Sobre as marcas cruciformes do Concelho do Sabugal

September 12, 2017 | Autor: Marcos Osorio | Categoria: Judaism, Sefardic studies, Arqueología Medieval y Moderna, History of Judaism In Antiquity
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Judeus, Judiarias e Cristãos-Novos na Beira Interior

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Índice

Judeus e cristãos-novos, em terras da Beira ....................................................................................................................................................................................................................................... Antonieta Garcia Judeus, Criptojudeus e Cristãos-novos: Arquitetura Doméstica na Raia Quinhentista ............................................................ José da Conceição Afonso Judeus e Cristãos-novos em terras de Almeida .......................................................................................................................................................................................................................... Adriano Vasco Rodrigues A Presença Judaica em Belmonte .............................................................................................................................................................................................................................................................................. Elisabete Robalo Resenha dos aspetos mais relevantes sobre a Judiaria de Castelo Branco ............................................................................................................ José da Conceição Afonso Judeus e Cristãos-novos no Concelho de Celorico da Beira .............................................................................................................................................................................. António Marques | Ivo Borrego A Judiaria da Covilhã ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ André Veiga | Carlos Madaleno A Presença Judaica em Castelo Rodrigo (Figueira de Castelo Rodrigo) ........................................................................................................................ Miguel Torres O Património Judaico do Fundão. Visibilidades e invisibilidades no poliedro da memória local ................................ Pedro Miguel Salvado | Ana Cunha Legado Judaico em Gouveia ............................................................................................................................................................................................................................................................................................... João Rebocho A Judiaria Medieval da Guarda, um caso singular? ........................................................................................................................................................................................................... Rita Costa Gomes Estudo de vestígios de uma presença judaica e/ou cristã-nova na vila de Manteigas .............................................................................. Patrícia Cunha | Patrícia Martins História e Presença de Judeus no Concelho de Mêda. Contributos para o seu estudo ............................................................... João Paulo Azevedo Herança Judaica em Penamacor ................................................................................................................................................................................................................................................................................. António Cabanas | Laurinda Mendes | Joaquim Nabais Os Marranos em Pinhel… contributo para a sua História ................................................................................................................................................................................ Estela Simões | Fernanda Pires | Francisco Afonso | Laurindo Monteiro A Judiaria do Sabugal ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... Jorge Martins Sobre as marcas cruciformes do Concelho do Sabugal ............................................................................................................................................................................................ Marcos Osório A Presença Judaica em Seia ................................................................................................................................................................................................................................................................................................ Filomena Carvalho Judeus e cristãos-novos de Trancoso - História e Património ...................................................................................................................................................................... Carla Alexandra Gaspar dos Santos Judeus e Cristãos-Novos em Vila Nova de Foz Côa ....................................................................................................................................................................................................................... Aida Maria Oliveira Carvalho Memórias Judaicas em Portugal ................................................................................................................................................................................................................................................................................. Rabino Elisha Salas Glossário ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ Bibliograia ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. Notas .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Sobre as marcas cruciformes do Concelho do Sabugal Marcos Osório Câmara Municipal do Sabugal

O recente incremento do estudo dos vestígios da presença judaica em Portugal tem avivado o interesse por todos os sinais existentes nos centros históricos das vilas e cidades que, de alguma forma, possam estar associados a estas primitivas comunidades. À falta de outros objetos arqueológicos ou de representações artísticas gravadas na pedra, cinzeladas no metal, incisas na cerâmica ou desenhadas em pergaminhos, de indiscutível origem hebraica327, tem-se falado sobretudo de cruzes, de concavidades e de rasgos longitudinais nas ombreiras das portas das moradias, bem como dos nichos de pedra encastrados nas paredes interiores dos imóveis, que são interpretados como os armários sagrados do rito judaico. O Gabinete de Arqueologia do Município do Sabugal tem estado a proceder ao levantamento das inúmeras marcas cruciformes gravadas nos edifícios tradicionais deste Concelho, começando pelas sedes dos primitivos municípios medievais da região, contribuindo desta forma para o inventário deste património cultural. O trabalho vem no seguimento de outros já realizados, por exemplo, na Guarda328, em Trancoso329 ou em Celorico da Beira330, bem como em outras vilas do Alentejo ou da Extremadura espanhola, onde existem registos semelhantes. Estas cruzes inscritas nas portas das casas são, indubitavelmente, uma interessante manifestação religiosa, bastante peculiar na nossa região, e estão presentes não só por todos os centros históricos das antigas vilas medievais, mas também nos restantes aglomerados menores da região. A popularidade que estes traços de religiosidade judaica têm ganho ultimamente, sobretudo ao nível da divulgação das rotas turísticas e patrimoniais, teve forte repercussão na necessidade de efetuar o levantamento rigoroso deste património simbólico-religioso também no Município do Sabugal, pois elas encontram-se entre as mais singelas e comuns expressões artísticas que observamos nas aldeias tradicionais das Beiras.

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Mas encontra-se subjacente a este recente interesse pela temática, a vontade de proceder ao estudo da presença judaica em Portugal, deinindo os espaços de vivência destas sociedades encriptadas. Assim, tem sido um recurso frequente de alguns investigadores intentar mapear as moradias com cruzes gravadas nos umbrais das portas no traçado urbano dos aglomerados, com vista à deinição dos limites das primitivas judiarias medievais e modernas. Com este trabalho desejamos apresentar um cadastro preliminar, apenas de quatro centros históricos deste concelho – Sabugal, Sortelha, Vila do Touro e Vilar Maior, dado que por falta de tempo não foi ainda possível integrar o levantamento iniciado em Alfaiates. Estas sedes de concelhos medievais desenvolveram-se em torno das fortiicações acasteladas, o centro de maior importância política e militar, e preservam ainda um ediicado tradicional, melhor ou pior conservado pelas reconstruções mais recentes, onde perduram alguns imóveis com balcões alpendrados, com vãos biselados e com molduras manuelinas, associados a estes testemunhos arcaicos de religiosidade ou não. O levantamento que se segue foi organizado e individualizado por centros históricos, enumerando e localizando as cruzes, e inalizamos com uma apresentação conjunta de todas as cruzes em jeito de tipologia formal. Cremos que este inventário da região do Alto Côa é o primeiro, e não será o único, contributo para esta discussão, pois pretendemos alargar o seu âmbito em futuras abordagens que se venham a realizar.

Sabugal

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Planta do núcleo urbano do Sabugal, localizando as marcas cruciformes intramuralhas e no arrabalde

Sortelha

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Planta do aglomerado urbano de Sortelha assinalando as diversas marcas cruciformes

Vila do Touro

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Planta do núcleo urbano de Vila do Touro assinalando as marcas cruciformes identiicadas

Vilar Maior

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Planta do núcleo urbano de Vilar Maior assinalando as marcas cruciformes identiicadas

A problemática das marcas cruciformes As marcas cruciformes gravadas nos imóveis civis, militares ou religiosos são manifestações culturais omnipresentes por toda a região da Beira Interior. São abundantes e observam-se em todos os núcleos populacionais, não só nas primitivas vilas medievais, mas também em qualquer casario tradicional e até mesmo em moinhos, palheiros e abrigos de pastores mais rudimentares, afastados das povoações, ganhando o estatuto de principal marca da religiosidade destas gentes beirãs. A cruz, apesar de ser empregue desde tempos pré-históricos em diversas representações de arte rupestre, é o símbolo cristão por excelência quando aparece em contexto arquitetónico medieval e moderno331, tendo mais do que um cunho identiicativo da crença religiosa, mas detendo principalmente um caráter apotropaico, isto é, uma ação protetora nas propriedades, nos espaços públicos, nos edifícios e nas próprias gentes, o que explica a sua abundância. As 143 cruzes deste levantamento provêm apenas de quatro centros históricos, onde detetámos sensivelmente o mesmo número de elementos por aglomerado: 30 no Sabugal, 57 em Sortelha, 31 em Vila do Touro e 25 em Vilar Maior. A explicação para a maior quantidade de cruzes observadas em Sortelha deve-se ao melhor estado de conservação arquitetónica do seu casario, em comparação com as outras Vilas, onde o desenvolvimento urbanístico, especialmente nas décadas de 70 e 80, terá apagado muitos outros exemplares existentes. O levantamento das marcas cruciformes da Aldeia Histórica de Sortelha é o mais iável para o estudo desta problemática. Esse inventário mostra indiscutivelmente que elas eram muito frequentes e que foram gravadas por todo o aglomerado urbano, em variados âmbitos e, provavelmente, em múltiplos momentos históricos.

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Diz a tradição oral que a casa com cruciforme foi habitada por judeus332, contudo, a sua distribuição pelos espaços urbanos analisados tem vindo a revelar-se bastante homogénea, não se concentrando apenas em determinados arruamentos ou quarteirões correspondentes à residência de gente de particular herança cultural ou religiosa. Nos casos pontuais em que isso acontece talvez se possa explicar apenas pelo facto de aí se conservarem as ediicações mais antigas e tradicionais (como se constatou principalmente em Vilar Maior e em Vila do Touro). Sortelha, que constitui um conjunto urbanístico totalmente preservado, mostra de forma clara essa dispersão por todo o aglomerado e a inexistência de concentrações óbvias. O que é atestado pela referência do documento de registo dos bens e rendimentos dos alcaides, datado de 1496, onde é dito que em Sortelha mourarya, nem Judarya nom ha na dicta Vila333, tal como em Vilar Maior Judarya nem mourarya nom ha quy […] nenhus deles334. E se para Vila do Touro não temos referência neste documento, para Alfaiates é mesmo dito [Judeus e] mouros nom mora aquy nenhu335, ao contrário do Sabugal, em que um dos direitos do respetivo alcaide era o de receber a sysa judenga336, no valor de 10.720 reais337, que prova a existência da comunidade na vila. Com base nesta importante referência documental icamos a saber que muitos concelhos beirões nunca tinham conhecido população judaica, como Sortelha, Alfaiates, Vilar Maior, etc338. Tendo em conta, pelo contrário, as diversas citações das chancelarias reais, apenas no Sabugal se justiica intentar demarcar bairros ou arruamentos de presença judaica no aglomerado a partir da concentração de cruzes em áreas especíicas do casario, embora isso não seja tarefa fácil dada a sua notável dispersão. Mas apesar destas referências documentais, as cruzes continuam a ser sistematicamente associadas aos quarteirões das comunidades criptojudaicas por todas as povoações beirãs, considerando o facto de que, após a sua conversão a cristãosnovos (a partir dos inais do século XV), recorreram a este sinal exterior para airmar publicamente a sua mudança de credo339. E tendo presente o costume judaico de marcar a mezuzah (palavra hebraica para ombreira340), ter-se-ão apropriado da cruz e mantido a tradição de sinalizar a entrada da residência com a airmação da sua fé, identiicando-se assim com a comunidade onde residiam. Ora, isto pressupõe um ato de “camulagem” entre as representações existentes das comunidades maioritárias desses aglomerados (caso contrário, o efeito pretendido não seria obtido), o que nos leva, hoje, a ter naturais diiculdades de destrinçar o que é cristão-velho e o que é cristão-novo. Por isso mesmo elas aparecem não só nos umbrais, mas em diversiicados contextos arquitetónicos341, levando-nos a desconiar da hipótese da sua gravação apenas no contexto da problemática cripto-judaica. Outra irredutível prova de que a gravação de cruzes não é exclusiva dos cristãos-novos é a presença habitual à porta das fortiicações, como ocorre por exemplo no castelo medieval de Sortelha e na fortiicação manuelina de Alfaiates342. Veriicamos assim que o hábito de colocar sinais cruciformes à entrada de qualquer construção foi praticado durante vários séculos pelas comunidades cristãs medievais e modernas, como forma de proteção divina desse espaço343, por isso elas aparecem recorrentemente nas próprias ediicações militares de Riba Côa344. O mesmo se poderia aduzir sobre a sua presença à entrada das casas paroquiais (sor31 e 42), dos hospitais da Misericórdia (sbg30) ou das igrejas (sbg28 e 29; sor1, 2, 3 e 4)345, constatando-se até que essas cruzes não manifestam diferenças tipológicas em relação às restantes, atribuídas a casas de comunidades judaicas convertidas. Que esse rito repetido ao longo dos anos tenha raízes no princípio hebraico expresso no livro de Deuteronómio 6:9 ou 11:20, não podemos asseverar, mas sabemos que não foi gravado por mão judaica ou cristã-nova. Um aspeto evidenciado nestes levantamentos prende-se com a sua localização nos vãos dos imóveis, especialmente à porta, não havendo uma clara preferência por um dos lados, variando entre a ombreira esquerda ou direita, quer na cabeça da ombreira (exterior) ou na aduela, e nunca na gola da ombreira (interna). Ora, a indicação expressa para a colocação da oração da Shemá e Vehaiá judaica é a ombreira direita. Será este um critério que distinga as cruzes de autoria cristã-nova? A presumível relação entre as cruzes e as ombreiras ou vergas biseladas de portados ou janelas quinhentistas, visível em cerca de 75% dos casos346, não se repete nos quatro centros históricos abordados, onde das 143 cruzes identiicadas, apenas 22

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marcas se encontram em tais condições. Em Sortelha foram registados 11 portados com ombreiras e vergas biseladas das quais apenas 4 moradias tinham cruz (36%)347. As cruzes aparecem frequentemente isoladas e algumas vezes aos pares, ladeando a porta do edifício, mas raramente se agrupam mais do que 3 no mesmo imóvel. Neste último caso elas demonstram a elevada devoção do seu proprietário ou testemunham a repetição do gesto de marcação da cruz em sucessivas gerações. Contudo, as cruzes também são colocadas em janelas e em outras paredes de imóveis. Temos casos de cruzes gravadas na face externa do peitoril de uma janela manuelina de Vila do Touro (vt22) ou na janela da casa paroquial de Sortelha (sor31), e conhecem-se cruzes gravadas à esquina de edifícios no Sabugal (sbg6) e em Sortelha (sor26 e 39). Tendo feito o decalque dos vários exemplares izemos a sua classiicação por grupos, de acordo com a morfologia dos desenhos, e veriicámos a existência de grande diversidade tipológica, com as formas mais elementares a predominarem, naturalmente. Nos quadros que se seguem, apresentamos cada marca cruciforme organizada por tipos e subtipos, com as respetivas variantes. O número de inventário consta de uma abreviatura da localidade (VM = Vilar Maior, VT = Vila do Touro, SOR = Sortelha e SBG = Sabugal) e do respetivo algarismo de identiicação.

Tipos e subtipos de marcas cruciformes

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Da análise morfológica dos elementos recolhidos, veriicamos que a cruz grega e a cruz latina de hastes simples são os tipos mais representativos (respetivamente 13 e 39 casos), pois a facilidade de gravação, por intermédio do cruzamento de dois traços perpendiculares, facilitava a sua execução. A cruz grega simples distribui-se da seguinte forma: 6 em Sortelha, 3 no Sabugal, 2 em Vilar Maior e 2 em Vila do Touro; já a cruz latina simples aparece 23 vezes em Sortelha, 9 vezes no Sabugal, 5 em Vila do Touro e apenas 2 em Vilar Maior. As restantes 91 cruzes desenhadas apresentam, pelo contrário, hastes ou bases elaboradas, sendo a cruz assente sobre elemento geométrico um dos grupos predominantes. Ao nível das hastes veriica-se alguma variedade morfológica e 35 cruzes apresentam remates elaborados: 17 com hastes potentadas, 12 de tipo bordonado, 3 recruzetadas e 3 com hastes triangulares ou losangolares. Nota ainda para a frequência de utilização de pontos ou covinhas como elementos decorativos (sbg25, vt20, vt11, sbg12), complementando as hastes das cruzes (vt22 e vt 25) ou mesmo substituindo-as (vt17 e sbg22). As bases das cruzes também diferem morfologicamente, sendo mais comuns as bases circulares (20 casos), semicirculares (3 casos) e triangulares (11 casos). Estas bases são atravessadas pela haste vertical da cruz em 32 ocasiões: 17 nas circulares, 5 em semicirculares e 10 em triangulares. As bases circulares simples encontram-se distribuídas por Vilar Maior (3), Vila do Touro (3) e Sabugal (2); enquanto os exemplares cuja base circular é atravessada pela haste vertical concentram-se em Vila do Touro (6 casos), Sortelha (5 casos) e mais 3 em Vilar Maior e 3 também no Sabugal. Já as bases triangulares simples aparecem apenas no Sabugal (2) e em Vila do Touro (5); sendo apenas atravessadas pela haste vertical em 4 casos no Sabugal, 3 em Sortelha, 2 em Vila do Touro e apenas 1 em Vilar Maior. Observam-se ainda outros tipos de cruzes com base plana (5), semicircular invertida (3)

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ou assente sobre o cristograma IHS (Ihesus). Não há, de facto, particularidades tipológicas restritas a determinadas povoações, pois os motivos repetem-se com regular cadência por todos os centros históricos, excetuando-se as cruzes de base semicircular aberta do Sabugal (3 marcas) ou as cruzes de hastes losangolares ou triangulares de Vilar Maior (2 marcas), que não se repetem em outras localidades. Estes casos isolados podem constituir, seguramente, um testemunho do estilo particular de determinados indivíduos das respetivas povoações. Outro dado importante a assinalar prende-se com a ocorrência de 5 cruzes associadas a datas, todas elas na povoação de Vila do Touro. Parece que a gravação de cruzes foi, nesta povoação, acompanhada frequentemente de uma vontade de datar para a posteridade o ato. Isto coloca um interesse acrescido, porque atribuindo uma cronologia a estas cruzes, poderemos, indiretamente, ter um paralelo para os restantes exemplares morfologicamente idênticos. As datações obtidas nos decalques oscilam apenas entre 1736 e 1798. Será este fenómeno maioritariamente datável do século XVIII ou houve uma continuidade diacrónica das mesmas tipologias de cruzes desde os inais da Idade Média até à Idade Contemporânea, sendo apenas datadas as das épocas mais recentes? Rematando este trabalho, constatamos que os diversos núcleos urbanos do concelho do Sabugal são ricos em diversiicada iconograia de cariz artístico-religioso que importa inventariar, estudar e preservar, sobretudo porque, também ela, corre sérios riscos de destruição e apagamento. Apesar de não termos podido alargar o âmbito de intervenção a mais aglomerados - especialmente a Alfaiates, outro importante centro histórico e sede municipal medieval - o trabalho realizado permite-nos considerar que a amostra é representativa. Mas quanto mais elementos se puderem recolher, maior será a amplitude de análise e mais abrangentes serão os dados estatísticos e comparativos. Não sabemos se este levantamento das marcas cruciformes contribui de alguma forma para o estudo e deinição das judiarias na Beira Interior, pois não conseguimos obter elementos que permitissem deinir rigorosamente as áreas de vivência dos cristãos-novos ou das antigas comunidades judaicas. Tendo presente que nem sempre a gravação de um elemento cruciforme ou outra marca de simbologia religiosa está relacionada com um antigo espaço de ocupação judaica348, olhando para este inventário gráico não somos capazes de distinguir, à luz das questões colocadas, que cruzes foram gravadas por comunidades criptojudaicas ou por outras. A sua uniformidade morfológica e a disparidade de situações onde aparecem é tão lagrante que torna inviável, partindo das cruzes, procedermos a esta caracterização do perímetro das judiarias. Terão que ser outras fontes, especialmente de caráter documental e não arqueológico, a constituir a base de trabalho. Aproveitamos porém esta oportunidade para partilhar estas recolhas e informações com os especialistas desta temática, que poderão associar estes dados a outras informações documentais que disponham.

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Braamcamp Freire, “Os cadernos de assentamentos”, in Arquivo Histórico Português, vol. 10, 1916, pp. 292-293. Maria José Ferro Tavares, Os Judeus em Portugal no Século XV, vol. II, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1981, pp. 631-634. Maria José Ferro Tavares, op. cit., pp. 319-320. ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, liv. 38, l, 96vº. ANTT, Chancelaria de D. João II, liv. 22, l. 133vº. ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 26, ls. 27vº-28, 64vº. Maria José Ferro Tavares, op. cit., p. 854. 9/9/1499, conirmação de uma carta de D. Manuel I, datada de Montemor-o-Novo, 12 de janeiro de 1496, in ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 13, l. 18. Maria José Ferro Tavares, op. cit., 754. ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 26, l. 64v. ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 35, l. 98. Carmen Balesteros; Carla Alexandra Santos, “Aspetos da Arqueologia Judaica em Trancoso”, in Beira Interior História e Património, Guarda, 2000, p. 332. Carmen Balesteros; António Saraiva, Marcas Mágico-Religiosas no Centro Histórico da Guarda, Guarda, Agência para a Promoção da Guarda / Câmara Municipal, 2007. Carmen Balesteros; Carla Alexandra Santos, “Aspetos da Arqueologia Judaica em Trancoso”, op. cit. Ana Penisga, “Presença judaica em Celorico da Beira: Judiaria e inscrições cruciformes (sobre análise histórica) ”, in Praça Velha, n.º 14, Guarda, Câmara municipal da Guarda, 2003. Carmen Balesteros; Carla Alexandra Santos, “Aspetos da Arqueologia Judaica em Trancoso”, op. cit., p. 332. José da Conceição Afonso, “Judaísmo e arquitetura vernácula civil na Beira Interior Quinhentista”, Atas do Fórum Valorização e Promoção do Património Regional, vol. 2, Porto, 2008, p. 19. João José Alves Dias, “A Beira Interior em 1496 (Sociedade, administração e demograia)”, Arquipélago, Série Ciências Humanas, Ponta Delgada, 4, 1982, 147; José Manuel Vargas, Forais de Belmonte, Belmonte, Câmara Municipal, 2001, pp. 32 e 46 Idem, p. 165. Idem, p. 164. Idem, p. 163. Maria José Ferro Tavares, “Entre a história e a lenda: a memória judaica em Portugal ou o desconhecido Portugal judaico”, in Judiarias, judeus e judaísmo, [Turres Veteras, n.º 15], Torres Vedras, Edições Colibri, 2013, p. 253. Idem, p. 252. José da Conceição Afonso, op. cit., p. 19. C. Balesteros; A. Saraiva, op. cit., p. 13. C. Balesteros; C. A. Santos, op. cit., p. 333. Elisabete Robalo, Marcas de canteiro dos castelos de Riba-Côa [Texto policopiado], Lisboa, [s.n], 2003, pp. 63 e 65; Marcos Osório, Sortelha: segredos por desvendar, Sabugal, Empresa Municipal Sabugal+, 2012, p.171 e ig. 185. C. Balesteros; C. A. Santos, op. cit., p. 334. Elisabete Robalo, “Marcas de canteiro dos castelos do Concelho de Sabugal”, Sabucale, n.º 1, Sabugal, Sabugal+, 2009, p. 51. Marcos Osório, op. cit., pp. 171-172. José da Conceição Afonso, op. cit., p. 19. Marcos Osório, op. cit., p. 157. C. Balesteros; C. A. Santos, op. cit., p. 333. Laurinda Gil Mendes, Marcas Judaicas no urbanismo e na arquitetura de Penamacor, Penamacor, Município de Penamacor, 2011, p. 13. Http://myguide.iol.pt/proiles/blogs/rota-medieval-e-judaica-em-portugal, consultada a 20/03/2013. Total de 149 processos que encontramos disponíveis na página do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT). Cf. ANTT, Tribunal do Santo Oicio, Inquisição de Coimbra, processo n.º 12. Lúcia Liba Mucznik, et al., Dicionário do Judaísmo Português, Editorial Presença, Lisboa, 2009, p. 57. José Pedro Paiva, Baluartes da fé e da disciplina: enlace entre a Inquisição e os bispos em Portugal (1536 – 1750), Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011, p. 112. ANTT, Tribunal do Santo Oicio, Inquisição de Coimbra, processo n.º 1771, António Tomás, 32/33 anos, morada: Sabugueiro, ilho de Tomás Fernandes e de Violante 11/02/1573 – 07/08/1573, Cristão-velho, crime de acusação: de impedir o reto, estatuto proissional: padre e cura da Igreja de São João no Sabugueiro, o réu não foi a auto de fé público e a 08/08/1573 foi mandado soltar, para ir cumprir degredo. Ver quadro dos processos inquisitoriais de Seia. Dedico este artigo à minha amiga e mentora Dr.ª Carmen Balesteros, por tudo... E porque que a vida não deixou que também ela escrevesse um artigo para integrar esta obra. Eternamente grata por ter feito parte da minha vida. Agradeço à Ana Soia Castela pela incansável ajuda na organização por datas dos processos de Trancoso e ao Carlos Andrade pelas fotograias da judiaria. Aos dois o meu bem-haja. Adriano Vasco Rodrigues, Judeus e Inquisição na Guarda, Porto, 1980, p. 18. Lopes Correia, Trancoso - Notas para uma Monograia, Trancoso, Câmara Municipal de Trancoso, 1989, pp. 123-124. Elias Lipiner, Gonçalo Anes Bandarra e os Cristãos-novos, A.P.E.J., Trancoso, Câmara Municipal de Trancoso, 1996, p. 31. Idem, p. 29. José Marques, “Relações de D. Afonso V e D. João II com a Comuna Judaica de Trancoso. Algumas Notas”, In Separata da Revista de Ciências Históricas da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto, 1988, pp. 226-236. João José Alves Dias, Gentes e Espaços (em torno da população portuguesa na primeira metade do século XVI), Fundação Nacional de Investigação Cientíica, vol.1, 1996, pp. 199 e 386-442. Carmen Balesteros, Carla Alexandra Santos, “Aspetos da Arqueologia Judaica em Trancoso”, in Beira Interior História e Património, Atas das I Jornadas de Património da Beira Interior, Guarda, Ferreira e Outros Editores, 2000, pp. 331-334. Carmen Balesteros, “Marcas de Simbologia Religiosa Judaica e Cristã - para um levantamento prévio em povoações da raia portuguesa e espanhola”, in Callipole, n.º 3/4,Vila Viçosa, 1995-96, pp. 19-26. Carmen Balesteros, Carla Alexandra Santos, “Arqueologia Judaica no Concelho de Trancoso (Novos Elementos) ”, In Cadernos de Estudos Sefarditas, n.º 4, Lisboa, Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste», FLUL, 2003, pp. 9-40. Carla Alexandra Santos, “Um Percurso com Fé, o Património Judaico de Trancoso”, in Fórum Valorização e Promoção do Património Regional, Atas das Sessões, Investigar e Valorizar o Património, Estudos Judaicos, Sítios Arqueológicos e Visitantes, vol. 2, Vila Nova de Foz Côa, A.C.D.R e Parque Arqueológico do Vale do Côa, 2008, pp. 26-33. Quando um grupo de investigadores, se reuniu para denominarem as marcas que apareciam gravadas principalmente nas ombreiras de porta das antigas judiarias portuguesas e espanholas, estavam longe de pensar que a polémica fosse tão longe. Agora já com a denominação apenas de marcas religiosas. Nunca é demais relembrar que foram estes e muitos outros investigadores que ajudaram a promover e a incentivar que houvesse mais gente a olhar e a investigar a História dos Judeus em Portugal. Fosse a documentação escrita e/ou a material. Cf. Marcas Mágico-Religiosas no Centro Histórico da Guarda, Edição PolisGuarda, 2006. Tratado da Scencia Cabala, ou notícia da Arte Cabalística, Edição Fac-Símile, Alcalá, MMVII, 1724. Sabemos que é uma das intenções da Rede de Judiarias de Portugal. Kim Zetter, Cabala para viver com sabedoria no mundo moderno, Nova Era, 2000, p. 43. Esquemas como este são usados para o estudo da Cabala e, de facto, alguns são idênticos às bases das marcas cruciformes, mas insisto na fundamentação, porque só assim se faz História verdadeira. C. Balesteros, C. A. Santos, “Arqueologia Judaica no Concelho de Trancoso (Novos Elementos)”, op. cit., pp. 9-40. Carlos Berrincha Martins, “D. Luís Monterroio”, in Revista Altitude, Ano LIX, n.º 6, 3ª Série, 2001, p.10. Lopes Correia, Trancoso - Notas para uma Monograia, op. cit., pp. 104-109. C. Balesteros, C. A. Santos, “Arqueologia Judaica no Concelho de Trancoso (Novos Elementos) ”, op. cit., pp. 9-40. Alan Unterman, Dicionário Judaico de lendas e tradições, Rio de Janeiro, 1992, pp. 151-159. A indicação, para uma pesquisa mais aprofundada sobre esta pedra, foi-nos dada pelo Arquiteto José da Conceição Afonso quando identiicou umas marcas, depois de ter tirado uma fotograia numa perspetiva diferente. A ele o nosso bem-haja. Ver obra: Trancosanos - História e Genealogia séculos XVI-XIX na página 50. Refere-se a um Lopo Cardoso Frayão, um dos principais da vila que no tempo de D. João III, andou anos na corte para que a vila de Trancoso voltasse a pertencer ao rei e não ao Infante D. Fernando, porque sempre tinha sido pertença régia. Carla Alexandra Santos, op. cit., pp. 30-31. Alan Unterman, op. cit., pp. 205-260. Hipótese de leitura apresentada pelo Senhor Paulo Vitorino e pelo Rabino Daniel Litvak. Carla Alexandra Santos, op. cit., p. 31. Alan Unterman, op. cit., pp. 175-176. ANTT, Inquisição de Lisboa, proc. 6062. Ver lista completa dos processos da Inquisição de presos naturais e/ou moradores no concelho de Trancoso em anexo.

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