\"Tá tudo bem lá em casa\": efeitos dos afetos familiares na compra compulsiva

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Descrição do Produto

Pôster apresentado na 46ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, Fortaleza, Brasil.

‘‘TÁ TUDO BEM LÁ EM CASA’’:

efeitos dos afetos familiares na compra compulsiva Maria Angélica Padilha de Souza; Samuel Lincoln Bezerra Lins; Terezinha Féres-Carneiro Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

e-mail: [email protected]

INTRODUÇÃO A compra por compulsão é descrita por O'Guinn e Faber (1989) como “a tendência a comprar de forma repetitiva e crônica, que se torna uma resposta primária a eventos ou sentimentos negativos” (p.155). De acordo com Samara e Morsch (2005), a família é o grupo de referência mais importante que o consumidor dispõe e é a organização que mais influencia o comportamento e as decisões de um indivíduo. Parte dos distúrbios emocionais das pessoas convergem da experiência da vida familiar cotidiana, que engloba diversas emoções inerentes ao ser humano: identidade, pertença, aceitação, rejeição, amor, carinho, raiva, medo, ódio (Lins et al., 2010). Desta forma, os aspectos emocionais podem exercer um papel determinante no processo de compra (Genova, 2010), e caso a família não ofereça suporte necessário, pode estimular o comportamento de compra patológico (Rindfleisch, Burroughs & Denton, 1997).

PROCEDIMENTOS A coleta de dados foi realizada em ambiente online por meio da ferramenta SurveyMonkey) desenvolvida especificamente para os objetivos da pesquisa. O contato com os participantes foi realizado por e-mails e nas redes sociais (Facebook, Twiter). Para verificar a relação entre as variáveis em estudo, foi realizada uma análise de regressão múltipla com a compra por compulsão como variável dependente e as demais variáveis (bem-estar familiar, satisfação familiar, família intacta) como variáveis independentes.

OBJETIVO

O estudo teve como objetivo verificar se variáveis da vivência emocional familiar estão relacionadas com a compra compulsiva.

RESULTADOS

MÉTODO Participantes Participaram da pesquisa 660 respondentes (161 homens e 499 mulheres) com idade média de 35 anos ( DP = 12.79, min = 18 e máx = 75) de todos os estados, sendo a maioria de São Paulo (n = 161), Rio de Janeiro (n = 135) e Minas Gerais (n= 61). INSTRUMENTOS Escala de compra compulsiva A compra compulsiva foi avaliada a partir de itens de duas escalar diferentes (Edwards, 1993; Faber e O'Guinn, 1989). A escala foi composta por sete itens (por exemplo: Compro algo para me sentir melhor, Fazer compras é um meio de relaxar e esquecer os problemas; α = .83) (1 = discordo totalmente; 7 = concordo totalmente). Escala de bem-estar familiar Foi utilizada a “Escala de Emoções Vivenciadas em Ambiente Familiar-BEAF” (Lins et al., 2010). O instrumento é composto por 10 emoções e dividido em duas dimensões: Positiva (5 itens, α = .93) e Negativa (5 itens, α = .78), (por exemplo: empolgado, entusiasmado, animado, triste, chateado...) onde os respondentes foram solicitados a responder com que frequência experimentavam cada uma dessas emoções nas suas famílias (variando de 1 = nada até 7 = sempre). Satisfação com a família Foi utilizado um dos fatores da “Escala de Satisfação com o Suporte Social”, o fator satisfação com a família (α = .78) (Marôco et al., 2014). Este instrumento é composto por 3 afirmações (por exemplo: “Estou satisfeito (a) com a forma como me relaciono com a minha família” ...) onde os respondentes foram solicitados a responder o quanto cada uma dessas afirmações o representava (variando de 1 = nada até 7 = sempre).

Design: [email protected]

Família intacta Para avaliar se o respondente viveu em família intacta até os 18 anos, os respondentes foram solicitados a responder uma única pergunta: Até você completar 18 anos, você viveu na mesma casa de sua mãe e do seu pai (1 = sim e 2 = não).

Os resultados indicaram que três variáveis explicaram significativamente a compra compulsiva: R = .27, R² = .075, F(654) = 13.17, p < .001. O bem-estar negativo se relacionou positivamente com a compra por compulsão, β = .15; t = 2.94; p < .003. Já a satisfação familiar, β = -.21; t = 4.21; p < .001, e ser de família intacta, β = -.22; t = 1.95; p < .051, se relacionaram negativamente com a compra compulsiva (ver Tabela 1).

Tabela 1. Regressões múltiplas da variável de compra por compulsão com as variáveis dos aspectos familiares

Variáveis da vivência emocional familiar

Estatísticas β

t

p

Bem-estar familiar positivo

.09

1.59

ns

Bem-estar familiar negativo

.15

2.94

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