Smart.Ruris - III Conferência Inova-Ria: Tecnologias TICE para o Sistema Agrário
Descrição do Produto
III Conferência Inova-Ria Smart.Ruris Tecnologias TICE para o Sistema Agrário
Novembro, 2015
Ficha técnica O conceito Smart-Ruris foi desenvolvido por Henrique Pires dos Santos a convite da Inova-Ria – Associação de Empresas para uma Rede de Inovação em Aveiro, visando potenciar o papel inovador transversal que as TICE desempenham na produtividade e na competitividade dos sistemas de produção de bens e serviços agrícolas, agroalimentares, agroindustriais e florestais, bem como dos seus efeitos transformadores na estrutura económica, na organização social e na sustentabilidade do desenvolvimento rural. Este relatório foi concebido e executado por Henrique Pires dos Santos e revisto pelos Oradores da III Conferência Inova-Ria.
2
Conteúdo Abertura ........................................................................................................................................................... 5 1. As TICE como instrumento para o aumento da produtividade e competitividade no Sistema Agrário e a promoção do Desenvolvimento Rural .............................................................................................................. 6 1.1. Potencial para a Modernização Tecnológica e Inovação na Indústria Agroalimentar com base em TIC – Caso de estudo da Região Centro de Portugal ............................................................................................... 6 1.2. A potencialidade das TIC em Estudos no Setor Agrário ......................................................................... 7 1.3. Robótica e Sistemas Inteligentes para os Setores Agrícola e Florestal - Roadmap INESC TEC ............. 8 1.4. As TICE na integração da viticultura com a enologia ............................................................................. 9 1.5. Smart Forest – uma verdade atual ou de futuro? ..................................................................................... 10 1.6. Análise neurosensorial aplicada ao sector Agroalimentar ...................................................................... 11 1.7. TICE e o Sistema Agrário .................................................................................................................... 12 2.
Tecnologias Smart.Ruris ......................................................................................................................... 13
3.
Mesa Redonda: ....................................................................................................................................... 14
Oportunidades e Sinergias para a articulação de Redes de Criação de Valor .................................................... 14 4.
Encerramento......................................................................................................................................... 16
5.
Conclusões ............................................................................................................................................. 17
3
4
III Conferência Inova-Ria Smart.Ruris - Tecnologias TICE para o Sistema Agrário
A 30 de Outubro de 2015, pelas 14:30, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, Universidade de Aveiro, decorreu a III Conferência Inova-Ria, onde, sob o tema “Smart.Ruris - Tecnologias TICE para o Sistema Agrário”, foram apresentadas e discutidas as potencialidades da utilização de tecnologias de informação, comunicação e eletrónica (TICE) como instrumento para o aumento da produtividade e competitividade no Sistema Agrário e a promoção do Desenvolvimento Rural e onde, pela conjugação dos dois sistemas tecnológicos e de conhecimento, se perspetivaram oportunidades e sinergias para a articulação de Redes de Criação de Valor.
Abertura O Eng.º Carlos Alves, vogal da Direção da
Universidade
Inova-Ria, deu início aos trabalhos, saudando
participantes no evento e reiterou o seu apoio
os membros da mesa e a assembleia, onde
à iniciativa, realçando o papel que as TICE
estavam reunidos cerca de 100 participantes.
desempenham
De seguida, o Dr. Gil Nadais, Presidente da
económico, detendo um papel central na
Câmara Municipal de Águeda, louvou a
formação prestada na sua instituição de
iniciativa e referiu o papel que o Município de
ensino. O Dr. Pedro Ferreira, da Caixa Central
Águeda tem desempenhado na promoção do
de Crédito Agrícola Mútuo do Baixo Vouga,
desenvolvimento do concelho e das suas
realçou o papel que estas tecnologias podem e
atividades económicas, nomeadamente pelo
devem
recurso a TICE, bem como do papel que estas
económico do setor, tendo referido as linhas
desempenham no seu progresso económico,
de apoio ao dispor quer dos empresários do
pelo que se prontificou a continuar a colaborar
sector agrário, quer das TICE, realçando que
ativamente no apoio a iniciativas conjuntas
a sua instituição se presta a desempenhar um
visando a promoção do uso das TICE no
papel
sector agrário concelhio. A Prof.ª Doutora
atividades, encerrando o painel de abertura da
Dina Seabra, Diretora da Escola Superior de
Conferência.
Tecnologia
e
Gestão
de
Águeda,
da 5
de
Aveiro,
no
desempenhar
charneira
na
saudou
os
desenvolvimento
no
crescimento
promoção
destas
1. As TICE como instrumento para o aumento da produtividade e competitividade no Sistema Agrário e a promoção do Desenvolvimento Rural Seguiu-se o painel “As TICE como instrumento para o aumento da produtividade e competitividade no Sistema Agrário e a promoção do Desenvolvimento Rural”, onde se apresentaram as perspetivas de Académicos e de Polos e Clusters tecnológicos sobre o estado de utilização das TICE enquanto instrumentos de promoção de mais-valias económicas no sector agrário.
1.1. Potencial para a Modernização Tecnológica e Inovação na Indústria Agroalimentar com base em TIC – Caso de estudo da Região Centro de Portugal Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/1_pedro_d_gaspar_-_tics_agroalimentar.pdf
aplicação de Tecnologias da Informação e da Comunicação. Elucidou que a primeira atividade do projeto MITTIC consistiu em analisar o nível de penetração das TIC nos processos de produção e vendas de empresas de sectores estratégicos e tradicionais, nomeadamente em empresas do sector A comunicação “Potencial para a Modernização Tecnológica
e
Inovação
na
Indústria
Agroalimentar com base em TIC – Caso de estudo da Região Centro de Portugal”, proferida pelo Prof. Doutor Pedro Dinis Gaspar, da Universidade
da
Beira
Interior,
também
representante da CATAA - Associação Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar, iniciou este painel, tendo realçado que é necessário encorajar o uso das TICE “para alavancar a atividade económica nas pequenas e médias empresas de sectores estratégicos e
agroalimentar
das
regiões
da
Extremadura
(Espanha), do Alentejo e do Centro (Portugal), tendo
realçado
que
um
dos
principais
constrangimentos para a realização das entrevistas que
fundamentam
o
estudo
consistiu
na
“sensibilidade reduzida para as questões colocadas, devido a falta de conhecimento ou perceção da temática
(baixas
trabalhadores)
”.
qualificações
e
Analisando
os
idade
dos
resultados
alcançados, avançou com as seguintes sugestões e recomendações:
tradicionais”, tendo explicitado a metodologia seguida pelo autor no contexto do projeto Europeu
•
de
formações
•
aos
Criação de página web para visibilidade da
tradicionais, que tem como objetivo principal o
empresa,
fomento do crescimento económico e do emprego
publicidade e/ou vendas online.
mediante o aumento da competitividade nos setores
TIC
colaboradores das empresas.
MITTIC (POCTEP), Modernização e Inovação tecnológica com base TIC em setores estratégicos e
Promoção
•
criação
de
campanhas
de
Melhoria das ferramentas TIC existentes
económicos, estratégicos e tradicionais nas regiões
para criação de redes de comunicação
da Extremadura, Centro e Alentejo, mediante a
internas que promovam a criação e
•
utilização de email corporativo e melhorem a comunicação entre colaboradores. •
orientadas à gestão da qualidade. •
Promoção do uso de ferramentas de gestão, e não apenas aplicações de faturação.
•
Promoção do uso de ferramentas TIC
Promoção da utilização de ferramentas TIC na rastreabilidade de produtos.
•
Promoção do uso de sistemas CRM e ERP.
Promoção do uso das redes sociais para visibilidade e publicidade dos produtos.
Concluiu realçando que é necessário identificar e promover o que é ganho com a utilização das TICE no sector agrário.
1.2. A potencialidade das TIC em Estudos no Setor Agrário Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/1_pedro_d._gaspar_-_tics_agroalimentar_96dpi.pdf
de euros (2015). Feito este enquadramento, passou a desenvolver o tema abordando três projetos específicos: • De seguida, o Prof. Doutor Pedro Bastos, do
Desenvolvimento Sustentável do Território
Instituto Politécnico de Bragança, mas também em
(Medida 4.2.2. - Redes Temáticas de
representação da Portugal Foods - Pólo de Competitividade
e
Tecnologia
Produção de Ovinos e Caprinos para o
Informação e Divulgação)
Agroalimentar,
•
apresentou a comunicação “A potencialidade das
SOS - Peixes e Bivalves Ameaçados do Nordeste de Portugal (Projeto ON2 - Eixo
TIC em Estudos no Setor Agrário”, tendo
Prioritário III)
começado por realçar o papel que a Portugal Foods
•
desempenha no reforço da competitividade das
BioChemCore (PRODER - Medida 4.1 Cooperação para a Inovação)
empresas do setor agroalimentar, promovendo a produção, a transferência, a aplicação e a valorização
No primeiro caso (Produção de Ovinos e Caprinos),
do conhecimento, aumentando o seu índice
o uso das TIC visou a utilização de “Redes
tecnológico,
a
colaborativas, a Partilha de informação e a Partilha
internacionalização das empresas do setor, através
de Know-how”, atuando a nível da “Colaboração,
da capacitação, identificação e captação de
da Segurança da informação, da Uniformidade dos
oportunidades. A Portugal Foods é um Polo que
dados, da Confiança nos resultados e na Difusão de
representa 125 indústrias (2015) com cerca de 3 mil
resultados”, tendo elucidado a metodologia adotada
milhões de euros de volume de negócios, dos quais
e a tecnologia utilizada na fase de inquirição e de
600 milhões de euros em exportação, e 7000
tratamento de dados, que culminaram na construção
colaboradores. Engloba igualmente 12 entidades do
de um Web site dedicado ao evento CAPRA 2015 -
Sistema Científico e Tecnológico Nacional com um
Reunião Nacional de Caprinicultura e Ovinicultura.
investimento direto em I&D de cerca de 10 milhões
Ver: http://esa.ipb.pt/capra2015/
mas
também
promovendo
7
No segundo caso apresentado (SOS - Peixes e
dar a conhecer o projeto, os seus objetivos, a
Bivalves Ameaçados), o objetivo geral consistia na
temática, as linhas de atuação, os resultados obtidos
promoção da conservação e valorização do
e resultados científicos”.
património natural visando a manutenção da
Ver: http://esa.ipb.pt/~pbanp
biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos,
tendo
como
objetivos
específicos
No terceiro caso (BioChemCore), a finalidade do
promover a conservação in-situ e ex-situ de espécies
uso das TIC consistiu na sua utilização de forma “a
ameaçadas de peixes e bivalves autóctones do
interferir e mediar os processos de difusão de
Nordeste de Portugal, e desenvolver ações de
informação”, pela “criação de um portal Web capaz
educação ambiental no Posto Aquícola de Castrelos
de divulgar e proporcionar o fácil acesso a toda a
(ICNF-Bragança). As TIC foram aí utilizadas de
produção científica levada a cabo pelos membros do
forma a “interferir e mediar os processos de difusão
grupo no âmbito do projeto, bem como de projetos
de informação a distintos públicos-alvo”, atuando
anteriores”.
pela “criação de um portal Web capaz de facilmente
Ver: http://esa.ipb.pt/~biochemcore/
Concluiu realçando o papel agregador e estruturante de informação que as TIC desempenham para a melhor difusão de conhecimento no sector agrário.
1.3. Robótica e Sistemas - Roadmap INESC TEC
Inteligentes
para
os
Setores
Agrícola
e
Florestal
Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/3_filipe_dos_santos_-_apresenta_ticeiii_agueda.pdf
levando
à
criação
do
TEC4AGRO-FOOD
(Comunidade INESC TEC), dedicado a 3 áreas de I&D donde destacou a criação de máquinas de pequeno porte, modulares e inteligentes, tendo particularizado a linha de investigação em Robótica O terceiro orador, Doutor Eng.º Filipe Santos, da
Terrestre para vinha de encosta. Descreveu de
Universidade do Porto / Centro de Robótica e
seguida como as máquinas e alfaias agrícolas e as
Sistemas Inteligentes - INESC TEC, apresentou a
tecnologias robóticas se influenciam mutuamente,
comunicação “Robótica e Sistemas Inteligentes
caraterizando as Milestones dos protótipos em
para os Setores Agrícola e Florestal - Roadmap
desenvolvimento, onde destacou que até dezembro
INESC TEC”, onde, após caracterizar o INESC
de 2016 pretendem atingir um custo de replicação
TEC quanto aos seus recursos e competências,
do seu protótipo inferior a 2000€, a incorporação de
referiu alguns artefactos do portfólio do Centro de
Sistemas de Navegação adaptados/validados a/em
Robótica e Sistemas Inteligentes (CROB) e a relação
culturas de encosta, a compatibilidade com uma
deste Centro com a Comunidade INESC TEC para
infraestrutura de dados existente, e uma autonomia
o Agro-Food, pela integração de competências da
energética mínima de 3 horas, bem como a
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
capacidade de produção de relatórios detalhados
(UTAD) focadas na agricultura e na floresta,
sobre o estado do solo (condutividade), sobre o 8
estado vegetativo das culturas (deteção de doenças)
aplicar tratamentos fitossanitários localizados a nível
e de estimação da produção e do seu estado. A
da planta, e capacitadas para proceder a podas e à
próxima Milestone consiste no licenciamento ou
colheita seletiva, enquanto na floresta serão
venda desta tecnologia e/ou das suas componentes
apresentadas máquinas adaptadas e teleoperadas
a terceiros, eventualmente pela criação de uma Spin
para limpeza e reflorestação, e em culturas
Off. Mais referiu o Roadmap de I&D desta linha de
protegidas serão disponibilizados robots para
investigação em robótica, que consiste em ter até
controlo, otimização e monitorização contínua, bem
2020 máquinas que, em vinha de encosta, sejam
como aptas a desempenhar processos de logística e
capazes de monitorizar o estado da produção, de
de colheita.
Concluiu referindo que o INESC TEC está aberto a dar resposta às necessidades e desejos do sistema agrário, colocando as tecnologias/robótica que desenvolve ao serviço do desenvolvimento do setor.
1.4. As TICE na integração da viticultura com a enologia Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/4_antonio_rocha_graca_-_inova-ria_outubro_2015.pdf
na monitorização do solo, da vegetação, do estado fitossanitário, das máquinas agrícolas e da qualidade das
uvas,
e
nos
monitorizando
processos
equipamentos,
enológicos, volumetria,
temperatura, teor em oxigénio, integridade da embalagem e o produto final. Neste contexto, a O quarto orador, Dr. António Graça, do Cluster dos
ADVID tem desenvolvido vários projetos de I&D
Vinhos da Região Demarcada do Douro (ADVID),
com o INEGI, com o INESC TEC e com o Pólo
apresentou
TICE.PT,
a
comunicação
“As
TICE
na
visando
o
desenvolvimento
da
integração da viticultura com a enologia”, onde
sensorização de amanhã, compreendendo soluções
focou a especificidade da produção de uvas e
integrativas
vinhos, a sensorização de hoje e de amanhã, bem
biossensores,
como os desafios a vencer. O produto final deste
sensomateriais, bem como de consumo. Para que
setor, o vinho, tem um valor sensorial subjetivo,
isso seja atingido, identificou vários desafios que
dependente de cada indivíduo e da sua afetividade,
têm de ser superados no que respeita à recolha e
referiu, bem como de sucessivas etapas tecnológicas,
processamento de dados, tal como a amostragem,
desde a vinificação, a maturação e a aposição de
que
marca, condicionadas pelo efeito ‘terroir’, fator onde
reprodutível, o registo de dados, que tem de ser
a variabilidade genética e o condicionamento
automático, congruente e restituível, a validação e
espacial são determinantes. Assim, na integração da
contextualização,
viticultura com a enologia as TIC desempenham
probabilística e relevante, o apoio à decisão, que
hoje um papel charneira nas atividades de campo
passa por ser eficiente, em tempo útil e transparente
através da sensorização meteorológica e climática,
(diminuindo a incerteza e o risco), bem como o seu
9
deve
de
tecnologias
metabolómica,
ser
termográficas, nanotecnologia,
representativa,
necessariamente
exequível
e
estatística,
modelo, que deve ser integrativo, evolutivo e autocorrectivo. Concluiu realçando que é necessário aperfeiçoar a visualização de informação complexa, para que possa ser utilizada em tempo real, bem como trabalhar a interoperabilidade dessa informação, nomeadamente através de desenvolvimentos na ‘internet das coisas’.
1.5. Smart Forest – uma verdade atual ou de futuro? Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/5_sara_pereira_-_smart_forest-_pf.pdf
número total de pessoas ao serviço nas empresas das indústrias transformadoras, 2,2% do total de pessoas ao serviço das empresas em Portugal e 1,7% da população empregada total, onde 91%, das
A quinta oradora, Eng.ª Sara Pereira, da AIFF -
empresas possui menos de 10 trabalhadores que, no
Associação para a competitividade das indústrias da fileira
florestal/Pólo
tecnologia
das
de
indústrias
competitividade de
base
entanto,
e
evidenciaram
uma
capacidade
de
investimento direcionado para a produção florestal
florestal,
superior a 900 milhões de euros no período
apresentou a comunicação “Smart Forest – uma
2000/2013. No contexto europeu, verificou que
verdade atual ou de futuro?”. Começou por
existe um enfoque especial no desenvolvimento de
apresentar a visão da AIFF, que compreende quatro
projetos de relevo para as fileiras florestais,
níveis de ações conjuntas: sobre a floresta (sobreiro,
nomeadamente no que respeita a produtos à base
pinho e eucalipto), sobre as fileiras, sobre estruturas
deste recursos, ao prolongamento da sua vida útil,
públicas comuns e sobre o mercado. Referiu o papel
reutilização e reciclagem, bem como sobre
determinante que a indústria de base florestal detém
bioenergia e a eliminação de resíduos, o que
na formação do valor acrescentado nacional, onde
constitui uma preocupação transversal reforçada
ocupa o 2º lugar, a relevância na liderança mundial
pelo documento de trabalho “A Blue Print for the EU
que algumas empresas e grupos industriais
Forest Based Industries”1, onde é valorizada “uma
demonstram e a capacidade de inovação do setor
abordagem multinível e focada de forma a aumentar
evidenciada pela incorporação de conhecimento,
a competitividade global das indústrias europeias de
investigação e desenvolvimento tecnológico. Mais
base florestal: estimulando a procura por produtos
referiu o crescimento das exportações das indústrias
inovadores (novos e existentes); promovendo a
da fileira florestal (41% entre 2004 e 2011),
eficiência de recursos e energia em processos de
apresentando um saldo positivo de 2.474 milhões de
fabrico e ao longo do ciclo de vida dos produtos;
euros em 2013, representando 9,1% do total das
acrescendo ao valor dos produtos através da
exportações nacionais de bens e 3,4% do total das
redução dos custos de produção e comercialização”.
importações, representando ainda 12,1% do
A este propósito, referiu os nanomateriais quer no
1
http://ec.europa.eu/enterprise/newsroom/cf/_getdo cument.cfm?doc_id=8129 10
desenvolvimento de aplicações para produtos do
informação georreferenciados e de suporte à
quotidiano, quer na “alteração da estrutura da
decisão, que permitam visualizar no tempo e no
madeira e dos seus derivados a um nível
espaço os dados recolhidos pelos sensores e
microscópico”.
armadilhas,
Gestão Florestal Sustentável. No contexto da
necessidade de desenvolver e aplicar “sensores,
exploração florestal, refere o papel determinante que
sistemas de informação, tecnologias robóticas, e
as TICE desempenham “na monitorização de
sistemas de suporte à decisão, bem como sistemas
operações e apoio à decisão”, disponibilizando
de alarme associados”, apontando como exemplo, a
grandes volumes de informação, referindo a
nível fitossanitário, o estudo, desenvolvimento e
necessidade de desenvolvimentos na IoT (internet of
validação de “novos sensores e/ou armadilhas para
things) para a “Interoperabilidade entre múltiplos
agentes bióticos nocivos, seus vetores e/ou favoráveis
ao
plataformas
baseadas em smartphones ou tablets”, promovendo a
produtividade, apontou, no contexto da floresta, a
ambientais
por
móveis de recolha e visualização de informação,
Quanto ao uso das TICE para o aumento de
condições
complementados
sensores e máquinas florestais, permitindo uma
seu
solução de utilização fácil e com baixo custo para
desenvolvimento”. Mais referiu, ainda no contexto
monitorização e melhoria do planeamento e
da produção florestal, a necessidade de “estudar,
processos de decisão”.
desenvolver, implementar e validar sistemas de
Concluiu elucidando que, no contexto industrial, existe a necessidade de desenvolver “produtos eco-sustentados, novas aplicações, novos serviços, através da relação entre a eletrónica e a matéria-prima de base florestal”, referindo como exemplos o “Smart packaging, software” de gestão de plataformas logísticas florestais, tecnologias de informação de caracterização do estado da madeira ou cortiça”, precisando o “momento ótimo de transformação da madeira ou cortiça com menor uso de energia”.
1.6. Análise neurosensorial aplicada ao sector Agroalimentar Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/6_joao_valente_-_apresentacao-iii_conferencia_inovaria_96dpi.pdf
atualmente
dado
a
tecnologias
utilizadas
inicialmente em neurociências de diagnóstico para medir
a
reação
parassimpático,
do
sistema
levando
neuromarketing
como
uma
à
simpático
e
criação
do
aproximação
à
O sexto orador, Prof. Doutor João Valente, do
compreensão e ao estudo dos processos emocionais
Instituto Politécnico de Castelo Branco e também
e racionais que envolvem a avaliação e as escolhas
em representação da InovCluster - Associação do
dos consumidores, eventualmente levando “o
Cluster Agroindustrial do Centro, apresentou a
consumidor
comunicação “Análise neurosensorial aplicada
determinados produtos”, função de variáveis físicas
ao sector Agroalimentar”, onde elucidou o uso
tão diversas como a intensidade e tonalidade da
11
a
comprar
inconscientemente
iluminação dos espaços, a cor da rotulagem de
como a cor, o odor, o sabor, a aparência e a textura,
produtos, a localização dos produtos alimentares
pelo que “utilizando equipamento de neurofeedback
nos espaços comerciais, e até mesmo função do
podemos medir a reação às características dos
género, já que para os diferentes sexos existem
produtos”, apresentando dois exemplos onde este
apetências e reações específicas de atração função da
conhecimento foi utilizado em benefício da
luz, cor e textura. Advertiu para as reservas éticas
comercialização de diferentes produtos. Referiu
que são colocadas ao avanço desta ciência, já que se
ainda técnicas neurosensoriais como o ‘Scan Path’,
pode argumentar, com alguma propriedade, que as
onde se registam os movimentos dos olhos e o
pessoas estão a ser “manipuladas na compra de
tempo dedicado a cada ponto de fixação numa
produtos que na realidade não necessitam”,
imagem, dando origem a um ‘Heat Map’, precisando
referindo que segundo a lei francesa de Bioética de
o tempo de fixação dos observadores em imagens
2004, revista em 2011, as técnicas de imagem
de cariz publicitário, gerando ainda gamas de ‘Key
cerebral apenas podem ser utilizadas em medicina,
Performance Indicators’ (indicadores de desempenho
pesquisa científica ou casos judiciais, e não para fins
chave), que permitem precisar a eficiência dessas
comerciais2. Estas restrições éticas, que ainda não
mensagens. Ilustrou de seguida como as crenças e
foram devidamente codificadas, não inibem o
os contextos influenciam as reações neurológicas,
estudo dos efeitos neurosensoriais dos produtos
demonstrando como é útil a exploração deste
alimentares quanto às características organoléticas
conhecimento.
com que são apercebidos pelos consumidores, Concluiu apresentando um plano de trabalho que visa ajustar protocolos para aplicar ao agroalimentar, integrar vários equipamentos na sala sensorial do CATAA, desenvolver scripts para integração de diferentes marcas de equipamentos, montar sistemas de disparos automáticos, desenvolver estratégias para atenuar artefactos produzidos durante as provas dos produtos e desenvolver software mais facilmente aplicável ao setor alimentar.
1.7. TICE e o Sistema Agrário Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/7_rui_luis_aguiar_-_pcc-apresentacao_30-10-2015.pdf
privados), uma “‘One-stop shopping’ para exploração de tecnologia para responder a desafios da região”, propondo
áreas onde inovação tecnológica e/ou social pode
Comunidades Inteligentes/ Connected Communities
ser explorada de forma a responder aos desafios
(PTCC), apresentou a comunicação “TICE e o
societais, desenvolver projetos e soluções em
Sistema Agrário” onde, depois de apresentar a mecanismo
de
cooperação com as entidades da região e
articulação
envolvendo outros atores industriais quando
Universidade/Região e os seus atores (públicos e
2
desenvolvimento,
e para o seu enquadramento no país, identificando
Universidade de Aveiro - Plataforma Tecnológica
enquanto
de
trabalhando conceitos multi-temáticos para a região
O sétimo orador, Prof. Doutor Rui Aguiar, da
PTCC
projetos
Artigo 16-14 do Código Civil Francês 12
relevante, identificando grupos com conhecimento
precisou a sua atuação ao nível de “rastreabilidade,
para
fluxo do processo de produção /distribuição
desenvolver
respostas
a
pedidos
de
desenvolvimento e sugerir áreas de aplicação a
/consumidor,
grupos de desenvolvimento, bem como promover
identificador de (más) práticas, fornecedor de dados
discussões alargadas de aspetos com impacto
históricos, gestão logística, bem como de aspetos
societal, e de como podem ser abordados.
financeiros e contabilísticos”. Quanto ao domínio
certificador
de
proveniência,
dos mecanismos de marketing e branding, clarificou
De seguida, precisou de forma sistemática os
o seu papel nas redes sociais, na criação de imagem
campos onde as TICE relevam no desenvolvimento
e de presença na Web, de internacionalização e de
da produtividade e competitividade do sistema
dinamização de vendas (online). Como agregador do
agrário, precisando o seu papel como “enabler
sector, as TICE prestam-se a estruturar bases de
tecnológico de produção, ferramenta de gestão de
dados
processos, mecanismo de marketing e branding,
de
informação
partilhada
(redes
colaborativas), de estruturador de mercado(s), de
agregador de sector e utilitário para definição de
base para a construção de modelos de análise e de
políticas sectoriais”, dirigida aos vários atores desse
identificação de soluções para o sector. Enquanto
sistema, “produtores, distribuidores, agências de
utilitário para definição de políticas sectoriais,
promoção e desenvolvimento, associações sectoriais
referiu que “permite analisar um setor produtivo, e
e instituições de políticas públicas”. Quanto à
verificar o seu desenvolvimento em função de
capacidade que as TICE detêm enquanto enabler
múltiplos sectores”, bem como potencia a
tecnológico de produção, identificou o seu potencial
divulgação e vulgarização das TICE. Precisou este
de monitorização (+sensorização), o seu papel na
potencial dando e o exemplo da “Smart Cloud of
agricultura de precisão, de alto valor acrescentado,
Things” – Agro; casos de Sever do Vouga e Beja,
capacitando o aumento de produção com menor
onde as TICE permitem a monitorização e gestão
custo, o seu desempenho enquanto optimizador
de processos de agricultura de precisão, através da
para produção (armazenamento histórico, análise de
recolha de informação para o desenvolvimento de
tendências, planeadores estratégicos), permitindo a
estratégias ótimas de produção através de data mining
resposta on-demand e data mining, assim como na
sobre
automatização da produção através da robótica.
estes
dados,
permitindo
o
controlo
instantâneo da produção.
Enquanto ferramenta de gestão de processos,
Conclui afirmando que “as TICE apresentam soluções técnicas que permitem responder a muitas das necessidades de uma “Agricultura Inteligente”, mas que “há necessidade de se compreender as limitações do lado das TICE’s, e as necessidades (pesadas do ponto de vista económico) da Agricultura”. Deste modo, “há vantagens em serem feitos grandes agregadores de dados (cruzando múltiplos atores) que permitam melhorias sectoriais estratégicas, de relevância para múltiplos atores”.
2. Tecnologias Smart.Ruris Esta intervenção encerrou o painel “As TICE como instrumento para o aumento da produtividade e competitividade no Sistema Agrário e a promoção do Desenvolvimento Rural”, sendo a assembleia convidada a conhecer as Tecnologias Smart.Ruris expostas pelas empresas Apis Tech, CH Business 13
Consulting, GeoDouro, GLOBALTRONIC- Electrónica e Telecomunicações, S.A., Inovwine, PrimeLayer, Unipessoal Lda, Talents and Treasures, Winegrid\Watgrid e Wise Connect\, Lda., e pelas instituições de I&D LAS - Laboratório de Automática e Sistemas do IPN, a área TEC4AGRO-FOOD, o Centro de Robótica e Sistemas Inteligentes e o Centro de Telecomunicações e Multimédia do INESC TEC. Este espaço de networking permitiu dar a conhecer e partilhar o que está a ser feito pelas TICE com aplicação no sistema agrário pela audiência e por estas organizações, que puderam partilhar experiências e antever formas de colaboração futura.
3. Mesa Redonda: Oportunidades e Sinergias para a articulação de Redes de Criação de Valor Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/8_vasco_lagarto_-151030-inovaria-agueda.pdf
Seguiu-se o painel constituído por uma mesa
do Desenvolvimento Rural e a Dra. Regina Lopes,
redonda onde se discutiram as “Oportunidades e
da Federação Portuguesa de Associações de
Sinergias para a articulação de Redes de
Desenvolvimento Local, representantes do poder
Criação de Valor” entre os dois sistemas em foco:
público e de associações profissionais e do
o sistema TICE e o sistema Agrário. Moderado pelo
desenvolvimento local por um lado, e por outro,
Eng.º Vasco Lagarto, do Pólo das Tecnologias de
como representantes do Sistema Científico e
Informação, Comunicação e Eletrónica - TICE.PT,
Tecnológico Nacional (SCTN), o Prof. Doutor
este
Paulo
Carlos Dias Pereira, Presidente do Instituto de
Benquerença, da Direção Regional de Agricultura e
Investigação Aplicada do Politécnico de Coimbra, o
Pescas do Centro, o Eng.º Luís Saldanha, da CNJ -
Prof. Doutor Dmitry Evtyugin, da Universidade de
Confederação Nacional dos Jovens Agricultores e
Aveiro - Plataforma Tecnológica da Floresta, e a
painel
integrou
o
Eng.º
João
14
Prof.ª Doutora Ivonne Delgadillo, da Universidade
conceito de valorização do ser humano nas fábricas
de Aveiro - Plataforma Tecnológica Agro-
do futuro), – 2. Valorização de tecnologias
Alimentar. O painel deu início com uma
avançadas
apresentação sintética pelo Eng.º Vasco Lagarto,
produtos e sistemas eco-inovadores de maior valor
que apresentou o Pólo de Competitividade das
acrescentado (Promoção da incorporação de
Tecnologias de Informação, Comunicação e
tecnologias avançadas e/ou emergentes); e na
Eletrónica – TICE.PT, detalhando a sua visão de
Plataforma de Inovação “Valorização de recursos
“fazer de Portugal, até 2020, uma referência mundial
endógenos
no sector das TICE – Tecnologias de Informação,
sustentabilidade dos recursos naturais endógenos.
Comunicação
e
Eletrónica”,
propondo-se
serviços,
marketing
comercialização e de criação de soluções logísticas e
e
de rastreabilidade adequadas, de promover a transferência de conhecimento, que não chega ao
enquadramento operativo e referindo que os
terreno, e de demonstrar pela evidência a utilidade
conceitos “smart” associados às TICE são uma ideia
do uso das TICE nestas escalas económicas,
‘antiga’, já que em 1990 foi promovido pela então
centradas na pessoa, já que aos pequenos produtores
Comissão da Comunidade Europeia o workshop
e/ou industriais interessa sobremaneira a viabilidade
“Inteligent Cities”. Realçou ainda que “a indústria
e o lucro das suas explorações, ao que o Eng.º Vasco
agroalimentar é a principal indústria europeia, que
Lagarto informou que o TICE.PT tem em carteira
representa cerca de 15% de toda a indústria, fatura
um estudo a desenvolver pela Ernst & Young sobre
mais de 1.000.000.000.000€ (um milhão de milhões
a determinação do valor acrescentado aos diferentes
de euros) e conta com mais de 250.000 empresas”,
sectores económicos pelo uso das TICE. Já os
pelo que é um setor onde o TICE.PT aposta
representantes do SCTN referiram a necessidade de
claramente para o período 2014/2020. Chamou
cruzar diferentes valências interdisciplinares para a
ainda a atenção para as calls abertas – IoT-01-2016:
construção de soluções estruturantes, dando como
Large Scale Pilots; Pilot 2: Smart Farming and Food
exemplo de trabalho a desenvolver a deteção e
Security (30M€), e Rural Renaissance - Fostering
controle de pragas florestais e a estruturação e
innovation and business opportunities (66M€+62M€ -
dinamização de circuitos curtos de comercialização.
2016/17); e para a RIS3, enquadrando-se a
Quanto
agroindústria numa das 4 Plataformas de Inovação RIS3
do
Centro:
“Soluções
e
produtores, na promoção dos circuitos curtos de
internacionalização”, descrevendo a sua matriz de
da
Preservação
centrar estes desenvolvimentos nos pequenos
avançada,
desenvolvimento, produção e comercialização de e
–
processos,
sociedade civil CNJ e Minha Terra a necessidade de
nos processos de inovação, I&DT, transferência de
produtos
naturais”,
nos
que sobressaíram pelo lado das organizações da
envolva e mobilize os principais atores das TICE formação
emergentes
Feita esta introdução, deu-se início ao debate, em
“construir uma plataforma de concertação que
conhecimento,
e/ou
às
barreiras
à
transferência
de
conhecimento, identificaram como obstáculo a
industriais
idade média muito avançada dos atuais produtores
sustentáveis”, – 1. “Desenvolvimento do conceito –
primários
produção centrada no ser humano” (Promoção de
e
discutiram
a
possibilidade
de
desenvolver programas de capacitação específica,
projetos que contribuam para a mudança de
presencial ou à distância, mas a Dra. Regina Lopes
sistemas de produção industrial, de acordo com o
referiu o bloqueio operacional a muitas iniciativas 15
neste sentido, já que o desenho de afetação dos
originados nestes pequenos produtores, ao que o
fundos comunitários quanto a este propósito é, a seu
Eng.º João Paulo Benquerença referiu existirem
ver, inadequado, tendo referido que o atual quadro
medidas específicas no âmbito do PDR2020 que
coloca 75% das explorações fora do foco das
contemplam respostas a estas necessidades, e que a
políticas públicas, pelo que urge uma revisão dos
DRAPC se disponibiliza a apoiar esta tipologia de
seus propósitos. Foi salientado que 85% dos
iniciativas, integrando a capacidade das TICE na
produtos alimentares consumidos no país são
resposta às necessidades do sistema agrário.
Este painel encerrou com o convite feito pelo Eng.º Vasco Lagarto à Inova-Ria para que organizasse nova conferência sobre este tema em 2016, já que exige um trabalho continuado dos seus atores para que se atinjam os resultados desejados: a criação de oportunidades e sinergias para a articulação de Redes de Criação de Valor entre os dois setores.
4. Encerramento Ver: http://www.inova-ria.pt/sites/default/files/news/rui_martins_-_ccdrc.pdf
Os trabalhos da III Conferência
o “renascimento rural”, com 125 milhões de euros”.
da Inova-Ria foram encerrados
Assinalou que o Programa Operacional Centro
pelo
da
2020, enquanto instrumento para a concretização da
Comissão de Coordenação e
Estratégia de Especialização Inteligente definida na
Desenvolvimento Regional do Centro, que referiu a
Região Centro (RIS3), perspetiva investimentos nos
oportunidade do evento, salientou o papel pioneiro
domínios diferenciadores temáticos Agroindústria,
que o distrito de Aveiro tem repetidamente tomado,
Floresta, Turismo, Mar, Materiais, TICE, Saúde e
particularmente
Biotecnologia,
no
Dr.
que
Rui
Martins,
respeita
às
TICE,
bem
caracterizando o peso do sector na Região Centro,
transversais
onde representa “cerca de 1% em termos de
Eficiência
empresas, pessoal ao serviço e volume de negócios”,
Internacionalização,
realçando
perfeitamente
a
sua
“grande
capacidade
de
como
nas prioridades
Sustentabilidade Energética, os
dos
Coesão
Recursos,
Territorial
e
temas
que
enquadram
trabalhos
da
conferência.
transformação em todos os setores de atividade
Considerou que “as oportunidades criadas terão um
económica, na administração pública e nos
impacte significativo”, para o qual “é necessário a
cidadãos”, e assinalou a situação vivida no sector
colaboração e mobilização de todos (entidades
agrícola, onde, no período (1999-2009), 45% da
públicas, autarquias, associações, empresas e
população abandonou a atividade, a superfície
cidadãos), por forma a conseguir uma região mais
agrícola utilizada diminui 23% e o número de
empregadora, mais exportadora, que crie mais valor,
explorações reduziu-se em 44%, assistindo-se a um
e, em suma, seja mais desenvolvida”.
envelhecimento
significativo
dos
produtores
Assim, além de louvar a iniciativa, assegurou que a
agrícolas. Realçou que, a “nível comunitário, no
CCDRC será uma aliada nos desenvolvimentos que
Horizonte 2020 as TIC estão presentes na
esta articulação entre sistemas irá desencadear.
generalidade das áreas”, e que “o programa de trabalhos para 2016-2017 prevê uma tipologia para 16
5. Conclusões As TICE constituem a base instrumental da economia do conhecimento, tendo permitido o advento de soluções inovadoras na gestão operativa dos sistemas de produção/transformação que estruturam o sistema económico global, organizando o acesso a fluxos de informação crescentes que permitem integrar perspetivas pluridisciplinares para a otimização dos seus resultados. O sistema agrário encontra-se igualmente abrangido, onde conceitos como agricultura de precisão, sensorização/monitorização, rastreabilidade, automação e robótica, internet das coisas, open data e informação de apoio à tomada de decisão, virtualização de acesso a mercados, etc., têm-se entranhado de forma crescente no quotidiano dos produtores e industriais do sector. No entanto, o ‘gap’ digital entre as áreas rural e urbana não é apenas uma questão de cobertura, também está relacionado com velocidade, qualidade, custos de oportunidade e retorno de investimento que incentivem o uso das TICE no quotidiano dos operadores do sector. Esta conferência deu a conheceu parte do trabalho que está a ser desenvolvido na região de Aveiro e em Portugal, constituindo um primeiro fórum onde profissionais dos dois sectores se encontraram com académicos empenhados no aprofundamento destas temáticas, com representantes do poder local, de organismos governamentais e de organizações representativas dos operadores económicos envolvidos, mutuamente interessados na geração de resultados de valor e dispostos a desenvolver e articular o ecossistema Smart.Ruris, potenciando uma maior produtividade e competitividade nos sistemas de produção de bens agrícolas, agroalimentares, agroindustriais e florestais, bem como produzindo efeitos transformadores na estrutura económica, na organização social e na sustentabilidade do desenvolvimento rural. Constata-se assim que existe uma oportunidade reciprocamente enriquecedora através do desenvolvimento do cruzamento intersectorial entre as TICE e o sistema agrário, convergindo estratégias alinhadas com as necessidades da política Local, Regional, Nacional e Europeia e criando novos negócios e valor, processo esse onde a Inova-Ria assume, mais uma vez, o papel de catalisador para a especialização inteligente do território.
2015
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