TEATRO DO ABSURDO A MORTE CHAMA- Pedro M. Arrifano.doc

June 2, 2017 | Autor: Pedro Arrifano | Categoria: Artes, Teatro, História da arte, Existencialismo
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Deveria ser possível a cada um ir até ao termo do seu capital biológico,
desfrutar até ao fim a sua vida, sem violência nem morte precoce. Como se
cada qual tivesse o seu pequeno esquema de vida impresso, a sua esperança
normal de vida, um contrato de vida...

Baudrillard, A troca simbólica e a morte.























PEDRO MIGUEL ARRIFANO & SILVESTRE SANTOS

TEATRO DO ABSURDO: A MORTE CHAMA

Baseado numa peça de teatro de Woody Allen













***

[entra a música Pretty soon dos Tiger Lillies]

(A peça passa-se na sala da casa de quatro assoalhadas de António Campas,
algures na avenida de roma. Há uma enorme mesa bem ao centro e duas
cadeiras bem confortáveis. A sala está mobilada e decorada com requinte e
nas paredes há diversos quadros e um relógio nada atractivo. António
Campas, um fabricante de roupa, de cinquenta e sete anos de idade e barba
de três dias, está sentado, a ler o Diário de Notícias do dia seguinte.
Veste um roupão e lê sob a luz de um candeeiro colocado sobre a mesa. É
quase meia-noite. Subitamente ouve-se um barulho, António Campas levanta-se
e olha para a janela).


YellowSmile: Que raio de barulho é este?

(Entrando desajeitadamente pela janela, surge um vulto sombrio e embuçado.
O intruso veste um capuz negro e calças escuras. O capuz cobre-lhe a cabeça
mas não o rosto, o qual é de meia-idade e lívido. Parece-se um pouco com
Yellow Smile. Está audivelmente cansado e raivoso e, saltando pelo
parapeito, cai no interior da sala).

A Morte: Meu Deus! Quase que partia o pescoço!

Yellow Smile (olhando embaraçado): Quem é o senhor?

A Morte: A Morte.

Yellow Smile: Quem?


A Morte: A Morte. Ouça, posso sentar-me? Quase que partia o pescoço. Estou
a tremer que nem varas verdes.

Yellow Smile: Quem é o senhor?

A Morte: A Morte. Arranja-me um copo com água?

Yellow Smile: A Morte? O que é que quer dizer com isso de ser a Morte?

A Morte: O que é que se passa consigo? Você não vê o fato negro e o rosto
esbranquiçado... assustador?

Yellow Smile: Sim.

A Morte: Estamos no Carnaval?

Yellow Smile: Não.

A Morte: Então eu sou a Morte. E agora pode-me arranjar um copo de água ou
um tinto madurinho? Quanto mais velho melhor...

Yellow Smile: Se isto é alguma brincadeira...

A Morte: Qual brincadeira? Você não tem cinquenta e sete anos? Chama-se
Yellow Smile? Avenida de roma, cento e dezoito? A menos que a tenha
perdido... onde é que está aquela carta de chamada? (Remexe nos bolsos até
que tira um cartão com uma morada escrita. Parece corresponder.)

Yellow Smile: O que é que quer de mim?

A Morte: O que é que eu quero? O que é que pensa que eu quero?

Yellow Smile: Você deve estar a brincar. Estou de perfeita saúde.

A Morte (sem se impressionar): Hum, hum (olhando à volta). Tem aqui uma
linda casa. Foi você que a fez?

Ys (ajeitando o roupão): Tivemos uma... boa decoradora...muito boa mesmo.

A Morte (olhando um quadro distorcido na parede e fazendo um ar
ironicamente amedrontado): Adoro esse estilo...HUUUUUUU medo!

Ys: Ainda não quero ir.

A Morte: Você não quer ir? Por favor, não comece. Já me basta o enjoo com
que fiquei da escalada.

Ys: Qual escalada?

A Morte: Trepei pelo algeroz. Queria fazer uma entrada dramática. Vi as
enormes janelas e você a ler, acordado. Imaginei que merecia uma coisa em
beleza. Eu trepava e depois entrava com um pouco de...enfim está a ver...
(faz estalar os dedos). Porém o salto de um sapato prendeu-se-me em algum
lugar, o algeroz partiu-se e fiquei pendurado pelo pescoço. Foi então que a
capa se começou a romper. Olhe, vamos embora. Foi uma noite muito agitada.

Ys: Espere aí você partiu-me o algeroz e ainda se está a lamentar?

A Morte: Partido não está. Ficou um bocadinho entortado. Você não ouviu
nada? Foi cá um estrondo quando caí no chão.

Ys: Estava a ler.

A Morte: Devia estar mesmo absorto (agarrando no jornal que Yellow Smile
estava a ler). «ESTUDANTES PRESAS NUMA ORGIA DE HAXIXE» Pode-mo emprestar?

Ys: Ainda não acabei.

A Morte: Hum... não sei como lhe hei-de explicar, pá...

Ys: Por que não se limitou a tocar à campainha?

A Morte: Estou a tentar explicar-lhe, podia tê-lo feito, mas qual era o
aspecto que isso dava? Desta forma consigo um pouco de dramatismo. Um
bocadinho. Leu o Fausto?

Yellow Smile: O quê?

A Morte: Ai santa ignorância (acenando com a cabeça)... E se você estivesse
acompanhado? Imagine que estava aí sentado com gente importante. Eu sou a
Morte! Acha que devia tocar à campainha e agarrá-lo de caras? Onde é que
está a sua inteligência?

Ys: Ouça, cavalheiro, já é muito tarde.

A Morte: Sim. Bem, quer ir andando?

Ys: Ir para onde?

A Morte: A Morte. Aquilo. A Coisa. Os Jardins felizes. As almas no
purgatório. Tá a ver?

Ys: Espere aí. Preciso de tempo. Não estou preparado para partir.

A Morte: Lamento muito. Não posso fazer nada. Gostava de poder, mas chegou
a hora.

Ys: Como é que pode ter chegado a hora? Acabei de me associar com a firma
do Belmiro, com a alta finança e...e...

A Morte: Qual é a diferença? Uns euros a mais ou a menos...

Ys: Qual é o seu problema?? (ar muito indignado) Claro que faz diferença,
muita diferença fique sabendo! Vocês são uns tipos que se calhar têm todas
as despesas pagas...

A Morte: Bom, vamos então embora?

Ys (estudando a Morte): Desculpe, mas não consigo acreditar que você seja a
Morte.

A Morte: Porquê? Do que é que estava à espera... do Brad Pitt?

Ys: Não, não é isso.

A Morte: Desculpe se o desapontei.

Ys: Não fique aborrecido. Não sei, sempre pensei que você fosse...
hum...sei lá, mais alto.

A Morte: Tenho um e setenta. É a média para o meu peso.

Ys: Você até se parece um pouco comigo.

A Morte: Com quem é que eu me havia de parecer? Sou a sua morte.

Ys: Dê-me algum tempo. Mais um dia.

A Morte: Não posso. Temos de ir!

Ys: Só mais um dia. Vinte e quatro horas.

A Morte: Para que as quer? A rádio deu chuva para amanhã.

Ys: Não podemos fazer qualquer coisa?

A Morte: Como, por exemplo?

Ys: Joga xadrez?

A Morte: Não, não jogo.

Ys: Vi uma vez um quadro em que você estava a jogar.

A Morte: Não podia ser eu, porque não jogo xadrez. Só se fosse à bisca.

. Ys: Você joga à bisca?

A Morte: Se eu jogo à bisca? Lisboa é uma cidade?

Ys: Você é bom, hem..?

A Morte: Muito bom.

Ys: Já lhe digo o que vou fazer...


A Morte: Não faça combinações comigo.

Ys: Vou jogar à bisca consigo. Se você ganhar, vou consigo de imediato sem
lamúrias. Se ganhar eu, você dá-me mais algum tempo, Um bocadinho...mais um
dia.

A Morte: Não há tempo para jogar à bisca...

Ys: Vá lá. Se você é assim tão bom qual é o problema?

A Morte: Embora eu me sinta um jogador...

Ys: Vá lá. Seja desportista. Só uma meia hora.

A Morte: Eu não devia.

Ys: Tenho as cartas mesmo aqui. Vá lá, não faça ondas.

A Morte: Está bem, vamos lá. Jogamos um pouco. Serve para me relaxar.

Ys (agarrando nas cartas, num bloco de papel e num lápis): Não se vai
arrepender.

A Morte: Não me venha com conversa de vendedor. Pegue nas cartas, dê-me lá
o tinto maduro e ponha aí qualquer coisa. Por amor de Deus, um estranho
entra e você não tem nem umas batatas fritas ou uns biscoitos.

Ys: Há M & M's ali no armário.

A Morte: M & M's?? E se o presidente cá viesse? Também lhe dava M & M's??

Ys: Ora essa. Você não é o presidente.

A Morte: Dê as cartas.

(Yellow Smile dá as cartas e no final vira a carta de trunfo)

Ys: Vamos jogar à melhor de dez...bom esta é a carta de trunfo. Quer jogar
a cinco euros o jogo, para tornar isto interessante?

A Morte: Assim não é suficientemente interessante para si?

Ys: Jogo melhor com dinheiro na mesa.

A Morte: Como queira, senhor António Campos.

Ys: Campas...António Campas! Você não sabe o meu nome?

A Morte (ainda sem jogar as cartas): Campos...Campas... estou com uma dor
de cabeça.

Ys: Já jogou?

A Morte: Ainda não, calma estou a pensar na melhor carta que devo jogar.

Ys: Certo. Certo.

A Morte (vigiando a mão enquanto põe uma carta na mesa): Jesus, que
porcaria de cartas me saíram.

Ys: Como é que é?

A Morte: Como é que é o quê? (Durante a conversa, vão jogando.)

Ys: A morte.

A Morte: Com que é que havia de ser? Você fica caído ali deitado no chão.

Ys: Há alguma coisa depois?

A Morte: Ah, está a guardar os ases.

Ys: Estou a perguntar. Há alguma coisa depois?

A Morte (com ar ausente): Depois logo vê.

Ys: Oh, mas... e então? Poderei ver alguma coisa?

A Morte: Bem, talvez essa não seja a melhor forma de pôr a questão. É a sua
vez de jogar.

Ys: Obter qualquer coisa de si dá um trabalho...

A Morte ( jogando as cartas para a mesa em sinal de derrota): Estou a jogar
às cartas.

Ys (enquanto recolhe todas as cartas e as começa a baralhar): Está bem,
vamos jogar...vamos jogar.

A Morte: Entretanto vou-lhe dando as cartas. (espreitando sorrateiramente
as cartas de Yellow smily)

Ys: Não vale espreitar para o meu jogo.

A Morte: Não estou a olhar, estou só a endireitar-me na cadeira. Quem é
mesmo a jogar?

Ys: É você. já está em condições de ver?

A Morte: Estou em condições de ver o quê?? Já lhe disse que só me estava a
endireitar na cadeira.

Ys: Eu só perguntei se havia alguma coisa que eu pudesse ver depois da
morte.

A Morte: Jogue. (a ficar impaciente)

Ys: Não me pode dizer alguma coisa? Para onde é que nós vamos?

A Morte: Nós? Bom, para dizer a verdade, você fica todo torcido ali.

Ys: Oh, estou impaciente! E vai doer?

A Morte: É instantâneo.

Ys: Terrifico. (Suspira) Mas precisa de fazer isto mesmo... agora que um
homem se associa ao Belmiro e...

A Morte: Quarenta pontos são bons?

Ys: Já contou?

A Morte: Quarenta pontos são bons?

Ys: Não, eu tenho sessenta.

A Morte: Está a brincar.

Ys: Não, você perdeu.

A Morte: Santo Deus, pensei que quarenta pontos chegavam.

Ys: Não, é a sua vez de dar. Estou a ganhar dois a zero. Ande. (A Morte dá)
Caio no chão, hem? E não poderia estar na cama quando isso acontecer?

A Morte: Não. Jogue.

Ys: Porque não?

A Morte: Porque você cai no chão! Deixe-me em paz. Estou a tentar
concentrar-me.

Ys: Porque é que tem de ser no chão? Só lhe estou a perguntar isto! Porque
é que a coisa toda não se pode passar quando eu estiver mesmo ao pé da
cama?

A Morte: Vou ver o que posso fazer. E agora, podemos jogar?

Ys: É a única pergunta que lhe estou a fazer. Você faz-me lembrar a Maria
de Lurdes Rodrigues, a ministra da educação! Ambos teimosos.

A Morte: Eu faço-lhe lembrar a Maria de Lurdes…a ministra da educação? Sou
uma das figuras mais terríveis que ele pode imaginar e ele lembra-se da
ministra da educação.

Ys: Pois... pois… você devia ser ministro. Ela é tão boa que factura cinco
mil euros por Mês. Política, meu caro. Casa com piscina, um grande jardim,
entende?

A Morte: O quê?

Ys: Ooops...voltei a ganhar.

A Morte: Hoje estou numa maré de azar.

Ys: Jogo é jogo.

A Morte: Se você não falasse tanto...

(Tornam a dar e jogam)

Ys: Diga-me uma coisa, este é o seu primeiro trabalho?

A Morte: O que é que lhe parece?

Ys: Você não me está a dizer que até agora ainda ninguém se foi?

A Morte: Claro que se foram. Mas não fui eu que os levei.

Ys: Então quem foi?

A Morte: Outros.

Ys: Há outros?

A Morte: Claro que há. Cada um tem o seu modo pessoal de se ir.

Ys: Não sabia isso.

A Morte: E porque é que havia de saber? Quem é você?

Ys: O que quer dizer com isso? Eu não sou ninguém???

A Morte: Ninguém, não. Você é um fabricante de roupa. Como é que havia de
conhecer os mistérios eternos?

Ys: O que é que você está a dizer? Ganho bem. Mandei dois filhos para a
universidade. Um é advogado, o outro casou. Tenho casa própria. Ando de
mercedes. A minha mulher tem tudo o que quer. Criadas, casaco de marta,
férias. Mesmo neste instante está em Paris. Noventa euros por dia só porque
quer estar perto da irmã. Está combinado eu ir ter com ela na semana que
vem, portanto o que é que pensa que eu sou? Algum vadio a morrer de fome?

A Morte: Pronto, pronto. Não seja tão susceptível.

Ys: Quem é que está a ser susceptível?

A Morte: Está você. Há pouco insultou-me e nem por isso o ofendi.

Ys: Eu insultei-o?

A Morte: Você não disse que eu o desapontara?

Ys: O que é que estava à espera? Queria que eu fosse organizar uma festa de
despedida com os vizinhos?

A Morte: Eu não estou a falar disso. Estou a dizer a nível pessoal. Chamou-
me pequenino, e que eu era isto e aquilo.

Ys (Jogando as cartas que tem na mão para a mesa): Eu disse que você era
parecido comigo. Quase um reflexo.

A Morte: Está bem, dê lá as cartas, dê lá as cartas.

(Continuam a jogar enquanto as luzes se apagam, até que tudo fica imerso
em escuridão. As luzes acendem-se de novo, lentamente. Já é mais tarde e o
jogo acaba. Yellow Smile faz as contas.)


Ys: Sessenta e oito...sessenta e nove... setenta. Bem, tornou a perder. É a
décima vez que perde.

A Morte (olhando com desapontamento para o baralho): Eu sabia que não devia
ter jogado aquela manilha que estúpido. Que raio.

Ys: Então até amanhã.

A Morte (levantando-se indignada): Então até amanhã, como?

Ys: Ganhei o dia a mais. Deixe-me em paz.

A Morte: Estava a falar a sério?

Ys: Nós fizemos uma combinação.

A Morte: Sim, mas...

Ys: Qual mas nem meio mas. Ganhei vinte e quatro horas. Volte amanhã.

A Morte: Mas... mas não sabia que estávamos a jogar a tempo.

Nat: Problema seu. Devia ter tomado atenção.

A Morte: E agora para onde é que eu vou durante vinte e quatro horas?

Ys: E depois? A coisa principal é que ganhei um dia a mais.

A Morte: O que é que quer que eu faça — que vá passear pelas ruas?

Ys: Procure um hotel, vá ao cinema. Tome um banho, vista uma roupinha mais
fashion, vá a uma discoteca. Não faça disto um problema nacional.

A Morte: Some lá a pontuação outra vez. (apontando para o baralho das
cartas)

Ys: Ah...e está-me a dever cento e trinta euros.

A Morte: O quê?

Ys: É assim mesmo, meu caro. Olhe, confira aqui. (mostrando o papel com o
resultado dos jogos)

A Morte (apalpando os bolsos): Tenho aqui alguns trocos, mas não chega nem
de perto nem de longe a cento e trinta euros.

Ys: Aceito um cheque.

A Morte (abrindo os braços): De que conta?

Ys:: Olha... olha com quem eu me meti.

A Morte: Meta-me em tribunal. Mas onde é que eu tenho conta bancária?

Ys: Está bem, dê-me tudo o que tem e ficamos quites.

A Morte: Ouça, preciso do dinheiro.

Ys: Precisa do dinheiro para quê?

A Morte (Indignada): O que é que você está a dizer? Nós vamos para o Além.

Ys: E então?

A Morte: E então? Você sabe a distância a que isso fica?

Ys: E então?

A Morte: E então a gasolina? E as portagens?

Ys: Vamos de automóvel?

A Morte (agitada): Você depois vê. Olhe eu volto amanhã e você dá-me uma
hipótese de recuperar o dinheiro. Senão, estou completamente enrascado.

Ys: Como queira. Jogamos a dobrar. Estou disposto a ganhar uma semana ou um
mês a mais de vida. Da maneira que você joga, até possa talvez ganhar um
ano.

A Morte: Entretanto fico pendurado.

Ys: Até amanhã. (empurrando a Morte para a porta)

A Morte: Onde é que há aqui um bom hotel?... Mas qual hotel, não tenho
dinheiro nem para uma pensão das piores. Vou-me sentar numa pastelaria e...
(Agarra no jornal.)

Ys: E...nada...saia...saia. O jornal é meu. (Agarra o jornal de volta.)

A Morte (saindo inconsolável): Porque é que eu não o agarrei e não me fui
logo embora? Tinha logo que me meter nas cartas.

Ys (chamando a Morte de trás): E cuidado com as escadas. Num dos degraus a
passadeira está solta.

(E, logo após esta deixa, ouve-se um estrondo terrifico. Yellow Smile
suspira, vai até à mesa da sala e faz uma chamada telefónica.)

Ys: Está lá, cherri? Sou eu. Ouve, não sei se alguém me está a pregar uma
partida ou qualquer coisa assim, mas a Morte esteve aqui agora mesmo.
Jogámos um bocado à bisca... Não, a Morte. Em pessoa. Ou alguém que dizia
que era a Morte. Mas ouve querida, a morte é tão tão PARVA!



[entra a música Alone with the moon dos Tiger Lillies]



FIM [cai o pano]




***



Sei que morrerei, mas não acredito nisso

Jankélévitch ,
Pensar a morte.
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