SILVA, F. P. M. . A inflação dos gananciosos.

A inflação dos gananciosos Por Filipe Prado Macedo da Silva Parece uma “piada de mau-gosto”, mas toda vez que o povo começa a ter dignidade, renda e acesso aos bens essenciais para uma vida razoável – a mídia, os políticos e as corporações iniciam sua “ladainha” de que a inflação vai aniquilar os fundamentos da macroeconômica. Mas, fundamentos para quem? Para os ricos e poderosos? Com certeza, esse papo não favorece a esfolada população brasileira, que além de sofrer com a ausência de serviços públicos básicos, paga uma conta elevada (com um salário de fome) para consumir bens e serviços constitucionais. O fato é que toda vez que o Brasil cresce (de maneira econômica), a renda é distribuída (via empregos e benefícios sociais) e o povo ascende na pirâmide social, um bando de burguês com mentalidade colonial trata de iniciar um processo de elevação de preços, a fim de detonar o poder de compra da população. São cinco ou seis corporações, com poder de monopólio, que “contam o papo-furado” de que “[…] a culpa é da China […], a culpa é do meio-ambiente […], a culpa é dos tributos […], a culpa é do deslocamento da Lua […], e haja criatividade […]”. De uma coisa podemos ter certeza, isso tudo é mentira […] O pior é ler (e ouvir) que a culpa é do consumo, da procura, da demanda […] Ou seja, o povo não pode consumir? Não pode comer? Não pode morar? Não pode viajar? Não pode financiar uma geladeira? Só os ricos podem fazer isso? Só eles podem viver bem? Só eles podem financiar um Porsche ou Mansões em AlphaVille? Infelizmente, vivemos num país injusto […], mas o pior é saber que é injusto ao extremo. Não adianta nada, ser a 7ª potência econômica, se mais da metade da população tem carência material. Arrisco dizer, que o problema da inflação no Brasil não é culpa da demanda, nem dos gastos públicos (como diz Miriam Leitão). A inflação é fruto de um espírito empresarial ganancioso e colonialista – que sabe apenas usurpar a riqueza alheia. O problema não é o lucro, mas é o super-lucro, que as corporações no Brasil praticam – a mando do capital externo, e com a bênção de líderes políticos corruptos. Além disso, o problema não é o esgotamento da capacidade produtiva, mas é a incapacidade das corporações de investirem, planejarem e pensaram no futuro. Portanto, o problema está na oferta, e na incompetência dos executivos (engravatados) de arriscarem e de inovarem. Parece que ignoram as vantagens da economia de escala […] e vivem num mundo oligárquico, onde só as minorias (ou seja, os ricos) podem usufruir da vida […] Que saudade, todos nós (brasileiros) temos, do surpreendente Barão de Mauá […] Enfim, a culpa da nova onda inflacionária está na oferta, e não na pasta-de-dente, no apartamento, no carro, no liquidificador, ou no sofá que você comprou […] Contudo, nunca se esqueça que somos nós (o proletariado) que sempre pagamos a conta (dessa ganância empresarial). Quanto custa mesmo?