XII CURSO DE INVERNO DE GENÉTICA – FCAV/UNESP
TESTE DO CLORETO DE TRIFENILTETRAZOLIO (TTC) NA VIABILIDADE POLÍNICA DA COLÔNIA
TEST OF TRIPHENYLTETRAZOLIUM CHLORIDE (TTC) IN POLLEN VIABILITY OF COLÔNIA Weslaine de Almeida Macedo(1) Bruna Natália Veloso dos Santos(1) Vanessa dos Santos de Mello(2) Jenifer Fernanda Damasio(2) Lorena Cristina Batista dos Santos(3) Douglas Machado Leite(4) Isane Vera Karsburg(5) Resumo A Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith, também conhecida como Colônia, é bastante cultivada pela beleza e fragrância de suas flores, é usada como planta ornamental e também na medicina popular, pois possui propriedades medicinais que são depurativas, diuréticas antihistéricas, estomáquicas e vermífugas e ainda é muito utilizada em tratamentos de reumatismo e problemas cardíacos. Este trabalho teve como objetivo estimar a viabilidade polínica da Colônia sob o uso de diferentes concentrações de tetrazólio (TTC) em tempos distintos. Foram coletados botões florais e posteriormente retirado as anteras. As mesmas ficaram expostas às concentrações de TTC (0,30% e 0,075%) em diferentes horários sendo eles: 6, 12, 18 e 24 horas. Foram confeccionadas 5 lâminas de cada concentração e de cada tempo, com uma pipeta foi gotejado o material sobre a lâmina, coberta com uma lamínula e vedada com esmalte. A contagem dos pólens procedeu-se no microscópio óptico em um aumento de 40x contando 300 pólens por lâmina. Conclui-se então que a concentração de 0,30% nos tempos de 6 e 24 horas apresentaram maior viabilidade dos pólens. Palavras-chaves: Alpinia, tetrazólio, zingiberales Abstract The Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith, Also known as Cologne, is largely grown for the beauty and fragrance of its flowers, is used as an ornamental plant and also in folk medicine therefore has medicinal properties that are purgative, diuretic anti-hysterical, stomachic and vermifuge and is still widely used in rheumatism treatments and heart problems. This study aimed to estimate the pollen viability of the colony under the use of different concentrations of tetrazolium (TTC) at different times. They collected flower buds and then removed the anthers. The same were exposed to TTC concentrations (0.30% and 0.075%) at different times being: 6, 12, 18 and 24 hours. Were blades 5 of each concentration and each ___________________________________________________________________________ 1
Graduandas do curso de Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Biológicas – UNEMAT, Alta Floresta MT. E-mail:
[email protected] 2Mestrandas em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade do Estado de Mato Grosso- UNEMAT Campus Alta Floresta – MT. 3Bióloga e Educadora da E. Estadual Vitória Furlani da Riva de Alta Floresta – MT. 4Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Florestal – UNEMAT, Alta Floresta – MT. 5Professora Adjunta do Departamento de Ciências Biológicas- UNEMATcampus de Alta Floresta-MT. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.
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time with a pipet was the dripped material on the slide, covered with a coverslip and sealed with nail polish. The counting of pollen carried in the optical microscope at a 40x magnification counting 300 pollens per slide. It was concluded that the concentration of 0.30% in the times of 6 and 24 hours showed higher viability of pollens. Keywords: Alpinia, tetrazolium, zingiberales.
1 Introdução
A Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith, é uma planta herbácea originada na Ásia e pertence à família Zingiberaceae, sendo esta a maior da ordem Zingiberales. O gênero Alpinia possui mais de 200 espécies (ALBUQUERQUE E NEVES, 2004). A A. zerumbet tem como nomes populares Colônia, Gengibre-concha, Alpínia, Louro-de-baiano entre outros, é bastante cultivada pela beleza e singularidade de suas flores. As flores e folhas da Colônia são utilizadas como planta ornamental pela fragrância que possui e também é usada em rituais religiosos afro-brasileiros (PATZLAFF, 2007). A Colônia também é bastante conhecida por suas propriedades medicinais que possui propriedades medicinais, sendo usadas principalmente suas folhas, flores e rizomas, pois são consideradas depurativas, diuréticas anti-histéricas, estomáquicas e vermífugas e ainda é muito utilizada em tratamentos de reumatismo e problemas cardíacos (ALBUQUERQUE E NEVES, 2004). A viabilidade do pólen é um dos fatores mais importantes a ser testado, pois influencia diretamente no sucesso da reprodutivo da planta. A avaliação da viabilidade polínica é o primeiro fator para que o pólen possa ter oportunidade de germinar no estigma da flor, sendo este o estádio decisivo à fertilização (DAFNI 1992). Um dos métodos de testar a viabilidade polínica é o uso de Cloreto de Trifeniltetrazolio (TTC), que fundamenta-se na atividade das enzimas desidrogenases, principalmente a desidrogenase do ácido málico, que diminui o sal 2,3,5 trifenil cloreto de tetrazólio nos tecidos vivos das semente e do pólen, onde íons de hidrogênio são transferidos para o referido sal (DELOUCHE et al., 1976). Este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade polínica de Colônia por meio de distintas concentrações de Cloreto de Trifeniltetrazolio (TTC) em tempos diferentes.
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2 Material e Métodos
O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Citogenética e Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade do Estado de Mato Grosso no Campus de Alta Floresta - MT. Para o estudo da viabilidade dos grãos de pólen, foi coletado botões florais de Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith no município de Alta Floresta. Foram coletados anteras de botões florais em estágio de pré antese. As anteras foram retiradas e colocadas em tubos de eppendorf com diferentes concentrações 0,30% e 0,075% de cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio (TTC) permanecendo em diferentes tempos de exposição 6h, 12h, 18h e 24h, permanecendo este material em repouso em temperatura ambiente. Ao final de cada tempo estipulado foram montadas 5 lâminas, para a confecção das mesmas as anteras foram maceradas com o auxílio de um bastão de vidro, usou-se uma pipeta, sendo gotejado a solução sobre a lâmina que posteriormente foi recoberta por uma lamínula, retirado o excesso com papel filtro e vedada com esmalte para preservação do material. As análises dos polens nas lâminas foram feitas em microscópio óptico, sob uma magnitude de 400x pelo método de varredura, sendo contados 300 grãos de pólen por lâmina em campos aleatórios, no qual os corados se encontravam em um tom de vermelho classificados como viáveis e os demais como inviáveis. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade através do Programa Estatístico Sisvar® (FERREIRA, 2011).
3 Resultados e Discussão
De acordo com a tabela 1, verificou-se que, entre as concentração de TTC 0,30% apresentou maior média em relação a de 0,075%. Na concentração de 0,075% o tempo de 18 horas foi o que apresentou maior resultado, visto que não diferiu estatisticamente da exposição de 6 horas. Já na concentração de 0,30 % o tempo que apresentou maior viabilidade polínica foi o de 18 horas, entretanto, não teve diferença significativa do horário de 6 horas. Tabela 1. Taxa média percentual de viabilidade polínica, com uso de TCC em duas concentrações: 0,30% e 0,075% e quatro tempos de exposição dos pólens ao corante. Concentrações 0,075 %
Tempos 6h 88,60 Aa
12h 71,73 Ba
18h 90,46 Aa
24h 71,26 Bb
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94.06 Ab 71,33 Ba 94,26 Aa 86,13 Aba 0,30 % CV (%) 10.95 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula nas linhas e minúsculas nas colunas não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
O TTC oferece uma avaliação confiável em testes de viabilidade polínica, pois é semelhante aos resultados obtidos nos testes de germinação in vitro que são bastante usadas como controle (BOLAT e PIRLAK, 1999). Embora o TTC é um processo relativamente rápido e simples para estimativa da viabilidade dos pólens. A viabilidade polínica se dá acima de 70% é considerada alta, sendo que estes valores não causariam danos em estudos de melhoramento da espécie (SOUZA et al.,2002). Em um estudo feito por Gaspar-Oliveira (2009) com o uso do tetrazólio na viabilidade de semente de mamoneira (Ricinus communis L.), observou-se que as sementes ficando imersas à concentração de 0,2 de TTC por um período de 2 horas teve um melhor resultado se comparado ao tempo de 1 e 3 horas em uma mesma concentração.
4 Conclusões
Diante dos resultados apresentados, conclui-se que houve diferenças tanto nas concentrações utilizadas de tetrazólio quanto do tempo de exposição do pólen no corante, sendo que, 0,30% em um tempo de 6 e 24 horas apresentaram melhor distinção entre os polens viáveis dos inviáveis.
Referências ALBUQUERQUE, E. S. B.; NEVES, L. J. Leaf anatomy of Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt & Smith (Zingiberaceae). Acta Botanica Brasilica, v. 18, n. 1, p. 109-121, 2004. BOLAT, İ.; PIRLAK, L. An investigation on pollen viability, germination and tube growth in some stone fruits. Turkish Journal of Agriculture and Forestry, v. 23, n. 4, p. 383-388, 1999. DAFNI, Amots et al. Pollination ecology: a practical approach. IRL Press Ltd, 1992. DELOUCHE, J. C., STILL, T. W., RASPET, M., & LIENHARD, M. O teste de tetrazólio para viabilidade da semente. Brasília: Agiplan, 1976. FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 8, n.1, 2016. Número especial 2.
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Gaspar-Oliveira, C. M.; Martins, C. C.; Nakagawa, J. Concentração da solução de tetrazólio e período de coloração do teste para sementes de mamoneira. Revista Brasileira de Sementes, v. 31, n. 3, p. 38-47, 2009. PATZLAFF, Rúbia Graciele. Estudo etnobotânico de plantas de uso medicinal e místico na comunidade da Capoeira Grande, Pedra de Guaratiba, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Botânica Tropical, p. 124, 2007. SOUZA, M. M., PEREIRA, T. N. S., MARTINS, E. R. Microsporogênese e microgametogênese associadas ao tamanho do botão floral e da antera e viabilidade polínica em maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener). Ciência e Agrotecnologia, v. 26, n. 6, p. 1209-1217, 2002.
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