SILVA, F. P. M. .Macroeconomia: Inflação, Desemprego e Regras Monetárias.

June 2, 2017 | Autor: F. Prado (Economi... | Categoria: Monetary Economics, Macroeconomics, Unemployment, Employment, Inflation
Share Embed


Descrição do Produto

MACROECONOMICS: Imperfections, Institutions and Policies by Wendy Carlin & David Soskice (2006), p. 67-101, (35 pages), Ch.3 'Inflation, Unemployment and Monetary Rules’

Macroeconomia: Inflação, Desemprego e Regras Monetárias

Tradução: Filipe Prado Macedo da Silva

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

3

Inflação, Desemprego, e Regras Monetárias

O objetivo deste capítulo é ir além dos modelos apresentados no Capítulo 2, para que possamos considerar a inflação e as regras monetárias utilizadas pelos bancos centrais contemporâneos – isto é, quando o banco central fixa a taxa de juros para estabilizar a economia em torno da meta de inflação. Para fazer isso, abordaremos inicialmente às curvas de Phillips, e como são derivadas a partir do diagrama do mercado de trabalho. A chave para entender as curvas de Phillips é que quando o desemprego está no nível de equilíbrio, a inflação é constante; quando o desemprego é baixo, a inflação sobe, e quando o desemprego é elevado, a inflação cai. Isso sugere que é possível conduzir a economia para baixo desemprego, mas com uma maior taxa de inflação. No entanto, como veremos, tal trade-off só é possível no curto prazo, porque os fixadores de salários estão preocupados com o salário real, e só vão reagir quando o salário real for corroído pela inflação, compelindo suas reivindicações salariais. No longo prazo, não existe trade-off entre o desemprego e a inflação: isso é mostrado por uma curva de Phillips de longo prazo vertical. Atualmente, os bancos centrais estão operando normalmente com base na política monetária, por meio do ajuste da taxa de juros, a fim de manter a economia próxima da meta de inflação e do nível de equilíbrio da produção. Isso parece lógico, uma vez que a inflação só é constante na produção de equilíbrio. O motivo pelo qual o banco central desempenha um papel ativo na gestão da economia é porque a economia está sujeita a todos os tipos de distúrbios que deslocam a inflação para longe da meta ou a produção para longe do nível de equilíbrio, ou ambos. Esses choques ou distúrbios provocam mudanças na inflação, que são persistentes e dispendiosas para eliminar, sendo um caso para o banco central intervir na tentativa de minimizar as flutuações. Se tomarmos, como exemplo, um deslocamento para direita da curva IS, teremos como resultado de um boom dos investimentos, uma elevação do nível inflacionário. Uma inflação maior será incorporada as decisões futuras de fixação dos salários e dos preços, e somente reduzirá se a economia atingir um período de desemprego acima do nível de equilíbrio. O objetivo do banco central é tornar mínimo o custo do choque na economia, em termos de aumento da inflação [ocasionada pelo choque] e aumento do desemprego necessário para reduz à inflação. Isso vai elevar a taxa de juros, de modo a diminuir a demanda agregada, e guiar a economia de volta para a meta de inflação e o desemprego de equilíbrio. Este comportamento do banco central é frequentemente descrito como a utilização da ‘função de reação’ ou regra de política monetária. Ao combinar a curva de Phillips, a curva IS e a regra monetária do banco central, temos o modelo de três-equações, IS-PC-MR. Este modelo é uma versão didática do [modelo] usado pelos bancos centrais contemporâneos, e em análises mais avançadas de macroeconomia monetária. No Capítulo 5, a política monetária é examinada com

67

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

maior profundidade, e são investigados os problemas que podem surgir com o uso de uma taxa de juros baseada numa regra de política monetária. Na seção 1, desenvolvemos a curva de Phillips, e explanamos as consequências da inércia inflacionária. Na seção 2, apresentamos o modelo de três-equações. A regra monetária do banco central é derivada, e o modelo IS-PC-MR é utilizado para analisar os choques na inflação e na demanda agregada. Foram observados os custos relativos das estratégias de desinflação ‘cold turkey’i e ‘gradualista’. Na seção 3, notamos como a taxa de inflação de equilíbrio no médio prazo é determinada mediante duas políticas monetárias contrastantes: a taxa de juros baseada numa regra monetária, e a política em que a meta do banco central é a oferta de moeda. Na seção 4, mostramos como a inflação pode ser analisada usando o tradicional modelo IS/LM. Neste capítulo, abordamos o lado da oferta dos mercados de trabalho e de produto usando a concorrência imperfeita, além de adotar a simplificação de que a curva PS é plana. Isso faz com que os exemplos fiquem mais simples, e raramente diferentes dos mecanismos básicos em análise, mas quando isso ocorre, é assinalado [no texto]. Um apêndice ao capítulo apresenta um modelo famoso de inflação e desemprego usando um mercado de trabalho competitivo e um banco central com meta de crescimento da oferta de moeda. Este é o modelo da taxa natural de desemprego de Milton Friedman, e é adicionado para que o leitor possa ver as semelhanças com o modelo apresentado neste capítulo.

1 Inflação e curvas de Phillips A inflação é a taxa de variação dos preços, que significa que o nível de preços de hoje reflete o padrão da inflação passada. Exceto quando a inflação é negativa, o que chamamos de deflação, o nível de preços não cai. Se P é o nível de preços de hoje, e  é o nível de preços do último período, a taxa de inflação do ano passado é :  ≡

 

.

A Fig. 1.4 no Capítulo 1 apresenta as taxas de inflação em diversos países da década de 1960 até o presente: enquanto a inflação na última década ficou inferior a 2-3% em muitos países da OCDEii, as taxas [de inflação] eram muito maiores, e frequentemente entre 10-20% nos anos 1970. Os policy makersiii estão preocupados com a inflação. A inflação elevada também tende a ser volátil, criando incertezas e prejuízos na maneira como os preços transmitem informação. Como notaremos, é oneroso reduzir a inflação elevada – ou seja, um aumento no desemprego é normalmente necessário para trazer a inflação para baixo. Estas razões estão por trás do que chamamos de regimes de metas de inflação dos bancos centrais. Para uma discussão mais completa da inflação e seus custos, observe o Capítulo 5. O objetivo desta seção é entender as origens da inflação e das pressões inflacionárias. 1.1 Inércia inflacionária Neste capítulo, vamos introduzir um importante pressuposto utilizado nos modelos de expectativas inflacionárias e de inércia inflacionária. As evidências acumuladas sobre a dinâmica inflacionária em muitos países nas últimas décadas sugerem que alterações 68

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

na produção (e no emprego) são seguidas por mudanças na inflação, que se resume em dizer que a produção gera inflação.1 Em conformidade com tais evidências, a inflação no modelo tradicional depende da • inflação passada,  , • diferença entre o desemprego atual e a ERUiv. Alguns modelos recentes indicam o contrário, de que a inflação gera produção – ou seja, a inflação não sobe porque a produção aumentou, mas a inflação aumenta em antecipação a um futuro incremento na produção. Isso significa que os incrementos na inflação são observados antes de ocorrerem os incrementos na produção. Este modelo é apresentado na seção 1.7. Entretanto, não há nenhuma evidência empírica forte para apoiar a substituição do modelo tradicional por tal perspectiva. Existem duas interpretações amplas do termo inflação passada: uma em termos de expectativas, e outra em termos de inércia. Neste livro, usamos sobretudo a segunda. Contudo, uma maneira comum de racionalizar a inclusão da inflação passada é supor que os fixadores de salários esperam que a inflação deste período continue [idêntica] a inflação do último período. Essa interpretação é um exemplo da formação adaptativa das expectativas. Aplicada a inflação, as expectativas são formadas adaptativamente, quando a inflação esperada neste período é igual a taxa esperada de inflação no último período adicionada de um termo de correção para levar em conta o montante referente aos erros de previsão do passado: ,  =  +  − 

(expectativas adaptativas)

onde  é uma constante positiva inferior ou igual a um. Se os erros de previsão do passado são totalmente corrigidos, sendo  = 1, temos  = 

(expectativas adaptativas simples)

Esse formato das expectativas adaptativas fornece, portanto, uma interpretação do termo inflação defasada, , como um fator determinante da inflação. Entretanto, essa é uma maneira pouco inteligente, e assim, implausível de formar expectativas: por que olhar inteiramente para o passado quando formamos uma opinião sobre o futuro? Uma interpretação mais cabível e realista de porque a inflação passada é incluída como um fator determinante da inflação é, em termos de inércia [inflacionária], que caracteriza a fixação dos salários e dos preços em uma economia complexa. A visão comum é de que os fixadores de salários incorporam a inflação passada em sua atual reivindicação salarial, a fim de compensar qualquer redução nos padrões de vida (ou seja, no salário real), que tenha acontecido desde a rodada salarial precedente. Vamos assumir que, de maneira geral, os fixadores de salários não são capazes de incorporar mudanças futuras esperadas na inflação em sua negociação atual. O debate empírico e teórico sobre a inércia inflacionária e as hipóteses das expectativas são consideradas no Capítulo 15, onde um modelo mais geral, que abrange tanto a inflação passada como a inflação futura esperada, é desenvolvido. Neste capítulo, usaremos o modelo tradicional em que o termo da inércia inflacionária é definido como   =  . Já que a inflação ‘inercial’ soa um pouco estranho, muitas 1

Sobre as evidências recentes, consulte Christiano, Eichenbaum e Evans (2005); também Estrella e Fuhrer (2002), e Muellbauer e Nunziata (2004).

69

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

vezes, nos referimos à inflação defasada, e denotamos por   , para enfatizar o papel da inércia [inflacionária] na interpretação. Temos: 

inflação corrente

 =   +  −   =

 inércia inflacionária

+  −  . hiato do produto

(curva de Phillips com inércia-aumentada) Esta é a curva de Phillips com inércia-aumentada. Quando o termo inflação defasada é interpretado como reflexo da inflação esperada, assume-se a hipótese das expectativas adaptativas ( = ), [sendo] o termo curva de Phillips com expectativas-aumentadas usado:



inflação corrente

 =  +  −   =

 inflação esperada

+  −  . hiato do produto

(curva de Phillips com expectativas-aumentadas) Agora, vamos desdobrar o modelo macro derivando as curvas de Phillips. 1.2 Derivando as curvas de Phillips Como vimos no Capítulo 2, existe uma única taxa de desemprego em que o mercado de trabalho está em equilíbrio. Neste equilíbrio, as curvas WS e PS se cruzam, o que denota que tanto os fixadores de salários e de preços estão satisfeitos com o salário real vigente, e não têm qualquer incentivo para modificar o seu comportamento. Nossa tarefa aqui é avaliar a relação entre o desemprego e a inflação: por que a inflação é constante na taxa de desemprego de equilíbrio, e por que, quando o desemprego se desvia do equilíbrio, isto resultará em variação da inflação? Começamos com um exemplo numérico em que a inflação na economia é de 4% ao ano e o desemprego está na ERU: emprego em  e salário real em  (ver Fig. 3.1). Os salários nominais são fixados de forma que a curva WS represente o salário real. Para manter o salário real constante em  , os fixadores de salários exigem um aumento do salário nominal que compense o aumento de preços do ano passado. Como os preços subiram 4% (ou seja, a inflação defasada é de 4%), o salário nominal aumentará 4% na próxima fixação [dos salários]. Em seguida, as firmas fixam seus preços de acordo com suas regras de preços. Como os preços são fixados como mark-up constante dos custos unitários do trabalho (/⅄), isto depende de quanto subiu os custos unitários do trabalho. Desde que  = 1 + ̂ . ∆ 

=







,

∆⅄ ⅄

.

No caso simples, onde a produtividade média do trabalho (⅄) é constante, o único fator determinante das mudanças nos custos unitários do trabalho são as alterações do salário nominal: ∆ 

= 70



.

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Figura 3.1 Pressão ascendente sobre a inflação quando o emprego está acima do emprego de equilíbrio; pressão descendente sobre a inflação quando o emprego está abaixo do emprego de equilíbrio Tabela 3.1 Inflação constante, crescente, e decrescente Inflação (% ao ano) e emprego Período 0 1 2 3 1 2 3 1 2 3

Emprego

   

" " " # # #

Inflação defasada

‘hiato’

Inflação dos salários

Inflação dos preços

4

0

4

4

Caso 1: Inflação constante 4

0

4

4

4

0

4

4

4

0

4

4

Caso 2: Inflação crescente 4

2

6

6

6

2

8

8

2

10

10

8

Caso 3: Inflação decrescente 4

-2

2

2

2

-2

0

0

0

-2

-2

-2

Os salários nominais subiram 4%, e portanto, os custos unitários do trabalho [também] subiram 4%. Por isso, as firmas elevam seus preços em 4%, a fim de manter inalterada a sua margem de lucro. Deduzimos que a inflação dos preços e dos salários prosseguem inalteradas em 4% ao ano, e a economia permanecerá no ponto A (ver Fig. 3.1). Isto é apresentado como Caso 1 na Tabela 3.1. Agora, suponhamos que o emprego está em " , que é superior ao equilíbrio, e que a inflação defasada é de 4%. Com o emprego em " , o salário real na curva WS fica 2% acima de  (notado por um ‘hiato’ na Fig. 3.1 e na Tabela 3.1). Os salários nominais aumentarão em 4% para manter o salário real inalterado; vão aumentar outros 2% para trazer o salário real até " na curva WS (os salários nominais aumentarão 4% + 2% = 6%). Com um aumento do salário nominal de 6%, as firmas aumentarão seus preços em

71

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

6%, de modo a preservar suas margens de lucro. Assim, observamos uma inflação dos salários e dos preços de 6% – ou seja, a inflação é maior do que no período anterior. A outra coisa a notar é que, uma vez que salários e preços subiram na mesma proporção, o salário real é  , e não o " antecipado pelos fixadores de salários. Desemprego inferior a ERU está associado a um aumento da inflação de 4% a 6%. Porém, a inflação não permanecerá em 6%, já que o mercado de trabalho não está em equilíbrio. O resultado do salário real foi  , ainda que os fixadores de salários tenham requerido um salário real de " . Quando os salários são a seguir fixados, o ‘catch-up’v do incremento salarial é de 6% para compensar a inflação passada, sendo que os salários nominais aumentarão em 8% para trazer o salário real para " . Por sua vez, os preços [igualmente] aumentarão em 8%. Observamos que o fenômeno do desemprego abaixo da taxa de equilíbrio está associado a um aumento da inflação (ver Tabela 3.1). Se assumirmos o caso contrário do desemprego acima da ERU e emprego em # , o mesmo raciocínio se dá, resultando em uma inflação em queda. No elevado desemprego, o poder dos trabalhadores no mercado de trabalho fica enfraquecido, o que se reflete na inclinação positiva da curva WS. No emprego menor que  , a curva WS fica abaixo da curva PS. Em tal situação, a ampliação da concorrência por empregos significa que os trabalhadores não serão capazes de obter aumentos no salário nominal que totalizem 4% para manter seu salário real. O aumento no salário nominal definido pelos fixadores de salários é de 4% menos o ‘hiato’ de 2%, ou seja, 2%. Com os custos crescentes em 2%, as firmas aumentam seus preços em 2%, mantendo suas margens de lucro inalteradas. Assim, a inflação cai para 2% (ver Tabela 3.1). Já que os salários e os preços subiram na mesma proporção, nada acontece com o salário real. No período seguinte, o ‘hiato’ negativo entre a curva WS e o salário real vigente persiste. Mais uma vez, as condições de mercado denotam que os fixadores de salários não serão capazes de manter o salário real em  : o aumento no salário nominal é de 2% menos os 2% de ‘hiato’, ou seja, os salários nominais não subirão. No período 3, como podemos ver na tabela, os salários nominais e os preços caem 2%. Desemprego acima da ERU é acompanhado por queda da inflação. Estes resultados podem ser ilustrados através de um diagrama da curva de Phillips. Este [diagrama] tem a inflação no eixo vertical e o produto no [eixo] horizontal. Assim como as curvas SAS do Capítulo 2, que se referem ao nível de preço [e] não a taxa de inflação, as curvas de Phillips estão fortemente relacionadas com as curvas de fixação dos salários e de fixação dos preços, e são mais bem compreendidas quando desenhadas em um diagrama diretamente abaixo do diagrama WS/PS (ver Fig. 3.2). Na realidade, não há uma relação um-para-um entre o aumento na produção e a queda no desemprego. Quando a produção aumenta os trabalhadores que foram mantidos na folha de pagamentos, contudo não estavam inteiramente ocupados (por exemplo, trabalhando menos do que as horas normais), passam a ser totalmente utilizados com o propósito não de aumentar a produção – pelo menos inicialmente – [mas de] ocasionar o aumento no emprego. Isto é chamado de ‘entesouramento de trabalho’. Em segundo, mesmo que o emprego aumente, o desemprego necessariamente não cai, se os novos empregos forem ocupados por aqueles [trabalhadores] que não eram anteriormente da força de trabalho. As pessoas em idade ativa [ou idade de trabalhar] que não estão nem empregadas nem desempregadas são chamadas de economicamente inativas e a decisão de se devem ou não participar do mercado de trabalho é sensível às condições econômicas.

72

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Figura 3.2 Derivando as curvas de Phillips

A combinação de ‘entesouramento de trabalho’ e de alterações na força de trabalho significa que uma variação de 1% no crescimento do produto acima ou abaixo de sua tendência tende a ser associada, respectivamente, com uma queda ou um aumento da taxa de desemprego em menos de 0,5 pontos percentuais. Essa relação empírica entre as alterações na taxa de crescimento em relação à sua tendência e as mudanças na taxa de desemprego é chamada de Lei de Okun. A sensibilidade do desemprego às alterações no crescimento [do produto] é menor em países com regulamentações mais rígidas sobre a contratação e a demissão (como observado em muitos países da Europa continental) e com tradições mais fortes de emprego vitalício, como é característico no Japão. Para facilitar a exposição, vamos mostrar, porém, as alterações no emprego e no desemprego em movimento de um-para-um com as mudanças na produção. Uma curva de Phillips com inércia ou expectativas-aumentadas é definida como um conjunto possível de inflações e de pares [combinações] de produção para uma dada taxa de inflação defasada,   = . Construímos as curvas de Phillips para os exemplos na Tabela 3.1. Com   =  = 4%, observamos três possíveis inflações e pares de produção: em  ,  = 4%; em " ,  = 6%; e # ,  = 2%. Esta é a curva de Phillips para   = 4%, e que mostramos na Fig. 3.2. Para enfatizar que a curva de Phillips é 73

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

definida apenas para uma dada   , está rotulado PC (  = 4%).2 Utilizando os dados da Tabela 3.1, podemos esquematizar outras curvas de Phillips, e que são mostradas na Fig. 3.2. Cada curva de Phillips é definida por duas características: (1) a taxa de inflação defasada, a qual é igual à taxa de inflação passada e fixa a altura da curva de Phillips em uma linha vertical acima do nível de produção associado com a ERU, e (2) a inclinação da curva WS, a qual fixa o declive.3 As curvas de Phillips serão [mais] acentuadas se a curva WS for [mais] íngreme e vice-versa. Assim como a representação diagramática das curvas de Phillips, é útil expressá-las [também] em forma de equação como na seção 1.1. Nós argumentamos que os salários nominais aumentam pela inflação defasada acrescida de uma quantia para fechar o gap [hiato] percentual entre o salário real existente (ou seja, na curva PS) e o salário real na curva WS. Os preços aumentam na mesma proporção dos salários. O gap percentual está em função da diferença entre o emprego corrente e o de equilíbrio; além disso, com a produtividade constante, emprego e produção são proporcionais, [e] assim sendo, para simplificar usaremos a expressão linear simples:



inflação corrente

 =   +  −   =

 inércia inflacionária

+  −  .

(3.1)

hiato do produto

onde  é uma constante positiva. O desvio do produto do equilíbrio no médio prazo deve ser pensado em termos percentuais (isto é aproximadamente igual à diferença entre y e  , se eles são medidos em logs). Se o produto está acima do equilíbrio no médio prazo, então  −  é positivo e isso elevará a inflação acima da inflação do período passado. Similarmente, se  −  é negativo, a inflação cairá abaixo da inflação do período passado; só com  =  a inflação é constante a taxa do período passado. Podemos ver com essa expressão que a curva de Phillips se desloca para cima ou para baixo sempre que [ocorrem] mudanças na inflação defasada e que sua inclinação depende de , que por sua vez reflete a inclinação da curva WS. 1.3 Curva de Phillips original Agora, consideraremos o interessante caso em que a inflação média da economia ao longo de muitos anos é zero e a economia está fustigada por choques imprevisíveis ou aleatórios à demanda agregada. Por aleatório, queremos dizer que alguns choques são positivos e alguns são negativos, de modo que o produto está às vezes acima e às vezes abaixo da ERU. Se esses choques são de curta duração [prazo], é razoável esperar que os fixadores de salários observem as elevações temporárias de preços como uma experiência passageira e não incorporam a inflação passada em suas reivindicações salariais. Se assim for, a economia será observada nos pontos indicados na Fig. 3.3. 2

Observe que na interpretação alternativa do papel da inflação passada nas curvas de Phillips, a inflação esperada é igual à inflação passada ( =  ) e a família de curvas de Phillips (por exemplo, PC( = 4%)) é descrita como ‘expectativas aumentadas’. 3 Note que se a curva PS for inclinada para baixo, a inclinação da curva de Phillips será [mais] íngreme, refletindo a inclinação de ambas as curvas WS e PS. Isso reflete a discussão do Capítulo 2 sobre a inclinação da curva SAS.

74

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Esta é uma maneira de apresentar a ‘curva de Phillips’ original publicada por A. W. Phillips usando dados do Reino Unido entre 1861 e 1957.4 A Fig. 3.4 reproduz a curva de Phillips para o período entre 1861 e 1913. Note que desde que a curva de Phillips tenha o desemprego no eixo horizontal medido da esquerda para a direita, a curva de Phillips é inclinada para baixo [descendente].

Figura 3.3 Curva de Phillips ‘original’

Figura 3.4 Curva de Phillips original: Reino Unido 1861-1913 Fonte: Economica, 1958.

1.4 A Curva de Phillips original pode existir, mas não pode ser explorada Depois de ter visto a curva de Phillips do tipo original, perguntamos o seguinte: 4

Phillips (1958).

75

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS



Pode o governo usar a política para alterar a economia de sua posição habitual no ponto A para um maior nível de atividade no ponto B (na Fig. 3.3)? O policy maker pode ser tentado a fazê-lo, a fim de reduzir o desemprego ao custo de um pequeno aumento da inflação.

Suponha que o governo aumente a oferta de moeda (deslocamento da curva LM para a direita). A taxa de juros cai e o produto [da economia] se eleva por meio de maiores gastos com investimento. Ao contrário dos choques aleatórios que deslocam a economia de A para D para B para C para A etc. no mundo da curva de Phillips original, temos aqui uma situação bem diferente: o governo está buscando manter a produção em " porque prefere uma situação com menor desemprego mesmo que haja alguma inflação. Eventualmente, a tendência de a economia estar próxima do ponto B é susceptível de figurar nos cálculos dos trabalhadores – ou seja, eles vão estabelecer a inflação em 2% por ano em suas reivindicações salariais: a inflação esperada aumentará de zero a 2% por ano. Neste ponto, no longo prazo o trade-off entre inflação e desemprego desaparece porque a curva de Phillips se desloca para cima. Se o governo persistir com a política de manter a produção em " , a curva de Phillips continuará a se deslocar para cima como no Caso 2 na Tabela 3.1 e a redução do desemprego será associada com a inflação cada vez maior. Este exemplo fornece uma importante ilustração de algo que na economia se chama de crítica de Lucas.5 Ainda que a relação originalmente prevista por Phillips parecesse sugerir a existência de um trade-off entre inflação e desemprego, este colapsou tão logo o governo tentou explorá-la. A curva de Phillips estável só existiu porque os governos não tentaram sistematicamente aproveitá-la! A conclusão de que o policy maker não pode escolher qualquer outro ponto que não seja em uma linha vertical acima do nível de produção na ERU, levou à noção de uma curva de Phillips de longo prazo vertical. Este é um lembrete útil quando consideramos a política, e é mostrado no diagrama da curva de Phillips como VPC. Pode-se notar, que se os governos deixam de tentar guiar a economia no desemprego abaixo da ERU, a curva de Phillips original de um trade-off estável pode muito bem reaparecer nos dados. 1.5 Desinflação é dispendiosa Uma importante implicação da curva de Phillips,  =  +  −  , é que se as autoridades desejam reduzir a taxa de inflação, haverá um custo, [pois] haverá um período em que o desemprego estará acima da ERU. Nós assumimos que a economia está em uma situação em que a inflação é alta e constante; o desemprego está na ERU. Se a inflação deve ser menor do que era no período passado, o desemprego deve ser empurrado para acima da ERU. Isto porque – como mostra a curva de Phillips – a inflação é igual ao que era no período passado acrescido de um montante que depende de quão longe a economia está da ERU. Lembre-se que um mercado de trabalho frouxo com aumento do desemprego significa que o salário real corrente não pode ser mantido e isso desencadeará salários menores e inflação dos preços. Outra maneira de abordar isto é que quando o desemprego está acima da ERU, há um gap negativo entre a curva WS e a curva PS. A partir da equação da curva de Phillips, 5

Esta foi uma das contribuições da qual Robert Lucas foi citado na entrega do Prêmio Nobel em 1995 (Lucas (1976)).

76

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

 =  +  −   → ( −   =  −   )* ( −   < 0, *-.ã0  −   < 0 →  <  .

Figura 3.5 Desinflação é dispendiosa

Podemos também demonstrar a questão usando um exemplo e um diagrama.6 Na Fig. 3.5, a economia está no ponto B com uma elevada inflação de 8% (na PC (  = 8)). Supõe-se que o banco central pretende reduzir a inflação para a [taxa] meta, que é de 2%. A curva de Phillips mostra [alguns] pares de inflação e produto factíveis, tendo em conta a inflação do último período, de 8%. Os únicos pontos na curva com inflação abaixo de 8% estão à esquerda de B, ou seja, com aumento no desemprego. Com essas curvas de Phillips, a desinflação será consecutivamente dispendiosa. Deve ficar claro que se a influência do passado sobre os fixadores de salários pudesse ser apagada, então a possibilidade de uma desinflação sem custos emerge: isso equivale a dizer que o policy maker poderia deslocar [a economia] de PC (  = 8) para baixo, por exemplo, para PC (  = 2). Neste caso, a economia saltaria de B para A. Retornando à curva de Phillips PC (  = 8), vamos supor que o banco central optou por aumentar o desemprego ao ponto F. A inflação cai para 6% e uma nova curva de Phillips PC (  = 6) aparece. O banco central pode então escolher um ponto na PC (  = 6), o ponto F'. Isso leva a um deslocamento para baixo [descendente] na curva de Phillips, que não é mostrado. Eventualmente, o objetivo da inflação de 2% é alcançado e a economia permanece na ERU. 6

Note que nós especificamos uma curva de Phillips linear, o que se reflete no diagrama. Na seção 2.6 voltamos à questão das implicações da linearidade em comparação com as curvas de Phillips convexas.

77

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

1.6 Desinflação e preferências do banco central Embora qualquer ponto na curva de Phillips inicial tal como a PC (  = 8) na Fig. 3.5 seja crível, a questão que naturalmente surge é que ponto ao longo dessa curva o banco central escolhe quando implementa a política de desinflação. Nós assumimos que o objetivo do banco central é fazer com que a economia permaneça na ERU com a taxa de inflação de 2%.7 Em um extremo, o banco central pode escolher o ponto C (ver Fig. 3.6). Isso traz a inflação para baixo para a meta no próximo período, mas ao custo de um aumento acentuado do desemprego tal como indicado pelo baixo produto no ponto C. Uma vez que a inflação caiu para 2%, à curva de Phillips se desloca para PC (  = 2) e o banco central pode cortar com segurança a taxa de juros para estabilizar o produto em  . A economia se move de B para C para A.

Figura 3.6 Desinflação e preferências do banco central

Uma abordagem menos brusca seria se o banco central escolhesse o ponto F como no caso discutido acima. A queda da inflação e o aumento do desemprego no primeiro período seriam menores do que se C fosse escolhido. Podemos ver que à medida que alteramos as preferências do banco central de uma menor para uma maior disposição de sacrificar um aumento do desemprego, a fim de obter uma determinada redução da inflação, nós nos movemos ao longo da curva de Phillips de B para C. Sintetizamos isso dizendo que a aversão à inflação do banco central aumenta à medida que ele escolhe um ponto [mais] perto de C. A preferência do banco central entre um desvio da inflação da  2 ou do desemprego da ERU pode ser representada com curvas de indiferença. As curvas de indiferença de dois diferentes bancos centrais são mostradas na Fig. 3.6. As curvas de indiferença do 7

Isso soa bastante inocente, mas como veremos no Capítulo 5, se o banco central aponta para uma taxa de desemprego abaixo da ERU, não será capaz de conseguir uma inflação abaixo de sua meta de  2 = 2%. Isso é conhecido como o problema do viés inflacionário da política monetária.

78

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

banco central mais avesso à inflação são [mais] planas. Este banco central escolhe o ponto D e o outro escolhe o ponto F no PC (  = 8). O banco central mais avesso à inflação escolhe D porque está disposto a sacrificar um maior aumento do desemprego para obter uma inflação mais baixa. Quando a curva de Phillips se desloca para baixo, o banco central escolhe a sua posição preferida onde a curva de indiferença é tangente à nova curva de Phillips e desta maneira a economia se ajusta ao ponto A. O banco central avesso à inflação orienta a economia para baixo no caminho de D para A. Exatamente da mesma maneira, o banco central menos avesso à inflação com curvas de indiferença [mais] íngremes orienta a economia para baixo no caminho de F para A. Para ambos os bancos centrais, desde que suas posições mais preferidas sejam a  =  2 e  =  , as curvas de indiferença se contraem ao ponto A. A derivação das curvas de indiferença do banco central é explanada em detalhes no Capítulo 5; a ilustração gráfica é tudo o que é necessário aqui. 1.7 Desinflação sem custos e expectativas racionais Mencionamos acima que se a influência do passado sobre os fixadores de salários for ausente, seria admissível para a economia saltar do ponto B para o ponto A na Fig. 3.5 sem qualquer aumento do desemprego. Que suposições adicionais sobre a economia precisamos fazer a fim de eliminar o custo de desinflação? •

inércia inflacionária está ausente. Isso significa que não existe rigidez nominal na economia [seja] nas instituições ou no comportamento de fixação dos salários ou dos preços que operam para produzir a inércia inflacionária. E as expectativas adaptativas não desempenham qualquer papel na fixação dos salários. Em vez disso, advém a chamada hipótese das expectativas racionais. Por isso, temos  =  +  −   + 3 onde 3 (chamado epsilon) é o termo de choque aleatório.



quando o banco central comunica uma nova meta de inflação baixa,  2 , essa é considerada por todos os participantes do mercado. Outra maneira de dizer isso é que o anúncio da política do banco central tem credibilidade. Para a meta ser crível, deve ser coerente com  = 2 + 3

isto é, com a inflação ficando constante na meta, além dos choques imprevistos. As expectativas racionais da inflação significam que a única diferença entre o que os agentes na economia esperam que a inflação seja e o que ela acaba por ser é algo aleatório: eles não perpetram erros sistemáticos. Outra maneira de expressar isso é que a expectativa subjetiva dos agentes [acerca] da inflação é igual à expectativa ‘objetiva’ determinada por toda a informação disponível sobre a estrutura da economia e sobre a política que está em vigor na ocasião em que a expectativa é formada. Como toda a informação disponível é utilizada na formação da expectativa, não existe uma correlação entre o termo de erro e a informação disponível quando a expectativa é

79

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

formada. Quando aplicado à inflação em nosso modelo, a hipótese das expectativas racionais significa que:  =  =  2 + 3) =  2 + 3 =  2 ∴  = 2,

(expectativas racionais da inflação)

onde E é o valor esperado ‘objetivo’ e a curva de Phillips é agora:  =  2 +  −   + 3.

(curva de Phillips; expectativas racionais)

Isso diz que com expectativas racionais, quando o produto está em equilíbrio, a inflação está na meta além do choque aleatório. Podemos expressar isso de outra forma, pelo rearranjo como segue  −  = =

1  −  2 − 3  1  −  .  

05 6770,  =  + 8  −  

(3.2)

795:5*7 ; 6-  . A consequência do produto acima de  é que a inflação subirá acima da meta – neste caso, para 4%. Isso define a curva de Phillips (PC(  = 4)) ao longo da qual o banco central deve escolher o seu ponto preferido: ponto C. Ao passar verticalmente para o ponto C' no diagrama IS, o banco central pode exercitar que a taxa de juros adequada para definir é r'. A trajetória de ajuste subsequente para baixo na linha MR até o ponto Z é exatamente como descrito no caso do choque inflacionário.

Figura 3.9 Choque temporário de demanda agregada e regra monetária

86

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Para resumir, a economia é deslocada de A para B como resultado do choque de demanda agregada. Esse aumento no produto cria um aumento na inflação acima da meta no sistema. Por causa da inércia inflacionária, isso só pode ser eliminado empurrando o produto para baixo e (desemprego para cima) [para] o equilíbrio. O banco central, portanto, aumenta a taxa de juros em resposta ao choque de demanda agregada, pois pode exercitar as consequências da inflação. Deve-se elevar a taxa de juros de forma a deprimir a demanda sensível aos juros e reduzir o produto. O banco central está olhando para frente e leva toda informação disponível em conta. 2.4 Um choque permanente de demanda No caso de um choque permanente de demanda a curva IS se desloca para IS' e fica lá. A economia começa em equilíbrio com produto no equilíbrio e inflação na meta de 2%. No diagrama IS, a taxa de juros inicial de estabilização é 5C . A curva IS se desloca para a direita para IS'. Assim como no choque temporário de demanda, o produto sobe para y': a economia está no ponto B no diagrama de Phillips e no B' no diagrama IS (Fig. 3.10).

Figura 3.10 Choque permanente de demanda agregada e regra monetária

A análise subsequente no diagrama de Phillips é exatamente como no caso anterior: a única diferença se refere ao diagrama IS. Já que o choque IS é permanente, a taxa de

87

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

juros de estabilização aumentou para 5CG . Com uma maior demanda exógena, uma maior taxa de juros real é requerida para diminuir a demanda sensível aos juros de modo que o produto é igual a  . Similarmente, a fim de levar a economia para a linha MR no ponto C, o banco central tem de definir a taxa de juros em r', consideravelmente [mais] elevada do que o necessário no caso do choque temporário de demanda. Uma vez que a economia está nos pontos C e C', o ajuste ao longo da MR e da IS' ocorre da maneira habitual. O novo equilíbrio está no ponto Z no diagrama de Phillips e no ponto Z' no diagrama IS. No Capítulo 4, examinaremos como o choque de oferta pode ser analisado utilizando o modelo 3-equações. 2.5 A linha MR e a taxa de juros real Para ilustrar que um banco central com metas de inflação fixa a taxa de juros nominal a fim de alcançar uma específica taxa de juros real, voltemos ao exemplo da Fig. 3.10. Como já vimos, para orientar a inflação de volta para a meta na sequência do choque permanente de demanda, o banco central aumenta a taxa de juros e a economia se move para C e C'. Isto é um aumento na taxa de juros real de 5C para r'. Contrastamos isso com duas alternativas: manter a taxa de juros real inalterada e manter a taxa de juros nominal inalterada. Se o banco central mantém a taxa de juros real inalterada em 5C , então o produto permanece em y' acima do equilíbrio e a inflação continuará a aumentar à medida que a curva de Phillips se desloca para cima a cada período. Se o banco central mantém a taxa de juros nominal inalterada, a economia se move para B' para um ponto sobre a nova curva IS (IS') ao sudeste do ponto B'. A razão é que o aumento da inflação sinalizado pela persistência do produto acima de  diminui a taxa de juros real: com uma determinada taxa de juros nominal e elevada inflação, a taxa de juros real cai. Em outras palavras, se 6 = 5 +  , então 5 = 6 −  de tal modo que uma maior  reduz r para abaixo de 5C . Uma queda na taxa de juros real impulsionará o produto ainda mais, levando a economia para ainda mais longe da meta de inflação. Esse exemplo ilustra que é a taxa de juros real que o banco central está focado quando fixa a taxa nominal: quando responde ao aumento da inflação esperada associada com o deslocamento da curva IS, o banco central leva em conta o efeito da maior inflação esperada na taxa de juros real e empurra a taxa nominal até o suficiente para levar isso em conta. 2.6 Taxas de sacrifício e estratégias de desinflação Observamos que a resposta imediata de um banco central mais avesso à inflação é um choque inflacionário para enfraquecer a produção por meio do aumento da taxa de juros em mais do que um se fosse menos avesso à inflação. Ele [o banco central] está disposto a ver um aumento acentuado no desemprego para obter uma queda rápida da inflação. E isto significa que o desemprego pode em consequência retornar mais rapidamente ao equilíbrio. Os termos ‘cold turkey’9 ou ‘terapia de choque’ são por vezes aplicados a tal estratégia, e são contrastados com uma abordagem mais gradualista em que o desemprego aumenta menos, mas o processo de desinflação leva mais tempo. Uma questão interessante é se o desemprego acumulado é maior sob o cold turkey ou o gradualismo: em outras 9

A analogia é para o tratamento de álcool ou dependência de drogas: uma estratégia cold turkey reduz a ingestão de drogas dramaticamente desde o início, enquanto que um tratamento gradualista, reduz lentamente. Assim, a escolha varia entre o desconforto severo por um curto período de tempo ou menos dor por um longo período de tempo.

88

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

palavras, se somarmos as taxas de desemprego de todos os períodos depois do choque inflacionário até a inflação retornar a meta [de inflação] e o desemprego ao equilíbrio, com que estratégia ocorrerá uma maior quantidade total de desemprego?

Figura 3.11 Estratégias de desinflação e taxas de sacrifício: ‘cold turkey’ vs. ‘gradualista’

Veremos que se as curvas de Phillips são lineares e paralelas, a quantidade acumulada de desemprego para alcançar a redução da inflação até a meta é o mesmo em ambas as estratégias. Em outras palavras, neste caso, a taxa de sacrifício (desemprego acumulado para atingir uma determinada redução da inflação) é independente do grau de aversão à inflação do banco central. Para ilustrar isto, tome um governo que opera uma regra monetária simples  −  = −D −  2  onde b reflete a força da resposta a uma taxa de inflação acima da meta. Intuitivamente, [quanto] mais forte é o governo, maior será o aumento do desemprego em resposta a um choque inflacionário esperado. Por outro lado, [quanto] maior o aumento do desemprego, mais rápido será o retorno da economia ao equilíbrio com  =  2 . Entretanto, não está claro como a quantidade total de desemprego ao longo do tempo (isto é, o desemprego acumulado) refere-se a b. Mas, sob uma suposição bastante simples verifica-se que o desemprego acumulado é independente de b. Trata-se da suposição de que a curva de Phillips com inércia-aumentada é linear:  =   +  −   com   = . A prova pode ser mostrada geometricamente na Fig. 3.11. Primeiro, admitiremos máxima força por parte do governo em que b = ∞: a preferência é em trazer a inflação de volta para à meta imediatamente, independentemente do aumento no desemprego que isto implica. Isto sugere que a regra monetária é horizontal, como mostrado pela [curva] HI . Suponha que, inicialmente, a economia está em equilíbrio com a inflação 89

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

igual à meta, e que, em seguida, acontece um choque para cima na taxa de inflação, isto é,   = # >  2 . Em HI a produção cai de  para # em efeito ao aumento acentuado da taxa de juros.  cai de # para  2 ; no próximo período, portanto,   =  2 , de modo que o banco central pode cortar com segurança a taxa de juros, retornando para a taxa de juros de estabilização, e elevando a produção novamente para  . Se medirmos o desemprego pela diferença entre a produção atual e a produção de equilíbrio, então, o desemprego é de  – # para o primeiro período, depois o desemprego recua para zero outra vez: portanto, o desemprego acumulado é simplesmente  – # . Agora, vamos supor que o governo tem uma regra monetária mais branda, HI" . Como resultado do choque inflacionário, a produção é cortada de  para  de modo que, no primeiro período, após o choque, o desemprego é ( –  ). A inflação é  , e isto implica no próximo período que a   diminua de   = # para   =  . Usando a HI" , a curva de Phillips com   =  implica que a produção aumenta de  para " . Isto significa que o desemprego no segundo período é ( – " ). Consequentemente, o desemprego acumulado após dois períodos é de ( –  ) + ( – " ).

Figura 3.12 Taxas de sacrifício e curvas de Phillips convexas

A prova da afirmação de que o desemprego acumulado não depende do valor de b pode agora ser vista no diagrama (Fig. 3.11). ( –  ) é exatamente (J – # ) no eixo horizontal; ( – " ) é precisamente (K – J ). Pode ser visto que, se adicionarmos o desemprego criado em cada período subsequente, no caso gradualista o (J – # ) + (K – J ) + ..., [e] o total é exatamente ( – # ); em outras palavras, é igual ao desemprego acumulado no caso ‘cold turkey’ com b = ∞. Já que essa demonstração não depende do valor particular de b que usamos, é verdadeiro para qualquer valor positivo de b. A prova depende criticamente da linearidade das curvas de Phillips. Se um pequeno aumento do desemprego tem um efeito desproporcionalmente maior sobre a inflação do que um grande aumento do desemprego (ou vice-versa), o resultado não se sustenta. Isto é mostrado na Fig. 3.12. Vamos supor que as curvas de Phillips lineares ainda são uma boa aproximação na região de HI" , a regra monetária menos avessa à inflação. Isto significa que podem ser usadas como antes para o cálculo do desemprego acumulado, como ( – # ). Para ver o que ocorre quando as curvas de Phillips são convexas, usamos 90

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

a regra monetária com b = ∞ e a curva de Phillips black com   =  . Esta curva de Phillips convexa reflete a constatação empírica de que a inflação se torna menos sensível a um aumento no desemprego, [se] o desemprego já é elevado. Não é difícil ver que isso implica em uma redução na produção maior do que a queda de # . Daí o desemprego acumulado com uma regra monetária mais avessa à inflação será maior do que com uma [regra monetária] mais branda. A intuição é de que a estratégia de um banco central muito avesso à inflação de reduzir a inflação para a meta muito rapidamente será mais custoso do que a gradualista, se for o caso de uma inflação que responde menos a um aumento no desemprego quando o desemprego já é elevado: empurrando o desemprego para [um nível] muito alto, levando-o para uma região [no diagrama] em que seu efeito sobre o comportamento de fixação dos salários é mais limitado. Resumindo, com curvas de Phillips não-lineares desta natureza, a taxa de sacrifício é maior para o banco central mais avesso à inflação. Com curvas de Phillips lineares, a redução da inflação para a meta tem o mesmo custo total de desemprego – somente o padrão temporal do desemprego é diferente: elevado por um curto período versus baixo por um longo período. Quando as curvas de Phillips se tornam planas no desemprego elevado, o cálculo do bem-estar é mais complicado – a estratégia cold turkey produz um retorno mais rápido da economia para a meta de inflação, mas com um custo de desemprego acumulado maior do que na estratégia gradualista. Voltaremos, no Capítulo 5, a discutir a evidência empírica que se refere as taxas de sacrifício.

3 Inflação no equilíbrio no médio prazo 3.1 Duas políticas monetárias 3.1.1 Regra da taxa de juros (abordagem MR) No modelo 3-equações, enquanto o objetivo do banco central é o de estabilizar a economia em torno da ERU10, a inflação no equilíbrio no médio prazo é igual a meta fixada pelo banco central. As características da regra de política monetária garantem isso. • No modelo 3-equações, no equilíbrio no médio prazo,  =  2 se o banco central pretende estabilizar o desemprego em torno da ERU. Se o banco central modifica a sua meta de inflação, então o novo equilíbrio no médio prazo será idêntico ao anterior, exceto que a inflação está em uma nova [taxa de] meta. Como notamos, se a inércia inflacionária pode ser eliminada, então a economia se move diretamente para o novo equilíbrio. No entanto, em nossa proposição normal em que o banco central é obrigado a eleger um ponto na curva de Phillips com inércia-aumentada, ele [o banco central] terá que elevar a taxa de juros para colocar a economia no caminho da nova meta de inflação. Haverá uma fase de desinflação dispendiosa antes que a nova meta de inflação seja alcançada. 3.1.2 Regra da oferta monetária (abordagem LM) Ao estender o modelo IS/LM para o médio prazo, assumimos que a taxa de crescimento da oferta monetária está sob o controle do banco central. As razões pelas quais isto pode 10

Como observado anteriormente, se o objetivo de desemprego é mais ambicioso do que isto, um viés inflacionário surge deixando a inflação na ERU acima da meta. Isto é explicado detalhadamente no Capítulo 5.

91

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

não ser tão fácil quanto parece são exploradas no Capítulo 8. Partindo do princípio de que isto é possível, mostramos que o crescimento da oferta monetária determina a taxa de inflação no equilíbrio no médio prazo. Admitimos que a aproximação se mantém tal que: 6 = 5 +  e observe que em um equilíbrio no médio prazo,  =  de modo que 6 = 5 + . Em seguida, assumimos a condição de equilíbrio do mercado monetário: HC = L6,  

LH

= L5 + , 

e consideramos a situação em um equilíbrio no médio prazo. O nível do produto é determinado pela interseção das curvas WS e PS em  . A curva IS é fixada pelo lado da demanda agregada da economia. Assim, a taxa de juro real associada com  é fixada em 5C . Como que por definição do equilíbrio no médio prazo,  é constante, [e] a demanda real por moeda (ou seja, L) também é constante. A implicação da exigência de que o mercado monetário está em equilíbrio é de que a oferta real por moeda também deve ser constante. Para manter a oferta real por moeda constante, o nível de preços P deve crescer na mesma taxa que a oferta nominal de moeda, que está sob o controle das autoridades [monetárias]. Usamos o símbolo M (chamado gama) para designar a ‘taxa de crescimento’, assim MN é a taxa de crescimento da oferta monetária. Suponha que é constante em OOOO: MN M OOOO N =

H − H , H

o que implica em =M OOOO, N onde a barra sobre MN é utilizada para enfatizar que a taxa de crescimento da oferta monetária é exógena. • Quando o modelo IS/LM é estendido para o médio prazo, o equilíbrio no médio prazo é caracterizado por uma taxa de inflação constante igual a uma taxa de crescimento da oferta monetária constante fixada pelo banco central, isto é  = OOOO. MN

3.2 Como a MR relaciona-se com a curva LM Antes de voltar para a análise tradicional da política monetária e da inflação utilizando o diagrama IS/LM, perguntamos qual é a relação entre a abordagem MR e a abordagem LM? E qual é o papel que a curva LM desempenha no modelo 3-equações? Há dois pontos principais. Em primeiro lugar, a abordagem a ser utilizada depende do tipo de

92

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

política monetária que o governo usa. Se o governo (ou o banco central) está utilizando uma regra monetária baseada na taxa de juros a fim de guiar a economia para a sua meta de inflação, o modelo correto é o modelo de 3-equações com a MR. Isto é muitas vezes chamado de regime de metas de inflação. Contudo, como acabamos de observar, o governo poderia alternativamente usar uma regra de oferta monetária (como fizeram alguns governos nas décadas de 1970 e 1980). A regra de oferta monetária mais comum é a que estabelece uma meta para a taxa de crescimento da oferta monetária, OOOO. MN Outra possibilidade é a de manter a oferta nominal C OOOO de moeda constante, em H . A regra de oferta monetária (ou seja, regime de metas monetárias) requer que utilizemos a abordagem da curva LM. Em segundo lugar, a condição LM não desaparece quando a abordagem MR está sendo utilizada. Aqui precisamos distinguir entre (a) a condição LM, o que significa que a demanda e a oferta de moeda são iguais, e (b) a regra de oferta monetária, o que pressupõe que a oferta monetária é definida exogenamente. A condição LM é HC = L6, . 

3.3

Isto em si não diz nada sobre como a oferta monetária, H C , é fixada11. Apenas apresenta a condição de equilíbrio em que a demanda e a oferta de moeda são iguais. Isto deve sempre valer, com exceção no curtíssimo prazo, independentemente se o governo está usando uma regra de oferta monetária ou uma regra monetária baseada na taxa de juros. Isto é porque quando se opera uma regra monetária, as operações do banco central devem garantir que o mercado monetário esteja em equilíbrio – caso contrário, a taxa de juros não permanece no nível desejado. Em um regime de metas de inflação, a curva LM está presente em segundo plano. No diagrama, que passa através da interseção da curva IS e da taxa de juros estabelecida pelo banco central, mas não exerce papel na determinação da posição da economia em termos de produção, inflação ou taxa de juros.

4 Inflação no modelo IS/LM O modelo IS/LM apresenta uma visão diferente de fazer política a partir do modelo 3equações IS-PC-MR. O governo ou o banco central não é modelado como usando uma regra de política monetária no sentido de uma função de reação para responder a choques. O termo função de reação reflete o fato de que a MR incorpora uma avaliação das implicações de qualquer choque e uma ‘fórmula’ de reação que leva em conta a estrutura do lado da oferta e [do lado] da demanda da economia. Ao usar a MR, o banco central está olhando para frente, prevendo as implicações para a inflação de qualquer distúrbio na economia, e ajustando a taxa de juros de modo a orientar a economia de volta ao equilíbrio. Por outro lado, o uso da regra de oferta monetária implica em uma política monetária passiva. Foi explicado na seção anterior de que o equilíbrio no médio prazo somente difere nos dois modelos pelos quais determinam a taxa de equilíbrio no médio prazo da inflação: Como veremos no Capítulo 8, no mundo em que o banco central define a taxa de juros, a causalidade vai de 6 → L → H → P, enquanto que no tradicional modelo LM, a causalidade é invertida: P → H → i, onde H é a moeda de alta potência.

11

93

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

essa é a meta de inflação no modelo IS-PC-MR e a taxa de crescimento da oferta monetária no modelo IS/LM. Assim, quando a economia está sujeita a um choque, o novo equilíbrio no médio prazo será idêntico em ambos os modelos – assumindo que os lados das ofertas são os mesmos e que a taxa de crescimento da oferta monetária é a mesma que a meta de inflação no modelo IS-PC-MR. No entanto, a trajetória de ajustamento com uma regra de oferta monetária será um pouco diferente do que analisamos no modelo IS-PC-MR. Isto porque no modelo IS/LM, o banco central assume manter uma taxa de crescimento da oferta monetária constante ao longo do período. Em seguida, a taxa real de juros muda conforme o resultado da interação entre o crescimento da oferta monetária fixada pelo banco central e a evolução da inflação. Se tomarmos o caso de um choque de demanda agregada permanente, o ajuste ocorre no modelo IS/LM da seguinte forma: (1) Seguindo o deslocamento da curva IS para a direita, o aumento na produção eleva a demanda por moeda. No curto prazo, a inflação e a taxa de crescimento da oferta monetária são constantes e iguais entre si: a oferta monetária real é constante. A curva LM permanece fixa, e a demanda monetária mais elevada leva à venda de títulos, uma queda no preço dos títulos, e um aumento na taxa de juros. Este é o movimento ao longo da curva LM até a sua interseção com a nova curva IS. (2) Maior produção e emprego levam a um aumento da inflação, como mostrado pela curva de Phillips. Isto irá reduzir a oferta monetária real (já que os preços sobem mais rápido do que a oferta monetária) e fará com que a curva LM se desloque para a esquerda. Isto amortece a demanda na medida em que a taxa de juros aumenta.

Figura 3.13 Choque de demanda agregada: o banco central mantém constante a taxa de crescimento monetário

(3) Uma vez que a inflação está subindo, mas deve voltar ao seu nível original no novo equilíbrio no médio prazo, a inércia na inflação implica que a produção terá que cair abaixo de  durante o processo de ajustamento. A inflação cai somente quando  <  . (4) A trajetória de ajustamento em forma de espiral no diagrama da curva de Phillips será traçada em uma economia que se move primeiro para o ‘nordeste’ e, em seguida, em uma espiral anti-horário de volta para o equilíbrio (ver Fig. 3.13).

94

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

A trajetória de ajustamento é mais prolongada no modelo IS/LM do que com a regra de política monetária baseada na taxa de juros, porque quando o banco central utiliza uma regra de política monetária, ele intervém ativamente para orientar a economia para o novo equilíbrio no médio prazo, uma vez que ele está no caminho da desinflação (por exemplo, de C’ a Z’ na Fig. 3.10). Quando a inflação cai, o banco central intervém e corta a taxa de juros. Os detalhes do ajustamento utilizando o modelo IS/LM são definidos no apêndice.

5 Conclusões Neste capítulo, um quadro foi estabelecido no âmbito do qual os choques e as políticas que afetam a economia podem ser sistematicamente investigados. Para os elementos reunidos no Capítulo 2 para analisar a demanda agregada (a curva IS, e a curva LM) e a oferta agregada (as curvas WS e PS e a ERU), adicionamos as curvas de Phillips e a regra monetária, MR. As curvas de Phillips são utilizadas para analisar processos de inflação. A curva de Phillips original mostra uma relação empírica estável entre desemprego e inflação. No entanto, se um policy maker tenta explorar essa relação ao escolher uma taxa de desemprego menor em troca de uma taxa de inflação mais elevada, a relação estável desaparecerá. Se não houver atrasos na fixação dos salários e dos preços, e os fixadores de salários e de preços fizerem o melhor uso das informações disponíveis, um policy maker não pode escolher uma taxa de desemprego abaixo da ERU sem a consequência da inflação crescente. Para o policy maker, portanto, a curva de Phillips é vertical. Contudo, se a inflação passada exerce um papel na fixação dos salários, haverá um trade-off entre inflação e desemprego - até a próxima rodada de fixação dos salários. Isto é mostrado pelas curvas de Phillips que são indexadas pela inflação passada e, portanto, se deslocam para cima quando   aumenta e para baixo na medida em que   cai. A inclinação das curvas de Phillips refletem a inclinação da curva WS (e também a inclinação da curva PS, se não for horizontal): uma curva WS mais acentuada implica uma resposta mais forte da inflação para uma mudança no desemprego dada a   . Uma implicação das curvas de Phillips da forma:  =  +  −   é que a desinflação é dispendiosa: o desemprego tem que aumentar acima da ERU para a inflação cair. Expressamos a regra monetária do banco central, MR, em termos de sua combinação entre produto e inflação dada a curva de Phillips com que se defronta:  −  = −D −  2 .

(regra monetária, MR)

Isto é mostrado no diagrama de Phillips. A curva IS é adicionada a curva de Phillips e a regra monetária para formar o chamado modelo 3-equações IS-PC-MR. A curva IS desempenha duas funções: ela se desloca em resposta a choques de demanda agregada autônoma e mostra a taxa de juros que o banco central deve escolher a fim de implementar a sua política monetária (isto é, mostra o ponto escolhido na linha MR). O modelo pode ser usado para analisar o impacto sobre

95

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

a inflação e o desemprego de diferentes tipos de choques e para explorar como o banco central vai reagir para estabilizar a economia. Podemos resumir o funcionamento do modelo IS-PC-MR, tomando o caso de um choque de demanda agregada temporária positiva: (1) Um deslocamento ascendente na confiança do consumidor leva a um aumento na produção e a uma queda no desemprego abaixo da ERU. (2) Desemprego menor, por sua vez, implica que a inflação subirá acima da meta do banco central. (3) O banco central eleva a taxa de juros. Ele irá determinar uma taxa de juros alta o suficiente para empurrar o desemprego acima do equilíbrio, a fim de trazer a inflação de volta à meta. (4) Uma vez que a economia está na linha MR, o banco central irá gradualmente reduzir a taxa de juros e a economia retornará ao ERU com a taxa de juros mais uma vez em seu nível de estabilização, 5C , e a inflação na meta. Quando a curva de Phillips é adicionada ao modelo IS/LM, podemos analisar choques sob a proposição de que o banco central tem como alvo a taxa de crescimento da oferta monetária. Os dois modelos, IS-PC-MR e IS/LM trabalham de maneiras muito idênticas e na inflação no médio prazo é igual a • a meta de inflação do banco central se usar uma regra monetária baseada na taxa de juros e • a taxa de crescimento da oferta monetária quando o banco central foca o crescimento monetário. Características institucionais da economia podem impedi-la de retornar rapidamente ao equilíbrio após um distúrbio. A regra monetária é um exemplo da intervenção ativa do banco central para orientar a economia de volta ao equilíbrio. A regra monetária se tornará ineficaz se a taxa de juros nominal tender a zero: outros instrumentos de política [monetária] serão necessários.

■ QUESTÕES Questões de verificação

Use um diagrama com o mercado de trabalho no painel superior e um diagrama inflação-produto no inferior e mostre o trade-off de longo prazo na curva de Phillips entre inflação e desemprego. Explique o que ocorre se o governo decide escolher uma taxa de desemprego mais baixa na base de que [ele] está disposto a aceitar uma maior taxa de inflação. (2) Dê dois exemplos de comportamentos que são consistentes com a hipótese das expectativas racionais, mas não com o das expectativas adaptativas e viceversa. Como se pode decidir qual hipótese aplica-se em uma instância específica de comportamento? (3) Explique cuidadosamente todos os pressupostos que são feitos na afirmação de que ‘desinflação é dispendiosa’. (1)

96

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Explique a equação de oferta de Lucas comentando claramente o papel que é desempenhado pela informação imperfeita. Contraste o modelo de Lucas com o modelo de Friedman no apêndice, em que a informação imperfeita também desempenha um papel. (5) Descreva o que acontece na economia depois de um choque inflacionário nos seguintes casos: (a) o banco central se preocupa apenas em evitar o aumento do desemprego; (b) o banco central se preocupa apenas com a sua meta de inflação; (c) o banco central se preocupa com o aumento do desemprego e com a realização de sua meta de inflação. (6) Depois de um choque de demanda agregada temporária negativa, por que o desemprego vai abaixo da ERU antes que a economia retorne ao equilíbrio no médio prazo? (7) Monte um caso para o uso de uma regra de política monetária baseada na taxa de juros, avaliando os prós e contras de duas outras regras monetárias: (4)

(a) a manutenção de uma taxa de juros nominal constante e (b) a manutenção de uma taxa de crescimento constante da oferta monetária. Explique o que se entende por taxa de sacrifício em geral e classifique as políticas alternativas na questão 5 em termos da taxa de sacrifício envolvida. (9) Se a política monetária do banco central é uma regra baseada na taxa de juros, o que determina a oferta monetária? O que acontece com a economia se houver uma queda repentina na demanda por moeda? (10) Quais fatores afetam a velocidade com que a economia volta ao equilíbrio no médio prazo depois de um choque de demanda agregada negativa no modelo IS/LM? (8)

Problemas e questões para discussão

QUESTÃO A. Que fatores influenciam a variação na taxa de desemprego associada a uma determinada queda na produção abaixo da tendência? Se a economia está passando por uma rápida mudança estrutural, com a mudança do emprego em vários setores (por exemplo, de uma ‘velha economia’ para uma ‘nova economia’), como você espera que isso afete a sua resposta para a primeira pergunta? Poderia essa conta para as chamadas ‘recuperações dos desempregados’ discutida nos Estados Unidos após as recessões no início das décadas de 1990 e 2000? [Referência útil: Groshen e Potter (2003).] QUESTÃO B. Você atribui o desaparecimento da curva de Phillips original [e] estável a uma mudança no comportamento dos trabalhadores ou do governo? QUESTÃO C. ‘No equilíbrio no médio prazo, a taxa de juros real depende da política fiscal, mas não da política monetária’. Você concorda? Sua resposta se aplica a taxa de juros nominal? QUESTÃO D. ‘A inflação é sempre e em toda parte um fenômeno monetário’. ‘A inflação reflete o comportamento do lado da oferta’. ‘Uma política fiscal expansionista leva a inflação’. Tome cada declaração em separado e faça uma avaliação de cada uma. Você concluiria que a política de controle da inflação deveria estar nas mãos de um comitê que representa os bancos centrais, os representantes dos fixadores de salários e de preços e o governo? Explique.

97

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

■ Apêndice A inflação no modelo competitivo: Modelo de Friedman Em seu discurso presidencial à Associação Americana de Economia em 1967, Milton Friedman estabeleceu um modelo macroeconómico simples e altamente influente.12 Em mercados competitivos, é muito difícil explicar por que o desemprego difere da taxa natural. A explicação de Friedman centra-se na noção de percepção equivocada por parte dos trabalhadores. Usando a ideia da informação imperfeita, ele foi capaz de explicar por que a economia poderia desviar-se temporariamente da taxa natural de desemprego. Em termos simples, a lógica do modelo gera resultados equivalentes aos apresentados neste capítulo. Há uma única taxa de desemprego em que a inflação é constante - a ‘taxa natural’. Se o desemprego é inferior à taxa natural, então a inflação será cada vez maior e vice-versa. Existe uma curva de Phillips vertical na taxa natural de desemprego, o que implica que não há trade-off no longo prazo entre desemprego e inflação. No curto prazo, existe um trade-off em que o desemprego abaixo da taxa natural é atingível com o custo do aumento inflacionário. Um exemplo ajuda a mostrar como os principais resultados são derivados e como eles são representados pelas curvas de Phillips vertical e com expectativas-aumentadas. Na Fig. 3.14, a economia começa na taxa natural com inflação zero. Inicialmente, a economia está na taxa natural com um salário real de  , e admitimos que o governo tenta reduzir o desemprego ainda mais. O governo utiliza os seus instrumentos políticos para manter o nível de demanda agregada real superior ao nível natural de produto. É claro que, para os trabalhadores ofertarem a quantidade  de trabalho necessário para produzir o produto demandado, eles exigirão um salário real mais elevado de w*. Por outro lado, as firmas demandarão  trabalhadores apenas se o salário real estiver abaixo de  . Como pode essa aparente contradição ser resolvida? A existência de demanda para a produção em excesso da oferta produtiva eleva os preços. O aumento nos preços leva o nível de preços para acima do seu nível esperado. Para as firmas que estão cientes do aumento no preço da sua própria produção, que significa uma queda no salário real para  e uma maior demanda por trabalho. Porém, por causa de sua incapacidade de observar o índice de preços atual para o conjunto dos bens de consumo, os trabalhadores assumem, como base para as suas decisões de oferta de trabalho, o salário real esperado, em que eles usam preços de períodos anteriores para formar a sua expectativa de preços nesse período. Em outras palavras, a oferta de trabalho é  C =  C  , em vez de  C =  C , por causa da incapacidade dos trabalhadores para observar o nível de preço corrente. O salário real esperado é  = / , o que pode ser escrito como  =

   = . .   

Daí a equação da oferta de trabalho é   C = C Q . R   e qualquer alteração no / desloca a curva de oferta de trabalho. A Fig. 3.14 mostra o caso em que o nível de preços atual excede o preço esperado. Se  >  , então a curva de oferta de trabalho se deslocará para a direita, em razão do que acredita os trabalhadores (com base em suas expectativas) de que o salário real é maior do que realmente é e mais trabalho será ofertado. Por exemplo, com o salário real  , quando as expectativas de preços estão em conformidade com os fatos ex post (isto é, quando  =  ), a curva de oferta de trabalho é  C  =  ) e o trabalho ofertado em T . No entanto, se em nosso exemplo, os preços estão acima do nível de preços esperado em que for tomada a decisão de oferta de trabalho (ou seja, se  >  ), então a curva de oferta de trabalho é  C  >  ) e o trabalho ofertado será  . Em nosso exemplo, vamos supor que o salário real caiu em 2% de  para  (ver Fig. 3.14). Podemos ver a partir do diagrama que no nosso exemplo, o salário real esperado deve ter aumentado em 1% para o trabalho  a ofertar. É fácil deduzir que, se os trabalhadores estavam esperando inflação zero (com base na experiência passada), então um incremento no salário nominal de 1% seria equivalente a um incremento no salário esperado de 1%. Mas, as empresas só empregam  trabalhadores, se os preços subirem 3%, de modo a reduzir o salário real atual em 2%. Para resumir, a economia pode se 12

Publicado em Friedman (1968).

98

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

deslocar da taxa natural para o emprego mais elevado, se a inflação subir. A falta de informação por parte dos trabalhadores leva-os a confundir um incremento no salário nominal de 1% com um incremento no salário real de 1%, quando na verdade os salários reais caem 2%. Apenas mediante um aumento inesperado no nível de preços (neste caso, em 3%) pode se criar a ilusão de que o salário real aumentou, quando na verdade ele caiu.

Figura 3.14 Modelo competitivo: a taxa natural de desemprego e as curvas de Phillips Friedman argumentou que no período seguinte, os trabalhadores atualizariam as suas expectativas inflacionárias. No modelo exposto no capítulo, uma mudança na inflação passada leva a um deslocamento na curva de Phillips. No modelo de Friedman, as curvas de Phillips são chamadas de curvas de Phillips com expectativas-aumentadas, e deslocam-se para cima sempre que há uma mudança na inflação esperada. Friedman assumiu que as expectativas são desenvolvidas de maneira retrospectiva, isto é, expectativas adaptativas. No período seguinte, se os trabalhadores atualizam as suas expectativas inflacionárias com base na experiência passada, a inflação esperada mudará de zero para 3%. Para os trabalhadores continuarem ofertando trabalho no nível de  , os salários nominais terão que aumentar a inflação esperada de 3% acrescida de 3%, para chegar ao salário real do nível atual no período zero de  até w*. Daí os salários nominais devem subir em 6%. Para que as empresas continuem empregando  trabalhadores, os preços também devem aumentar em 6%, de modo a manter o salário real em seu nível de  . Para o período 1, uma segunda curva de Phillips com expectativas-aumentadas (EAPC( = 3%)) é, portanto, relevante. Cada vez que a taxa esperada de inflação muda, a EAPC se desloca. A ausência de um trade-off no longo prazo na versão de Friedman do modelo competitivo é representado pelo fato de que a curva de Phillips no longo prazo é vertical. É vertical em U = UT , a taxa natural de desemprego.

99

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Ajuste a um choque de demanda agregada utilizando o modelo IS/LM Como é que um choque de demanda agregada influencia por meio da inflação e desemprego o modelo IS/LM? Tomamos o exemplo de um boom de consumo, e assumimos que o banco central tem uma taxa de crescimento da oferta monetária constante, M OOOO. N O equilíbrio inicial da economia é mostrado na Fig. 3.15 pelos pontos A. O boom de consumo, assumiremos que é uma mudança permanente no comportamento, OOO . O novo equilíbrio no médio prazo é o ponto Z. No novo equilíbrio deslocando a IS para a direita, para IS@ OOO . O emprego e o produto de equilíbrio são  e  , e a nova taxa real no médio prazo, a curva IS é a IS@ de juros de equilíbrio é maior a 5G . Assim, no diagrama IS/LM, o novo equilíbrio está no ponto Z.

Figura 3.15 Choque permanente na IS: novo equilíbrio no médio prazo em Z

100

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

Uma complicação que surge do próprio diagrama IS/LM é que a curva IS é uma função da taxa de juros real e a curva LM [uma função] da taxa de juros nominal. Esta questão foi desconsiderada no Capítulo 2 já que mantivemos a inflação em zero – a única situação em que as taxas de juros real e nominal são as mesmas. Com a inflação de # , a taxa de juros nominal será de # acima da taxa de juros real, seja no novo ou no antigo equilíbrio. A maneira mais simples de mostrar isto no diagrama é puxando para baixo o eixo horizontal do diagrama IS/LM pela quantidade da inflação (esperada). A Fig. 3.15 mostra isso: com uma taxa de inflação de # por ano, a taxa de juros real no equilíbrio no médio prazo é 5 , e a taxa de juros nominal é 6 = 5 + # . A taxa de juros nominal é mostrada na Fig. 3.15 usando os eixos pontilhados. Para usar a versão r/i do diagrama IS/LM, precisa ser lembrado que:

• • •



A curva IS é definida em termos de r e comporta-se de forma habitual. A curva LM é definida em termos de i; como habitual, ela desloca-se quando há mudanças na oferta OOOOC /). monetária real (H Dado que a curva LM é definida em termos de i, a curva LM desloca-se relativamente a curva IS sempre que há alterações na inflação: para a esquerda quando a inflação cai e para a direita quando a inflação sobe. Um modo de ver isto é que o eixo horizontal pontilhado desloca-se para cima quando a inflação cai e para baixo quando a inflação sobre e a LM move-se com isto. Por isso, a curva LM se move em relação a curva IS, em resposta a uma alteração na oferta monetária OOOOC /, ). real e em resposta a uma alteração na inflação. Portanto, mostramos a LM como LM(H

Figura 3.16 Esboço da trajetória de ajustamento ao novo equilíbrio no médio prazo em Z na sequência de um boom de consumo. No nosso exemplo, a taxa de crescimento da oferta monetária mantém-se inalterada de modo que a economia estará na PC(  = # ) no ponto Z, no novo equilíbrio – assim como era no [equilíbrio] original. 101

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

O novo equilíbrio está em Z no diagrama IS/LM: isto significa que a curva LM no novo equilíbrio se desloca para a esquerda, passando pelo ponto Z. Como a taxa de inflação é # – exatamente a mesma que estava no equilíbrio inicial – o deslocamento para a esquerda na LM implica que a oferta monetária real é inferior, com índice L para ‘baixo’. A oferta monetária real é reduzida durante o ajuste, já que a inflação se eleva acima da taxa de crescimento da oferta monetária em resposta ao boom de consumo. O processo de ajuste de A a Z é vagaroso e complicado para mostrar. Em primeiro lugar, o aumento do produto e do emprego e a taxa de juros real empurrada para cima, move a economia ao longo da curva LH# para o ponto B (ver Fig. 3.16). Este é o novo equilíbrio no curto prazo. No entanto, uma vez que os salários e os preços começam a ajustar-se a um desemprego mais baixo, a inflação sobe para  à medida que subimos na curva de Phillips, PC(  = # ). A curva LM se desloca para a esquerda por causa da queda no nível dos saldos monetários reais:  > MN ⟹↓

OOOO HC . 

No próximo período, a curva de Phillips se desloca para cima refletindo o fato de que a inflação subiu. Então, o produto e o emprego aumentam, desencadeando um aumento na inflação. Dada a taxa de crescimento monetário constante, a demanda agregada foi atenuada como consequência do aumento na taxa de juros real. Um longo processo de ajuste ao novo equilíbrio é susceptível de acontecer. A primeira fase durante a qual o produto é mais elevado do que o equilíbrio e a inflação está subindo, é seguida por uma segunda fase durante a qual o produto é inferior ao equilíbrio. Uma vez que a produto está abaixo do equilíbrio, a inflação começa a cair e a curva de Phillips começa a deslocar-se para baixo. A economia tende a seguir uma trajetória de ajustamento em forma de espiral no diagrama da curva de Phillips como mostrado na Fig. 3.16. Por enquanto, a inflação permanece acima da taxa de crescimento da oferta monetária, [e] o produto tenderá a cair. Mas, o elevado desemprego diminuirá a pressão inflacionária e, eventualmente, a curva LM começa a deslocar-se novamente para a direita e o produto começa a subir. A economia se move para o novo equilíbrio no ponto Z.

■ Referências do capítulo CHRISTIANO, L.J., M. EICHENBAUM, and C. L. EVANS (2005). ‘Nominal Rigidities and the Dynamic Effects if a Shock to Monetary Policy’, Journal of Political Economy, 113/1: 1-45. ESTRELLA, A., and J. C. FUHRER (2002). ‘Dynamic Inconsistencies: Counterfactual Implications of a Class of Rational-Expectations Models’, American Economic Review, 92/4: 1013-28. FRIEDMAN, M. (1968). ‘The Role of Monetary Policy’, American Economic Review, 58/1: 1-17. GROSHEN, E., and S. POTTER (2003), ‘Has Structural Change Contributed to a Jobless Recovery?’ New York: Federal Reserve Bank of New York website. HOOVER, K. D. (1988). The New Classical Macroeconomics. Oxford: Blackwell. LUCAS, R. E., Jr. (1972). ‘Expectations and the Neutrality of Money’ Journal of Economic Theory, 4: 103-24. ____ (1975). ‘An Equilibrium Model of the Business Cycle’, Journal of Political Economy, 83: 1113-44. ____ (1976). ‘Econometric Policy Evaluation: A critique’, Carnegie-Rochester Conference Series on Public Policy, 1: 19-46. MUELLBAUER, J. and L. NUNZIATA (2004). ‘Forecasting (and Explaining) US Business Cycles’. CEPR DP 4584. PHILLIPS, A. W. (1958). ‘The Relation between Unemployment and the Rate of Change of Money Wage Rates in the United Kingdom, 1861-1957’, Economica, 25: 283-99.

102

INFLAÇÃO, DESEMPREGO, E REGRAS MONETÁRIAS

■ Notas do tradutor i

Na macroeconomia, o termo cold turkey tem a conotação de ‘terapia de choque’. (p.3)

ii

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. (p.3)

iii

Expressão que se refere ao ‘fazedor da política’, ‘mentor da política’, ‘decisor público’, etc. (p.3)

iv

Equilibrium Rate of Unemployment. Em português, taxa de equilíbrio do desemprego. (p.4)

v

Expressão que descreve um movimento para tentar alcançar algum padrão, estágio ou nível que os outros possuem, e que foi anteriormente perdido. (p.7)

ERROS E/OU OMISSÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO TRADUTOR QUALQUER DÚVIDA ADICIONAL CONSULTE O TEXTO ORIGINAL

© 2011. Filipe Prado Macedo da Silva. Tradução autorizada pela Oxford Publishing Limited / Oxford University Press (Licensee: 90519440)

103

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.