SIMBOLISMO NO PROJETO DOMINGO NO TCA - GESTÃO CULTURAL APLICADA

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  UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA  ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO  INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS  BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM ARTES 

          HERBERT CARLOS DA SILVA         

SIMBOLISMO NO PROJETO DOMINGO NO TCA:  GESTÃO CULTURAL APLICADA 

    Salvador  2016 



HERBERT CARLOS DA SILVA                 

SIMBOLISMO NO PROJETO DOMINGO NO TCA:  GESTÃO CULTURAL APLICADA 

      Projeto  T1.1  elaborado  para  a  disciplina  ADM254  –  Gestão  Cultura,  da  Escola  de  Administração  da  UFBA,  ministrada pelo Prof. Eduardo Davel.     

                      Salvador  2016   



SUMÁRIO    1. INTRODUÇÃO ………………………………………………. 3  2. O QUE É SIMBOLISMO? …………………………………... 4  3. COMO O SIMBOLISMO PODE SER UTILIZADO COM SUCESSO/  O CASO DO DOMINGO NO TCA……………………..​……………..6  4. COMO CONSTRUIR RELEVÂNCIA CULTURAL PARA  O PÚBLICO……………………………………………………7  5. ABORDANDO AS AÇÕES DE CRIAÇÃO DE VALOR SIMBÓLICO/  O QUE PODERIA TER SIDO FEITO NO DOMINGO NO TCA….....​9  6. REFLEXÕES FINAIS……………………………………….11  7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………...12                                             

 



1. INTRODUÇÃO   

Este  trabalho  propõe  levantar  questões  estruturais  para  que  um  gestor  cultural  possa  compreender   os  mecanismos  do  trajeto  de  idealização,  produção  e  consumo  de  bens  simbólicos.  Ancorado  em  teorias  de  estudiosos  que  conciliam  cultura  e  negócios,  esse  documento  tem  como foco elucidar as possibilidades de criação de identidades de princípios  básicos  para  o  sucesso   de  projetos  que  lidam  com  a  economia  criativa,   economia  essa  que  movimenta  bens  e  serviços  culturais  na  sociedade  de  consumo.  Essa  proposta  de  pesquisa  irá  abordar  o  conceito  de  “Simbolismo”  e  fazer  uma  análise  do  mesmo,  aplicado  na  gestão  cultural do evento "Domingo no TCA".  A  partir  de  questões  estruturantes  acerca do “Simbolismo”, conceito atrelado ao valor  e  capital simbólico tão caros ao mundo moderno, será aqui levantado um breve panorama de  cultura  como  espécie  de  “planta  baixa”  das  ações  dos  homens  (MCCRACKEN,  2003)  que  se  torna  influencia  direta  da  formatação  e  condução  do  espaço  social  atrelado  à  comunicação  de   identidades  a  partir  do  consumo  de  bens  simbólicos.  Fazendo  desse   conhecimento uma fonte de informação para inovação de empreendimentos.  Após  uma  breve  introdução  de  sociedade  e  cultura,  será  destrinçado  o  conceito  de  simbolismo  ou  valor  simbólico,  para  que  em  seguida  haja  uma  identificação  e  crítica  do  conceito  dentro  do  projeto  “Domingo  no  TCA”,  gerido  pela  diretora  artística  do  Teatro  Castro Alves, Rosemilda Mendes Lima.               

             

 



2. O QUE É SIMBOLISMO?    Para  que  possamos  compreender  o  Simbolismo  ou  Valor  Simbólico  a  fim  de  dar  estofo  e  identidade  ao  projeto  cultural  em  elaboração,  é  necessário  observar  um  breve  panorama de contextualização e alinhamento de conceitos em voga na contemporaneidade:    “o   mundo  moderno,  como  nós  o  conhecemos,  é  fundamental  que  tudo  se  comunique.   A  dinâmica  da  sociedade  moderna  se  movimenta  em  torno  da  comunicação e dos valores disseminados por ela mediante os símbolos construídos e   compartilhados.   Comunicação  é  o  processo  transacional  entre  duas  ou  mais  partes  por  meio  das  quais  o  significado  é trocado mediante o  uso intencional de símbolos”  (MIRANDA, 2000)    

  A  partir  da  peculiaridade  de  nossa  sociedade  atual  podemos  localizar  o  papel  dos  gestores  culturais  nesse  meio,  por   trabalharem  para  a  mesma,  numa  tentativa  de  manter  a  tensão  entre  ordem  e desordem, cultura e arte, institucionalidade e liberdade, ao desempenhar  seu  papel  dentro  da  cadeia  produtiva  de  cultura.  Antes,  proponho  aqui  uma  conceituação  de  cultura pela visão antropológica que nos auxiliará nesse entendimento.    Nos  escritos  do  antropólogo  Clifford  Geertz  (1989)  podemos  localizar  um  conceito  que  ele  recupera  de  Max  Weber,  onde  afirma  que  o  homem  é  um  ser  amarrado  em  teias  de  significados  que  ele  mesmo  teceu,  portanto  a  cultura  é  uma  ciência,  não  experimental  em  busca  de  leis,  mas  sim  interpretativa  em  busca  de  significados.  O  comportamento  humano  é  ação  simbólica.   Os  significantes  dessa  ação  não  são  sintomas,  mas  atos  de  discursos.  A  cultura  é  construção,  cíclica  e  movente. Teixeira Coelho (2013) fala de dois tipos de cultura:  a  instituída  (ex:  o  português  e  o  carnaval)  e  a  cultura  instituinte  ou  instituindo  (a  que está se  formando),  poderíamos  chamá­las  também  de  cultura  dominante  e  emergente,  dentro  de  determinada  sociedade.  Com  isso  podemos localizar o gestor cultural como o que identifica a  cultura  instituinte,  criando  condições  para  que  ela  venha  a  tona   com  êxito  e  chance  de  se  tornar instituída. 

 

  Hoje o que as industrias criativas fazem é tentar associar suas produções nessa teia de  significados  que  além   de  definir  uma  cultura,  dialoga  com  a  identidade  e  individualidade  de   



seus  possíveis  consumidores,  oferecendo  para  além  da  funcionalidade  essencial  do  produto  ou  do  serviço  e  de  sua  qualidade,  o  valor  simbólico,  que  embute  significados  sociais  e  culturais atrelados com os desejos subjetivos dos mesmos.     “A  criação  de  valor  simbólico  depende,  em  última análise,  da  inclusão  de  produtos  nos   padrões  de   consumo  e   uso.  Em  outras   palavras,  embora  as  empresas  possam  ativamente  dotar  seus  produtos  de  significados  culturais  atraentes,  não  há  garantia  de   que  seus  esforços  irão,  eventualmente,  produzir  os  resultados  pretendidos.”  (RAVASI;  RIDOVA, 2013)   

Com  isso,  o  valor  simbólico  atrelado  mais  ao  lado  afetivo  que  vem  a  despertar  nos  consumidores  dos  bens  ou  serviços,  é  importante  fonte  de  agregação  de  valor  dessas  mercadorias  por   possuírem  esse  princípio  atrelado  desde  sua  concepção  onde  prevalece  uma  diversidade  cultural,  diversas  oportunidade  de  nichos  e  públicos,  que  estabelecem  um  compromisso  sociocultural,  econômico  e  por  vezes  político  entre  gestores,  produtores,  instituições, e consumidores.                                 

 



3.  COMO  O  SIMBOLISMO  PODE  SER  UTILIZADO  COM 

SUCESSO/  O 

CASO DOMINGO NO TCA  O  Domingo  no  TCA  projeto  que  está  sob  o  foco  desse  trabalho  é  um  evento  que  acontece  há  9  anos  no  Teatro  Castro  Alves, equipamento cultural que tem como diretor geral  Moacyr  Gramacho  e  como  diretora  artística  Rose Lima. O teatro é mantido através das ações  e  diretrizes  da  Fundação  Cultural  da  Bahia  (FUNCEB),  orgão  vinculado  a  Secretária  de  Cultura do Estado da Bahia (SECULT/Ba).  Ao  levantar  materiais para análise de informações referentes à concepção e criação do  projeto  a  fim  de  localizar  as  ações  que  envolviam  o  simbolismo  em  sua  estrutura,  tive  uma  barreira  atípica  em  empreendimentos  culturais  que  me  levou  a  analisá­lo  por  outras  vias,  e  chegar numa opinião do por que esse projeto não figura como um projeto convencional.   Segundo  a  gestora  do  “Domingo  no  TCA”  esse  evento  não  possui  um  projeto  propriamente  escrito,  por  mais  que  possua  objetivos  bem  delineados  para  os  envolvidos:  1­)  Secretaria  de  Cultura  que  lança  bienalmente  relatórios   acerca  de  resultados;  2­)  os  meios  de  comunicação  que   com  fácil  acesso  na  internet  podemos  levantar  um  material  denso  de  acervos  de  jornais   e  sites  que  falam  sobre  o  projeto  e  3­)  seus  consumidores,  uma  vez  que o  evento possui um publico médio de 1.113 pessoas ou 72% do teatro por apresentação.    Um  dos  levantamentos  mais  importantes  e   rico  para  esse  trabalho  de  pesquisa  foi  a  dissertação  de  mestrado  de  Rosemilda  Mendes  Lima,  chamada  “Políticas  Culturais,   democratização  e  acesso  à  cultura:  o  domingo  no  TCA”.  Dissertação  essa  que  foi  defendida  com  sucesso no dia 9 de julho de 2016 e se  encontra em pequenas edições antes  de seu acesso  público.  Devido  isso,  não  me  foi  permitido  sua  divulgação,  porém  um  artigo  de  nome  homônimo  publicado  em  2014  por  Lima,  faz  um  levantamento  bem  apurado  das  ações  do  evento, desde sua concepção até a execução.   O  Domingo  no  TCA  se  propõe  a  um  domingo  por  mês  trazer  para  sua  sala  principal  uma  produção  das  artes  cênicas  que  esteja  no  circuito atual de produções, de alta qualidade e  que  consiga  dialogar  com  o  público­alvo.  Esse  recorte  de  público  visa  jovens  de  bairros  e  cidades  periféricas  que  precisam  ser  “inseridos”  no  conceito  de  “permeabilidade”  do  Teatro  Castro  Alvos,  ou  seja  ocupar  e   fazer  uso  do  equipamento  público  cultural  para  que  haja  transferência  de  capital simbólico e intelectual, socializando esses jovens a partir da interação  sociocultural. Dinamizando e formando plateia para as artes na cidade de Salvador.   



4. COMO CONSTRUIR RELEVÂNCIA CULTURAL PARA O PÚBLICO?   

Podemos  fazer  uma  associação  de  fatores  que  em  conjunto  podem  dar  maior  relevância  cultural  ao  público­alvo.  Trazendo  a  lógica  teórica  de  McCraken  (2003) a criação  de  valor  simbólico  se  dá   num  processo  onde  a  interação de vários atores sociais podem fazer  com  que  a  criação  e  disseminação  de significados possam ser extraídos dos bens  de consumo  e  fazer  parte  da  prática  social de seus consumidores.  Os atores  levantados por autor são  1­) a  cultura  de  liderança  ou  subculturas  líderes, por possuírem expressões sociais potentes para  se  tornarem  visíveis,  a  partir  de  novos  simbolismos,  práticas  e gestos. 2­) os produtores de bens  de  serviços,  os  quais  identificam  os  significados,  engradam  a  relação  com  os  criadores  de  símbolos  (ex:  artistas  e  designers)  com  habilidade  de  converter  o  local  ao  oferecer  tais  serviços.  3­)  os  especialistas  em  criação  de  símbolos.  (ex:  artistas,  desgigners  etc…)   4­)  os  intermediários  institucionais  (mídia   e  crítico)  que  podem  introduzir  hábitos  a  partir   de  exposições dos bens 5­) os próprios consumidores.   Os  bens  de  consumo  para   além  de  seu  desempenho  prático  utilitário  é  dotado  de  significância ou seja uma habilidade de carregar um significado cultural que flui naturalmente  entre  todos  os  atores  sociais  mencionados,  numa  cultura  que,  como  vimos,  possui  como  qualidade  ser cíclica e móvel. Para encerrar  esse ciclo de exposições, podemos verificar  que o  significado  cultural  é  extraído  do  mundo  culturalmente  constituído,  que  é transferido  para os  bens de consumo que por sua vez é absorvido pelos consumidores em geral. (MCCRACKEN,  2003)  A  relevância  desse  processo  é  refletido  na  afeição   e  identificação  dos  consumidores  para  com  bens  ou  serviços  ofertados.  Essa  troca  simbólica  tem  o  poder  de  alçar  as pessoas a  determinadas  identidades,  as  quais  elas  se  orgulham  de  estar  associadas.  Pode  ser observado  também  pela  importância  histórica  tanto  do  evento  quanto  dos  meios  ou  materiais  utilizados  (ex:  a  importância  histórica  do  Teatro  Castro  Alves  para  Bahia).   Tudo  isso  se   reflete  na  autenticidade  que os envolvidos dão para tais expressões e que ao estar  em contato, imerso ou  após  terem  adquirido  um   objeto,  possuem  uma sensação quase catártica  (conceito aristotélico  para  o  expurgo  de  baixos  sentimentos,  após  a  identificação  com  algo  que   te  toca  profundamente). 

 



Analisando  o  “Domingo  no  TCA”  podemos  observar  uma  ação  bem  sucedida  pelo  evento,  que  possui  um  público  fiel  e   também  a  cada  novo  evento  consegue  atrair  novos  públicos,  por  ter  associado  um  diálogo  as  identidades  focais  recortadas  pela  gestora,  bem  como  ter  atrelado  o  valor  simbólico  da  estrutura  e  das  produções  envolvidas.   Um   gestor  cultural  deve  saber  responder:  Quais  os  sentimentos  que  poderão  ser  suscitados  no  público  daquele  evento?   Qual  a  importância  daquele  serviço  para  o  público?  A  arte  possui  função  além  de  nos  apresentar  algo  extra­cotidiano  que  nos  permita  uma  pausa  na  rotina  para  que  possamos  apreciar  a  beleza?  A  experiência  gera  conhecimento?  O  público  será  bem  recepcionado  e  terá  uma  boa  experiência  no  encontros  com  novas  pessoas?  Qual  o  valor  simbólico dessa experiência?       

                                         

 



5.  ABORDANDO  AS  AÇÕES  DE  CRIAÇÃO  DE  VALOR  SIMBÓLICO/ O QUE  PODERIA TER SIDO FEITO NO DOMINGO NO TCA  Já  existem  estudos  de  algumas   ferramentas,  as  quais gestores podem utilizar para que  seja  criado  ações  para  o  desenvolvimento  de  valor  simbólico  na  concepção  de  um  projeto.  Para  que  a  troca  simbólica  aconteça  na  prática,  já  contando  com  as  possibilidades  de  experiencia  do  público no local, bem como suas expectativas, os princípios já devem ter sido  engendrados  pelos  gestores  que  “necessitam  adquirir  conhecimentos  profundos  dos  valores,  símbolos  e  práticas  de  tais  culturas  de  modo  a  se  apropriar  efetivamente  de  suas  formas  expressivas e significados”. (RAVASI; RIDOVA, 2013)  Abordemos algumas:  Absorção  cultural:  resultado  de  escolhas  de  posicionamentos  culturais  que  o  gestor  propõe  trabalhar  em  seu  empreendimento.  Escolhas  dentro  daquela  metáfora  das  teias  construídas pela planta baixa da cultura.  Modo  etnográfico:  ​prática  advinda  da  antropologia,  muita  estuda  por  Cliford Geertz  (1989)  que  propõe  uma  imersão  às  práticas  de  uma  cultura  líder  ou  subcultura   a  ser  observada.  O  que   viabiliza  um  intensa  troca  com  o  público  que  se  pretende  trabalhar.  Não  mais  se  idealiza  um  público  que  poderá  consumir  o  serviço,  mas  sim  são  levantadas  opções  de  projetos  que  dialogam  com  aquele  local  ou  que  lhes  é carente, porém com potencial de se  tornar mais próximo.  Produção  de  Signos:  pensar  no  produto  ou  serviço  de  uma  forma  que  seja  transferido o significado da cultura local para o bem de consumo.   Design  e  publicidade: ​a função de signo será intencionada pelos produtores por essas  vias para que o bem ou produto seja reconhecido e usada como tal.     “No  entanto,  dada  a  dinâmica que  o consumo simbólico  vem  ganhando em  mercados  cada  vez  mais  afluentes,  tecnologicamente  experientes,  verdadeiramente  globais  e  culturalmente ecléticos  em  todo  o  mundo,  afirmamos  que  a  compreensão  da   dinâmica  de  criação  de  valor  simbólico  pode  muito  bem  ser  um  dos  principais  desafios para o nosso campo no século XXI.”  (RAVASI; RIDOVA, 2013)   

 

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O  projeto “Domingo no TCA” parece passar por essas ações indicadas, porém poderia  ter  explorado  e  ampliado  mais  as  fontes.  A  absorção  cultural  como  um  recorte  que  o  projeto  trabalha  parece  ter  sido  bem  planejado,  porém  a  falta  de  documentação  que  nos  comprove  isso  nos  escapa.  Nesse  recorte  podemos  deduzir  a  partir  de  registros  fotográficos  do evento,  de  ser  um  público  de  faixa  etária  de  15  a  25  anos,  um  público  jovem,  normalmente  estudantes. O que nos induz a pensar que existe um planejamento específico de atração.    Já  o  método  etnográfico,  também  por  não  haver  registros  escritos,  não  sabemos  se  realmente  foi  apropriado  pelo  gestor  do projeto, mas por ser uma ferramenta alinhada com as  diretrizes  de  conceituação  de  cultura  do  orgão  mantenedor  do  TCA,  a  SECULT/BA, deduzo  que  essa  ferramenta seja aplicada para criação de pesquisas e relatórios. A sugestão aqui seria  fazer  estudos  etnográficos  nas  teias  de  recortes  para  que  possa  haver  uma  inovação  na  rede  cultural da localidade de acordo com suas faltas, disponibilidades e necessidades.  Já  as  duas  últimas  ferramentas  apresentadas,  são  o  ponto  forte  de  identificação  simbólica  na  condução  do  projeto  “Domingo  no  TCA”. A produção de signos é bem clara na   execução   do   evento.  Desde  a  equipe  administrativa  e  técnica  que  prepara  o  ambiente,  as  estruturas  do  teatro  que  permitem  uma  experiência  única,  num  ambiente  de  grande  porte  e  importância  no  cenário  baiano,  as  produções  de  alta  qualidade  que  são  apresentadas  pelo  valor  simbólico  de  R$1,00  entra  com  objetivos  claros  de  dinaminação  do  espaço,  formando  plateia,  transmitindo  conhecimento.  E  também  o  trabalho  feito pelos parceiros da gestora, no  caso  da  comunicação  e  publicidade  do  evento  realizados  pela  ASCOM  e  pela  equipe  de  multimeios,  que  cobrem  uma  boa  parte  dos  meios  de  comunicação  de  massa,  tendo  forte  divulgação em rádios e TVs, além de programas de agendas culturais e jornais.                          

   

 

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6. REFLEXÕES FINAIS   

A  criação  de  valor  simbólico  portanto é um dos maiores desafios para essa  sociedade  que  instaurada  na  planta  baixa  da  cultura  muda  a  cada  novas   interações  sociais,  tanto  por  formatações  institucionais,   quanto  por  desejos  subjetivos,  pela  globalização,  por  associação  ao capitalismo mediador de produções, distribuições, trocas e consumos.    Uma  das  preocupações  levantadas  recorrentes  por  teóricos  da  gestão  cultural  é  não  deixar que a economia criativa seja conduzida estritamente pela economia econômica.    Lembrando  que  o  gestor  vem   para  manter  a  tensão  entre  cultura  e  negócios,  sem  pesar  pra  um  ou  pra  outro  lado. Alimentado assim a economia criativa pautada na  geração de  empregos,  agregação  de  valores  para  sociedade  e  desenvolvimento  econômico  que  por  fim  pode ser um gancho para redução das desigualdades.   O  projeto  “Domingo  no  TCA”  pode  ter   algumas  ações peculiares às teorias de gestão  cultural,  pode  ser  que  seja  por  ser  uma  instituição  pública  que  tem  como  mote   principal  o  dever  social,  a  integração  de  pessoas  no  sistema  de  trocas  simbólicas,  dando  oportunidade  e  elevação  de  capital  simbólico,  este  que  passado  de  geração  a  geração  poderá  desenvolver  cidadãos  mais  conscientes  e  críticos  a  partir  de  experiências  de  emancipação  e  identificação  social.                              

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS     COELHO, TEIXEIRA, 4., 2013, São Paulo.​ Curso de Especialização em gestão cultural​. São  Paulo. Disponível em: . Acesso em: 05.jun  2016. 

  GEERTZ, C. Uma descrição densa: Por uma teoria interpretativa da cultura. In:_______ ​A  interpretação das culturas​. Rio de Janeiro: LCT, 1989. cap.1, p.03­21.    LIMA, R. ​Políticas Culturais, democratização e acesso à cultura: O domingo no TCA.  In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE POLÍTICAS CULTURAIS, 5., 2014, Rio de  Janeiro. Artigo...Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 9 maio 2014, p­1­12.    MARIANA, A. P. de.​ Existe mais entre o consumidor e suas posses do que supõe a nossa  vã filosofia:​ Uma revisão crítica sobre o consumo simbólico In: Intercom, 22., 2000.  Manaus. Anais… Manaus: Anhembi Mortumbi, 2000. p­1­13.    MCCRACKEN, G. ​Cultura e Consumo ­ Novas Abordagens​. Rio de  Janeiro: Ed. Mauad, 2003    RAVASI, D.; RINDOVA, V. ​Criação de Valor Simbólico​. Revista Interdisciplinar de  Gestão Social, v. 2, n. 2, p. 13­35, 2013    Sites:     Teatro Castro Alves ­ http://www.tca.ba.gov.br/   Funceb ­ http://www.funceb.ba.gov.br/   SecultBA ­ http://www.secult.ba.gov.br/      

 

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