantástica indústria da corrupção eleitoral, e o pregão só encerra no dia da eleição. Esse (novo e incrível) setor da economia funciona via troca de benefícios, liberação de contratos públicos, concessões econômicas, e sobretudo, via “presentinhos particulares” (como jatinhos, carros luxuosos, malas de dólares, etc.). E, o que dizer das propostas dos candidatos a presidência? Uma verdadeira tragédia […] provando que nenhum deles tem competência nem mesmo para gerenciar um “carrinho de cachorro quente”. As propostas de governo (veja no site do TSE) de todos os candidatos apresentam ideias vazias, jargões prontos, e nenhuma resposta concreta (e planejada) para solucionar os problemas brasileiros. O candidato Rui, do PCO, tem a “cara-de-pau” de apresentar uma proposta de governo de uma (uma misera) página. Ou seja, ele vai governar o Brasil com apenas uma página? É brincadeira […] ou o cara é muito eficiente! Pelo visto, não só esses candidatos, mas todos os políticos que administram o país levam suas tarefas com a “barriga”, ou seja, gerenciando a conjuntura diária (e, como dizia Keynes, “o futuro não existe […]” e, portanto, não precisa ser planejado). Assim, acredito (eu) que uma proposta de governo digna deveria conter ao menos umas 2.000 páginas, com tópicos, sub-tópicos, gráficos, dados estatísticos, previsões, desafios, soluções, etc. Governar um país continental como o Brasil, não é como “fazer um bolo” e, portanto, exige o mínimo de planejamento estratégico e coleta de informações. Infelizmente, pelo visto, a eficiência também chegou ao plano político, ou seja, é mais rentável ficar em cima do “palanque” gritando “profecias de esperança” (como um verdadeiro Maomé), do que ficar no comitê político planejando políticas públicas concretas! Afinal, ninguém vai ler 2.000 páginas […] E, como diriam os estrategistas políticos, “o que vale mesmo é o voto na urna”. O resto é “papo-furado”! Publicado no(a): Revista Vilas Magazine (BA).

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