SILVA, F. P. M. . O pré-sal(ário) do petróleo.

O pré-sal(ário) do petróleo Por Filipe Prado Macedo da Silva Desde o Brasil Colônia, os interesses populares sempre foram “espezinhados” pelos desejos nocivos das classes mais ricas e poderosas politicamente. Em 1822, quando o Brasil tornou-se uma nação e, posteriormente, em 1888, com a abolição da escravidão, floriram as primeiras esperanças de que o país poderia – finalmente – ser mais justo e igualitário. No entanto, nem de perto as coisas mudaram. Ano após ano, a estrutura social se deteriorou, agravando todos os aspectos da desigualdade social. Para piorar a situação, o país (ou seja, a elite) aprofundou a consolidação de um governo ineficiente e débil. Apesar de o Brasil ser a 8ª economia mundial (em PIB), é um dos piores em desenvolvimento humano, segundo as Nações Unidas. Será que é possível mudar? Bem, é preciso ver para crer. Muitas “almas generosas” já tentaram mudar o rumo do país, mas foram “delicadamente (para ser irônico) eliminadas” quando suas transformações afetavam os interesses dos mais ricos. É aquele velho ditado: “não coloque a mão na cumbuca dos outros”. Por isso, registramos em nossa história, alguns fatos estratégicos, como por exemplo: um golpe militar (financiado pelos EUA e suas multinacionais) e um impeachment (do ex-presidente Collor, por não ser fiel a cartilha “secreta” dos industriais). O último redentor brasileiro é o presidente Lula. Um pouco inocente (mais também argucioso), ele vem buscando levantar a auto-estima do povo brasileiro. Sua maior “cartada” é o pré-sal. Em números, estamos falando, em algo ao redor, de 50 a 100 bilhões de barris. Isso significa, financeiramente, mais ou menos, US$ 4 trilhões. Com certeza, esse dinheiro será imprescindível para o desenvolvimento econômico e social do país. Mas, será que isso acontecerá? Se dependesse do desejo de Lula, a resposta seria sim! Ele chegou a afirmar que “essas reservas seriam a chance divina de reparar a dívida com os mais pobres”. O problema é que os desdobramentos dos acontecimentos não dependem apenas da vontade de um presidente. Lula é apenas uma pequena peça, de um grandioso quebra-cabeça, chamado “jogo de interesses”. Arrisco afirmar, que dificilmente os recursos do pré-sal serão destinados aos mais pobres – mesmo com o novo marco regulatório. Devemos lembrar que o presidente Lula tem uma enorme dívida com seus financiadores (aqueles que pagaram suas contas durante as duas campanhas eleitorais). E essa, é a melhor ocasião dos credores cobrarem o “retorno dos investimentos eleitorais”. Além disso, políticos corruptos manobrarão a máquina pública a favor de novos impostos e maiores salários (exceto para o povo). Os mais ricos e poderosos terão o pré-salário do petróleo. Os mais pobres e menos influentes terão a “migalha” do petróleo. O resultado, como sempre e já esperado, em todas as épocas de prosperidade e abundância, é “os mais ricos ficam mais ricos e os mais pobres ficam mais pobres (ou melhor, miseráveis)”. Esse é o Brasil!