Tempo e Universidade: A Evolução da Perspectiva Temporal ao Longo do Percurso Universitário

July 6, 2017 | Autor: Maria Paixão | Categoria: Psychology, Social Psychology, Time Perspective, ZTPI, Perspectiva Temporal
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Ortuño, V., Paixão, M. P. & Janeiro, I. (2011). Tempo e Universidade: A Evolução da Perspectiva Temporal ao Longo do Percurso Universitário. In Faria, L., Araújo, A., Morais, F., Sá, E., Pinto, J. & Silva, A, Carreira, Criatividade e Empreendedorismo (pp 217-225). Braga: APDC Edições.

Tempo e Universidade: A Evolução da Perspectiva Temporal ao Longo do Percurso Universitário Victor E.C. Ortuño Maria Paula Paixão Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Portugal [email protected] [email protected]

Isabel Janeiro Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Portugal [email protected]

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Resumo: A Perspectiva Temporal – PT tem profundas implicações em diversos processos motivacionais (Zimbardo & Boyd, 1999), no caso específico da sua vertente de Futuro influi de diversas formas em campos tão importantes como o desenvolvimento vocacional dos indivíduos (Paixão, 2004), o desempenho académico (Lens & Tsuzuki, 2005) e atitudes e comportamentos empreendedores (Przepiórka, 2010). No entanto, a PT é um processo maleável a factores culturais, educativos, religiosos e sociopolíticos; motivo pelo que se torna indispensável conhecer os efeitos que experiências tais como frequentar o ensino superior têm na evolução da PT. Para este efeito desenhou-se um estudo transversal com uma amostra composta por 346 estudantes de psicologia, com idades compreendidas entre os 17 e os 54 anos de idade (M = 19.87, D.P. = 4.27). Destes participantes 313 (90.7%) são do género feminino e 32 (9.3%) são do género masculino. Relativamente ao ano de escolaridade 185 (53.9%) pertencem ao 1º ano da licenciatura, 77 (22.4%) ao 2º ano e 77 (22.4%) ao 3º ano. Os resultados encontrados sugerem que a evolução da PT ao longo da passagem pelo ensino universitário vai no sentido duma estrutura temporal mais equilibrada, portanto mais adaptativa e funcional para o sujeito.

Abstract: The Time Perspective – TP has deep implications in several motivational processes (Zimbardo & Boyd, 1999), specifically his Future dimension shows a determinant influence in various issues like vocational development of individuals (Paixão, 2004), academic achievement (Lens & Tsuzuki, 2005) and entrepreneurs attitudes and behaviors (Przepiórka, 2010). However, TP is normally affected by cultural, educational, religious and sociopolitics factors; reason why it´s important to know the effects that important experiences such attending college education has in the TP´s evolution. In order to explore this idea, it was designed a cross-sectional study with a sample of 346 psychology college students, with ages between 17 and 54 years old (M = 19.87, S.D. = 4.27). 313 (90.7%) of this participants are female and 32 (9.3%) are male. 185 (53.9%) are in the 1st year of their degree, 77 (22.4%) on the 2nd and 77 (22.4%) in the 3rd. The results allows us to suggest that TP´s evolution for those who attend college education is in direction to a balanced temporal structure, therefore more adaptive and functional for the individual´s life.

INTRODUÇÃO

É indiscutível o interesse tanto das artes como das ciências em torno do tempo, a sua utilidade também é impossível coloca-la em causa, este tem sido um importante impulsionador do desenvolvimento económico e social das sociedades humanas ao ter um papel estruturante e coordenador de todas as suas actividades. No caso particular da mente humana, é também

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factível afirmar que o tempo ou mais especificamente as noções subjectivas que os indivíduos possuem deste, desempenham um papel fundamental na organização dos diversos processos mentais e dos seus resultados comportamentais (Kant, 1781, 1997). Kurt Lewin (1965) um dos psicólogos mais profícuos no estudo do tempo, afirma acerca destas noções temporais que “O conjunto constituído pelo modo do indivíduo ver o seu futuro e o seu passado psicológicos existindo num determinado momento pode ser denominado perspectiva temporal” (p.86). Noutras palavras, o indivíduo condensa no seu campo presente um conjunto de significados deste mesmo, mas também do passado e do futuro, motivo pelo qual o seu comportamento não depende inteiramente do momento presente, o modo como aborda o seu passado e o seu futuro também influi nas suas esperanças, desejos e medos (Lewin, 1965). Assim, a Perspectiva Temporal é constituída por objectos e eventos que existem ao nível cognitivo do funcionamento comportamental (Nuttin & Lens, 1985). Nos últimos anos tem-se desenvolvido uma linha de estudo do tempo psicológico, que tem como base os pressupostos de Lewin, mas que considera ainda a influência do tempo na caracterização e desenvolvimento das sociedades, isto é, considera-se que o tempo psicológico ou Perspectiva Temporal – PT molda não só aos indivíduos, mas também aos grupos e às sociedades que estes mesmos indivíduos compõem. Nesta linha, Zimbardo e Boyd (1999) definem a PT como o processo não consciente através do qual o fluxo de experiências pessoais e sociais são inseridas em categorias ou marcos temporais; os quais ajudam aos indivíduos a dar ordem, sentido e coerência a estas experiências. Inicialmente, o modelo proposto por Zimbardo e Boyd (1999) continha 5 marcos temporais: o Passado Negativo, relacionado com sentimentos de ansiedade, depressão, raiva e repulsa para com o passado. O Passado Positivo, relacionado com uma visão afectuosa, sentimental e agradável do passado. O Presente Fatalista, que apresenta uma visão desesperançada e sem controlo acerca dos diversos eventos que acontecem. Presente Hedonista, é uma perspectiva inteiramente orientada para a procura de emoções, sensações e novidade, sem atender às possíveis consequências. Futuro, no qual o pensamento e o comportamento do indivíduo é orientado para a definição e prossecução de projectos a médio/longo prazo. No entanto, na actualidade considera-se também uma sexta dimensão temporal, o Futuro Transcendental (Boyd & Zimbardo, 1997), a qual explora as crenças dos indivíduos acerca de uma possível vida após a morte do seu corpo físico e de como as suas acções no dia-a-dia podem influenciar esta presumível vivencia post-mortem. Este modelo tem sido bastante profícuo na quantidade de estudos que tem produzido nos mais variados domínios da psicologia. No entanto, con-

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sideramos que toda esta concepção teórica acerca do tempo psicológico precisa de alguns refinamentos com a finalidade de poder abarcar toda a experiência subjectiva temporal. Com esta reflexão em mente, foi considerada ainda uma sétima dimensão temporal, denominada de Visão Negativa de Futuro (Janeiro, 2006), a qual está relacionada com as incertezas, angústias e preocupações que naturalmente podem advir do futuro. De forma a entender plenamente a importância e a influência da Perspectiva Temporal, é necessário ter em conta que todo este conjunto de dimensões temporais, representam individualmente um constructo independente e diferenciado dos outros (Zimbardo, Keough & Boyd, 1997); motivo pelo que cada uma destas dimensões apresenta uma relação única com os mais variados comportamentos e cognições. Por exemplo, foi encontrada uma forte relação entre o Presente Fatalista e a Procrastinação de tipo Evitante, enquanto uma baixa orientação temporal de Futuro é um melhor preditor da Procrastinação de tipo Estimulante (Ferrari & Diaz-Morales, 2007). Noutro estudo, Zimbardo e colaboradores (1997) descobriram que o Presente Hedonista é um importante preditor da condução de risco e ainda que este é mais explicativo deste comportamento do que a dimensão de Futuro. Ainda, Ortuño, Paixão e Janeiro (2011) demonstram que o Passado Negativo e a Visão Negativa de Futuro são importantes preditores da auto-estima.

METODOLOGIA

Objectivos do estudo A presente investigação tem como principal objectivo explorar através de um estudo de tipo transversal, qual é a evolução ao longo dos anos da Perspectiva Temporal em indivíduos que frequentam um curso no ensino superior. Participantes O grupo de participantes é composto por 346 indivíduos, dos quais 313 (90.7%) pertencem ao género feminino e 32 (9.3%) ao género masculino. As idades são compreendidas entre os 17 e os 54 anos de idade (M = 19.87, D.P. = 4.27). Todos os participantes são estudantes universitários do curso de Psicologia na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, 186 (54.2%) pertencem ao 1º ano do curso, 77 (22.4%) ao 2º ano e 77 (22.4%) ao 3º ano. Instrumentos Todos os dados foram recolhidos através de 4 instrumentos: um Questionário Sociodemográfico, o Inventário de Perspectiva Temporal (Janeiro, 2006),

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o Zimbardo Time Perspective Inventory – ZTPI (Zimbardo & Boyd, 1999, Ortuño & Gamboa, 2009) e a Transcendental-Future Time Perspective Scale – TFTPS (Boyd & Zimbardo, 1997). Todos estes instrumentos são apresentados mais em detalhe a seguir. Questionário Sociodemográfico: Foi elaborado pelos autores com o objectivo de caracterizar de uma forma fácil e célere a amostra recolhida. Inclui questões tais como o género, a idade, o curso e o ano do curso, entre outras. Inventário de Perspectiva Temporal – IPT (Janeiro, 2006): É composto por 32 itens (escala de Likert de 7 pontos), os quais compõem 4 dimensões temporais (Passado, Presente, Futuro e Visão Negativa de Futuro). O inventário na sua totalidade apresenta boas características psicométricas, no entanto, para o estudo que nos ocupa foram utilizados apenas os itens relativos à dimensão de Visão Negativa de Futuro (variância explicada = 8%, α = .70, n = 4), inclui itens tais como: “Penso no futuro como sendo um buraco vazio e escuro”. Zimbardo Time Perspective Inventory – ZTPI (Zimbardo & Boyd, 1999; Ortuño & Gamboa, 2009): É formado por 56 itens (escala de Likert de 5 pontos), que representam 5 dimensões temporais, Passado Negativo (M = 2.67, D.P. = .71, variância explicada = 7.85%, α = .80, n = 10) que é composto por itens como: “Continuo a reviver no meu pensamento as experiências dolorosas do passado”, Passado Positivo (M = 3.62, D.P. = .56, variância explicada = 6.02%, α = .68, n = 9) que é formado por itens como: “Fico nostálgico acerca da minha infância”, Presente Fatalista (M = 2.46, D.P. = .60, variância explicada = 6.42%, α = .66, n = 9) que é constituído por itens como: “O meu percurso de vida é controlado por forças sobre as quais eu não tenho influência”, Presente Hedonista (M = 3.52, D.P. = .53, variância explicada = 8.37%, α = .79, n = 15) que apresenta itens como: “Correr riscos evita que a minha vida se torne aborrecida”, e Futuro (M = 3.59, D.P. = .52, variância explicada = 6.57%, α = .74, n = 13) que apresenta itens tais como: “Cumprir prazos para amanha e fazer qualquer outro trabalho necessário vem primeiro do que a diversão de hoje a noite”. No seu conjunto as 5 subescalas explicam 35.25% da variância. Estes resultados da versão portuguesa são muitos similares aos apresentados por Zimbardo e Boyd (1999) assim como a outras versões internacionais ao longo de mais de 20 países, entre os quais: França (Apostolidis & Fieulaine, 2004), Espanha (Diaz-Morales, 2006), Brasil (Milfont, Andrade, Belo & Pessoa, 2008), Lituânia (Liniauskaite & Kairys, 2009) e Grécia (Anagnostopoulos & Griva, 2011), entre outros. Transcendental-Future Time Perspective Scale – TFTPS (Boyd & Zimbardo, 1997): Constituído por 10 itens (escala de Likert de 5 pontos) que representam a dimensão do Futuro Transcendental. Na sua versão original explica 10% da variância, apresenta uma consistência interna de .87 e uma consistência teste/re-teste de .86, é composto por itens tais como: “Serei responsabilizado pelas minhas acções na terra quando morrer”.

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Procedimentos Todos os dados foram recolhidos em contexto de sala de aula. Todos os participantes foram informados acerca dos objectivos do estudo, assim como do carácter confidencial, anónimo, voluntário e científico da sua participação. Não foi fornecido quaisquer tipos de incentivo aos participantes. Todos os dados foram introduzidos no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences – SPSS 16.0 (versão Windows).

RESULTADOS

Nesta secção serão apresentados os resultados relativos aos valores médios em cada uma das dimensões temporais avaliadas ao longo de três anos de ensino superior. Referente aos valores médios na Perspectiva Temporal em cada um dos anos de ensino (Tabela 1), é possível apurar que os participantes pertencentes ao 1º ano foram aqueles que obtiveram valores mais elevados no Passado Negativo, no Presente Fatalista, no Presente Hedonista e no Futuro Negativo. Aqueles que frequentam o 3º ano obtiveram valores mais elevados no Futuro e os valores mais baixos no Futuro Transcendental. O valor do Passado Positivo não apresentou variações significativas, mantendo-se num nível considerado como moderado/alto.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A Perspectiva Temporal é uma variável motivacional relativamente estável que, no entanto, é permeável a algumas influências situacionais (Zimbardo & Boyd, 1999); no caso aqui estudado é possível verificar que à medida que os sujeitos avançam no seu percurso académico apresentam uma tendência para uma PT mais adaptativa e funcional, já que os sujeitos que se encontram no 3º ano do curso comparativamente com aqueles que estão no 1º ano do curso apresentam valores mais elevados em dimensões temporais que são importantes para um bom funcionamento psicossocial, e valores mais baixos em dimensões que comprometem o mesmo. Tendo em conta estes resultados, podemos constatar o possível efeito positivo que a frequência do ensino superior possui no desenvolvimento de uma PT mais adaptativa e funcional. Ainda, gostaríamos de salientar que o decréscimo encontrado no Futuro Transcendental ao longo dos anos de escolaridade nesta amostra, é coincidente com vários dos estudos analisados por Hartley (2004), nos quais se observa uma diminuição das crenças e práticas religiosas ao longo dos anos de escolaridade no ensino superior. Acreditamos que tal facto se deve em grande parte ao cariz científico-natural das formações académicas, que privilegiam a natureza objectiva, empírica e analítica da realidade em detrimento de crenças metafísicas com pouca ou nenhuma validação científica.

Tabela 1 • Valores Médios da Perspectiva Temporal ao Longo do Ensino Universitário (M, D.P.)

CONCLUSÕES

Os resultados supramencionados vão de encontro ao esperado atendendo ao corpo teórico apresentado, no entanto, é preciso tomar algumas providências com o objectivo de garantir a validade destes resultados. Desta forma, gostaríamos de mencionar algumas limitações que existiram nesta investigação: 1º) a amostra é composta só por alunos universitários, é necessário recriar o estudo incluindo também indivíduos oriundos de outros grupos sociais, de modo a poder comparar os resultados entre os grupos e determinar se os resultados obtidos nesta investigação se devem à frequência no ensino superior ou simplesmente à maturação biológica e/ou psicológica; 2º) atendendo que a amostra era composta só por estudantes universitários, teria sido valioso ter dados referentes a alunos de mestrado e de doutoramento, de forma a observar se as tendências de mudanças até agora encontradas, mantêm-se ou não e 3º) é necessário repetir o estudo numa óptica longitudinal, de forma a obter resultados mais fidedignos.

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Nota - Estudo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia – FCT (Bolsa Nº SFRH/ BD/33648/2009)

Referências BIBLIOGRÁFICAS

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