Sócrates: Biografia e Método

May 22, 2017 | Autor: João Leite | Categoria: Philosophy, Socrates, Filosofía, Aletheia
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Sócrates: Biografia e Método
João Barreto Leite

"SÓCRATES – Ótimo homem, tu que és cidadão de Atenas, da cidade mais famosa pelo saber e pelo poder, não te envergonhas por fazer caso do dinheiro, da glória e das honrarias e, depois, não fazer caso e nada te importares com a sabedoria e nem com a verdade? " (PLATÃO. Apologia de Sócrates)
Sócrates (469 A.C. – 399 A.C.) foi um filósofo que nasceu na polis de Atenas, na Grécia Antiga. A mãe do filósofo era uma parteira e o pai era pedreiro. Ele chegou a aprender o ofício do pai e trabalhou com isso até se tornar militar. Como militar Sócrates lutou na Guerra do Peloponeso.
A guerra do Peloponeso (431 A.C. – 404 A.C.) foi um conflito em que as potências gregas Atenas e Esparta se confrontaram em dois lados opostos, a Liga de Delos, comandada por Atenas, e a Liga do Peloponeso, comandada por Esparta. Esparta ganha a guerra em 404 A.C., mas a guerra enfraqueceu as polis gregas, que ficaram suscetíveis a invasões anos depois.
Sócrates participou de três campanhas na guerra do Peloponeso e foi preso ao voltar da última. O motivo da prisão foi a quebra de uma lei ateniense que obrigava os generais a enterrar todos os soldados que morreram em batalha. Depois de se defender ele conseguiu de volta a liberdade, argumentando que seria melhor salvar os feridos do que morrerem todos em campo de batalha enterrando os corpos.
Sócrates, livre, se envolveu na política ateniense por um breve período, mas seu pai deixou uma herança e ele pode se aposentar. A partir desse momento Sócrates se aprofunda na filosofia, ficando conhecido na polis. Nessa época ele tinha vários discípulos que o seguiam por toda a cidade.
Sócrates abordava as pessoas com seu método, primeiro convidava os cidadãos atenienses para uma conversa, e quando elas aceitavam o debate prosseguia. Tendo em mente que ambas as partes queriam debater sobre o assunto.
Na conversa, Sócrates fazia perguntas simples como o "O que é justiça? ", e depois de vários questionamentos o filósofo levava as pessoas a questionarem crenças e valores que eram tidos como verdades. Assim, depois do método nascia uma nova ideia. O fim do método é chamado maiêutica, que significa dar a luz, o parto de uma nova ideia.
Com o tempo, Sócrates adquiriu inimigos, entre eles Anito, Meleto e Lícon. Estes três acusaram o filósofo cometer de três crimes: Ir contra os valores e deuses atenienses, introduzir novos deuses e corromper a juventude. Entre os jovens que teriam sido corrompidos por Sócrates estariam os filhos de Anito e Lícon, mas pouco se sabe de Lícon e não podemos ter certeza.
No julgamento Sócrates optou por se defender sozinho, prática pouco usual na época, a maioria das pessoas contratava oradores para se defenderem. Sócrates foi condenado. A pena inicial era ser exilado, mas ao recusar a primeira pena, no ano de 399 A.C., o filósofo foi condenado a morte por envenenamento, tomando cicuta.
"Sócrates – Mas também vós, ó juízes, deveis ter boa esperança em relação à morte, e considerar esta única verdade: que não é possível haver algum mal para um homem de bem, nem durante a vida, nem depois da morte, e que os Deuses não se interessam do que a ele concerne; e que, por isso mesmo, o que hoje aconteceu, no que a mim concerne, não é devido ao acaso, mas é a prova de que para mim era melhor morrer agora e ser libertado das coisas deste mundo. Eis também a razão porque a divina voz não me dissuadiu, e porque, de minha parte, não estou zangado com aqueles cujos votos me condenaram, nem contra meus acusadores. Não foi com esse pensamento, entretanto, que eles votaram contra mim, que me acusaram, pois acreditavam causar-me um mal. Por isto é justo que sejam censurados. Mas tudo o que lhes peço é o seguinte: Quando os meus filhinhos ficarem adultos, atormentai-os como eu os vos atormentei, quando vos parecer que eles cuidam mais de riquezas e de honrarias do que da Verdade. E, se acreditarem ser qualquer coisa não sendo nada, reprovai-os, como eu a vós: não vos preocupeis com aquilo que não lhes é devido. E, se fizerdes isso, terei de vós o que é justo, eu e os meus filhos. É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas vidas; quem terá a melhor sorte? Só os Deuses sabem. " (PLATÃO, Apologia de Sócrates)
REFERÊNCIAS:
PLATÃO. Apologia de Sócrates.


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