Soroprevalência e fatores de risco para sífilis em população carcerária de Goiás

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SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA SÍFILIS EM POPULAÇÃO CARCERÁRIA DE GOIÁS (1)

A n a L ú c i a S a m p a i o S g a m b a t t i d e A N D R A D E ( 2 ) , C e l i n a M a r i a T u r c h i M A R T E L L I (2), L u i z C a r l o s S i l v a S O U S A ( 3 ) , M a r t a A n t u n e s d e S O U S A (4) & F á b i o Z I C K E R ( 2 ) .

R E S U M O

Com

o objetivo de d i m e n s i o n a r a prevalência d a infecção pelo T r e p o n e m a palli-

d u m e determinar

fatores de risco relacionados a soropositividade foram rastreados

299 p r e s i d i á r i o s n o C e n t r o P e n i t e n c i á r i o d e A t i v i d a d e s I n d u s t r i a i s d e G o i á s GO),

20 K m d e G o i â n i a . O r a s t r e a m e n t o

(CEPAI-

s o r o l ó g i c o foi r e a l i z a d o u t i l i z a n d o - s e

critério de positividade, qualquer resultado

sororeagente ao V D R L

como

independente-

mente do título. A t r a v é s de u m questionário p a d r o n i z a d o foram avaliados os seguintes fatores de risco: t e m p o de e n c a r c e r a m e n t o , sinais e s i n t o m a s relativos às principais doenças sexualmente transmissíveis (DST), e práticas sexuais (homo/bissexualismo e número o valor

preditivo positivo

( V P P ) e negativo

história

de sífilis ou outras

D S T

de parceiros). F o r a m calculados

( V P N ) da história

pregressa de

o b t i d a n a a n a m n e s e . U m a s o r o p r e v a l ê n c i a g l o b a l d e 18,4% foi o b t i d a , n ã o

sífilis

havendo

d i f e r e n ç a e n t r e a s f a i x a s e t á r i a s . O V P P d o a n t e c e d e n t e d e sífilis foi d e 2 6 % s i g n i f i c a n d o q u e 74% d o s i n d i v í d u o s que referiram sífilis no p a s s a d o n ã o t i v e r a m m a ç ã o pelo V D R L .

confir-

E n t r e os f a t o r e s d e r i s c o t e s t a d o s , a b i s s e x u a l i d a d e foi o

único

que apresentou associação estatisticamente significante com soropositividade

(risco

r e l a t i v o 5,8 - L C 9 5 % 1,2-16,0 p =

0,03). F o r a m

discutidas as dificuldades

método

l ó g i c a s q u e p o d e r i a m ter i n f l u e n c i a d o n o s r e s u l t a d o s .

U N I T E R M O S :

R a s t r e a m e n t o sorológico; Soroprevalência; Sífilis; F a t o r e s de risco;

Doenças sexualmente transmissíveis.

I N T R O D U Ç Ã O A epidemia d a S í n d r o m e de

Imunodeficiên-

cia A d q u i r i d a ( A I D S / S I D A ) trouxe c o m o qüência u m

aumento

conse-

d a freqüência de diagnós-

tico das doenças sexualmente

transmissíveis,

principalmente e m h o m o s s e x u a i s . E s t e fato

tem

contribuído p a r a u m crescente n ú m e r o de inves-

tigações e m populações consideradas de

risco

tativa

de identificar co-fatores relacionados

ao

Vírus d a Imunodeficiência H u m a n a (VIH). A similaridade deste grupo

das características de

transmissão

de d o e n ç a s , e s p e c i a l m e n t e a sífilis

(1) T r a b a l h o f i n a n c i a d o p e l a S e c r e t a r i a d e C i ê n c i a e T e c n o l o g i a d o M i n i s t é r i o d a S a ú d e e C N P q . (2) D e p a r t a m e n t o d e S a ú d e C o l e t i v a d o I n s t i t u t o d e P a t o l o g i a T r o p i c a l e S a ú d e P ú b l i c a d a U n i v e r s i d a d e Goiânia, Goiás, Brasil. (3) H o s p i t a l d e D o e n ç a s T r o p i c a i s d e G o i â n i a — S e c r e t a r i a E s t a d u a l d e S a ú d e ( S U D S ) . (4) B o l s i s t a d o C N P q .

F e d e r a l de G o i á s .

E n d e r e ç o p a r a c o r r e s p o n d ê n c i a : D r a . A n a L ú c i a S . S . d e A n d r a d e . R u a 1136, n? 630 — S e t o r M a r i s t a . C E P 74000 Goiás, Brasil.

para

as d o e n ç a s s e x u a l m e n t e t r a n s m i s s í v e i s , n a ten-

Goiânia,

e hepatite B, justificam

o aprofundamento

estudos epidemiológicos

nas doenças

dos

sexual

O p r o j e t o foi s u b m e t i d o a a p r e c i a ç ã o e a p r o vado junto a Secretaria da Justiça,

Secretaria

d a S a ú d e e pelo C o n s e l h o C o o r d e n a d o r de E n s i -

mente transmissíveis.

no e Pesquisa da U F G . A falta de registros oficiais sobre a i n c i d ê n c i a de sífilis e m n o s s o meio, f a z e m c o m q u e de soroprevalêneia

sejam usualmente

dados obtidos

Exame

sorológico

e m 3 s i t u a ç õ e s d i s t i n t a s : 1) e m r a s t r e a m e n t o s s o rológicos e m bancos de s a n g u e tórios de pré n a t a l

3

5

1

1 H

; 2) e m

, dermatologia 1 7

sexualmente transmissíveis

ambula

e doenças

e 3) e m

inquéritos

especiais c o m finalidade de pesquisa, principal mente em grupos considerados de risco

2

8

l f i

.

2

6

8

1 9

. Altas taxas

de s o r o p o s i t i v i d a d e p a r a sífilis t e m sido registradas nestes grupos populacionais, m a s pouco sido discutido

sobre os aspectos

cos relacionados

tem

epidemiológi

à infecção pelo T .

pallidum.

A o r g a n i z a ç ã o social, b e m c o m o o estilo de v i d a destes indivíduos, fazem deste "grupo

social",

u m a população de risco para as doenças sexual mente transmissíveis. A prática homossexual é comum

1 3

aproxi

n e r ® , p a r a a realização do teste de V D R L (Venereal Disease

Research Laboratories

preenchendo-se simultaneamente identificação

P o u c o s s ã o os estudos realizados e m p o p u l a çòes sob regime de reclusão

F o r a m coletados de c a d a indivíduo

m a d a m e n t e 10 m l d e s a n g u e p e l o s i s t e m a v a c u t a i -

Tests)

1 0

,

u m a ficha de

sumária.

O s testes foram realizados no laboratório do Hemocentro

de G o i á s ( S U D S )

de acordo

a técnica descrita por H A R R I S e cols

1 0

com

, utilizan-

do se kits Laborclin. F o r a m considerados

como

testes positivos p a r a efeito de r a s t r e a m e n t o dos os resultados reagentes ao V D R L dentemente titulações

to

indepen

do título. R e s u l t a d o s positivos

m a i o r e s o u i g u a i s a 1:4 f o r a m

em

orien

tados para tratamento.

, relacionada talvez c o m o t e m p o de en-

carceramento. E s t e poderia ser u m fator

condi

Questionário

cionante do risco, u m a vez que o regime de reclu são poderia motivar

alterações nas práticas se

Após o rastreamento

sorológico todos

indi

víduos foram solicitados a comparecer ao servi

xuais.

ço médico N e s t e s e n t i d o , o o b j e t i v o d e s t e e s t u d o foi d e dimensionar

a prevalência d a infecção pelo

T.

do presídio para u m a

investigação

clínica epidemiológica. U m único

entrevistador

treinado (médico especialista e m d o e n ç a s infec-

p a l l i d u m n a população prisional de G o i á s e a v a

ciosas), desconhecendo o resultado do e x a m e so

liar fatores de risco a ela r e l a c i o n a d o s . E s t e estu-

rológico, aplicou u m questionário

do pretende

colhendo

oferecer

subsídios para a

implan

tação de m e d i d a s de saúde pública, visando

o

informações

pro

cedência (rural/urbana), idade, ocupação, estado civil, tempo de encarceramento,

controle d a infecção.

padronizado,

sobre identificação,

sinais e

sinto

m a s relativos as principais doenças s e x u a l m e n te t r a n s m i s s í v e i s , h i s t ó r i a M A T E R I A L E

M É T O D O S

loma, linfogranuloma População de

de sífilis ou

outras

D S T (hepatite B , A I D S , gonorréia, herpes, condi

estudo

e cancróide) e práticas se

x u a i s (homo/bissexualismo e n ú m e r o de parcei ros no ú l t i m o ano).

O e s t u d o foi r e a l i z a d o d u r a n t e junho

e j u l h o d e 1988, n o C e n t r o

os m e s e s de Penitenciário

de Atividades Industriais de G o i á s ( C E P A I G O ) , município

d e A p a r e c i d a , 20 k m

p o p u l a ç ã o d e 301 h o m e n s

de Goiânia.

detentos,

A

encontra

v a se distribuída e m 2 situações carcerárias: in-

A p r o c e d ê n c i a r u r a l / u r b a n a foi d e f i n i d a relação ao local de m o r a d i a

anterior à

O t e m p o d e e n c a r c e r a m e n t o foi c a l c u l a d o o somatório

dos anos (completos)

de

em

prisão. como

reclusão

para cada indivíduo.

t r a m u r o s (210 6 9 , 8 % ) , o s d e t i d o s e m c e l a s i n d i v i d u a i s , e, e x t r a m u r o s ( 9 1 - 3 0 , 2 % ) , o s r e s i d e n t e s e m agrovilas nas vizinhanças do presídio. 2 detentos recusaram-se a

participar.

Apenas

A

entrevista

só pode ser realizada e m

(67.2%) i n d i v í d u o s

testados

por dificuldades de acesso aos

201

sorologicamente, detentos.

Análise estatística

TABELA 1 S o r o p r e v a l ê n c i a p a r a sífilis por f a i x a etária n a população car

Os dados da ficha de identificação, nário e resultados sorológicos foram em microcomputador " D B A S E

digitados

F a i x a etária

População

utilizando-se o programa

I I I + " e foram

analisados através

programa " E P I I N F O — Questionnaire sing program"

c e r á r i a d o C E P A I G O , G o i á s , 1988.

questio-

( C e n t e r s for

Disease

do

procesControl,

18 — 29

141

19,1

30 — 39

107

18,7

40 — 49

34

20,5

17

11,7

299

18,4

5,50

A t l a n t a , U S A , 1987). F o r a m calculadas t a x a s de soroprevalência

TOTAL

por f a i x a etária e os riscos relativos ("odds ratio") associados ao tempo de encarceramento, procedência (rural versus urbana) e

"comportamento

e m r i s c o " (história de D S T ,de sífilis, preferência s e x u a l e n ú m e r o de parceiros) e m relação à soropositividade

ao V D R L .

Testes de significância

e limites de c o n f i a n ç a de 9 5 % (Woolf) f o r a m esti-

e 160 ( 6 5 , 6 % ) d o s 244 s o r o n e g a t i v o s . A p e r d a d e casos deveu-se a dificuldades no

recrutamento

desses indivíduos por motivo de liberdade condicional, transferência e fuga.

mados. A tabela 2 apresenta o risco relativo, Foi

calculado o valor

preditivo

positivo

( V P P ) e negativo ( V P N ) d a história pregressa de sífilis c o l h i d a n a e n t r e v i s t a , ou seja, a p r o b a b i lidade de se obter e x a m e sorológico positivo indivíduos

que

relataram

(VPP), ou e x a m e negativo história

história

de

em

sífilis

n a a u s ê n c i a de

tal

limites

de confiança 9 5 % e teste de significância, assoc i a d o à s v a r i á v e i s i n v e s t i g a d a s . 3 , 5 % (7) d o s d e tentos

entrevistados

referiram práticas

x u a i s , s e n d o este o único fator que

bisse-

apresentou

associação estatisticamente significante c o m soropositividade.

(VPN). A história de residência, colhida

R E S U L T A D O S

mente, permtiu verificar

a freqüente

detalhada migração

destes indivíduos, dificultando por vezes, carac-

Soroprevalência

terizar de forma a d e q u a d a , a procedência A m é d i a de idade d a p o p u l a ç ã o de

detentos

foi d e 31,6 a n o s ( + / - 9 , 1 ) . O r a s t r e a m e n t o gico p a r a sífilis detectou

uma

d e 1 8 , 4 % (55 i n d i v í d u o s ) . A l t e r a n d o - s e o de corte

da positividade

soroló-

soroprevalência

para um

título

ponto

e a urbana

Cerca de 76% d a população

rural carce

r á r i a foi r e g i s t r a d a c o m o p r o c e d e n t e d e z o n a u r bana, principalmente

de municípios do interior

do estado.

igual

o u s u p e r i o r a 1:4, a u m e n t a n d o a s s i m a e s p e c i f i -

O valor preditivo positivo e negativo d a his-

cidade do V D R L , a soroprevalência d i m i n u i u pa-

t ó r i a p r e g r e s s a d e sífilis foi d e 2 6 % e 8 0 % r e s p e c -

r a 6 , 7 % (20 p o s i t i v o s ) .

t i v a m e n t e , c o n f o r m e d a d o s d a t a b e l a 3. A t a b e l a 1 m o s t r a a s o r o p r e v a l ê n c i a p o r faix a etária n a população carcerária, observandoD I S C U S S Ã O

s e v a l o r e s s e m e l h a n t e s n a s f a i x a s e t á r i a s d e 18 a 2 9 , 30 a 39 e 40 a 4 9 a n o s . F o i o b s e r v a d a u m a to-

O p r e s e n t e e s t u d o foi d e l i n e a d o p a r a d i m e n -

como

sionar a prevalência d a infecção pelo T . palli-

variação d a soroprevalência de 6% a 9%, e m das as faixas etárias, q u a n d o soro positivo

adotou-se

resultados do V D R L

com

título

d u m , através de rastreamento sorológico, e m po-

m a i o r - o u i g u a l a 1:4.

pulação considerada de risco p a r a doenças se

Fatores de risco

V D R L

xualmente tem

transmissíveis. Nesta situação

fácil e x e c u ç ã o e b a i x o custo, e m b o r a não F o r a m investigados clínica-epidemiologicam e n t e 41 ( 7 4 , 5 % ) d o s 55 d e t e n t o s

soropositivos

específico p a r a sífilis (teste n ã o 15

o

sido o teste p r e c o n i z a d o por ser de seja

treponêmico)

1 2

T A B E L A

2

F a t o r e s d e r i s c o a s s o c i a d o s a sífilis e m p o p u l a ç ã o c a r c e r á r i a , C E P A I G O — G o i á s , 1988.

t-, J. Fatores de risco

, População

Soroprevalencia(%)

T

Risco , relativo

L i m i t e s de „ ,,, confiança 95% c

Valor de p

c

Procedência Rural Urbana A n o s de

47

14,9

1,0

154

22,1

1,6

(0,62-4,36)

0,05

Encarceramento 31

19,4

1-2

102

18,6

3-4

27

22,2

41

24,4

Não

77

22.1

1,0

Sim

124

19.4

0,85

Não

178

20.2

1,0

Sim

23 26,1

1,5

<

>

1

- 5

> 0,05 2

X

=

0,68

H i s t ó r i a de D S T

(0,4-1,81)

>

0,05

(0,5-4,27)

>

0,05

H i s t ó r i a de S í f i l i s

Atividade

Sexual

Heterossexual

192

Bissexual

7

Nv d e P a r c e i r o s n o ú l t i m o

ano

18,8

1,0

57,1

5,78

20.5

1,0

(1,2-26)

0,03

0

39

1

111

19,8

0,96

(0,36-2,62)

>

0,05

51

21.6

1,07

(0,34-3,34)

>

0,05

> 1

População total Prevalência

=

=201

20%

TABELA 3 Valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) da história pregressa de sífilis (anamnese). P o p u l a ç ã o carcerária, C E P A I G O , G o i á s , 1988.

ao V D R L e m q u a l q u e r t í t u l o , p e r m i t e i d e n t i f i c a r o maior número de indivíduos c o m contacto

pré-

vio com o T . p a l l i d u m . P o r outro lado, esta estratégia leva a obtenção de resultados falsos positi-

VDRL POS Historia de Sífilis

NEG

Total

Sim

6

17

23

Não

35

143

178

vos

em certa proporção,

cidade corte A

do teste, c o m o utilizado

1 5

não só pela também

pelo

inespecifiponto

de

.

positividade

no V D R L

de

18,4%

encon-

trada, c o n f i r m a a alta p r e v a l ê n c i a de sífilis neste Total

41

160

20 1

grupo

social. U m a prevalência

de

positividade

ao V D R L d e 4 % foi o b t i d a r e c e n t e m e n t e . V P P 6 23 = 26?r . . V P N 143 178 = 80 /r

so

r

meio, utilizando-se

e m nos-

o m e s m o ponto de

corte,

e m 62814 c a n d i d a t o s a d o a ç ã o d e s a n g u e , p o p u lação predominantemente do sexo m a s c u i n o

cos

1

sorológi-

maior

tem

infecção

e m reclusos, tem m o s t a d o altas t a x a s de preva-

como

objetivo a detecção

atual ou pregressa, a utilização d a

de

positividade

d e 18 a n o s . I g u a l m e n t e ,

outros

e

Considerando-se que rastreamentos

estudos

l ê n c i a p a r a sífilis, v a r i a n d o de 14% a 2 5 %

2

8

.

A

análise d a prevalência por

mostrou

u m a distribuição

faixa

etária

h o m o g ê n e a n a s dife-

A forma de coleta desta informação, não c o m p u tando

anos contínuos de cárcere e sim o soma-

rentes d é c a d a s e talvez por tratar-se de u m a po-

tório dos anos (completos) de reclusão de

pulação j o v e m (80% de indivíduos c o m idade in-

i n d i v í d u o , p o d e ter interferido n e s t a a v a l i a ç ã o .

ferior a 40 a n o s ) , n ã o foi p o s s í v e l d e t e c t a r

A associação entre encarceramento e homo/bis-

nenhu

sexualidade, poderia

m a relação da soropositividade com idade.

ser verificada

comparam

d o s e a freqüência deste comportamento A comparação entre as prevalências segundo procedência rural e u r b a n a n ã o diferença estatisticamente

apresentou

significante.

Talvez

cada

na po

pulação em geral e em indivíduos em regime

de

reclusão, através de estudos populacionais. E s tas i n v e s t i g a ç õ e s s e r i a m n e c e s s á r i a s p a r a a defi

a caracterização da procedência e m capital e in

nição de estratégias de saúde pública para o con

terior fosse m a i s a d e q u a d a p a r a e s p e l h a r os aglo-

trole d a s doenças s e x u a l m e n t e transmissíveis.

merados populacionais, com possíveis ças quanto

diferen-

ao estilo de v i d a e diferentes

S U M M A R Y

riscos

de infecção. S e r o p r e v a l e n c e a n d r i s k factors for s y p h i l i s A n t e c e d e n t e s de D S T e de sífilis n ã o m o s t r a ram

associação estatisticamente

significante A

c o m soropositividade. O b a i x o V P P (26%) do a n tecedente de sífilis, significa q u e 74% dos indivíduos que referiram a doença no passado, tiveram

não

confirmação pelo V D R L . C o m o o V P P

depende da prevalência da doença em

estudo,

9

seria r a z o á v e l esperar valores m a i o r e s . V á r i o s fatores p o d e r i a m

explicar o baixo rendimento da

a n a m n e s e c o m o fator de predição d a sorologia. A

falta de informação

a dificuldade

sobre doenças venéreas,

em distinguir

infecções poderiam

a sífilis d a s d e m a i s

tanto subestimar

como su-

perestimar a s u a ocorrência. P o r outro lado, co m o n ã o foi d e t e r m i n a d a

a época da doença

no

p a s s a d o p o d e r i a ter o c o r r i d o u m a p e r d a d o m a r cador sorológico e x p l i c a n d o a s s i m a não corresp o n d ê n c i a do resultado sorológico c o m a infor mação colhida na anamnese

1 4

in

prisoners in Goiás, Brazil.

cross-sectional survey

of I n d u s t r i a l determine

Activity

the

out

Center

of G o i á s ( C E P A I G O ) ,

s e r o p r e v a l e n c e to

T.

to

pallidum

a n d to i d e n t i f y r i s k f a c t o r s a s s o c i a t e d to s e r o p o sitivity. T h e seropositivity

criterion was a posi

tive V D R L test at a n y titer. A q u e s t i o n n a i r e applied

to

evaluate

the

t i m e of i m p r i s o n m e n t ,

following risk

was

factors:

c l i n i c a l e v i d e n c e of s e x u a l

ly t r a n s m i t t e d d i s e a s e s ( S T D ) , h i s t o r y of s y p h i l i s or others

S T D , homo/bisexuality

and

number

of s e x u a l p a r t n e r s . T h e p o s i t i v e ( P P V ) a n d n e g a t i v e ( N P V ) p r e d i c t i v e v a l u e s of the h i s t o r y of s y p h i l i s w e r e c a l c u l a t e d . S e r o p r e v a l e n c e of 18,4% w a s f o u n d a n d no difference w a s detected in

the

d i f f e r e n t a g e g r o u p s . T h e P P V of h i s t o r y of s y p h i lis w a s 2 6 % i n d i c a t i n g

.

was carried

a m o n g 299 p r i s o n e r s i n the P e n i t e n t i a r y

t h a t 7 4 % of the

indivi-

d u a l s w h o h a v e reported syphilis in the p a s t pre s e n t e d a n e g a t i v e V D R L test. A m o n g all the r i s k O comportamento

sexual, avaliado pelo nú-

mero de parceiros e h o m o s s e x u a l i d a d e , tem

sido

factors studied, homo/bisexuality one with statistically

significant

w a s the

only

association

4

apontado c o m o fator de risco p a r a sífilis . M e s m o considerando as dificuldades inerentes a obtenção de respostas confiáveis e m relação a estas variáveis, 3.5% dos entrevistados r e l a t a r a m

prá-

with

seropositivity

(relative

risks

5.7-95%

C L 1 . 2 - 2 6 , p = 0.03). T h e p a p e r d i s c u s s e s t h e thodological

problems related with the

me-

investi-

gation.

ticas bissexuais. Neste estudo, a bissexualidade foi o ú n i c o f a t o r e s t a t i s t i c a m e n t e s i g n i f i c a n t e a s sociado a soropositividade, obtendo-se u m

risco REFERÊNCIAS

r e l a t i v o d e 5,78 ( l i m i t e s d e c o n f i a n ç a 9 5 % , 1,2-26). 1.

O t e m p o d e e n c a r c e r a m e n t o foi a v a l i a d o c o m o fator de risco p a r a a infecção entendendo que esta condição seria favorável

ao

com

relação a esta

ZICKER,

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risk

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