Sítios turísticos fluviais no Brasil e as atividades de aventura / river tourist sites in Brazil and adventure activities

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POSTERES

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A INCLUSÃO DAS ATIVIDADES DE AVENTURA COMO CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Verônica Gabriela Silva Piovani Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. E-mail: [email protected] As atividades de aventura tiveram um crescimento acelerado nos últimos anos, surgiram como forma de sair da rotina do trabalho, de ter um espaço na natureza longe das cidades e aproveitar de modo diferente o tempo livre e o lazer. Além disso, as mesmas podem considerar-se como conteúdos presentes no ensino da Educação Física no âmbito escolar, pela possibilidade de interdisciplinaridade, de motivação, de superação e desafio, de consciência da natureza e cuidado do ambiente e da educação para o tempo do lazer. Por estes motivos pode-se analisar e introduzi-las como conteúdos de um jeito mais significativo, planejando estratégias e metodologias que se orientem a seu ensino, onde os desafios individuais e coletivos estejam presentes, o contato com a natureza, sua valoração, cuidado e respeito. O objetivo geral da proposta é refletir sobre a responsabilidade do professor de Educação Física na formação de conhecimento, consciência ecológica, aproveitamento do espaço de lazer e contribuição na formação de cidadãos capazes de potenciar o essencialmente humano. Como objetivos específicos podem-se encontrar: educação ambiental como objetivo de ensino e ferramenta a se desenvolver; propiciar o conhecimento do esporte e atividades de aventura desde a experiência para assim enriquecer as possibilidades de recreação; gerar o desenvolvimento sócio-motriz e a condição física pela pratica destas atividades. A metodologia da pesquisa é qualitativa, porque se baseia na interpretação dos dados da realidade e analise desde uma perspectiva crítica para transformá-la. Utilizaremos instrumentos correspondentes com esta; questionários auto-administrados aos alunos, filmagem das atividades, entrevistas e observações semi-estruturadas aos pais, alunos e professores. Porém, vamos incluir instrumentos da metodologia quantitativa (avaliações motrizes e antropométricas) com a intenção de acrescentar a interpretação critica, fazendo um aporte teórico da influencia das atividades na condição física e motriz das crianças desde a formação integral, pedagógica e não apenas de aptidão física. O ponto de partida será a inclusão em duas escolas da prefeitura municipal de Florianópolis, de um projeto de ensino na educação física na oitava e nona série do Ensino Fundamental, onde se trabalhariam como conteúdos atividades de aventura de fácil acessibilidade: trekking, caminhadas, escalada, rappel de pouca dificuldade e o mountain bike. Esperase que com a pesquisa a desenvolver, consigamos aportar razões para incluir na proposta pedagógica dos professores de Educação Física e na sua formação profissional o conteúdo de atividades e esporte aventura desde uma perspectiva crítica, como um elemento mais da cultura que é rico na hora de formar cidadãos mais humanos, conscientes e transformadores.

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AS ECO-ATIVIDADES FAVORECENDO A FORMAÇÃO CIDADÃ Valdo Vieira1, Elzir Martins de Oliveira2, Suzana da Silva Farias2 1- Universidade Veiga de Almeida; UNISUAM – Rio de Janeiro/RJ - Brasil 2- UNISUAM – Rio de Janeiro/RJ - Brasil E-mail: [email protected] As eco-atividades possibilitam diversificar os tradicionais modelos e padrões de exposição de conteúdos, tendo um importante papel na inovação nas aulas de educação física, proporcionando aos alunos novas oportunidades pedagógicas. As eco-atividades possibilitam aos discentes vivenciar diferentes experiências em contato com a natureza, contribuindo para o desenvolvimento de novas habilidades e competências, podendo contribuir significamente para a sensibilização e conscientização da importância de se preservar o meio ambiente. Este estudo iniciou-se após vivências no Projeto de Extensão EcoSuam, em que docentes e discentes de distintos cursos de graduação participam de atividades em meio natural,envolvendo caminhadas, banho de cachoeiras e rapel, todas realizadas na região de Campo Grande (RJ) onde se localiza um dos campus da UNISUAM. Através da observação assistemática percebeu-se que as eco-atividades estimularam os participantes a interagirem e ajudarem uns aos outros em situações de dificuldade em trilhas (como transpor uma árvore caída), a valorizarem a preservação do meio ambiente natural (era comum frases como ‘alguém deixou lixo aqui na trilha’ ou ‘como é que pode alguém pichar aquela pedra?’ ou ainda ‘olha como ficou essa árvore com as ancoragens que fizeram?’). Observou-se também que muitos alunos declararam que iriam ‘entrar em forma’ para poder fazer outras trilhas, mostrando que as eco-atividades podem ser um importante fator para a aderência a atividades físicas regulares, contribuindo sobremaneira para um estilo de vida ativo. As eco-atividades parecem também favorecer o trabalho de pesquisa e investigação científica já que alguns alunos mostraram interesse em desenvolver o trabalho de conclusão de curso na temática das atividades de aventura. Na revisão de literatura para embasar esse estudo, encontramos exposições dos autores que corroboram ao descrito acima. Conclui-se que as eco-atividades estimulam e desenvolvem múltiplas competências, entretanto é mister salientar que o professor de educação física é fundamental nesse processo para incentivar a participação, promover o debate sobre temas ambientais para que todos percebam-se integrantes e agentes transformadores do meio que vivemos.

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ATIVIDADES AO AR LIVRE E DE AVENTURA: UMA ALTERNATIVA À EDUCAÇÃO FORMAL NA COMUNIDADE DO PEREQUÊ (GUARUJÁ, SP) Fabiana Rodrigues Pereira Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo, SP, Brasil Alcyane Marinho Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil E-mail: [email protected] Pode-se observar uma crescente busca por atividades ao ar livre e de aventura com os mais diversificados objetivos e pelos mais variados tipos de pessoas. Tal fenômeno mostra-se importante no processo de compreensão das relações sociais que se tem estabelecido na vida atual, uma vez que o contato com a natureza e, particularmente, com a aventura oportuniza a vivência de sentimentos e emoções, trabalha com medos e inseguranças; competências e habilidades, e pode repercutir em várias esferas da vida humana, inclusive, na educação. Esta, que se pretende inovadora e qualitativa, precisa estar atenta às necessárias transformações ocorridas no mundo atual, especialmente, em sintonia com a busca pelo contato com o ambiente natural; agregando novos conhecimentos, visões de mundo, interesses e necessidades. Neste contexto, este trabalho refere-se a uma pesquisa em andamento, cuja abordagem é qualitativa e tem como objetivos: 1) investigar o Programa Ilhas da Excelência no Guarujá (SP); 2) verificar se o programa dispõe de um projeto voltado ao desenvolvimento de atividades ao ar livre e de aventura; e 3) propor a inclusão de um projeto de atividades ao ar livre e de aventura no contexto do programa em questão. Para atingir os objetivos propostos, este estudo se apóia na revisão bibliográfica sobre a temática; e em pesquisa de campo, em que serão investigados os organizadores do Programa Ilhas da Excelência (Guarujá, SP), alguns participantes do programa e comunidade local, por meio de entrevistas e observação participante. O projeto encontra-se na fase inicial de coleta de dados. Preliminarmente, é possível apontar que o programa, por meio de seu objetivo específico, inclusão social, oferece, atualmente, 8 projetos atendendo aproximadamente 4 mil crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos de idade. Pode-se destacar os seguintes projetos no contexto do programa como um todo: Projeto Ondas (Surfe); Projeto Pequenos Remadores na Água (Canoagem); Futebol, Esportes de Quadra; Esportes de Areia; Lutas; Atletismo e Natação. Neste momento, os dois primeiros projetos (surfe e canoagem) estão sendo observados e as entrevistas com os diferentes atores estão sendo coletadas. Com base nestas primeiras intervenções, espera-se que esta iniciativa possa contribuir com o Programa Ilhas da Excelência, em particular, e com o segmento da aventura, em geral, especialmente por propor um projeto pedagógico inovador de educação não-formal com base em atividades ao ar livre e de aventura; despertando a sensibilidade dos envolvidos para outras questões diferentes daquelas tratadas exclusivamente em sala de aula. Palavras-chave: Educação ao ar livre. Aventura. Programa Ilhas da Excelência.

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ATIVIDADES DE AVENTURA E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO EM PROGRAMA SOCIAL Daniele de Cássia Ferreira Dutra, Alex Sandro Seccato Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil. E-mail: [email protected] Introdução: Atualmente as Atividades de Aventura vem sendo praticada e utilizada em vários âmbitos e grupos, destacamos neste estudo a utilização destas práticas em um programa social (Programa Poupança Jovem programa destinado a jovens de 14 a 21 anos de idade, com o objetivo de diminuir a evasão escolar). De acordo com o programa, as atividades de aventura têm o objetivo de promover a inclusão social dos adolescentes e a busca de suas potencialidades. Contudo, existem entre os adolescentes do programa, aqueles que possuem algum tipo de necessidades especiais, sendo assim, este estudo buscou observar, refletir e discutir a utilização de estratégias e técnicas para inclusão destes adolescentes nas atividades de aventura. Objetivos: Identificar se as estratégias e técnicas utilizadas nas diversas atividades de aventura contribuíram para inclusão social de adolescentes com necessidades especiais. Metodologia: Foi realizada uma visita de campo em uma oficina de lazer do programa a qual desenvolveu atividades de aventura (rapel, ascensão em corda com Jumar, escalada em muro artificial e corrida de orientação) em que foi observada a participação de adolescentes com necessidades especiais e as estratégias utilizadas pelos profissionais contratados. Discussão: Constatou-se que os adolescentes com necessidades especiais, em particular os cadeirantes, aderiram ao rapel, diante de suas possibilidades físicas e estratégias utilizadas pelos profissionais, que realizaram essa atividade em local de fácil acesso. Para os adolescentes surdos-mudos não houve empecilho na inserção das atividades, porém, os profissionais não puderam fazer uma comunicação efetiva, pela falta de conhecimento sobre libras ou a presença de um intérprete. Faz-se necessário ainda destacar o improviso, pois os profissionais desenvolveram as estratégias de acordo com a demanda surgida no momento, sem uma preparação previa e foram realizadas com os instrumentos os quais existiam no local. Importa salientar o relato dos adolescentes sobre a não continuidade destas atividades e que estas são realizadas de maneira aleatória e sem algum preparo anterior, e ate mesmo sem nenhum tipo de seqüencia ou progressão pedagógica. Conclusão: Conclui-se que para uma melhor realização e inserção de adolescentes com necessidades especiais nas atividades de aventura, torna-se de extrema importância por parte dos profissionais envolvidos, que seja realizada um planejamento do local, em que este tipo de atividade será realizado, a fim de promover a sua acessibilidade, assim como dinâmicas de caráter participativos e inclusivas. Também o estudo de um planejamento

6 prévio por parte do programa sobre a continuidade das atividades de aventura. Sendo assim, todos em especial aqueles com algum tipo de limitações tenham acessibilidade e possam vivenciar práticas de aventuras que podem ter também o significado de superação e de vislumbre de novas possibilidades.

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ATIVIDADES DE AVENTURA NOS HOTÉIS DO CIRCUITO DAS ÁGUAS PAULISTA Juliana de Paula Figueiredo, Gisele Maria Schwartz, Priscila Galvão de Almeida Leme, Giselle Helena Tavares, Ana Paula Guizarde Evaristo Teodoro, Norma Ornelas Montebugnoli Catib LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/IB/UNESP - Rio Claro, SP, Brasil. E-mail: [email protected] A aderência à prática de atividade de aventura no Circuito das Águas Paulista é favorecida pelo destaque desta região em comportar cidades que se tornaram pólos bem estruturados com diversos parques de aventura, os quais oferecem inúmeras modalidades esportivas, sediando, inclusive, campeonatos como rallys, cross country e o off road. Em locais apropriados, é realizada a prática de rafting e trekking. São inúmeros os hotéis localizados neste Circuito, porém, não se conhece, ainda, o potencial da indústria hoteleira da região, no que concerne aos interesses de desenvolvimento das atividades de aventura em suas próprias dependências, para atender à demanda crescente de pessoas voltadas à prática de atividades de aventura. Sendo assim, este estudo de natureza qualitativa teve como objetivo investigar se as atividades de aventura estão sendo inseridas nos hotéis da região. Para tanto foi realizada uma pesquisa exploratória, desenvolvida no site do Circuito das Águas Paulista, entre os 143 hotéis, chalés e pousadas cadastrados, focalizando-se apenas aqueles que disponibilizavam sites próprios. Os dados evidenciaram que, na cidade de Águas de Lindóia, dos 21 hotéis, apenas 1 possui estrutura de aventura; em Amparo, dos 16 hotéis, em 5 destes pode-se realizar tais práticas. Quando analisada a cidade de Jaguariúna, não foi encontrado qualquer hotel que oferecesse vivência das atividades de aventura; em Lindóia, 2 dos 8 hotéis cadastrados prestam este tipo de atividade. Serra Negra é a cidade que mais possui hotéis cadastrados, em um total de 45, sendo que em 13 são propostas estas atividades, enquanto que, em Monte Alegre do Sul, dos 13 hotéis, 6 proporcionam estas práticas. Na cidade de Socorro, dos 24 hotéis, em 8 podem-se praticar as modalidades de aventura; já na cidade de Pedreira, não foram constatados hotéis que propusessem este tipo de atividade. Com base nas modalidades oferecidas, as trilhas são as mais citadas, seguidas em ordem decrescente pela tirolesa, arvorismo, escalada, rapel e, encontrando-se com apenas uma incidência o acqua ride, o bóiacross, a canoagem, o off road e o tombonágua. Os resultados apresentados salientam que, apesar de o Circuito das Águas já ser reconhecido pelas variadas oportunidades de praticar atividades de aventura, poucos são os hotéis localizados nesta região que já estão investindo na oferta destas atividades e na estrutura de lazer para o desenvolvimento destas modalidades em suas próprias dependências. Evidencia-se, assim, a necessidade de se investigar, em estudos futuros, os fatores limitantes da implantação das atividades de aventura na rede hoteleira, mesmo estando esta em um pólo consagrado e de demanda para estas práticas. Palavras-chave: atividades de aventura; hotéis; circuito das águas

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ATIVIDADES DE AVENTURA: DIMENSIONANDO AS MAIS ESTUDADAS NOS ANAIS DO CBAA Priscila Galvão de Almeida Leme, Gisele Maria Schwartz, Norma Ornelas Montebugnoli Catib, Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/IB/UNESP - Rio Claro, SP, Brasil. E-mail: [email protected] A aderência às diversas modalidades existentes no contexto das atividades de aventura vem aumentando significativamente em âmbito nacional. O turismo, bem como o esporte e algumas iniciativas referentes às gestões públicas, entre outros aspectos, de certa forma, forma bastante intervenientes para este aumento da procura. As Atividades Físicas de Aventura, praticadas tanto na natureza quanto no meio urbano, são, inclusive, vivenciadas como uma possibilidade de desenvolvimento pessoal ou atendendo a diversas finalidades com um grande potencial para o sucesso do mercado que as envolve, com implicações que acabam por impulsionar pesquisas acadêmicas e sua divulgação em congressos e eventos científicos. Entretanto, ainda há pouca sistematização das informações referentes a este assunto, as quais se encontram dispersas, o que gerou o interesse deste estudo, no sentido de contribuir para aglutinar esse conhecimento. Sendo assim, o objetivo desse estudo, de natureza qualitativa, centrou-se em investigar as principais atividades de aventura tomadas como foco das pesquisas publicadas nos anais das 4 versões do Congresso Brasileiro de Atividade de Aventura, os quais ocorreram no período de 2006 a 2009. Este evento tem sido reconhecido como um dos principais espaços para disseminação de temáticas sobre aventura em nível nacional. Para este estudo, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, na qual foi feito um levantamento de dados sobre os trabalhos apresentados e classificadas as atividades de aventura especificadas nos mesmos. Os dados foram analisados descritivamente, com base na Técnica de Análise de Conteúdo Temático, evidenciando os trabalhos apresentados em forma de pôster e oral, atividades como: escalada, skate, rafting, trilhas, bóia-cross, rapel, arvorismo, exploração de cavernas, banana-boat, surf, alpinismo, montanhismo, pára-quedismo, hang gliding, Le parkour, mountain bike, vôo-livre, off-rod (rally com jipe), corrida de orientação, corrida de aventura e mergulho. Para detalhamento dos resultados obtidos, foram criadas categorias de análise, tendo como referência as palavras-chave denominativas das comunicações científicas. Os resultados evidenciaram 28 ocorrências para Escalada, 24 para Trilha e 20 para o Rapel, o que demonstra que estas representam as modalidades de maior incidência Na sequência, aparecem o Arvorismo, a Corrida de Orientação e o Surfe com 11 trabalhos cada. Para o Skate foram localizados 10 trabalhos e Canoagem, Rafting, Vôo-Livre e Mergulho 7 estudos cada. Outras modalidades aparecem com menos de 4 ocorrências cada. Pode-se verificar, durante a análise dos dados, que as pesquisas referentes às modalidades mais estudadas, apresentam correlações com aspectos educacionais e que as interfaces com o Turismo são de grande relevância nesses estudos. As modalidades menos citadas, como Le pakour, caving, montan bike, rally e banana boat mostram-se

9 como uma lacuna ainda a ser explorada sob diversos focos. Tornam-se importantes novas discussões por parte do meio acadêmico, no sentido de buscar a sistematização das informações produzidas sobre estas temáticas, para subsidiar outros estudos e instigar novas reflexões. Palavras chave: Atividades de aventura, CBAA, informação

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ATIVIDADES RADICAIS E DE AVENTURA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DOS ALUNOS DO CICLO I DE UMA ESCOLA PÚBLICA Friedrich Richter FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS (FMU) - SÂO PAULO E-mail: [email protected] O presente texto revela minhas experiências como Educador Físico de uma Escola Pública, na qual venho ao logo de minha carreira desenvolvendo Atividades de Aventura. De acordo com as diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), as aulas de Educação Física devem abranger atividades que ofereçam possibilidades de desenvolver as dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos. A partir de novas experiências é possível enriquecer e diversificar o conteúdo das aulas. Neste estudo busco mostrar e evidenciar algumas modalidades que podemos trabalhar com os alunos do ensino fundamental I, assim como Escalada Esportiva, Rapel, Le Parkour, Slackline e Enduro a Pé. Essas atividades contribuem para uma melhora nos aspectos motores, afetivo e social dos alunos. Tais atividades foram propostas a alunos de uma escola Pública situada na Zona Norte de São Paulo. Algumas atividades como, Skate, Escalada, Montanhismo, Rapel, Le Parkour, Slackline e Enduro a Pé foram apresentadas no inicio do ano letivo, e os alunos através de um planejamento participativo puderam escolher algumas modalidades. Tivemos como apoio o corpo docente de Educação Física, composto pelos Professores: Friedrich Richter, Renato Eduardo Galon, e a equipe Gestora: Ana Luisa (Diretora), Márcia Regina (Vice- Diretora), Débora Mariano, e alunos do colégio.

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ESPORTES DE AVENTURA: O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA Fernando Azeredo Varoto, Cinthia Lopes da Silva Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba/SP, Brasil E-mail: [email protected] Introdução: Este trabalho tem como objetivo analisar o papel do professor de Educação Física que atua no âmbito dos esportes de aventura. Tais esportes ocorrem nos momentos de lazer de seus praticantes e tem sido difundidos como forma de lazer mercadoria, comercializado por empresas que há algum tempo oferecem esse tipo de serviço. Historicamente, os profissionais atuantes nos esportes de aventura, muitos com formação em Educação Físca, tem tido um papel profissional restrito ao conhecimento técnico, a noções de segurança e primeiros socorros. Esse tipo de conhecimento tem mostrado insuficiente para que os sujeitos praticantes usufruam dos esportes de aventura de modo a se divertirem e se desenvolverem tanto do ponto de vista pessoal como social. Orientados por uma ação profissional restritamente técnica, os praticantes se tornam mais suscetíveis às influências da cultura de consumo e a visão de esportes de aventura como mercadoria a ser consumida. Como procedimentos metodológicos, foi realizada pesquisa bibliográfica a partir das palavras-chave: esportes de aventura, atuação profissional e lazer. Como resultados preliminares nota-se que é fundamental o professor de Educação Física atuante no âmbito dos esportes de aventura ter acesso nos cursos de formação profissional a conhecimentos acerca do debate sobre o lazer, das práticas e técnicas de esportes de aventura e de uma visão de sociedade e de mundo que lhe possibilite intervir efetivamente, contribuindo para a ocorrência de mudanças na cultura. Compreende-se que diante de tal pressuposto, a atuação por parte dos profissionais de Educação Física teria como finalidade viabilizar aos sujeitos o descanso, o divertimento e o desenvolvimento, de modo que tenham acesso a uma gama maior de possibilidades de práticas em meio à natureza e o desenvolvimento da consciência ecológica e preservacionista. Com base nessas reflexões, concluimos que uma atuação efetiva por parte dos profissonais de Educação Física no âmbito dos esportes de aventura considera como fundamental uma intervenção que viabilize aos sujeitos a vivência e reflexão de tais modalidades. Espera-se com esse trabalho contribua para que os profissionais de Educação Física possam rever conceitos e valores.

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CURSO DE MONITORIA DE ESCALADA ESPORTIVA EM PAREDE ARTIFICIAL: ANÁLISE DA METODOLOGIA REALIZADA Eduardo Garcia Leal de Almeida, Lucas Prestes, Tatiane Augusta Meneguetti, Carlos Gomes de Oliveira Grupo de Estudos do Lazer (GEL/UEM/CNPq) Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil. E-mail: [email protected] Introdução: O Grupo de Estudos do Lazer (GEL), da Universidade Estadual de Maringá, vem desenvolvendo desde o ano de 2007 pesquisas e projetos na área da escalada esportiva em paredes artificiais. No ano de 2010 iniciou um projeto gratuito de ensino dessa modalidade, voltado para iniciantes com idades variadas. Porém o grupo se deparou com a necessidade de formar novos monitores neste esporte para auxiliar as aulas. Dada essa carência, o GEL desenvolveu um curso e ministrou-o em 4 dias englobando 7 temas julgados necessários para a formação desses monitores. Objetivo: Descrever a experiência no desenvolvimento da metodologia do curso de monitoria em escalada esportiva em parede artificial. Método: Este trabalho é um relato de experiência sobre o curso de monitoria de escalada esportiva em parede artificial. O curso contou com a participação de 09 ministrantes e 03 monitores, todos integrantes do grupo. Foram realizadas reuniões para leitura e produção de textos informativos, bem como encontros na parede para nivelamento técnico dos ministrantes. O curso obteve 50 inscritos. Os materiais utilizados para a escalada foram cordas de 20m por 11mm tipo dinâmicas, freios gri-gri, mosquetões e cadeiras além das apostilas e recursos áudio/visuais. Os temas abordados no curso foram: Histórico da Escalada, Tipos de Escaladas, Materiais utilizados, Técnicas de Segurança, Técnicas de Escalada, Tipos de Nós e Primeiros Socorros. Resultados: No dia 11 e 12 de março atividades foram das 18h às 17h30min para o primeiro grupo e das 20h às 21h30min, abordando os temas: histórico da escalada, Tipos de Escalada, Materiais Utilizados, Técnicas de Segurança e Técnicas de Escalada. Os Alunos do curso foram divididos em dois grupos de 25 cada um com depois horários distintos subseqüentes. No segundo dia, o tema abordado foi continuação das Técnicas de Escalada e Segurança, visto que estes tópicos são os principais para a formação de monitores de escalada. Os dois últimos temas foram ministrados na Fazenda Experimental da UEM, onde todos acamparam. Junto com esses temas, outras atividades foram realizadas, como o rapel, a tirolesa e a corrida de orientação, a fim de integrar melhor os alunos do curso ao ambiente natural, próprio das atividades de aventura. O sistema de avaliação foi por freqüência tendo aprovação, o aluno com a participação igual ou superior a 75%. Conclusão: O Curso foi ministrados nos 4 dias propostos com todas as atividades planejadas cumpridas. Concomitante à presença de participantes com objetivos de sociabilização ou fruição recreativa, também se detectou pessoas interessadas em dar continuidade aos conhecimentos trabalhados. Hodiernamente, 10 participantes calouros ingressaram no GEL e estão estagiando como monitores voluntários da escalada nas quatro turmas de iniciação.

13 Apoio: Sociedade Eticamente Responsável (SER), Coordenadoria Desportos e Recreação (CDR), Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI).

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14 DICIONÁRIO DE ESPORTES E ATIVIDADES DE AVENTURA: UMA PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DE TERMOS E VOCÁBULOS Carla Rodrigues, Mônica de Campos Pinheiro, Luciano Bernardes FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo – SP, Brasil E-mail: [email protected] A necessidade de identificar e explicar termos e vocábulos utilizados na linguagem dos praticantes de esportes e atividades de aventura se faz importante na medida em que demonstra o vocabulário diversificado utilizado por esses praticantes dentro dos novos empreendimentos na área, leigos sobre o assunto e demais interessados na compreensão dessa linguagem. Praticantes de atividades físicas em meios naturais e urbanos ou turistas já ouviram alguns termos do esporte e turismo de aventura e até mesmo os utilizam em seu dia a dia, e ainda, as empresas que oferecem serviços os utilizam diariamente, sejam no ramo de Turismo, Esportes, Educacional ou outros. Não se pode afirmar que a utilização desses termos esteja adequada a cada modalidade e sub modalidade das atividades, pois a falta de conhecimento geral de termos específicos do domínio do esporte e atividades de aventura demonstra uma sublíngua de especialidade caracterizada pela segmentação. Cada complexo de atividades centraliza termos e vocábulos oriundos dos praticantes dessa subárea e são de certa forma, novidade para grande parte do público de outras modalidades sendo que os que possuem um pouco mais de conhecimento são aqueles que participam de diversas atividades. Analisando-se os termos utilizados pelos praticantes de atividades de aventura foram encontradas basicamente subdivisões não agrupadas em campos lexicais, mas segundo outros critérios, por exemplo, neologismos surgidos para retratar as novas atividades; termos em língua inglesa correntemente usados aqui no Brasil; uma série de siglas e acrônimos que representam os órgãos relacionados aos setores do Esporte e Turismo e, termos em língua portuguesa facilmente decodificados, mas que são novidade para diversos praticantes e profissionais relacionados. Este estudo visa o desenvolvimento de um Dicionário de Atividades de Aventura que organize conceitos, termos específicos, vocábulos e traduções sobre os tipos de atividades existentes, equipamentos utilizados e bem como o linguajar utilizado por seus praticantes. A proposta de organização dos vocábulos tem como principal objetivo suprir a carência de conhecimento dos diversos termos utilizados dentro de cada modalidade incluindo os tradicionais e os novos. Entretanto não tem a pretensão de esgotar a pesquisa semântica própria da formação dos termos das atividades de aventura. A reunião de vocábulos específicos dentro de um dicionário pode trazer fundamentação para outras pesquisas no campo do esporte e atividades de aventura. Com suas devidas definições e conceitos descritos estabelecer-se-á um vínculo de compreensão consensual e socialização entre as diversas modalidades de atividades de aventura. Um estudo sobre este tema está em desenvolvimento e abordará aspectos sobre o panorama geral das Atividades de Aventura, expansão das modalidades e sub modalidades da área e proposta de elaboração do Dicionário da Aventura.

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ESCALADA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA: PRIMEIRAS ‘VIAS’ Tony Honorato, Nayara Teixeira, Catiana Leila Possamai, Ernani Xavier Filho Universidade Estadual Londrina, Londrina, Paraná, Brasil E-mail: [email protected] Na sociedade contemporânea observa-se a chegada de novas tecnologias, velocidade de informações e busca incessante do homem por experiências que fujam da superficialidade e representem valores significativos para sua condição existencial. Uma possibilidade é a prática da escalada. A escalada vem despertando interesse e incorporando cada vez mais adeptos, principalmente depois do aparecimento de paredes artificiais. Ela se desenvolve em diversos ambientes, especialmente, no universitário por ser uma prática sócio-cultural, motora, psíquica e física realizável antes e depois dos horários de aula dos estudantes. Este Projeto de Extensão refere-se, então, à vivência de escalada no Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que na atualidade tem uma parede de escalda desativada. A sua relevância consiste em retomar a disseminação do conhecimento e da prática de escalada indoor voltada para uma educação da experimentação e vivência de fortes emoções com risco controlado. O Projeto objetiva revitalizar a parede de escalada do CEFE e ofertar vivência lúdica em escalada orientada para comunidade interna e externa à UEL. O Projeto, ora apresentado, encontra-se em desenvolvimento, está na fase de formação do seu grupo gestor. As atividades já desenvolvidas foram: a) cadastro dos estudantes interessados na ação; b) estudo do texto de Costa (1999), Marinho (2001), Marinho & Bruhns (2001), Nazari (2001), Ferrer (2002); c) participação no 10º Encontro de Escalada de Londrina-PR realizado em 2009; d) formação de parceria com o Clube de Montanha Norte Paranaense – CMNP. O primeiro resultado será revitalização da parede de escalada no CEFE/UEL, tornando-a um equipamento de lazer e de atividade física em permanente condição de funcionamento para comunidade. Assim considera-se a vivência da escalada na universidade como uma forma de experimentar uma dimensão lúdica promotora de sociabilidade, emoções e divertimento marcado pelo movimentar do corpo prazerosamente.

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ESPORTE DE AVENTURA E SUA APLICABILIDADE NA ESCOLA Gisele Santos de Carvalho, Luciano Bernardes, Mônica Pinheiro FMU, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] As vivências decorrentes da prática do esporte de aventura proporcionam ao homem moderno o reencontro com a natureza e a oportunidade de se aventurar estabelecendo novos desafios à vida cotidiana. O ser humano tenta resgatar sua relação com a natureza e os esportes de aventura vêm contribuindo nesse sentido. As modalidades ligadas à natureza crescem numa proporção maior devido a diferentes fatores como a necessidade do homem de afastar-se do estresse das grandes cidades, de estabelecer novos desafios entre outros. Atualmente, os PCN´s trazem no eixo os temas transversais com a temática relacionada ao Meio Ambiente, juntamente com Ética, Saúde, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Sexualidade e Trabalho e Consumo que por envolverem múltiplos aspectos e diferentes dimensões vem merecendo um lugar de destaque nas discussões relacionadas à elaboração e a implementação de novas propostas educacionais para a Educação Física junto à natureza. O objetivo desse trabalho é mostrar através de uma pesquisa de campo e bibliográfica que o Esporte de Aventura pode ser inserido como conteúdo nas aulas de Educação Física Escolar, contribuindo para a formação do cidadão, através de uma prática que vai além das modalidades tradicionais. Na pesquisa de campo, os sujeitos serão divididos em dois grupos de 15 professores cada (Grupo A: professores que não ministram os esportes de aventura em suas aulas, Grupo B: professores que ministram os esportes de aventura), de ambos os sexos, onde deverão responder o questionário com perguntas abertas e fechadas. O trabalho investigará se é viável ou não a aplicabilidade do esporte de aventura como conteúdo para as aulas de Educação Física do ensino fundamental I e II. Palavras- Chave: Educação, Educação Física, Esporte de Aventura.

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ESPORTE DE AVENTURA, EDUCAÇÃO FÍSICA E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Álan Annibal Schmidt LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- UNESP- Rio Claro; NEAFA- Núcleo de Estudos em Atividade Física Adaptada- UFSCAR- São Carlos E-mail: [email protected] Introdução: Os esportes de aventura na natureza vem se massificando cada vez mais em nossa cultura, contemplando diversos públicos, entre eles, as pessoas com deficiência intelectual. Nesse estudo, mostramos como a pessoa com deficiência intelectual se apresenta ao praticar a canoagem, esporte de aventura praticado em lagos, rios ou oceanos; e, também, como a interface educação física e esporte de aventura, enquanto, prática pedagógica, pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades adaptativas das pessoas com esse tipo de deficiência. Objetivo: Compreender como as estratégias das aulas de educação física interfere nas ações corporais das pessoas com deficiência intelectual durante as aulas de canoagem. Método: O trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa qualitativa, baseando-se em uma observação-participante e registrada em um diário de campo. Participaram deste estudo 11 pessoas com deficiência intelectual de uma escola de educação especial em parceria com uma escola de canogem, com idade entre 13 e 22 anos. Para interpretarmos os dados levantamos quais são os aspectos corporais e intelectuais apresentados a cerca da pessoa com deficiência intelectual; as considerações teóricas da educação física, enquanto área do conhecimento, sobre esse público específico e a investigação bibliográfica sobre a interface esportes de aventura e deficiência intelectual. Resultados: Pode-se observar durante o estudo que os processos pedagógicos sugeridos e incorporados durante a ação docente durante as aulas de canoagem contribuíram para o sucesso das atividades, bem como, para o aprendizado dos conteúdos apresentados ao grupo. Também comprovou-se que o conteúdo esporte de aventura, pode ser inserido no planejamento anual da disciplina de educação física de uma escola de educação especial, porém, ressalta-se a necessidade do professor estar familiarizado com as técnicas de seguranças necessárias para o andamentos das atividades propostas. Conclusão: Evidenciou-se durante o estudo a contribuição da educação física, representada por um professor formado na área, que as estratégias formuladas, o esporte de aventura, no caso a canoagem e, o local onde este estudo foi realizado, desencadeou, no grupo observado, interesse, prazer, motivação e autonomia critica e construtiva. Isso comprova que os conteúdos trabalhados na educação física, bem como, o esporte de aventura, podem contribuir positivamente para o desenvolvimento da pessoa com deficiência intelectual.

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ESPORTES DE AVENTURA E SEUS RISCOS

Wilson José Silva, Antonio Marcos Xavier Cardoso e Sheila Cristina dos Santos de Oliveira UniÍtalo-São Paulo/São Paulo Brasil E-mail: [email protected] Introdução: Com a crescente adesão pelos esportes ou atividades de aventura na natureza por pessoas sedentárias, procuramos saber o porquê desse crescimento. O objetivo desse ensaio é mostrar que os esportes de aventura são uma das possibilidades educacionais, além de promover satisfação pessoal, conscientemente ou não o ser humano. A metodologia escolhida foi a pesquisa literária. Os esportes de aventura, nos últimos anos tem sido uma válvula de escape de muitas pessoas, que no seu cotidiano precisam de uma forma de descarregar suas emoções. Essas pessoas encontram nos esportes de aventura uma possibilidade de auto-realização, procurando superar limites e ao mesmo tempo, observar ao seu redor e fortalecer seus laços e amizades com outros praticantes, que buscam da mesma forma fugir de sua rotina, ou monotonia. O que leva as pessoas a praticarem esse tipo de esportes são: os riscos, a busca de desafios e a imprevisibilidade dos resultados. Há de se observar que as características dessas práticas se justificam devido à serem praticadas em locais desconhecidos dos homens e não necessariamente por imprudência de seu praticante. Nos esportes de aventura temos que considerar a preservação de nossa integridade física, emocional, condições físicas, todos os equipamentos de segurança que a modalidade necessita e também a presença de equipes de socorro. Muitos autores afirmam que os esportes de aventura podem ser inseridos no âmbito escolar, sofrendo algumas modificações, além dos alunos vivenciarem uma nova prática esportiva, terão a oportunidade de aprender um pouco mais sobre o meio ambiente, já que nos dias atuais, crianças e adolescentes podem relacionar a atividade física com a preservação do planeta. Os esportes de aventura sendo inseridos nas praticas pedagógicas, vão incentivar vários praticantes e ao mesmo tempo auxiliarão a preservar o local onde será praticado. Na escola os alunos terão a oportunidade de manusear uma bússola que lhes dará noções de direcionamento, por exemplo, convivendo com a natureza e aprendendo sobre ela. Ser um praticante de esportes de aventura necessita estudar o local explorado, analisar a infra-estrutura, utilizar sempre equipamentos de segurança, estar com um profissional ou pessoa mais experiente. Assim, tomando precauções e tornando a atividade mais prazerosa e menos perigosa. A prática dos esportes de aventura pode levar a conscientização da cidadania pela sensibilização do ser com o meio ambiente e com as pessoas.

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ESPORTES E ATIVIDADES DE AVENTURA COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO: EDUCAÇÃO PELA AVENTURA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO Cleber Liberal de Oliveira, Luciano Andrade Bernardes, Monicade Campos Pinheiro UNIFMU: FACULDADES UNIDAS METROPOLITANAS - SÃO PAULO, SP, BRASIL E-mail: [email protected] A visão do mundo que orienta o conceito de educação na sociedade moderna é o Paradigma do Desenvolvimento Humano. Trata-se da crença que o desenvolvimento de um país, ou de uma comunidade, depende fundamentalmente das oportunidades que são oferecidas para que as pessoas desenvolvam seus potenciais, ou seja, ajudar a formar os cidadãos do presente e do futuro. Sendo assim, o conceito de desenvolvimento humano implica no entendimento que todo ser humano é portador de um potencial e do direito de tornar-se pessoas verdadeiramente capazes de enfrentar os desafios que suas vidas e o tempo que vivem lhe impõem, preparando-se para promover ações transformadoras no mundo que está inserido. Enquanto as discussões sobre o desenvolvimento humano estão avançadas, principalmente no campo educacional, os Esportes de Aventura ainda estão descobrindo o seu papel dentro da Educação e como podem fomentar o Desenvolvimento Humano. Nas últimas décadas, observa-se um grande crescimento desses esportes tidos como “esportes radicais” tanto nos centros urbanos como nas academias e escola, sendo considerados, principalmente, atividades de lazer. Trata-se evidentemente de um fenômeno internacional de mudança de hábitos, o que reflete transformações culturais cuja profundidade ainda não se compreende inteiramente. Entretanto, foram iniciadas reflexões teóricas acerca da apropriação da prática de esportes de aventura como elemento educativo nas aulas de Educação Física Escolar, embora ainda esteja longe de ser entendida como um conteúdo relevante e de extrema importância dentro do âmbito educacional. Muitos autores sociais têm proposto e implementado iniciativas que geram oportunidades de desenvolvimento; estas iniciativas dão subsídios aos jovens para que façam suas escolhas e ajam positivamente sobre a realidade. Entretanto, é importante questionar: quais iniciativas são estas e se efetivamente promovem o Desenvolvimento Humano. De qual tipo de desenvolvimento se está falando: social, cognitivo ou motor; e ainda, de quem é o papel de proporcionar e garantir tal desenvolvimento? E os esportes de aventura, como inseri-lo dentro desta discussão e usá-lo como ferramenta que, efetivamente, garanta o desenvolvimento humano? O presente trabalho tem como objetivo discutir e compreender como os esportes de aventura podem ser uma ferramenta para proporcionar o desenvolvimento humano, com base em uma revisão de literatura.

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EXPERIENCIAS NA DISCIPLINA “PRATICAS CORPORAIS E NATUREZA” Pedro Henrique Silva Benevides, Gabriel Camargo Santos Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil E-mail: [email protected] A disciplina “Práticas Corporais e Natureza” foi desenvolvida como um Núcleo Livre da Faculdade de Educação Física, Universidade Federal de Goiás, tendo como eixos principais a discussão da relação ser humano e natureza, as práticas de aventura nesse meio e a visão de corpo e saúde no mundo contemporâneo, objetivando compreender a relação do indivíduo com o meio ambiente, levando ao uso conscientemente de seus recursos naturais e mantendo uma relação de coexistência, de maneira que possamos continuar com o nosso processo de evolução, sem provocar sua degradação. O homem, a partir da estruturação do capitalismo, acabou se distanciando cada vez mais da natureza e, assim, esqueceu que também faz parte dela, visto que tudo o que construiu, ao longo da história, foi retirado da natureza e o trabalho, que é algo inerente ao ser humano, é constituído por essa relação. Neste sentido, a preservação da natureza é de extrema importância, por, acima de tudo, ser uma auto-preservação. As Práticas Corporais de Aventura na Natureza PCAN’s, proporcionam aos seres humanos experiências diferentes das habituais, retirando-os do stress do mundo urbano e colocando-o frente à natureza, sendo este um espaço para diversas práticas que podem ser realizadas, no lazer, na escola ou de forma esportivizada. No lazer e/ou na escola, podem ser realizadas por qualquer pessoa e não necessitam de materiais específicos, tampouco de um corpo “perfeito”, como é colocado pela mídia. Essas práticas acabam se tornando uma espécie de válvula de escape do cotidiano, auxiliando no combate ao stress, causado pelo dia a dia, e na saúde corporal, tanto fisicamente, devido à movimentação do corpo na realização das práticas, quanto subjetivamente, por conta de sentimentos de satisfação, superação pessoal, sensações de liberdade e prazer. Contudo, a mídia apresenta um estereótipo de corpo perfeito e, a partir deste, uma noção de saúde, que acaba prejudicando a sociedade, que acredita que o corpo mostrado na mídia é sempre um corpo saudável; este modelo é transferido para as PCAN’s e muitas pessoas pensam serem inaptas para tais práticas por não apresentarem tais corpos. Essa disciplina foi realizada durante um semestre através de aulas em sala e práticas ao ar livre, dentro dos limites da Universidade. Na disciplina tivemos contato com formas alternativas de se promover saúde, a partir da alimentação vegetariana, a acupuntura e a homeopatia, dentre outras que propiciam uma vida mais saudável; vivenciamos algumas PCAN’s, como tirolesa, rapel, mergulho autônomo e outras, relembrando sempre o uso consciente do meio ambiente, além de discussões teóricas ressaltando a atitude do ser humano com relação a natureza, ao corpo e a saúde em geral.

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FORMAÇÃO DO MONITOR EM ATIVIDADES DE AVENTURA José Ricardo Auricchio UNIFMU – São Paulo/SP E-mail: [email protected] Desde o final da década de 80 os chamados esportes radicais vêm se popularizando no Brasil, mais especificamente no Estado de São Paulo, onde na década de 90 surgiram muitas empresas na área de aventura. Tais empresas são geridas por pessoas com experiência em determinadas atividades que contratam mão de obra local muitas vezes com pouca ou nenhuma experiência para auxiliar os guias ou instrutores nas atividades a serem realizadas com clientes. Mas qual a formação ideal para os monitores de atividades de aventura? Algumas entidades do turismo como ABETA e MTUR junto com a ABNT publicaram normas técnicas para algumas atividades como montanhismo, mergulho, caminhada, espeleoturismo entre outras com foco no que o monitor (condutor) deve seguir em sua formação. Estas normas estão em vigor desde 2005 e as empresas vêm desde então se adequando para cumpri-las. Este estudo tem o objetivo de mostrar, com base na literatura específica e nas experiências de algumas empresas do ramo, qual a formação ideal para o monitor de atividades de aventura nas diferentes linhas de atuação. Muitos profissionais da área estão se especializando com cursos de formação ou ainda faculdades de turismo e educação física, nas quais foram inseridos diversos cursos de extensão e especialização em atividades de aventura nos últimos anos. Este estudo mostra ainda que este ramo de atuação seja uma vertente na área de lazer, e isso faz com que esses profissionais deixem de ser meros acompanhantes e passem a intervir de forma construtiva e responsável nas atividades.

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INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES DE AVENTURA NOS ESTADOS DAS EMOÇÕES E HUMOR Rodolfo Antonio Zagui Filho1, Luciano Bernardes2 1 Pós-Graduando em Esportes e Atividades de Aventura – UNIFMU 2 Professor e coordenador do curso de Esportes e Atividades de Aventura – UNIFMU E-mail: [email protected] A prática de atividades de aventura proporciona diversos benefícios corporais, fisiológicos, psicológicos e alterações significativas nas emoções e estados de humor, como, ira, tristeza, medo, prazer, amor, entre outras. A prática constante de respostas emocionais como forma do sujeito observar-se, poderia auxiliar no controle das reações. Se a atividade física dirigida especificamente para esse fim permite acessar esquemas sensórios-motores, que levam através de um processamento esquemático, ao processamento conceitual, então tais atividades podem auxiliar em programas de autoconscientização. No decorrer de nossos dias, no trabalho ou em casa, os acontecimentos causam alterações em nossas emoções e no nosso humor, pelos desafios exigidos, por termos que superar limites, traçar planejamentos e tomar decisões. Quanto mais nosso mundo moderno se desenvolve, mais o ser humano busca o contato com sua essência, um bom exemplo disso são as trocas de fogões tão sofisticados sem chamas, com design arrojado por fogões a lenha para que possam degustar de uma comida feita ao fogo em momentos de lazer, bem como viagens a praias e ao campo para que possam pescar, adquirir seu alimento sem ter que ir ao mercado ou pedi-los pelo telefone ou internet, para que assim se sintam ao menos por pequenos momentos mais livres. Nesse estudo iremos cruzar dados dos estados de emoções do dia a dia com os dados das emoções ligadas as atividades de aventura e também dados de um grupo praticante de atividades de aventura com dados de um outro grupo de pessoas não praticantes. O teste será aplicado em três momentos, sendo o primeiro momento antes de cada atividade de aventura, o segundo após atividade de aventura e terceiro em dias esporádicos durante a semana para avaliar estado de humor do dia a dia do individuo. Identificando as alterações conseguiremos indicar uma melhor administração dos estados de humor. Para isso, será solicitado aos sujeitos que preencham um breve questionário biográfico que recolherá vários tipos de informações. Como instrumento de pesquisa utilizaremos, o teste Profile of Mood State (POMS). Este instrumento tem sido utilizado em estudos de psicologia para avaliar os estados emocionais e os estados de humor, assim como a variação a que estão associadas. A versão utilizada neste estudo é composta por 42 itens que são adjetivos das escalas de tensão, depressão, hostilidade, vigor, fadiga e contusão.

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MESURAÇÃO DA ESCALA DE BORG E FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE TRABALHO DE EXPLOSÃO COMO PROCESSO AVALIATIVO DE INICIANTES NA ESCALADA EM PAREDE ARTIFICIAL Isabelle Niviane Tomazi Amorim, Caroline Ferraz Simões, Giuliano Gomes de Assis Pimentel Grupo de Estudos do Lazer da Universidade Estadual de Maringá, Maringá – Paraná – Brasil E-mail: [email protected] Em função de pesquisas survey sobre demanda potencial para atividades de aventura na região metropolitana de Maringá, foi evidenciada a carência de propostas e de iniciativas públicas para oferta dessas práticas. Visando atender parte dessa demanda potencial, em 2010 o grupo GEL (Grupo de Estudos do Lazer – na linha de pesquisa em Atividades de Aventura), em parceria com setores organizados da sociedade, abriu quatro turmas de iniciação à escalada esportiva em ambiente artificial. O projeto é gratuito e tem atendido pessoas com diferentes realidades e interesses. Visto ação e reflexão serem indissociáveis, o grupo está desenvolvendo uma bateria de testes para iniciantes e avançados. O objetivo deste trabalho é analisar os resultados de tempo obtidos em teste de explosão na subida em relação a outros dados obtidos (massa/ estatura/ idade/freqüência cardíaca/escala de Borg). O teste consiste em escalar, com proteção, a via mais difícil. A medição do tempo é iniciada ao sinal do avaliador e encerrada quando este alcança o topo da parede, com altura de 4,5 metros. O teste está sendo realizado em todos os alunos da escola de escalada em sua primeira aula. Inicia-se o teste com o aluno em repouso, sendo monitorado por um frequêncimetro e, depois de olhar para a parede de escalada e para a escala de Borg nos diz sua expectativa para a subida. A escala de Borg é numerada de 6 a 20 contendo as seguintes marcas: 6-7-8 muito fácil; 9-10 fácil; 11-12 relativamente fácil; 13-14 ligeiramente cansativo; 15-16 cansativo; 17-18 muito cansativo e; 19-20 exaustivo. O aluno, após cumprir o teste, diz o esforço real percebido. A freqüência cardíaca foi monitora em repouso, antes da subida e imediatamente após. Com um dos professores monitorando e anotando a freqüência cardíaca de repouso e inicial, o aluno começa subir a parede. O estudo está parcialmente concluído, servindo clinicamente para dar pistas aos instrutores sobre a capacidade física do aluno escalar e de como seu corpo reage a esse esforço. Porém, tais dados não se resumem a uma dimensão biológica, pois orientam pedagogicamente sobre os cuidados no ensino da escalada conforme os limites corporais e a capacidade (ou acuidade) de cada aluno perceber diferentemente o esforço necessário para subir uma via. Nesse sentido, o estudo continuará com outras avaliações, incluindo se os alunos iniciantes que prediziam com fidedignidade seu esforço também serão bem sucedidos na interpretação das vias, um dos conteúdos ministrados na fase intermediária do curso. Pretende-se concluir essa pesquisa até o término do ano de 2010 e conseguir enriquecer outros trabalhos com o mesmo foco, ampliando as fontes de pesquisas.

24 Palavras-chave: atividade de aventura, esporte de aventura, ambiente artificial.

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MULHERES MERGULHADORAS E ESPORTE AVENTURA E RISCO Luciana Silva Abdalad, Vera Lucia de Menezes Costa UGF-LIRES-LEL, Universidade Gama Filho, Laboratório do Imaginário e das Representações Sociais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Email: [email protected] Esta pesquisa, de natureza qualitativa é um estudo de caso que propõese a investigar, sob a ótica do Imaginário Social, quais são os sentidos de risco e do mergulho em apneia para uma mulher recordista mundial desta atividade. Neste universo, a vivência de um esporte de risco extremo é deliberadamente escolhida pela informante. Nossa amostra, intencional, foi composta por uma mulher que pratica o esporte por lazer e competição e possui uma representatividade no meio do mergulho em apneia. A interpretação do discurso fundamenta-se na Análise do Discurso proposta por Orlandi. A mergulhadora das grandes profundidades sabe que ao praticar um esporte de risco extremo desafia e estende seus limites corporais, e precisa tomar cuidado para não extrapolar esses limites. A preocupação parece estar presente na vivência deste limiar entre a vida e a morte, embora o esporte desponte como o principal espaço de realização pessoal no seu cotidiano. Palavras-chave: Esporte aventura, mulher, risco, mergulho

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O IMAGINÁRIO DAS CRIANÇAS JUNTO À NATUREZA: UMA AVENTURA NA FLORESTA Sergio Trinchão, Eduardo Rodrigues, Vera Costa, Sergio Azevedo Universidade Gama Filho / Rj / Brasil - LIRES/LEL – Laboratório do imaginário social E-mail: [email protected] A aventura junto à natureza vivida por crianças que moram em zona urbana, em que o enquadrinhamento e a violência da cidade lhes roubam os espaços de brincadeira, revela atividades de desafios e de construção de coragem e superação de limites que lhes são impostos no seu cotidiano. O objetivo dessa pesquisa é compreender os sentidos que essas crianças imprimem em suas caminhadas na floresta. Ao mergulharmos sob a ótica do imaginário social, encontraremos pistas que revelam a dinâmica da lógica externa social, com informações simbólicas que contribuem para compreender as estruturas que movem as ações humanas manifestadas nas imagens, símbolos presentes nas culturas desses grupos. É uma pesquisa qualitativointerpretativa, sendo realizadas 10 entrevistas-depoimentos com meninos entre 11 e 15 anos, da comunidade Cidade de Deus / Rio de Janeiro, estudantes da Rede Municipal de Ensino, cursando do 5º ao 6º ano do Ensino Fundamental, freqüentadores da Floresta da Tijuca/RJ. Os dados coletados cobrem o uso lingüístico, possibilitando um mergulho em acontecimentos e narrativas que indicam pistas para obtermos respostas aos nossos questionamentos. Para a criança, o imaginário. A aventura e o risco se tornam práticas imprescindíveis, uma vez que estes são deflagradores do processo de desenvolvimento humano. A aventura pressupõe uma ruptura com um mundo familiar ou social sendo ponto de partida para um mundo estranho. Por serem atividades que integram a função simbólica, as atividades de aventura têm grande significado no processo de desenvolvimento infantil. O imaginário junto à natureza como a contemplação de chegar à cachoeira em uma trilha inexplorada e a associação livremente às imagens vivenciadas dentro da floresta, podem ressignificar fantasmas criados pela razão, pela condição de quase miséria e pela vivência do cotidiano violento em que essas crianças vivem. Nesse sentido, observarlhes se aventurando nos apresenta um lugar privilegiado de descobertas de seus potenciais. O significado de aventura tem conhecimentos prévios de vivência, que é um rompimento com o cotidiano, algo diferente. As crianças têm diferentes sensações, de acordo com o lugar em que é praticada sua aventura.

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O PERFIL DO PRATICANTE DE CAMINHADAS EM MEIOS NATURAIS, TREKKING, QUE RESIDEM NA GRANDE SÃO PAULO Jose Carlos Pires de Camargo, Luciano Andrade Bernardes FMU- Metropolitanas Unidas, São Paulo – SP, Brasil E-mail: [email protected] A percepção da qualidade de vida do cidadão residente na capital e grande São Paulo é de baixa qualidade de vida com relação da prática regular de atividade física e pouco contato com a natureza. O cenário atual demonstra que o desenvolvimento do meio urbano traz profundas e sérias conseqüências para o ambiente e para o ser humano devido ao afastamento e a ausência de contato com o meio natural, a elevada densidade populacional, e a predominância de atividade industrial e de prestação de serviço. O estresse e a falta de qualidade de vida estão cotidianamente ao lado das pessoas, no trânsito, no trabalho, em casa. Percebe-se também que o estresse está presente no lazer: nas filas do teatro ou cinema, no estádio lotado e nos acessos rodoviários em feriados. Observa-se também a crescente valorização do turismo na natureza, e da prática das Atividades Físicas de Aventura na Natureza – AFAN, por pessoas à procura de melhor qualidade de vida. Este estudo verifica a condição atual dos cidadãos residentes na grande São Paulo quanto à sua percepção de qualidade de vida bem como as saídas que buscam para melhorar seu dia a dia. Surgem assim atividades diversas junto à natureza. A caminhada praticada em ambientes naturais, conhecido como trekking, é apontada como a modalidade mais procurada dentre as Atividades de Aventura no Brasil e conseqüentemente São Paulo. Este estudo tem por objetivo a verificação do perfil do praticante de trekking e sua utilização como meio de melhoria de sua qualidade de vida. Para tanto se utilizou a pesquisa bibliográfica com aplicação de instrumento de coleta de dados junto aos praticantes desta modalidade. Foram aplicados cem questionários a fim de verificar os principais fatores de aderência desses indivíduos às atividades físicas de aventura na natureza, bem como as possíveis alterações físicas e psicológicas advindas da prática regular das caminhadas, trekking. Obtiveramse como principais resultados entre os pesquisados, que 73% praticam a modalidade em busca da integração com a natureza, 44% procuram a caminhada visando à promoção de saúde e significativamente a maioria, 56%, praticam pelo menos uma vez por semana o trekking.

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O SURFE COMO FERRAMENTO DE INCLUSÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL NA COMUNIDADE DO TERREIRÃO – RECREIO DOS BANDEIRANTES Mairton Laurentino da Silva, Ney Felippe de Barros Rodrigues Cocchiarale UNIGRANRIO – Duque de Caxias – RJ – Brasil E-mail: [email protected] O presente estudo teve o objetivo de investigar os significados do surfe na comunidade conhecida como Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Essa comunidade, proveniente de um processo de favelização horizontal, está localizada junto a alguns dos melhores locais para a prática do surfe no município do Rio de Janeiro, que engloba o canto do Recreio, a Praia do Pontal, que possui pontos conhecidos como Macumba, Curvão e CCB, a Prainha e, um pouco mais distante, Grumari. No canto do Recreio, encontramos cerca de cinco escolinhas de surfe estabelecidas entre os postos onze e doze do Salvamar, o que contribui para a divulgação e disseminação do esporte. A cultura do surfe se faz presente na comunidade através das diversas lojas voltadas para esse mercado e oficinas de fabricação e consertos de pranchas. Para a realização deste estudo, utilizamos como instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada que buscou respostas para as seguintes perguntas: para os gestores de escolas de surfe – A sua escola de surfe desenvolve algum projeto social? Se sim, qual? Você percebe alguma mudança na vida dos seus alunos carentes que pode ser relacionada com a prática do surfe? Qual é o significado do surfe para a vida dos moradores do Terreirão? Para alunos e moradores da comunidade – O que o surfe significa para você? Houve alguma mudança na sua vida que pode ser relacionada com o surfe? Para a interpretação das entrevistas foi utilizada a análise de discurso de Orlandi (2007). Foram entrevistados quinze indivíduos, sendo três gestores de escolas de surfe, seis alunos dessas escolas e seis moradores da comunidade praticantes da modalidade, que concordaram em participar após serem esclarecidos acerca dos procedimentos e objetivos da pesquisa, sendo assegurado o seu total anonimato. A análise das respostas obtidas aponta para a importância do surfe como ferramenta de inclusão e transformação social para a comunidade do Terreirão, tanto para suprir a falta de opção de atividades de lazer no local onde os respondentes vivem, quanto para melhoria em aspectos relacionados à saúde pela incorporação de uma atividade física regular em contato com a natureza, bem como através da oportunidade de renda oriunda do surfe, pela profissionalização no esporte, fabricação, conserto e venda de pranchas e demais artigos que envolvem a cultura e a prática do surfe. Palavras-chave: Surfe; cultura; inclusão.

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PARKOUR E O RESIGNIFICADO DOS ESPAÇOS: DO NÃO-LUGAR E LUGAR Emília Amélia Pinto Costa da Silva, Petrucio Venceslau de Moura, Priscilla Pinto Costa da Silva, Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas Universidade de Pernambuco/ Universidade Federal da Paraíba- Recife- PEBrasil E-mail: [email protected] O crescimento desordenado das cidades faz surgir um déficit contínuo no que diz respeito à infra-estrutura e urbanização, minimizando os espaços que propiciam a prática e experiências de lazer. Por uma outra dimensão, a verticalização dos centros urbanos associado aos interesses imediatos das cidades vem transformando os espaços em ambientes frios e passageiros, transformando-os em não-lugar. Neste sentido, surge na França na década de 80, uma prática radical denominada Parkour que possibilita redesenhar o espaço urbano por meio de novas relações entre o homem e os lugares da cidade. Assim, a pesquisa objetiva analisar a utilização dos espaços urbanos por grupos de Parkour a partir da classificação antropológica do lugar e nãolugar. Este estudo caracteriza-se como semiótica por analisar fenômenos culturais e seus significados e representações, no qual, tem a ciência dos signos como objeto da semiose, constituindo a ação dos símbolos, nos processos significativos na cultura e na natureza. Deste modo, foram objeto de investigação dezoito vídeos de três grupos praticantes de Parkour no Brasil, disponíveis nos respectivos sites de divulgação, tendo como estrutura de análise o cenário e a ocupação do espaço urbano. A partir dos resultados foi possível inferir que o Parkour pode ser praticado em diferentes espaços urbanos, tais como praças e fachadas de prédios públicos, ruas e espaços naturais. Os praticantes idealizaram obstáculos e estratégias a serem alcançadas a partir das possibilidades que o lugar oferecesse, aproveitando os espaços livres da cidade, muitas vezes não utilizados pelos moradores. Da análise advinda dos vídeos, foi nítido o abandono do espaço, que ganhou vida e significado, transformando um não-lugar em lugar, com identidade, historicidade e afetividade próprias. Foi possível perceber uma utilização minuciosa e ao mesmo tempo ampla do espaço da cidade, onde foi usado desde o meio fio das calçadas, corrimão e escadas até altas fachadas de edifícios e espaços naturais. Neste sentido, o Parkour é uma prática radical acessível aos adeptos, por proporcionar elevado grau de satisfação e desafios aos praticantes, contribuindo para o autoconhecimento corpo-mente, desenvolvendo força, equilíbrio, coordenação, determinação, superação e percepção dos lugares da cidade. Palavras- chave: Parkour; Lugar; Não-Lugar.

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PARKOUR, RADICALIDADE CORPORAL Dimitri Wuo Pereira, Jonas Alfredo da Silva Universidade Nove de Julho São Paulo – SP. Brasil E-mail: [email protected] No final do século XX surgiu uma vertente da atividade física que quebrou paradigmas e demonstrou um novo ponto de vista capaz de incluir a liberdade ao corpo em movimento chamada Parkour. Esse nome deriva de percurso em francês, pois o desafio nessa prática provém dos antigos percursos dos combatentes militares. O objetivo desse estudo é descrever essa atividade contemporânea para vislumbrar novas possibilidades dentro da educação física e do lazer. A revisão de literatura será o método de pesquisa utilizado. O Parkour foi criado por David Belle e teve influência de seu pai Raymond que como militar e combatente do Vietnã tinha a missão de reconhecer o campo inimigo e precisava ser ágil, rápido e eficiente para manter-se vivo. Ele tem Raízes no método natural de Georges Hebert, que desenvolvia atividades ginásticas em contato com a natureza. David por sua vez, praticou diversas atividades esportivas como: artes marciais, ginástica, escalada entre outras e reuniu-as com o objetivo de usar apenas seu corpo para transpor obstáculos com a maior eficiência possível. Como sua intenção não era competitiva e sim a descoberta interior, ele contrariando algumas lógicas modernas começou a difundir o Parkour de forma gratuita, não competitiva e individualizada, podendo acontecer tanto em ambientes naturais como urbanos. Assim cada pessoa pode descobrir seus limites e fortalecer a união corpo e mente de acordo com seus interesses, não estando sujeita a regras pré estabelecidas. Interessante perceber que da mesma forma que outros acontecimentos contemporâneos, o Parkour se difundiu pela internet atingindo assim rapidamente os jovens e se espalhando pelo mundo com custos mínimos de divulgação, muito diferente das formas de atividades físicas que conhecemos. Podemos verificar que é uma atividade interligada a uma forma de ser que se aproxima e se combina com os hábitos das gerações globalizadas e informatizadas. Podemos concluir que para os pesquisadores e profissionais do lazer e da educação física, o Parkour dá fortes indicações de como tende a ser o comportamento relativo às práticas corporais no futuro, afinal descobrimos que a liberdade de movimentos, a busca de desafios subjetivados, a cooperação, a solidariedade, o voluntariado, o aprendizado do enfrentamento do risco, a melhoria das condições físico-motoras pode ocorrer de modo muito distinto daquele descrito nos livros e artigos que atualmente encontramos nessas áreas de conhecimento, suscitando novos entendimentos e olhares para o corpo em suas dimensões radicais, de aventura e de ação.

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PEFAI PROGRAMA DE ECOTURISMO COM ATIVIDADES FÍSICAS PARA IDOSOS Lilian Suelen de Oliveira Cunha Universidade do Estado do Pará, Santarém, Pará, Brasil. E-mail: [email protected] Introdução: Diante da grande procura de atividades na natureza por pessoas nas várias faixas etárias, pesquisas desenvolvidas em diversas áreas do estudo demonstram os principais benefícios oferecidos ao homem do século XXI a beira de um “ataque de nervos”. Nesse sentido e baseado na pesquisa de DIAS (2006) que aponta a necessidade de um olhar mais específico de Empresas no tratamento das atividades de ecoturismo para idosos este estudo criou e implementou uma nova alternativa denominada PEAFI. Objetivo: O estudo através da criação do PEAFI teve como objetivo verificar a importância da especificidade do serviço para o usuário idoso, verificando também vantagens e desvantagens do programa, a fim de oferecer o modelo a Empresas do ramo e como proposta para secretaria de turismo do município de Santarém-PA. Metodologia: Sendo esta uma pesquisa qualitativa os 29 idosos na faixa etária entre 60 e 76 anos, de ambos os sexos, foram selecionados intencionalmente por praticarem atividades físicas há no mínimo seis meses em um programa de extensão da Universidade do Estado do Pará. A pesquisa foi dividia em duas fases: a primeira foi a construção do PEAFI e a segunda foi a aplicação das atividades realizada no período de agosto a outubro de 2009, sendo apenas aos sábados. Para coleta de dados foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas antes, durante e depois do programa, observação direta e vivencia da pesquisadora e da equipe de apoio. É importante salientar que o diferencial do PEAFI em relação a outros que promovam a atividade de ecoturismo para idosos é a participação de uma equipe multiprofissional composta por 15 pessoas: Educadores físicos, Enfermeiros, Fisioterapeuta, Bióloga, Administrador e Bombeiros que durante todas as atividades seguiram as determinações do PEAFI e principalmente o atendimento das necessidades específicas do grupo idoso durante as atividades físicas e/ou outras oferecidas pelo programa. Resultado: Foram realizadas oito atividades com o grupo de idosos previsto pelo programa, demonstrando sua viabilidade e segurança e atrelado a isso, outros benefícios atingiram os idosos como maior socialização, satisfação, bem estar emocional e físico e principalmente o sentimento de valorização pelas pessoas que estavam atuando junto a eles. Conclusão: O modelo do PEAFI enquanto programa mostra eficiência e garantia de satisfação e segurança para idosos, mas também demonstra o quão necessária são as pesquisas em torno da temática em evidencia, pois inúmeras são as previsões de que em 2050 o número de idosos deverá ser superior a 25% da população no Brasil. Portanto, este estudo apenas traz inovações para a literatura e iniciam outras que ofereçam a camada populacional idosa o direito a lazer, saúde e envelhecer com qualidade de vida.

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PRÁTICAS DE ATIVIDADES DE AVENTURA NA UFAC – RELATO DE EXPERIÊNCIA Carlos Roberto Teixeira Ferreira, Ilbert Silveira de Azevedo Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Acre, Brasil E-mail: [email protected] O interesse por elaborar o presente projeto está na necessidade repassar experiências e conhecimentos tepráticos em atividades de aventura. As “Práticas de Atividades de Aventura na UFAC” caracteriza-se por ser um projeto de extensão que tem por objetivo proporcionar aos acadêmicos da Universidade Federal do Acre a vivência em atividades de contato com a natureza. Neste projeto, os acadêmicos têm a possibilidade de ampliar seus conhecimentos em atividades que interage o homem com a natureza e de práticas que contribuem para o desenvolvimento do ser humano. A UFAC é um lugar privilegiado porque propicia atividades em ambientes de mata. Nesse sentido, o projeto abrange os seguintes conteúdos: 1) Estágio básico de selva; 2) Orientação e navegação com bússola; 3) Rapel; 4) Arborismo. As práticas referentes às atividades em ambiente de selva contaram com a parceria do 4º Batalhão de Infantaria de Selva da capital. Através deste projeto foi possível discutir e implantar no eixo curricular do curso de Educação Física Bacharelado a disciplina “Esportes Radicais e Atividades de Aventura” e no curso de Licenciatura em Educação Física da zona rural o projeto de extensão “Atividades Interativas em Educação Física”, com um dos conteúdos, o curso teórico e prático de bússola e navegação. Um fato importante é que a prática dessas atividades possibilitou o fortalecimento das relações sociais, o que é possível devido à integração entre os praticantes nas experiências práticas. Finalmente, pude perceber que este projeto é um veículo de participação e integração entre a comunidade acadêmica e o meio ambiente, possibilitando a formação de cidadãos com atitudes e valores de preservação do meio ambiente e na qualidade de vida.

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PROJETO CICLOPOIESIS - 2° ETAPA Rodrigo Duarte Ferrari, Carlos Luiz Cardos Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/Santa Catarina - Brasil E-mail: [email protected] Introdução: Esse resumo é um recorte da pesquisa realizada como trabalho de conclusão do curso de licenciatura em educação física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O objeto de investigação desse trabalho foi às interações de um grupo de pessoas que realizaram uma viagem de bicicleta em 2007, orientados por uma proposta sistematizada, denominada Projeto CicloPoiesis. Os integrantes desse grupo pedalaram mais de 2500 km, em dois meses de cicloviagem no Chile e Bolívia. O pesquisador se inseriu nessa realidade, desempenhando os papeis de cicloviajante e pesquisador, configurando assim um estudo etnográfico. A etnografia é definida como uma descrição densa das interações e relações humanas que se estabelecem em determinado contexto cultural. Objetivo: Descrever e refletir sobre o modo de viver dos integrantes do Projeto CicloPoiesis durante essa viagem de bicicleta, para compreender esse fenômeno, tanto numa perspectiva biológica quanto na cultural no campo de conhecimento da educação física. Fundamentos Teóricos-Metodológicos: Como base teórica para compreender e refletir sobre essas descrições utilizou-se principalmente a Biologia do Conhecer. Nessa abordagem destacam-se as noções de Autopoiesis, Filogenia, Ontogenia e Linguagem, que expressam os princípios científicos e concepções desse trabalho, bem como, o tema da mobilidade urbana. Como caminho metodológico utilizou-se elementos dos estudos etnográficos e da hermêneutica, sendo a observação participante a principal técnica de coleta dos dados. Conclusão: Essas interações observadas apontam para a caracterização de uma atividade de aventura que proporciona transformações biológicas e no modo de viver de seus praticantes, mesmo que temporariamente, no que se refere a: a) A estrutura e acoplamento estrutural dos organismos no meio; b) Percepções espaço-temporais; b) Relações com objetos materiais e hábitos de consumo; c) Intensificação da noção de coletividade e cooperação entre os integrantes do grupo; d) Aproximação intensa de diferentes culturas.

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PROJETO CICLOPOIESIS - 3° ETAPA Rodrigo Duarte Ferrari Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/Santa Catarina - Brasil E-mail: [email protected] Introdução: Esse resumo é um relato de experiência da 3° viagem de bicicleta do Projeto CicloPoiesis, que percorreu 3000 km entre Peru e Equador. Essa foi realizada em 2010, por dois integrantes do projeto. Além de ser uma atividade de aventura, o projeto objetiva promover o uso da bicicleta como opção de modalidade urbana em deslocamentos urbanos e viagens. A principal estratégia para alcançar essa meta é a produção e veiculação de textos reflexivos, fotos e vídeos na internet. Com isso, optou-se pelas reflexões em torno dos processos de produção audiovisual durante a cicloviagem, devido ao critério de prioridade da utilização dessa linguagem como caminho para alcançar os objetivos do projeto. Objetivo: Descrever e refletir sobre os processos de produção audiovisual durante a viagem de bicicleta da 3° etapa do Projeto CicloPoiesis. Fundamentos Teóricos-Metodológicos: Como base teórica para compreender e refletir sobre essas descrições utilizou-se principalmente a Antropologia Visual e a Mídia-Educação, destacando-se as novas possibilidades das Tecnologias de Informação e Comunicação. Foram filmadas mais de 40 horas no formato FullHD, esse material foi editado, finalizado e veiculado na internet na forma de 29 pequenos vídeos que ilustram as experiências dos cicloviajantes. Conclusão: Essas experiências retratam, sobretudo, as facilidades de produzir e veicular conhecimentos e informações na atualidade, abrindo um campo de atuação e reflexão novo no universo das atividades de aventura. Estudos refletem sobre essas novas possibilidades democráticas na área da comunicação, evidenciando o contraste entre o mass media e esse novo meio de interações comunicativas que está emergindo. No cenário dominado pelo mass media, o capital controla o lado da emissão e os canais de transmissão. No cenário digital, da forma como a internet foi estruturada, o capital controla a infraestrutura de conexão, mas não controla os fluxos de informação, nem consegue determinar as audiências. Para finalizar, conclui-se sobre a importancia dessa abertura e da socialização de experiências, com a intenção de fortalecer as atividades de aventura ao se apropriar dessas novas possibilidades democráticas de comunicação.

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QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM SURFISTAS AMADORES E PROFISSIONAIS Júlia Krüger Romariz, Adriana Coutinho de Azevedo Guimarães, Alcyane Marinho UDESC/CEFID – Florianópolis – SC – Brasil E-mail: [email protected] As diferentes perspectivas que fomentam o interesse por atividades em contato com a natureza apresentam um eixo norteador comum: a busca pela implementação da qualidade de vida - elemento caracterizado por inúmeros aspectos na vida atual. Nesta perspectiva, este estudo, de corte transversal, objetivou investigar a qualidade de vida relacionada à prática de atividade física em surfistas amadores e profissionais, na faixa etária entre 18 e 35 anos, de ambos os sexos, participantes dos campeonatos da Federação Catarinense de surfe durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2009. A amostragem por conveniência foi de 202 surfistas com média de idade de 25,9±7,5 anos, sendo 83,2% do sexo masculino e 16,8% feminino. Para coleta de dados, optou-se por um questionário auto-aplicável dividido em quatro partes: a) Identificação pessoal; b) Situação socioeconômica (ABEP) - 2008; c) IPAQ (curto); d) Whoqol (abreviado). Para análise dos dados, utilizou-se o programa estatístico SPSS -13.0. A maioria dos surfistas são solteiros (82%), possuem ensino médio completo (64%) e são pertencentes ao estrato econômico B (61%). Dos 202 participantes, 94,1% são surfistas amadores, e todos realizam atividade física por, pelo menos, duas a três vezes por semana (42,6%), com duração de mais de uma hora (56,9%). O nível de atividade física da maioria dos surfistas foi muito ativo (83,2%), além de 10,4% ativos e 6,4% insuficientemente ativos. A qualidade de vida, de forma geral, pode ser considerada boa a muito boa, com escores que variam de 59,8% a 77,0%, sendo o valor mínimo obtido de 25% no domínio social e máximo de 100% também neste domínio. As médias dos escores de cada domínio da qualidade de vida foram de 59,8% no domínio físico, 66,7% no domínio ambiental, 69,6% no domínio psicológico e 77% no domínio social. O domínio social foi o que obteve maior escore e o físico o mais baixo. Houve uma fraca associação entre as variáveis dos domínios da qualidade de vida e os componentes da atividade física (r=-0,105 - r=0,114), não havendo significância entre as mesmas, ou seja, a qualidade de vida, no presente estudo, não foi influenciada pela prática de atividade física, não sendo possível afirmar que a qualidade de vida de boa a muito boa ocorreu em função da prática do surfe. Provavelmente, outros hábitos dos surfistas investigados contribuem de forma mais significativa para o fenômeno qualidade de vida pesquisado.

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RELATO DE CASO: REFLEXÕES SOBRE AS ATIVIDADES DE AVENTURA, NOMENCLATURA E PROCESSO DE APROPRIAÇÃO Douglas Abrahão de Oliveira Universidade Federal de Uberlândia - Uberlândia / Minas Gerais / Brasil E-mail: [email protected] Este trabalho tem como escopo, propor a reflexão sobre as Atividades de Aventura (A.A.), partindo de minha experiência prática em diversas modalidades, da análise epistemológica dos termos recorrentes para sua representação social e pela compreensão através do diálogo com outras ciências como, sociologia, biologia e geografia. Introdução: São empregados usualmente para representar estas atividades os termos, “Esportes de Aventura” e “Atividades de Aventura”, é no uso de cada um deles há valores arraigados, passíveis de análise pelos seus significados epistemológicos. O primeiro pressupõe, uma esportivização das atividades realizadas junto à natureza, por meio da exploração de seus recursos, através da institucionalização de órgãos (estatais ou não) visando regulamentar as atividades desse caráter, por meio de regras, estatutos e criação de competições, agregando a lógica mercantilista e desvelando um amplo “Cercado Social”, entendido como; espaço exclusivo (sendo assim excludente) de determinados profissionais dentro do mercado de trabalho; contribuindo diretamente no fortalecimento do processo de esportivização destas práticas. Enquanto o segundo incorpora o sentido de uma prática junto à natureza, voltada para o Hobby, o lazer (que não deve assumir o caráter ‘compensatório’, ou seja, buscar na natureza e na prática de tais atividades, aquilo que a ‘sociedade moderna’ não proporcionou ao indivíduo) onde os atores sociais se apropriam destes espaços como forma de (re)aproximação ao meio natural, deixando alheio o caráter competitivo, prevalecendo os diferentes sincretismos simbólicos, relacionados à emoção, aventura, ao mutualismo com a natureza, a busca pela adrenalina e sobre tudo a sensação de lidar com o risco, além de tantos outros. Julgo pertinentes estas discussões, em vista que, ambos os termos são considerados corretos, (pela literatura, profissionais e pesquisadores) e dado o fato, do currículo de formação ao qual estou inserido (Universidade Federal de Uberlândia – Faculdade de Educação Física), possuir a matéria obrigatória, Esportes de Aventura ministrada no nono período, também por entender que este “novo” processo de apropriação do homem pela natureza, traduzido em forma de aventura, não deve possuir um caráter predatório e sim caminhar para uma lógica ecológica a qual chamo de ‘Conscientização Ambiental’. Outro aspecto que deve ser ressaltado sobre as A.A., é o processo de externalização que os seres humanos têm assumido em relação à natureza, tratando estes espaços como algo fora do indivíduo, transformando-os em cenário para tais práticas, não visando “compor” com a natureza, “fazer” e “ser” parte dela no momento das vivências destas experiências, reproduzindo em suas práxis os hábitos e ritos vivenciados no cotidiano da lógica atual de sociedade. Está na hora de adquirirmos uma visão não alienante sobre os espaços naturais, no sentido de estabelecermos uma

37 relação dialética com os mesmo, onde o indivíduo se sinta e se enxergue parte deles, caminhando rumo a ‘Consciência Ambiental’.

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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO NAVEGA SÃO PAULO DA CIDADE DE RUBINÉIA-SP Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro, Gisele Maria Schwartz, Viviane Kawano Dias, Priscila Raquel Tedesco da Costa Trevisan, Juliana de Paula Figueiredo, Priscila Galvão de Almeida Leme Laboratório de Estudos do Lazer, UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brasil E-mail: [email protected] O Projeto “Navega São Paulo” realizado na cidade de Rubinéia - SP, mais especificamente, no Ipanema Náutico Clube, atende crianças e adolescentes de 12 a 16 anos, por meio da prática dos esportes náuticos, vela e canoagem. A vela é uma modalidade olímpica que o público brasileiro passou a conhecer e admirar após o crescimento do número de conquistas dos atletas brasileiros no cenário mundial. Toda e qualquer modalidade esportiva pode servir com ferramenta para a inclusão social e com os esportes náuticos não seria diferente. O Projeto “Navega São Paulo” iniciou suas atividades em 2006, em parceria com a Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de Rubinéia e com a ONG “Vento em Popa”, tendo como patrocinadores a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e a SABESP. Atualmente o projeto conta com a colaboração de um responsável geral, dois instrutores, quatro monitores e um marinheiro, beneficiando mais de 800 crianças e adolescentes da rede pública de ensino, desde sua implantação. Além da inclusão social, o projeto visa à formação de cidadãos responsáveis e comprometidos com o meio ambiente, capazes de interferir de maneira positiva e eficaz na sociedade, e também, a melhora do condicionamento físico perante a prática esportiva. As aulas de vela e canoagem são ministradas de segunda a sexta-feira, durante 4 horas diárias. Nesse período, as crianças e os adolescentes não só praticam as modalidades, mas participam de aulas teóricas sobre primeiros socorros, meio ambiente, cidadania e marinharia. Vale lembrar que o Projeto “Navega São Paulo” existe em vários municípios do Estado de São Paulo, apresentando também a expectativa de formar atletas para competir a nível nacional e futuramente, a formação de atletas olímpicos. O objetivo do presente relato foi de divulgar as atividades, bem como, a estrutura do Projeto “Navega São Paulo” da cidade de Rubinéia-SP, utilizando uma entrevista semi-estruturada, aplicada mediante uma conversação com o responsável geral do projeto da cidade de Rubinéia – SP. Sugere-se a continuidade do Projeto “Navega São Paulo” com a finalidade de envolver o máximo de crianças e adolescentes, fortalecendo a inclusão social na cidade de Rubinéia-SP e país afora, contribuindo para o aumento do número de praticantes dos esportes náuticos do Brasil. Palavras-chave: inclusão social, vela, canoagem.

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REPRESENTAÇÕES DE MONTANHISTAS QUE ALCANÇARAM O DEDO DE DEUS NO PARQUE NACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS EM 2001 Veluma Rabello Silva, Eduardo Rodrigues da Silva, Vera Lúcia de Menezes Costa Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, RJ, Brasil E-mail: [email protected] O estudo refere-se ao desenvolvimento do montanhismo na Serra dos Órgãos e a sua importância para os montanhistas que escalam na região, envolvendo um misto de simbolismo, sacralização e reverência à natureza, regido por um corpo imaterial, imagético, presente na cultura com o objetivo de destacar alguns elementos simbólicos expressos nos discursos dos montanhistas que alcançaram o cume do Dedo de Deus em seus respectivos registros no Livro de Cume do ano de 2001. Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa, onde aspectos relacionados à aventura e ao meio ambiente, vivenciados no universo daqueles praticantes de escalada. Os discursos de 40 sujeitos, analisados pela Análise de Conteúdo, se tornaram reveladores do imaginário que anima suas práticas. No Livro, os atores deixam suas impressões, emoções e sentimentos ao alcançarem a parte mais alta. A aventura fluiu livre pelos caminhos subjetivos da imaginação, conduzindo seus portador a produções imaginárias fantásticas. A energia proveniente da natureza contribuiu para a fusão do sujeito com o mundo, encaminhando-o a um modo de vida especial e a manuscritos sensacionais. Os atores jogam com o próprio limite e instinto, satisfazem sua imaginação criadora mapeando as montanhas com trilhas e vias, provando a si a capacidade de autocontrolar-se, de auto-superar-se e de auto-aperfeiçoar-se. Embriagados de exaustão e prazer, o fazem para alcançar a morada dos deuses e experimentar a condição divina, a reverencia e contemplação da natureza, com o discurso de preservação ambiental. Seduzidos pela beleza das paisagens, pela energia envolvente, sentem-se aconchegados e passam a harmonizar-se com ela. Utilizam-se de astúcia e inteligência, desenvolvendo mecanismos de adaptação e de superação dos obstáculos que o cerceiam para descrever o cenário. Estudo concluiu que os montanhistas adentram à natureza, reencontram sua natureza, e a integram, contemplando-a, revestindo-a de sagrado, seduzindo-a, explorando-a, decifrando seus enigmas de forma sublime, onde o prazer leva ao êxtase. Os mitos e a sacralização das montanhas tornam o Parque o melhor lugar para os montanhistas praticarem e expor suas fantasias de forma lúdica, tornando cada passada, folha, pedra e trilha, mágicos, levando-os para um paraíso onde a presença divina se estabelece e os seus esforços os tornam heróis. Aqueles que alcançam a ponta do indicador do Dedo de Deus alcançam também os céus. A floresta e seus caminhos também dão sinais de que são castigados pelos homens e suplicam que essa reintegração com a natureza não seja danosa e sim, prazerosa, satisfazendo ambos os lados, pedindo que apenas deixemos nossas pegadas e que levemos somente boas lembranças e memórias de nossas aventuras.

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RISCOS NA PRÁTICA DA VELA: VIVÊNCIAS NA NATUREZA INCERTA Priscilla Pinto Costa da Silva, Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas UPE/UFPB, Recife/PE, Brasil E-mail: [email protected] O risco é fator inerente a condição humana, sempre ameaçada pela incerteza, que sufoca as novas descobertas, passando pelo estado do medo sendo resgatado pela liberdade, despertando sensações de prazer a cada conquista. Nesta perspectiva, o risco na prática da vela está presente por ser realizado pela ação da natureza incerta – água, vento – em condução do corpo que veleja em equilíbrio com o barco. O objetivo deste estudo é analisar as situações de risco por meio da prática da vela. Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo de campo, em que participaram 12 atores sociais, que velejam há pelo menos 5 anos, em João Pessoa/PB. O instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista semi-estruturada. Como recursos técnico, utilizou-se um caderno de campo, um gravador e uma câmera para os registros orais e imagéticos. As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da análise de discurso. Os resultados obtidos à luz da assunção dos riscos foram classificados em duas categorias: a) situações de risco provenientes das ações humanas: que tratou dos relatos ocorridos na prática da vela onde ocorreram danos em peças e/ou equipamentos que resultou situações de perigo e ameaça a vida do velejador; b) situações de risco provenientes das ações naturais: onde as questões dos riscos foram oriundas das mudanças relacionadas aos aspectos climáticos, como variações do vento, chuva, ondas muito altas que provocaram danos a embarcação, perigo e ameaça aos velejadores, onde muitos dos participantes foram salvos por estarem equipados com recursos tecnológicos tais como GPS e rádios de comunicação. Apenas um participante afirmou que nunca passou por situação de risco. Na primeira categoria, observou-se que estes riscos podem ser minimizados com manutenções adequadas na embarcação e intervenções educacionais alertando para os riscos que podem ocorrer nesta prática. Na segunda categoria, foram destacadas as situações climáticas, pois mesmo observando as condições do tempo antes de velejar, este pode alterar tornando imperceptível aos estudos da meteorologia, principalmente quando se está em alto mar, sendo obrigatório aos velejadores se aparelharem com o mínimo de segurança, além de comunicar ao órgão náutico (Marinha), responsável pela região explorada. Cabe ressaltar que os riscos na prática da vela devem ser gerenciados e analisados minuciosamente antes e durante de todo o velejo, desde um passeio em águas abrigadas quanto uma expedição em águas abertas, tendo em vista os imprevistos que podem ocorrer quanto aos equipamentos utilizados, bem como as situações climáticas propícias as práticas na natureza. Palavras-chave: Risco. Prática da Vela. Natureza.

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SER HUMANO/NATUREZA: MOTIVOS PARA A PRÁTICA DO CAVING Marilda Teixeira Mendes1, Michela Abreu Francisco Alves2, Alex Fabiani de Brito Torres3, Kátia Maria Gomes Monção4 1 Profa. do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil 2 Graduada em Educação Física pelas Faculdades Unidas do Norte de MinasFUNORTE, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 3 Prof. do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil 4 Profa. do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil E-mail: [email protected]. O caving proporciona ao ser humano vivenciar experiências, por meio de um envolvimento intenso com o ambiente cavernícola, objetivando a descoberta e a contemplação do ambiente. Há também a aventura, quando o praticante depara-se com os obstáculos naturais existentes e vislumbra a possibilidade de experimentação de emoções intensas e diversas.O presente estudo teve como objetivo analisar a contribuição do caving na melhoria da qualidade de vida dos integrantes do Espeleogrupo Peter Lund - EPL, por meio da relação ser humano/caverna. A justificativa para a realização desse estudo ocorre em função da existência de poucos estudos sobre a relação caving e qualidade de vida. A metodologia utilizada foi uma combinação de pesquisa bibliográfica e de campo. Como instrumento de coleta de dados, foram realizadas a observação participante e a entrevista semi-estruturada. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, que possibilitou obter indicador, que contribuiu para a sistematização da seguinte variável motivos para a prática do caving. Esse indicador se vincula à melhoria da qualidade de vida. Os sujeitos deste estudo foram dez integrantes pertencentes ao EPL, praticantes do caving, de ambos os gêneros, ocupantes de diferentes categorias profissionais, levando-se em conta a representatividade e a acessibilidade. Evidenciou-se que os motivos relatados para a prática do caving no ambiente de caverna foram: as sensações e emoções que podem ser reconhecidas como o risco, a aventura, o medo, o prazer, o belo, o novo, o desconhecido, a descoberta, a paz, a tranqüilidade e o confinamento. Segundo alguns relatos, a emoção no ambiente de caverna é multifacetada, constituída de medo e de prazer. Nessa concepção de emoção multifacetada, paradoxalmente, o medo e o prazer dividem o mesmo espaço, sem que uma emoção anule a outra. Nos depoimentos dos sujeitos desse estudo, pode-se destacar a ênfase dada à ocorrência de emoções, com significado positivo. O elemento emocional bastante enfatizado pelos integrantes caracteriza o prazer. O prazer é também associado ao belo, ao risco, à aventura, ao medo, ao perigo, aos obstáculos, ao desconhecido, ao bem-estar corporal e à tranqüilidade, durante a prática do caving, considerado como beneficio pessoal pelos praticantes do caving. Esses motivos contribuíram para melhoria da qualidade de vida dos integrantes do EPL. Segundo os integrantes do EPL na caverna o corpo é pleno. Para Cleyton Lino,

42 não se visitam cavernas impunemente. Na caverna tudo é diferente, belo e novo. Como uma das últimas “fronteiras” de nosso planeta, pode-se ainda experimentar o prazer incomum de penetrar em recantos onde nenhum outro ser humano adentrou e seguir, sem pegadas, à frente. Na caverna, nossa imaginação é pequena perante os belos e intrincados cristais de pedra que imitam flores e crescem em todas as direções. Um lugar onde é tanto o silêncio, que nosso cérebro, com seus irrequietos neurônios, faz-se ouvir como se fosse uma fábrica, fabricando sonhos. Palavras-chave: Caverna; Caving; Qualidade de Vida; Corpo.

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SER HUMANO-NATUREZA: UMA RELAÇÃO PELA PRÁTICA DA VELA Priscilla Pinto Costa da Silva, Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas, Emília Amélia Pinto Costa da Silva, Petrucio Venceslau de Moura, Bruno Medeiros Roldão de Araújo UPE/UFPB, Recife/PE, Brasil E-mail: [email protected] A dimensão do corpo nas práticas na natureza trata de um extenso universo de significados, possibilitando conhecer continuamente a si mesmo e o espaço explorado. A prática da vela se caracteriza por uma prática náutica que exerce ação por meio de três comandos: propulsão, direção e equilíbrio em sintonia com o ar, a água, o barco e o corpo que veleja, disseminando estes elementos, unindo-se a um só propósito, a ação de velejar. O objetivo deste estudo é analisar a relação ser humano-natureza por meio da prática da vela. Trata-se de uma pesquisa descritiva de campo, a qual participaram sete atores sociais que velejam há pelo menos 5 anos, em João Pessoa/PB. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário para caracterização dos participantes e um roteiro de entrevista semi-estruturado. Os recursos materiais utilizados foram um caderno de campo e um gravador para os registros orais. As entrevistas foram transcritas na íntegra e analisadas por meio da análise de discurso. Observou-se nas falas dos sujeitos a relação e preocupação com os elementos naturais nos momentos que precedem a prática, sendo ressaltados os aspectos climáticos, como a força e a direção do vento, a tábua da maré. Durante a prática, os elementos naturais fizeram-se presentes na observação do mar, atenção com o vento, sentimento de alerta enquanto imprevistos que podem acontecer desde falha de equipamentos, peças do barco, bem como situações inesperadas da natureza, visto que o mar é um espaço incerto. Um número representativo dos atores sociais relatou que a maior sensação de prazer enquanto velejava foi descobrir outros elementos e situações da natureza pouco freqüente no cotidiano, como velejar junto a um cardume de aproximadamente 50 golfinhos, velejar entre o pôr do sol e o nascer da lua cheia, velejar em grande velocidade pela ação do vento. Outras sensações apontadas estavam relacionadas à conquista de regatas, justificada pelo fato de alguns dos participantes ser ex-atleta. Nota-se que a relação e o envolvimento com os elementos naturais estão bem presentes na prática da vela, pois a sensibilidade tem relações intrínsecas com esta prática que envolve vários elementos da natureza para se dar a ação de velejar. Também se faz presente o sentimento de preservação do espaço marítimo e a preocupação com o lixo ambiental presente nestes espaços. Os achados evidenciaram que a prática da vela desperta relações de proximidade com a natureza e ressalta a inserção do ser humano enquanto elemento do cosmo. Palavras-chave: Relação Ser Humano-natureza. Prática da Vela. Natureza.

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SURFE FEMININO: ASPECTOS HISTÓRICOS, FISIOLÓGICOS E SOCIAIS Luana Vieira Rosas, Luciano Andrade Bernardes Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. FMU/São PauloSP – Brasil E-mail: [email protected] As atividades físicas de aventura na natureza estão adquirindo um número crescente de adeptos a cada dia. A prática do surfe, em particular sofre esse aumento de forma ainda mais acentuada, graças à extensa faixa litorânea brasileira, à mídia, os filmes, moda, estética fazem o surfe espalhar-se pelos cinco continentes. O ideal do surfista no decorrer da história teve diversas visões, desde deslizar nas ondas como lazer e trabalho como era realizado nas primeiras manifestações do esporte na humanidade, passando até por denominações de esporte para desocupados, drogados, como eram vistos os surfistas na década de 70 junto ao movimento hippie que predominava na época até mais recentemente com a profissionalização do surfe, a mídia utilizando-se deste para vender seus produtos, o modismo, o consumismo, são algumas dessas visões. O surfe feminino também foi visto de diferentes formas ao longo da história, pois além de levantar a polêmica sobre o surfe ainda existem discussões a respeito da participação da mulher nos esportes e no trabalho. Estas participações nem sempre tiveram uma repercussão positiva, tendo sido determinado que esporte não é coisa para mulher, o sexo frágil, muito menos os esportes de aventura, onde incluem risco, força e agressividade, características ditas exclusivamente masculinas. Com base nessa problemática sobre a participação feminina no mundo do surfe e as questões envolvidas como liberdade, ética, estética, diferenças sexuais, aspectos físicos e culturais, tornou-se objetivo do presente trabalho resgatar a história do surfe em conjunto da participação feminina, quem são essas mulheres que marcam uma época, seus anseios e atitudes perante o mundo e como este mundo as percebe, levando em consideração as particularidades de um corpo feminino, sua fisiologia, o treinamento e os benefícios da prática na saúde da mulher, tendo o surfe como uma ferramenta importante onde também se refletem as dinâmicas da sociedade. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura, com a utilização de livros, artigos, teses, revistas científicas e eletrônicas, documentários em vídeo e páginas eletrônicas oficiais de atletas, historiadores, confederações e associações nacionais e internacionais de surfe. Na história do surfe, a presença feminina apareçe desde o princípio e o objetivo principal do surfe era a confraternização e integração entre todos. No entanto durante todo o século XX, os homens dominaram o mundo do surfe e as mulheres foram quase que totalmente excluídas. Mais para o final do século e até os dias atuais esta visão vem se modificando. O surfe feminino está cada vez mais presente, muitas pessoas apóiam e respeitam essas mulheres e contribuem no resgate dessa identidade. As mulheres vão evoluindo em campeonatos, desafiando ondas gigantes, participando como sujeito ativo no surfe e na sociedade, mostrando seu valor para aqueles que subestimaram a capacidade feminina.

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TAXA DE SUDORESE EM ESCALADA EM ROCHA Alex Sandro Seccato, Fabrícia Geralda Ferreira Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil E-mail: [email protected] Introdução: A necessidade de se manter níveis adequados de hidratação a fim de evitar a perda da qualidade das funções fisiológicas durante as provas esportivas é amplamente apontada na comunidade cientifica, e se tratando de uma modalidade onde são características: o intenso nível de esforço, longa duração, exposição as intempéries do ambiente, a dificuldade para hidratar-se, a relação peso/ desempenho e o risco de vida, a escalada em rocha parece ter na hidratação um fator preponderante para a otimização do desempenho e na manutenção de níveis seguros para a saúde na prevenção de acidentes térmicos, sendo fundamental que o escalador estabeleça estratégias eficazes para prevenir o estado de desidratação. Objetivos: o objetivo deste estudo foi identificar a taxa de sudorese dos escaladores através das diferenças apresentadas na massa corpórea. Método: Foram avaliados 4 escaladores experientes (média 13,3 ±3,3 anos de escalada) do sexo masculino (idade de 36, 2 ± 10,5 anos) e altura de 11,8 ± 5,5%. A temperatura ambiental e a umidade relativa do ar foram medidas com o termo- higrômetro digital ITHT2250 (temperatura ambiental de 28,9 ± 1,19 ºC e umidade de 66,25 ± 3,21 UR). A temperatura da pedra foi avaliada com termômetro infravermelho ITTI-550 (média 32,73 ± 1,52 ºC). A escalada foi realizada no período da tarde em uma via esportiva grampeada de nível 6 B, com 4 paradas totalizando uma ascensão de 71 metros. A taxa de sudorese foi estabelecida pela diferença no peso corporal registrado antes e depois da escalada (balança digital G- TECH), somada a quantidade de líquido ingerido menos a quantidade de urina produzida imediatamente após a escalada. A hidratação foi realizada com água ad libitum, tendo cada atleta garrafa individual. Resultados: A taxa média de sudorese foi de 6,93 ± 2,84 mL/min. Com uma perda de peso absoluta média de 1,04 ± 0,4 kg e relativa média de 0,43 ± 0,5 kg. No entanto, uma grande variação pode ser observada entre os escaladores, sendo que um deles apresentou taxa de sudorese de 9,5 mL/min, enquanto outro apresentou apenas 3,23mL/min. Conclusão: Pode-se observar uma grande variabilidade na taxa de sudorese entre os escaladores, evidenciando a necessidade de monitorar de forma individualizada a taxa de sudorese de cada escalador, pois os indivíduos podem apresentar grandes diferenças na quantidade de suor produzido, o que dependendo das condições ambientais, da freqüência de hidratação, da duração e do nível de dificuldade da escalada pode promover perdas significativas acarretando em desidratação, conseqüentemente perda de desempenho e aumento de risco de um acidente térmico.

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TIRO COM ARCO E FLECHA DE CAMPO MODALIDADE RODADA ANIMAL: UM NOVO ESPORTE DE AVENTURA? Carlos Henrique de Carvalho Rebêlo Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Brasil, São Paulo, São Paulo. E-mail: [email protected] Este trabalho tem como objetivo analisar os pontos em comum entre os esportes de aventura e o tiro com arco e flecha de campo rodada animal, além de abrir novas linhas de pesquisa quanto a classificação de esportes. Através de levantamento bibliográfico e comparativo, e através de um estudo de campo realizado com atletas de arco e flecha presentes no campeonato mundial indoor realizado na Argentina, o autor verifica se é possível afirmar que esta é uma modalidade que se trata de esporte de aventura ou se trata de apenas uma competição de arco e flecha.O resultado da análise das respostas dadas aos questionários aplicados a atletas participantes deste campeonato , mostrou que um dos motivos que os levaram a buscar a modalidade foi o contato com a natureza e propiciar mais emoção, fato este que está presente nos esportes de aventura. Existe contemporaneamente a conscientização em todos os povos com relação a preservação da natureza; isto remete a humanidade a novas culturas, incluindo a dos esportes sendo praticados na natureza, chamados a princípio de esportes radicais e posteriormente de esportes ou atividades de aventura. A estas atividades foram atribuídas duas características fundamentais: contato com a natureza e emoção ou adrenalina, características estas presentes na modalidade de tiro com arco. O arco e flecha uma atividade milenar, atualmente é considerado um esporte estático e o princípio de sua característica é a concentração, porém praticado em locais acidentados, com leve caminhada e tiros em todos os sentidos passa a ser uma atividade dinâmica, que desperta o interesse dos arqueiros. Através destes resultados pode se concluir que mesmo o tiro com arco e flecha com suas bases históricas bem mais antigas que os esportes de aventura, podem encaixar-se perfeitamente nesta nova tendência de esportes. Palavras-chave: tiro com arco e flecha; esportes de aventura; rodada animal, natureza,emoção.

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TRILHA NA MONTANHA: DESCOBRINDO NOVAS SENSAÇÕES Daniela Evelin de Oliveira Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU / São Paulo, Brasil. Pós-Graduação Educação física. E-mail:[email protected] Atualmente, o desequilíbrio da natureza tem repercutido em nosso diadia através de fenômenos, que acontecem em todo o planeta decorrente da ação humana. Esses fenômenos, previstos por pesquisadores, pela dizimação do meio ambiente, são mundialmente notáveis como: deslizamentos de morros, poluição da água e ar, animais em extinção e outros. Muitas iniciativas de diferentes segmentos da sociedade têm surgido na tentativa de sensibilizar o homem em relação ao respeito à natureza. Neste sentido, as atividades físicas de aventura na natureza têm possibilitado uma reaproximação do homem com o meio ambiente. Movidas pelo ritmo acelerado das grandes metrópoles, as pessoas adaptaram-se a esse ritmo rápido e estressante e buscam equilibrar seu cotidiano através da aventura nos momentos de lazer. A aproximação homem-natureza que ocorre nas práticas de aventura possibilita uma reflexão sobre o espaço e as experiências do corpo com esse meio, na busca de novas sensações, podendo despertar atitudes e condutas preservacionistas. Neste contexto, a vivência da caminhada nas montanhas tem mobilizado os praticantes ao desafio, reencontro consigo, o desconhecido, o risco e valores como o autocontrole, autoconhecimento, autoconfiança, respeito, superação de limites, podendo ser visualizado como experiência sensível em oposição a racionalidade. A caminhada junto ao meio natural é capaz de proporcionar novas sensações e percepções diferentes do cotidiano, levando a reflexão sobre novas atitudes e valores humanos para relacionar-se com o mundo. O presente estudo tem como objetivos identificar as sensações vivenciadas pelos praticantes, o significado da caminhada nas montanhas e sua colaboração para uma possível mudança de valores em relação à preservação da natureza. O estudo está em andamento como parte da monografia a ser apresentada no curso de pós-graduação em esportes e atividades de aventura e nesse momento encontra-se finalizado em relação ao bibliográfico. A pesquisa permite elucidar, até o presente momento, que a caminhada na montanha propicia aos seus praticantes a vivência de novas sensações, diferentes do seu cotidiano e podendo sensibilizá-los para novos valores que fundamentalmente incluem o respeito a natureza. Palavras-chave: Lazer, caminhada nas montanhas, sensações.

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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO PARA A PRATICA CICLOTURISMO NO PARQUE ESTADUAL DO MORRO DO DIABO (PEMD) Hatus Lopes, Alicy Breda, Rebeca Sauretti, Sérgio Domingos de Oliveira, Vinicius Slavez Torres UNESP – Universidade Estadual Paulista, Rosana – SP [email protected] O Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD) localizado no município de Teodoro Sampaio, no extremo oeste do Estado de São Paulo, possui uma biodiversidade de grande relevância. Sua vegetação é constituída de cerrado e mata atlântica e sua beleza cênica é potencializada pelo fato de ser banhado pelo rio Paranapanema. Além das atividades oferecidas em sua sede, como visitação ao museu e caminhadas em diferentes trilhas, o Parque oferece também programas de educação ambiental ao público. Diante desse cenário, o ecoturismo apresenta-se como uma alternativa plausível ao desenvolvimento socioeconômico da comunidade local e da região do Pontal do Paranapanema por ser uma atividade que visa a conservação ambiental, a valorização cultural e a busca da sustentabilidade. Inserido neste segmento turístico, o cicloturismo apresenta-se como uma tendência do turismo mundial que vem sendo cada vez mais praticada em trilhas e passeios, pois é uma atividade que causa baixo impacto ao meio ambiente. O cicloturismo constitui-se em uma atividade física praticado em ambientes naturais ou urbanos, de pequena a longa distância, que tem por objetivo a contemplação do percurso e do atrativo em destinos previamente estabelecidos. Sendo assim, cabe a realização de análises de viabilidade para a implementação do cicloturismo em unidades de conservação (UC) e, com isso, a possível implementação na UC do PEMD, pois a acessibilidade de suas trilhas é um dos fatores que remetem à prática desta atividade. Por isso, o objetivo deste artigo é avaliar a possibilidade de sua implementação de forma responsável no PEMD, propondo, ainda. um programa de desenvolvimento de sua prática no parque, além de sugerir a criação de mapas temáticos para a utilização das trilhas. Para isso, será necessário um embasamento teórico-prático a respeito do plano de manejo do PEMD, revisões bibliográficas de textos proeminentes ao tema para dar fundamentação teórica, bem como analisar e interpretar as políticas públicas que abordam o planejamento e desenvolvimento do cicloturismo no Brasil em UCs, além da realização de inventários das atividades e das infra-estruturas necessárias para sua implementação por meio de um sistema de aplicação de formulários e questionários aos gestores e usuários. Espera-se obter dados que permitam oportunizar a prática de um programa de desenvolvimento do cicloturismo no PEMD e, conseqüentemente, efetivar a realização responsável de atividades de cicloturismo no Parque, oferecendo assim, uma atividade complementar às opções já existentes na UC, além de divulgar essa modalidade de turismo na região do Pontal e, concomitantemente, trabalhar a consciência ecológica dos visitantes e das comunidades locais, disponibilizando, assim, mais uma forma de conhecer, preservar e valorizar a região.

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TRILHE SUA TRILHA: PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PROMOVIDA PELO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA César Augusto Babosa Lima, Eliana Zellmer Poerchke Farencena, João Bartholomeu Neto Centro Universitário UNIRG Gurupi-TO, Brasil E-mail: [email protected] Em nosso curso de Educação Física temos a possibilidade de intervenções sociais a partir de uma disciplina chamada Oficina Pedagógica, que tem duração de 2 semestres, sendo que no 1° sem estre há uma problematização social e no 2° semestre há a ação/i ntervenção social. Um dos projetos desenvolvidos pelos acadêmicos é o “Trilhe sua trilha” o qual tem como objetivo proporcionar a prática de atividade na natureza, conscientização e educação ambiental. O objetivo do presente estudo é relatar as diversas experiências as quais passou o projeto “Trilhe sua trilha”. Apesar do objetivo do projeto ter uma base comum a todas as ações ocorridas, ao mudar de turma há uma modificação da forma que as ações são realizadas, assim inicialmente (1° semestre de 2008) foram realizadas diversas ações para conhecimento das principais trilhas do município, assim como uma análise das situações das mesmas além de concomitantemente, realizar educação e conscientização ambiental para acadêmicos e agentes mirins da CIPAMA. Em outra fase do projeto (2° semestre de 2008), foram realizados tri lhas, palestras e rapel para os próprios acadêmicos do curso de Educação Física, ampliando a divulgação das práticas naturais além da conscientização ambiental. A turma (professor e acadêmicos) responsável pelo projeto organizava quinzenalmente uma ação diferente. A última ação desenvolvida pelo projeto “Trilhe sua trilha” foi no 2° semestre de 2009, a qual tinha como foco a realização de uma trilha ecológica e o público alvo eram estudantes de 1° ao 9° ano de um colégio estadual. Todas as turmas, as professoras, diretora e coordenadora também realizam a trilha uma vez, sendo que cada classe era convidada de cada vez e a turma (professor e acadêmicos) realizavam a trilha semanalmente. Todas as ações durante as três fases do projeto “Trilhe sua trilha” foram acompanhadas por responsáveis da CIPAMA e algumas vezes com apoio de bombeiros e outras entidades competentes. Em algumas datas, o sargento responsável pela CIPAMA cancelava a participação e então o evento era adiado. Ao acompanhar esses diferentes momentos de ação de um mesmo projeto ambiental e sua adaptação por parte dos realizadores, observa-se que ações simples como palestras, trilhas e outros eventos acompanhados de conscientização ambiental, podem aproximar o homem a natureza, levando-o a refletir sobre pequenas ações em seu dia a dia.

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SÍTIOS TURÍSTICOS FLUVIAIS NO BRASIL E AS ATIVIDADES DE AVENTURA Cinthia Rolim de Albuquerque Meneguel, Mário Lincoln De Carlos Etchebehere CEPPE – Centro de Pós-Graduação e Pesquisa Universidade Guarulhos (UnG) - São Paulo E-mail: [email protected] No Brasil, encontra-se uma das maiores disponibilidades hídricas do planeta, distribuídas em diversos corpos d’água. O turismo fluvial é uma prática que vem se desenvolvendo no país, e para alcançar sua sustentabilidade diversos estudos pertinentes as atividades de aventura realizadas no ambiente fluvial deverão ser realizados. Alguns rios e canais no mundo são considerados roteiros turísticos tradicionais por diversos motivos, tais como sua importância histórica, beleza cênica e localização. O rio Amazonas (e seus tributários Negro e Madeira), o Paraná, o Tocantins e o Araguaia são uns dos maiores rios em termos de descarga. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma breve abordagem sobre os principais sítios turísticos fluviais no Brasil, suas principais características ambientais, e as atividades de aventura turísticas desenvolvidas na região e seus impactos ambientais. A inter-relação dos fatores geológicos, geomorfológicos e climáticos, resulta na grande diversidade de quadros hidrológicos, que devem ser estudados, visando sempre à preservação e conservação, a partir do estabelecimento de critérios para as atividades de aventura, minimizando assim os impactos negativos. Foi realizado um estudo minucioso sobre os rios e suas características peculiares, que devem ser observadas para a elaboração e desenvolvimento das atividades de aventura. Para avaliar o impacto e quais atividades podem ser desenvolvidas em cada sítio fluvial, foi determinado o padrão de canal (retilíneo, entrelaçado, anastomosado ou meandrante); sua classificação (efêmeros, intermitentes ou perenes); existência e formação dos bancos de areias; o dique marginal; lagos e lagoas; pântanos e brejos; ilhas; o relevo fluviolacustre; o interflúvio; e o talvegue. O trabalho abrangeu a bacia do rio Amazonas, que é uma via naturalmente navegável, sendo o rio que mais propicia e desenvolve a atividade turística fluvial no país e atividades de aventura como o surf e bodyboard no fenômeno da Pororoca. O rio Negro e o Solimões que desenvolve diversas atividades de aventura, tais como o kite surfe e aqua-ride no denominado encontro das águas, e pelo arquipélago de Anavilhanas. A bacia do rio Tocantins, Araguaia e São Francisco, onde se desenvolve diversas atividades aquáticas como canoagem, pesca esportiva e passeios fluviais para as praias de barras, sendo as atividades turísticas de aventura a opção econômica para as comunidades ribeirinhas. E o Alto rio Paraná, que trata-se do único trecho do rio, com suas inúmeras ilhas, que possui a sua biodiversidade preservada. Constatou-se que em diversas regiões ribeirinhas, que a atividade turística até a década passada estava voltada para o segmento de veraneio, nos últimos anos a procura se voltou para o sistema fluvial local, e seus ambientes associados, como as praias em barras arenosas, as lagoas, os canais e as matas, passando as atividades de aventura locais serem o grande atrativo.

51 Palavras-Chave: Turismo fluvial, transporte fluvial, rio Paraná, sistema fluvial, ecoturismo.

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PROJETO DE INICIAÇÃO DESPORTIVA DO REMO: VIABILIZANDO A PRÁTICA Marcelo Cirenza1, Delson do Nascimento Barros1, Alessandro de Freitas1,2 UNINOVE - Universidade Nove de Julho1; UNICID – Universidade Cidade de São Paulo2 São Paulo, SP - Brasil E-mail: [email protected] O remo é uma modalidade derivada de aspectos históricos entrelaçados a evolução e necessidade de navegação do ser humano. Foi muito utilizado durante os períodos de guerra e comércio, colaborando com o desenvolvimento e aprimoramento das navegações. Entretanto, as competições esportivas da modalidade começaram a repercutir na Inglaterra, daí popularizou-se, tornando-se uma atividade praticada em outros países. No Brasil, o remo (esporte) passou a ser praticado no século XIX, trazido por imigrantes alemães e italianos, nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, respectivamente. Apesar do grande número de rios em nosso país, o remo é pouco praticado, insuficientemente incentivado e principalmente um esporte que não possibilita o aumento considerável de adeptos por terem barcos extremamente caros, que podem variar de três a cinqüenta mil reais. Assim, o presente estudo tem por objetivos incentivar a iniciação desportiva da modalidade e propor a construção de barcos populares. Para o início de trabalho será realizado uma revisão de literatura com base nos unitermos remo iniciação desportiva. Também será proposto a construção de barcos que visem a redução de custos e performance adequada para o início da prática. O barco inicial será o de tipo Single Skiff, composto de fibras, materiais leves e flutuantes. Os resultados preliminares estão divididos em dois momentos: navegação e custo. Quanto ao primeiro momento, considera-se a flutuabilidade, domínio do barco, durabilidade e velocidade – o que ainda encontra-se em fase de experimentação, já apresentando ótimos resultados apreciados quanto ao domínio do barco e navegação. Já, no que diz respeito ao custo, o barco foi produzido a preços acessíveis, o que atende expectativas de divulgação e iniciação de desportistas na modalidade. O projeto ainda aguarda melhores resultados quanto aos testes de durabilidade. Pretende-se a partir destes dados, divulgar a modalidade remo em clubes e comunidades ribeiras. Assim, conclui-se que, apesar de piloto, o projeto pode iniciar o trabalho de divulgação e iniciação desportiva. Palavras Chave: Iniciação desportiva; remo; construção de barcos.

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OS ESPORTES DE AVENTURA NO ENSINO MÉDIO Manuela da Costa Silva Coutinho1, Priscila dos Santos Aguiar1, Eliete Maria Silva Cardozo2 Escola de Educação Física e Desportos – UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil1 Pós-Graduação – Universidade Estácio de Sá – UNESA, Rio de Janeiro, Brasil2 E-mail: [email protected] Vivemos um período em que a mídia e algumas pesquisas indicam o crescimento da Educação Física no âmbito dos esportes de rendimento e também nos espaços do lazer. Por outro lado, observamos um crescimento reduzido em relação ao âmbito da Educação Física escolar, em especial no segmento do Ensino Médio. Apesar da Constituição Federal (BRASIL, 1988), da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio - Bases Legais (Brasil, 2000), das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006) e os Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio – Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (2007) mostrarem o caminho que devemos seguir, observamos que o contexto do Ensino Médio encontra-se distante dessas diretrizes, os alunos percebem a repetição das atividades, assim como a falta de relevância da disciplina no bojo do universo escolar. Diante desta problemática o presente estudo tem como objetivo verificar o interesse dos alunos em relação a pratica dos Esportes de Aventura no espaço das aulas de Educação Física escolar. A pesquisa possui características qualitativas, de cunho descritivo, a amostra foi formada por 25 alunos de um Colégio Federal, localizado na Cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Lagoa, a faixa etária entre 14 e 17 anos, freqüentando do primeiro ao segundo ano do Ensino Médio, sendo 12 componentes do sexo feminino e 13 do sexo masculino. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário, contendo questões fechadas e semi-abertas, analisadas de acordo com a técnica de análise do conteúdo, fundamentada em Bardin (2008). Os resultados obtidos mostram que os alunos gostam das aulas de Educação Física. O voleibol, o handebol, o basquete e o futsal são os esportes que fazem parte das aulas. Gostam desses esportes e quando questionados sobre os esportes que mais despertam o interesse, os citados são os praticados nas aulas. A grande maioria tem interesse em praticar novos esportes, entre eles os de aventura, citaram o rapel, a escalada, o skate, a corrida de orientação, a caminhada e o le parkour. Se esses esportes fossem reinventados para as suas aulas, praticariam com muita satisfação e percebem o momento da prática desses esportes como adrenalina, sinistro, desestressante, saúde, aventura, legal e eletrizante. Baseado nos resultados obtidos, relacionando-os com os documentos que fundamentam a prática da Educação Física no Ensino Médio, os Esportes de Aventura fazem parte da cultura do estado Rio de Janeiro, atendem ao gosto dos alunos e podem ser utilizados como instrumento para o desenvolvimento dos conteúdos. Palavras chave: Ensino Médio, Esportes de Aventura, Educação Física Escolar.

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RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESCOLA DE SURF ÁGUA VIVA Pedro Thomas Todaro1, Maria Regina M. Costa2 Famath, Rio de Janeiro, Niterói1, Famath, UGF, Rio de Janeiro-RJ2 E-mail: [email protected] A escola de surf Água Viva - Projeto AlfA para crianças e adolescentes carentes. O projeto surgiu, em 2005 com objetivo de resgatar das drogas e preencher o tempo livre ocioso de crianças e adolescentes carentes, inicialmente o projeto atende os jovens do Arpoador no Rio de Janeiro, em 2006 ampliou-se o projeto para a região Oceânica de Niterói na praia de Piratininga. Como fonte motivadora o projeto se aliou a modalidade esportiva do surf, que concilia outro esporte conhecido dos jovens que é a natação. Nesse sentido ao conciliar natação e surf objetivou-se iniciar uma educação ambiental com o aprofundamento de conceitos e educação ecológica. Hoje o Projeto ALfA, está no Arpoador, e conta com a ação de voluntários, que entendem a necessidade e importância do seu papel na sociedade no combate a violência, trabalhando nesse sentido a educação de crianças carentes em comunidades como: Cantagalo,Pavão e Pavãozinho, com turmas de até 60 crianças, com idades entre sete e dezessete anos. Em Niterói o Projeto Alfa atua com as comunidades, Ilha da Conceição, Recanto, Rato Molhado na região oceânica de Piratininga atendendo atualmente a 50 crianças. Além das aulas de surf, as crianças aprendem inglês, têm tratamento dentário, médico e atendimento psicológico assim como reforço escolar. O ponto principal do projeto é que todas as crianças devem estar regularmente matriculadas e freqüentando a rede de ensino, para o suporte escolar em parceria com as escolas além de ajudar as famílias com cestas básicas. O projeto conta com a coordenação de Jorge Todaro, surfista que entendeu a necessidade de retribuir ao esporte aquilo que já havia conquistado. Outros nomes aparecem na lista de professores: Jean Carlos, Marcelo Bispo e Pedro Todaro estudante de educação física que já colheu alguns resultados com diversos alunos no mundo do surf, dentre eles Iago, idade 9 anos participantes desde 2009. O projeto Alfa tem a oportunidade de ampliar o campo desses ex alunos que atualmente contribuem com suas habilidades adquiridas durante as aulas no projeto, hoje atuando como professores dos iniciantes.

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ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA Felipe Edney Mendonca Martins Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ / Brasil E-mail: [email protected] A Educação Física escolar é uma importante ferramenta para a escola desenvolver atividades que despertem o interesse dos alunos e ao mesmo tempo auxiliem o desenvolvimento de habilidades motoras e intelectuais. A partir do momento em que a Educação Física alcança esse status acaba tornando-se um desafio para os professores promover diferentes atividades para os seus alunos. Com a intenção de buscar atividades que enriqueçam as aulas de Educação Física escolar, este estudo tem como objetivo verificar as possibilidades e os benefícios da prática da escalada e do arvorismo nas aulas de Educação Física escolar. A pesquisa é qualitativa possui características descritivas por procurar conhecer e observar, explicando os fatos, a amostra foi constituída por 30 alunos de ambos os sexos, faixa etária entre 6 e 8 anos, cursando o 1º e 2º anos do ensino fundamental. Foram escolhidos dois esportes de aventura, o arvorismo e a escalada, adaptados para o desenvolvimento no contexto da escola. Utilizamos os equipamentos normalmente encontrados nas aulas de Educação Física e procuramos manter os mesmos desafios que acontecem quando esses esportes são praticados nos seus respectivos ambientes naturais. Os alunos cumpriram os percursos de cada estação do arvorismo e da escalada, em duas aulas semanais de 50 minutos durante um mês. Foram observados nos critérios equilíbrio, controle, segurança e finalização. Na primeira passagem os alunos não possuíam conhecimento nenhum, sendo a primeira vez de todos, nas demais passagens estes critérios também foram observados, formando assim dados para a análise de conteúdo. Com o resultado apresentado houve uma melhora nos critérios equilíbrio, controle, segurança e finalização, observados a cada nova passagem, evidenciando o amadurecimento no desempenho dos alunos, mostrando maior segurança, coordenação motora e autoconfiança para realizar a atividade até o final. Grande parte do grupo de participantes apresentou amadurecimento motriz na execução das estações de cada esporte, arvorismo e escalada. Estes resultados legitimam os esportes de aventura como uma ferramenta de trabalho que favorecer o processo de ensino e aprendizagem, promovendo o desenvolvimento da criança de 6 a 8 anos e o despertar de seu interesse pelas aulas de Educação Física Escolar.

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ESPORTES DE AVENTURA E AS CONDIÇÕES DE ESTRUTURA DA UNIVERSIDADE Diogo Felipe Machado Freitas, Ênio Araújo Pereira Universidade Federal de Pelotas /Escola Superior de Educação Física – Pelotas - Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: [email protected] Com a adesão da disciplina de Esportes de Aventura no currículo dos cursos de Educação Física de algumas universidades, ressalta-se a importância estrutural que as mesmas deveriam oferecer aos graduandos. Percebe-se que algumas instituições que oferecem tal disciplina, ainda não dispõem dos recursos necessários para o desenvolvimento das aulas práticas, tampouco de espaço físico próprio para realizarem as mesmas. Essas aulas são muito importantes, pois permitem que os alunos possam vivenciar e colocar à prova seus conhecimentos vistos na teoria, como também realizarem o aprendizado pela experiência. O presente trabalho tem como objetivo relatar a infra-estrutura que a Universidade Federal de Pelotas oferece aos seus acadêmicos do curso de Educação Física e também mapear as áreas da universidade onde as aulas ocorrem. Dentre as muitas áreas da própria UFPEL onde encontramos espaços na natureza adequados para praticas de aventura, destacamos o Centro Agropecuário da Palma, a Barragem Eclusa, e o Horto Botânico. Dentre os ambientes, vale ressaltar o Centro Agropecuário da Palma, o qual conta com uma área fechada de 1600 hectares, situada no município de Capão do Leão. O lugar possui segurança vinte e quatro horas por dia e dispõe de diferentes tipos de terreno e vegetação. Além dessas áreas a universidade conta também com alguns espaços de instituições parceiras das aventuras acadêmicas, locais estes que não pertencem à sua jurisdição, mas que através destas parcerias, consegue utilizar alguns espaços como, por exemplo: Eco Camping Municipal, às margens da Laguna dos Patos; o Eco Museu da Picada, no município de Rio Grande; e propriedades da zona rural do município de Pelotas, como o Centro de Convivência Holística, o Sítio Águas Claras, o Templo das Águas. Em relação a dificuldade para a aquisição de equipamentos a UFPEL conta com a parceria de uma ONG denominada FITUR (Sociedade para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável em Pelotas), a qual fornece uma série de equipamentos necessários à pratica das diversas modalidades dos esportes na natureza, tais como: botes infláveis, remos, coletes salvavidas, capacetes, luvas, mountain bikes e bússolas. Foi observado que apesar de existir algumas dificuldades em relação à aquisição equipamentos, a instituição por meio de parcerias, possui condições de desenvolver as práticas de várias modalidades, como também, através dessas mesmas parcerias oferece a possibilidade de espaços providos de infra estrutura e de natureza apropriadas para estas práticas de aventura. Sendo assim a Universidade Federal de Pelotas mostra-se apta a ofertar a disciplina, pois além de propiciar a vivencia do aluno com atividades conectadas intimamente a natureza, oferece aparato para que isso aconteça.

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O PERFIL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO DAS AFAN Evandro Antonio Corrêa1, Samuel De Souza Neto2 Faculdade Anhanguera De Bauru1 - São Paulo - Faculdade De Educação Física De Barra Bonita1- São Paulo - NEPEF – UNESP Rio Claro1,2 - São Paulo E-mail: [email protected] Para atuar e intervir o profissional de Educação Física deve ter em mente a busca constante de uma formação ampla e específica e acompanhar as transformações acadêmico-científicas-profissionais da área. Além de pesquisar, conhecer, dominar, compreender, analisar de forma crítica e criativa, produzir e avaliar a realidade social e os efeitos da aplicação de diferentes técnicas, instrumentos, equipamentos, procedimentos e metodologias para a produção, atuação e a intervenção acadêmico-profissional da área, utilizandose de recursos da tecnologia, da informação e da comunicação para melhor desempenho e na busca de resultados. Dessa forma, o presente estudo visou analisar o perfil e do profissional em Educação Física no contexto das atividades físicas de aventura na natureza (AFAN). Buscou-se mapear algumas características junto as Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas do Estado de São Paulo sobre o perfil deste profissional na atuação das AFAN. Na busca de respostas aos objetivos traçados escolheu-se como caminho a pesquisa de natureza qualitativa, no trabalho de campo se utilizou como técnicas a fonte documental, a entrevista e a análise de conteúdo. Na pesquisa foram selecionadas sete IES Públicas do Estado de São Paulo que possuíam a graduação em Educação Física – Licenciatura e/ou Bacharelado, no qual se identificou nos Projetos Políticos Pedagógicos destas instituições o perfil do profissional. Numa segunda fase realizou-se uma entrevista semi-estruturada e os participantes selecionados para esta fase foram os professores de disciplinas que abordavam de modo específico ou parcialmente a temática AFAN nas IES. Na ausência de professor que abordasse o conteúdo em disciplina, buscou-se entrevistar os coordenadores dos cursos em questão acerca do perfil do profissional de Educação Física no contexto das AFAN, procurando verificar junto as IES Públicas do Estado de São Paulo como estes fatores estão ocorrendo. O profissional de Educação Física deve atuar neste campo, tendo como objetivo conhecer os princípios básicos das AFAN, suas características, ilustrando com exemplos concretos numa perspectiva de mediação entre a Educação Física, Lazer, Esporte e Educação Ambiental na dimensão de uma abordagem sociocultural ecológica. Desse modo, com base nas entrevistas e fonte documental encontrou-se uma caracterização que contempla a perspectiva de um profissional que tenha boa comunicação, experiência, dedicação, conhecimento, responsabilidade, competência no saber fazer, tendo uma formação voltada para o êxito de sua atuação e sendo capaz. A pesquisa apontou para a preparação de um profissional que tem na formação geral sólida e específica o seu ponto de partida, considerando que este vai atuar em diversos campos de intervenção. No âmbito desse processo emerge o perfil de um profissional comprometido, dedicado, experiente, competente, enfim conhecedor da modalidade com a qual trabalha – podendo

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PRÁTICAS CORPORAIS NA NATUREZA: VELEJANDO POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Breno Serrano Gomes, Priscilla Pinto Costa da Silva Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected] As práticas corporais na Natureza podem ser utilizadas como instrumento de formação de um novo “ser” mais atuante na preservação e utilização sustentável do ambiente natural. A Vela possibilita um trabalho educativo interdisciplinar que favorece o desenvolvimento pessoal, social, e de aprendizagem de convivência com o planeta. A essa nova perspectiva de formação entende-se por educação ambiental, que objetiva o ganho de conhecimentos, de diversas áreas e atitudes, inter-relacionadas que levam a participação ativa na melhoria do meio ambiente. O estudo tem como objetivo analisar a aprendizagem oriunda da relação Homem-Natureza, por meio da prática da Vela. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, caracterizada como pesquisa-ação na modalidade participante. Os sujeitos do estudo foram escolares integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), na cidade de João Pessoa, totalizando 10 sujeitos entre 12 e 16 anos. As intervenções aconteceram em seis encontros, no período de 20 de novembro á 5 de dezembro de 2009, o primeiro encontro foi realizado nas instalações do PETI da comunidade Santa Clara, quatro encontros na escola, e uma intervenção na Praia do Seixas. Os recursos foram filmagens, fotografias, diário de campo e bordo, roteiro de entrevista semi-estruturado e atividades lúdico educativas. A análise de conteúdo foi utilizada para analisar os dados. As intervenções realizadas possibilitaram uma construção crítica nos sujeitos participantes, isso foi percebido por meio das vivências e discursos dos mesmos, que destacaram dentro de uma aprendizagem que atende aos quatro pilares da educação para o séc. XXI, segundo a UNESCO, que são os saberes: conviver, ser, fazer, e saber saber. Houve uma sensibilização para uma ética ambiental, do cuidar do planeta. A relação homem-Natureza estabelecida por meio das práticas corporais na Natureza traz consigo uma infinidade de benefícios, em variadas áreas da formação humana. Os dados analisados revelaram uma reflexão entre os parceiros envolvidos na atividade. Confirmam a possibilidade de re significação das mesmas, o que oferece condições de distinguir tais práticas como um caminho possível do desenvolvimento de uma conduta ética frente a Natureza e aos outros seres humanos. A inserção da prática da Vela em um grupo de escolares que nunca havia velejado trouxe à tona a necessidade de inclusão de atividades que tem como cenário os ambientes naturais.

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DIFICULDADES DE TRABALHAR COM ESPORTES DE AVENTURA NA PERSPECTIVA DOS ACADÊMICOS DA ESEF-UFPEL Diego Ebling do Nascimento, Enio Araujo Pereira Universidade Federal de Pelotas - Pelotas – RS – Brasil E-mail: [email protected] A Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas vem realizando trabalhos envolvendo atividades de aventura na natureza no curso de Licenciatura, desde a década de 90, através da disciplina de Excursionismo. Com a criação do curso de Bacharelado, no ano de 2006, foi incluída no currículo a disciplina de Esportes de Aventura, ministrada a partir do ano de 2009. Tendo em vista a entrada dessa disciplina no currículo e as poucas publicações referentes a esse tema, torna-se relevante a pesquisa sobre o assunto. O presente estudo tem como objetivo identificar, na visão dos alunos da disciplina, quais as dificuldades de desenvolver trabalhos com os Esportes de Aventura como profissionais de Educação Física. O estudo foi feito a partir de um questionário aplicado à turma onde foram analisadas as opiniões dos 22 alunos referentes às dificuldades de trabalhar Esportes de Aventura na Educação Física. A coleta de dados foi feita no último dia de aula da turma, após os alunos terem concluído a disciplina. O questionário aplicado era composto por cinco perguntas, porém, esse trabalho focou apenas uma das questões apresentadas no instrumento. Após análise das respostas, observouse que os alunos acreditam que a maior dificuldade em desenvolver trabalhos de Esportes de Aventura na natureza seja referente ao alto custo envolvido nessas atividades. Foram citados: o transporte para o deslocamento das pessoas, os equipamentos necessários para as práticas e a falta de investimento na infra-estrutura dos locais utilizados para a realização desses Esportes. A segurança também é um fator que preocupa os acadêmicos, pois está diretamente envolvida com um grande investimento nessa infra-estrutura para a garantia de uma prática livre de acidentes. Também foram salientadas dificuldades referentes à especialização em Esportes de Aventura gerando uma carência de profissionais mais capacitados nessa área. A exploração da natureza de uma forma adequada aparece como uma possível dificuldade, pois vários alunos citaram a preservação dos locais utilizados para a prática como um obstáculo no desenvolvimento dos Esportes de Aventura. Podemos concluir que existem, na visão dos alunos, algumas barreiras para a realização de práticas que envolvam esses Esportes na natureza. Porém, acreditamos ser uma área promissora, visto que cada vez mais, temos consciência da importância da preservação do meio ambiente, logo, as atividades na natureza sendo feitas de maneira correta e com objetivos de valorizar os espaços, podem contribuir para a conscientização das pessoas. Esperamos com este trabalho poder contribuir para discussões sobre as dificuldades já explicitadas, além de oportunizar um estímulo para a continuidade de pesquisas e práticas relacionando atividades na natureza e a Educação Física.

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POTENCIALIDADES E DIFICULDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DOS ESPORTES DE AVENTURA NO MUNICÍPIO DE PELOTAS/RS Marciele de Almeida Rodrigues, Enio Araujo Pereira Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil E-mail: [email protected] Numa sociedade cada vez mais dominada pela tecnologia, que vive hoje uma fase de perda de valores e estilos de vida, com incômodos permanentes e onde o corpo continua sendo disciplinado pelo trabalho cada vez mais, podemos perceber a busca pela aventura pelo desconhecido, longe de padrões urbanos, surgindo cada vez mais como uma vontade de fuga da rotina estressante. Em resposta a esta busca surge a realização de atividades que contrastam com o trabalho diário e com a vida cotidiana na tentativa de minimizar os efeitos negativos à qualidade de vida. Estas atividades sugerem o contato com a natureza, com o esporte, com a aventura, com a descoberta, com o descanso, etc. Podemos traduzir a notória expansão das atividades de aventura, o que tornou-se uma nova perspectiva no âmbito do esporte (esportes de aventura ou radicais) e do turismo (turismo de aventura ou ecoturismo) em nosso país. Esta crescente busca pelos esportes de aventura se justifica pelo desejo de aproximação ao meio natural, na possibilidade de vivenciar sentimentos de prazer e de liberdade, no entanto percebemos que o mesmo não acontece em nossa região, embora tenhamos ótimos locais de natureza adequada para a realização de práticas de aventura. Mesmo com a inclusão de atividades de aventura na natureza nos currículos de graduação nos cursos de Educação física e Turismo em cursos de universidades da região e produção acadêmica sobre estas práticas, observa-se que as mesmas ainda são raras no âmbito dessa região. Com isso despertou-nos a vontade de identificar as possibilidades e dificuldades do desenvolvimento do turismo de aventura e dos esportes de aventura na região sul do RS, assim como identificar, descrever e mapear as potencialidades existentes nessa região. Para tentarmos alcançar esses objetivos será desenvolvido um estudo de cunho qualitativo, onde aplicaremos instrumentos como questionários e entrevistas com proprietários ou administradores de locais onde se realizam ou se realizaram algumas dessas práticas, para verificarmos, sob o olhar dos mesmos, quais seriam as dificuldades e possibilidades das mesmas contribuírem para um maior desenvolvimento dos Esportes de Aventura e de que forma poderiam contribuir para o seu desenvolvimento na região. Utilizaremos também recursos fotográficos, visitas e observações em diferentes locais do município de Pelotas e seus arredores com o objetivo de desvendar e divulgar as potencialidades dessa região para a prática dos Esportes de Aventura. Acreditamos que com este estudo possamos contribuir para uma reflexão sobre as atividades de aventura em nossa região, como também para despertar maior interesse das pessoas em investir nessas áreas contribuindo para sua expansão e para o desenvolvimento da região.

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CORRIDA DE ORIENTAÇÃO: UMA AVENTURA NA ESCOLA Romulo Luiz da Graça, Felipe Bonetti Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Tubarão, Santa Catarina, Brasil. E-mail: [email protected] A corrida de orientação é considerada por vários autores como um esporte de aventura, que surgiu no século XIX na Europa. Criado por exércitos europeus, esse esporte que tem por finalidade permitir o contato direto com a natureza, cujo objetivo a aprendizagem de técnicas para se locomover com segurança em locais desconhecidos. O presente estudo teve por objetivo analisar a viabilidade da prática da modalidade esportiva aplicada no contexto das aulas de educação física. Para tanto, este estudo de natureza quantiqualitativa, desenvolveu-se por intermédio de um projeto de intervenção com alunos de 11 a 16 anos que participaram de uma corrida de orientação pedestre utilizando o método azimute-terreno em um ambiente natural. O instrumento utilizado foi à aplicação de dois questionários respondidos pelos alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Básica José Antunes Mattos e extensão do Colégio Toneza Cascaes no distrito de Pindotiba, município de Orleans – Santa Catarina, sendo um questionário semi-estruturado com perguntas abertas e fechadas antes da atividade e outro depois para verificar o nível de aceitação dos participantes. O projeto comprovou que além de viável foi possível a interdisciplinaridade através dos conhecimentos para a utilização dos instrumentos necessários para esta prática e que as inovações das aulas despertam nos alunos o interesse e motivação para a prática das aulas de educação física. Pelos resultados obtidos através dos questionários mais de 85% dos alunos participantes gostariam de ter em suas aulas de educação física atividades de aventura na natureza. Palavras Chave: Orientação. Natureza. Educação física escolar.

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VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DO SURF COMO ATIVIDADE EXTRACURRICULAR NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ENGº ÁLVARO CATÃO DO MUNICÍPIO DE IMBITUBA – SC Romulo Luiz Da Graça, Rodrigo Soares dos Santos Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Tubarão, Santa Catarina, Brasil. E-mail: [email protected] Este estudo quali-quantitativo teve por objetivo verificar a viabilidade da implantação do surf como atividade extra-curricular na Escola de Educação Básica Engº Álvaro Catão do município de Imbituba – SC. Mais especificamente objetivou-se: a) caracterizar os alunos em termos de idade, sexo e série; b) verificar o interesse dos escolares da Escola de Educação Básica Engº Álvaro Catão do município de Imbituba – SC, em participar de um projeto de iniciação ao surf como atividade extra-curricular e c) elaborar um projeto de aplicação para inicialização surf como atividade extra-curricular. Participaram deste estudo 124 alunos do Ensino Fundamental II da Escola de Educação Básica Engº Álvaro Catão. Foi utilizado um questionário para verificar dados pessoais dos alunos e sua opinião acerca do surf como disciplina extracurricular. Para elaboração do projeto utilizou-se bibliografia da área e pesquisa de campo da instituição e comunidade. Os dados foram tratados mediante estatística descritiva através de média, freqüência e porcentagem. Com base nos resultados concluiu-se: a) a maioria dos alunos (52.42%) é do sexo masculino, tem entre 12 e 14 anos (70,15%) e estudam nas 5ª, 6ª e 7ª séries (84,02%); b) a maior parte dos alunos não pratica o surf (69,36%), mas gostariam de tê-lo como atividade extra curricular na escola (93,54%) e praticariam se o tivesse (74,19%); c) projeto apresentado. Através dos resultados podemos observar que, mesmo que a maioria não pratique o surf, os alunos demonstraram grande interesse em participar das aulas, podendo-se concluir que os alunos dessa escola gostariam e apóiam a implementação do surf como disciplina extra-curricular. Palavras-chave: Surf, Atividade Extra-curricular, Projeto.

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A ESCALADA EM BELO HORIZONTE - MG: UM ESTUDO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO SUBCAMPO ESPORTIVO DA ESCALADA E AS TRANSFORMAÇÕES DO HABITUS Kássio Vinicius Castro Gomes, Silvio Ricardo da Silva Programa de Pós Graduação Mestrado em Lazer – CELAR / UFMG Belo Horizonte – MG - Brasil E-mail: [email protected] Este estudo trata da constituição do subcampo esportivo de escalada na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. A partir de meus estudos e vivências como escalador, entendo a escalada como prática esportiva caracterizada pelo ato de subir em obstáculos naturais ou artificiais com o emprego apenas de equipamentos não mecânicos. Busquei compreender como este subcampo esportivo se constituiu, destacando: seus conflitos internos, alterações sofridas, e permanências dos postos de poder simbólico que transformam o habitus desta estrutura. Para desenvolver a pesquisa, optei por uma abordagem sócioantropológica a partir do conhecimento praxiológico bourdieusiano. Foram empregadas técnicas de revisão bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas, observação participante e análise de documentos. A fim de desvelar o habitus dos escaladores em suas relações, o lócus da pesquisa se caracteriza pelos espaços mais freqüentados pelos praticantes de Belo Horizonte. Com a aproximação aos termos e categorias desenvolvidas e abordadas na pesquisa, a escalada foi compreendida como possibilidade de lazer na urbanidade, sendo tratada como esporte distinguindo-se do emprego do termo “Atividades Físicas de Aventura na Natureza” - AFAN’s. Para explicar e consolidar a posição acerca da escalada como prática esportiva geradora de um habitus comum aos escaladores de Belo Horizonte, foi recuperado o histórico do montanhismo mundial e nacional. Assim, (re)construindo a história de constituição do subcampo esportivo da escalada e as transformações do seu habitus. Concomitantemente às categorias de ‘campo’ e habitus, estas foram sendo gradativamente desveladas e articuladas com as noções de poder, capital e violência simbólica, consideradas vitais para a compreensão das motivações dos conflitos e busca de distinção no interior deste subcampo. Assim, concluí que: o subcampo esportivo da escalada de Belo Horizonte permanece em constante movimento de transformações em seu habitus, dialeticamente se construindo e reconstruindo a partir das disputas provocadas entre os que lá estão em posições consolidadas e os que chegam com o desejo de ocupar espaços diferenciados neste subcampo. É necessário considerar que estas reconstruções se configuram como um processo ininterrupto de estruturação e reestruturação de forças em seu interior, em que os escaladores novatos pretendentes a ter e exercer poder disputam com e contra os escaladores dominantes, objetivando consolidar posições e impor seus valores.

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MOTIVOS ASSOCIADOS À PRÁTICA DO MOUNTAIN BIKE Luana Mari Noda, Rebeca Motta Souza B. Oliveira GEL - Grupo de Estudos do Lazer - Universidade Estadual de Maringá Email: [email protected] Introdução: O mountain bike, ou ciclismo de montanha é uma modalidade do ciclismo praticada em ambientes naturais, preferencialmente, montanhosos. Segundo Machado (2005), o mountain bike oferece contato direto com a natureza, em terrenos acidentados e afastados dos centros urbanos, oferecendo dificuldades a serem vencidas pelos esportistas. A aventura, o contato com a natureza, as preocupações com a saúde, os riscos enfrentados são alguns dos diversos motivos a adesão à prática das atividades de aventura. Para Schwartz (2006) a adesão pode estar ligada a diversos motivos, dentre eles o tribalismo contemporâneo, as necessidades de extravasamento de controle dos níveis de estresse, a procura por novidades fora do cotidiano, o acompanhamento de estilos preestabelecidos, a vivência de novas emoções, aprimoramento dos níveis de saúde, entre outros. Complementarmente, a motivação tem nas intenções, interesses, motivos e metas seus determinantes de direção de comportamento. Objetivo: Identificar os motivos que levam à prática do mountain bike em atletas participantes da 4º Etapa Campeonato Metropolitano de Mountain Bike. Métodos: O estudo caracterizou-se como exploratório. A amostra foi composta por 46 bikers, sendo três do gênero feminino, com idades entre 16 e 60 anos. A coleta foi realizada durante a 4º Etapa Campeonato Metropolitano de Mountain Bike em Balsa Nova região metropolitana de Curitiba, no dia primeiro de maio de 2010. O instrumento utilizado foi “Questionário GEL 2009 - Definição e Caracterização dos Esportes de Aventura”, adaptado ao mountain bike, sendo composto por trinta e duas questões divididas em dois blocos. Para a análise foi utilizada apenas a questão sobre motivos o levam a praticar do mountain bike. Essa questão tem 10 respostas objetivas e a possibilidade de responder alternativa. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Identificamos que o principal motivo que leva à prática do mountain bike é a melhoria da qualidade de vida (56,5%), seguido por contato com a natureza (50%) e por diversão (47,8%). Ainda foram significativas: sensação de adrenalina (45,6%), amigos/relações sociais (41,3%), desenvolvimento pessoal (34,8%), sair da rotina (19,6%), rejuvenescer/estar sempre jovem (17,4%), sensação de superioridade (15,2%) e enfrentar o medo (8,7%). Dentre a possibilidade de resposta alternativa foi citado competição por 8,7%. Conclusão: O estudo sugere que o principal motivo que leva a prática do Mountain bike é a busca pelo prazer e a qualidade de vida. Os resultados reiteram as três dimensões teleológicas do lazer (diversão, desenvolvimento e descanso) presentes na percepção da motivação para esse esporte. Por fim, pesando as contradições dessa prática, é preciso que os profissionais, gestores e pesquisadores se dediquem para inclusão do mountain bike nas políticas públicas e para o desenvolvimento propostas metodológicas de ensino-aprendizagem.

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ATIVIDADES DE AVENTURA COMO ESTRATÉGIA DE REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO AMBIENTAL EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: O CASO DA CAMINHADA ECOLÓGICA Murilo Eduardo dos Santos Nazário1, Gisele Maria Schwartz1, Juliana de Paula Figueiredo1, Cristiane Naomi Kawagutti1, Douglas Henrique da Silva, Filipe Mendes Mota LEL- Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/IB/UNESP - Rio Claro, SP, Brasil1 E-mail: [email protected] O presente trabalho traz reflexões acerca da causa ambiental e como esta pode ser trabalhada de forma crítica e transformadora nas aulas de Educação Física, por intermédio de vivências em atividades de aventura. Porém é preciso, desde já, salientar a necessidade de reorganizar, transformar e adaptar as atividades para o contexto e os objetivos educacionais. O objetivo principal foi possibilitar um espaço de reflexão e contestação crítica da realidade, nas aulas de Educação Física por meio das atividades de aventura, voltada para a causa do meio ambiente. Para tanto, este estudo, de natureza qualitativa foi desenvolvido, uma caminhada ecológica com alunos do ensino médio de uma escola estadual no distrito de Brumal, Minas Gerais, a qual foi orientada pelo professor de Educação Física e voluntários, um estudante de Ciências Biológicas e outro de Comunicação Social. Utilizou-se como instrumento para a coleta de dados a observação participante e foi proposta a realização de resumos por parte dos alunos após a vivência. Inicialmente os alunos foram divididos em três grupos: água, relevo e flora/fauna. Em seguida foi realizado momento de reflexão e explicação de como seria a caminhada, e os objetivos da divisão dos grupos. A problemática ambiental foi abordada como uma patologia da atual conjuntura social e qual deve ser o papel do cidadão no processo de transformação desse quadro. Cada monitor ficou com um grupo, onde ele teria a responsabilidade de realizar pausas durante o percurso, para contextualizar ou para esclarecimentos de possíveis questionamentos por parte do grupo. A caminhada foi finalizada à beira de um dos rios da comunidade, onde os alunos fizeram um lanche comunitário e ainda tomaram um banho de rio. Para encerramento, foi realizado novo momento de reflexão crítica, e proposto para a próxima aula em sala, a entrega de um manuscrito sobre a importância que a caminhada teve para eles. Os dados foram analisados descritivamente e indicam que esta atividade, para alguns alunos, atingiu o objetivo de contestação crítica acerca da causa ambiental em sua comunidade “[...] eu não sabia que em nossa comunidade tinha lugares tão bonitos [...]”, “[...] as mineradoras fizeram e tem feito muitos estragos em nossa comunidade [...]”, “[...] se não fizermos nada pelo meio ambiente, em breve não teremos nenhuma beleza natural [...]”. Com base nos resultados, pode-se concluir que a aula de Educação Física foi um espaço importante de reflexão crítica para problematizar e contestar a realidade dos alunos em sua comunidade e de como as atividades de aventura pode ser eficiente nesse processo. Palavras chave: causa ambiental, educação, educação física, transformação, atividades de aventura

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MARCADORES DE DANO MUSCULAR APÓS UM EVENTO MULTIESPORTIVO DE AVENTURA DE LONGA DURAÇÃO Ricardo Dantas de Lucas, Fabrizio Caputo, Kristopher Mendes de Souza, André Roberto Sigwalt, Anderson L. Roos, Luiz Guilherme Antonacci Guglielmo Laboratório de Esforço Físico – CDS – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC. E-mail: [email protected] Os eventos de ultraendurance praticados na natureza têm apresentado um crescimento constante nos últimos anos. Além das já tradicionais corridas de aventura, as provas que combinam as modalidades de corrida em trilhas, mountain bike e canoagem, sem orientação, têm se tornado mais freqüente. O Multisport Brasil é uma prova que acontece anualmente na Ilha de Florianópolis e tem um percurso total de 90km, distribuídos em 8 trechos contendo as três modalidades anteriormente citadas. O impacto deste tipo de prova sobre os marcadores bioquímicos de dano muscular não estão bem relatados na literatura. A creatina kinase (CK), juntamente com a lactato desidrogenase (LDH) são enzimas musculares, com baixos níveis plasmáticos em situações normais. Entretanto, após situações que envolvam algum tipo de lesão muscular, estas enzimas são extravasadas para o plasma podendo aumentar acentuadamente os seus níveis. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a atividade plasmática da CK e LDH antes e após o Multisport Brasil. A amostra constituiu em 11 atletas, que completaram a prova na categoria individual. Para dosagem da CK e LDH plasmática, foi retirada uma amostra de sangue (10ml) da veia antecubital, aproximadamente 12 horas antes da largada e logo após a chegada (~10-15min). As amostras foram imediatamente centrifugadas e congeladas, para posterior análise laboratorial. Para comparação dos valores pré e pós, foi utilizado o teste t para dados pareados (p
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