SISTEMATIZAÇÃO DA COLEÇÃO ETNOBOTÂNICA DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI

June 4, 2017 | Autor: Paula Correa | Categoria: Etnobotánica
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64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

SISTEMATIZAÇÃO DA COLEÇÃO ETNOBOTÂNICA DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI 1, 2

Paula Oliveira 1

1

*, Márlia Ferreia , Ronize Santos

1

2

Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade do Estado do Pará. *[email protected]

Introdução As coleções biológicas apresentam-se como ferramenta importante no desenvolvimento da ciência e tecnologia, pois abrigam espécimes coletados e estudados, bem como as informações atreladas aos indivíduos e populações de cada espécie [1]. Neste trabalho há o enfoque para a Coleção do Laboratório de Etnobotânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (LEMG), com o objetivo de atuar na organização, sistematização da mesma e no enriquecimento do Herbário João Murça Pires. Esta coleção, quando comparada às demais, demonstra particularidades, pois envolve saberes e fazeres de populações tradicionais, isto é, informações sobre os patrimônios, material e imaterial de uma determinada cultura, respectivamente. O que demonstra o seu valor histórico e cultural [2].

Terras Indígenas; um Assentamento Rural; uma Comunidade de pescadores; o Distrito Florestal Sustentável (DFS BR163) que abrangeu os municípios de Altamira, Santarém e Jacareacanga, bem como áreas impactadas pela mineração, caso de Porto Trombetas (Mineração Rio do Norte, Oriximiná, PA).

Metodologia O trabalho está sendo realizado no Laboratório de Etnobotânica (LEMG) e no Herbário João Murça Pires (MG) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Belém, Pará. O material colecionado foi obtido através de projetos realizados no âmbito do LEMG conduzidos no período de 2008 a 2011. Os mesmos foram etiquetados e organizados de acordo com as categorias de uso. Foi realizado registro em um banco de dados, considerando: nomes vernacular e científico, família botânica, uso nome do coletor, local, data de coleta e identificação do projeto de pesquisa vinculado. Foi considerada a identificação vernacular das espécies informada pelos coletores, enquanto que a nomenclatura botânica foi atualizada para o sistema de classificação Angiosperm Phylogeny Group APG III (2009), tendo contato com o auxílio da Lista de Espécies da Flora do Brasil (2013) e do Missouri Botanical Garden (Mobot). As exsicatas foram incorporadas ao Herbário MG, havendo algumas duplicatas mantidas no LEMG.

Figura 1. Materiais da coleção do LEMG. A: Drogas vegetais em frascos de vidro; B: Drogas vegetais acondicionadas em sacos plásticos e de papel; C: Objetos confeccionados a partir de espécies fibrosas; D: Óleos e resinas em recipientes de vidro e plástico.

Conclusões A organização do material etnobotânico se mostra ainda incipiente, apontando falhas e lacunas, que devem ser corrigidas e sanadas nos estudos futuros. Quanto aos artefatos e drogas vegetais depositados no LEMG, o fato de a maioria deles não estar associado a amostras botânicas incorporadas ao Herbário, não os invalida ou diminui sua importância como objeto etnográfico. Ao mesmo tempo, incentiva o estabelecimento de procedimentos metodológicos padronizados.

Agradecimentos

Resultados e Discussão

Agradecemos ao CNPQ pela bolsa e incentivo científico.

Nesta coleção foram catalogadas 178 espécies, pertencentes a 132 gêneros, distribuídos em 60 famílias botânicas. As famílias mais representativas são: Fabaceae (22 sp), Apocynaceae (11) e Lamiaceae (10). A coleção comporta 123 exsicatas incorporadas ao Herbário MG; 39 amostras encontradas nos dois âmbitos. No LEMG estão 29 exsicatas (não férteis e duplicatas); 38 amostras de drogas vegetais e 56 objetos não associados a amostras depositadas no herbário. Ressalta-se para este último caso a relevância dos mesmos aos estudos etnobotânico em andamento e futuros. O acervo está organizado em três categorias de uso: medicinal (133 sp.), artesanal (20) e alimentício (16). Grande parte da coleção provém de coletas realizadas em projetos desenvolvidos pela equipe do LEMG. Os trabalhos abrangeram 12 localidades e entre estas estão duas Unidades de Conservação de Uso Sustentável; duas

Referências Bibliográficas [1] PEIXOTO, A. L. 2006. Diretrizes e estratégias para Diretrizes e estratégias para a modernização de coleções biológicas brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). [2] FONSECA-KRUEL, V.S.; PEREIRA, T.S. 2009. A Etnobotânica e os Jardins Botânicos. Série Estudos e Debates. Recife, Nupeea / Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia 7: 60.

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