Slides de um minicurso dado no Dincon 2015-Segunda parte

June 23, 2017 | Autor: Rubens Sampaio | Categoria: Stochastic Process, Uncertainty
Share Embed


Descrição do Produto

Modelagem Estocástica e Quantificação de Incertezas Rubens Sampaio [email protected]

Roberta de Queiroz Lima [email protected]

Departamento de Engenharia Mecânica

DINCON 2015 PUC-Rio: DEM

Organização do curso 1a aula:

1

Probabilidade básica − Variáveis aleatórias (discretas e contínuas) − Vetores aleatórios − Independência

2

Função de variavéis aleatórias: − Soma de variáveis aleatórias independentes − Soma de variáveis aleatórias dependentes

3

Geração de amostras de variáveis e vetores aleatórios − Método da Transformada Inversa − Método da Rejeição − Condicionamento: regra da cadeia PUC-Rio: DEM

Organização do curso 2a aula:

1

Método de Monte Carlo − Lei dos Grandes Números − Teorema do Limite Central − Aproximação de integrais

2

Processos estocásticos (discretos e contínuos) − Processo de Bernoulli − Processo de Poisson − Processo uniforme − Processo exponencial

3

Modelagem estocástica de sistema dinâmico não linear: stick-slip. PUC-Rio: DEM

Método de Monte Carlo

Simulações estocásticas de um sistema:

1

constrói-se um modelo determinístico para o sistema;

2

constrói-se um modelo estocástico para o sistema; – histogramas – Princípio da Entropia Máxima (PEM)

3

aplica-se o método de Monte Carlo para obter-se inferências estatísticas sobre a resposta do sistema.

PUC-Rio: DEM

Método de Monte Carlo

PUC-Rio: DEM

Método de Monte Carlo

Amostras Variável aleatória X

 (1)   x =⇒   x(2) ..  .    (n) x

Processamento das  Amostras  y(1)         =⇒ Estatísticas  =⇒  y(2)   ..    .        (n)   y

µˆ =

σˆ 2 =

PUC-Rio: DEM

1 n ∑ yi n i=1

1 n ∑ (yi − µˆ )2 n i=1

Método de Monte Carlo Aproximação para o valor π .

Etapas: 1

Gerar m amostras distribuídas uniformemente no cubo. se:

2

3 4

x12 + x22 + x32 ≤ r

amostra está dentro da esfera

Calcular a razão, R, entre o número de amostras na esfera e o número total de amostras, m. Aproximação: πˆ = 6R. Verificar se πˆ está dentro de uma margem de erro prescrita. PUC-Rio: DEM

Método de Monte Carlo Se esse experimento for repetido n vezes, obtém-se uma sequência de aproximações:

πˆ1 , · · · , πˆn

Como saber se elas aproximam de fato π ?

O método de Monte Carlo é fundamentado em dois teoremas:

Lei dos Grandes Números: garante a convergência das aproximações obtidas através do método; Teorema do Limite Central: especifica como é a convergência. PUC-Rio: DEM

Método de Monte Carlo Se esse experimento for repetido n vezes, obtém-se uma sequência de aproximações: 14 12 10 8

πˆ1 , · · · , πˆn – Média do experimento, µ ? – Variância, σ 2 ?

6 4 2 0 3

3.05

3.1

π ˆ

3.15

3.2

Figura: Histograma normalizado

com n = 103 aproximações de π . Cada aproximação é calculada com m = 104 amostras no cubo. PUC-Rio: DEM

3.25

Lei dos grandes números Considere que os experimentos formam uma sequência de variáveis aleatórias Π1 , Π2 , · · · : independentes; identicamente distribuídas, com média µ e variância σ 2 .

Seja Sn = Π1 + Π2 + · · · + Πn . Tem-se que Sn /n converge em média quadrática para µ : v

u "

2 #

u

Sn S n

− µ = tE −→ 0, quando n −→ +∞ . −µ

n n PUC-Rio: DEM

Lei dos grandes números Pela lei dos grandes números, sendo Sn = Π1 + · · · + Πn :

µ Sn n

σ

2

Sn n



 Sn 1 =E = (E[Π1 ] + E[Π2 ] + · · · + E[Πn ]) = µ = π , n n   σ2 1 Sn 2 . = E ( − µ ) = 2 (var(Π1 ) + · · · + var(Πn )) = n n n

Note que: com o aumento de n, σˆ2 Sn decai com uma razão n proporcional a 1/n.

PUC-Rio: DEM

Lei dos grandes números Aproximações para µ e σ 2 podem ser obtidas através dos resultados πˆ1 , · · · , πˆn :

µˆ =

1 n ∑ πˆi , n i=1

1 n σˆ2 = ∑ (πˆi − µˆ )2 n i=1

A média e variância de Sn /n podem ser aproximadas por:

µˆ Sn = µˆ , n

1 n σˆ2 σˆ2 Sn = = 2 ∑ (πˆi − µˆ )2 . n n n i=1

PUC-Rio: DEM

Lei dos grandes números −3

2

x 10

σ2 Sn = n σˆ2 Sn

σ2 n

n

var(Sn /n)

1.5

1

0.5

0 0

20

40

n

60

80

100

Figura: Variância de Sn /n em função do número de repetições n do experimento.

PUC-Rio: DEM

Lei dos grandes números Experimento: gerar amostras de X1 e X2 com densidades N (0, 1) e calcular a média das amostras geradas. Repete-se o experimento n = 1, 000 vezes. Varia-se o tamanho, m, da amostra: 0.4

m = 100

m = 1,000 0.4 0.2 E[X2 ]

E[X2 ]

0.2 0 −0.2

0 −0.2

−0.4 −0.4 −0.2

0

E[X1 ]

−0.4 −0.4 −0.2

0.2

m = 100,000

0.4

0.4

0.2

0.2 E[X2 ]

E[X2 ]

m = 10,000

0 −0.2 −0.4 −0.4 −0.2

0 0.2 E[X1 ]

0 −0.2

0 0.2 E[X1 ]

−0.4 −0.4 −0.2

0 0.2 E[X1 ]

PUC-Rio: DEM

Teorema do limite central Seja Π1 , Π2 , · · · uma sequência de variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas, com média µ e variância σ 2 . Seja Sn = Π1 + Π2 + · · · + Πn e seja: Zn =

Sn − µ n √ σ n

Quando n −→ +∞, Zn converge em probabilidade para uma variável aleatória Z com distribuição cumulativa de probabilidade gaussiana de média nula e variância um.

PZn (Zn ≤ x) −→ PZ (Z ≤ x) quando n −→ +∞, ∀x onde PZ é contínua.

PUC-Rio: DEM

Teorema do limite central Verifica-se que com probabilidade 0.954 uma amostra de N (0, 1) está no intervalo (−2, 2): Pr (−2 < Zn < 2) = 0.954 .   Sn − µ n √ < 2 = 0.954 . Pr −2 < σ n Assim, com probabilidade 0.954, µ estará no intervalo: √ √ Sn − 2σ n Sn + 2σ n x) = Pr(X1 > x, · · · , Xn > x) = . l   l−x n PY1 (x) = Pr(Y1 ≤ x) = 1 − Pr(Y1 > x) = 1 − . l n(l − x)n−1 PY1 (x) (x) = 1[0,l] (x) . pY1 (x) = dx ln Observe que embora as distribuições deX1 · · · Xn sejam uniformes, a distribuição de Y1 não é uniforme! A ordenação feita modificou a distribuição de Y1 com relação a X1 · · · Xn . PUC-Rio: DEM

Processo uniforme

Distribuição de Yk : O evento (Yk ≤ x) significa que pelo menos k dos n pontos escolhidos estão no intervalo [0, x]. Esse evento pode ser realizado de várias formas diferentes dependendo do número de pontos que de fato estão em [0, x]. Depois de algumas contas, determina-se a densidade: pYk (x) = 1[0,l] (x)

xk−1 (l − x)n−k . ln

PUC-Rio: DEM

Processo uniforme Implementação em MATLAB: sorteio e ordenação de n = 4 pontos no intervalo [0, 5]. 1

0.4

Histograma pY1

0.8

Histograma pY2

0.3

0.6 0.2 0.4 0.1

0.2 0

0 0

1

2

y1

3

4

5

0.4

0

1

2

y2

3

4

5

3

4

5

0.8

Histograma pY3

0.3

Histograma pY4

0.6

0.2

0.4

0.1

0.2

0

0 0

1

2

y3

3

4

5

0

1

2

y4

Figura: Histogramas normalizados contruídos com 105 amostras.

PUC-Rio: DEM

Processo uniforme Distribuição conjunta de Yj e Yk : Sendo x < y: 

 j−1 n x (y − x)k−j−1 (l − y)n−k pYj Yk (x, y) = j − 1, 1, k − j − 1, 1, n − k ln Distribuição conjunta de Y1 · · · Yn :

pY1 ···Yn (x1 , · · · , xn ) =



n! ln

0,

se 0 ≤ x1 < x2 < · · · < xn < l outros casos .

PUC-Rio: DEM

Processo uniforme Implementação em MATLAB: sorteio e ordenação de n = 4 pontos no intervalo [0, 5]. Y 1 , Y2

Y1 , Y3 0.25 0.2

0.4

0.15 0.2

0.1 0

0 0

0.05

1 2 2 4

0

0 0

3 4

2

2

4

y1

6 5

y2

4 6

6

y1

y3

Y 1 , Y4

Y2 , Y3 0.25

0.5 0.4

0.2

0.3

0.15

0.2

0.1

0.1

0.05 0 6

0 6 6

4

4

2

y4

2 0 0

y1

6

4

4

2

y3

2 0 0

y2

Figura: Histogramas normalizadosPUC-Rio: contruídos com 105 amostras. DEM

Espaçamento no processo uniforme Considere as distâncias entre os pontos sucessivos tomados na ordem crescente:

L1 = Y 1 L2 = Y 2 − Y 1

L3 = Y 3 − Y 2 .. . Ln+1 = l − Yn



⇒ ⇒

Y2 = L1 + L2 Y3 = Y2 + L3 = L1 + L2 + L3

Yn = l − Ln+1 .

PUC-Rio: DEM

Espaçamento do processo uniforme O espaçamento entre Yk e Yk+1 é notado por Lk+1 , e o espaçamento entre Yn e l é notado por Ln+1 , logo: Yk = L1 + · · · + L k . Observe que os espaçamentos não são independentes: L1 + · · · + Ln+1 = l . Porém são equidistribuidos. Sendo L1 = Y1 , então a distribuição de Lk é a mesma que a de Y1 , ∀k, e a densidade é: n pLk (x) = 1[0,l] (x) n (l − x)n−1 . l

PUC-Rio: DEM

Espaçamento do processo uniforme O valor esperado do espaçamento: E [Lk ] =

Z l n 0

x n (l − x)n−1 dx . l

Uma maneira mais elegante da fazer essa conta é usando o fato de que E [L1 ] = · · · = E [Ln+1 ] e L1 + · · · + Ln+1 = l. Assim: l . n+1 Fica agora evidente como calcular: E [Lk ] =

E [Yk ] = E [L1 ] + · · · + E [Lk ] =

PUC-Rio: DEM

kl . n+1

Processos estocásticos contínuos Um processo estocástico, X , é uma função: X :

Ω × T −→ R (w, t) 7−→ X (t, w)

Quando T é um conjunto contínuo, por exemplo R, o processo estocástico pode ser interpretado como um número infinito de variáveis aleatórias indexadas pelo parâmetro t. Fixado um valor de t = tj , a variável aleatória X (tj , w) tem a função distribuição de probabilidade cumulativa: PX (tj ,w) (x) = Pr(X (tj , w) < x) e uma função densidade de probabilidade pX (tj ,w) . PUC-Rio: DEM

Processos estocásticos contínuos A função densidade do processo estocástico é a função densidade conjunta de todas as variáveis aleatórias indexadas pelo parâmetro t.

Especificação completa um processo esto´castico: É necessário conhecer a densidade de probabilidade conjunta de todas as suas variáveis aleatórias. Problema: Como t assume infinitos valores, é impossivel especificar completamente um processo estocástico! Alternativa: Fazer hipóteses adicionais sobre independência das variáveis aleatórias indexadas por t. PUC-Rio: DEM

Propagação de incertezas em um sistema dinâmico

PUC-Rio: DEM

Propagação de incertezas em um sistema dinâmico Sistema real =⇒ Modelo matemático determinístico

Equação da dinâmica: m¨x(t) + kx(t) = f (t), onde f é a fora¸ de atrito (Coulomb) entre o bloco e a esteira f (t) = nµ sgn(v(t) − x˙ (t)).

PUC-Rio: DEM

Propagação de incertezas em um sistema dinâmico

PUC-Rio: DEM

Oscilador harmônico com atrito seco Equação da dinâmica: m¨x(t) + kx(t) = f (t), onde f é a fora¸ de atrito (Coulomb) entre o bloco e a esteira f (t) = nµ sgn(v(t) − x˙ (t)).

Considerando que v e µ são constantes no tempo, e introduzindo y = x˙ e z = x ωn , onde ωn é a frequencia natural do sistema, quando y > v quando y < v

  nµ 2 y + z+ =c mωn   nµ 2 2 = c. y + z− mωn 2

PUC-Rio: DEM

Oscilador harmônico com atrito seco v positivo → um ponto de equilíbrio em



 ,

nµ mωn , 0

  v negativo → um ponto de equilíbrio em − mnωµn , 0 .

PUC-Rio: DEM

Stick-slip O stick ocorre quando y = v e quando a força de atrito que varia de acordo com f (t) = k x(t), está confinada no intervalo −fmax < f < fmax , onde fmax = µ n. Dessa forma, o segmento horizontal y = v e |x| ≤ dem ao stick.

µn k

correspon-

O stick só pode ocorrer no regime transiente. No regime estacionário, o diagrma de fase é escrito como um círculo e só terá slip. PUC-Rio: DEM

Stick-slip Vamos observar o que acontece quando a esteira tem velocidade descontínua:

Cada mudança do sinal da velocidade pode ser interpretada como uma renicialização do sistema. O parâmetro 2ωb determina a frequência com que o sistema é renicializado. PUC-Rio: DEM

Esteira tem velocidade descontínua

Figura: Diagrama de fase em regime permanente com (a) r = 0.1 e (b) r = 0.4 .

PUC-Rio: DEM

Esteira tem velocidade descontínua

Figura: Diagrama de fase em regime permanente com (a) r = 1.0 e (b) r = 1.3.

PUC-Rio: DEM

Esteira tem velocidade descontínua

Figura: Diagrama de fase em regime permanente com (a) r = 2.0 e (b) r = 2.5.

PUC-Rio: DEM

Modelo estocástico da velocidade da esteira

Fixado um intervalo de tempo [0, T] para analíse da resposta do sistema, o número de descontinuidades na velocidade da esteira é modelada como um processo de Poisson, N (T).

pN (T) (n) =

(λ T)n exp (−λ T) . n!

PUC-Rio: DEM

Modelo estocástico da velocidade da esteira Fixado o intervalo [0, T], e sorteado o número de descontinuidades da velocidade da esteira, n, os instantes das descontinuidades são modelados como um processo uniforme. Sorteio: n pontos são escolhidos aleatoriamente e de forma independente no intervalo [0, T]. Ordenação: a1 , a2 , · · · , an

=⇒

t1 ≤ t2 ≤ · · · ≤ tn

PUC-Rio: DEM

Modelo estocástico da velocidade da esteira Implementação em Matlab: histograma do número de mudanças da esteira. 0.05

λ × T = 5×20

0.04 0.03 0.02 0.01 0 60

80 100 120 numero de mudancas

140

Figura: Histograma do número de mudanças da esteira contruído com 3, 000 amostras.

PUC-Rio: DEM

Uma realização do sistema Simulação em Matlab: uma realização das velocidades da esteita e do bloco. 1

x˙ [m/s]

0.5 0 −0.5 −1 0

1

2 t [s]

3

4

Figura: Realização da velocidade da esteira e da velocidade do bloco. PUC-Rio: DEM

Propagação de incertezas Objetivo: calcular estatísticas da resposta do sistema.

Número de sticks; S Instantes em que começam os sticks: K1 , K2 , · · · , Ks Duração dos sticks: D1 , D2 , · · · , Ds

Instantes em que começam os slips: L1 , L2 , · · · , Ls

Para os cálculos das estatísticas, 3,000 simulações de Monte Carlo foram realizadas. PUC-Rio: DEM

Número de sticks Implementação em Matlab: histograma do número de sticks. 0.12

λ × T = 5×20

0.1 0.08 0.06 0.04 0.02 0 20

30 40 numero de sticks

50

Figura: Histograma do número de sticks contruído com 3, 000 amostras. PUC-Rio: DEM

Instantes em que começam os sticks Implementação em Matlab: histogramas dos instantes em que começam os sticks.

Figura: Histogramas dos instantes em que começam os sticks contruídos com 3, 000 amostras.

PUC-Rio: DEM

Duração dos sticks Implementação em Matlab: histograma das durações dos sticks.

Figura: Histogramas das durações dos sticks contruídos com 3, 000 amostras.

PUC-Rio: DEM

Instantes em que começam os slips Implementação em Matlab: histogramas dos instantes em que começam os slips.

Figura: Histogramas dos instantes em que começam os slips contruídos com 3, 000 amostras. PUC-Rio: DEM

Artigo

PUC-Rio: DEM

Livros publicados / em preparação

2012

2013

2014

PUC-Rio: DEM

2016

Modelagem Estocástica e Quantificação de Incertezas Rubens Sampaio [email protected]

Roberta de Queiroz Lima [email protected]

Departamento de Engenharia Mecânica

DINCON 2015 PUC-Rio: DEM

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.