SIM VICENTE CECIM Segredos Humanos

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SIM VICENTE CECIM Segredos Humanos Ser sem Medo para ser Criativo vFc

Em algumas destas páginas Sim passadas falamos de coisas a que retornamos nesta. E por que esse retorno? Porque, naquelas, não relacionamos as questões abordadas a Literatura – que, pela minha convivência com ela – poderia, sim, nos ajudar a vê-las com mais clareza, e também expressá-los com a potência obscura e por isso mais abrangente da Poética das Palavras sonhadas. Nestes dias em que a cidade se move em direção aos livros, concentrando eles em uma feira pública – parece oportuno fazer essa relação. Lembremos aqui algumas das coisas de que falamos antes. E arrematemos tudo com uma fábula.

E o Eu? Segundo Krishnamurti, o eu é uma imagem que construímos sobre nós mesmos e é essa imagem quem se machuca. Essa imagem pode ser desfeita? Você pode libertar seu eu real? Voltar a viver por ações – espontaneamente – e não mais através de reações – condicionadamente? – Sim. Mas como atingir essa Libertação? Onde você e o mundo, agindo juntos, esconderam o seu Eu Real? Krishnamurti me disse para fazer assim: – Não lute contra esse eu ferido. Isso só criará mais conflito e novas feridas. Se observe, apenas se observe, sem se julgar – e você perceberá quando quem está agindo é o seu eu real e quando é a imagem do eu que fez de si quem está reagindo. É simples assim: se você age, é o seu eu real, se reage, é a imagem, o falso eu quem está predominando. Voltemos à pergunta, de forma mais direta: - É possível não ser ferido nesta vida? Você só descobrirá desfazendo a imagem de eu em que passou a viver a Vida também como uma imagem. Imagem que, através dele, fez dela. Pois é justamente essa vida-imagem que fere esse eu-imagem. – Livre-se dessa existência de miragens que se alimentam reciprocamente. Quem poderá fazer isso por você? – Ninguém. Só você, em si e por si, pode libertar esse Eu Autêntico e passar a viver nele a Vida Autêntica. Não há guias? Sim, sempre houve apontadores de caminhos em todas as Culturas: os Vedas arianos, o Tao e o Chan chineses, o Zen japonês, o Budismo indiano, o Sermão da Montanha cristão, o

filósofo grego Plotino, os Sufi e os místicos Rumi e Suhrawardi, no Oriente Médio & Eckhart, no Ocidente, os mestres Hui Neng & Dogen na Ásia – mas nada podem fazer por você a partir deste ponto. Nem Krishnamurti. E menos ainda os psicanalistas. Tudo dependerá, agora, unicamente de você. Porque um homem só pode transmitir a outro homem as informações que coletou e codificou a sua maneira e, no máximo, levam a um Conhecimento que cada um construiu – e assim há tantos conhecimentos quantos homens, e tudo o que está no limite do Conhecimento por sua própria natureza está destinado a se fragmentar em vários conhecimentos, em colisão e discordância, e é nesse território de variantes – também feito de imagens variantes – que nós estamos. Território de armadilhas. De que se nutre o eu-miragem e nutre a vida-miragem. Lugar incerto. Limitado & limitante. E onde estamos presentes como – Entes Humanos. E é só até essa nossa dimensão – de entes humanos, corpos sensíveis ao tempoespaço – que os conhecimentos reunidos por outro homem podem nos levar. Mas o Caminho da libertação – em que você vai precisar ser o sábio de si mesmo – para atingir o que você realmente é, em si, o seu EuReal, vai além. Leva ao não território ilimitado do Ser que também somos. Caminho solitário, por onde avançamos até sermos detidos por sinais vermelhos, nesse trânsito interior, por fora trafegando na chamada Civilização. Onde convivemos com uma coisa que conhecemos todos muito bem. – O Medo. Mas se chegarmos à Via das Metamorfoses, a Vida Móvel? Não mais fixos podemos ser criativos. Jogarmos o jogo que nos joga – e, livres do Medo, sabermos O Que Somos, e então nos permitir ser o que for preciso que sejamos – já ser temer nos perdermos do Ser que – imóvel em si, como ensinou Parmênides – é o Centro inalterável que verdadeiramente somos. É nesse ponto que pode nos ajudar a Literatura. Se por ela soprarmos o Vento da nossa Voz mais íntima para resguardarmos - ó, de nós mesmos – a Realidade do Centro que em habitamos e que os círculos conflitando do mundo tentam nos impedir de atingir. Quem sabe a Fábula nos diga, com mais obscura Clareza, o que até este ponto não conseguimos iluminar plenamente.

A Palavra em sonho Vicente Franz Cecim se tens um segredo, onde ocultar dos homens?

Caminha, caminha A floresta é escura, que nem os sons dos teus passos escutem o teu segredo, indo Tu mergulhas vindo à tona de ti mesmo, com Isso quase para gritar dentro de ti.

A Floresta desce, teu segredo sobe em ti.

E eis:

Ela: a árvore, Árvore Renascida

Seu tronco

Te oculta em sua Noite, como é amplo, já nem o Céu te vê.

Agora, deves fazer o que deve ser feito. E fazes: ó O túnel de silêncio que teu dedo cava mergulhando na madeira, aproxima a tua boca, diz Oniá

Ouves? Como ecoa no fundo da Árvore, será guardado na Semente de que ela nasceu. E depois, no Profundo da árvore volta O Silêncio E já podes também voltar.

Dás um passo, te voltas Onde deixaste a tua Voz?

Agora, tens um Segredo mais Raro, para ocultar até de Ti.

Indo pelo Caminho Que Dá Voltas desconhecido dos homens, busca em teu Bosque de Cinzas

Do livro visível inédito oO Círculo – de Viagem a Andara oO livro invisível

diálogos:com

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