Sítios de cronologia Romana e Medieval intervencionados No âmbito da execução do Circuito Hidráulico de Pedrógão (Vidigueira e Beja)

May 23, 2017 | Autor: Lídia Baptista | Categoria: Medieval Archaeology, Roman Archaeology, Southwest of the Iberian peninsula
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Lídia Baptista | Sérgio Gomes Rui Pinheiro | Hugo Baptista Zélia Rodrigues | Nelson Vale Rodry Mendonça | Liliana Luís André Saraiva | Ricardo Mota

SÍTIOS DE CRONOLOGIA ROMANA E MEDIEVAL INTERVENCIONADOS NO ÂMBITO DA EXECUÇÃO DO CIRCUITO HIDRÁULICO DE PEDRÓGÃO (VIDIGUEIRA E BEJA) Introdução No âmbito da execução do Circuito Hidráulico de Pedrógão (EDIA SA) foram desenvolvidos trabalhos de prospeção, acompanhamento arqueológico e escavação por diferentes equipas de arqueologia. Tais trabalhos permitiram a identificação e o estudo de um conjunto de estações de diferentes cronologias. Neste poster, apresentamos um conjunto de testemunhos identificados nestes trabalhos, cujo estudo pode vir a contribuir para a compreensão das dinâmicas territoriais do Baixo Alentejo desde a época romana. Época Romana e Antiguidade Tardia Os trabalhos permitiram a identificação de inúmeras áreas de dispersão à superfície de materiais de cronologia romana. Muitas dessas áreas viriam a ser intervencionadas durante os trabalhos de Fase Prévia, permitindo verificar a ausência de contextos preservados nas áreas de afetação do projeto. Todavia num desses trabalhos – Monte do Poço Seco – e durante a Fase de Obra foram identificados vários contextos que testemunham o modo como esta região foi habitada durante o período romano. A chegada dos romanos ao Alentejo data da primeira metade do século II a.C., a partir de então e até ao século V, com a chegada dos Bárbaros, o território viria a sofrer transformações decorrentes de políticas administrativas que visavam a integração das comunidades indígenas no Império Romano. As intervenções realizadas permitiram a identificação de contextos que documentam este processo de criação de uma dinâmica do mundo rural romano. A expressão material desta dinâmica chega-nos de modos distintos. Por vezes, foi identificada em apenas uma estrutura em negativo com artefactos que remetem para o mundo romano (como é o caso de Monte da Comendinha/ Contendinha 2, Monte da Comendinha/Contendinha 3, Monte de Santa Marina e Monte do Peso). Outras vezes, as intervenções incidiram em contextos que ilustram diversas práticas inerentes à organização do mundo rural.

ID

1 - Barragem de S. Pedro 4 2 - Horta do João Lopes* 3 - Monte da Comendinha 2/ Monte da Contendinha 2 4 - Monte da Contendinha 3 5 - Monte de Santa Marina 6 - Monte do Peso 7 - Pexem* 8 - Monte do Poço Seco 2** 9 - Monte do Poço Seco 3*** 10 - Ribeira de Alcaria 1

* A estação foi também intervencionada pelas equipas da Dryas Lda. e da Procels SA ** Estação intervencionada pela equipa da Arkhaios Lda. *** Estação intervencionada pela equipa da Procels SA

Localização dos sítios que apresentavam contextos articuláveis com o Período Romano e a Antiguidade Tardia.

Barragem de São Pedro 4 (Id 1): vestígios de estruturas pétreas, pequeno forno, conjuntos artefactuais (cerâmica, vidro)

Barragem de São Pedro 4 (Id 1), contextos funerários: sepultura isolada, núcleo de sepulturas e brincos anelares exumados numa das sepulturas do núcleo

Pexém (id 7):vestígios de estruturas pétreas e estruturas em negativo; conjuntos artefactuais.

Período Islâmico As intervenções realizadas permitiram identificar um conjunto significativo de contextos de cronologia islâmica. Por vezes, a presença de elementos desta cronologia não é muito significativa, como é o caso dos escassos fragmentos de recipientes cerâmicos exumados no interior de estruturas em negativo identificadas em Monte das Aldeias e Monte da Comendinha/Contendinha 2. Nestas duas estações, o carácter incipiente dos dados não nos permite compreender a dinâmica de ocupação do espaço. Porém, noutros casos, a situação é distinta. No caso de Monte do Peso foi identificada um contexto funerário que, apesar de corresponder a uma única sepultura, pode ser tomado como indício de uma eventual área de necrópole, como foi identificada em Monte da Barrada 1 e Fareleira. Os contextos identificados em Monte da Ordem 2 e Ribeira de São Pedro 5 remete, por sua vez, para dinâmicas espaciais relacionadas com a exploração e transformação dos recursos naturais.

Horta de João Lopes (Id 1): estrutura em negativo com níveis de deposição de fauna.

ID

1 - Monte da Barrada 1* 2 - Monte da Comendinha 2/ Monte da Contendinha 2* 3 - Monte da Ordem 2* 4 - Monte das Aldeias 5 - Monte do Peso 6 - Ribeira de S. Pedro 5* 7 - Fareleira 2**

* A estação foi também intervencionada pelas equipas da Procels SA e Arkhaios Lda. ** A estação foi intervencionada pela equipa da Procels SA

Localização dos sítios que apresentavam vestígios de ocupação do período islâmico.

Monte da Barrada 1 (Id 1): exemplo de contextos de inumação; planta do núcleo de necrópole

Monte das Aldeias (Id 4): exemplo de estrutura em negativo, com níveis de vestígios faunísticos associados a fragmentos cerâmicos

Ribeira de São Pedro 5 (Id 6): vestígios de estruturas pétreas; exemplos de conjuntos artefactuais

Monte da Ordem 2 (Id 3): exemplo de estrutura em negativo; exemplo de conjuntos artefactuais cerâmicos

Bibliografia Baptista, L., Gomes, S. (2013). Trabalhos de minimização de impacte sobre o património cultura decorrentes da execução do projeto Circuíio Hidráulico de Pedrógão – Fase de Obra. Relatório Final Global, Beja: Arqueologia e Património Lda.

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