Sociologia da Educação

July 22, 2017 | Autor: Nilminha Rocha | Categoria: Sociologia
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O que é educação – Carlos Brandão Qual a idéia central do texto? A educação está em todos os lugares; está presente em casa, na rua, na igreja ou na escola de um só modo ou de muitos. A educação faz parte de nossa vida para aprender, ensinar, saber, fazer e conviver; andam juntas: vida e educação. O autor afirma no segundo capítulo do texto que a educação acontece independentemente da existência de escolas. Não há uma forma única nem modelo único de educação. Todos os homens passam por situações de aprendizagens. Várias são as formas e modelos de educação onde o autor descreve os processos de educação das tribos indígenas: introduzindo em sua cultura à diversos processos de ensinos. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é seu único agente. Existem inúmeras educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade tem identidade própria.

Quais os argumentos utilizados para defender a idéia central do texto? O autor (Carlos Rodrigues Brandão)apresenta um conjunto de comparações de grupos na sociedade em suas comunidades, povos e nações com seus recursos e métodos do saber. Discute a idéia de que o fim da educação é a perfeição onde se constitui uma prática social cuja finalidade é desenvolvimento de aprendizagem nos seres humanos de todas as classes sociais. Com a chegada das escolas, o saber comum se divide e surgem hierarquias sociais, a educação vira ensino que inventa a pedagogia, reduzindo à aldeia a escola e transformando todos em educador. Este saber elaborado é transmitido desigualmente, promovendo a diferença, e o grupo reconhece neles por vocação ou por origem e espera em cada um deles o trabalho especializado. No entanto, a rede de troca do saber mais persistente e universal da sociedade humana é a família.

Com quem ele dialoga? Com a sociedade, para fins educacionais. Afirmando que existe a educação de um povo, de cada povo, e entre povos definindo-o de diversas maneiras. Ressalta que a educação é um dos meios que os homens lançam mão para satisfazerem suas necessidades. Muitas vezes a educadora pensa que age por si próprio, livre e em nome de todos, imaginando servir o saber e a quem ensina; no entanto, acaba servindo aquele que o constituiu professor. Carlos Rodrigues Brandão nos mostra que a educação pode ocorrer onde não há escola e por toda a parte pode haver rede e estrutura sociais de transferência de saber de uma geração a outra. A evolução da cultura humana levou o homem a transmitir conhecimento, criando situações sociais de ensinar, aprender e ensinar. A educação aparece sempre que surgem formas sociais de condição e controle da aventura de ensinar e aprender e quando ela se sujeita a pedagogia, torna-se ensino formal, cria situações próprias para seu exercício e constitui executores especializados. É quando aparece escolas, alunos e professores.

Qual conclusão ele chega? O autor nos relata em seu texto que a finalidade da educação é explorar o máximo da capacidade intelectual do homem. Carlos Rodrigues Brandão disserta sobre a educação, o significado social história e finalidade da educação, propõe discussão temática e indicação de leitura. Para o autor a democratização da educação é um verdadeiro disfarce no qual o poder político apresenta uma educação socialmente distorcida, e mais, dia a dia a política educacional aplicada é enganadora em relação à prática e teoria; afirmando em seu pensamento que a sociedade capitalista aprova a desigualdade social, onde a mesma pensa e faz pensar o oposto do que realmente é, tornando longe a veracidade de uma sociedade de liberdade e igualdade educacional. O autor nos esclarece que não se pode confundir educação que é algo abrangente que faz parte de todas as culturas com ensino que é educação formal; afirmando que tudo que é necessário à vida humana envolve algum tipo de saber para a formação do bom cidadão. Carlos Rodrigues Brandão nos adverte que há interesses econômicos e políticos que se projetam sobre a educação. Brandão aponta a realidade de que a educação no Brasil se deu em

caráter dualista de um lado uma educação para o trabalho e do outro uma educação secundária e intelectualista. O autor nos sugere perante esse problema educacional existente nos nossos dias que reivindiquemos ao poder político essa causa de camuflagem e que seja exigida a solução do problema educacional da sociedade.

EMILE DURKHEIMNotas sobre o pensador Roberto Andersen Sociólogo francês, natural de Épinal, herdeiro do positivismo. Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicado a cada sociedade. O normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica). A sociologia se fortaleceu graças a Durkheim e seus seguidores. Suas obras principais são: Da Divisão Social do Trabalho (1893); Regras do Método Sociológico (1894); O Suicídio (1897); As Formas Elementares de Vida Religiosa(1912). Fundou também a revista L'Anné Sociologique, que afirmou a preeminência durkheiniana no mundo inteiro Durkhéim e a Escola Sociológica A) GENERALIDADES Sociologia – ciência análoga às da natureza cujos métodos, embora próprios, deveriam ser semelhantes ao das demais ciências empíricas. Obra principal: As Regras do Método Sociológico (1895) 1º) Devemos afastar sistematicamente todas as idéias pré-concebidas ao se estudar um fato social

2º) Nunca devemos limitar nosso universo de pesquisa a grupos de fenômenos previamente definidos e com características exteriores comuns 3º) Os fatos sociais devem ser explorados de acordo com os seus aspectos gerais e comuns, evitando suas manifestações individuais 4º) Para explicar um fenômeno social devemos separar dois estudos: o da sua causa e o da sua função 5º) A pesquisa da causa que determina o fato social deve ser feita entre os fatos sociais anteriores e nunca entre os estados de consciência individual 6º) Devemos buscar a origem primeira de todo processo social de alguma importância na constituição do meio social interno 7º) Um fato social complexo deve ser explicado seguindo o seu desenvolvimento integral através de todas as espécies sociais Segundo Durkheim o fato social é uma "coisa" objetiva, independente do investigador, dos seus desejos, idéias, valores, interesses, crenças ou concepção de mundo. Essa idéia é contrária ao Psicologismo de Tarde e contra o biologismo da Escola organicista. Os fenômenos sociais refletem a estrutura do grupo social que os produz (idéia da Sociologia Moderna) Características do fato social: constrangimentocoaçãogeneralidadeexterioridadeconsciência coletiva – diversa da individual e com modo próprio de atuar, pensar e sentir Como se reconhece um fato social? Pelo poder de coerção que exerce ou que pode exercer sobre os indivíduos, identificado pelas sansões ou resistências a alguma atitude individual contrária. O fato social existe independente dos indivíduos e tem objetividade e generalidade.O fato social é externo às consciências individuais.É social toda maneira de agir, freqüente ou não, fruto de uma coerção exterior.É social tudo o que é geral no espaço de uma sociedade, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais.O fato social independe da nossa consciência e da nossa vontade individualmente mas é fruto do homem coletivo, ou seja, é produto de representações coletivas e de crenças, comuns a um determinado grupo em um determinado momento.

Durkheim não aceita a idéia de Tarde que diz ser o social formado de processos psíquicos. Durkheim afirma que o social não pertence a nenhum indivíduo mas ao grupo que sofre pressões e sansões sendo obrigado a aceitá-lo.O Social é modelado pela Consciência Coletiva, que é uma realidade social resultante do contato social.Essa consciência difere da consciência individual, pertencendo a todos enquanto integrados e a nenhum em particular. B) DURKHEIM E A LEI DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL Segundo Durkheim o social é governado pela LEI DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL e a evolução social tenderá a extrema divisão do trabalho social. Resultados da divisão do trabalho social: 1) aumento da força produtiva2) aumento da habilidade do trabalho3) permite o rápido desenvolvimento intelectual e material das sociedades4) integra e estrutura a sociedade mantendo a coesão social e tornando seus membros interdependentes5) traz equilíbrio, harmonia e ordem devido a necessidade de união pela semelhança e pela diversidade6) provoca a solidariedade social SOLIDARIEDADE segundo Durkheim: A solidariedade contribui para a integração geral da sociedadeA solidariedade tem natureza moraEmbora algumas formas de solidariedade manifestarem-se apenas nos costumes, ela se materializa no Direito, podendo ser, então, mais facilmente estudada. O Direito e a Solidariedade Mecânica Estão definidos dois tipos de sanções nas regras jurídicas: punitivas – Direito Penalrestitutivas – Direito Civil, Mercantil, Processual, Administrativo e Constitucional Cada um desses códigos, ao definir um crime, estará definindo a solidariedade por ele rompida. O crime é, então, o rompimento de uma solidariedade social. Todo ato criminoso é criminoso porque fere a consciência comum, que determina as formas de solidariedade necessárias ao grupo social. Ou seja: na reprovamos uma coisa porque é crime, mas sim é crime porque a reprovamos. A solidariedade social representada pelo Direito Penal é a mais elementar, espontânea e forte, sendo chamada por Durkheim de Solidariedade Mecânica ou por semelhança.

A Solidariedade Mecânica é constituída por um sistema de segmentos homogêneos e semelhantes entre si. Os membros da sociedade em que domina a Solidariedade Mecânica estão unidos por laços de parentesco. O meio natural e necessário a essa sociedade é o meio natal, onde o lugar de cada um é estabelecido pela consangüinidade e a estrutura dessa sociedade é simples. O indivíduo, nessa sociedade, é socializado porque, não tendo individualidade própria, se confunde com seus semelhantes no seio de um mesmo tipo coletivo. A Lei da Divisão do Trabalho Social e a Solidariedade Orgânica A Solidariedade Orgânica é fruto das diferenças sociais, já que são essas diferenças que unem os indivíduos pela necessidade de troca de serviços e pela sua interdependência. Os membros da sociedade onde predomina a Solidariedade Orgânica estão unidos em virtude da divisão do trabalho social. O meio natural e necessário a essa sociedade é o meio profissional, onde o lugar de cada um é estabelecido pela função que desempenha e a estrutura dessa sociedade é complexa. O indivíduo, nessa sociedade é socializado porque, embora tenha sua individualidade profissional, depende dos demais e por conseguinte, da sociedade resultante dessa união. A sociedade que resulta da divisão do trabalho social predomina, embora a de direito seja mantida. C) DURKHEIM E A CONSCIÊNCIA COLETIVA Embora Durkheim já tivesse tocado nesse assunto em duas de suas obras (A divisão do trabalho social -1893 e Regras do Método Sociológico - 1894), foi num trabalho publicado na Revista de Metafísica e de Moral de 1898 que ele se deteve diretamente nesse estudo. Sem confundir a Sociologia com a Psicologia ele investiga as analogias entre as leis sociológicas e as leis psicológicas. Vida coletiva tal qual a vida mental é feita de representações. Essas representações individuais podem ser comparadas com as representações sociais. As representações sociais independem do indivíduo e fazem parte da consciência coletiva. Essa consciência transcende a consciência individual, pela sua superioridade e pela pressão que exerce sobre ela. A consciência coletiva não é uma entidade metafísica fruto de fenômenos sobrenaturais, mas decorre do concurso de vários indivíduos que contribuem, cada um, com uma pequena parcela para o todo.

Segundo Durkheim "...em cada uma de nossas consciências há duas consciências: uma, que é conhecida por todo o nosso grupo e que, por isso, não se confunde com a nossa, mas sim com a sociedade que vive e atua em nós; a outra, que reflete somente o que temos de pessoal e de distinto, e que faz de nós um indivíduo. Há aqui duas forças contrárias, uma centrípeta e outra centrífuga, que não podem crescer ao mesmo tempo". Por causa disso que na sociedade o todo não é idêntico à soma de suas partes, mas sim distinto dessas. O grupo pensa, sente e age de modo muito distinto do que fariam seus membros isolados. D) Algumas frases de Durkheim: Normal: "...para saber se o estado econômico atual dos povos europeus, com sua característica ausência de organização, é normal ou não, procurar-se-á no passado o que lhe deu origem. Se essas condições são ainda aquelas em que atualmente se encontra nossa sociedade, é porque a situação é normal, a despeito dos protestos que desencadeia." (pg 57 - Da Divisão do Trabalho Social) "Um fato social não pode, pois, ser chamado de normal para uma espécie social determinada senão em relação a ums fase, igualmente determinada, de seu desenvolvimento." (pg 52 - As Regras do Método Sociológico) Consciência Coletiva: consciência coletiva é: "...conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, formando um sistema determinado com vida própria." (pg 342 - Da Divisão do Trabalho Social) "... o devoto, ao nascer, encontra prontas as crenças e as práticas da vida religiosa; existindo antes dele é porque existem fora dele. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas relações comerciais (...) funcionam independentemente do uso que faço delas. (...) Estamos, pois, diante de maneiras de agir, de pensar e de sentir que qpresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências individuais." (As Regras do Método Sociológico) "...ao mesmo tempo que as instituições se impõem a nós, aderimos a elas; elas comandam e nós as queremos; elas nos constrangem, e nós encontramos vantagens em seu funcionamento e no próprio constrangimento..." "...talvez não existam práticas coletivas que deixem de exercer sobre nós esta ação dupla, a qual, além do mais, não é contraditória senão na aparência..."

"...toda educação consiste num esforço contínuo para impor às crianças maneiras de ver, sentir e agir às quais elas não chegariam espontaneamente..." "...desde os primeiros anos de vida, são as crianças forçadas a beber, comer e dormir em horários regulares; são constrangidas a terem hábitos higiênicos, a serem calmas e obedientes; mais tarde, pbrigamo-las a aprender a pensar nos demais, a respeitar usos e conveniências; forçamo-las ao trabalho, etc..." "...a pressão de todos os instantes que sofre a criança é a própria pressão do meio social tendendo a moldá-la à sua imagem e semelhança." "... se não me submeto às convenções do mundo, se, ao vestir-me, não levo em conta os costumes observados em meu país e em minha classe, o riso que provoco, o afastamento em relação a mim produzem, embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena propriamente dita." Moral "... a vida social não é outra coisa que o meio moral, ou melhor, o conjunto dos diversos meios morais que cercam o indivíduo." "... qualificando-os de morais, queremos dizer que se trata de meios constituídos pelas idéias; eles são, portanto, face às consciências individuais, como os meios físicos com relação aos organismos vivos." "... o indivíduo submete-se à sociedade e na submissão está a condição para que se libere. Liberar-se, para o homem, é tornar-se independente das forças físicas, cegas, ininteligentes; mas ele não o conseguirá, a menos que oponha a tais forças uma grande potência inteligente, sob a qual se abrigue: é a sociedade. Colocando-se à sua sombra, ele se põe de certa forma, sob sua dependência: mas esta dependência é libertadora. Não há nisso nenhuma contradição"

IDEOLOGIA E APARELHOS IDEOLÓGICOS DO ESTADO O ESTADO O Estado uma máquina de repressão, onde as classes dominantes asseguram sua superioridade sobre a classe operária, para assim submetê-los ao processo de extorsão, ou seja, à exploração capitalista.

O Estado chamado pelo Marxismo de aparelho de Estado não somente um aparelho especializado, mas também no sentido de estrito, onde reconhecemos sua existência e necessidade a partir das exigências jurídicas (a policia, os tribunais, as prisões, e também o exército que intervém diretamente como força repressiva deste conjunto) o apoio da policia e seu corpo auxiliar especializado chefe do Estado, o governo e a administração. Sob esta forma apresenta-se a teoria marxista-leninista do Estado onde sem duvida foi captado o essencial, ou seja, o aparelho de Estado define o Estado como uma força de execução e de intervenção repressiva que favorece as classes dominantes. DA TEORIA DESCRITIVA À TEORIA Descritivo, impõe-se a uma breve explicação. A teoria marxista do Estado são concepções ou representações descritivas do seu objeto, porém as grandes descobertas cientificas passam pela fase que chamamos de teoria descritiva que seria a primeira fase de toda a teoria cremos que deveríamos encarar essa fase como uma fase transitória, necessária ao desenvolvimento da teoria que é algo que pode acontecer causando um efeito contraditório. Em outras palavras isto que dizer: 1º A teoria descritiva é de fato e sem duvida algo possível, é apenas um começo sem retorno da teoria. 2º A forma descritiva da teoria exige precisamente um desenvolvimento da teoria (por causa do efeito contraditório) que ultrapassa a forma da descrição. A teoria marxista do Estado permanece em parte descritiva, isto significa que esta teoria é possível, o que nos da o essencial para o principio decisivo de todo o desenvolvimento da teoria. O ESSENCIAL AD TEORIA MARXISTA DO ESTADO. Toda a luta de classes políticas gira entorno do Estado, de uma detenção, é uma conservação do poder do Estado, por uma certa classe ou por uma aliança de classes. Sabemos que o aparelho de Estado pode permanecer intacto, como provam as revoluções burguesas de século XIX na França. E com uma revolução social como a de 1917, o aparelho de estado permaneceu intacto. Mais qual a diferença entre ele é preciso distinguir o poder de Estado do aparelho de Estado 1º Poder de Estado é toda a repressão. 2º Aparelho de Estado são as instituições utilizadas (a policia, os tribunais, as prisões, o governo, a administração e etc...). 3º O objetivo das luta de classes e visar o poder do Estado 4º O proletariado deve tomar o poder de Estado para poder destruir o aparelho de Estado, e numa primeira fase substituir o aparelho de Estado existente por

um completamente diferente.e depois em fases ulteriores iniciar um processo radical, a destruição do Estado e do poder do Estado. OS APARELHOS IDEOLÓGICOS DE ESTADO A diferença principal entre o AIE (aparelho ideológico de Estado) do A“R”E (aparelho “repressivo” de Estado) é que, um funciona pela ideologia e o outro pela repressão (violência). Para o aparelho ideológico de Estado designamos instituições distintas e especializadas, propomos uma lista destas realidades que é claro precisa ser posta a prova, as instituições são as seguintes. - AIE religioso (sistema das diferentes igrejas), - AIE escolar (diferentes sistemas como escola publica e particular), - AIE familiar, - AIE jurídico, - AIE político (a variação de partidos), - AIE sindical, AIE da informação (radio, TV, imprensa, etc.). - AIE cultural (Letras, Belas Artes, etc.). Essas instituições do AIE são na maioria delas privadas, e as instituições do aparelho de Estado são inteiramente publicas, o que gera a duvida de como é que intuições privadas podem funcionar de forma ideológica? Mas pouco importa se é publico ou privado, o que importa é o seu funcionamento e uma instituição privada pode sim funcionar perfeitamente com aparelho ideológico de Estado. Os aparelhos ideológicos funcionam de um modo massivo que prevalece a ideologia, só que seu funcionamento secundário é a repressão, mesmo que simbólica. A verdade é que não há aparelho puramente ideológico, pois a escola e as igrejas, por exemplo, educam por métodos apropriados de exclusões, de seleções, não só os alunos mais também os seus funcionários, (já há uma repressão). Isso acontece por que no principio a classe dominante detém o poder do Estado, e essa mesma classe dominante é ativa nos aparelhos ideológicos de Estado. Um exemplo para acabar com esse poder da classe dominante é o aparelho ideológico de Estado escolar que tinha tomado o poder do Estado, no qual o proletariado soviético assegura o futuro de sua ditadura e a passagem ao socialismo. Porém a classe (a aliança das classes capitalista e a proletária) no poder não domina tão facilmente o AIE como o aparelho de Estado, não só por causa das antigas classes dominantes que podem durar muito tempo conservando posições fortes, mas por causa da resistência da classe explorada de encontrar meios de se reprimir neles, utilizando as contradições existentes nos AIE, querendo conquistar pela luta nos AIE posições de combate.

No entanto não podemos deixar de colocar a questão seguinte: qual é exatamente a medida do papel dos aparelhos ideológicos de Estado? Qual o fundamento da sua importância? O que corresponde à função destes aparelhos que não funcionam pela repressão, mas sim pela ideologia? A PROPÓSITO DA IDEOLOGIA Ao dizermos que a AIE funcionava pela ideologia é preciso dizer umas palavras para a mesma. A ideologia foi forjada por Cabanis, destutt de Tracy e seu amigos que lhe atribuíram a teoria das idéias. E 50 anos mais tarde Marx volta ao termo, e lhe da um sentido totalmente diferente. A ideologia passa a ser um sistema das idéias, das representações, que domina o espírito do um homem ou um grupo. Mas tudo parecia levar Marx a formular uma teoria da ideologia (menos a ideologia Alemã que antes dos manuscritos de 44 nos oferece uma teoria explicita da ideologia que não é marxista). Porém a ideologia não tem de fato uma teoria propriamente dita sobre a mesma, por isso há muitas indicações para uma teoria das ideologias. A IDEOLOGIA NÃO TEM HISTÓRIA 1º Uma palavra que expõe a razão de principio e parece fundamentar uma teoria para a ideologia em geral e não particular (religiosa, moral, jurídica, política), são as posições de classe. Uma teoria das ideologias repousa em última análise na história das formações sócias, nos modos de produção combinados na formação social e da história da luta de classes. E mesmo nesse sentido ainda não se pode formular uma teoria das ideologias em geral, e sim teorias particulares (religiosa, moral, jurídica, política).

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