SILVA, F. P. M. . A natureza subjugou a ciência.

July 16, 2017 | Autor: F. Prado (Economi... | Categoria: Economia
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A natureza subjugou a ciência Por Filipe Prado Macedo da Silva A tragédia japonesa, nas últimas semanas, revelou a fragilidade dos seres humanos diante do poder destrutivo e imprevisível da natureza. O fato tornou-se relevante, pois ocorreu em uma das nações mais desenvolvidas do mundo. O Japão é sinônimo de organização, planejamento, conhecimento, sabedoria e futuro tecnológico! Contudo, tudo isso virou pó, em milésimos de segundos, em parte da costa norte do Japão. Mas, o que aconteceu? Um terremoto (de 8.9 na escala Richter), seguido de tsunamis (com ondas de até 30 metros). O resultado (desses fatos naturais) foram vídeos e fotografias de uma destruição assustadora – similar ao retratado por inúmeros filmes apocalípticos de Hollywood. Infelizmente, a “criação” humana e seus modelos científicos, não foram capazes de salvar as milhares de vidas ceifadas pela natureza. Ou seja, a natureza subjugou a ciência. Isso serve de alerta aos inúmeros cientistas que têm se afastado da sociedade – vivendo num “mundo virtual” com modelos científicos complexos e inaplicáveis a vida humana. Os cientistas viraram alienígenas, em busca de uma ciência surreal, que pouco ajuda na sobrevivência humana. É claro que não podemos desprezar os avanços científicos dos últimos séculos. Inúmeras inovações permitiram que a sociedade tivesse uma vida melhor, e mais adequada às instabilidades da natureza. Lembre-se de que o homem bárbaro tinha como objetivo único garantir sua sobrevivência (criando roupas para não sentir o frio, moradias para se proteger de animais, armas para caçar, etc.). O problema moderno é que a ciência passou a ter vida própria, e a inventar milhares de quinquilharias e estudos abstratos, que nada servem para o homem prático. De que adianta os cientistas japoneses criarem robôs super sofisticados, se em uma tragédia natural a distribuição de água potável e de alimentos entra em colapso? A realidade é que a sociedade e seus cientistas acham que já deram “conta”, e que controlam as instabilidades naturais. O fato é que ainda somos homens bárbaros diante da natureza, e com isso sempre impotentes para sobreviver ao seu poder e/ou controlar os seus efeitos. O pior de tudo é ver que a ciência é tão competente para criar modelos científicos sofisticados – mas é incapaz de criar modelos científicos que preparem a mente do homem para suportar tragédias e colapsos. É triste ver que a ciência não nos prepara para o sofrimento […] Ao contrário, a ciência nos “bombardeia” com sabedoria excessiva, ampliando o sofrimento mental quando tragédias óbvias (o Japão tem cerca de 250 a 300 tremores por dia) ocorrem. A maior lição da tragédia japonesa, e que não adianta ser rico, inteligente, sábio ou organizado – os efeitos catastróficos (de uma tragédia) são iguais para os desenvolvidos e subdesenvolvidos (essa tragédia foi muito similar ao que viveu o pobre país do Haiti, em 2010. Inúmeras fotos disponíveis na internet confirmam tal argumento). Assim sendo, vale considerar o conselho do sábio Rei Salomão (em 1000 AEC), “[…] a corrida não é dos ligeiros, nem a batalha dos poderosos, nem tampouco são os sábios os que têm alimento, nem tampouco são os entendidos os que têm o favor; porque o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos […]”. Ou seja, a ciência precisa de mais modéstia, e consequentemente, mais aproximação da sociedade e dos seus problemas. Portanto, a ciência é um instrumento a serviço da sociedade, e não um “cosmos abstrato” alienado da sociedade, em busca de criações patéticas e ridículas.

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