Sobre a natureza das empresas

September 7, 2017 | Autor: Lucas Pagani | Categoria: Economia, Direito Empresarial, Mercado, Empreendedorismo
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Sobre a natureza das empresas e o fracasso do Estado como empreendedor






Abstract
O assunto do presente texto é uma análise da natureza das empresas, sendo essas privadas ou estatais. O intuito desta pesquisa é mostrar que o estado é um péssimo gerente de empresas e sempre estará fadado ao fracasso nesta atividade. O presente estudo também visa abordar a natureza do empreendedorismo em frente ao mercado estatal, tendo, para tanto, por referência as inúmeras matérias e notícias sobre o escândalo da maior empresa estatal de capital misto do Brasil, a Petrobrás. É um esclarecimento de o porque de as empresas que têm participação estatal ou mista estarão com data marcada para ruir e as péssimas complicações que isso há de gerar no mercado.


Com os escândalos que estouraram da Petrobrás, fizeram-me perguntar: Por que ocorreu essa corrupção? Por que ocorre essa quebra de mercado? Por que a Petrobrás ainda é mista? O que fez dela uma boa companhia e o que a fez ruir?

Com essas perguntas, eu comecei a pesquisar sobre o assunto. E consegui entender o porque de a Petrobrás estar com seus dias contados, desde o primeiro momento da sua inauguração, e, que não somente ela, mas todas as empresas que tivessem o Estado como dono ou como sócio majoritário. Não é apenas culpa de quem administra. Não é apenas culpa dos corruptos que usam a empresa a bel prazer. É a sua natureza que possibilita que pessoas como Graça Foster se aproveitem da empresa sem que haja consequências.

O empresário ou o dono do empreendimento abre a empresa no intuito de satisfazer o mercado e ganhar lucros sobre isso. Ele tem que satisfazer seus clientes para conseguir ter algum lucro, senão poderá falir. O empresário que deseja ter sucesso, sabe que não é o patrão da sua empresa. Ele tem plena consciência de que o consumidor é seu patrão. Este é quem define o salário do autônomo, suas produções e, por último, se o empreendedor terá lucro ou perdas ao longo do caminho.

Mises descreve o que um empresário deve ser e os riscos que ele encontra:

" O empresário, como todo agente homem, é sempre um especulador. Lida com situações futuras e incertas. Seu sucesso ou fracasso depende da acuidade que antecipa a ocorrência de eventos incertos. Se falhar no seu julgamento do que deverá ocorrer, está condenado ao fracasso. A única fonte de onde brota o lucro de um empresário é sua capacidade de antecipar melhor do que outras pessoas qual será a demanda futura dos consumidores. Se todos fossem capazes de antecipar corretamente qual seria, no futuro, a situação de um mercado de uma determinada mercadoria, o preço dessa mercadoria e os preços de seus fatores complementares de produção já estariam, desde hoje, ajustados a essa situação futura. Nem lucro nem perda poderiam advir para aqueles que se lançassem nessa atividade econômica.
A função específica do empresário é determinar a maneira pela qual devem ser empregados os fatores de produção; é decidir com o que objetivos específicos esses devem ser utilizados. Ao fazê-lo, um empresário é guiado pelo seu interesse egoísta de realizar lucros e acumular riqueza. Mas não pode iludir a lei do mercado. Para ser bem sucedido, precisa melhor servir os consumidores. Seu lucro depende da aprovação da sua conduta pelos consumidores."[1] - Ação humana, ed. 2010, página 350-351, Mises, São Paulo.

O empresário tem de satisfazer o mercado. Ele reconhece que seu caminho vai depender do seu consumidor. O empreendedorismo, para Mises, é esseo cliente como dono absoluto da economia. Sem ele, os produtos e empresas jamais existiriam. Essa é a economia de mercado. Isso é o capitalismo. Produzir riquezas e satisfazer clientes.

Uma empresa é feita para satisfazer o consumidor. Ela não tem obrigação de ser um pai para a sociedade. Ela não tem obrigações de ser uma babá para a sociedade. A única função social que um empresário tem que ter é a de ter lucro.




" Now one of the main functions of profits is to shift the control of capital to those who know how to employ it in the best possible way for the satisfaction of the public. The more profits a man earns, the greater his wealth consequently becomes, the more greater his wealth consequently becomes, the more influential does he become in the conduct of business affairs. Profit and loss are the instruments by means of witch the consumers pass the direction of production activities into the hands of those who are best fit to confiscate profits impairs this function. The result of such measures is to loosen the grip the consumers hold over the course of production. The economic machine becomes, from the point of view of the people, less efficient and less responsive". [2] Mises, Profit and loss, ED 2008, pag 23.

A empresa privada terá sempre o seu norte, que é o Lucro e a perda. Se estiver lucrando, significa que está satisfazendo o seu mercado e investirá mais nele. Se estiver tendo prejuízo, sua estratégia terá de mudar ou a empresa abrirá a falência.

Agora, como funciona uma empresa estatal ou de capital misto? Qual é o norte para saber se está satisfazendo o mercado -ou melhor: Não está roubando o dinheiro do consumidor- ?

A natureza da empresa estatal é servir à população o serviço, sem lucro ou perda.

O Estado distribui o serviço de sorte que o seja "de graça" como por exemplo o sistema único de saúde. Distribui-se remédios, consultas, equipamentos e todos os aparatos que necessários ao atendimento de uma vasta massa de cidadãos. Pessoas sempre terão necessidades infinitas e, enquanto isso, os recursos são escassos. Como se distribuirá algo que é escasso para uma quantidade quase infinitamente superior àquilo que se tem? Vários entraves passam a ser criados para que se possa conseguir remanejar e distribuir recursos.

Com esses entraves - ou burocracia - começa o pesadelo. O governo vê que não consegue lucrar para conseguir aumentar a sua tecnologia, para aumentar seus recursos e atender ao público, ao contrário dos empresários, e então começa a aumentar impostos e utilizar uma burocracia cada vez mais pesada. Quem aqui já não viu uma pessoa não ser atendida por que não se encaixava em um dos entraves que o SUS exigia para ser tratado? O consumidor acaba sendo lesado, de tal modo que as pessoas são deixadas à mercê da sorte. O Estado age ao contrário do empresário: eles fazem o consumidor se dobrar e aceitar aquilo que lhe oferece por motivos de que aquilo só eles podem oferecer. Os empresários são malvados e iriam somente explorar a mais-valia do consumidor. (do consumidor??)

Quando o Estado tem uma empresa com um mercado competitivo, ela não produz para ter lucros e investir em sua empresa, mas fica estática na economia. Ela começa a perder o mercado e toma medidas que só ela pode tomar, visto o monopólio da coerção. Ela fecha o mercado e justifica o monopólio como: Esse setor não daria lucro para o empresário, ele não vai investir aqui; são recursos naturais e somente o estado pode cuidar para que não haja abusos dos empresários sobre esses recursos; Esse setor não é bom economicamente, então o Estado vai fornecer a demanda.

Correios, petróleo, nióbio, água, energia… esses setores que são considerados ou sem valor econômico ou recursos naturais escassos que "fantasiosamente" o empresário iria secar o país. Pois bem. Interessante essa vontade de proteger o país e seus cidadãos, Estado. Mas é apenas uma jogada de mercado para fazer você acreditar que esse serviço não seria viável nas mãos do privado e que o empresário roubaria a riqueza do país.

Se o setor não é economicamente viável, por que existe? Se houver uma demanda, haverá a oferta. Se o setor é utilizado e tem um grande uso pela população como o metro, como assim não tem valor mercantil? Oras, se há uma demanda, como assim não terá oferta, caro estado? Não basta querer tirar do cidadão suas liberdades, quer também confiscar-lhe também seu dinheiro e suas escolhas? Suas empresas nascem para irem à falência.

O individuo sempre será soberano, ao passo que, a empresa que tem natureza estatal, não sobreviverá, pois se coloca no lugar do consumidor. A prepotência estatal de querer ir contra todas as regras do mercado e ainda querer que seus súditos comprem dele é ser prepotente e fraco. Todos aqueles que têm por natureza o uso da força como origem estão fadados ao fracasso. Aquele que não tem a capacidade de vender seu produto ou a capacidade de convencer o consumidor é um fracassado que não aguenta perder e quer que todos sejam fracassados como ele.

"A eliminação dos empresários que deixam de dar às suas empresas um grau adequado de eficiência tecnológica, ou cuja ignorância tecnológica vicia o cálculo dos custos, é efetuada pelo mercado da mesma maneira como são eliminados os empresários cujo desempenho nas funções tipicamente empresariais é deficiente" Mises[3] Ação humana, ed 2010, pag 352.

Ei governo, que tal começar a deixar o mercado livre? Compita. Mostre que o Estado é melhor que o privado. Libere os entraves econômicos, abra a concorrência. Por que não fazer isso? Não seria melhor para o povo? Preços baixos e tecnologia renovando a cada ano… Vocês são contra o povo agora? Deixem os mercados livres! Tente concorrer, caro. Não tenha medo.

A Petrobrás é apenas mais uma empresa que tem um tempo - e não irá demorar - a falir. Graça Foster é apenas um peão, como todos ali dentro. Eles só estão ali para usar o seu dinheiro em benefício do Estado, não do cidadão. Eles servem a si mesmos, não a você, cliente. Vocês querem ser tratados bem e conseguirem o conforto que querem? Escolham o empresário, ele não mede esforços em satisfazer o seu desejo.

"The 'private sector' of the economy is, in fact, the voluntary sector; and the 'public sector' is, in fact, the coercive sector."

"O "setor privado" da economia é, de fato, o setor voluntário; e o "setor publico" é, de fato, o setor coercitivo" Henry Hazlitt.



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